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Supremo Tribunal Federal

Decisão sobre Repercussão Geral

Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 20

09/06/2016 PLENÁRIO

REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 956.304 G OIÁS

RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI


RECTE.(S) : ESTADO DE GOIÁS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE GOIÁS
RECDO.(A/S) : SINDICATO DOS FUNCIONÁRIOS DO FISCO DO
ESTADO DE GOIÁS - SINDIFISCO
ADV.(A/S) : THIAGO MORAES

EMENTA

Direito Constitucional e Administrativo. Abono de permanência.


Discussão sobre o momento da suspensão do pagamento do referido
benefício, se a partir do protocolo do requerimento da jubilação ou do
aperfeiçoamento do ato de aposentadoria. Matéria dotada de repercussão
econômica e jurídica. Questão suscetível de repetição em inúmeros
processos. Repercussão geral reconhecida.

Decisão: O Tribunal, por maioria, reputou constitucional a questão,


vencidos os Ministros Teori Zavascki, Celso de Mello, Gilmar Mendes,
Edson Fachin, Rosa Weber e Roberto Barroso. Não se manifestou a
Ministra Cármen Lúcia. O Tribunal, por maioria, reconheceu a existência
de repercussão geral da questão constitucional suscitada, vencidos os
Ministros Teori Zavascki, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Edson Fachin,
Rosa Weber e Roberto Barroso. Não se manifestou a Ministra Cármen
Lúcia.

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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 11228661.
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RE 956304 RG / GO

Ministro DIAS TOFFOLI


Relator

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09/06/2016 PLENÁRIO

REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 956.304 G OIÁS

EMENTA

Direito Constitucional e Administrativo. Abono de


permanência. Discussão sobre o momento da suspensão do
pagamento do referido benefício, se a partir do
protocolo do requerimento da jubilação ou do
aperfeiçoamento do ato de aposentadoria. Matéria
dotada de repercussão econômica e jurídica. Questão
suscetível de repetição em inúmeros processos.
Repercussão geral reconhecida.

MANIFESTAÇÃO

Estado de Goiás interpõe recurso extraordinário, com


fundamento na alínea a do permissivo constitucional,
contra acórdão da Primeira Turma Julgadora da Terceira
Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de
Goiás, o qual foi assim ementado:

MANDADO DE SEGURANÇA. ABONO DE PERMANÊNCIA.


DESNECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. MEMORANDO
CIRCULAR Nº 3/2013-GEGP. DECLARAÇÃO DO SERVIDOR QUE
PRETENDE PROSSEGUIR EM ATIVIDADE. PEDIDO DE
APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
ANTES DO IMPLEMENTO DA IDADE LIMITE PARA A SAÍDA
COMPULSÓRIA. SUSPENSÃO DO PAGAMENTO DA VANTAGEM.
AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. DIREITO LÍQUIDO E CERTO.
AGRAVO REGIMENTAL PREJUDICADO. SEGURANÇA CONCEDIDA.
I Não comporta dilação probatória o mandado de
segurança cuja causa de pedir remonta questão
exclusivamente de direito ilegalidade do Memorando nº

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3/2013-GEGP, Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás


-, máxime quando a petição inicial aparece acompanhada
de todos os documentos necessários à compreensão e
julgamento da controvérsia.
II O pagamento do abono de permanência foi instituído
pela Emenda nº 41/2003, conhecida pela reforma da
Previdência dos servidores públicos[,] que, dentre
outras expressivas modificações, incluiu o § 19 no
artigo 40 da Constituição Federal, dispositivo
repetido nas linhas do artigo 97, § 19, Constituição
do Estado de Goiás. Segundo a norma, aquele que
implementar as condições para a aposentadoria
voluntária por tempo de contribuição e optar por se
manter em exercício continuará contribuindo para o seu
regime próprio de previdência mas, sem embargo,
receberá de volta o referido valor na forma de abono,
reembolso, até o implemento da aposentadoria
compulsória. A mens legis é nitidamente traduzida no
incentivo à permanência na ativa, promovendo uma
decorrente economia para o Poder Público, que posterga
o pagamento simultâneo dos proventos de aposentadoria
do servidor egresso e da remuneração do respectivo
substituto.
III Às normas constitucionais há de ser conferida
interpretação sistemática, de modo a prestigiar a
unidade, concordância prática e harmonização. Nessa
ótica, o artigo 40, § 19, da Constituição Federal deve
ser interpretado ao lado dos outros dispositivos de
regência, igualmente aplicáveis à hipótese dos autos.
Assim, é irrecusável a influência dos princípios da
dignidade da pessoa humana, da isonomia e
razoabilidade (artigos 1º, III, 5º, caput e LIV) sobre
o instituto do abono de permanência e sua forma de
pagamento.

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RE 956304 RG / GO

IV Ao amparo do sistema normativo, inaceitável a


suspensão do pagamento da vantagem pelo fato da
protocolização do pedido de aposentadoria voluntária.
Enquanto aguarda o desfecho do processo de jubilação
o qual traduz ato complexo sujeito à aprovação pelo
Tribunal de Contas e que sabidamente demanda
expressivo tempo de tramitação o servidor continua em
pleno desempenho de suas atividades não obstante já
tenha implementado os requisitos para a aposentadoria
voluntária. De se reconhecer, dentro de tal
perspectiva, que suspender o pagamento do abono de
permanência nas condições prenunciadas pelo Memorando
3/2013, Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás,
contraria a própria finalidade constitucional do
benefício.
V Não transparece hígido admitir que, em cabal
exercício de suas atividades habituais, já que aguarda
em atividade a conclusão da extensa marcha do processo
de aposentadoria voluntária, seja retirado do servidor
o abono de permanência. E tampouco soa justo permitir
que funcionários, tendo igualmente preenchido os
requisitos para a aposentadoria voluntária, sejam
distintamente tratados, conferindo-se a um o pagamento
da abonação e ao outro não. Como afinadamente lembrou
a Procuradoria-Geral de Justiça, ao editar o Memorando
Circular nº 3/2013-GEGP a Secretaria de Estado da
Fazenda de Goiás, acolhendo a recomendação da Nota
Técnica n°2/2013, da Procuradoria-Geral do Estado de
Goiás, conferiu interpretação restritiva à garantia
prevista no artigo 40, § 19, Constituição Federal,
criando obstáculo, sem qualquer previsão na legislação
vigente à percepção do benefício. A conclusão
inarredável é de que o pagamento do abono de
permanência para o servidor que o requereu deve

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subsistir até a perfectibilização do ato de


aposentadoria, seja ela compulsória ou voluntária, à
míngua de permissivo legal a ensejar interpretação
diversa.
VI Entregue em definitivo a prestação jurisdicional,
de se reconhecer, nos moldes do artigo 195 do
Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de
Goiás, prejudicado o agravo regimental interposto
contra a provisão liminar. Precedentes.
V Segurança concedida.

Opostos embargos de declaração (fls. 185 a 188), foram


rejeitados (fls. 195 a 207).
No apelo extremo (fls. 213 a 225), o recorrente
sustenta a repercussão geral da matéria versada no
feito, em suas esferas econômica, política e jurídica,
dada a importante discussão que nele se trava,
concernente ao pagamento do abono de permanência
previsto no art. 40, § 19, da Constituição Federal.
Afirma que o tema dos autos possui relevância
jurídica, uma vez que afeta os servidores públicos em
geral, sejam eles da esfera municipal, estadual ou
federal, reverberando, ainda, em diversas outras
demandas, as quais, ostentando contornos comuns à
presente, têm se propagado na seara jurídica. Articula
o recorrente, também, a existência de relevância
econômica, dado que a solução adotada pode gerar
inegável impacto nas contas públicas dos entes
federados. Sob o aspecto político, destaca o fato de a
decisão impugnada afrontar a autonomia dos estados
para dispor sobre a remuneração e direitos
previdenciários de seus servidores.
Trata-se, na origem, de mandado de segurança impetrado
pela entidade sindical que representa os funcionários

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do Fisco do Estado de Goiás contra ato atribuído ao


Secretário de Fazenda do Estado de Goiás e ao
Secretário de Gestão e Planejamento do Estado de
Goiás, a fim de que as autoridades coatoras se
abstenham de suspender o pagamento do abono de
permanência aos servidores que pleitearam a
aposentadoria voluntária.
In casu, o tribunal goiano entendeu que a cessação do
pagamento do referido benefício no momento em que
realizado o pedido de aposentadoria voluntária
contraria a Constituição Federal, na medida em que
iria de encontro à própria finalidade do benefício.
Nesse diapasão, pontuou a necessidade de se proceder a
uma interpretação sistemática do texto constitucional,
compreendendo-se o art. 40, § 19, da Carta Política à
luz dos princípios da dignidade da pessoa humana, da
isonomia e da irrazoabilidade. Ressaltou, ademais, que
o pagamento do abono de permanência somente deve ser
suspenso quando do aperfeiçoamento do ato de
aposentadoria, seja ela compulsória ou voluntária,
momento em que o servidor se afasta de fato de suas
atividades laborais.
Salientou o tribunal, outrossim, que naquele Estado, o
servidor continua no exercício de suas atividades
laborais mesmo após a protocolização do pedido de
afastamento, aguardando o desfecho do processo de
jubilação o qual traduz ato complexo a ser aprovado
pelo tribunal de contas estadual e demanda tempo de
tramitação, razão pela qual não seria hígido, tampouco
justo, admitir-se o corte do benefício tão logo seja
requerida a aposentação.
O Estado de Goiás, em sua peça recursal, sustenta que
a opção pela jubilação é contrária à vontade de
permanecer em atividade e vai de encontro ao sentido

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teleológico da norma, motivo por que o abono de


permanência deve ter seu pagamento cessado quando
aviado o pedido de aposentadoria voluntária. Aduz que
o objeto do benefício é o estímulo à continuação do
servidor na atividade, cuja observância não se
verifica diante da opção pela aposentadoria, o que
torna o requerimento de passagem para a inatividade e
a percepção do abono de permanência inconciliáveis.
Defende o estado, ademais, não ter ocorrido ofensa aos
princípios da dignidade da pessoa humana, da isonomia
e da razoabilidade, visto que o servidor que requer a
aposentadoria não se encontraria em pé de igualdade
com aquele que manifesta interesse em permanecer
trabalhando até os setenta anos de idade. Argumenta,
adicionalmente, que, na hipótese, o fator de
discrímen decorreria da própria redação do art. 40, §
19, da Carta Magna, quando visto sob a égide dos
princípios da supremacia do interesse público e da
continuidade do serviço público.
De fato, a questão posta apresenta densidade
constitucional e extrapola os interesses subjetivos
das partes, sendo relevante para as esferas da
Administração Pública brasileira, assim como para os
servidores públicos em geral, que podem vir a se
encontrar na mesma situação fática do caso em tela.
O debate resvala também, cumpre notar, no
significativo impacto sobre as finanças públicas,
atuais e futuras. Assinalo que as inequívocas
relevância e transcendência da matéria ficam
corroboradas, além disso, pelo fato de o abono de
permanência já ter sido alvo de análise por este
Supremo Tribunal Federal no RE nº 954.408/RS, de
relatoria do Ministro Teori Zavascki, igualmente
julgado sob a sistemática da repercussão geral, tendo

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nesse julgamento sido reafirmada a jurisprudência


desta Suprema Corte apenas quanto ao reconhecimento da
legitimidade do pagamento do abono de permanência ao
servidor que opte por permanecer em atividade após o
preenchimento dos requisitos para a concessão da
aposentadoria voluntária especial. Segue a ementa do
v. acórdão, para a certeza das coisas:

EMENTA: ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. RECURSO


EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. SERVIDOR PÚBLICO EM
ATIVIDADE APÓS O PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PARA A
CONCESSÃO DE APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA ESPECIAL.
CONCESSÃO DO ABONO DE PERMANÊNCIA. LEGITIMIDADE.
1. É legítimo o pagamento do abono de permanência
previsto no art. 40, § 19, da Constituição Federal ao
servidor público que opte por permanecer em atividade
após o preenchimento dos requisitos para a concessão
da aposentadoria voluntária especial (art. 40, § 4º,
da Carta Magna).
2. Agravo conhecido para negar provimento ao recurso
extraordinário, com o reconhecimento da repercussão
geral do tema e a reafirmação da jurisprudência sobre
a matéria (Plenário, j. 14/4/16).

Cumpre, pois, avaliar, no caso dos autos, o momento no


qual deve cessar o pagamento do benefício de abono de
permanência, se no momento do protocolo do
requerimento da jubilação ou quando da
perfectibilização do ato de aposentadoria. Entendo,
pois, adequado que o mérito seja enfrentado em autos
de processo dotado de repercussão geral, diante dos
relevantes interesses em exame no caso em tela.
Ante o exposto, manifesto-me pela existência de
questão constitucional e da repercussão geral da

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matéria.
Brasília, 20 de maio de 2016.

Ministro Dias Toffoli


Relator
Documento assinado digitalmente

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REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 956.304 GOIÁS

PRONUNCIAMENTO

ABONO DE PERMANÊNCIA – TERMO


FINAL – APOSENTADORIA – ATO
COMPLEXO – SERVIDOR –
MANIFESTAÇÃO – COLOCAÇÃO EM
SEGUNDO PLANO – RECURSO
EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO
GERAL CONFIGURADA.

1. A assessora Dra. Juliana Gonçalves de Souza Guimarães prestou


as seguintes informações:

Eis a síntese do discutido no recurso extraordinário nº


956.304/GO, relator ministro Dias Toffoli, inserido no sistema
eletrônico da repercussão geral em 20 de maio de 2016.

O processo revela mandado de segurança, com pedido de


liminar, impetrado pelo Sindicato contra ato praticado pela
Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, consubstanciado no
Memorando Circular nº 3/2013, com o fim de garantir a
percepção do abono de permanência pelos servidores
representados até a data de publicação do ato concessivo das
respectivas aposentadorias, voluntárias ou compulsórias.

A 1ª Turma Julgadora da 3ª Câmara Cível do Tribunal de


Justiça deferiu a ordem para reconhecer o direito buscado e
determinar a restituição de eventuais parcelas suprimidas a
partir da data da impetração. Consignou a exigência da
continuidade do pagamento do abono de permanência até o
aperfeiçoamento do ato de concessão de aposentadoria,
compulsória ou voluntária, ao servidor que houver requerido a

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vantagem. Destacou a complexidade do ato de jubilação,


processo cuja tramitação demandaria expressiva dilação
temporal, em virtude de sujeitar-se à aprovação pelo Tribunal
de Contas.

Sublinhou a falta de norma legal a respaldar o


entendimento veiculado no ato impugnado. Salientou a
necessidade de interpretar-se sistematicamente a Lei
Fundamental, razão pela qual deve ser assentada a incidência,
no caso, dos princípios da dignidade da pessoa humana,
isonomia e razoabilidade. Ressaltou contrariar a finalidade
constitucional do benefício, traduzida no incentivo à
continuidade na ativa, a suspensão da vantagem.

Os embargos de declaração foram desprovidos.

No extraordinário, protocolado com alegada base na


alínea “a” do permissivo constitucional, o Estado de Goiás
argui transgressão ao artigo 40, § 19, do Documento Básico.
Sustenta ser o requerimento de aposentadoria fato extintivo do
direito à percepção do abono de permanência ante a suposta
incompatibilidade entre o instituto e a manifestação de vontade
do servidor no sentido de não permanecer em atividade.

Sob o ângulo da repercussão geral, assinala que a matéria


veiculada no recurso ultrapassa os limites subjetivos da lide,
mostrando-se relevante do ponto de vista econômico, social e
jurídico. Diz estar em discussão questão de interesse de todos
os servidores públicos, a evidenciar a presença do efeito
multiplicador.

O Sindicato, nas contrarrazões, articula com a


impossibilidade de conhecimento do recurso em virtude da
ausência de violação à Carta Federal e da inexistência de
repercussão geral. No mérito, afirma não estar previsto, no
ordenamento jurídico, que o protocolo do pedido de

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aposentadoria consubstancia causa extintiva do direito de


receber o abono de permanência.

O extraordinário foi admitido na origem.

Eis o pronunciamento do ministro Dias Toffoli quanto à


configuração de repercussão geral:

EMENTA

Direito Constitucional e Administrativo. Abono de


permanência. Discussão sobre o momento da suspensão
do pagamento do referido benefício, se a partir do
protocolo do requerimento da jubilação ou do
aperfeiçoamento do ato de aposentadoria. Matéria dotada
de repercussão econômica e jurídica. Questão suscetível
de repetição em inúmeros processos. Repercussão geral
reconhecida.

MANIFESTAÇÃO

Estado de Goiás interpõe recurso extraordinário, com


fundamento na alínea a do permissivo constitucional,
contra acórdão da Primeira Turma Julgadora da Terceira
Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, o
qual foi assim ementado:

MANDADO DE SEGURANÇA. ABONO DE


PERMANÊNCIA. DESNECESSIDADE DE DILAÇÃO
PROBATÓRIA. MEMORANDO CIRCULAR Nº 3/2013-
GEGP. DECLARAÇÃO DO SERVIDOR QUE PRETENDE
PROSSEGUIR EM ATIVIDADE. PEDIDO DE
APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO ANTES DO IMPLEMENTO DA IDADE
LIMITE PARA A SAÍDA COMPULSÓRIA. SUSPENSÃO
DO PAGAMENTO DA VANTAGEM. AUSÊNCIA DE

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PREVISÃO LEGAL. DIREITO LÍQUIDO E CERTO.


AGRAVO REGIMENTAL PREJUDICADO. SEGURANÇA
CONCEDIDA.
I Não comporta dilação probatória o mandado de
segurança cuja causa de pedir remonta questão
exclusivamente de direito ilegalidade do Memorando nº
3/2013-GEGP, Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás -,
máxime quando a petição inicial aparece acompanhada de
todos os documentos necessários à compreensão e
julgamento da controvérsia.
II O pagamento do abono de permanência foi
instituído pela Emenda nº 41/2003, conhecida pela reforma
da Previdência dos servidores públicos[,] que, dentre
outras expressivas modificações, incluiu o § 19 no artigo
40 da Constituição Federal, dispositivo repetido nas linhas
do artigo 97, § 19, Constituição do Estado de Goiás.
Segundo a norma, aquele que implementar as condições
para a aposentadoria voluntária por tempo de
contribuição e optar por se manter em exercício
continuará contribuindo para o seu regime próprio de
previdência mas, sem embargo, receberá de volta o
referido valor na forma de abono, reembolso, até o
implemento da aposentadoria compulsória. A mens legis é
nitidamente traduzida no incentivo à permanência na
ativa, promovendo uma decorrente economia para o
Poder Público, que posterga o pagamento simultâneo dos
proventos de aposentadoria do servidor egresso e da
remuneração do respectivo substituto.
III Às normas constitucionais há de ser conferida
interpretação sistemática, de modo a prestigiar a unidade,
concordância prática e harmonização. Nessa ótica, o artigo
40, § 19, da Constituição Federal deve ser interpretado ao
lado dos outros dispositivos de regência, igualmente
aplicáveis à hipótese dos autos. Assim, é irrecusável a
influência dos princípios da dignidade da pessoa humana,
da isonomia e razoabilidade (artigos 1º, III, 5º, caput e LIV)

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sobre o instituto do abono de permanência e sua forma de


pagamento.
IV Ao amparo do sistema normativo, inaceitável a
suspensão do pagamento da vantagem pelo fato da
protocolização do pedido de aposentadoria voluntária.
Enquanto aguarda o desfecho do processo de jubilação o
qual traduz ato complexo sujeito à aprovação pelo
Tribunal de Contas e que sabidamente demanda
expressivo tempo de tramitação o servidor continua em
pleno desempenho de suas atividades não obstante já
tenha implementado os requisitos para a aposentadoria
voluntária. De se reconhecer, dentro de tal perspectiva,
que suspender o pagamento do abono de permanência nas
condições prenunciadas pelo Memorando 3/2013,
Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, contraria a
própria finalidade constitucional do benefício.
V Não transparece hígido admitir que, em cabal
exercício de suas atividades habituais, já que aguarda em
atividade a conclusão da extensa marcha do processo de
aposentadoria voluntária, seja retirado do servidor o
abono de permanência. E tampouco soa justo permitir que
funcionários, tendo igualmente preenchido os requisitos
para a aposentadoria voluntária, sejam distintamente
tratados, conferindo-se a um o pagamento da abonação e
ao outro não. Como afinadamente lembrou a
Procuradoria-Geral de Justiça, ao editar o Memorando
Circular nº 3/2013-GEGP a Secretaria de Estado da
Fazenda de Goiás, acolhendo a recomendação da Nota
Técnica n°2/2013, da Procuradoria-Geral do Estado de
Goiás, conferiu interpretação restritiva à garantia prevista
no artigo 40, § 19, Constituição Federal, criando obstáculo,
sem qualquer previsão na legislação vigente à percepção
do benefício. A conclusão inarredável é de que o
pagamento do abono de permanência para o servidor que
o requereu deve subsistir até a perfectibilização do ato de
aposentadoria, seja ela compulsória ou voluntária, à

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míngua de permissivo legal a ensejar interpretação


diversa.
VI Entregue em definitivo a prestação jurisdicional,
de se reconhecer, nos moldes do artigo 195 do Regimento
Interno do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
prejudicado o agravo regimental interposto contra a
provisão liminar. Precedentes.
V Segurança concedida.

Opostos embargos de declaração (fls. 185 a 188),


foram rejeitados (fls. 195 a 207).
No apelo extremo (fls. 213 a 225), o recorrente
sustenta a repercussão geral da matéria versada no feito,
em suas esferas econômica, política e jurídica, dada a
importante discussão que nele se trava, concernente ao
pagamento do abono de permanência previsto no art. 40, §
19, da Constituição Federal.
Afirma que o tema dos autos possui relevância
jurídica, uma vez que afeta os servidores públicos em
geral, sejam eles da esfera municipal, estadual ou federal,
reverberando, ainda, em diversas outras demandas, as
quais, ostentando contornos comuns à presente, têm se
propagado na seara jurídica. Articula o recorrente,
também, a existência de relevância econômica, dado que a
solução adotada pode gerar inegável impacto nas contas
públicas dos entes federados. Sob o aspecto político,
destaca o fato de a decisão impugnada afrontar a
autonomia dos estados para dispor sobre a remuneração e
direitos previdenciários de seus servidores.
Trata-se, na origem, de mandado de segurança
impetrado pela entidade sindical que representa os
funcionários do Fisco do Estado de Goiás contra ato
atribuído ao Secretário de Fazenda do Estado de Goiás e
ao Secretário de Gestão e Planejamento do Estado de
Goiás, a fim de que as autoridades coatoras se abstenham
de suspender o pagamento do abono de permanência aos

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servidores que pleitearam a aposentadoria voluntária.


In casu, o tribunal goiano entendeu que a cessação
do pagamento do referido benefício no momento em que
realizado o pedido de aposentadoria voluntária contraria
a Constituição Federal, na medida em que iria de encontro
à própria finalidade do benefício. Nesse diapasão,
pontuou a necessidade de se proceder a uma interpretação
sistemática do texto constitucional, compreendendo-se o
art. 40, § 19, da Carta Política à luz dos princípios da
dignidade da pessoa humana, da isonomia e da
irrazoabilidade. Ressaltou, ademais, que o pagamento do
abono de permanência somente deve ser suspenso quando
do aperfeiçoamento do ato de aposentadoria, seja ela
compulsória ou voluntária, momento em que o servidor se
afasta de fato de suas atividades laborais.
Salientou o tribunal, outrossim, que naquele Estado,
o servidor continua no exercício de suas atividades
laborais mesmo após a protocolização do pedido de
afastamento, aguardando o desfecho do processo de
jubilação o qual traduz ato complexo a ser aprovado pelo
tribunal de contas estadual e demanda tempo de
tramitação, razão pela qual não seria hígido, tampouco
justo, admitir-se o corte do benefício tão logo seja
requerida a aposentação.
O Estado de Goiás, em sua peça recursal, sustenta
que a opção pela jubilação é contrária à vontade de
permanecer em atividade e vai de encontro ao sentido
teleológico da norma, motivo por que o abono de
permanência deve ter seu pagamento cessado quando
aviado o pedido de aposentadoria voluntária. Aduz que o
objeto do benefício é o estímulo à continuação do servidor
na atividade, cuja observância não se verifica diante da
opção pela aposentadoria, o que torna o requerimento de
passagem para a inatividade e a percepção do abono de
permanência inconciliáveis.
Defende o estado, ademais, não ter ocorrido ofensa

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aos princípios da dignidade da pessoa humana, da


isonomia e da razoabilidade, visto que o servidor que
requer a aposentadoria não se encontraria em pé de
igualdade com aquele que manifesta interesse em
permanecer trabalhando até os setenta anos de idade.
Argumenta, adicionalmente, que, na hipótese, o fator de
discrímen decorreria da própria redação do art. 40, § 19,
da Carta Magna, quando visto sob a égide dos princípios
da supremacia do interesse público e da continuidade do
serviço público.
De fato, a questão posta apresenta densidade
constitucional e extrapola os interesses subjetivos das
partes, sendo relevante para as esferas da Administração
Pública brasileira, assim como para os servidores públicos
em geral, que podem vir a se encontrar na mesma situação
fática do caso em tela.
O debate resvala também, cumpre notar, no
significativo impacto sobre as finanças públicas, atuais e
futuras. Assinalo que as inequívocas relevância e
transcendência da matéria ficam corroboradas, além disso,
pelo fato de o abono de permanência já ter sido alvo de
análise por este Supremo Tribunal Federal no RE nº
954.408/RS, de relatoria do Ministro Teori Zavascki,
igualmente julgado sob a sistemática da repercussão geral,
tendo nesse julgamento sido reafirmada a jurisprudência
desta Suprema Corte apenas quanto ao reconhecimento da
legitimidade do pagamento do abono de permanência ao
servidor que opte por permanecer em atividade após o
preenchimento dos requisitos para a concessão da
aposentadoria voluntária especial. Segue a ementa do v.
acórdão, para a certeza das coisas:

EMENTA: ADMINISTRATIVO E
PREVIDENCIÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO
COM AGRAVO. SERVIDOR PÚBLICO EM ATIVIDADE
APÓS O PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PARA A

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CONCESSÃO DE APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA


ESPECIAL.
CONCESSÃO DO ABONO DE PERMANÊNCIA.
LEGITIMIDADE.
1. É legítimo o pagamento do abono de permanência
previsto no art. 40, § 19, da Constituição Federal ao
servidor público que opte por permanecer em atividade
após o preenchimento dos requisitos para a concessão da
aposentadoria voluntária especial (art. 40, § 4º, da Carta
Magna).
2. Agravo conhecido para negar provimento ao
recurso extraordinário, com o reconhecimento da
repercussão geral do tema e a reafirmação da
jurisprudência sobre a matéria (Plenário, j. 14/4/16).

Cumpre, pois, avaliar, no caso dos autos, o momento


no qual deve cessar o pagamento do benefício de abono de
permanência, se no momento do protocolo do
requerimento da jubilação ou quando da perfectibilização
do ato de aposentadoria. Entendo, pois, adequado que o
mérito seja enfrentado em autos de processo dotado de
repercussão geral, diante dos relevantes interesses em
exame no caso em tela.
Ante o exposto, manifesto-me pela existência de
questão constitucional e da repercussão geral da matéria.
Brasília, 20 de maio de 2016.

Ministro Dias Toffoli


Relator
Documento assinado digitalmente

2. O tema veiculado no processo é de presumível repetição.


Questiona-se se a manifestação de vontade do servidor, no sentido de não
permanecer em atividade, consubstancia, ou não, o termo final do direito
ao abono de permanência ou se, no caso, envolvendo a aposentadoria

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atos sequenciais, há de esperar-se o registro pelo Tribunal de Contas.

3. Pronuncio-me no sentido de encontrar-se configurada a


repercussão geral.

4. À Assessoria, para acompanhar a tramitação do incidente,


inclusive quanto a processos que, no Gabinete, versando a mesma
matéria, aguardam exame.

5. Publiquem.

Brasília – residência –, 30 de maio de 2016, às 22h.

Ministro MARCO AURÉLIO

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