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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ ª


VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO–SP.

FULANO DE TAL,
brasileiro, casado,
funcionário público, portador da Cédula de Identidade R.G. sob
o nº 00.000.0005, inscrito no CPF/M.F sob o n.º 000.000.000-
87, residente e domiciliado na Rua: José Bonifácio,nº 210,Vila
Diniz, na Cidade de São José do Rio Preto – SP., por sua
advogada e procuradora infra-assinada, com escritório na Rua:
José Diniz, 573, Vila Diniz, na cidade de São José do Rio
Preto-SP, CEP 15013-290- Fone: (17) 32312514, onde deverá
receber as intimações, (conforme procuração inclusa), vem,
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos
artigos 282 e seguintes do Código de Processo Civil, c/c os
artigos do Código de Defesa do Consumidor, propor a presente

AÇÃO ORDINÁRIA DE REVISÃO DE CONTRATOS


BANCÁRIOS CUMULADO COM PEDIDO DE REPETIÇÃO DE
INDÉBITO

em face de BANCO DO ESTADO DE SÃO PAULO S/A. BANESPA –GRUPO


SANTANDER, empresa jurídica de direito privado, com sede na
cidade São Paulo- Capital, Estado do São Paulo, instituição
financeira regularmente inscrita no CNPJ 61.411.633/0001-87 e
com filial nesta cidade e Comarca de São José do Rio Preto-SP,
na Rua: Delegado Pinto de Toledo,nº 3032, Centro, CEP 15010-
080, agência nº0037, onde nos termos do artigo 222 do CPC.,
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deverão ser citados seus representantes legais, para em


querendo contestar, pelos fatos e razões de direito a seguir
expostas.

Assim sendo, o Requerente, em consonância


com o que prescreve a lei nº 1060/50, em seus artigos 2º e 4º,
é merecedor dos benefícios da assistência judiciária gratuita.

Ainda, vejamos o que dizem os Tribunais:

“ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - PRESUNÇÃO JURIS


TANTUM- "Assistência Judiciária - Justiça
gratuita - Concessão do benefício mediante
presunção “iuris tantum” de pobreza
decorrente da afirmação da parte de que não
está em condições de pagar as custas do
processo e honorários de advogado, sem
prejuízo próprio ou de sua família -
Admissibilidade - Inteligência ao artigo
5.°, XXXV e LXXIV, da CF. A CF, em seu
artigo 5.°, LXXIV, inclui entre os direitos
e garantias fundamentais a assistência
judiciária integral e gratuita pelo Estado
aos que comprovarem a insuficiência de
recursos; (entretanto, entrementes), visando
facilitar o amplo acesso ao Poder Judiciário
(artigo 5.°, XXXV, da CF), pode o ente
estatal conceder assistência judiciária
gratuita mediante a presunção “iuris tantum”
de pobreza decorrente da afirmação da parte
de que não está em condições de pagar as
custas do processo e os honorários de
advogado, sem prejuízo próprio ou de sua
família." ( STF - 1.ª T.; RE n.° 204.305-2-
PR; Rel. Min. Moreira Alves; j. 05.05.1998)
RT 757/182, in AASP, Pesquisa Monotemática,
2104/93. (g.n)

“ASSISTENCIA JUDICIÁRIA - REQUISITOS PARA A


OBTENÇÃO - "Para que a parte obtenha o
benefício da assistência judiciária, basta

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a simples afirmação de sua pobreza, até


prova em contrário."(AASP 1622/19) in RT
697 p.99

Ante o exposto, requer à Vossa Excelência,


com a juntada aos autos da declaração de pobreza, digne-se em
conceder os benefícios da assistência judiciária gratuita ao
Requerente, nos termos da lei 1060/50, artigos 2º e 4º.

DOS FATOS

O autor em 30 de maio de 1.997, início uma


relação de negócios bancários com o Requerido, passando a
utilizar-se dos serviços prestados pelo Banco-Requerido.

O referido relacionamento foi


materializado pela abertura da conta-corrente nº 05-14255-4,
junto a Agência nº 0037, localizada a Rua: Delegado Pinto de
Toledo, nº 3032, Centro, São José do Rio Preto-SP, onde foram
lançados os débitos e créditos na conta-corrente do autor.

Tão logo aberta à conta corrente o


Requerente recebeu do Banco-Requerido um limite de crédito,
sendo que o mesmo aderiu ao contrato de abertura de crédito em
conta-corrente, não tendo recebido nenhuma via do contrato.

O referido contrato determinava o valor da


cobrança de juros mensais somente por (30) trinta dias, porém,
em momento algum o contrato estipulava o percentual de juros a
serem praticados, mencionando sempre que as taxas de juros
seriam as que estivessem sendo praticada no dia do pagamento.

Após aderir o primeiro contrato, ocorreu


renovações automáticas do contrato por imposição do Banco-
Requerido, inclusive com o aumento de juros sobre o crédito
eventualmente utilizado, mesmo sem que tivessem sido pactuadas
as taxas que seriam cobradas.

E se assim ocorreu foi porque acreditava na


lisura do procedimento do Banco-Réu, certo que o mesmo
direcionava-se em conduta de parceria aos seus negócios,
orientando-a para as melhores fontes de recursos e
investimentos.

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No mês de novembro de 2005, o Requerente,


indignado com os valores cobrados em sua conta-corrente,
buscou orientação de um profissional especializado em cálculos
financeiros, o Sr. JOSÉ LUIZ SIMÕES, profissional devidamente
inscrito no Conselho Regional de Contabilidade do Estado de
São Paulo, sob o nº 107.283, e entregou-lhe os extratos do
período de 30 de maio de 1997 até 01 de dezembro de 2005, e
conforme se verifica da Análise Econômica Financeira ora
acostada, foram detectadas várias irregularidades ocorridas
como cobrança de taxas, tarifas, encargos/juros não pactuados,
inclusive a pratica da indevida capitalização. As quais
deverão ser devidamente corrigidas ou até mesmo coibidas por
este nobre Juízo.

Em resumo, o autor por não concordar com os


valores apresentados pelo Banco-Requerido, e ainda, por ter
certeza da existência de divergência nos valores apresentados
pelo Banco-Requerido com aquilo que foi efetivamente
contratado, vem pela presente, a fim de questionar e comprovar
as irregularidades cometidas, tendo inclusive, para maior
elucidação ao julgador, determinando uma auditoria (doc.
Anexo), que comprovou todas suas desconfianças com relação ao
procedimento adotado pelo Banco-Requerido.

Não restando outra alternativa ao autor, do


que a de buscar junto ao Poder Judiciário a Revisão do
Contrato de Abertura de Crédito em conta-corrente, com a
análise de todas as movimentações de crédito e débito que
ocorreram desde a abertura do referido contrato, com o
propósito de através de perícia contábil a ser realizada por
Perito de confiança deste E. Juízo, ver reconhecida sua
pretensão, que é a de verificar e determinar a correta posição
de sua conta-corrente.

Assim, passa a expor os fundamentos de


direito de sua pretensão.

DOS CONTRATOS E SUA INTERPRETAÇÃO

Por se tratar de Instituição Financeira, as


regras do Código de Defesa do Consumidor, devem ser aplicadas
na espécie, apesar de respeitáveis posições em sentido
contrário, inclusive jurisprudencial.

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A discussão cinge-se em se definir a


existência ou não da relação de consumo entre banco e o
cliente.

Diz com todas as letras o artigo 3º da Lei


nº8.078/90:
“Fornecedor é toda pessoa física ou
jurídica, pública ou privada nacional ou
estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem
atividades de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização
de produtos ou prestação de serviços”.

§1º- .... omissis;


§2º-Serviço é qualquer atividade fornecida
no mercado de consumo. Mediante remuneração,
inclusive as de natureza bancária,
financeira, de crédito e securitária, salvo
as decorrentes das relações de caráter
trabalhista”(grifo nosso).

Ora, diante da própria legislação chega-se à


inarredável conclusão de que existe a relação de consumo entre
o banco e o cliente, seja qual for a natureza do serviço
prestado.
Os autores do anteprojeto do Código de
Defesa do Consumidor, ADA PELLEGRINI GRINOVER E outros,
sustentam que as operações bancárias estão abrangidas pelo
regime jurídico do CDC, ao assinalarem que:

“Dizer que os bancos estão fora do sistema


de proteção do consumidor é remar contra a
maré, é andar na contramão da história e da
economia” (pág. 378).

Nesse sentido, a jurisprudência de nossos


Tribunais:

“A atividade da instituição financeira


equipara-se a serviço, nos modelos do 2º do
art. 3º do CDC, havendo, portanto, uma
relação de consumo entre banco e cliente,
nada impedindo que o julgador proceda ao
exame das clausulas de contrato de abertura
de crédito em conta corrente, especialmente
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àquelas que estipularem taxas abusivas e ou


ilegais, à luz do art. 51, IV, da Lei
8.078/90, atentando-se à característica do
contrato de adesão e à vulnerabilidade do
contratante”. (RT 744/385)

Registre-se por outro lado, que o contrato


de abertura de crédito em conta corrente, bem como os demais,
caracterizam-se como contrato de adesão.

O
artigo 54 do Código de Defesa do
Consumidor define o contrato de adesão como sendo “aquele
cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade
competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de
produto ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou
modificar substancialmente seu conteúdo”.

Normalmente, nos contratos de adesão as


cláusulas são predeterminadas, unilateralmente, com esquemas
uniformes. Os contratos de massa não permitem negociações
prévias, cabendo ao aderente aceitar ou recusar em bloco suas
cláusulas.

ARNALDO RIZZARDO, in Contrato de Crédito


Bancários, 4º Edição, RT página 54, menciona:

“...O contrato de abertura de crédito em


conta corrente tem forma escrita,
apresentada como em contrato –tipo, ora
permitido a inserção de cláusulas discutidas
livremente pelas partes, ora apresentando-se
como contrato de adesão, impondo o banco
desde logo todas as suas condições, que já
aprecem impressas no contrato, apenas
decidindo os figurantes questões relativas a
prazos, valores e vencimentos..”

Público e notório, que os contratos de


abertura de crédito em conta corrente e ainda os contratos de
empréstimo pessoal e de renegociação de dívidas, firmados
entre os bancos e os clientes são de adesão, visto que suas
cláusulas vêm impostas pelas instituições financeiras, sem dar
oportunidade ao aderente em discuti-las ou modifica-las e,
como tal, requer-se expressamente o reconhecimento.

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Neste sentido julgou o Tribunal de Alçada do


Estado de São Paulo.

Apelação Cível Nº 732.366-4 - Pederneiras - 7ª


Câmara de Férias de Julho/97 - TASP – 1997
Relator Juiz BARRETO DE MOURA
Aplicam-se as regras do Código de Defesa do
Consumidor aos contratos que envolvam crédito,
como os de mútuo, de abertura de crédito
rotativo, de cartão de crédito, de aquisição de
produto durável por alienação fiduciária além
de outros desde que configurem relação jurídica
de consumo.

DO PARECER TÉCNICO ORA APRESENTADO

Importante salientar que, conforme pode se


inferir da análise do Laudo acostado, foi possível verificar
que, na data de 30 de novembro de 2005, o Requerente, na
verdade, deixam de ser devedor de R$ -692,50 (seiscentos e
noventa e dois reais e cinqüenta centavos), passou a ser
credor do Banco-Requerido na importância de R$ 5.241,22
(cinco mil duzentos e quarenta e um reais e vinte dois
centavos), essa conclusão fica caracterizada com a exclusão
dos juros não pactuados e debitados e taxas debitadas
consideradas até então como indevidas, por não ter sido
apresentada pelo requerido documento específico que as
autorizassem. Constando ainda, inúmeras outras irregularidades
cometidas pelo Banco-Requerido, como demonstrado no Parecer-
Técnico, o Banco realizou vários débitos na conta-corrente do
Autor, a título de tarifas, taxas, sem base contratual ou
autorização, o que torna indevidos. A partir de débitos
indevidos, os saldos daí resultantes sofreram incidência de
juros, porque compunham o saldo devedor bem como capitalização
mensal, como demonstrado acima.

O “Quadro I“ que acompanha a perícia,sob o


título de Composição do Saldo Médio e Taxas de Juros da Conta
Corrente, conforme Extrato, coluna débitos não autorizados e
com a exclusão dos Lançamentos Relacionados estão indicados
todos os lançamentos tidos como indevidos, pois, não pactuados
e nem autorizados. E que devem recompor o saldo da conta
corrente revisada.

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O saldo que torna o Requerente credor,


passível de ser restituídos é de R$ 5.241,22 (cinco mil
duzentos e quarenta e um reais e vinte dois centavos), se
originou da seguinte operação: exposta na perícia contábil no
“Quadro V”, onde foram apuradas as diferença dos juros
cobrados pelo Banco-Requerido (juros ilegais) com os juros que
o Requerido deveria ter cobrado (juros legais) somado a todos
os débitos não autorizados, tudo devidamente atualizado pela
Tabela Prática do Tribunal de Justiça.

O Requerido, por sua vez, em extrato


bancário, informa que o Requerente é devedor da importância de
R$ -692,50 (seiscentos e noventa e dois reais e cinqüenta
centavos), como também por várias vezes o Requerido pressionou
o requerente alegando que o mesmo era devedor de saldos
devedores, como demonstra a perícia.

Portanto, não pode e não concorda o


Requerente com os valores apurados de forma incorreta e
apresentado pelo Requerido, e ainda, por ter certeza da
existência de divergência nos valores apresentados pelo Banco
-Requerido com aquilo que foi efetivamente contratado, vem
pela presente, a fim de questionar e comprovar as
irregularidades cometidas, tendo inclusive, para maior
elucidação ao julgador, determinado uma auditoria imparcial
(doc. anexo), que comprovou todas as suas suspeitas com
relação ao procedimento ilegal adotado pelo Requerido.

Destaca-se que, de acordo com o Parecer


Técnico, houve capitalização de juros, cobrança de débitos
cuja contratação não está comprovada, o que na verdade está
evidenciado é a prática de “spread” de forma abusiva.

À guisa de exemplo, a taxa cobrada no mês de


Janeiro/2000 foi de 67,2194%,taxa esta que atinge 47.701,2824%
ao ano.No mesmo período, a inflação medida pelo INPC/IBGE foi
de 0,61% ao mês, ou 7,5706% ao ano, enquanto que a taxa média
do CDB, o mesmo mês, foi de 1,25% ao ano de 16,0755%(Quadro
IV), conforme perícia contábil ora apensada.

É assustador o baixo custo do Requerido em


face do alto custo do Requerente nessa relação, o que
claramente demonstra o enriquecimento sem causa do Banco-
Requerido, em detrimento do autor, tanto que, no caso
concreto, o “Spread” do Requerido atingiu
1.0007.9911%,conforme demonstrado no “Quadro IV” , fls. 03.
Que negócio, hoje no Brasil, tem tamanha rentabilidade?
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Resta evidente que o Autor foi lesado, haja


vista que não foi pactuados, em momento algum, os altos custos
cobrados pelo Banco-Requerido, muito menos a capitalização dos
juros, cujas taxas debitadas devem ser excluídas da composição
do saldo da conta corrente e o crédito restituído.

Pois bem, a rentabilidade de uma operação


financeira denominada “Spread”, é medida pela diferença entre
as taxas (gastos) do Banco com a captação com as taxas
cobradas pelo Banco dos seus captados (cliente), medida pelo
diferencial entre as taxas de juros da captação a aplicação
financeira.

A Lei Federal 1.521/51 caracteriza de


abusivos negócios com lucros ou proveito econômico excedente a
(1/5) um quinto do valor patrimonial da coisa envolvida na
transação, apontando ao caso a lesão enorme, justificadora da
alteração judicial do contrato ao patamar acima mencionado.

Como demonstrado acima, o “Spread” do Banco-


Requerido, nas operações realizadas com o Autor, ultrapassou e
em muito o limite legal de lucros, caracterizando-se,
destarte, de abusivo, devendo se recomposto ao patamar Máximo
estabelecido por Lei Federal 1.521/51, acima citada.

DA REVISÃO DOS CONTRATOS BANCÁRIOS

Inicialmente, torna-se necessário mencionar


que a pretensão do autor em revisar os contratos firmados com
o Banco-Requerido, encontra respaldo no artigo 6º, inciso V,
do Código de Defesa do Consumidor, também amparadas pelo
posicionamento jurisprudencial:

“Contrato bancário - Revisão judicial


deferida inclusive para contratos já
quitados. Incidência do art. 365 do CC. Se
a prova revela que entre o banco o devedor
se estabeleceu continuidade negocial em que
os contratos subseqüentes quitavam os
antesequentes, gerou-se uma situação
jurídica continuada, a possibilitar a
revisão negocial em sua globalidade...”
(Julgados do TARS 90/168).

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Assim, notória a possibilidade do autor em


pleitear a Revisão dos Contratos em comento, como forma de ser
feita justiça através da aplicação da lei.

DO DIREITO

O direito, sem qualquer dúvida, dá amparo à


pretensão do autor, passando o mesmo a fundamentar sua
pretensão, conforme as leis, decretos e súmulas citadas e
transcritas na presente ação.

DAS CARACTERISTICAS DOS CONTRATOS E SERVIÇOS PRESTADOS PELO


BANCO REQUERIDO

Segundo denúncia a anexa documentação, o


autor utilizou-se dos serviços prestados pelo Banco-Requerido,
através da movimentação da conta corrente 05-014255-4, na
agência nº 0037, cujo limite de crédito variou durante todo o
relacionamento.

Inicialmente, para abertura de referida


conta-corrente, foi o autor compelido a aderir a um Contrato
em que às cláusulas foram estabelecidas unilateralmente pelo
Banco-Requerido, sem que pudesse fazer qualquer alteração no
seu conteúdo. Dessa forma e evidente que o contrato assinado
pelo requerente é um contrato de ADESÃO.

Ocorre, porém, que durante o relacionamento


entre o autor e Banco-Requerido, este alterou por inúmeras
vezes as regras do contrato, aumentando o limite de crédito,
mas impondo a cobrança abusiva de juros e de indevida
capitalização, que nunca eram expressamente pactuados através
de contrato e liberalidade das partes.

Pois bem, há de se enfatizar a condição


adesiva de todas as operações efetivas com o Banco-réu, “ex
vi” do alinhavado na Lei nº 8.078/90 (art. 54), reclamado, por

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tal razão, de interpretação mais favorável ao aderente


(art.47).

Nesse sentido, as ponderações dos


doutrinados SÉRGIO CARLOS COVELLO in Contratos Bancários, Ed.
Saraiva, 1.991, pág. 44. que, com muita lucidez discorre:

“....quem contrata com um Banco só tem


possibilidade de aceitar em bloco as
condições impostas ou recusa-las em sua
totalidade, deixando de celebrar o contrato.
Digamos: ou adere às condições, ou não
contrata. Não pode, entretanto, modifica-
las ou pretendes discutir com o Banco”.

Situação já pacificada junto a Corte de


Justiça que tem a palavra final a respeito da matéria:

“Os bancos como prestadores de serviços


especialmente contemplados no artigo 3º,
parágrafo segundo,estão submetidos às
disposições do Código de Defesa do
Consumidor”:
A circunstância de o usuário dispor do bem
recebido através da operação bancária,
transferindo-o a terceiros como pagamento de
outros bens ou serviços, não o
descaracteriza como consumidor final dos
serviços prestados pelo banco. (STJ - 4º
Turma, Resp. nº57.974-0-rs, rel Min. RUY
ROSADO DE AGUIAR, DJU de 29/05/95, Seção I,
p 15.524)”

Como já aduzidos, o autor aderiu a um


(01)primeiro contrato, e foram compelidos a cumprir
automáticas renovações, que também nunca foram pactuadas, mas
impostas pelo Banco-Requerido. Por esse motivo, deve o Banco-
Requerido ser intimando a juntar aos autos todos os documentos
desde o início da relação com o autor, para análise de perícia
contábil, E O QUE FICA EXPRESSAMENTE REQUERIDO.

Aliás, a excelsa Corte de Justiça deixou


assente que:

“Prova. Código de Defesa do Consumidor:


Inversão do ônus da prova. Contrato
bancário. Pode o Juiz determinar que o réu
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apresente a cópia do contrato que o autor


pretende revisar em juízo. Aplicação do
disposto no artigo 3º, parágrafo 2º, Código
de Defesa do Consumidor. Arts. 396 e 283 do
CPC. STJ – 4º Turma, Agr. Instr. No Resp.
nº 49.124-2 RS, rel. Min. RUY ROSADO DE
AGUIAR” (Grifo nosso)

Com esta digressão, resta evidente o


dimensionamento das operações delas serem interpretadas quanto
às ilegalidades a seguir expostas.

DOS JUROS CAPITALIZADOS NO SISTEMA DE CONTA-CORRENTE

Quanto à questão específica do anatocismo, a


cobrança de juros sobre juros, seria fastidioso discorrer a
Vossa Excelência sobre o entendimento dos Tribunais quanto a
tal nefasta prática, bastando apontar que o Egrégio SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA já se pronunciou em entendimento sumulado
(Súmula 93), no qual restou assente que só pode haver
capitalização de juros onde há Lei conferindo tais direito,
situações excepcionalíssimas.

JUROS – ANATOCISMO – A capitalização de


juros é admitida apenas nas hipóteses de
leis especiais, que a prevêem expressamente,
tal sucede com as que cuidam das cédulas de
crédito rural, comercial e industrial. A
proibição constante do art. 4º do Decreto
22.626/33 aplica-se também aos mútuos
contratos com as instituições financeiras,
não afetando aquele dispositivos pela Lei nº
4.595/64. (STJ – 3.a Turma; RESP. nº 49.493-
1 RS; Rel. Min EDUARDO RIBEIRO; J. 16/08/94;
v.u.; DJU 12.09.94, P. 23.764, Seção I,
EMENTA: I. A Lei 4.595/64, não afastou a
vedação contida no art. 4º da Lei de Usura,
mostrando-se defeso o anatocismo mesmo nas
operações contratadas por entidades
financeiras. II. Apenas nos casos em que a
Lei específica a autoriza, a capitalização
de juros é admissível(enunciado nº 93 da
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Súmula/STJ). 4º TURMA; Resp. nº 59.416-2SP;


Rel. Min.SÁLVIO DE FIGUEIREDO; J. 18.04.95;
v.u.; DJU 22.05.95, p. 14.418, Seção I
ementa)

Ainda quanto a ilegal capitalização de


juros, temos a súmula 121 do STF.

“É vedada a capitalização de juros, ainda


que expressamente convencionado.”

Assim, verifica-se que restou convencionado


que caberia ao Banco a administração dos lançamentos da conta-
corrente, a qual foi aberta como marco de todo o
relacionamento, sendo que, necessariamente, teria duas
partidas: a) lançamento a crédito dos valores depositados; e,
b)lançamento a débito, na medida em que os cheques emitidos
pela autora fossem cobrados.

Vislumbra-se, portanto, que o Banco-Réu, ao


seu exclusivo critério e conveniência, procedia aos
lançamentos de débitos e créditos originários das operações
periódicas celebradas com o autor, cobrando juros e taxas por
livre deliberação.

Ressalta-se que, sobre os eventuais saldos


devedores diários apurados, o Banco-Requerido, deixou de
cobrar juros às taxas diversas, enfatizando novamente, que
referidas taxas de juros nunca foram pactuadas, ou seja, nunca
houve estipulação entre as partes a respeito de juros.

O método utilizado para verificação do saldo


devedor em conta-corrente, aplicado e usualmente acatado pelas
Instituições Bancárias como correto consiste em: a) no final
do período determinam-se os saldos diários da conta-corrente,
obtidos pela diferença entre débitos e créditos; b) a partir
desses saldos, calculam-se os juros pela taxa pactuada; c) o
total dos juros do período calculados da forma acima, é
incorporado, observado o prazo legal, que no caso é de um ano,
“ex vi” do artigo 4º do Decreto nº 22.626/33.

Esta é a correta natureza jurídica que emana


do relacionamento do autor e do Banco-Réu e que deveria ter
jurídicos sub judice, o que não ocorre, pois o Requerido
apresentou saldo devedor que pretendia receber.

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Ainda para atestar tal inequívoca realidade


sobre a prática da Capitalização dos Juros, torna-se mister
observar o trabalho pericial dos extratos de conta-corrente
(docs. em anexo), onde se poderá constatar o contínuo e
desenfreado débito de juros para, incorporado ao principal,
constituir nova base de cálculo para os juros do período
subseqüente, aliás, sempre se utilizando juros que não foram
expressamente pactuados, e como está comprovado pelo
demonstrativo apresentado.

Ora, calcular uma dívida com a incorporação


diária de juros a uma posição para, subseqüentemente,
novamente calcular-se a posição devedora, fazendo incidir os
juros do novo período é, exatamente, o conceito de
capitalização, que vem sendo vedada pelas recentes decisões de
nossos tribunais.

“CONTRATOS DE ABERTURA DE CRÉDITOS EM CONTA


CORRENTE – Juros- Capitalização Mensal –
Inadmissibilidade – Inexistência de
previsão Legal que arrede a vedação do
anatocismo.
Ementa Oficial: Afasta-se a incidência de
crédito em conta-corrente em razão da
inexistência de expressa autorização legal
que arrede a vedação ao anatocismo, como
ocorre nos créditos rurais, comerciais e
industriais”.

“JUROS – Contrato de abertura de crédito em


conta- corrente.Capitalização.
Inadmissibilidade, Somente nos casos
expressamente autorizados por norma
específica, como no mútuo rural, comercial
ou industrial, é que se admite sejam os
juros capitalizados. (STJ-Resp. 151.922 –
PR - 3º T – Rel. Min. Waldemar Zveiter –DJU
04.05.1998)”.

Pois, bem, o suporte fático apresentado no


paradigma apontado é rigorosamente idêntico a situação
amealhada nestes autos, apontando para soluções análogas.

Nesta linha de raciocínio determinou-se a


elaboração da perícia (doc. Anexo), onde foram aplicadas as
mesmas taxas de juros cobradas pelo Réu, excluindo-se a
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capitalização mensal de juros, e, ainda, excluindo-se as taxas


cobradas sem autorização do autor.

Da exclusão dos itens acima descritos,


apurou-se saldo credor, da ordem de R$ 5.241,22 (cinco mil
duzentos e quarenta e um reais e vinte e dois centavos), em
favor do autor.

Denota-se, então, que jamais o autor seria


devedor, da dívida que consta no saldo do extrato dia
30/11/2005, da importância de RS –692,50 (seiscentos e noventa
e dois reais e cinqüenta centavos), como também há de ser
apurado através de perícia realizada por perito de confiança
deste Juízo, que os saldos devedores apresentados pelo Banco-
Requerido ao longo da relação negocial não eram os devidos.

Importante frisar, que a importância


indicada, foi obtida apenas com a exclusão da ilegal
capitalização mensal de juros e dos débitos não autorizados,
bem como dos pagamentos efetuados, mantida a capitalização
anual na conta-corrente.

DA COBRANÇA INDEVIDA DE DÉBITO NÃO AUTORIZADO

O Banco-Requerido, durante o período ora


pleiteado, cobrou do Requerente, valores referentes a tarifas
e demais encargos de forma indevida, uma vez que não houve
autorização para a realização dessas cobranças.

Valores referentes às siglas totalmente


desconhecidas do Requerente, foram indevidamente debitados em
sua conta-corrente, em razão da inexistência de documentos que
comprovem a autorização para referidos débitos, conforme
podemos observar no parecer técnico ora apresentado.

Assim sendo, uma vez que inexiste


autorização do Requerente, tais valores deverão ser corrigidos
na forma da lei e restituído, afinal a retenção desses valores
por parte do Requerido caracterizar-se-á como locupletamento
ilícita, prática essa defesa pelo nosso ordenamento jurídico.

Pela análise da auditoria realizada podemos


verificar que o Banco-Requerido sempre cobrou quantia a mais
do autor em sua conta-corrente.

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_________________________________________________________________________________________

Assim, respeitosamente, para elucidação das


questões aqui mencionadas, entende o autor necessário, que
seja determinada ao Banco-Requerido a juntada de todos os
documentos atinentes à relação negocial mantida entre as
partes, possibilitando, desta a realização da perícia para
apuração do “QUANTUM” devido, se existente.

DO CRÉDITO DO AUTOR E REPETIÇÃO DO INDÉBITO

A instituição financeira, ao longo da


pactuação, sempre exigiu valores e encargos ilegais e
abusivos, conforme exposto até o momento.Os pagamentos,
efetuados face à enganosa cobrança, devem ser repetidos na
conta-corrente do autor.

Descabe ainda qualquer discussão acerca de


eventuais pagamentos realizados por erro. A repetição de
indébito se viabiliza em face do direito de pagamento a menor,
sendo desnecessária a prova do erro quantitativo.

Assim, os valores decorrentes de Cláusula


Abusiva não podem permanecer com o credor, porque sem causa
legítima o recebimento, cabendo a repetição.Determinada a
revisão do contrato bancário, estabelecidos novos patamares
aos encargos, possível a repetição do indébito
independentemente da prova do erro.

Ainda que não se admita a repetição, por


respeito ao argumento, forçoso é, sucessivamente, reconhecer-
se o direito à compensação daqueles valores que foram exigidos
de forma abusiva e ilegal pelo Banco-Requerido.

Desse modo, face às ilegalidades ora


apontadas, realizadas durante as contratações, os valores que
foram ilegalmente cobrados devem ser compensados ao Autor ante
eventual débito remanescente, ou repetidos, caso, ao final,
reste o requerente credor da Instituição Financeira, o que
certamente ocorrerá.

Cabível a repetição do indébito em caso de


eventual saldo a favor do autor, a fim de evitar-se o
enriquecimento ilícito da Instituição Financeira, ora
Requerido.Possível a repetição do indébito, independentemente
da prova do erro, pois os valores decorrentes de cláusula
abusiva não podem permanecer com o credor, eis que ausente
causa legítima para o recebimento.
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Conforme demonstrado pela perícia


auditorial, o crédito do autor, excluído a ilegal
capitalização mensal de juros, bem como os débitos não
autorizados e capitalização anual na conta-corrente, monta em
R$ 5.241,22 (cinco mil duzentos e quarenta e um reais e vinte
e dois centavos), apenas relativo à conta-corrente de livre
movimentação, quantia esta que deverá ser compensada com
eventual saldo devedor oriundo de outras operações existentes
e ainda pendentes.

DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO

Menciona o parágrafo único do artigo 42 da


Lei 8.078/90, que:

“O consumidor cobrado em quantia indevida


tem direito à repetição de indébito, por
valor igual ao dobro do que pagou em
excesso, acrescido de correção monetária e
juros legais, solvo hipótese de engano.”

É exatamente o caso dos autos Excelência,


pois conforme apurado na auditoria realizada e que será
comprovada pela perícia, o réu cobrou quantias indevidamente
do autor, sendo, desta forma, perfeitamente cabível o
requerimento ora formulado.

Ensina ANTÔNIO CARLOS EFING, in Contratos e


Procedimentos Bancários à Luz do Código de Defesa do
Consumidor, Ed. RT, 1º edição, 2º tiragem, 1999, pág. 216,
que:

“A regra do CDC quanto ao valor Cobrado


indevidamente é preciso, não comportamento
outra interpretação senão conferir ao
consumidor, indevidamente cobrado (pessoa
física ou jurídica), o direito de reaver tal
valor, em dobro, atualizado e acrescido de
juros legais, calculados até a data do
efetivo pagamento”.

E a cobrança foi indevida, porque o réu


capitalizou os juros mensalmente, como demonstrados na perícia
realizada de forma imparcial por perito independente.
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Diante do exposto, respeitosamente, espera e


requer seja o Requerido condenado a ressarcir em dobro o que
efetivamente tiver cobrado indevidamente, acrescido os juros
legais, conforme o quantum “debeatur” apurado em perícia.

DAS PROVAS A SEREM PRODUZIDAS

O autor pretende a produção de todas as


provas em direito admitidas, especialmente:

I- A inversão do ônus probante, de acordo


com o artigo 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor;

II- APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS: A


intimação do Requerido a apresentar nos autos os extratos
referentes aos débitos originados dos contratos em questão,
constantes obrigatoriamente todas as fórmulas, tabelas e
sistemas de cálculo, controle, registro, reajuste,
capitalização por encargos, incidência de taxas, comissões e
remuneração do capital relativo às obrigações oriundas dos
referidos contratos;

III- PERÍCIA: A realização de perícia


Técnico-Contábil e financeira visando apurar os resultados
objetivados, para o fim de comprovar os excessos cometidos,
bem como o valor real de eventual saldo das operações de
créditos existentes entre as partes;

IV- OUTRAS: A juntada de documentos, o


depoimento das partes e, invocando o Princípio Legal,
quaisquer outras provas que se fizerem necessárias, e admitida
em direito.

DOS REQUERIMENTOS

1)-Declarar serem os contratos firmados


entre o Autor e Banco-Réu, contratos de Adesão, conforme

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amplamente exposto, e que seja aplicado ao presente caso as


disposições do Código de Defesa do Consumidor;

2)-Declarar nula a cláusula que determina o


foro de eleição, declarando-se competente para o julgamento da
presente lide;

3)-A citação do réu, na pessoa de seu


Representante Legal, através de diligência do Sr. Oficial de
Justiça, no endereço seguinte endereço Rua: Delegado Pinto de
Toledo, nº 3032, Centro, CEP. 15010-080, Agência 0037, São
José do Rio Preto – Estado de São Paulo, para que querendo,
apresente contestação, no prazo legal, sob pena de revelia e
confissão;

4)-PROCEDÊNCIA DA AÇÃO: A procedência da


presente ação, com a REVISÃO judicial dos contratos, partindo-
se dos valores iniciais originais e observados, CONDENANDO o
Requerido à devolução/restituição ao Requerente dos valores
indevidamente cobrados, e declarando, ao final, o Requerente
como credor da Instituição Financeira, conforme claramente
disposto em Parecer-Técnico ora apresentado;

5)- Seja afastada toda capitalização mensal


dos juros (anatocismo) exigentes, decretando-se a nulidade
(CDC, art. 122; c/c Dec. 22.626/33, art. 4º),e
conseqüentemente, a capitalização mensal continua proibida,
(Súmula 121 do STF e Súmula 93,do STJ).Tal prática e ilegal e
deve ser afastada,computando-se os juros linearmente sobre os
saldos devedores do autor,para a apuração do real saldo
credor, revertendo o saldo em favor dos autores,(Dec.
22.626/33, art. 11);

6)- Seja considerado abusivo o “Spread”


praticado pelo Requerido, com as cominações pertinentes e
correções legais necessárias para o equilíbrio entre as
partes,já que há lei nesse sentido, a Lei 1521/51,artigo 4º
alínea b,estabelece que o lucro patrimonial não pode exceder a
20%,tal norma deve ser aplicada aos contratos
bancários,especialmente aos de cheque especial,porque neles
são praticadas as maiores taxas de juros pelos bancos,que,pela
facilidade de crédito que proporcionam ao cliente,é de rigor a
aplicação da Lei 1521/51,para coibir o lucro abusivo do
banco,não tolerado pela Constituição Federal,limitando-se o
“sporead” bancário a 20%;
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7)- Seja compelido o Requerido a apresentar


todos os contratos/aditamentos referentes à conta-
corrente,respeitar a taxa juro pactuada, até seu vencimento
ora analisada, uma vez que tais documentos não foram
fornecidos ao requerente,e na sua falta aplica juros legais,
em evidente afronta ao Código de Defesa do Consumidor;

8)- Em caso de apresentação de tais


contratos pelo Banco-Requerido, e os mesmos se encontrem de
acordo com a lei, que seja aplicada a taxa de juros disposta
no mesmo, obedecendo ao período de seu vencimento sem
capitalização mensal;

9)- Em caso de não apresentação de tais


instrumentos particulares pelo Requerido, requer, em razão da
ausência de pactuação de taxas de juros mensais, seja
considerada, para efeitos de cálculo,juro sem capitalização e
sem os débitos não autorizados,a taxa de juros (INPC - IBGE +
0,5% ao mês,até 12/02,após 1% ao mês).Conforme explicitado no
Parecer-Técnico, ora apresentado;

10)- Entretanto, em atenção ao Princípio da


Eventualidade, caso não seja esse o entendimento de Vossa
Excelência, o que se admite apenas “ad argumentantum”, requer-
se a aplicação do artigo 406 do Código Civil de 2002, qual
seja, a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de
impostos devidos à Fazenda Nacional, caso não seja apresentado
pelo Requerido os instrumentos particulares firmados com o
Requerente;

11)- Requer seja considerada ilegal a


cobrança de valores referentes aos juros indevidos e débitos
não autorizados pelo Requerente,conforme demonstramos com a
perícia anexa a presente,Quadro I – coluna juros da conta
corrente,mais à coluna débitos não autorizados,(fls.01/38)
com a conseqüente devolução dos mesmos, devidamente corrigido,
na forma da lei;

12)- A condenação do Requerido ao pagamento


das custas processuais e honorários advocatícios, a serem
arbitrados sobre o crédito a ser apurado em perícia e
declarado em sentença;

13)- Ao final, requer seja a AÇÃO JULGADA


PROCEDENTE, para os fins acima especificados, condenando o
Banco-Requerido, ainda, ao pagamento das custas processuais e
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honorários advocatícios, a serem fixados observados os


parâmetros legais.

14)- Seja reconhecido o encadeamento das


operações, todas elas vinculadas à conta corrente de livre
movimentação, com:

A apuração através de perícia Técnico-


Contábil, num plano contínuo e concorde à legislação, a
evolução da dívida litigada enquanto comparado à escala
progressiva de pagamento e débitos efetuados; comprovando os
excessos cometidos e eventuais saldo credor existente em favor
do autor;

a) A repetição de o indébito nos termos do artigo 42,


parágrafo único, da lei 8.078/90, Código de Defesa do
Consumidor, condenando o Banco-Réu a ressarcir em dobro o
que efetivamente tiver cobrado indevidamente, acrescidos
os juros legais, conforme o “quantum debeatur” apurado em
perícia;

15)- Protesta provar o alegado, por todos os


meios de prova em direito admitidos, sem exclusão de nenhuma,
além do depoimento pessoal do Requerido, sob pena de confesso,
oitiva de testemunhas, arbitramentos, juntada de novos
documentos, e tudo o que mais necessário for, ficando assim,
expressamente requerido.

Ante o exposto, requer à Vossa Excelência,


com a juntada aos autos da declaração de pobreza, digne-se em
conceder os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita ao
Requerente, nos termos da lei 1.060/50, artigos 2º e 4º.
Assim, para fins de alçada,considerando que
não há valor econômico definido, e como os documentos que a
instruem,dando-se à causa o valor de R$5.241,22(cinco
mil,duzentos e quarenta e um reais e vinte e dois centavos).

Termos em que,D.R e A. e demais documentos


que a instruem.

Pede Deferimento.

São José do Rio Preto-SP, 09 de Fevereiro de 2006.

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