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Sistema Nervoso e Sensorial | Fernanda da Silva Negreiros

COMA
É um estado de irresponsividade em que o paciente fica com os olhos fechados e não pode ser
despertado para responder apropriadamente aos estímulos.

É caracterizado pela perda parcial ou completa da consciência. Isso significa que o paciente NÃO
CONSEGUE RESPONDER aos estímulos do meio ambiente, o que é evidenciado pela falta de
REAÇÃO DE DESPERTAR.

 Consciência representa um estado de perfeito conhecimento de si próprio e do ambiente.


 Nível de consciência: grau de alerta comportamental apresentado pelo indivíduo.
 Conteúdo de consciência: é a soma de todas as funções cognitivas e afetivas do ser humano (memória,
linguagem, crítica, humor).

 Fisiopatologia:
Reação de Despertar: componente mais básico da consciência, que depende da interação complexa de
várias estruturas.
– Sistema Reticular Ativados Ascendente (SRAA)
– Hemisférios cerebrais
– Sistema Límbico
A formação reticular situa-se na porção superior da ponte e no mesencéfalo e é constituída por um
“reticulado” de neurônios que recebem colaterais de vias ascendentes e descendentes. Lesões na FRAA
em suas projeções rostrais levam a diminuição do nível de consciência.
SRAA

Vias de Sensibilidade

Córtex Cerebral (Hemisférios) Doenças que provocam COMA

Fenômenos psíquicos

Conteúdo de Consciência

 Causas de COMA:
Estado de COMA é decorrente de uma lesão na SRAA e/ou de um comprometimento cerebral difuso.
 COMA Metabólico
 COMA estrutural Lesões supratentoriais unilaterais
Lesõoes supratentoriais bilaterais
Lesões Infratentoriais

 Tipos de herniaçõescerebrais:
1) Sub-foice cerebral
2) Uncal
3) Desvio caudal
4) Amígdalas cerebelosas
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 Causas estruturais:
 Lesão supratentorial  Lesão supratentorial  Lesão Infratentorial:
unilateral: bilateral: Hemorragia pontina
Hematoma Trauma crânio- Oclusão da artéria
Infarto Extenso encefálico basilar
Trauma Crânio Múltiplos Infartos Mielinólise pontina
encefálico Infarto talâmico Acidente vascular
Abcesso bilateral cerebelar
Tumor TPA Encefalite
Gliomatose
Encefalomielite difusa
aguda
Hidrocefalia

 COMA Metabólico:

É caracterizado por uma disfunção cerebral difusa por comprometimento dos processos metabólicos ou
orgânicos do cérebro

 Desordens Metabólicas
 Desordens Orgânicas
 Agentes Exógenos
 Causas psiquiátricas

Desordens metabólicas: Desordens Orgânicas: Agentes exógenos:


Hipoglicemia Uremia Drogas
Hierglicemia Encefalopatia Hepática Inalação de gases
Hiponatremia Hipercapnia Hipotermia
Hipotireoidismo
Hipercalcemia Hipopituitarismo
Hipernatremia Doença de Addison

Causas Psiquiátricas:
Coma psicogênico
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 Avaliação do paciente em COMA:
 Anamnese
 Exame clínico
 Avaliação neurológica Nível de consciência
Pupilas e fundo do olho
Ritmo respiratório
Movimentação ocular extrínseca
Padrão de resposta motora
extrínseca

ALERTA Acordado e com respostas adequadas as perguntas


SONOLÊNCIA Acorda ao chamado e respostas adequadas
OBNUBILAÇÃO Sonolência mais profunda e responde em voz alta ou após estímulo moderado

TORPOR Sonolência profunda, responde parcialmente somente a estímulos dolorosos

COMA Não abre os olhos nem emite sons mesmo com estímulos vigorosos

 Escala de COMA de Glasgow  Escalas de Sedação


– Escala de Ramsay
– Escala RASS

 Exames das Pupilas

As áreas do tronco encefálico que controlam os movimentos das pupilas são adjacentes a aquelas que
controlam a consciência. Por isso a alteração da motricidade pupilar é frequente em pacientes em coma.

– Forma das pupilas


– Tamanhão das pupilas
– Reatividade das pupilas
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 Exame das pupilas no paciente em coma

 Movimentação ocular extrínseca

Exame da movimentação ocular: avalia a integridade das estruturas do tronco, relacionadas a


movimentação do globo ocular

– Reflexo óculo-cefálico
– Reflexo óculo-vestibular

 Padrão respiratório:
 Não localizatório
– Cheyne-Stokes
– Hiperventilação (acidose metabólica x central)
– Hipoventilação

 Localizatório
– Padrão apneustico (pontinho)
– Padrão “cluster” (pontinho-cerebelar)
– Padrão atáxico (pontinho-bulbar)
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 Tratamento do Coma:

O tratamento depende da causa subjacente ao distúrbio da consciência. Para todos os pacientes em


coma, independente da causa, é fundamental que a equipe de atendimento mantenha SUPORTE
BÁSICO DE VIDA:

– Controle de vias aéreas


– Controle da ventilação e oxigenação
– Estabilização da coluna cervical (Trauma)
– Estabilização da glicemia
– Cuidados para crises convulsivas

 Prognóstico:
– Etiologia da doença
– Profundidade do coma
– Grau de lesão inicial
– Lesões secundárias (hipóxia, hipotensão, hipertensão intracraniana)
– Comorbidades presentes
– 40% dos casos de coma associadas ao TCE em geral poderão ter uma recuperação favorável
– Em pacientes comatosos pós parrada, em geral 89% morrem ou ficam com graves sequelas
– Em geral a mortalidade global de pacientes com hipóxia cerebral grave é de 54%
– Os casos de coma de origem metabólica, geralmente possuem um melhor prognóstico em relação
aos casos de come estrutural

MORTE CEREBRAL

– Coma arreativo e irresponsivo


– Glasgow 3
– Pupilas fixas
– Apneia
– Nenhum reflexo do tronco presente
– EEG isoelétrico/ Sem fluxo sanguíneo geral

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