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Livro Eletrônico

Aula 00

Passo Estratégico de Direito Constitucional p/ Policial Federal (Delegado)

Professores: João Maurício, Tulio Lages

00000000000 - DEMO
Passo EstratŽgico Ð Cespe/PF
Direito Constitucional p/ Delegado
Analista Tœlio Lages

Princ’pios fundamentais.

Apresenta•‹o ............................................................................1
Introdu•‹o ................................................................................2
An‡lise Estat’stica .....................................................................2
An‡lise das Quest›es ................................................................3
Orienta•›es de Estudo (Checklist) e Pontos a Destacar............10
Question‡rio de Revis‹o...........................................................11
Anexo I Ð Lista de Quest›es ....................................................20
Refer•ncias Bibliogr‡ficas .......................................................22

Apresenta•‹o

Ol‡!
Meu nome Ž Tœlio Lages e, com imensa satisfa•‹o, serei o analista de
Direito Constitucional do Passo EstratŽgico!
Para conhecer um pouco sobre mim, segue um resumo da minha
experi•ncia profissional, acad•mica e como concurseiro:

Coordenador e Analista do Passo EstratŽgico - disciplinas: Direito Constitucional e


Administrativo.
Coach do EstratŽgia Concursos.
Auditor do TCU desde 2012, tendo sido aprovado e nomeado para o mesmo cargo nos
concursos de 2011 (14¼ lugar nacional) e 2013 (47¼ lugar nacional).
Ingressei na Administra•‹o Pœblica Federal como tŽcnico do Serpro (38¼ lugar, concurso
de 2005). Em seguida, tomei posse em 2008 como Analista Judici‡rio do Tribunal
Superior do Trabalho (6¼ lugar, concurso de 2007), onde trabalhei atŽ o in’cio de 2012,
quando tomei posse no cargo de Auditor do TCU, que exer•o atualmente.
Aprovado em inœmeros concursos de diversas bancas.
Graduado em Engenharia de Redes de Comunica•‹o (Universidade de Bras’lia).
Graduando em Direito (American College of Brazilian Studies).
P—s-graduado em Auditoria Governamental (Universidade Gama Filho).
P—s-graduando em Direito Pœblico (PUC-Minas).

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Estou extremamente feliz de ter a oportunidade de trabalhar na equipe


do ÒPassoÓ, porque tenho convic•‹o de que nossos relat—rios e
simulados proporcionar‹o uma prepara•‹o DIFERENCIADA aos nossos
alunos!
Nosso curso contar‡, ainda, com a (super!) colabora•‹o do professor
Jo‹o Maur’cio nos coment‡rios das quest›es!
O professor Jo‹o Maur’cio Ž Auditor do Estado de S‹o Paulo, bacharel
em Direito, aprovado e nomeado para Analista em Finan•as Pœblicas de
S‹o Paulo, Analista Previdenci‡rio de S‹o Bernardo do Campo, tŽcnico
do TRE-SP, TRF-SP e TRT-SP.
...
Ser‡ uma honra ajudar voc•s a alcan•ar a aprova•‹o no concurso para
o cargo de Delegado na Pol’cia Federal (PF), que ser‡ realizado pela
banca Cespe.
Ent‹o, sem mais delongas, vamos ao relat—rio propriamente dito?!

Introdu•‹o

Ol‡!
Este relat—rio aborda o(s) assunto(s) ÒPrinc’pios fundamentais.Ó
Com base na an‡lise estat’stica (t—pico a seguir), conclu’mos que o
assunto possui import‰ncia baixa.
Boa leitura!

An‡lise Estat’stica

Para identificarmos estatisticamente quais assuntos s‹o os mais


cobrados pela banca, classificamos todas as quest›es cobradas em
provas de n’vel superior (exceto as que exigiam forma•‹o espec’fica em
Direito) realizadas pelo Cespe desde 2008, em concursos da esfera
federal.
Com base na an‡lise estat’stica das quest›es colhidas (por volta de
372), temos o seguinte resultado para o(s) assunto(s) que ser‡(‹o)
tratado(s) neste relat—rio:

% aproximado de cobran•a
em provas de n’vel superior Ð
Assunto
Direito realizadas pelo CESPE
desde 2008

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Princ’pios Fundamentais 0,5%


Tabela 1

Com base na tabela acima, Ž poss’vel verificar que, no contexto das


provas do Cespe para cargos de n’vel superior Ð Direito, que o assunto
ÒPrinc’pios fundamentais da RFBÓ possui import‰ncia baixa, j‡ que foi
cobrado em 3,9% das quest›es.
...
ƒ importante destacar que os percentuais de cobran•a, para cada tema,
podem variar bastante. Sendo assim, adotaremos a seguinte
classifica•‹o quanto ˆ import‰ncia dos assuntos:

% de cobran•a Import‰ncia do assunto

AtŽ 1,9% Baixa

De 2% a 4,9% MŽdia

De 5% a 9,9% Alta

10% ou mais Muito Alta

An‡lise das Quest›es

O objetivo desta se•‹o Ž procurar identificar, por meio de uma amostra


de quest›es de prova, como a banca cobra o(s) assunto(s), de forma a
orientar o estudo dos temas.
1.(Cespe/2017/PGE-SE/Procurador) Quanto ˆ forma, o Estado
brasileiro Ž classificado como
a) democr‡tico, embasado no princ’pio da igualdade.
b) republicano, fundamentado na altern‰ncia do poder.
c) republicano, sendo essa forma protegida como cl‡usula pŽtrea.

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d) Estado democr‡tico de direito.


e) federativo, sujeito ao princ’pio da indissolubilidade.

Gabarito: ÒEÓ
Sobre o mesmo tema, veja a quest‹o que caiu no concurso da Pol’cia
Federal de 2014: ÒA Repœblica Federativa do Brasil, formada pela
uni‹o indissolœvel dos estados, munic’pios e Distrito Federal (DF),
adota a federa•‹o como forma de EstadoÓ. Gabarito: ÒCERTOÓ
A Repœblica Ž forma de governo.
A Federa•‹o Ž forma de estado.
A Democracia Ž regime de governo.
O Presidencialismo, que n‹o est‡ no art. 1¼, Ž sistema de governo.
A Repœblica est‡ presente em nosso pa’s desde 15 de novembro de
1.889, tendo sido consagrada na Constitui•‹o de 1.981 e em todas as
outras. Ela se caracteriza pela altern‰ncia de poder, presta•‹o de
contas e eletividade dos representantes.
A Repœblica e a democracia, embora n‹o sejam cl‡usulas pŽtreas,
est‹o dentro do nœcleo denominado princ’pios sens’veis.
Art. 34. A Uni‹o n‹o intervir‡ nos Estados nem no Distrito
Federal, exceto para:
(...)
VII - assegurar a observ‰ncia dos seguintes princ’pios
constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime
democr‡tico;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) presta•‹o de contas da administra•‹o pœblica, direta e
indireta.

A Federa•‹o pressup›e v’nculo indissolœvel das entidades


descentralizadas com o ente central. Ela Ž t‹o importante que foi
al•ada como cl‡usula pŽtrea, nos termos do art. 60, 4¼, da CF/88.
Art. 60. (...)
¤ 4¼ N‹o ser‡ objeto de delibera•‹o a proposta de emenda
tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e peri—dico;
III - a separa•‹o dos Poderes;

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IV - os direitos e garantias individuais.

A Federa•‹o brasileira originou-se de um Poder Central que se


descentralizou, concedendo autonomia pol’tica aos entes federativos,
por isso, ela Ž chamada de federa•‹o centr’fuga.
a) Democr‡tico Ž o regime de governo e n‹o a forma de Estado.
b) Repœblica Ž a forma de governo.
c) Repœblica Ž a forma de governo e, diferentemente do federalismo
que Ž cl‡usula pŽtrea, ela n‹o Ž.
d) Somos um Estado democr‡tico de Direito, mas isso n‹o quer dizer
que esta Ž a nossa forma de Estado. Estado democr‡tico de Direito
significa dize que somos regidos e que devemos obedi•ncia ˆs leis
elaboradas pelos nosso pa’s, mediante representantes eleitos.
e) A forma de Estado adotada no Brasil Ž o federalismo.
2.(Cespe/2013/AGU/Procurador) Considerando os fundamentos do
Estado federal brasileiro e o princ’pio da separa•‹o dos poderes, julgue
os pr—ximos itens.
S‹o fundamentos constitucionais da Repœblica Federativa do Brasil,
entre outros, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

Gabarito: ÒCERTOÓ
Os fundamentos da Repœblica est‹o previstos no art.1¼, da CF/88.
Art. 1¼ A Repœblica Federativa do Brasil, formada pela uni‹o
indissolœvel dos Estados e Munic’pios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democr‡tico de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo pol’tico.

3.(Cespe/2018/PC-MA/Investigador)Acerca dos princ’pios


fundamentais previstos na CF, julgue os itens a seguir.
I O poder que emana do povo ser‡ exercido somente por meio de seus
representantes eleitos.
II O Brasil rege-se, nas rela•›es internacionais, pelos princ’pios da
interven•‹o e da negativa de asilo pol’tico.
III S‹o objetivos fundamentais da Repœblica Federativa do Brasil a
erradica•‹o da pobreza e da marginaliza•‹o e a redu•‹o das

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desigualdades sociais.
IV A Repœblica Federativa do Brasil visa ˆ forma•‹o de uma
comunidade latino-americana de na•›es por meio da integra•‹o
econ™mica, pol’tica, social e cultural dos povos da AmŽrica Latina.
Est‹o certos apenas os itens
a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.

Gabarito: ÒCÓ
I) O par‡grafo œnico do art. 1¼, da CF/88, estabelece a democracia no
Brasil ao asseverar que todo poder emana do povo que, o exerce por
meio de representantes eleitos ou diretamente.
Art. 1¼ A Repœblica Federativa do Brasil, formada pela uni‹o
indissolœvel dos Estados e Munic’pios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democr‡tico de Direito e tem como
fundamentos:
Par‡grafo œnico. Todo o poder emana do povo, que o exerce
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos
termos desta Constitui•‹o.

Nota-se que o Brasil adota a democracia do tipo semidireta, j‡ que ela


ser‡ exercida por meio de representantes eleitos pelo povo, democracia
indireta ou representativa, havendo mecanismos de participa•‹o direta,
atravŽs do plebiscito, referendo e da iniciativa popular, tambŽm
chamada de democracia participativa.
Assim, a assertiva est‡ errada, j‡ que a democracia no Brasil Ž do tipo
semidireta.
II) Claro que n‹o! (rs)
Os princ’pios que regem a RFB em suas rela•›es internacionais s‹o:
Art. 4¼ A Repœblica Federativa do Brasil rege-se nas suas
rela•›es internacionais pelos seguintes princ’pios:
I - independ•ncia nacional;
II - preval•ncia dos direitos humanos;
III - autodetermina•‹o dos povos;
IV - n‹o-interven•‹o;
V - igualdade entre os Estados;

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VI - defesa da paz;
VII - solu•‹o pac’fica dos conflitos;
VIII - repœdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - coopera•‹o entre os povos para o progresso da
humanidade;
X - concess‹o de asilo pol’tico.

Veja que nos incisos IV e X, a n‹o-interven•‹o e a concess‹o de asilo


pol’tico integram o rol dos mencionados princ’pios.
III) Est‡ correta, sen‹o vejamos:
Art. 3¼ Constituem objetivos fundamentais da Repœblica
Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solid‡ria;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginaliza•‹o e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
ra•a, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discrimina•‹o.

IV Ð A assertiva est‡ correta nos termos no par‡grafo œnico, art. 4¼, da


CF/88.
Cuidado com as 4 palavras: Òecon™micaÓ, Òpol’ticaÓ, ÒsocialÓ e ÒculturalÓ
bem como ÒAmŽrica LatinaÓ. ƒ comum as bancas trocarem ou inserirem
outras que n‹o est‹o expressamente previstas na CF/88.
Art. 4¼ (...)
Par‡grafo œnico. A Repœblica Federativa do Brasil buscar‡ a
integra•‹o econ™mica, pol’tica, social e cultural dos povos da
AmŽrica Latina, visando ˆ forma•‹o de uma comunidade
latino-americana de na•›es.

4.(Cespe/2016/PC-GO/Escriv‹o) Assinale a op•‹o que apresenta


um dos fundamentos da Repœblica Federativa do Brasil previsto
expressamente na Constitui•‹o Federal de 1988.
a) valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
b) autodetermina•‹o dos povos
c) igualdade entre os estados
d) erradica•‹o da pobreza
e) solu•‹o pac’fica dos conflitos

Gabarito: ÒAÓ
ƒ preciso que voc• preste muita aten•‹o a fim de n‹o confundir os

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artigos 1¼ ao 4¼ da CF/88, chamados de Princ’pios Fundamentais.


O art. 1¼ trata dos fundamentos da repœblica.
O art. 3¼ trata dos objetivos fundamentais.
O art. 4¼ trata dos princ’pios que regem a RFB em suas rela•›es
internacionais.
Os fundamentos da Repœblica s‹o:
Art. 1¼ A Repœblica Federativa do Brasil, formada pela uni‹o
indissolœvel dos Estados e Munic’pios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democr‡tico de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania; ==0==

II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo pol’tico.

Os objetivos fundamentais s‹o:


Art. 3¼ Constituem objetivos fundamentais da Repœblica
Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solid‡ria;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginaliza•‹o e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
ra•a, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discrimina•‹o.

Os princ’pios internacionais s‹o:


Art. 4¼ A Repœblica Federativa do Brasil rege-se nas suas
rela•›es internacionais pelos seguintes princ’pios:
I - independ•ncia nacional;
II - preval•ncia dos direitos humanos;
III - autodetermina•‹o dos povos;
IV - n‹o-interven•‹o;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solu•‹o pac’fica dos conflitos;
VIII - repœdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - coopera•‹o entre os povos para o progresso da
humanidade;

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X - concess‹o de asilo pol’tico.

a) O enunciado pede um fundamento da Repœblica, ou seja, o


examinador quer um princ’pio que esteja no art.1¼, da CF/88, sendo o
gabarito da quest‹o.
Art. 1¼ A Repœblica Federativa do Brasil, formada pela uni‹o
indissolœvel dos Estados e Munic’pios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democr‡tico de Direito e tem como
fundamentos:
(...)
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

b) A autodetermina•‹o dos povos Ž princ’pio que rege a RFB em suas


rela•›es internacionais.
Art. 4¼ A Repœblica Federativa do Brasil rege-se nas suas
rela•›es internacionais pelos seguintes princ’pios:
(...)
III - autodetermina•‹o dos povos;

Pela autodetermina•‹o dos povos veda-se a interfer•ncia internacional


nos assuntos internos de outros pa’ses. Recentemente, dois brasileiros
foram condenados ˆ pena de morte na IndonŽsia por terem praticado
tr‡fico de drogas naquele pa’s. Por mais que o Brasil, a ONU e toda
comunidade internacional tenham recha•ado a pena, nada puderam
fazer.
Curiosidade: a autodetermina•‹o dos povos Ž princ’pio que apareceu na
Carta do Atl‰ntico, ap—s a Segunda Guerra, que foi o primeiro grande
tratado que antecedeu a cria•‹o da ONU, tendo sido ratificado e
internalizado pelo Brasil.
Hoje, tal princ’pio aparece de maneira expressa em nossa CF/88.
Carta do Atl‰ntico.
Terceiro - Respeitam o direito que assiste a todos os povos de
escolherem a forma de governo sob a qual querem viver; e
desejam que se restituam os direitos soberanos e a
independ•ncia aos povos que deles foram despojados pela
for•a.

c) A igualdade entre os Estados Ž princ’pio que rege a RFB em suas


rela•›es internacionais.
Art. 4¼ A Repœblica Federativa do Brasil rege-se nas suas
rela•›es internacionais pelos seguintes princ’pios:
(...)
V - igualdade entre os Estados;

d) A erradica•‹o da pobreza Ž objetivo fundamental previsto no art. 3¼,


da CF/88.

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Cumpre destacar que o art. 3¼ Ž norma de natureza program‡tica que


tra•a programa a ser perseguido pelo Brasil a todo momento, ainda que
nunca se realize totalmente.
Art. 3¼ Constituem objetivos fundamentais da Repœblica
Federativa do Brasil:
(...)
III - erradicar a pobreza e a marginaliza•‹o e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;

e) A solu•‹o pac’fica Ž princ’pio que rege a RFB em suas rela•›es


internacionais.
Art. 4¼ A Repœblica Federativa do Brasil rege-se nas suas
rela•›es internacionais pelos seguintes princ’pios:
(...)
VII - solu•‹o pac’fica dos conflitos;

Orienta•›es de Estudo (Checklist) e Pontos a Destacar

A ideia desta se•‹o Ž apresentar uma espŽcie de checklist para o estudo


da matŽria, de forma que o candidato n‹o deixe nada importante de
fora em sua prepara•‹o.
Assim, se voc• nunca estudou os assuntos ora tratados, recomendamos
que ˆ medida que for lendo seu curso te—rico, concomitantemente
observe se prestou a devida aten•‹o aos pontos elencados aqui no
checklist, de forma que o estudo inicial j‡ seja realizado de maneira
bem completa.
Por outro lado, se voc• j‡ estudou os assuntos, pode utilizar o checklist
para verificar se eventualmente n‹o h‡ nenhum ponto que tenha
passado despercebido no estudo. Se isso acontecer, realize o estudo
complementar do assunto.

1)! Os conceitos e espŽcies de forma de Estado, forma de governo e


regime pol’tico. Conceito de Estado de Direito.

2)! A literalidade dos arts. 1¼ a 4¼ da CF, se atentando para os


seguintes fatos:

2.1.! O Brasil ter adotado a repœblica como forma de governo


(caput do art. 1¼);

2.2.! O Brasil ter adotado a federa•‹o como forma de Estado,

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sendo entes federados a Uni‹o, os estados-membros, os


munic’pios e o Distrito Federal (caput do art. 1¼);

2.3.! O Brasil ter adotado a democracia como regime de governo


(caput e par‡grafo œnico do art. 1¼);

2.4.! O rol dos fundamentos da RFB estabelecidos nos incisos I a


V do art. 1¼. A dignidade da pessoa humana como
fundamento da sœmula vinculante 11. A cl‡usula da reserva
do poss’vel e a garantida do m’nimo existencial e sua
rela•‹o com a dignidade da pessoa humana (STF, ARE
639.337 AgR).
2.5.! A consagra•‹o do princ’pio da separa•‹o dos poderes pelo
art. 2¼, lembrando que n‹o se trata de uma separa•‹o
absoluta, mas flex’vel, em que os poderes devem cooperar
entre si de forma harm™nica, tendo sido previstos pela CF
mecanismos de freios e contrapesos (checks and balances),
em que cada Poder controla e limita o outro (nas hip—teses
previstas na Constitui•‹o) mas jamais invade sua
compet•ncia ou fere sua independ•ncia e autonomia.
2.6.! O rol dos objetivos fundamentais da RFB estabelecidos nos
incisos I a IV do art. 3¼;
2.7.! O rol dos princ’pios que regem a RFB nas suas rela•›es
internacionais estabelecidos nos incisos I a V do art. 4¼.
Precedente importante:
N‹o h‡ incompatibilidade absoluta entre o instituto do asilo e o
da extradi•‹o passiva, uma vez que o STF n‹o est‡ vinculado ao
ju’zo formulado pelo Poder Executivo na concess‹o do asilo
pol’tico, podendo autorizar a extradi•‹o de estrangeiro mesmo
que a ele tenha sido concedido asilo pol’tico previamente1.

Question‡rio de Revis‹o

A seguir, apresentamos um question‡rio por meio do qual Ž poss’vel


realizar uma revis‹o dos principais pontos da matŽria. Faremos isso
para todos os t—picos do edital, um pouquinho a cada relat—rio!
ƒ poss’vel utilizar o question‡rio de revis‹o de diversas maneiras. O
leitor pode, por exemplo:
1.! ler cada pergunta e realizar uma autoexplica•‹o mental da resposta;

1
STF Ð Ext 524.

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2.! ler as perguntas e respostas em sequ•ncia, para realizar uma revis‹o


mais r‡pida;
3.! eleger algumas perguntas para respond•-las de maneira discursiva.

***Question‡rio - somente perguntas***

1)! O que Ž forma de Estado? Qual a adotada pelo Brasil?


2)! A assertiva ÒUni‹o, estados-membros, munic’pios, DF e
territ—rios possuem soberania e comp›em a Repœblica
Federativa do BrasilÓ est‡ correta? Justifique.
3)! O que Ž forma de governo? Qual a adotada pelo Brasil?
4)! O que Ž regime pol’tico? Qual o adotado pelo Brasil?
5)! O que significa dizer que o Brasil Ž um ÒEstado de
DireitoÓ?
6)! O que Ž a cl‡usula da reserva do poss’vel? O que Ž a
garantida do m’nimo existencial? Qual a rela•‹o desses
institutos com a dignidade da pessoa humana?
7)! O que significa dizer que Òos poderes s‹o independentes e
harm™nicos entre siÓ?
8)! O que Ž o mecanismo de freios e contrapesos (checks and
balances)?
9)! Quais s‹o as fun•›es t’picas e at’picas de cada um dos
poderes?
10)! A cria•‹o do MERCOSUL est‡ alinhada diretamente ˆ qual
dispositivo constitucional previsto no T’tulo I Ð Dos
Princ’pios Fundamentais?

***Question‡rio: perguntas com respostas***

1)! O que Ž forma de Estado? Qual a adotada pelo Brasil?


ƒ a maneira como se d‡ a reparti•‹o territorial do poder pol’tico,
de modo que o Estado pode ser unit‡rio (poder territorialmetne
centralizado) ou federal (poder territoriamalmente
descentralizado).
O Brasil adota a forma federativa de Estado: o poder pol’tico foi
repartido constitucionalmente entre os entes federativos (ou
seja, houve uma descentraliza•‹o pol’tica do poder), de forma a
dotar-lhes de autonomia e a permitir sua coexist•ncia em um
mesmo territ—rio, formando um todo œnico, indissolœvel e distinto

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dos entes que o comp›em. Esse todo Ž justamente a Repœblica


Federativa do Brasil.
AlŽm disso, aprofundando um pouco o assunto, Ž importante
lembrar que a forma federativa de Estado Ž cl‡usula pŽtrea
prevista no inciso I, ¤4¼ do art. 60 da CF/88, n‹o sendo poss’vel,
assim, que seja deliberada uma PEC tendente a abolir essa forma
de Estado. Relembremos o teor do dispositivo:
¤ 4¼ - N‹o ser‡ objeto de delibera•‹o a proposta de emenda
tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;

Por fim, destacamos que a express‹o Òuni‹o indissolœvelÓ (caput


do art. 1¼ da CF) corrobora com a ado•‹o da forma federativa
pelo Brasil, a qual pro’be os entes federativos de se desligarem
do Estado, ou seja, n‹o possuem direito de secess‹o Ð esse Ž o
chamado Òprinc’pio da indissolubilidade do pacto federativoÓ.
Aprofundando um pouco o assunto, a proibi•‹o ˆ secess‹o dos
entes federativos n‹o impede, entretanto, que haja cria•‹o,
fus‹o, incorpora•‹o, subdivis‹o, desmembramento e outras
mudan•as territoriais de estados-membros e munic’pios, nas
condi•›es expostas nos ¤¤3¼ e 4¼ do art. 18, que prescrevem o
seguinte:
¤ 3¼ Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se
ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem
novos Estados ou Territ—rios Federais, mediante aprova•‹o
da popula•‹o diretamente interessada, atravŽs de
plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
¤ 4¼ A cria•‹o, a incorpora•‹o, a fus‹o e o
desmembramento de Munic’pios, far-se-‹o por lei estadual,
dentro do per’odo determinado por Lei Complementar
Federal, e depender‹o de consulta prŽvia, mediante
plebiscito, ˆs popula•›es dos Munic’pios envolvidos, ap—s
divulga•‹o dos Estudos de Viabilidade Municipal,
apresentados e publicados na forma da lei.
A partir do teor dos ¤¤ 2¡, 3¼ e 4¼, destacamos que n‹o h‡ previs‹o
constitucional para altera•‹o territorial do DF, ao contr‡rio do previsto
para os estados-membros e munic’pios.
2)! A assertiva ÒUni‹o, estados-membros, munic’pios, DF e
territ—rios possuem soberania e comp›em a Repœblica
Federativa do BrasilÓ est‡ correta? Justifique.
N‹o, est‡ duplamente incorreta, uma vez que:
a)! A Repœblica Federativa do Brasil Ž composta por Uni‹o,
estados-membros, Distrito Federal e munic’pios, em raz‹o do

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caput do art. 1¡ da CF (j‡ transcrito mais acima), refor•ado


pelo disposto no caput do art. 18 da nossa Carta Maior:
Art. 18. A organiza•‹o pol’tico-administrativa da Repœblica
Federativa do Brasil compreende a Uni‹o, os Estados, o
Distrito Federal e os Munic’pios, todos aut™nomos, nos
termos desta Constitui•‹o.

Os Territ—rios n‹o s‹o entes federativos Ð inclusive perceba


que n‹o est‹o inclu’dos nem no caput do art. 1¡, nem no
caput do art. 18 Ð mas t‹o somente parte integrante da
Uni‹o, consoante ¤ 2¡ do art. 18 da CF:
¤ 2¼ - Os Territ—rios Federais integram a Uni‹o, e sua
cria•‹o, transforma•‹o em Estado ou reintegra•‹o ao
Estado de origem ser‹o reguladas em lei complementar.

b)! Os entes federativos n‹o possuem soberania, mas sim


autonomia. Quem possui soberania Ž somente a Repœblica
Federativa do Brasil!
A soberania Ž caracterizada pela supremacia do Estado sobre
os indiv’duos que formam sua popula•‹o e pela independ•ncia
em rela•‹o aos demais Estados (igualdade, no plano
internacional, entre os Estados). J‡ a autonomia, conferida
aos entes federados pelo caput do art. 18 (Òtodos
aut™nomosÓ, conforme transcrito mais acima) Ž caracterizada
pela aus•ncia de subordina•‹o hier‡rquica entre os entes
federativos e pela sua tr’plice capacidade de autogoverno,
auto-organiza•‹o e autolegisla•‹o, e autoadministra•‹o.
Em resumo, a capacidade de auto-organiza•‹o consiste na
prerrogativa de os entes federados elaborarem suas
constitui•›es (ou leis org‰nicas, no caso do DF e dos
munic’pios), j‡ a capacidade de autolegisla•‹o diz respeito ˆ
prerrogativa de os entes editarem suas pr—prias leis. No
exerc’cio da auto-organiza•‹o e da autolegisla•‹o, os entes
devem sempre observar os princ’pios estabelecidos na
Constitui•‹o Federal. A capacidade de autogoverno consiste
na compet•ncia dos entes de organizar seus poderes
Executivo, Legislativo e Judici‡rio, que atuar‹o de forma
aut™noma, vale dizer, sem a inger•ncia de outro ente
federado, respeitadas as disposi•›es constantes da CF/88, que
j‡ imp›e diversas regras sobre a atua•‹o dos governos locais.
Por œltimo, a capacidade de autoadministra•‹o consiste na
prerrogativa de os entes exercerem suas compet•ncias
administrativas, legislativas e tribut‡rias estabelecidas pela
pr—pria CF/88.

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Aprofundando um pouco mais esse ponto, importa mencionar


que especificamente a autonomia municipal foi gravada na CF
como princ’pio constitucional sens’vel, que deve ser observada
pelo estado-membro, sob pena de sofrer interven•‹o federal,
nos termos do art. 34, inciso VII, al’nea ÒcÓ, sen‹o vejamos:
Art. 34. A Uni‹o n‹o intervir‡ nos Estados nem no Distrito
Federal, exceto para:
(...)
VII - assegurar a observ‰ncia dos seguintes princ’pios
constitucionais:
(...)
c) autonomia municipal;

3)! O que Ž forma de governo? Qual a adotada pelo Brasil?


ƒ a maneira como se d‡ a institui•‹o do poder na sociedade, bem
como ocorrer‡ a rela•‹o entre governantes e governados. As
principais formas de governo s‹o repœblica e monarquia.
Na repœblica, forma de governo fundada na igualdade jur’dica
das pessoas, o governante possui mandato eletivo,
representativo, tempor‡rio (h‡ altern‰ncia de poder) e com
responsabilidade.
Na monarquia, o chefe de Estado, como regra, assume seu cargo
de maneira heredit‡ria e por prazo vital’cio.
O Brasil adota a repœblica como forma de governo, em raz‹o do
disposto no caput do art. 1¡ da CF.
Aprofundando um pouco mais esse ponto, o voto peri—dico,
que confere transitoriedade aos mandatos dos governantes na
forma republicana de governo, Ž cl‡usula pŽtrea prevista no art.
60, ¤ 4¼ da CF, conforme se segue:
¤ 4¼ N‹o ser‡ objeto de delibera•‹o a proposta de emenda
tendente a abolir:
(...)
II - o voto direto, secreto, universal e peri—dico;

4)! O que Ž regime pol’tico? Qual o adotado pelo Brasil?


Fala-se em regime pol’tico (ou regime de governo) para se referir
ˆ exist•ncia ou n‹o de participa•‹o do povo na escolha dos
governantes, na elabora•‹o e controle da execu•‹o das pol’ticas

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pœblicas e na elabora•‹o das normas a que o Estado e o pr—prio


povo estar‹o sujeitos2.
Assim, na autocracia, n‹o h‡ essa participa•‹o do povo, havendo a
imposi•‹o da vontade do governante ao povo Ð um regime estruturado
de cima para baixo. Por outro lado, na democracia, h‡ a participa•‹o
do povo no governo Ð por isso diz-se que Ž o Ògoverno do povoÓ.
O Brasil adota a democracia como regime de governo, consoante o
caput do art. 1¡ da CF, refor•ado pelo par‡grafo œnico do mesmo
artigo, ao estabelecer que Òtodo o poder emana do povoÓ, conforme a
seguir:
Par‡grafo œnico. Todo o poder emana do povo, que o exerce
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos
termos desta Constitui•‹o.
A democracia brasileira Ž classificada como semidireta (ou
participativa), j‡ que exerce o poder de modo:
a)! Indireto, por meio dos representantes eleitos;
b)! Direto, por meio de plebiscito, referendo, iniciativa
popular das leis, a•‹o popular.
5)! O que significa dizer que o Brasil Ž um ÒEstado de
DireitoÓ?
O fato de o Estado ser de Direito, em s’ntese, significa que a
atua•‹o dos governantes, das institui•›es estatais e de todas as
pessoas (f’sicas, jur’dicas) est‡ pautada pelos limites impostos
pelas normas jur’dicas (leis em sentido amplo Ð Constitui•‹o,
tratados, leis complementares, leis ordin‡rias, decretos,
portarias, resolu•›es etc.).
O Estado de Direito contrap›e-se ˆ ideia de Estado Absolutista,
em que havia confus‹o entre a Lei e o governante.
Aprofundando um pouco esse ponto, como corol‡rio do
Estado de Direito, temos o princ’pio da legalidade insculpido na
CF, art. 5¼, inciso II:
II - ninguŽm ser‡ obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa sen‹o em virtude de lei;

6)! O que Ž a cl‡usula da reserva do poss’vel? O que Ž a


garantida do m’nimo existencial? Qual a rela•‹o desses
institutos com a dignidade da pessoa humana?
A reserva do poss’vel Ž a teoria que limita a concretiza•‹o de
direitos sociais previstos na Constitui•‹o ˆ possibilidade econ™mica

2
Paulo, Vicente. 2017, p. 281.

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e or•ament‡ria de sua efetiva realiza•‹o, em raz‹o da escassez


dos recursos pœblicos. Por sua vez, o m’nimo existencial Ž o
conjunto de direitos fundamentais que conferem condi•›es
m’nimas de exist•ncia, sem os quais a dignidade da pessoa
humana restaria afrontada.
O STF entende que n‹o Ž poss’vel a opor a reserva do poss’vel
frente ao m’nimo existencial, sob pena de afronta ˆ dignidade da
pessoa humana3.
7)! O que significa dizer que Òos poderes s‹o independentes e
harm™nicos entre siÓ?
O princ’pio da independ•ncia e harmonia entre os poderes
preceitua que, apesar de separados e independentes, os poderes
devem cooperar entre si de forma harm™nica. Assim, por
exemplo, a independ•ncia dos Poderes n‹o impede que o Poder
Judici‡rio analise a legalidade e constitucionalidade dos atos dos
tr•s Poderes, e, em vislumbrando m‡cula no ato impugnado,
afaste sua aplica•‹o4.
ƒ importante lembrar que o Poder estatal Ž uno e indivis’vel. O
art. 2¼ da CF apenas consagra a divis‹o desse Poder Pol’tico nas
tr•s fun•›es estatais classicamente distingu’veis: a fun•‹o
legislativa (ou Poder Legislativo, ou Parlamento), a fun•‹o
executiva (ou fun•‹o administrativa, ou Administra•‹o, ou Poder
Executivo) e a fun•‹o judici‡ria (ou Poder Judici‡rio).
Aprofundando um pouco esse ponto, a separa•‹o dos
poderes Ž de tal import‰ncia para o bom funcionamento do
Estado que foi gravada como cl‡usula pŽtrea na CF, art. 60, ¤4¼,
inciso III:
¤ 4¼ N‹o ser‡ objeto de delibera•‹o a proposta de emenda
tendente a abolir:
(...)
III - a separa•‹o dos Poderes;

8)! O que Ž o mecanismo de freios e contrapesos (checks and


balances)?
ƒ um sistema em que cada Poder controla e limita o outro (nas
hip—teses previstas na Constitui•‹o) mas jamais invade sua
compet•ncia ou fere sua independ•ncia e autonomia. ƒ o que se
chama de Òinterfer•ncia leg’timaÓ de um Poder em outro.

3
ARE 639.337 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 23 8 2011, 2» T, DJE de 15 9 2011.
4
STF, AI 640.272-AgR.

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O mecanismo de freios e contrapesos visa justamente a garantir


a harmonia dos poderes ao limitar sua independ•ncia. Assim, a
independ•ncia entre os poderes n‹o Ž absoluta, da’ porque pode-
se dizer que o princ’pio de separa•‹o de Poderes previsto na CF
pode ser caracterizado como flex’vel.
9)! Quais s‹o as fun•›es t’picas e at’picas de cada um dos
poderes?
O Poder Legislativo exerce suas fun•›es t’picas (legislar e
fiscalizar) ao elaborar as normas jur’dicas (processo legislativo) e
ao realizar a fiscaliza•‹o sobre a administra•‹o pœblica de todos
os Poderes (controle externo). Exerce sua fun•‹o at’pica
administrativa, por exemplo, ao executar seu or•amento e
nomear seus servidores. Exerce sua fun•‹o at’pica de
julgamento, por exemplo, quando o Senado julga o presidente da
Repœblica nos crimes de responsabilidade; o Poder Executivo
exerce sua fun•‹o t’pica (fun•‹o administrativa), por exemplo,
ao planejar e executar as pol’ticas pœblicas, bem como ao
desempenhar atividades de interven•‹o e fomento. Exerce sua
fun•‹o at’pica legislativa ao editar medidas provis—rias e sua
fun•‹o at’pica de julgamento ao decidir, sem jurisdi•‹o (sem
definitividade, j‡ que tais decis›es n‹o fazem coisa julgada
material nem formal, podendo, assim, serem apreciadas pelo
Poder Judici‡rio), o contencioso administrativo (lit’gios de
natureza administrativa Ð por exemplo, lit’gios de natureza
tribut‡ria entre os contribuintes e o —rg‹os de administra•‹o
fazend‡ria); por fim, o Poder Judici‡rio exerce sua fun•‹o t’pica
(jurisdicional) quando diz, em definitivo, o Direito nos casos que
lhe s‹o submetidos. Exerce sua fun•‹o at’pica administrativa, por
exemplo, ao executar seu or•amento e nomear seus servidores.
Exerce sua fun•‹o at’pica legislativa ao editar resolu•›es e outras
normas aplic‡veis no ‰mbito de seu Poder. Em s’ntese:

Fun•›es T’picas Fun•›es At’picas

Administrar
Poder (governo + mera Legislar e Julgar (sem
Executivo fun•‹o jurisdi•‹o)
administrativa)

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Poder Administrar e Julgar


Legislar e Fiscalizar
Legislativo (com jurisdi•‹o)

Poder Julgar (com


Administrar e Legislar
Judici‡rio jurisdi•‹o)

10)! A cria•‹o do MERCOSUL est‡ alinhada diretamente ˆ qual


dispositivo constitucional previsto no T’tulo I Ð Dos
Princ’pios Fundamentais?

Est‡ alinhado ao par‡grafo œnico do art. 4¡, que disp›e que


0
A Repœblica Federativa do Brasil buscar‡ a integra•‹o
econ™mica, pol’tica, social e cultural dos povos da AmŽrica
Latina, visando ˆ forma•‹o de uma comunidade latino-
americana de na•›es.

...
Grande abra•o e bons estudos!

ÒA satisfa•‹o reside no esfor•o, n‹o no resultado


obtido. O esfor•o total Ž a plena vit—ria.Ó
(Mahatma Gandhi)

Tœlio Lages

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ANEXO I Ð LISTA DE QUESTÍES

1.(Cespe/2017/PGE-SE/Procurador) Quanto ˆ forma, o Estado


brasileiro Ž classificado como
a) democr‡tico, embasado no princ’pio da igualdade.
b) republicano, fundamentado na altern‰ncia do poder.
c) republicano, sendo essa forma protegida como cl‡usula pŽtrea.
d) Estado democr‡tico de direito.
e) federativo, sujeito ao princ’pio da indissolubilidade.
2.(Cespe/2013/AGU/Procurador) Considerando os fundamentos do
Estado federal brasileiro e o princ’pio da separa•‹o dos poderes, julgue
os pr—ximos itens.
S‹o fundamentos constitucionais da Repœblica Federativa do Brasil,
entre outros, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
3.(Cespe/2018/PC-MA/Investigador)Acerca dos princ’pios
fundamentais previstos na CF, julgue os itens a seguir.
I O poder que emana do povo ser‡ exercido somente por meio de seus
representantes eleitos.
II O Brasil rege-se, nas rela•›es internacionais, pelos princ’pios da
interven•‹o e da negativa de asilo pol’tico.
III S‹o objetivos fundamentais da Repœblica Federativa do Brasil a
erradica•‹o da pobreza e da marginaliza•‹o e a redu•‹o das
desigualdades sociais.
IV A Repœblica Federativa do Brasil visa ˆ forma•‹o de uma
comunidade latino-americana de na•›es por meio da integra•‹o
econ™mica, pol’tica, social e cultural dos povos da AmŽrica Latina.
Est‹o certos apenas os itens
a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
4.(Cespe/2016/PC-GO/Escriv‹o) Assinale a op•‹o que apresenta
um dos fundamentos da Repœblica Federativa do Brasil previsto
expressamente na Constitui•‹o Federal de 1988.
a) valores sociais do trabalho e da livre iniciativa

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b) autodetermina•‹o dos povos


c) igualdade entre os estados
d) erradica•‹o da pobreza
e) solu•‹o pac’fica dos conflitos

GABARITO QUESTÍES OBJETIVAS

1.E 2. C 3. C

4. A

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Refer•ncias Bibliogr‡ficas

ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de


direito constitucional para concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense;
S‹o Paulo: MƒTODO, 2013.
ALVES, Erick. Direito Administrativo p/ AFRFB Ð 2017. EstratŽgia
Concursos.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constitui•‹o e o Supremo.
5. ed. Bras’lia: STF, Secretaria de Documenta•‹o, 2016.
CARVALHO FILHO, JosŽ dos Santos. Manual de Direito Administrativo.
30. ed. S‹o Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo
Horizonte: F—rum, 2016.
JUSTEN FILHO, Mar•al. Curso de direito administrativo. 10. ed. S‹o
Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Ag•ncias reguladoras e o poder
normativo. 1. ed. S‹o Paulo: Baraœna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. S‹o Paulo:
Saraiva, 2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. S‹o
Paulo: Malheiros, 2014.

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