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Uma das vertentes da antropologia é a Antropologia Interpretativa, também conhecida

como Antropologia Hermenêutica. Essa vertente é recente, apareceu na segunda metade


do século XX, e tem cerca de sessenta anos e o seu fundador é Clifford Geertz. Geertz
olha para as sociedades como se fossem textos, ele lhes faz como análogas à textos, que
devem ser lidos e interpretados.

Emilié Durkheim religião e sociedade


Para Emilié Durkheim a religião e suas cerimonias cumprem um papel social ao colocar várias
pessoas coletivamente em uma celebração. O interesse do sociólogo pela religião seria por ela
apresentar vários rituais, simbologias, e dos efeitos que cada uma delas afeta os indivíduos tanto
socialmente como emocionalmente,.

Antes de ter uma divindade para seguir seus mandamentos, a religião introduz na vida das
pessoas um “sistema de crenças e de práticas” segundo Durkheim, a religião é um fenômeno
coletivo, mas não pode haver crenças moralmente impostas se não tiver um caráter sagrado para
esses seguidores os fazendo distinguir suas atitudes dentro dos rituais coletivos como sagrados,
e algo feito individualmente que a religião seguida não aprova como algo profano.

A ideia de Durkheim é que as pessoas precisam crer em algo para se sentirem completo. Esse é
o papel que a religião tem em sociedade, resultando os sentimentos que são compartilhados por
aqueles seguidores de uma mesma religião, a simbologia que essas religiões carregam estão
muito presentes, algumas até possuem totens em que os seguidores sempre que tem
oportunidade adoram o monumento.

A dualidade do sagrado e do profano para Durkheim é o que faz a religião ter um caráter de
realidade intelectual, e os rituais fazem ter uma força moral, as entidades divinas que fazem o
seguidor viver sabendo dos limites entre o certo e o errado faz com que a sociedade viva com
uma espécie de civilidade, onde quem não segue o que é sagrado é punido por Deus.

RELATIVISMO CULTURAL
Relativismo cultural é uma perspectiva da antropologia que vê diferentes
culturas de forma livre de etnocentrismo, o que quer dizer sem julgar o outro
a partir de sua própria visão e experiência.
A perspectiva do relativismo cultural é uma construção da Antropologia,
idealizada por nomes como Franz Boas, e também utilizado na Sociologia.

Como conceito científico, o relativismo cultural pressupõe que o investigador


tenha uma visão neutra diante do conjunto de hábitos, crenças e
comportamentos que a princípio lhe parecem estranhos, que resultam em
choque cultural.

Relativizar é deixar o julgamento de lado, assim como se afastar da sua própria


cultura a fim de entender melhor o outro.

Um exemplo de aplicação do relativismo cultural em pesquisas


antropológicas pode ser visto no estudo de sociedades tradicionais isoladas de
influências ocidentais. Digamos que em uma tribo da Oceania, as relações de
parentesco sejam pela linha matriarcal, e o irmão da mãe, ou seja o tio, faça o
papel que o pai executa nas sociedades ocidentais.
De forma etnocêntrica, o antropólogo poderia interpretar estes laços como
disformes e criticar em seu trabalho as possíveis consequências sociais e
familiares desta ação.

Mas ao relativizar durante seu trabalho de campo, o pesquisador percebe que


estas relações são apenas diferentes, pois possuem outros sistemas e
processos anteriores que precisam ser levados em consideração.

A fim de fazer uma investigação científica, é indispensável que o pesquisador


livre-se de preconceitos e julgamentos, por isso a prática do relativismo cultural
na Antropologia. Porém o exercício de relativização também pode ser utilizado
pela sociedade como um todo, no dia-a-dia, para entender melhor a posição e
comportamentos dos outros, e estabelecer melhores relações sociais, mais
compreensivas.

O conceito de relativismo cultural passa também pela compreensão da ideia


de alteridade, que é o pressuposto da existência do outro e da diferença em
sociedade.
Etnocentrismo e Relativismo cultural
O conceito de relativismo cultural pode ser considerado o exato oposto
do etnocentrismo.
A visão etnocêntrica coloca a sua própria cultura como ponto de comparação
com as outras. Por outro lado, o relativismo vai usar o choque cultural para
problematizar a questão de certo e errado, tentando entender a diversidade e
como ela é manifestada por diferentes sistemas simbólicos e práticas de outras
sociedades.

Lévi Strauss
l Sua tese básica aplicação da estrutura da linguagem, como fruto de produto
da evolução cultural, existe uma lógica comum que se aplica a toda
processualidade da linguagem de um determinado povo.
Ele defende o método estruturalista com a defesa do mesmo em aplicação a
antropologia, particularmente a questão da linguagem, a estrutura comum da
língua e os mecanismos dos funcionamentos dos mundos ideológicos.
Ninguém desenvolve uma determinada linguagem fora do contexto social da
produção da mesma, motivo do mecanismo do estruturalismo. Com efeito, o
homem é sempre pelo menos em parte, referi se a linguagem como fenômeno
da complexidade, produto do meio.
Portanto, para Strauss sendo essa a explicação do fundamento da linguagem
como produto político social, a problemática para as Ciências humanas, é
naturalmente uma questão de linguagem, como a mesma ajuda na formulação
dialética do mundo cultural.
A linguagem para Strauss deve ser entendida no modelo complexo, incluído
inclusive sistema não verbal, todo sistema de signo, hoje a relação evolutiva
com diversos fatores interdisciplinares.
É importante entender as estruturas mais profundas da linguagem, o mundo
ideológico que funciona na razão como determinação dos comportamentos, o
que disse de certo modo o neurocientista Antonio Damásio, o homem é o
próprio cérebro, motivo pelo qual a razão pode ser extremamente perigosa.
Strauss vai além de manifestações superficiais, busca compreender a
complexidade da estrutura cerebral da pessoa, não apenas pelo mecanismo de
compreensão do subconsciente, procura entender o modo de pensar de uma
comunidade pelo caminho da aplicação do método fundamentado na
etimologia entendida a procedimentos geológicos.
Na verdade quando uma pessoa ou comunidade estrutura sua lógica de
pensar, fundamentada em diversos fatores, por exemplo, se uma pessoa não é
ética, comportamentos inadequados, a situação da estrutura do cérebro aplica
se em todas as situações que favorecem suas ações cerebrais.
Quem rouba, o roubo é uma lógica aplicativa, do mesmo modo a pedofilia,
como qualquer outra forma de comportamento. É muito difícil à mudança da
estrutura cerebral as formas dos comportamentos, permanecem na sistêmica
estrutural da mente, as dificuldades de superação das ideologias.
Pessoas de determinadas culturas acreditam que Jesus Cristo seja Deus,
outras culturas acreditam em forcas espirituais não ligadas ao cristianismo, do
mesmo modo um marxista imagina que na sociedade socialista não haverá
miséria, outras estruturas cerebrais que o liberalismo é o caminho para o bem
estar social.
Todas essas formas de manifestações são estruturas culturais mentais e
cerebrais, o homem por mais culto, não consegue se libertar desses princípios,
do mesmo modo que Karl Popper não conseguiu fugir do entendimento da sua
teoria da refutabilidade ou Einstein da sua epistemologia relativista.
Exatamente isso que o estruturalismo mostra como lógica funcional da
linguagem e, sobretudo do mecanismo da razão instrumentalizada, a
linguagem é o instrumento funcional do cérebro.
Strauss procura mostrar que em nível do senso comum, existem manifestações
culturais nas mais diversas sociedades na perspectiva de um sistema
construído, revelando a forma de agir, de vestir e de compreender o mundo,
complexidades de manifestações.
As estruturas de parentesco ou de um modelo político econômico, esses
modos fundamentais são entendidos por caminhos determinados por uma
sintaxe a ser decifrada por uma analise estruturalista da linguagem e do
cérebro, pois os mesmos produzem e condicionam o comportamento humano.
Para Strauss o homem se torna homem na medida em que ele vive numa
sociedade, pertence a uma cultura, mas hoje a sociedade é diversificada e o
homem culto, pode ser apenas produto de uma instituição e não da sociedade,
na medida que adere determinadas ideologias ou métodos indutivos aplicados
a empiria.
Exatamente por esse motivo que Edjar resolveu criar o seu método, que é por
natureza muito elitista do ponto de vista da concepção, ou seja, do seu
entendimento teórico. O que denomina da segunda razão construída.
O homem sempre fala e entende o mundo pelas primeiras razões, em acordo
com a lógica estruturalista de cada uma delas, o que provoca na mente
humana, um grande mecanismo de alienação e por outro lado, transforma o
homem em imbecil na medida em que sua visão de mundo é uma projeção da
sua estrutura sistêmica mental.
O que é a segunda razão construída método proposto por Edjar, uma razão
vazia, não ideológica, que não deixa o cérebro agir pelos os mecanismos das
primeiras razões, ao entender um determinado fenômeno.
A segunda razão construída, é aquela que não deixa as primeiras razões
projetarem suas ideologias como se fossem verdades ao entendimento das
coisas ou da análise de um determinado fenômeno. Cada sistema em si, tem
alguns aspectos da verdade, mas não a totalidade, sendo que muitos sistemas
representem apenas ilusões.
Então a função da segunda razão é o uso adequado dos aspectos positivos
das primeiras razões, para o entendimento não projetivo de uma análise,
sabendo que nem sempre as primeiras razões são aproveitáveis.
O homem não ideológico, precisa necessariamente desenvolver a estrutura
sistêmica mental, no uso essencial da razão construída, esse é o método
proposto, no entendimento temos que relativizar as consciências produzidas
por mecanismos estruturais alienatários, pois os referidos não ajudam em
nada ao desenvolvimento das civilizações.
Edjar Dias de Vasconcelos.

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