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ANO II • Nº 15

SETEMBRO DE 2010

Componentes de freios
Características dos
materiais de atrito
O coeficiente de atrito é o fator mais importante
num material de atrito. O seu valor deve manter-se
praticamente constante, numa determinada faixa de
temperatura.
A estabilidade de atrito é um fator primordial em
função da temperatura, velocidade, pressão e fatores
externos. Não necessariamente a falta de freio é
culpa do material de atrito, podendo ser falha do
sistema (hidráulico ou a ar).

Recuperação

Dicas
Todo material de atrito, quando submetido a
trabalho em temperaturas elevadas, até 350 oC,
por exemplo, apresenta redução no seu coeficiente
de atrito. Esta redução de atrito, entretanto, deve
O Freio para a roda e o chão para o veículo:
manter-se dentro de limites toleráveis, de modo que
o conjunto ainda apresente uma boa eficiência. quando o veículo se movimenta, suas rodas giram.
Por incrível que pareça, a função do freio não
Durabilidade é fazer o carro parar, e sim diminuir a rotação
A vida útil do material de atrito é um fator da roda até fazê-la parar de girar. Suponhamos
muito importante. O fator isolado que governa a que um carro tenha os freios funcionando
durabilidade dos materiais de atrito é a temperatura.
perfeitamente, mas esteja com pneus ruins
Os materiais de atrito são aglutinados por resinas
(carecas) e trafegando em pista molhada. Após o
orgânicas, impondo limitações na sua temperatura
de utilização e, caso os freios os embreagens acionamento dos freios, é garantido que as rodas
sejam operados constantemente em temperaturas irão parar, mas não é garantido que o veículo irá
elevadas, o desgaste dos materiais de atrito é parar junto com as rodas.
acelerado.
02 Componentes de freios

Componentes
Cilindro Mestre
É através do cilindro mestre que o processo de frenagem é ativado e
controlado. Ao acionarmos o pedal de freio, o pistão comprime o fluido
que se encontra na câmara de compressão, gerando pressão em todo o
círculo hidráulico do sistema.

Cilindro de Roda
Quando o freio é acionado, o fluido pressiona os êmbolos, que
empurram as sapatas contra o tambor.

Pinça de Freio
Equipamento que necessita de um disco para que adicionado, o êmbolo
possa a pressionar as pastilhas contra o disco, ocasionando o atrito.

Servo Freio
É um equipamento destinado a proporcionar ao motorista um maior Líquido de freio
conforto no acionamento do pedal de freio. O servo freio se utiliza da Fluido com especificações de viscosidade e temperatura de ebulição
pressão atmosférica, combinado com o vácuo gerado pelo motor, para controladas (especificação: DOT), devido à segurança do sistema e aos
aumentar a força exercida sobre o pedal. intensos esforços térmicos. Possui uma característica higroscópica, ou
seja, com a exposição a atmosfera (através do reservatório de fluido de
Disco de Freio freio), absorve vapor d´água com o tempo. Com a absorção de água,
a temperatura de ebulição do fluido diminui, sendo mais suscetível
Peça metálica com superfície plana e paralela para facilitar e resistir à
a criar “bolhas” nas linhas de freio, quando o freio é utilizado em
compressão das pastilhas exercida pelo sistema hidráulico.
temperaturas elevadas. Logo, como a compressibilidade de um fluido
com bolhas é maior que um fluido sem bolhas, parte do curso de pedal
Linhas de freio exercido pelo motorista será desperdiçado para comprimir o fluido e,
São desenhadas e fabricadas para resistir a altas pressões de trabalho,
então, o motorista terá a sensação de um curso de pedal mais longo. O
condições extremas de corrosão (maresia) e rotas adequadas que não
desenvolvimento dos sistemas de freio da Chevrolet considera os mais
tenham interferência com outros componentes e possam danificar com
rigorosos testes de frenagem, sob temperaturas elevadas (descidas de
o tempo. São fabricadas de aço e sob rigoroso controle de qualidade. A
serra, por exemplo) por longo período de tempo. Com isso, recomenda-
vedação entre as conexões é controlada rigorosamente, com design e
se, para segurança, que o fluido de freio seja trocado conforme o manual
torque controlados e junções de acordo com as normas internacionais
do usuário.
(DIN, ISO, JASO, etc.).

Sistemas de freio
Freio Hidráulico
Distribui a força por meio de pressão em um líquido, agindo nas Retífica de Discos
sapatas por meio de pistões. As superfícies de atrito dos discos de freio atuam diretamente sobre
a vida útil das pastilhas. Trincas, fissuras térmicas e sulcos devem
Freio a Disco ser removidos por usinagem dessas superfícies toda vez que forem
Neste freio, a força de frenagem é obtida pressionando-se duas sensíveis ao tato. Por outro lado, os discos de freio só devem ser
pastilhas contra o disco de freio. É necessário que o disco seja usinados até o limite de segurança recomendado pelos fabricantes.
submetido, nas duas faces laterais, a forças iguais com o objetivo de Recomenda-se a substituição dos mesmos, toda vez que a espessura
não desgastar desigualmente o disco e as pastilhas. real do disco for igual ou inferior à dimensão gravada no próprio disco.
Componentes de freios 03

Problemas de dirigibilidade
Espelhamento
das Pastilhas
Por excesso de temperatura no sistema, no
início da vida útil das pastilhas pode acontecer
Líquido de Freio o espelhamento. Geralmente isso pode
Por ser higroscópico, o líquido de freio
ser evitado com o pré-assentamento entre
absorve água no sistema hidráulico,
pastilhas e discos, ou através da manutenção
principalmente quando está sujeito
completa no sistema. O sistema de freios deve
a grandes esforços. Descida de serra
ser revisado periodicamente, conforme orienta
e trânsito intenso, por exemplo, são
o manual do proprietário. A espessura mínima
situações que geram superaquecimento
nas pastilhas é de 2mm, e nas lonas é de Pedal do Freio
nos freios, elevando a temperatura a mais O percurso do pedal não
0,5mm acima dos rebites.
de 150oC, podendo formar bolhas de ar no deve ser maior que 5,0cm ou
sistema de freios. Isso pode gerar deficiência 2,5cm em carros com servo-freio.
nos freios, levando o motorista a pisar em Quando o pedal estiver muito baixo ou
falso no pedal. A troca do líquido deve ser não houver resistência, pode haver falha no
circuito hidráulico ou formações de bolhas
efetuada conforme recomendação do nosso
de ar no sistema. Se o pedal ficar duro/
manual do proprietário. pesado, é sinal que o servo-freio deixou de
atuar por algum problema.
Com o carro ligado, coloque o pé no freio
com esforço médio por 15 segundos: se o
pedal não se mover, é sinal de que o freio

Dicas está em boas condições.

Sempre que trocar pastilhas ou lonas: faça retífica Se as Rodas Traseiras Travam: o veículo perde
nos discos ou tambores, ou troque-os, para que estabilidade e pode derrapar. Uma má aplicação
possa haver um melhor assentamento, melhorando ou desgaste das pastilhas dianteiras, ou ainda um
a eficiência nas frenagens, aumentando a vida útil defeito nos cavaletes do freio dianteiro, pode ser a
de pastilhas e lonas, eliminando ruídos. causa.

Se as Rodas Dianteiras Travam: o veículo segue Estabilidade e Derrapagens: o veículo deve


sua trajetória e perde dirigibilidade. A causa pode manter sua trajetória nas frenagens. Quando isso
estar em pastilhas ou lonas traseiras aplicadas não ocorre, há falha em um dos lados no sistema
de maneira errada; desgastadas ou com óleo; de freios, podendo ser: pistões dos cilindros
regulador de freio mal ajustado; disco ou tambor presos, discos defeituosos ou gastos, pastilhas
desgastado ou defeituoso e problema no circuito com aplicação errada, desgastadas, com óleo ou
hidráulico traseiro. espelhadas.
04 Componentes de freios

Avarias mais comuns nos freios


SINTOMA CAUSA CORREÇÃO
Apertar o pedal de freio levemente, com o carro em movimento, para as lonas
Lonas molhadas.
secarem.
Ar no circuito. Fazer sangria.
Baixa pressão no fluído de freio. Verificar o nível do fluído e vazamento.
Lonas gastas, exigindo que o Muita folga entre o tambor e a lona. Fazer uma regulagem. Se o defeito
pedal seja apertado várias vezes continuar, trocar as lonas. Verificar os retentores e fazer o teste de vazamento de
para o freio pegar. fluído.
FALTA DE EFICIÊNCIA Diafragma vazando. Substituir o diafragma.
Graxa nos tambores, retentores A graxa deve ser retirada com álcool industrial. Não usar tinner, nem gasolina,
avariados ou vazamento de que podem alterar a resistência das lonas. Verificar os retentores e fazer o teste
líquido. de vazamento de fluído.
Lonas inadequadas. Deve-se substituí-las.
Lona frouxa ou fora de centro. Substituir as lonas obedecendo aos critérios de rebitagem.
Lonas contaminadas por graxa,
Trocar as lonas e corrigir possíveis vazamentos de líquidos.
óleo ou líquido de freio.
Furos na tubulação ou Com o carro parado, apertar o pedal de freio com força e examinar todas as
VAZAMENTO DE LÍQUIDO
mangueiras flexíveis. junções das mangueiras flexíveis e tubulação de todo circuito.
Qualidade do fluído de freio. Trocar o fluído.
Borracha dos cilindros gastas. Trocar as borrachas.
FOLGA EXCESSIVA NO PEDAL
Beiradas das mangueiras
Verificar e trocar as mangueiras flexíveis.
flexíveis inchadas ou rachadas.
Não há folga entre a sapata e o
Ajustar a folga entre a lona e o tambor.
tambor.
Se o problema for somente nas rodas traseiras, é possível que o freio de mão
Freio de mão. esteja desregulado e forçando a lona contra o tambor, mesmo quando a alavanca
FREIOS AQUECEM não estiver puxando.
Uso de calotas inadequadas. Retirar as calotas.
Válvula de retorno avariada. Não abre depois da aplicação dos freios. Desobstruir
Fluído não retorna.
os orifícios das tubulações entupidos.
Falta de fluído. Verificar vazamentos ou desgaste das pastilhas e trocar o fluído.
Ar na canalização. Fazer sangria.
PEDAL BAIXO
Mangueiras flexíveis fracas: se
Trocar as mangueiras.
expandem facilmente.
Mecanismo do pedal ou
alavanca de acionamento do Verificar o mecanismo do pedal e da alavanca.
cilindro mestre engripado.
PEDAL NÃO RETORNA
Pistões dos cilindros presos. Corrigir o defeito deixando os pistões com movimento livre.
Flexíveis dobrados e conexões
Substituir os flexíveis e as conexões.
quebradas.
Lonas ou pastilhas envidradas. Trocar as molas. Trocar lonas ou pastilhas.
FREIOS BARULHENTOS
Lona molhada. Secá-la, comprimindo o pedal com o carro em movimento.

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