ÁFRICA DO SUL: ECONOMIA E POLÍTICA

Perfil Econômico

Visão Econômica

No início de 2018, o presidente Jacob Zuma renunciou após se envolver em um escândalo de corrupção. Ele foi substituído pelo presidente
Cyril Ramaphosa, que investiu em melhorias significativas na política que restauraram a estabilidade macroeconômica no país. No entanto,
apesar de Cyril Ramaphosa ter afirmado que impulsionar o crescimento econômico, reduzir o desemprego e evitar rebaixamentos pelas
agências de classificação de crédito constituíam as prioridades econômicas de seu governo, a África do Sul ainda enfrenta dívidas públicas
crescentes, empresas estatais ineficientes e pressões de gastos competitividade global do país. Ainda assim, a África do Sul tem uma
economia altamente desenvolvida e infra-estrutura econômica avançada, tornando o país a principal economia africana e abriga 75% das
maiores empresas africanas. A economia cresceu 0,8% em 2018, mas para 2019 e 2020 as taxas de crescimento esperadas são maiores,
em 1,4% e 1,7%.

A dívida pública é superior a 50% do PIB e o déficit orçamentário está em torno de 4%, já que o crescimento econômico foi mais lento do
que o esperado e a arrecadação de receitas caiu. Segundo um relatório do Tesouro da África do Sul, a dívida nacional aumentará em quase
um trilhão entre 2017 e 2020, para quase dois terços do produto interno bruto: a dívida bruta de empréstimo deve chegar a US $ 247
bilhões em 2020, conforme o governo acelera empréstimos em mercados locais e internacionais. Em 2018, a inflação caiu para 4,8%
(comparado a 5,3% em 2017, o mesmo número previsto para 2019). Embora o presidente Cyril Ramaphosa esteja no poder há apenas um
ano, as eleições legislativas serão realizadas em 2019. O entusiasmo que se seguiu à nomeação de Cyril Ramaphosa como presidente em
2018 foi rapidamente sufocado quando o novo presidente lutou contra os desafios socioeconômicos do país, como crescimento, desemprego
elevado, persistentes desigualdades sociais, uma moeda altamente volátil e crescentes pressões inflacionárias. O presidente priorizou a
redistribuição de terras à medida que busca unir o Congresso e obter apoio público antes da eleição. No entanto, de acordo com a oposição,
os planos do governo vão colocar em risco os direitos de propriedade e assustar os investidores. Em 2019, espera-se que o crescimento do
investimento privado permaneça cauteloso à medida que as eleições se aproximam e as incertezas sobre a reforma agrária continuam a ser
motivo de preocupação. A incerteza política prevalecente no país parece ter corroído a confiança dos empresários e consumidores.

A taxa de desemprego na África do Sul aumentou ligeiramente entre 2017 e 2018, passando de 27,5% para 27,9%. A taxa de desemprego
do país continua alta, especialmente quando a população não trabalhadora que não está mais procurando trabalho é levada em conta. Além
disso, as taxas de desemprego são muito maiores entre a população jovem e a maioria negra dos sul-africanos, aumentando ainda mais as
desigualdades em um país considerado um dos mais desiguais do mundo, onde uma parte menor da população ainda vive com um euro por
dia. Além disso, a África do Sul tem a maior epidemia de HIV do mundo, com cerca de 7,2 milhões de pessoas infectadas - cerca de 19%
da população. O país também possui o maior programa de tratamento anti-retroviral do mundo, financiado em grande parte pelo
governo. A África do Sul também foi o primeiro país da região a aprovar o uso de medicamentos anti-retrovirais para proteger as pessoas
HIV-negativas da exposição potencial ao vírus. Esses programas e campanhas de conscientização provaram ser bem-sucedidos, por isso a
expectativa de vida tem aumentado e as taxas de contração do HIV devem diminuir.

2018 2019 2020

Principais indicadores 2016 2017
(e) (e) (e)

PIB (bilhões de dólares) 295,68 349,30 e 376,68 385,53 403,03

PIB (Preços constantes, variação anual em %) 0,6 1,3 e 0,8 1,4 1,7

PIB per capita (USD) 5.316 6.180 e 6.560 6,609 6.801

Saldo do Governo Geral (em % do PIB) -3,8 -3,9 -3,9 -3,9 -3,9

Dívida Bruta do Governo Geral (em % do PIB) 51,6 53,0 55,7 57,3 58,8

Taxa de Inflação (%) 6,3 5,3 4,8 5,3 5,4

Taxa de desemprego (% da força de trabalho) 26,7 27,5 27,9 28,3 28,6

Conta corrente (bilhões de dólares) -8,24 -8,58 -12,09 -13,54 -14,15

Conta Corrente (em% do PIB) -2,8 -2,5 -3,2 -3,5 -3,5

Fonte: FMI - World Economic Outlook Database , outubro de 2018

Nota: (e) dados estimados

Principais setores da indústria

A África do Sul é rica em recursos minerais. O país é o maior produtor e exportador mundial de ouro, platina, cromo e manganês e o quarto
maior produtor de diamantes. Produz 80% da platina do mundo e possui 60% das reservas de carvão do mundo. Acredita-se que
importantes reservas de petróleo e gás estejam situadas na costa, no Oceano Índico. A África do Sul possui diversas indústrias
manufatureiras e é líder mundial em diversos setores especializados, incluindo material circulante ferroviário, combustíveis sintéticos,
equipamentos de mineração e maquinário. O setor industrial emprega quase um quarto da força de trabalho (23%) e representa quase
26% do PIB do país.

A agricultura representa apenas uma pequena parte do PIB do país (2,3%) e emprega quase 6% da força de trabalho do país, que é
relativamente baixa em comparação com outros países africanos. A África do Sul é o sexto maior produtor mundial de vinho e o maior
produtor de milho e açúcar do continente. Grãos e cereais - como milho, trigo, cevada e soja - são as culturas mais importantes do
país. Em 2018, o Parlamento da África do Sul aprovou uma moção para permitir a expropriação de terras sem compensação, no interesse
público. Assim, espera-se que a África do Sul passe por grandes reformas agrárias nos próximos anos, o que poderia afetar o setor
agrícola.

O setor de serviços está prosperando. Emprega 71,1% da força de trabalho e em 2017 representou 61,5% do PIB do país. Os principais
setores da economia são os serviços financeiros, imobiliários e empresariais, seguidos pelos serviços do governo geral. A África do Sul tem
uma estrutura financeira sofisticada, com uma bolsa de valores ativa que está entre as 20 maiores do mundo em termos de capitalização
de mercado. O setor de turismo tem lutado para capitalizar o impulso recebido da Copa do Mundo da FIFA em 2010, beneficiando-se da
fragilidade do rand e da facilitação de vistos. Em 2018, o número de turistas que visitaram o país aumentou cerca de 4,5% em relação ao
mesmo período de 2017.

Repartição da atividade econômica por setor Agricultura Indústria Serviços

Emprego por setor (em % do emprego total) 5,5 23,4 71,1

Valor Adicionado (em % do PIB) 2,3 25,9 61,5

Valor adicionado (variação anual em %) 17,7 1,2 1,4

Fonte: Banco Mundial , últimos dados disponíveis.

Indicador de Liberdade Econômica

Definição
Ponto: 62,3 / 100
Ranking mundial: 81
Classificação Regional: 6

Distribuição da liberdade econômica no mundo

Fonte: 2017 Index of Economic Freedom, Heritage Foundation

Ranking do ambiente de negócios

Definição
Ponto: 6,23
Ranking mundial: 54/82

Fonte: The Economist - Rankings de Ambiente de Negócios 2014-2018

Risco do país

Veja a análise de risco do país fornecida pela Coface.

Fontes de informação econômica geral

Ministérios
Departamento de Agricultura, Florestas e Pescas
Departamento de Comércio e Indústria Departamento de Recursos Minerais Departamento de Empresas Públicas

Instituto Estatístico
Estatísticas África do Sul
Banco Central
Banco de reservas da África do Sul
Bolsa de Valores
Bolsa de Valores de Joanesburgo
Outros recursos úteis
O governo
sul-africano Departamento Sul-Africano de Relações Internacionais e Cooperação Tribunal Constitucional da África do Sul Tesouro
Nacional

Principais jornais online

Business Day
Jornal Africano Sul Jornais e Guardião Online African Hunting Gazette África link Lista de jornais on-line

Portais Econômicos
Relógio de economia

Esboço Político
Tipo de Estado A África do Sul é uma república federal com uma democracia parlamentar.
Poder Executivo O presidente é o chefe de estado e o chefe do governo. O Presidente é eleito pelo Parlamento (câmara baixa) para
servir um mandato de cinco anos. Ele/ela é geralmente o líder da maior festa. O Presidente é também o comandante em chefe das forças
armadas, declara guerra ou paz e nomeia o Gabinete.
Poder Legislativo A África do Sul tem uma legislatura bicameral. Os membros do parlamento são eleitos por voto popular, sob um
sistema de representação proporcional, para cumprir mandatos de cinco anos. O Conselho Nacional de Províncias (a câmara alta) tem 90
assentos, com 10 membros eleitos por cada uma das nove legislaturas provinciais por períodos de cinco anos.

O ramo executivo do Governo depende direta ou indiretamente do apoio do Parlamento, muitas vezes expresso através de um voto de
confiança. O Presidente pode dissolver o Parlamento se a maioria dos membros da Assembleia Nacional procurar a sua dissolução e se tiver
decorrido pelo menos três anos desde a última eleição.

Principais partidos políticos

 O Congresso Nacional Africano (ANC): partido governante fundado por Nelson Mandela; no poder desde o fim do apartheid em
1994; obtém consistentemente pelo menos 60% dos votos, embora a sua popularidade tenha diminuído em vários pontos
percentuais entre 2004 e 2014; centro-esquerda para esquerda, mas aliado aos grupos de extrema esquerda, ao Congresso dos
Sindicatos Sul-Africanos (COSATU) e ao Partido Comunista Sul-Africano (SACP)
 Aliança Democrática (DA): oposição oficial, apoia a democracia liberal e os princípios do mercado livre, ganhando
progressivamente popularidade
 Combatentes da Liberdade Econômica (EFF): extrema esquerda, marxista
 Partido da Liberdade do Inkatha (IFP): dominado por falantes rurais de Zulu baseados na região de KwaZulu-Natal; enfatiza a
justiça social e o papel das comunidades tradicionais
Líderes Políticos Atuais:
Presidente: Cyril RAMAPHOSA (desde fevereiro de 2018) -
Vice-Presidente Executivo do ANC : David MABUZA (desde fevereiro de 2018) - ANC
Datas da próxima eleição
Presidencial: 2019
Assembleia Nacional: 2019
Conselho Nacional das Províncias: 2019

Indicador de Liberdade de Imprensa

Definição
Ranking mundial: 31/180
Evolução: 8 lugares acima em comparação com 2016

Fonte: Worldwide Press Freedom Index 2017, Repórteres sem Fronteiras

Indicador de Liberdade Política

Definição
Ranking: Livre
Liberdade Política: 2/7
Liberdades civis: 2/7

Mapa da liberdade 2017

Fonte: Freedom House