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Universidade Federal do Ceará

Centro de Tecnologia

Departamento de Arquitetura e Urbanismo e Design

FICHAMENTO
CHARLESON, Andrew W.​ A Estrutura Aparente - Um Elemento de Composição
em Arquitetura. Cap. 8: Estrutura e Luz. ​Porto Alegre: Editora Bookman, 2009.

Bárbara Bessa Luz Simeão 402855

Letícia Coutinho Marques 404314

Romário da Silva Antunes 406800

Sistema Estruturais II

Bruno de Paiva Y Raviolo

Fortaleza

2019
O autor inicia o texto citando Van Meiss em sua frase “a Arquitetura é a arte de
localizar as fontes de luz no espaço”. A partir disso, é possível refletir como a luz é
um elemento muito importante no projeto e fundamental para o funcionamento do
programa. Charleson disserta sobre como nem sempre foi fácil garantir grandes
esquadrias como hoje em dia, e que aberturas necessariamente significavam a
ausência de estrutura, quando a vedação ainda era estrutural. Com isso, aberturas
eram necessariamente pontos de fragilidade estrutural e que deveriam ser muito
bem pensadas. Hoje, com todo o avanço tecnológico é possível criar uma série de
soluções de aberturas e elementos estruturais que agregam valor ao projeto e que
devem estar muito bem definidos nas escolhas projetuais.

Acerca da otimização da luz natural que adentra o espaço interno, Charleson


aponta que “Cálculos simples nos mostram que se substituirmos um tirante por dois
de menor diâmetro, com força conjunta igual à do tirante original, a área de silhueta
estrutural é reduzida em cerca 30%. Com quatro tirantes, esta redução chega a 50%
– quanto maior o número de elementos, mais luz, porém mais complexidade visual”.
Este pensamento é empregado para exemplificar como os elementos estruturais
podem ser reduzidos em dimensão, porém aumentados em quantidade, uma vez
que o objetivo seja tornar o ambiente mais permeável à luz, já que sua silhueta
estrutural diz respeito ao tanto de sombra que o sistema estrutural produz no
edifício. Essa característica pode ser maléfica ao projeto, e por isso procura-se
otimizar a iluminação, mas também pode ser benéfica, necessitando apenas seguir
o mesmo pensamento, mas em sentido inverso, de modo que o emprego de menos
elementos estruturais, consequentemente de maiores dimensões, produzam mais
sombra.

Muitas vezes, segundo o autor, a estrutura pode manipular o ingresso de luz


dentro da edificação, podendo, assim, diminuir sua intensidade para que o ambiente
mantenha uma iluminação adequada ou, ainda, podendo promover a reflexão desta
iluminação, destacando a estrutura e espalhando luz por todo o interior. Tais
escolhas variam de acordo com o programa e com a intenção de cada planejador,
mas o que o autor tenta passar, é a mensagem de que a estrutura e a iluminação
podem trabalhar conjuntamente, pois, segundo ele, a estrutura ainda é vista como
delimitadora da luz, pois, dentro desta lógica, a iluminação só pode entrar em
vazios, que seriam locais sem estrutura ou outras vedações, logo a estrutura
barraria a entrada da luz, sendo um empecilho para a existência desta na edificação.
Existem atualmente algumas edificações que se fazem da luz para destacar a
estrutura, dando-a mais visibilidade e contribuindo, também, com iluminação ao
ambiente, apesar dos muitos exemplos dados no texto, um tipo de obra se faz bem
recorrente durante o exposto, as igrejas. Muitas destas se utilizam já há muito tempo
da luz para destacar a estrutura, que, muitas vezes, são aparente. Estruturas como
os arcos e abóbadas viram destaque com o efeito criado nas igrejas góticas além
dos vitrais que irradiam o interior das naves com grandes feixes de luz. Além destas
mais antigas, outra igreja que se usa do mesmo elemento mas de uma maneira
mais moderna é a igreja da luz, que, de um modo conceitual, rasga a estrutura e
deixa a iluminação alcançar o altar e promover toda a emoção aos usuários,
demonstrando a importância do trabalho em equipe destes dois elementos
arquitetônicos.

Bárbara:

Charleson traz uma vasta discussão projetual sobre a apropriação da


iluminação no edifício por meio da estrutura, a qual é bastante visualizada devido
aos numerosos exemplos dados ao longo do texto. Mesmo nas explicações dos
exemplos mais técnicos e complexos, o autor enfatiza características como esbeltez
das estruturas, ritmo e maior quantidade de elementos estruturais menores que
substituem maiores, e expressão de leveza e de elegância. Essa frisagem instiga a
reflexão acerca de soluções estruturais cristalizadas, uma vez que se pode obter um
resultado formal diferenciado quando se arrisca a calcular possibilidades estruturais
pouco utilizadas. Dessa forma, entende-se o porquê projetar considerando a
iluminação como uma variável à estrutura, tanto quanto deseja-se maior abertura
lumínica, quanto deseja-se mais silhueta estrutural (sombra). Por fim, é relevante
ressaltar que mesmo que o autor trabalhe com exemplos internacionais, os quais
abusam da possibilidade de iluminação natural, no nosso contexto é necessário
filtrar soluções estruturais geniosas e esteticamente agradáveis das
confortavelmente projetadas para nossa realidade local.

Letícia:

O autor exemplifica bem sobre como a estrutura pode ser usada como uma
espécie de esqueleto, permitindo que a luz a atravesse e crie vários tipos de efeitos
estéticos no projeto. Usar certos tipos de sistemas estruturais como treliças
envidraçadas que funcionam como uma forma de clarabóias em fita, permite agregar
grande valor simbólico da obra pela maneira como o edifício se abre para a luz
natural do ambiente. Há também a possibilidade de trabalhar juntas estruturais,
quando a modulação deixa vazios que se articulam e permitem encaixar esquadrias,
abrindo o edifício para entradas de luz zenital, como acontece na rodoviária
Engenheiro João Thomé, em Fortaleza. Em geral, a luz entra pelo edifício através de
aberturas na vedação ou na coberta, saber como direcionar essa luz dentro do
projeto para deixar certos ambientes através da estrutura, para criar uma certa
dramaticidade e um contraste entre os lugares da obra, pode dar um valor muito
mais sofisticado e elegante que apenas investir em iluminação artificial direcionada.

Romário:

É bastante interessante o modo como ele aborda a forma que a estrutura e a


luz se relacionaram durante os anos, o primeiro exemplo que vem a mente com a
junção desses dois elementos arquitetônicos é a Rodoviária de Jaú, que trabalha o
pilar como um receptáculo de iluminação natural que invade o interior, dando
destaque a estrutura bem diferente presente na edificação. Além disso, algo que ele
comenta no texto faz o leitor pensar sobre o modo como a maioria dos arquitetos e
planejadores do espaço trabalham em seus projetos, pois durante o planejamento,
primeiramente é pensado em iluminação natural e até no conforto térmico e, então,
só depois disso, é que os mesmos desenvolvem o estudo de estrutura e o modo
como ela se encaixa no projeto, como se tais elementos fossem distintos e
trabalhassem de forma incomunicável, o que o capítulo prova não ser essa a
verdade absoluta, além de argumentar diversas formas de entrelaçar eles, mostra
também diversas obras já existem que exemplificam principalmente o destaque que
a luz incidente pode oferecer a estrutura.

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