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PSICOLOGIA ESOTÉRICA

VOLUME I

Um Tratado sobre os Sete Raios


VOLUME I

Por

Alice A. Bailey
(Mestre Tibetano Djwhal Khul)

COPYRIGHT © 1962 por Lucis Trust

 SINOPSE DE UM TRATADO SOBRE OS SETE RAIOS


 APRESENTAÇÃO
 SEÇÃO I - CAPÍTULO I - Introdução
 SEÇÃO I - CAPÍTULO II - Algumas Questões e Suas Respostas
 SEÇÃO II - CAPÍTULO I - Os Sete Construtores Criadores, os Sete Raios

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SINOPSE DE UM TRATADO SOBRE OS SETE RAIOS

VOLUME I

SEÇÃO UM

I. Observações Introdutórias
II. Certas Perguntas e Respostas
III. Dez Proposições Básicas

SEÇÃO DOIS

I. Os Sete Construtores Criadores dos Sete Raios


II. Os Raios e os Reinos da Natureza
III. Os Raios e o Homem
IV. Algumas Tabulações sobre os Raios

VOLUME II

I. O Raio Egóico
II. O Raio da Personalidade
III. A Humanidade Hoje

VOLUME III

I. Astrologia Esotérica
II. A Natureza da Astrologia Esotérica
III. A Ciência dos Triângulos
IV. Os Planetas Sagrados e Não-Sagrados
V. As Três Principais Constelações
VI. As Três Cruzes
VII. Os Raios, Constelações e Planetas

VOLUME IV

I. As Causas Básicas da Doença


II. Os Requisitos Básicos para a Cura
III. As Leis Fundamentais da Cura

VOLUME V

I. Estâncias para Discípulos


II. As Quatorze Regras para Discípulos e Iniciados
III. Os Raios e as Iniciações

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"A matéria é o veículo para a manifestação
Da Alma neste plano de existência, e Alma é o
Veículo em um plano superior para a manifestação do
Espírito, e estes três são a Trindade sintetizada
pela Vida, que permeia todos."

"A Doutrina Secreta" Vol. I. Página 80.


Terceira Edição

TRÊS ALMAS, UM HOMEM

Três almas que compõem uma só alma: em primeiro lugar, a saber,


A alma de cada um e de todas as partes do corpo,
Sentado ali, o que funciona, e é o que Faz,
E tem o uso da terra, e termina o homem
Descendente: mas, tendendo para cima para o conselho,
Cresce em e, novamente, é cultivada em
Até a próxima alma, que, sentada no cérebro,
Usa o primeiro com a sua utilização recolhida,
E sente, pensa, quer, - é o que Sabe:
Que, devidamente tendendo para cima, por sua vez,
Cresce em, e novamente é cultivada «em
Até a última alma, que usa tanto a primeira,
Subsistindo se ajudar ou não,
E, auto-constituindo o homem, é o que é -
E se inclina sobre o primeiro, faz com que jogue,
Como que jogou fora o primeiro: e, tendendo-se,
Mantém, seja respeitado por Deus, e termina o homem
Acima em que ponto pavor da relação sexual,
Nem precisa de um lugar, para ele retorna a Ele.
O que faz, o que sabe, o que é; três almas, um só homem.

De "Death in the Desert"


por Robert Browning.

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PREFÁCIO

Cada vez que se publica um livro para os aspirantes sinceros, surge a interrogação:
Que linha de instrução levará adiante seu treinamento com maior rapidez? A velocidade é um
fator essencial se quisermos aproveitar corretamente o desenvolvimento atual e aliviar a
tensão e tirania existentes no mundo. O ensinamento a ser dado deve também aumentar sua
capacidade mental e conduzir a essa estabilização do corpo emocional, que permitirá libertá-
los mais rapidamente para o serviço. Deve recordar-se que o estudo constante sobre a
Sabedoria Eterna, e a apreensão de seus enunciados por meio do ouvido e do olho, serve
apenas para aumentar a responsabilidade, ou produzir fadiga mental e dor, com a
conseqüente rebeldia às instruções. Só o que é colocado em uso na vida é de valor prático e
mantém sua permanecia. A sinceridade é a primeira coisa para a qual aqueles de nós que
ensinam inevitavelmente olham.

Àqueles que lêem meus livros desejo esclarecer que um dos principais
resultados que procuro é a colaboração e a compreensão grupais, e não o benefício
individual. Estudando e lendo cuidadosamente se estabelece uma interação grupal e uma
maior integração do grupo é alcançada, com os seres que o compõem, e se funde mais
estreitamente o grupo, com o Plano que os Grandes Seres estão desenvolvendo. Construímos
e fazemos planos para o futuro da humanidade, e não para o desenvolvimento pessoal de
qualquer aspirante em particular. O progresso individual não é de grande importância. A
formação e o desenvolvimento de um grupo de aspirantes dedicados, treinados para trabalhar
em conjunto e responder em uníssono ao ensinamento, é de real importância para aqueles de
nós que são responsáveis pela formação e pela preparação do grupo de discípulos mundiais
que atuarão de forma livre e com poder num ciclo posterior. Vocês vêem uma parte ínfima do
Plano. Nós vemos o Plano à medida que se desenvolve durante uma série de vidas futuras, e
hoje buscamos aqueles que podem ser ensinados a trabalhar em forma grupal e assim
constituir uma das unidades ativas nos grandes acontecimentos vindouros, vinculados com
dois terços da humanidade que entrarão na senda ao finalizar esta era, e com outro terço que
irão aguardar um desenvolvimento posterior. Treinamos homens e mulheres em toda parte
para que possam ser sensíveis ao Plano, à vibração de seu grupo e, portanto, capazes de
colaborar inteligentemente com o propósito em desenvolvimento. É um erro acreditar que o
plano é treinar aspirantes para que sejam sensíveis à vibração de um Mestre ou à Hierarquia.
Isto é apenas incidental e de menor importância.

É com o objetivo de treinar aspirantes a fim de desenvolverem a consciência de grupo


que esses livros foram escritos. Devem reconhecer claramente que cada um, pessoalmente,
não é importante, mas o grupo certamente o é. O ensinamento não é fornecido com o fim
único de treiná-los e lhes oferecer uma oportunidade. A vida toda é uma oportunidade e a
reação individual a esta oportunidade é um dos fatores que indicam o desenvolvimento da
alma. Para isto já basta o aprendizado na escola do mundo.

Ao divulgar a verdade não se deve impor autoridade alguma. Os aspirantes deverão


sentir-se livres para beneficiar-se ou não e o trabalho espiritual deve progredir pela livre

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escolha e esforço auto-iniciado do estudante. Em meus livros têm sido tratadas três linhas
fundamentais de ensinamento:

Primeiro, tem sido dadas técnicas relativamente novas sobre o controle do corpo.

Segundo, tem sido divulgado o ensinamento sobre a formação do Novo Grupo de


Servidores do Mundo.

Terceiro, as linhas gerais do trabalho mágico de criação têm recebido atenção.

A primeira linha de ensino diz respeito ao indivíduo e seu desenvolvimento; a segunda


indica a natureza e os ideais do grupo, no qual se pode ingressar se houverem sido
assimilados os ensinamentos e aprendido a controlar-se; a terceira, se puderem compreendê-
la, detalha em certa medida os métodos e formas de trabalho que serão empregados durante
a futura Nova Era.

Reflitam sobre estas três abordagens principais da verdade, e busquem com clareza
de pensamento. A apreciação mental de seu significado trará compreensão e aumentará
igualmente a captação grupal do ensinamento que tenho procurado transmitir. Qualquer
estudante que pensa com clareza e aplica o ensinamento em sua vida diária dá uma valiosa
contribuição à consciência do grupo.

O aspirante muitas vezes se pergunta: ―Sirvo para alguma coisa? Como posso servir
ao mundo em minha pequena esfera?‖. Permita-me responder a estas perguntas dizendo que
se levam mentalmente o conteúdo deste livro à mente do público, se explicam ao próximo o
ensinamento que absorvem e se vivem uma vida de acordo com os ensinamentos, seu serviço
é bem real.

Isto necessariamente implica na consagração da inteira personalidade para ajudar a


humanidade e a promessa feita ao Eu Superior de que se fará o esforço necessário para se
esquecer do eu inferior no serviço — serviço a ser prestado no lugar e circunstâncias para
qual o destino do homem e seu dever o tenham preparado. Refiro-me aqui a renovação do
esforço para conseguir a purificação de todos os corpos, de maneira que o homem inferior
possa ser um canal puro e instrumento através do qual a força espiritual possa fluir livremente.
Refiro-me à consecução de uma atitude em que o aspirante nada deseja para o eu separado,
na qual ele considera que tudo que possui possa ser oferecido ao altar do sacrifício para
auxílio de seus irmãos. Se todos que lerem este livro puderem ver os resultados deste esforço
unido, realizado conjuntamente, emergirão grandes coisas desta atividade grupal
empreendida inteligentemente. A maior parte das pessoas vai de um lado a outro, atrás de um
ou outro indivíduo, de um trabalho a outro e não conseguem alcançar resultados grupais
porque agem sem coordenação inteligente. Mas o esforço grupal conjunto trará como
resultado uma inspirada reorganização do mundo inteiro, e a eliminação de obstáculos;
verdadeiros sacrifícios serão feitos e se renunciarão aos desejos pessoais, a fim de servir aos
propósitos grupais.

Antes e acima de tudo deve-se eliminar o medo. Este tema já foi exposto
extensamente no Tratado sobre Magia Branca, e já foram dadas certas regras e fórmulas para
dominar o medo. Quantos dentre vocês que lêem esses ensinamentos puderam assimilar a
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informação transmitida? Tendo em vista que o mundo necessita de ajuda, não deseja o leitor
eliminar o temor e ir adiante com determinação, alegria e coragem diante do futuro?

Todos os livros que escrevi contem um propósito definido e uma seqüência planejada
de ensinamento. Será de utilidade detalhar:

O primeiro livro publicado foi Iniciação Humana e Solar. Este livro foi concebido para o
aspirante médio, para tirá-lo de onde estava e levá-lo a visualizar um grupo organizado de
instrutores que estão procurando ajudar a humanidade (e incidentalmente, a ele mesmo) e
proporcionar-lhe algumas idéias sobre a técnica do trabalho e modos de procedimento.

No livro Cartas sobre Meditação Ocultista se indica a forma de alcançar estas


instruções e a disciplina de vida que o trilhar do Caminho envolve. Estes dois livros são
especialmente para aspirantes.

Um Tratado sobre o Fogo Cósmico está em uma categoria totalmente diferente. Em


última análise, é um guia para os iniciados do mundo, que afastará os olhos do estudante de
si mesmo e de seu próprio desenvolvimento e os dirigirá a uma concepção mais vasta e a um
ideal universal. A marca do iniciado é a falta de interesse em si mesmo, em seu próprio
desenvolvimento e em seu destino pessoal, e todo aspirante que chega a ser discípulo aceito
tem que dominar as técnicas do desinteresse, afastar seu olhos do grupo de trabalhadores e
da hierarquia que eles constituem, e fixá-los nos horizontes mais amplos e em campos de
atividades mais vastos. Este livro se ocupa de um grande Plano criador, suas leis, sua técnica
de desenvolvimento e do trabalho dos Construtores do Universo; emergindo da massa de
fatos transmitidos, e subjacente a todo o ensinamento, existe a idéia de uma grande Vida com
Sua própria psicologia e idéias. Trata de dar um quadro sintético da atuação da Mente de
Deus ao levar a cabo seus Planos através dos menores Filhos da Mente. Por meio de
símbolos e frases arcaicas têm sido veladas as verdades e princípios que estão na origem do
processo criador, e estão completamente fora do alcance da estudante avançado. Ao mesmo
tempo constitui um compêndio de informação valiosa que servirá para transmitir a verdade e
desenvolver a intuição.

O último livro, Tratado sobre Magia Branca, é um volume paralelo a Um Tratado sobre
o Fogo Cósmico. Assim como o primeiro livro trata da psicologia da Deidade, da atuação do
Macrocosmos e das leis mediante as quais governa o Logos Solar, o presente livro constitui
um tratado sobre a psicologia de um Filho de Deus e sua atuação no microcosmos. Refere-se
intimamente ao lugar que Ele ocupa no todo maior.

Eu também ajudei a A.A.B. a traduzir os Aforismos do Yoga de Patanjali, livro de


transição (intitulado A Luz da Alma), destinado a explicar aos aspirantes as regras pela quais
a luz dentro dele pode ser desenvolvida e o poder da intuição ser aplicado nos problemas e
nos fenômenos da própria vida.

Agora darei cumprimento a minha intenção de escrever um livro sobre o tema dos Sete
Raios, tópico que sempre foi de interesse para os estudantes, pois pouco se sabe sobre os
raios. Pela Doutrina Secreta sabemos que são Forças construtoras e a soma total de tudo que
existe no universo manifestado, porém seu efeito sobre o reino humano e sua qualidade e
natureza essenciais permanecem sendo um mistério. Será necessário que eu evite a nota
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cósmica, se posso chamá-la assim, porque quero que a informação seja de valor prático para
o estudante e para o leitor inteligente. Portanto, encarei o tema desde o ponto de vista da
família humana e o tratarei em termos de valores psicológicos, assentando as bases para a
tão necessária nova psicologia, e assim ocupo-me principalmente da equação humana. Em
seguida farei um comentário a fim de ampliar as palavras que estão no prólogo da Doutrina
Secreta: ―Todas as Almas são unas com a Super-Alma‖.

Aceitemos desde o inicio o fato da existência da alma. Não consideraremos os


argumentos em prol ou contra a hipótese de que existe uma alma — universal, cósmica e
divina ou individual e humana. Para os fins de nosso estudo a alma existe, e se supõe sua
realidade intrínseca como um princípio básico e comprovado. No entanto, aqueles que não
aceitam esta suposição podem estudar este livro desde o ponto de vista de uma hipótese
temporariamente aceita, e assim buscar reunir essas analogias e indicações que possam
substanciar tal ponto de vista. Para o aspirante e para aqueles que estão buscando
demonstrar a existência da alma, porque crêem em sua existência, na tradição e na expressão
de suas leis, sua natureza, origem e potencialidades, se converterá em um fenômeno de
gradualmente aprofundamento e experiência.

Antecipo que as indicações e sugestões que eu possa fazer, serão demonstradas


cientificamente durante a futura era aquariana. A ciência terá penetrado um pouco no campo
dos fenômenos reais ainda intangíveis; será descoberto (se é que ainda não foi feito) que o
denso e concreto não existem; saberão que existe apenas uma única substância, presente na
natureza em diversos graus de densidade e de atividade vibratória, e que está substância é
impelida por um finalidade urgente e expressiva da intenção divina.

Tentem evitar, tanto quanto possível, essas vagas generalizações, tão penosas para a
mente analítica e acadêmica, e nas quais o místico encontra tanto alívio e alegria. No entanto,
gostaria de pedir aos que estudam este tratado que reservem sua opinião e não formem um
julgamento cristalizado até que tenha sido apresentado o tema em sua totalidade, percebido
claramente seu delineamento e elaborado em certa medida os detalhes.

Será necessário apresentar o tema sobre uma base ampla e conectar o individual com
o geral; isto pode parecer, à primeira vista, um tópico muito extenso, uma apresentação
demasiado especulativa e um delineamento vago e nebuloso, porém não pode ser evitado,
porque o argumento — como em todo trabalho verdadeiramente oculto — deve ser
considerado a partir do universal para o particular, do cósmico ao individual. Devido ao fato de
que os homens ainda se interessam em demasia pelo particular e individual, acham fácil
aplicar seu próprio interesse ao grande Todo maior no qual ―vivem, se movem e tem sua
existência‖. Eles não possuem, como regra geral, esse mecanismo interno de pensamento e
essa percepção intuitiva da verdade que lhes permita compreender facilmente o significado
que está subjacente no simbolismo das palavras, ou ver com claridade o esboço subjetivo que
está sob a forma objetiva. Mas o esforço para compreender trará sua própria recompensa; a
tentativa de apreender e compreender a Alma individual, conduz inevitavelmente a um
desenvolvimento do aparelho mental (com o desenvolvimento posterior da Alma cósmica,
universal, planetária e o conseqüente desenvolvimento das células cerebrais que ainda estão
inativas), que oportunamente produzirá a coordenação da faculdade do pensamento e
iluminação resultante.

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Além disso, a natureza de nosso universo setenário deve ser considerada, e a relação
do tríplice ser humano com a Trindade divina deve ser observada. A idéia geral de todo o
quadro simbólico é de valor. Cada estudante, à medida que empreende o estudo dos raios
deve ter sempre em mente que ele próprio, como ser humano — unidade encontra seu lugar
em um destes raios, e isto representa um problema bem real. O corpo físico poderá responder
a um tipo de força de raio, ao passo que a personalidade como um todo pode vibrar em
uníssono com outro. O ego ou alma podem pertencer ainda a um terceiro tipo de raio,
respondendo assim a outro tipo de energia de raio. A questão do raio monádico em muitos
casos introduz um novo fator, porém isto só se pode ser insinuado e não elucidado. Como
tenho dito repetidas vezes, só um iniciado da terceira iniciação pode chegar a fazer contato
com seu raio monádico, com o aspecto mais elevado da vida, porém o humilde aspirante não
pode, todavia, determinar se é uma mônada de Poder, Amor ou de Atividade Inteligente.

Para concluir, gostaria de pedir sua leal colaboração no trabalho que estamos
realizando. Este livro será de maior valor geral e público que qualquer dos meus outros livros.
Procurarei que este tratado sobre a alma seja relativamente breve. Vou tentar expressar ditas
verdades abstratas de tal modo que o público em geral, com seu profundo interesse na alma,
possa ser atraído e adquira uma consideração mais profunda do que uma velada suposição.
Na Era Aquariana se demonstrará a realidade da alma. Isto é só uma tentativa levada adiante
em meio das dificuldades de um período de transição que ainda carece da terminologia
necessária para apoiar tal demonstração.

Permita-me acrescentar também que a atitude que vocês deveriam adotar diante das
instruções transmitidas deve ser a do estudante que busca a verdade que possa ser verificada
e informações que podem ser aplicadas na vida cotidiana e testadas no cadinho da
experiência da vida. Se, por exemplo, existem de fato sete raios que personificam sete tipos
de energia divina, então um homem deve ser capaz de reconhecer estes tipos e energias no
campo específico dos fenômenos no qual desempenha sua pequena parte. Se a verdade que
está sendo apresentada é velada por simbolismos e oferecida como uma hipótese, deve ao
mesmo tempo ser desvelada suficientemente para ser reconhecível e deve ter nela recurso
inteligente suficiente para justificar sua investigação. Creio que as palavras ―todas as almas
são unas com a Super-Alma‖ podem personificar, e personificam, essa informação
fundamental e essencial, porém, se isso não evidencia no mundo que está surgindo uma
relação viva entre os seres sencientes, tal afirmação carece de sentido. A realidade é que em
toda parte se reconhece que existe e está se desenvolvendo a sensibilidade universal e a
percepção geral. O mundo está cheio de conhecimento que é, em última análise, a resposta
sensível às condições existentes nas mentes que estão em processo de desenvolvimento,
porém que ainda não o conseguiram plenamente. Evidencia-se em forma gradual que debaixo
da diversidade reside uma unidade básica, e que nossa percepção é certa e verdadeira, e
correta, na medida em que possamos nos identificar com essa unidade.

Para finalizar eu peço a todos para seguirem adiante. Que nada do passado — inércia
física, depressão mental, falta de controle emocional — os impeça de começar de novo com
alegria e dedicação, e fazer o necessário progresso que lhes permitirá servir de forma mais útil
e ativa. Que nenhum de vocês se veja inibido pelo passado ou pelo presente, mas sim que
possam viver como espectadores, é a súplica constante e fervorosa do vosso instrutor.

O TIBETANO.
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SEÇÃO I

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

Observações introdutórias

1. Os Três Objetivos do Estudo dos Raios

2. Definição das palavras: Vida-Qualidade-Aparência.

3. Os Sete Raios enumerados.

4. A função do cristianismo.

1. Os Três Objetivos do Estudo dos Raios

O ESTUDO dos raios e a verdadeira e profunda compreensão do significado interior do


ensinamento, proporcionará três coisas:

A. Trará muita luz sobre épocas e ciclos no desenrolar do panorama da história. Em


última análise, a história é um relato do crescimento e desenvolvimento do homem desde a
etapa das cavernas, com sua consciência centrada na vida animal, até o momento atual em
que a consciência humana é cada vez mais inclusiva e mental, e assim por diante vai
ascendendo até a etapa de um perfeito filho de Deus. Narra o que o homem captou das idéias
criadoras que moldaram a raça e está estabelecendo seu destino. Apresenta-nos um quadro
dramático do progresso feito por aquelas almas que entram e saem da manifestação devido
ao aparecimento ou desaparecimento de um raio. À medida que estudamos veremos que as
palavras entorpecem em grande parte as explicações dadas sobre as realidades envolvidas, e
devemos nos esforçar para penetrar debaixo do significado superficial e chegar até a estrutura
esotérica da verdade. Os raios estão em constante movimento e circulação, e manifestam
uma atividade progressiva e cíclica e evidencia cada vez mais força. Em certas épocas
dominam, em outras permanecem inativos, e de acordo com o raio em particular que faça
sentir sua presença em um determinado período, assim será a qualidade da civilização, o tipo
de formas que aparecem nos reinos da natureza e a resultante etapa de percepção (o estado
de consciência) dos seres humanos que são levados para a vida na forma em uma época
particular. Estas vidas que encarnam (nos quatro reinos da natureza) responderão a uma
determinada vibração, qualidade, cor e natureza do raio em questão. O raio que está em
manifestação afetará poderosamente os três corpos que constituem a personalidade do
homem, bem como a influência do raio produzirá mudanças em seu conteúdo mental e na sua
natureza emocional, determinando a qualidade do corpo físico.

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Dou-me conta que ao divulgar este ensinamento relativamente novo sobre os raios, e
no meu esforço para lançar nova luz sobre o tema, talvez momentaneamente eu aumente sua
complexidade. Porém, à medida que se façam experimentos e se estudem as pessoas nos
consultórios dos psicólogos e psicanalistas, em conexão com as indicações de raios, e à
medida que as novas ciências possam ser usadas inteligentemente dentro de sua esfera
própria, obteremos muitos benefícios e o ensinamento encontra corroboração. Veremos
emergir uma nova abordagem às antigas verdades e uma nova forma de investigar a
humanidade. Enquanto vamos nos concentrar sobre a clara enunciação da verdade a respeito
dos raios, procurar tabular, esboçar e indicar sua natureza, finalidade e efeitos.

Os setes raios, sendo manifestam ciclicamente e, devido a isto, entram e saem


continuamente de manifestação, deixando sua marca ao longo dos séculos sobre a
humanidade, contendo, portanto a chave para toda a verdadeira investigação histórica,
investigação essa que permanece por fazer.

B. Um segundo resultado do estudo dos raios esclarecerá nosso conhecimento sobre a


natureza do homem. A psicologia moderna, experimental e acadêmica, já reuniu muita
informação a respeito de como funciona o homem, qual é a natureza de suas reações, a
capacidade de seu aparelho mental, a qualidade de seu mecanismo físico, seu modo de
pensar e a soma total de seus complexos, psicoses, neuroses, instintos, intuição e fixações
intelectuais, o que sem dúvida ele é. A psicologia médica também tem feito muito e temos
aprendido que o ser humano é totalmente condicionado por seu instrumento de expressão e
não pode manifestar mais do que seu sistema nervoso, cerebral e glandular permite. Sem
contestação, algumas das teorias, até as melhores que foram verificadas, se desmoronam,
dadas as variáveis das condições. O campo que abarca a psicologia da atualidade é muito
vasto, com numerosas e variadas escolas e terminologia complicada, que não intenciono
ocupar-me disso.

A dádiva de gratidão que tem o mundo para com os psicólogos treinados é inestimável,
porém a menos que exista uma idéia-chave no campo do pensamento, cairá por seu próprio
peso e produzirá (como está acontecendo) problemas, complexos e enfermidades mentais,
resultado direto de seus próprios métodos. O conhecimento que agora temos do modo como
agem os homens no plano físico como personalidades integradas, e como se pode esperar
que ajam dadas certas condições, é extenso e sólido, e a amplitude de sua compreensão
pode, até certo ponto, ser medida, se compararmos o que atualmente sabemos com o que se
sabia há cinqüenta anos atrás. O conhecimento foi fundado em grande parte pelo estudo do
anormal e do aspecto forma (sendo este último o verdadeiro método científico) e, portanto,
limitado e circunscrito quando é posta à prova das análises definitivas, trazido à luz que o
supranormal sem dúvida existe. O que procuro fazer e a contribuição que desejo dar ao tema
concerne à ênfase que damos sobre a natureza do principio integrador que reside em todas
as formas coerentes, e naquelas que (por falta de uma palavra melhor) denominados almas
ou eu. Este princípio, que anima o corpo e expressa suas reações por meio de seus estados
emocionais e mentais, é logicamente reconhecido por muitas escolas de psicologia, mas
permanece, no entanto a quantidade desconhecida e indefinível. Não podem descobrir sua
origem; não sabem o que é, se é uma entidade animadora, distinta e separada do corpo; se
perguntam se é a soma total da energia integrada, trazida à existência mediante a fusão das
células corporais, e portanto, através do processo de evolução, que constitui um ente

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pensante e sensível; ou se é apenas o conjunto de vida e consciência daquelas mesmas
células.

A descrição acima é uma generalização que servirá a nosso propósito e abarcará o


tema no geral. À medida que se estuda, veremos que as energias que animam as
personalidades e constituem a natureza do ser humano dividem-se logicamente em três
grupos:

1. As energias denominadas ―os espíritos dos homens‖. Observem a absoluta


superficialidade desta frase. Conduz ao erro e não tem sentido. O Espírito é Uno, porém,
dentro dessa essencial unidade se vêem e observam ―os pontos de fogo‖ ou ―as centelhas
divinas‖. Estas unidades, dentro da unidade, estão matizadas por três tipos de energia e
reagem a elas em forma qualitativa, porque é uma verdade científica e uma realidade
espiritual que a natureza de Deus é Três em Um e Um em Três. O espírito do homem vem à
encarnação ao longo de uma linha por onde emana a força proveniente de uma ou outra
destas três correntes, as quais formam uma corrente que emana desde o Altíssimo.

2. Essa correntes de energia se dividem em três correntes principais, não obstante ser
uma única corrente. Este é um fato oculto digno da mais profunda meditação. Por sua vez se
diferenciam em sete correntes que ―conduzem até a luz‖ os sete tipos de almas. É com estes
sete que consideraremos aqui.

3. As energias dentro das quais se distribuem as três correntes, que se convertem em


sete, que por sua vez produzem os quarenta e nove tipos de força que se expressam através
de todas as formas, nos três mundos e nos quatro reinos da natureza. Portanto temos:

a. Três grupos monádicos de energias. A Unidade essencial expressa, mediante estes


três, as qualidades de Vontade, Amor e Inteligência.

b. Sete grupos de energias, por meio dos quais os três grupos expressam as qualidades
divinas.

c. Quarenta e nove grupos de forças as quais todas as formas respondem, que


constituem o corpo de expressão dos sete que por sua vez são o reflexo das três qualidades
divinas.

Portanto, de certa forma misteriosa, as diferenciações que se manifestam na natureza


se encontram no reino da qualidade e não na esfera da realidade.

Consideraremos os sete grupos de almas (ou energia da alma) e as tríplices formas do


quarto reino da natureza que elas criam, e através das quais tem que expressar a qualidade
de seu grupo de raio e a energia de um dos três grupos essenciais com que seu raio da alma
está relacionado. Por isso tentaremos, se possível, adicionar algo mais à psicologia moderna
e enriquecer seu conteúdo com a psicologia esotérica que trata da alma ou eu, a entidade
animadora da forma.

C. O terceiro efeito que se produzirá estudando os raios será duplo. Não só chegaremos a
compreender algo da parte interna da história, ou a adquirir uma idéia das qualidades divinas
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que emergem dos três aspectos determinantes e as formas de expressão no plano físico,
como também alcançaremos um método prático de análise para chegar a uma correta
compreensão de nós mesmos como entidades animadoras, e a uma compreensão mais sábia
de nossos semelhantes. Por exemplo, quando comprovamos pelo estudo que a tendência de
nosso raio de alma é poder e vontade, mas que o raio que rege a personalidade é o raio da
devoção, então podemos avaliar mais precisamente nossas oportunidades, capacidades e
limitações; podemos determinar com mais precisão nossa vocação e serviço, nosso dever e
saber e nosso verdadeiro valor e força. Quando pudermos somar a esse conhecimento uma
análise que nos permita compreender que o corpo físico reage predominantemente ao raio da
alma, enquanto o corpo emocional está debaixo da influencia do raio da personalidade, que
está historicamente em manifestação naquele tempo, então estaremos em posição de avaliar
com acerto nosso problema, e podemos lidar mais inteligentemente conosco mesmos, com
nossos filhos, amigos e associados. Descobriremos que somos capazes de colaborar de
forma mais sensata com o Plano, à medida que ele se manifesta em determinada época.

É um lugar-comum dizer que o verdadeiro significado de ―psicologia‖ é ―o que diz a


alma‖. É o som que pode ser emitido por um raio determinado, o qual produz um efeito na
matéria. Isto é um tanto quanto difícil de expressar, mas quando se considera que cada um
dos sete raios emite seu próprio som, e ao fazê-lo põe em movimento essas forças que devem
agir em uníssono com ele, toda a questão do livre arbítrio do homem, de seu destino eterno e
de seu poder de auto-afirmação surge para solução. À medida que prosseguimos devem
procurar responder a estas interrogações.

Alguns dos pontos que tratarei de esclarecer não são passíveis de comprovação por
vocês, portanto, seria sábio aceitá-los como hipóteses ativas, a fim de compreender o que
procuro dizer. Outros pontos que mencionarei poderão ser verificados em suas próprias
experiências de vida, e demandarão o reconhecimento da mente concreta, e poderão produzir
uma reação que trará como conseqüência uma intensa convicção que emanará de seu Eu
intuitivamente consciente. De qualquer forma, leiam lentamente; apliquem as leis da analogia
e da correspondência; façam uma análise de si mesmos e de seus irmãos; procurem vincular
o que digo com o conhecimento que possam possuir das teorias modernas, e lembrem que
quanto mais vivam realmente como almas, tanto mais captarão o que se tenta de ensinar.

Ao estudar não devem esquecer que o conceito fundamental de todo trabalho oculto se
ocupa com a energia — unidades de energia, energia contida nas formas e correntes de
energia que fluem; estas energias chegam a ser poderosas e encarnam nosso propósito
mediante o emprego do pensamento, pois seguem as linhas bem definidas das correntes
mentais do grupo.

Deve-se recordar, no entanto, que na região do pensamento se produz a clivagem


entre a magia branca e a magia negra. Utilizando o poder do pensamento podem observar
como agem os dois aspectos da magia, e portanto, verificar que não existe magia negra, em
si, até que se chega ao reino da mente. Ninguém pode ser mago negro enquanto a vontade e
o trabalho do pensamento não funcionem em uníssono, até que o controle mental e o trabalho
criador da mente focalizada possam ser vistos. Tem se falado repetidas vezes que o mago
negro é muito raro, e isto é verdade, porque o pensador criativo que tem o poder de aplicar a
vontade em forma sustentada, também é raro.
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Deixe-me ilustrar. É necessário pensar em forma clara sobre estas coisas, porque à
medida que estudamos a psicologia do microcosmos e chegamos a compreender seus
impulsos de raio e energias, precisamos logicamente ver com claridade o caminho a percorrer,
a fim de trilhar a senda do altruísmo, que conduz a consciência de grupo, e não o caminho do
do individualismo que chega oportuna e inevitavelmente (à medida que o aspecto mental se
organiza) ao caminho da esquerda, da magia negra.

Essas almas fortes que conscientemente e intencionalmente entram nos reinos da


força espiritual e tomam ali o que necessitam e aquilo que escolhem, tem que trabalhar com
inteligência para que possa haver uma distribuição sábia posterior da força dentro de uma
área escolhida. Aqueles que sabem que formam parte das fileiras de aspirantes e possuem a
perseverança que os levará adiante na meta, devem recordar que tem responsabilidade de
adicionar sua quota a soma total, e que o fazem cada vez que pensam em grupo, escrevem a
um colega aspirante, ou meditam.

Estendam a idéia, começando a partir do estudante de um grupo até o grupo mesmo,


considerando-o como uma unidade grupal dentro de um grupo maior. Assim terão uma
perfeita analogia da forma com que os Grandes Seres trabalham atualmente. Portanto,
considerem que todo trabalho que realizam é grupal, que causa efeitos inevitáveis e contribui
para a potencialidade da forma mental (forma-pensamento)1 do grupo.

A segunda coisa que pretendo explicar concerne às provas que inevitavelmente se


realizam agora entre aspirante e discípulos. Estas não são só provas sobre a posição que
ocupam na Senda, mas também sobre a capacidade de viver no mundo como cidadãos de um
outro reino e como guardiões daquilo que o mundo como regra geral não reconhece. Na
medida que são aplicadas essas provas e de tanto quanto possam avaliar, ressalto que não
são aplicadas como alguns crêem, em razão da afiliação a algum grupo, nem por sua
determinação uni-direcionada para trilhar o Caminho. Elas são aplicadas porque a própria
alma do aspirante assim ordenou antes da encarnação e era a vontade de suas almas que
estes deveriam alcançar certa medida de desenvolvimento, desconhecido até então; atingir
certo grau de desprendimento da forma e adquirir certa preparação que o liberará da vida da
forma. A idéia de que um esforço renovado para a meta da luz espiritual é a causa do
problema ou de precipitação de desastres não é uma declaração de fato. O grau de disciplina
a que se deve ajustar um discípulo é decidido e conhecido por sua alma antes mesmo que ele
tenha um corpo, o qual está determinado pela lei.

Agora trataremos de investigar o problema das unidades de energia e a mútua


interação que subsiste no tema dos raios. Cada grupo no mundo é um núcleo para o foco e a
interação dos sete tipos de força, assim como cada ser humano é um ponto de encontro para
os sete tipos de energia — dois que estão em ascensão e cinco menos potentes. Cada grupo
pode ser, portanto, um centro criador, e produzir aquilo que é a expressão das energias
controladoras do pensamento dirigido dos pensadores do grupo. Segundo o ponto de vista
Daqueles que observam e guiam, cada grupo constrói algo que seja relativamente tangível e
está governado por certas leis de construção. O grande trabalho dos Construtores prossegue
de forma constante. Freqüentemente, o que se constrói é incipiente, fútil, sem forma ou

1
Nota da tradutora
13
propósito e não serve aos deuses e nem aos homens. A raça como um todo está entrando
numa era em que a mente está se tornando um fator potente; a maioria está aprendendo a
manter a mente firme na luz e, em conseqüência, são receptivos a idéias até agora
desconhecidas. Se um grupo de mentes pode atrair-se mutuamente e fundir-se numa síntese
adequada, e se (em suas meditações individuais e diárias) se mantiverem focalizados e
orientados no que pode ser apreendido, captarão grandes conceitos e intuirão grandes idéias.
Os homens podem aprender a pensar — como grupo — e chegar à manifestação das idéias
intuídas sobre a verdade e beleza do Plano; dessa maneira se poderá construir uma bela
criação que incorpore um princípio divino. Reflitam sobre isto, procurem capacitar-se para
registrar tais idéias, treinem para formulá-las em pensamentos e transmiti-las, a fim de que
outros possam também captá-las. Tal é a natureza do verdadeiro trabalho que deve realizar
os novos grupos, e os estudantes que possam captar hoje esta idéia, terão a oportunidade de
realizar algo deste trabalho pioneiro.

O indivíduo avançado e equilibrado tem sido sempre capaz de intuir e concretizar


idéias. Os grupos de estudantes que meditam em forma sincronizada devem agora tentar
fazer o mesmo. O empenho demonstrado em sincronizar o esforço não se relaciona com o
elemento tempo, mas sim com a unidade de intenção e propósito.

No reino da intuição existem coisas maravilhosas; hoje é possível fazer contato com
este reino. A raça tem agora o privilegio de contatar essa ―nuvem de coisas cognoscíveis‖, a
qual se referiu o antigo vidente Patanjali em seu quarto livro de Aforismos; a raça por meio de
seus numerosos aspirantes pode hoje precipitar essa ―nuvem de chuva‖, para que os cérebros
humanos de todas as partes possam registrar esse contato. Até agora esse foi o privilégio do
raro e iluminado vidente. Assim se introduzirá a Nova Era e penetrará o novo conhecimento na
mente da humanidade.

Isto pode ser demonstrado na prática, se aqueles que se interessam por este Tratado
sobre os Sete Raios conseguem sintonizar-se e pensar com clareza, e com a mente
equilibrada e iluminada tentem compreender o que é um relativamente novo aspecto da
verdade.

Ao comprometer-me a revelar algo sobre os sete raios sinto a necessidade de lembrar,


àqueles que empreendem esse estudo, que qualquer conjectura feita a respeito da fonte de
origem dos raios não será útil até que o estudante desenvolva o aparelho de resposta a esse
mecanismo sensível que o permitirá registrar campos de contato mais amplos do que agora é
possível. Muitas pessoas ainda se encontram na etapa inicial onde registram a percepção de
um campo de expressão que sabem que existe — o campo de percepção da alma - porém
isto não constitui para elas o campo natural de expressão. Teoricamente conhecem muito
sobre isto, porém desconhecem os efeitos práticos do conhecimento aplicado. Outros estão
conscientes da consciência, do reino da alma e de uma casual reação a uma impressão desse
reino, porém não são ainda a própria consciência, nem estão tão identificados com a alma ao
ponto de remover da consciência tudo o mais. Sua meta e objetivo é alcançar isto.

Ademais quero recordar-lhes que o percurso que segue a Mônada (um aspecto da
energia que se acha em um ou outro dos três raios principais) pode dividir-se em três partes,
às quais conduzem a uma quarta:

14
1. À concretização de uma unidade inferior, ou seja, a unidade com a natureza da forma.
A alma nesta unidade se identifica tão estreitamente com o aspecto da matéria que não
estabelece diferença alguma, crê que é a forma, e não se conhece como alma. Isto com
freqüência atinge seu auge numa determinada vida de expressão onde se manifesta
plenamente a personalidade, onde a alma está totalmente centrada nas reações da
personalidade; a vida inferior é tão forte e vital que se expressa em forma potente e material.

2. A posterior e dolorosa diferenciação da consciência em uma dualidade realizada.


Nesta condição o homem é consciente do que se denomina sua dualidade essencial; sabe
que é espírito-matéria, vida-forma e a alma em manifestação. Durante esta etapa, que abarca
muitas vidas e conduz o homem ao caminho da provação e do discipulado até a terceira
iniciação, o centro de gravidade (se posso assim chamá-lo) muda constantemente, saindo da
forma e se centrando cada vez mais na alma. Há um acréscimo de consciência de que existe
uma Realidade que envolve e ao mesmo tempo extingue a dualidade.

Recordem que toda a história da evolução é a história da consciência e da crescente


expansão do princípio de ―tornar-se consciente‖, de maneira que desde o microscópico
interesse do homem consciente de si mesmo — porque vamos confinar a explicação dentro
dos limites do quarto reino da natureza — temos uma inclusividade que se desenvolve
lentamente, e que o levará finalmente à consciência do Cristo cósmico.

3. A elevada realização da unidade se segue em continuidade a este senso de dualidade,


e nesta etapa final, se perde a sensação de ser a alma e o corpo. A consciência se identifica
com a Vida que mora internamente no planeta e no sistema solar. Quando isso acontece, se
registra um estado de ser que está além das palavras, da mente e da forma.

O grande vidente judeu tentou explicar estas três etapas com as palavras Eu Sou O
Que Eu Sou. O expressou de forma concisa e adequada. Se tivéssemos o desenvolvimento
adequado para compreendê-lo! A terceira etapa (de qualquer forma que se entenda) desafia
toda explicação e insinua um quarto tipo de compreensão, da Deidade mesma, sobre a qual
não podemos fazer conjecturas.

2. Vida – Qualidade – Aparência

No estudo dos raios, portanto, deve recordar-se que estamos lidando com a
expressão-vida por intermédio da matéria-forma. A unidade superior só será reconhecida
quando for aperfeiçoada essa relação dual. A teoria da Vida Una poderá manifestar-se, porém
não me ocupo fundamentalmente da teoria, mas sim daquilo que pode ser conhecido, sempre
que haja progresso e se aplique a verdade de forma inteligente. Ocupo-me das possibilidades
e do que se pode realizar. Muitas pessoas falam e pensam hoje em termos dessa Vida Una,
porém não são mais do que palavras e idéias, pois a verdadeira percepção dessa Unidade
essencial continua sendo um sonho e uma fantasia. Sempre que se plasme esta realidade em
palavras, se acentua a dualidade e a controvérsia espiritual (empregando a palavra em seu
significado fundamental e não no seu significado comum antagônico) é reforçada. Tomemos,
por exemplo, as palavras: ―Creio na Vida Una‖ ou ―para mim só existe uma Realidade‖, e
observem como expressam dualidade em sua terminologia. A vida não pode ser expressa em
15
palavras e nem tampouco sua perfeição. O processo de ―tornar-se‖ que conduz a ―ser‖ é um
fato cósmico, que inclui todas as formas, e nenhum filho de Deus está isento desse processo
mutável. Enquanto habita na forma não pode conhecer o que é a Vida, somente após hajam
sido dados certos passos e pode funcionar com plena consciência dos planos superiores do
sistema poderá, com plena consciência, começa a vislumbrar a essa grandiosa Realidade. No
transcurso das épocas, certos grandes iniciados tem cumprido sua função como reveladores e
tem mantido diante dos olhos dos discípulos pioneiros da vida o ideal da Unicidade e da
Unidade. Isto tem sido simplesmente a mudança progressiva do foco de atenção de uma
forma a outra, para obter, desde um ponto de vista mais elevado, um novo vislumbre de uma
possível verdade. Cada era (e a atual não é uma exceção) crê que sua compreensão da
Realidade e sua sensibilidade à Beleza interior são melhores e estão mais próximas que
nunca da Verdade. A mais elevada compreensão daquilo que se denomina a Vida Una é a
percepção (do iniciado de grau superior) que haja alcançado o Logos encarnado, a Divindade,
e Sua idenficação com a consciência desse estupendo Criador Que se expressa por meio do
sistema solar. Nenhum iniciado do planeta pode identificar-se a si mesmo com a consciência
desse Identificado Ser (no sentido esotérico do termo) que no Bhagavad Gita diz: ―Havendo
permeado todo o universo com um fragmento de Mim Mesmo, Eu permaneço‖.

Recomendo-lhes que reflitam e considerem cuidadosamente estes pensamentos e se


esforcem para que haja uma constante expansão do sentido da percepção e uma crescente
capacidade para fazer contatos abrangentes com essa Verdade, Realidade e Beleza
emergentes que o universo manifesta. Ao mesmo tempo evitem os lirismos místicos sobre a
Vida Una, que são apenas a negação de toda capacidade mental e a luxuria de uma
percepção sensual muito desenvolvida e de natureza emocional de alto grau.

Todas as considerações feitas neste Tratado sobre os Sete Raios se mantêm


necessariamente dentro do pensamento, o qual significa perceber a dualidade. Empregarei a
linguagem da dualidade, porém não porque se trate de recalque em detrimento da unidade
(pois para mim é algo real e a vislumbro como algo mais que uma possibilidade), mas sim
porque todos os aspirantes, discípulos e iniciados, até a terceira iniciação, como foi dito
anteriormente, oscilam como um pêndulo entre os pares de opostos espírito e matéria. Não
me refiro aos pares de opostos do plano astral ou emocional, reflexos ilusórios dos
verdadeiros pares de opostos, mas sim à dualidade básica da manifestação. Considerarei o
material que é de valor prático e pode ser apreendido pela inteligência iluminada do homem
médio. É necessário que os estudantes, que buscam a iluminação e a correta compreensão
da verdade, não ponham a ênfase freqüentemente sobre certos aspectos e apresentações da
verdade, dizendo que uns são espirituais e outros mentais. No reino denominado mental se
acha o grande princípio da separatividade, produzindo-se, também, ali a grande unificação. As
palavras do iniciado Paulo têm aqui um lugar apropriado: ―Que a mente que esteve em Cristo
esteja entre vós‖, e acrescenta, em outra parte que o ―Cristo havia feito em si mesmo, de dois,
um novo homem‖. Por meio da mente se formula a teoria, se distingue a verdade e se capta a
Divindade. Quando tivermos feito um maior progresso no Caminho só veremos espírito em
toda parte; o aforismo expressado por essa grande discípula H.P.B. que diz ―matéria é espírito
no ponto mais baixo de sua atividade cíclica‖ e ―espírito é matéria no sétimo plano‖ o superior,
acabará por ser, com o tempo, uma realidade na nossa consciência. Isto é uma frase
intelectual que tem, todavia, pouco significado, exceto que enuncia uma verdade que não
pode ser comprovada. Tudo que existe é expressão da consciência espiritual, a qual
espiritualiza através de sua vida inerente todas as formas-matéria. A larva ou o verme que
16
desenvolve sua pequena vida numa massa de substância em decomposição constitui uma
manifestação espiritual, como também um iniciado que cumpre com seu destino no conjunto
de formas humanas, as quais mudam rapidamente. Tudo é Divindade manifestada; tudo é
expressão divina, e toda forma de consciência sensível e de resposta ao meio ambiente e,
portanto, um modo de expressar-se conscientemente.

Os Sete Raios são a primeira diferenciação da divina triplicidade Espírito-Consciência-


Forma, e proporcionam todo o campo de expressão para a Divindade manifestada. Dizem-nos
as escrituras do mundo que a interação ou relação entre Pai-Espírito e Mãe-Matéria produz
eventualmente um terceiro, o Filho, ou aspecto consciência. A este Filho, produto de ambos,
se define esotericamente como ―o Uno que foi o terceiro, porém é o segundo‖. A razão de tal
terminologia reside em que primeiro existiam o dois aspectos divinos Espírito-Matéria, ou
matéria impregnada de vida, e somente quando estes dois alcançaram sua mútua unidade
(observem a necessária ambigüidade desta frase) que o Filho surgiu. O esoterista, no entanto,
considera Espírito-Matéria como a primeira unidade, e o Filho, o segundo fator. Este Filho, a
vida divina encarnada na matéria é, por conseguinte, o que produz a diversidade e a
imensidão de formas, é a personificação da qualidade divina. Poderíamos para tanto
empregar, para maior clareza, os termos Vida-Qualidade-Aparência, que podem ser
substituídos pela triplicidade mais comum Espírito-Alma-Corpo ou Vida-Consciência-Forma.

Utilizarei a palavra Vida quando me referir ao Espírito, à energia, ao Pai, ao primeiro


aspecto da Divindade e este essencial dinâmico Fogo elétrico, e que produz tudo que existe, e
é a sustentadora, originadora Fonte e Causa de toda manifestação.

Utilizarei a palavra Aparência para expressar aquilo que chamamos matéria, forma ou
expressão objetiva; é esta aparência ilusória, tangível e externa animada pela vida. Este é o
terceiro aspecto, a Mãe, ofuscada e fertilizada pelo Espírito Santo ou Vida, unida à substância
inteligente. Este é o fogo por fricção — uma fricção originada pela vida e matéria em sua
interação, que produz uma constante troca e mutação.

Utilizarei a palavra Qualidade para expressar o segundo aspecto, o Filho de Deus, o


Cristo cósmico encarnado na forma — forma que veio à existência pela relação do espírito e
da matéria. Esta interação produziu a Entidade psicológica denominada o Cristo. O Cristo
cósmico nos demonstrou sua perfeição no que diz respeito à família humana através do Cristo
histórico. Esta entidade psicológica é capaz de por em funcionamento ativo uma qualidade
que existe dentro de todas as formas humanas, a qual esotericamente pode ―obliterar as
formas‖ e atrair tanto a atenção, que oportunamente será considerada o fator principal e que
constitui tudo o que é. Tal verdade a respeito da vida, da qualidade e da forma, está bem
claramente evidenciada para nós na história do Cristo da Galiléia. Continuamente recorda a
seu povo que Ele não era o que aparentava ser, nem tampouco era o Pai no Céu, e todos os
que O amam e O conhecem se referem a Ele em termos de qualidade. Demonstrou-nos a
qualidade do amor de Deus, e encarnou em Si mesmo não só o que havia evoluído das
qualidades dos sete raios, mas também, como fazem uns poucos filhos de Deus, o princípio
básico do raio do próprio Logos solar, a qualidade do Amor. Vamos estudar isto com mais
detalhes quando abordarmos o segundo Raio de Amor-Sabedoria.

Os sete raios são, portanto, a personificação de sete tipos de força que nos
demonstram as sete qualidades da Divindade. Estas sete qualidades têm, por conseguinte,
17
um sétuplo efeito sobre a matéria e as formas que existem em todo o universo, e também uma
sétupla inter-relação entre si.

Vida, qualidade e aparência, formam uma síntese do universo manifestado e no


homem encarnado, e o resultado desta síntese é sétuplo, produzindo sete tipos de formas
qualificadas que surgem em cada plano e em cada reino. Deve lembrar-se que todos os
planos, que desde nosso pequeno ponto de vista consideramos sem forma, não o são em
realidade. Nossos sete planos são apenas sete subplanos do plano físico cósmico. Não nos
ocuparemos dos planos, exceto em sua relação com o desenvolvimento do homem, nem do
macrocosmos, nem com a vida em desenvolvimento do Cristo Cósmico. Limitaremos
totalmente nossa atenção ao homem e as suas reações psicológicas às formas qualificadas,
em três diretrizes: até as formas que existem nos reinos sub-humanos da natureza, aquelas
com as quais está associada a família humana, as da Hierarquia que guiam, e as do mundo
das almas. Os sete tipos de raio devem ser estudados em sua totalidade desde o ponto de
vista humano, pois este tratado está destinado a proporcionar ao homem uma nova
abordagem psicológica mediante a compreensão das energias, em número de sete, e suas
quarenta e nove diferenciações, as quais o animam e fazem dele o que ele é. Mais adiante, à
medida que estudemos cada tipo de raio, submeteremos o homem a uma detalhada análise e
estudaremos sua forma de reagir a estas três diretrizes.

Estes sete raios são as sete correntes de força que emergem de uma energia central
depois que (desde um ponto do tempo) foi estabelecido esse vórtice de energia. Então entre o
espírito e a matéria se produziu a interação, e a forma, ou a aparência do sistema solar iniciou
seu processo de vir a ser — processo que conduz oportunamente a ser. Esta idéia é antiga e
verídica. Os escritos de Platão e os iniciados da antiguidade assentaram as proposições
fundamentais que nortearam a mentalidade humana durante épocas, se faziam referencia aos
sete eons e às sete emanações, a vida e a natureza dos ―Sete Espíritos diante do Trono de
Deus‖. Estas grandes Vidas, funcionando dentro dos limites do sistema solar, reuniram em Si
mesmos a substância que necessitavam para a manifestação, e construíram as formas e
aparências mediante as quais podiam melhor expressar Suas qualidades inatas. Dentro de
Seu raio de influência reuniram tudo que agora existe. Este material agregado, qualificado
constitui Seu corpo de manifestação, assim como o sistema solar é o corpo de manifestação
dos aspectos da Trindade.

Esta idéia poderá ser captada melhor quando se recorda que todo ser humano
constitui, por sua vez, um agregado de átomos e células que compõem a forma, na qual estão
distribuídos órgãos e centros de vida diferenciados que agem com ritmo e relacionamento,
mas possuem distintas influências e diferentes propósitos. Este conjunto de formas animadas
tem a aparência de uma entidade ou vida central, caracterizada por sua própria qualidade e
que funciona de acordo com o grau de evolução, impressionando assim com sua radiação e
vida a cada átomo, célula e organismo dentro do raio de sua influência imediata e também
qualquer outro ser humano com quem entra em contato. O homem constitui uma entidade
psíquica, uma Vida que, mediante a influência irradiadora, construiu uma forma, e a matizou
com sua qualidade psíquica, apresentando assim ao mundo circundante uma aparência que
persistirá durante todo o tempo em que vive essa forma.

Esta afirmação abarca também a história da vida e a aparição qualificada de qualquer


um dos sete raios. Deus, Raio, Vida e Homem, são todos entidades psicológicas e
18
construtores de formas. Em conseqüência, uma grande vida psicológica está aparecendo
através de um sistema solar. Sete vidas psicológicas, qualificadas por sete tipos de força,
também estão aparecendo por intermédio dos sete planetas. Cada vida planetária repete a
mesma técnica de manifestação, vida, qualidade e aparência, e em seu segundo aspecto
qualitativo se manifesta como uma entidade psicológica. Cada ser humano é uma réplica em
miniatura de todo o plano. Também é espírito, alma e corpo; vida, qualidade e aparência.
Cobre sua aparência com sua qualidade e a anima com sua vida. Devido a que todas as
aparências são expressões da qualidade, e as menores estão incluídas nas maiores, cada
forma da natureza e cada ser humano é encontrado em um dos sete raios qualificadores, e
sua aparência na forma fenomênica está matizada pela qualidade de seu raio fundamental e
qualificada predominantemente pelo raio dessa vida particular de cuja emanação surgiu, mas
incluirá também, em forma secundária, os outros seis tipos de raio.

Portanto, aceitemos — como analogia simbólica — o fato de uma Vida Central (externa
e fora do sistema solar e, no entanto, dentro dele durante a manifestação) Que decidiu dentro
de Si mesmo tomar forma material e encarnar. Assim se estabelece um vórtice de força como
um passo preliminar, então temos ao mesmo tempo o Deus Imanente e o Deus
Transcendente. Este vórtice, resultado de sua atividade inicial, se manifesta por intermédio
daquilo que chamamos substância ou (utilizando um termo técnico da ciência moderna, o
melhor que podemos fazer por hora), através do éter do espaço. A conseqüência desta
interação ativa da vida e substância é que uma unidade básica é constituída. Pai e Mãe se
uniram. Esta unidade está caracterizada pela qualidade. Por meio desta triplicidade de vida,
qualidade e forma, a Vida central evoca e manifesta consciência, isto é, responde
conscientemente a tudo que acontece, porém em um grau que resulta impossível conceber-
se, devido a que estamos limitados por nosso atual e pouco desenvolvido ponto de evolução.

Aqueles que estudam este tratado devem ter em mente que é necessário familiarizar-
se, desde o começo, com estes quatro fatores condicionantes — vida-qualidade-aparência e
seu resultado sintético, que denominamos Consciência.

Portanto, sempre falamos sobre o que está fora da aparência e o que é consciente
desta aparência. Isso envolve a percepção de seu desenvolvimento material e a conseqüente
expressão adequada e também percepção do seu desenvolvimento psíquico. Nenhum estudo
sobre os raios é possível sem esse reconhecimento quádruplo. Compreenderemos o tema
com mais facilidade se aprendemos a nos considerar como uma expressão exata (embora
pouco desenvolvida) e reflexo deste quaternário inicial e criador. Somos vidas que aparecem,
expressam qualidade e lentamente tornam-se conscientes do processo e objetivo à medida
que nossas consciências se assemelham cada vez mais a da própria Divindade.

3. Enumeração dos Sete Raios

Como parte do plano original, a Vida Una tratou de expandir-se, e sete eons ou
emanações surgiram do vórtice central e repetiram ativamente o processo anterior em todos
os detalhes. Aqueles também vieram à manifestação e, na tarefa de expressar a vida ativa
qualificada por amor e limitada pela aparência externa fenomênica, passaram a uma atividade
secundária e se tornaram os sete Construtores, sete Fontes da Vida e os sete Rishis de todas
19
as escrituras antigas. Estas entidades psíquicas originais, imbuídos da capacidade de
expressar amor (o que significa aceitar o conceito de dualidade, o amor e o amado, o desejo e
o desejado, deve ser colocado aqui) e emergir do ser subjetivo para se tornar
objetivo. Chamamos estes sete por vários nomes, como segue:

1. O Senhor de Poder ou Vontade. Esta Vida quer amar, e usa o poder como expressão
da divina benevolência. Para o seu corpo de manifestação usa esse planeta do qual o sol é o
substituto esotérico.

2. O Senhor do Amor-Sabedoria, personifica o amor puro; os esotéricos acreditam que


está tão perto do coração do Logos solar, como estava o amado discípulo perto do coração de
Cristo da Galiléia. Esta Vida infunde em todas as formas a qualidade do amor, em conjunto
com a manifestação mais materialista do desejo; constitui o princípio atrativo da natureza e o
guardião da Lei da Atração, que é a manifestação da vida do Ser puro. Este Senhor do Amor
é o mais poderoso dos sete raios, porque ele pertence ao mesmo raio cósmico da divindade
solar. Ele se expressa principalmente através do planeta Júpiter, o qual constitui Seu corpo de
manifestação.

3. O Senhor da Inteligência Ativa. Seu trabalho está intimamente ligado com a matéria e
trabalha em cooperação com o Senhor do Segundo Raio. É o impulso motivador para o
trabalho inicial da criação. O planeta Saturno é seu corpo de expressão no sistema solar, e
através da matéria (que de forma benéfica obstrui e obstaculiza) fornece a humanidade um
vasto campo de experimento e experiência.

Gostaria de salientar aqui que ao falar em termos de personalidade, inevitavelmente eu


tenho que usar o pronome pessoal e, portanto, não devem acusar-me de personalizar essas
grandes forças. Falo em termos de Entidade, de puro Ser, e não em termos de personalidade
humana. Mas persiste a limitação da linguagem, e ao ensinar aqueles que pensam com a
mente concreta inferior, cuja intuição está dormente ou só se manifesta em flashes, sou
obrigado a falar em parábolas e a empregar uma linguagem simbólica. Permitam-me recordar
também que todas as declarações feitas são relacionadas ao nosso planeta e se expõem em
termos que podem ser compreendidos pela humanidade que o nosso planeta produziu. O
trabalho, segundo vou descrevendo, é apenas uma fração do trabalho empreendido por esses
Seres; cada um deles tem seu próprio propósito e raio de influência, e como a nossa Terra
não é um dos sete planetas sagrados (nem o corpo de manifestação de um dos sete raios
básicos), estes seres têm propósitos e atividades em que nossa Terra desempenha uma
pequena parte.

4. O Senhor da Harmonia, Beleza e Arte. A principal função deste Ser é a criação de


beleza (como uma expressão da verdade) pela livre interação da vida e forma, baseando a
concepção de beleza no plano inicial tal como existe na mente do Logos solar. Não foi
revelado qual é o corpo de manifestação desta Vida, mas a atividade que dele emana produz
uma combinação de sons e cores e uma linguagem musical que expressa, através de uma
forma ideal, o que é a idéia originadora. Este quarto Senhor de expressão criadora vai assumir
a sua atividade na Terra daqui a seiscentos anos, mas já se sentem as primeiras débeis
expressões de sua influência, e o século seguinte verá o renascimento da arte criativa em
todos os seus ramos.

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5. O Senhor do Conhecimento Concreto e Ciência. Esta grande Vida está em contato
íntimo com a mente da Divindade criadora, assim como o Senhor do Segundo Raio está com
o coração dessa mesma Divindade. Sua influência é grande atualmente, embora não tão
poderosa como será mais adiante. A ciência é o desenvolvimento psicológico no homem,
devido à influência que exerce este raio, e só agora começa a realizar seu verdadeiro
trabalho. Sua influência aumenta em poder, da mesma maneira que diminui a influência do
sexto Senhor.

6. O Senhor de Devoção e Idealismo. Esta Deidade Solar constitui a expressão peculiar e


característica da qualidade do Logos solar. Não se esqueça que no grande esquema de
universo universal (não apenas nosso universo), a qualidade do nosso Logos solar é tão
diferente e distinta como a de qualquer um dos filhos dos homens. Esta força de raio, junto
com o segundo raio, constitui uma verdadeira e real expressão da natureza divina. As
qualidades deste Senhor são a militância focalizada em um ideal, a focalizada devoção ao
impulso de vida e à sinceridade divina, as quais refletem suas impressões sobre tudo o que
existe dentro de Seu corpo de manifestação. Os esotéricos avançados debatem sobre se
Marte é ou não o planeta através do qual Ele se manifesta. Deve lembrar-se que apenas
alguns planetas constituem corpos de expressão dos Senhores dos raios. Existem dez
"planetas de expressão" (usando o termo empregado pelos antigos Rishis), e apenas sete
Vidas de Raio são consideradas como os Construtores do Sistema. O grande mistério que
finalmente será revelado nas iniciações superiores, é a relação que existe entre um raio e um
planeta. Portanto, não esperem uma informação mais completa por hora. A influência deste
sexto Senhor já está passando.

7. O Senhor da Ordem Cerimonial ou Magia. Ele agora está entrando no poder, e


lentamente e com segurança faz sentir Sua presença. Sua influência é muito poderosa no
plano físico, porque há uma estreita relação numérica entre o Senhor do Sétimo Raio, por
exemplo, e o sétimo plano, o físico, bem como a sétima raça raiz estará em completo acordo e
expressará perfeitamente a lei e ordem. Este raio da ordem e seu advento é parcialmente
responsável pela tendência atual nos assuntos mundiais de implantar governos ditatoriais e
impor o controle de um grupo central de governo.

Será de valor o seguinte enunciado sobre a atividade ou inatividade dos raios, e quero
que tenham em conta que apenas se refere à nossa Terra e suas evoluções.

Primeiro Raio Não está na manifestação


*Segundo Raio Em manifestação desde 1575 d.C.
*Terceiro Raio Em manifestação desde 1425 d.C.
Quarto Raio Entrará lentamente em manifestação após 2025 d.C.
*Quinto Raio Em manifestação desde 1775 d.C.
Sexto Raio Está saindo rapidamente de manifestação. Ele começou a sair em 1625
d.C.
*Sétimo Raio Em manifestação desde 1675 d.C.

21
Naturalmente, estes constituem ciclos menores dentro da influência do signo de
Peixes. Veremos que há quatro raios em manifestação atualmente: segundo, terceiro, quinto e
sétimo.

Aqui surge a pergunta: Como é possível que existam pessoas que pertencem a todos
os raios ao mesmo tempo? A razão é que, como pode ser vista facilmente, no que o quarto
raio começa a aproximar-se e o sexto se retira, permite que seis desses raios levem à
manifestação os seus egos. No entanto, agora existem muito poucos egos do quarto raio
sobre a Terra, e um número muito grande de egos do sexto raio, e passarão cerca de
duzentos anos antes de todos os egos do sexto raio desencarnem. Quanto aos egos do
primeiro raio, não existem tipos puros no planeta. Aqueles que são denominados de primeiro
raio pertencem ao primeiro sub-raio do segundo raio que se acha em encarnação. Um ego
puro do primeiro raio em encarnação atualmente seria um desastre. Não há suficiente
inteligência e amor no mundo para equilibrar a vontade dinâmica de um ego que pertence ao
raio do destruidor.

Assim como a família humana está relacionada com o Logos planetário da Terra, o que
se explica melhor dizendo que constitui Seu coração e cérebro, da mesma maneira a soma
total de evoluções semelhantes dentro de todo o sistema solar, constitui o coração e o cérebro
do Logos Solar. Atividade inteligente e amor são as principais características de um filho de
Deus evoluído, enquanto seus reflexos inferiores - sexo e desejo - caracterizam o homem
médio e os filhos de Deus que ainda não evoluíram.

Estas sete emanações viventes e qualificadas que emanam do vórtice central de


forças, são compostas de incontáveis miríades de unidades de energia que são inatos e
inerentes aspectos da vida, dotados de qualidade e capazes de aparência. No subumano esta
tríplice combinação de vida, qualidade e aparência, produz resposta consciente no meio
ambiente, que é composto pela soma total de todas as vidas, qualidades e aparências -
síntese dos sete raios ou emanações da Divindade, os quais produzem no reino humano uma
percepção autoconsciente e no sobre-humano uma inclusividade sintética. Todos os mônadas
humanas trazidas à manifestação pela vontade e desejo de algum Senhor de raio, fazem parte
do Seu corpo de manifestação. Potencialmente expressam Sua qualidade e aparecem
fenomenicamente de acordo com o grau de evolução atingido. "Como ele é, assim somos nós
neste mundo", mas ainda apenas potencialmente - a meta da evolução encontra-se em
transformar o potencial em real e o latente em expressão. O trabalho do esoterista é
precisamente isto: extrair a qualidade oculta do que está latente.

4. O Papel do Cristianismo

Tenho afirmado a premissa básica de que tudo o que conhecemos constitui uma
entidade divina em manifestação que se expressa através de três aspectos (para os
propósitos deste tratado, porque estão mais de acordo com a terminologia do emergente
pensamento moderno), que decidi denominá-los de Vida, Qualidade e Aparência. Aqui estão
alguns dos nomes dados à Trindade, pelas grandes religiões, e sinônimos na frase cristã Pai,
Filho e Espírito Santo (velhos termos antropomórficos!), Espírito, Alma e Corpo, na fraseologia
comum, e Vida, Consciência e Forma na filosofia hindu.
22
Sugiro aqui que a importância do cristianismo reside na compreensão de que é uma
religião de ligação e isto os modernos pensadores fariam bem em lembrar. Isto está
simbolizado pelo fato de que o Mestre dos Mestres encarnou na Palestina, pedaço de terra
que se encontra entre a Ásia e Europa, e que participa do caráter de ambos. O cristianismo é
a religião do período de transição que liga a era da existência autoconsciente com a era de
um mundo grupo-consciente. Também subsistirá na era onde prevalecer esse tipo de
pensamento que (quando corretamente aplicado) servirá como um elo de ligação entre os
mundos da mente concreta e da mente abstrata. O Antigo Comentário assim se expressa:

"Quando chega o momento em que a luz da alma revela o antakarana (ponte entre
a consciência da personalidade e a consciência da alma, A.A.B.), então se conhecerão
os homens pelo o conhecimento que possuem, estarão coloridos pelo desespero do
desejo insatisfeito, se dividirão naqueles que reconhecem seu dharma (o que significa
cumprir todas as obrigações implícitas e deveres) e aqueles que só vêem a atuação do
karma e, pela própria natureza mesma de sua necessidade; encontraram finalmente “Luz
e Paz".

O cristianismo é uma religião principalmente separatista que demonstra no homem a


sua dualidade e estabelece as bases para a unidade futura. Essa etapa é muito necessária e
tem prestado um grande serviço à humanidade; o propósito e a intenção do cristianismo têm
sido bem definido e elevado e fez seu trabalho divino. Hoje está em vias de ser substituído,
mas não foi revelado que nova formulação da verdade irá substituí-lo. A luz penetra
lentamente na vida do homem, e nessa radiante iluminação se formulará a nova religião e
chegará a uma nova enunciação da antiga verdade. Através da lente da mente iluminada se
verá, em breve, aspectos da divindade até agora desconhecidos. Pensaram alguma vez que
podem existir qualidades e características da natureza divinas, latentes dentro da forma, que
até agora têm estado completamente desconhecidas, nem sequer tenuamente percebidas,
que não tem precedentes, nem existem palavras nem outro meio adequado para expressá-
las? Assim é. Da mesma forma que a expressão "consciência grupal" não teria nenhum
significado para o homem primitivo e seria apenas um conjunto de signos alfabéticos sem
sentido, assim (um pouco abaixo da superfície do nosso mundo manifestado) vivem
qualidades divinas e um propósito que é tão longe da consciência da nossa humanidade atual,
como a idéia de percepção coletiva estava longe de ser a consciência da humanidade pré-
histórica. Que este pensamento lhe infunda coragem. O passado constitui a garantia da infinita
expansão do futuro.

II. Algumas questões e suas respostas.

1. O que é a alma e sua natureza?

2. Qual é a origem, objetivo, propósito e plano da alma?

3. Pode o fato de a alma ser provado?

4. De que valor é para estudar os raios?

5. Qual é o significado de consciência; Energia ou Luz?


23
CAPÍTULO II

ALGUMAS PERGUNTAS E SUAS CORRESPONDENTES RESPOSTAS

Foi indicado neste tratado que dedicaríamos nossa atenção para o segundo dos três
aspectos e nos concentraríamos sobre a qualidade. O que quero dizer com isto? Quero dizer
que trataremos daquilo que emerge através da forma, que vela ou se oculta por trás da
aparência, expressa a vida ou espírito, e se produz mediante a interação da vida com a
matéria. Quando se refere ao homem, que é o reflexo da divindade, e se aplica ao tema da
sua qualidade, implica três reconhecimentos:

1. O ser humano é, como dito anteriormente, uma vida encarnada que expressa a
qualidade e registra essa qualidade na consciência, ou responde sensivelmente à interação
que se produz durante o processo evolutivo entre espírito e matéria.

2. O homem, sendo uma síntese (a única síntese completa, excetuando a Deidade


Macrocósmica), registra um auto-reconhecimento, que é potente o suficiente hoje para
capacitá-lo a diferenciar reações de...

a. A triplicidade, o Conhecedor, o campo de conhecimento e o conhecido (segundo o


denomina o Bhagavad Gita).

b. A crescente percepção de que o campo de conhecimento é apenas aparência ou ilusão, e


que o conhecimento em si pode ser um obstáculo, se não for transmutado em sabedoria.

c. O progresso evolutivo em resposta a um ou outro desses três, o qual indica o


desenvolvimento da sensibilidade. Isto leva a interessar-nos pelo Conhecedor e a crer que
este Conhecedor é a alma, una com a Divindade, ilimitado e eterno no tempo e no espaço e o
fator determinante da existência humana.

3. Que a infinita diversidade de formas oculta uma síntese subjetiva. Portanto, o homem
pode ver eventualmente, observar um setenário universal quando expressa a si mesmo
através das formas de todos os reinos, e quando isso acontece, penetra no mundo da unidade
subjetiva e pode seguir o seu caminho consciente em direção ao Uno. Não pode ainda entrar
na consciência dessa fundamental Unidade essencial, mas pode penetrar na sua própria vida
de raio, fonte de onde emana a sua própria vida temporariamente especializada.

Esta triplicidade de conceitos requer um estudo cuidadoso. Pode ser expressa da


seguinte forma:

o A Vida Una. Unidade.


ooo Os três Raios Maiores.
oooo Os quatro Raios Menores formam sete
o A Unidade da Aparência.

Da Vida Una não nos ocuparemos. Devemos aceitá-la como uma verdade fundamental
e entender que estamos no caminho de retorno desde a unidade da existência identificada
24
com a forma, através dos diferentes modos de responder conscientemente à interação e
atividade divinas, até chegar a uma identificação final com a Vida Una. A consciência da forma
deve dar lugar à radiação qualificada da identidade espiritual autoconsciente, que é um filho
de Deus que aparece por meio da forma. Isto finalmente será substituído por duas formas de
expressão contendo em si:

1. O sentido de síntese divina do qual nosso "bem-estar" corporal é a forma mais inferior
do reflexo material, ainda que simbólico. É uma sensação de coordenada satisfação de
regozijo, baseado na realização do Ser.

2. A retirada desta percepção da vida para um aspecto ainda mais intenso e individual,
que envolve a consciência da vida de Deus mesma, liberta da forma mas ainda assim, em um
sentido misterioso, consciente de qualidade.

Em linguagem mística poderia expressar-se assim:

"Tomo um corpo. Este corpo tem vida. Conheço sua vida. Portanto, conheço a minha
mãe.

"Utilizo um corpo. Este corpo não sou eu. Sirvo ao grupo e ao servir vivo dentro do
corpo, desapegado, como um filho de Deus. Conheço o meu Eu.

"Animo um corpo. Sou a sua vida e essa vida será a vida. Essa Vida é conhecida
como o amor. Sou o amor de Deus. Conheço o Pai e sei que a Sua vida é amor.

"Sou o corpo e sua vida amorosa. Sou o Eu, cuja qualidade é o amor. Sou a vida de
Deus mesmo. A Mãe, o Pai e o Filho eu Sou.

"Atrás destes três permanece o Deus desconhecido. Esse Deus sou Eu."

Falaremos claramente à custa de repetição. Neste tratado, ainda que me refira à forma
e considere sua natureza, Darei ênfase a autoconsciência à medida que se expressa na
capacidade de resposta e percepção de um peculiar tipo que denominados de "qualidade de
consciência" ou característica inata. Temos sempre triplicidades subsidiárias que são apenas
vocábulos adjetivados empregados para expressar a qualidade de vida que aparece.

Forma Mutabilidade, resposta consciente à radiação. Matéria.


Autoconsciência Resposta. A consciência da identidade. Alma.
Vida Imutabilidade. Emanação. Causa. Fonte. Espírito.

A síntese de todos esses estados de manifestação, a denominamos Deus, o Isolado, o


que Tudo permeia, o Desapegado e o Retirado.

As verdades abstratas acima são de difícil apreensão, mas é necessário expô-las para
que nosso tema seja compreendido e não dê origem a que se diga que consideramos a
diversidade como a única verdade e não nos ocupamos da realidade.

Agora me ocuparei das cinco perguntas que formulei, e as responderei ao leitor.


25
Pergunta 1. O que é a alma? Podemos defini-la? Qual é a sua natureza?

Vou expor aqui apenas quatro definições que servirão como base para todo o resto.

A. A alma pode ser chamada Filho do Pai e da Mãe (Espírito-Matéria) e é, portanto, a


personificação da vida de Deus, e encarna com o fim de revelar a qualidade da natureza de
Deus, o amor essencial. Esta vida, ao tomar forma, nutre a qualidade do amor que existe
dentro de todas as formas e, finalmente, revela o propósito de toda a criação. Esta é a
definição mais simples para a humanidade comum, expressa na linguagem do místico que
une a verdade tal como se encontra em todas as religiões. Logicamente é inadequada porque
não coloca ênfase sobre a verdade de que, o que pode ser dito do homem, pode ser dito da
realidade cósmica, e assim como uma aparência humana na Terra oculta tanto a qualidade
como o propósito (em diversos graus), assim a síntese de todas as formas ou aparências,
dentro dessa unidade que chamamos o sistema solar, vela a qualidade e propósito da
Divindade. Somente quando o homem já não se engana com as aparências e se libertou do
véu da ilusão, chegará a conhecer a qualidade da consciência de Deus e o propósito que ela
revela, e isso de uma forma tríplice:

a. Descobre a sua própria alma, o produto da união de seu Pai no céu com a Mãe, ou a
natureza material, personalidade. Tendo descoberto a personalidade, descobre a qualidade
de vida egóica, e o propósito para a qual tenha "aparecido".

b. Encontra esta qualidade que se expressa através de sete aspectos ou diferenciações


básicas, e que este setenário de qualidades encobre esotericamente as formas de todos os
reinos da natureza, constituindo a totalidade das revelações do propósito divino. Percebe que
isto é essencialmente um conjunto setenário de energias e que cada energia produz
diferentes efeitos e aparências. Esta descoberta faz com que ele, quando percebe que sua
própria alma está colorida por uma das qualidades dos sete raios, se identifique com o
propósito de seu raio — qualquer que seja - e expresse um tipo particular de energia divina.

c. A partir desse ponto, então, ele passa a um reconhecimento de todo o setenário, e na


Caminho da Iniciação consegue obter um vislumbre da Unidade, até então desconhecida, e
nem sequer pressentida.

Assim, a partir da consciência de si mesmo, o homem chega a perceber a inter-relação


que existe entre as sete energias fundamentais ou raios; dali progride para entender a tríplice
Divindade, até que na última iniciação (a quinta) se funde conscientemente com a intenção
divina unificada, a qual reside detrás de todas as aparências e qualidades. Poderia
acrescentar que nas iniciações superiores à quinta, é revelado um propósito mais amplo e
mais profundo do que está se desenvolvendo em nosso sistema solar. O propósito do nosso
Logos manifestado é apenas uma parte de um intento maior. Também pode notar-se que no
quarto reino da natureza, no caminho da evolução e da provação, o homem chega ao
conhecimento de sua alma individual e vislumbra a qualidade e o propósito dessa alma. No
caminho do discipulado e da iniciação vislumbra a qualidade e o propósito de sua Vida
planetária, e descobre a si mesmo como parte de uma Vida de raio que está aparecendo
através da forma de um planeta e incorpora um aspecto da energia e propósitos divinos. Após
a terceira iniciação ele vislumbra a qualidade e o propósito do sistema solar e vê a vida e
26
energia do seu raio como parte de um todo maior. Estes são apenas modos de expressar a
qualidade que surge e o propósito oculto nas Vidas graduadas que dão forma a todas as
aparências e as colorem com a qualidade.

B. A alma pode ser considerada como o princípio inteligente - inteligência cujas


características são a mente e a percepção mental, que por sua vez se demonstram como o
poder de analisar, discernir, separar, distinguir, escolher ou rejeitar, e todas as implicações
que estes termos significam. Enquanto um homem se identifica com a aparência, esses
aspectos do princípio mental produzem nele "a grande heresia da separatividade". A
aparência da forma produz a fascinação astral e o alucina completamente. Ele considera a si
mesmo como forma, e depois de compreender a si mesmo como a forma material e identificar-
se com a aparência externa, percebe a si mesmo como um desejo insaciável. Então, ele se
identifica com seu corpo de desejos, seus bons e maus apetites, considerando-se também
unido aos seus estados de animo, seus sentimentos, seus desejos, e ainda irradia para o
mundo material o que se passa internamente no mundo do pensamento, ou o reino da
alma. Ele é atormentado pelo senso de dualidade. Mais tarde se identifica com outras das
aparências ou natureza, do corpo mental. Os seus pensamentos tornam-se tão tangíveis que
o impelem, incitam e influenciam; e o mundo das formas-pensamento se incorpora ao mundo
das aparências materiais e à grande ilusão. Então ele é submetido a uma tripla ilusão, e ele
que é a vida consciente por trás da ilusão, começa a unificar as formas em um conjunto
coordenado a fim de controlá-las melhor.

Assim, aparece Personalidade da alma. Está à beira do caminho probatório. Entre o


mundo das qualidades e dos valores, começa a descobrir a natureza da alma, e a ênfase
posta na aparência se transfere para a qualidade da Vida que lhe deu origem. Esta
identificação da qualidade com a aparência cresce constantemente no caminho, até que a
fusão da qualidade e da aparência, da energia e aquilo que ela energiza, é tão perfeita que a
aparência já não oculta a realidade, e a alma é agora o fator dominante; então a consciência
se identifica consigo mesma (ou com seu raio) e não com a sua aparência fenomênica. Mais
adiante, a própria alma é substituída pela Mônada, e essa Mônada se torna na verdade o
propósito personificado.

O processo pode ser expresso por uma simples simbologia: - o.o.o, ou o.o...o ou
o...o.o, representando assim a separação dos três aspectos. A união dos três aspectos da
aparência-qualidade-propósito ou vida, resulta em uma abstração da aparência e, portanto, o
fim da existência fenomênica. Ponderem sobre o simples arranjo desses símbolos, porque les
representam sua vida e progresso:

O homem não desenvolvido o o o. aparência, qualidade, vida.


O discípulo o o..o. aparência-qualidade, vida.
O iniciado o..o.o. aparência.., qualidade-vida.

Finalmente ........... dentro do círculo do infinito.

27
Isto é verdade a respeito do ser humano, do Cristo em encarnação e também a
respeito ao Cristo cósmico, Deus encarnado no sistema solar, sistema no qual está se levando
a cabo uma fusão e mescla semelhante, e os aspectos separados estão entrando em relação
evolutiva, resultando em uma eventual síntese de aparência e qualidade, e depois de
qualidade e propósito. Pode-se notar aqui que a Hierarquia como um todo se caracteriza pelo
símbolo o. .oo; o Novo Grupo de Servidores do Mundo, pelo símbolo oo..o, e as massas não
evoluídas pelo símbolo o o o. Não se esqueçam que nos três grupos, assim como na
natureza, há etapas intermediárias constituídas por aqueles realizando a transição.

A tarefa de todos os que estudam este Tratado sobre os Sete Raios consiste em fundir
a qualidade com a aparência e, portanto, devem estudar a natureza dessa qualidade a fim de
produzir uma verdadeira aparência. Nas antigas regras dadas aos místicos na época Atlante,
encontramos estas palavras:

"Que o discípulo conheça a natureza do Seu Senhor do Amor; Sete são os


aspectos do amor de Deus; sete as cores do Uno manifestado; sétuplo o trabalho; sete
as energias e sétuplo o Caminho de regresso para o centro da paz. Que o discípulo
viva no amor e ame em vida."

Naqueles remotos dias nada do propósito penetrava na mente dos homens porque a
raça não era mental, nem era intenção de que fosse. A ênfase foi colocada sobre a qualidade
da aparência em todos os preparativos para a iniciação, e o iniciado mais elevado naquele
momento se esforçava para expressar unicamente a qualidade do amor de Deus. O plano era
um grande mistério. O Cristo cósmico e individual foi percebido e conhecido, mas o propósito
estava velado e não havia sido revelado. Não se conhecia o "nobre caminho óctuplo‖ e
apenas se percebiam sete passos dentro do Templo. Com o advento da raça ariana o
propósito e plano começaram a revelar-se. Somente quando a aparência começa a ser
dominada pela qualidade e a consciência expressa a si mesma pela percepção dirigida
através da forma, então o propósito é sentido tenuamente.

Estou tentando transmitir em diversas maneiras, utilizando o simbolismo das palavras,


o significado da alma. A alma é, portanto, o filho de Deus, o produto da união de espírito e
matéria, a expressão da mente de Deus, porque mente e intelecto são termos que expressam
o princípio cósmico de amor inteligente - amor que produz a aparência através da mente e é o
construtor das formas separadas ou aparências. A alma, através da qualidade do amor,
também produz a fusão de aparência e qualidade, percepção e forma.

C. A alma é (e aqui as palavras limitam e deformam) uma entidade de luz colorida por
uma de vibração especial de raio, um centro de energia vibratória que se acha dentro da
aparência ou forma, durante toda sua vida de raio. É uma vida entre os sete grupos de
milhões de vidas que em sua totalidade constituem a Vida Una. Devido a sua natureza, a alma
percebe ou é consciente em três direções: consciente de Deus, do grupo e de si mesma. Este
aspecto de ser consciente de si mesma é trazido à fruição na aparência fenomênica de um ser
humano; o aspecto consciência grupal retém o estado humano de consciência, mas agrega a
este a percepção de sua vida de raio, que vai se desenvolvendo progressivamente; em
seguida, sua percepção se torna consciente do amor, da qualidade e do espírito que existe
em seus relacionamentos; só é potencialmente consciente de Deus, e neste desenvolvimento
reside, para a alma, seu próprio progresso em forma ascendente e externa, depois de ter
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aperfeiçoado seu aspecto de ser consciente de si mesma e ter reconhecido sua percepção
grupal. Portanto, a alma tem os seguintes aspectos ou aparências:

o . . . . Consciência de Deus, o sistema solar. Unidade.


.
.

A Alma ooo . . . . o. Consciência do raio, um dos sete raios


_____ de qualidade divina.Consciência grupal.
/

/.

/.

Aspirante o. . . . Auto Consciência, percepção das aparências.

Diversidade da vida da forma.

Os aspirantes que estudam e treinam para viver uma vida de serviço podem
considerar-se como tendo alcançado o ponto onde se encontra a linha. Para visualizar isto
corretamente deve ser considerado o símbolo girando rapidamente, produzindo assim uma
roda que dá voltas, a roda da vida. Deixe-me repetir:

1. A alma é o filho de Deus, o produto da união do espírito e da matéria.

2. A alma é a personificação da mente consciente, da expressão, se assim posso


dizer, da inteligente percepção divina.

3. A alma é uma unidade de energia vibrando em uníssono com uma das sete vidas
de raio, colorida pela luz particular de um raio.

A personalidade da alma tem por objetivo personificar o amor, aplicado com


inteligência, e produzir essas formas "atrativas" que servirão para expressar essa inteligência
amorosa. A alma tem, por sua vez, o objetivo de personificar a vontade ou o propósito divino,
inteligentemente aplicado ao grande trabalho criador produzido pelo poder do amor criador.

Cada filho de Deus pode dizer: eu nasci do amor que o Pai sente pela Mãe, do desejo
que a vida sente pela forma. Portanto, expresso o amor e a atração magnética da natureza de
Deus e a capacidade de resposta da natureza da forma, e sou a consciência mesma,
consciente da Divindade ou Vida.

Cada ente inteligente da vida pode dizer: Sou o produto da vontade inteligente que
atua através da atividade inteligente e produz um mundo de formas criadas que personificam
ou ocultam o propósito amoroso da Divindade.

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Cada vibrante unidade de energia pode dizer: Sou parte do divino todo que em sua
natureza setenária expressa o amor e a vida da Realidade Única, colorida por uma das sete
qualidades do amor da Divindade que responde às demais qualidades.

Para os propósitos deste tratado, devemos entender o fato de que o mundo das
aparências vibra e é energizado pelo mundo de qualidades ou dos valores, que por sua vez
vibra e é energizado pelo mundo de propósito ou vontade. Na Doutrina Secreta e em Um
Tratado sobre Fogo Cósmico, diz-se que o fogo elétrico da vontade e o fogo solar do amor,
em colaboração com o fogo por fricção, produzem o mundo das formas criadas e
criadoras. Estas seguem agindo sob a lei do amor atrativo magnético, para a realização de um
propósito evolutivo até agora inescrutável. Este propósito permanece desconhecido
unicamente devido às limitações da "aparência", que ainda não respondem à
qualidade. Quando a aparência ilusória e a qualidade velada da vida forem conhecidas e
compreendidas, emergirá claramente o propósito subjacente. Hoje se vislumbra vagamente
tais indícios e podem ser observados os atributos desta crescente percepção na tendência do
pensamento moderno que falam sobre desenhos, projetos ou modelos, nas formulações
sintéticas de idéias, e na antologia dos desenvolvimentos históricos - nacional, racial, humano
e psicológico. À medida que lemos, refletimos e estudamos, aparece em forma indefinida os
contornos do Plano, porém enquanto a consciência não transcenda todas as limitações
humanas e abarque o subumano ou mesmo o sobre-humano, o verdadeiro Plano não pode
ser adequadamente captado. A vontade que encontra-se por trás do propósito não pode ser
compreendida até que seja transcendida a consciência, incluindo o homem sobre-humano, e
chegue a ser uno com a Divindade.

Vontade ou energia da vida são termos sinônimos e são uma abstração que está
separada de qualquer expressão da forma. A vontade de ser é proveniente de fora do sistema
solar. É a energia oni-abarcante de Deus que dá, com uma fração de si mesmo, forma ao
sistema solar e, no entanto, permanece fora do sistema. O plano e propósito concernem às
energias que emanam dessa Vida central e envolvem a dualidade - a vontade ou impulso da
vida mais o amor magnético atrativo, que por sua vez é a resposta da substância vibratória
universal ao impacto da energia da vontade. Esta atividade inicial precede o processo criador
da construção de formas; a ação da vontade divina sobre o oceano do espaço, matéria ou
substância etérea produziu a primeira diferenciação nos três raios maiores, e sua interação
mútua originou os quatro raios menores. Assim vieram a manifestação as sete emanações, as
sete potências e os sete raios. São os sete alentos da Vida Una e as sete energias
básicas; emanaram do centro formado pelo impacto da vontade de Deus na substância divina
e se dividiram em sete correntes de força. O raio de influência destas sete correntes
determinou a extensão ou âmbito da atividade do sistema solar, e "demarcou‖ os limites da
forma do Cristo cósmico encarnado. Cada uma destas sete correntes ou emanações de
energia foi colorida por uma qualidade divina, um aspecto do amor, sendo todas necessárias
para o aperfeiçoamento final do propósito latente e não revelado.

A vontade da Divindade colore a corrente de unidades de energias que chamamos


Raio da Vontade ou Poder, o primeiro raio, e o impacto dessa corrente sobre a matéria do
espaço assegura que o propósito oculto de Divindade será oportuna e inevitavelmente
revelado. Este é um raio de tal intensidade dinâmica que é chamado o Raio do Destruidor.
Ainda não está em plena atividade, e só estará quando se puder relevar sem perigo o
propósito. São poucas unidades de energia deste raio que existem no reino humano. Como eu
30
disse anteriormente, ainda não encarnou um verdadeiro tipo do primeiro raio. Sua principal
potência se encontra no reino mineral e a chave para o mistério do primeiro raio se acha no
rádio.

O segundo raio se encontra peculiarmente ativo no reino vegetal; produz entre outras
coisas a atração magnética das flores. O mistério do segundo raio está oculto no significado
do perfume das flores. Perfume e radiação se relacionam, e são expressões que emanam dos
efeitos produzidos pelos raios ao agir sobre os diversos grupos de substâncias materiais. O
terceiro raio se relaciona especialmente por sua vez com o reino animal, e produz a tendência
da atividade inteligente que se observa nos animais domésticos mais avançados. À analogia
que existe ente a radioatividade e o perfume que emana dos reinos mineral e vegetal, nós
denominamos de devoção, característica da interação atrativa entre os animais domésticos e
o homem. Quem sente devoção pelas personalidades pode transmutar mais rapidamente
essa devoção em sua analogia mais elevada - amor aos princípios — se perceberam que só
exalam emanações animais.

O desejo da Divindade se expressa através do segundo raio de Amor-


Sabedoria. Desejo é uma palavra que tem sido distorcida para significar a tendência da
humanidade de almejar coisas materiais, ou aqueles prazeres que trazem satisfação da
natureza sensual. Se aplica a essas condições que satisfazem a personalidade, mas, em
última análise, desejo é essencialmente amor. Este desejo se expressa através da atração e
da capacidade de atrair para si e para dentro de seu raio de influência o que é amado. É o
vínculo de coerência e é esse princípio da coesão magnética que reside por trás de todo o
trabalho criador, e que produz a emergência para a luz da manifestação dessas formas ou
aparências, através da qual é possível satisfazer o desejo. Este segundo raio é
predominantemente o raio da consciência aplicada, e trabalha mediante a criação e
desenvolvimento destas formas que existem em todo o universo. São, essencialmente,
mecanismos para desenvolver a resposta ou a percepção, e também mecanismos sensitivos
que respondem ao ambiente circundante. Isto se aplica a todas as formas, desde um cristal
até um sistema solar. Foram criadas durante o grande processo de satisfazer o desejo e
fornecer os meios de contato que garante uma progressiva satisfação. Na família humana o
efeito dessa interação dual da Vida (que deseja satisfação) e da forma (que proporciona o
campo de experiência), produz uma consciência que se esforça a amar o sem forma, em vez
de desejar a forma, e aplicar inteligentemente toda experiência do processo de transmutar o
desejo em amor. Daí este raio é, por excelência, o raio dual do Próprio Logos Solar, porque
colore todas as formas manifestadas e dirige a consciência de todas as formas em todos os
reinos da natureza e em todos os campos do desenvolvimento; conduz a vida através das
inúmeras formas até essa busca ou impulso básico, até alcançar a felicidade pela satisfação
do desejo. Este desejo e interação dos pares de opostos produziu os distintos modos de tipos
de reação consciente à experiência, o que nas principais etapas se denomina consciência,
consciência animal, e diferentes frases afins.

O segundo raio é a Deidade Mesma e está qualificado pelos característicos aspectos


de amor ou desejo. Produz a totalidade das aparências manifestadas, animadas pela Vida que
determina a qualidade. O Pai, Espírito ou Vida, exerce a vontade de satisfazer o desejo. A
Mãe ou matéria satisfaz o desejo e é atraída também pelo Pai. Sua resposta mútua inicia o
trabalho criador, e nasce o Filho, herdando do Pai a vontade de desejar ou o amar, e da Mãe
a tendência para criar continuamente formas. Assim, em linguagem simbólica, vieram à
31
existência os mundos da forma, e mediante o trabalho evolutivo continua o processo para
satisfazer o desejo do espírito. Desta maneira nos dois raios principais de Vontade e Amor,
temos as duas características mais importantes da natureza divina, latentes nas miríades de
formas. Os eons verão que estas duas energias dominarão constantemente todas as
aparências e impulsionarão ao mundo criado uma total implantação da natureza divina. Isto é
verdade para os deuses e os homens.

Assim como o Pai transmite ao Filho as qualidades divinas de vontade e amor, também
a Mãe muito contribui para isso, para aumentar a dualidade inicial e realçar as qualidades
acrescentando outra qualidade, inerente à matéria mesma - a qualidade ou raio de Atividade
Inteligente. Este é o terceiro dos atributos divinos que completa, se assim posso me
expressar, o equipamento das formas que aparecem, e predispõe toda a criação a uma
apreciação inteligente do verdadeiro objetivo do desejo e a que se empregue inteligentemente
a técnica de construir a forma, a fim de revelar o propósito divino. O Conhecedor (homem) é o
guardião dessa sabedoria que lhe permitirá desenvolver o Plano divino e frutificar a vontade
de Deus. O campo de conhecimento está constituído de tal maneira que vibra com inteligente
resposta à vontade que emerge lentamente. Conhecimento é aquilo que conhece os seus
próprios fins e trabalha para alcançá-los mediante o experimento, a expectativa, a experiência,
o exame e a exaltação, que produz o desaparecimento final. Palavras como estas são
símbolos sintéticos que transmitem um relato cósmico em forma breve e construtiva.

Assim os três raios de Poder, de Amor e de Inteligência produzem a aparência,


proporcionam qualidade e, através do princípio de vida, o aspecto subjacente na unidade,
asseguram a continuidade do progresso até o momento em que a vontade de Deus se
evidencia como poder, atraindo a si o desejado, aplicando com sabedoria a experiência de
uma gradual e crescente satisfação, e usando inteligentemente o adquirido na experiência
para produzir formas mais sensíveis e harmoniosas, que expressem mais plenamente a
qualidade da vida. Cada uma desses raios é dual no tempo e no espaço, embora
tecnicamente apenas o segundo raio seja dual, mas quando considerados do ponto de vista
da abstração final. Em sua dualidade temporária pode ver-se, em cada um deles, a interação
que denominamos causa e efeito.

1º Raio A Vontade, aplicada de forma dinâmica, surge em manifestação


como poder.

2º Raio O Amor, agindo magneticamente, produz sabedoria.

3º Raio A Inteligência, potencialmente encontrada na substância, produz


atividade.

O resultado da interação destes três raios maiores pode ser observado na atividade
dos quatro raios menores. A Doutrina Secreta fala dos Senhores de Amor e Conhecimento e
também dos Senhores da Incessante Devoção. Para entender mais claramente o significado
místico desses nomes, poderíamos indicar que a persistente vontade dinâmica do Logos
expressa a si mesma mediante os Senhores da Incessante Devoção. A devoção não é aqui a
qualidade a que me referi anteriormente neste tratado, mas sim a persistente vontade de Deus
unidirecionada, personificada em uma vida que é o Senhor do primeiro raio. Os Senhores do
Amor e Conhecimento são duas grandes Vidas que personificam ou animam o Amor-
Sabedoria e os aspectos da inteligência criadora dos dois raios maiores. Os três são a soma
32
total de todas as formas ou aparências, os doadores de todas as qualidades e o aspecto Vida
que emerge por trás da manifestação tangível. Correspondem, na família humana, aos três
aspectos: Personalidade, Alma e Mônada. A Mônada é vontade dinâmica ou propósito, mas
permanece não revelada até a terceira iniciação. A Mônada é Vida, força sustentadora,
Senhor da Devoção perseverante e incessante por alcançar um objetivo visto e
determinado. A alma é o Senhor do Amor e da Sabedoria, enquanto personalidade é o Senhor
do Conhecimento e da Atividade Inteligente. Estes termos implicam na compreensão da meta
a ser alcançada, a qual não pode ser aplicada na etapa atual, em relação à sua expressão,
uma vez que é uma etapa intermediária. Ainda não há uma pessoa que aja com plena
atividade inteligente, mas um dia todo mundo o fará. Ninguém ainda se manifesta como
Senhor de amor, mas pressentem o ideal e se esforçam para expressá-lo. Ninguém é ainda
um Senhor de incessante vontade e ninguém perceber ainda o plano da Mônada ou a
verdadeira meta para a qual todos se esforçam. Algum dia todos o farão. Mas todo ser
humano constitui potencialmente a triplicidade e também algum dia as aparências que foram
chamadas personalidades, que ocultam ou velam a realidade, revelarão plenamente as
qualidades da Divindade. Quando chegar esse momento, o propósito que toda a criação
aguarda irromperá diante da desperta visão e todos conheceremos o verdadeiro significado da
bem-aventurança e por que cantarão as estrelas matutinas. A alegria é a forte nota básica de
nosso sistema solar.

Um dos setenários fundamentais dos raios personifica em si o princípio harmonia; Este


quarto raio da harmonia dá beleza a todas as formas que produz e trabalha para alcançar a
harmonização de todos os efeitos que emanam do mundo das causas, o mundo das três raios
maiores. O raio da beleza, da arte e da harmonia produz a qualidade da organização por meio
da forma. Em última análise, é o raio da exatidão matemática e não o raio do artista, como
muitos acreditam. O artista está em todos os raios, como o engenheiro, o médico, o homem
que faz sua casa ou o músico. Quero esclarecer isso porque há muitos falsos conceitos sobre
este tema.

Cada um dos grandes raios tem uma maneira particular de ensinar a verdade para a
humanidade, o qual é a sua contribuição excepcional e o modo desenvolver o homem através
de um sistema ou técnica, qualificado pela qualidade do raio que é, portanto, específico e
único. Deixe-me fornecer métodos para este ensinamento grupal:

1º. Raio Expressão A ciência dos estadistas, dos governos.


Superior:
Expressão Diplomacia e política e moderna.
Inferior:
2º. Raio Expressão O processo de iniciação, tal como o ensina a hierarquia dos
Superior: adeptos.
Expressão Religião.
Inferior:
3º. Raio Expressão Meios de comunicação ou interação. Rádio, telefone, telégrafo e o
Superior: poder de viajar.

33
Expressão A utilização e distribuição de dinheiro e ouro.
Inferior:
4º. Raio Expressão O trabalho maçônico, baseado na formação da hierarquia, e
Superior: relacionado com o segundo raio.
Expressão Construção arquitetônica. Planejamento moderno das cidades.
Inferior:
5º. Raio Expressão A ciência da alma. A psicologia esotérica.
Superior:
Expressão Sistemas educativos modernos e ciência mental.
Inferior:
6º. Raio Expressão Cristianismo e as religiões diversificadas (Observe-se aqui a
Superior: relação com o segundo Raio).
Expressão Igrejas e as religiões organizadas.
Inferior:
7º. Raio Expressão Todos os tipos de magia branca.
Superior:
Expressão Espiritismo "fenomênico".
Inferior:

O Quarto Raio é essencialmente o refinador, o que produz a perfeição na forma e o


principal manipulador das energias de Deus; o faz de tal modo o Templo do Senhor é
verdadeiramente conhecido em sua exata natureza como aquele que abriga a Luz. Assim a
Shekinah brilhará no lugar secreto do Templo em toda a sua glória. É o trabalho dos sete
Construtores. Este raio se expressa primordialmente no primeiro dos planos sem forma de
baixo para cima, e seu verdadeiro propósito não pode emergir até que a alma esteja desperta
e a consciência registrado adequadamente o conhecido. Os planos ou esferas de expressão
são influenciados na manifestação por ordem numérica:

1º Raio Vontade ou Poder Plano da divindade.


2º Raio Amor-Sabedoria Plano da mônada.
3º Raio Inteligência Ativa Plano do espírito, atma.
4º Raio Harmonia Plano da intuição.
5º Raio Conhecimento Concreto Plano mental.
6º Raio Devoção, Idealismo Plano astral.
7º Raio Ordem Cerimonial Plano físico.

O quinto raio atua ativamente no plano da maior importância para a humanidade,


sendo para o homem o plano da alma e da mente superior e inferior. Personifica o princípio do
conhecimento, e por causa de sua atividade e sua íntima relação com o terceiro raio da
Inteligência Ativa, poderia considerar-se como o raio que tem maior relação vital com o
34
homem, neste momento em particular. É o raio que — quando ativo, como na época
lemuriana — produz a individualização, o que significa textualmente a mudança da vida
evolucionante de Deus para uma nova esfera de consciência. Em primeiro lugar, esta
particular transferência para formas superiores de consciência tende, no início, a
separatividade.

O quinto raio produziu o que denominamos de ciência. Na ciência encontramos uma


condição extremamente rara. A ciência é separatista na sua forma de abordar os diferentes
aspectos da divina manifestação que denominamos de mundo dos fenômenos naturais, mas
na verdade não é separatista, porque há pouco antagonismo entre as ciências e pouca
concorrência entre os cientistas. Os trabalhadores do campo científico se diferenciam
profundamente dos do campo religioso. A razão reside no fato de que o verdadeiro cientista,
por ser uma personalidade coordenada que trabalha nos níveis mentais, atua muito próximo
da alma. Uma personalidade desenvolvida produz claras distinções da mente inferior
dominante, mas a proximidade da alma (se alguém pode usar uma expressão tão simbólica)
nega a atitude separatista. O homem religioso é predominantemente astral ou emocional, e
age de forma muito mais separatista, especialmente na Era de Peixes, que está
desaparecendo. Ao dizer homem religioso refiro-me ao místico e aquele que pressente a visão
beatífica, não me refiro aos discípulos ou chamados iniciados, porque estes acrescentam à
visão mística uma compreensão mental treinada.

O sexto raio da devoção encarna o princípio do reconhecimento. Com isto quero dizer
a capacidade de ver a realidade ideal que está por trás da forma; implica uma aplicação
unidirecionada do desejo e da inteligência, a fim de expressar a idéia pressentida. É
responsável pela maioria das formulações de idéias que tem feito avançar o homem e grande
parte da ênfase posta na aparência que tem velado e ocultado esses ideais. É neste raio
principalmente — à medida que entra e sai ciclicamente da manifestação — que se leva a
cabo a tarefa de distinguir entre aparência e a qualidade, que tem seu campo de atividade no
plano astral. Por isso, é evidente a complexidade do tema e agudo o sentimento implicado.

O Sétimo Raio da Ordem Cerimonial ou Magia personifica uma curiosa qualidade,


característica marcante da Vida particular que anima este raio. A qualidade a princípio
constitui o fator coordenador que unifica a qualidade interna com a forma, ou aparência
tangível externa. Este trabalho se desenvolve principalmente nos níveis etérico e inclui a
energia física. Este é o verdadeiro trabalho mágico. Gostaria de salientar que, quando o
quarto e sétimo raios vierem juntos a encarnação, teremos um período muito peculiar de
revelação e portador de luz. Foi dito que, nesse período "o Templo do Senhor adquirirá mais
glória e os Construtores se regozijarão‖. Espiritualmente entendido, este será o momento
culminante do trabalho maçônico. A Palavra Perdida será recuperada e expressada para que
todos a escutem, e o Mestre se levantará e caminhará entre os construtores em plena luz da
glória que brilha desde o Oriente.

A espiritualização das formas pode ser considerada como o principal trabalho do


sétimo raio, e este princípio de fusão, coordenação e união, é ativado nos níveis etéricos cada
vez que uma alma encarna e nasce uma criança na Terra.

D. A alma é o princípio da senciência, subjacente em toda manifestação externa,


que permeia todas as formas e é a consciência de Deus Mesmo. Quando a alma, imersa em
35
substância, é simplesmente sensibilidade, aumenta, por meio de sua interação evolutiva, a
qualidade e a capacidade de reagir à vibração e ao meio ambiente. Assim, a alma se expressa
nos reinos subumanos da natureza.

Quando a alma, expressão da senciência e qualidade, acrescenta a estas a


capacidade de autoconsciência individual, aparece essa entidade auto-identificada que
chamamos um ser humano.

Quando a alma acrescenta à senciência, à qualidade e à autoconsciência, a


consciência grupal, então nós temos a identificação com o grupo de um raio e aparece o
discípulo, o iniciado e o mestre.

Quando a alma acrescenta à senciência, qualidade, autoconsciência, e consciência


grupal, uma consciência do propósito sintético divino (chamado de Plano), então temos esse
estado de ser e de conhecimento que caracteriza todos os que estão no Caminho da
Iniciação, incluindo aquelas Vidas graduadas do discípulo mais avançado até o próprio Logos
planetário.

Não esqueçamos ao fazer essas diferenciações que existe, sem contestação, uma só
alma, que trabalha e atua através de veículos de diferentes capacidades e diferentes
refinamentos, com maiores e menores limitações, assim como um homem constitui uma só
identidade que, por vezes atua por meio de um corpo físico e noutras através de um corpo
sensório, ou de um corpo mental, e em outras chega a conhecer-se como o Eu -
acontecimento raro e pouco comum para a maioria. Cada forma manifestada realiza duas
coisas:

1. Se apropria ou é permeada pela alma do mundo, na medida em que o permite sua


capacidade. Tanto o átomo da substância como a molécula ou célula possuem alma, mas não
na mesma extensão de um animal; um animal tem alma, mas não com a mesma intensidade
que tem um mestre, e assim se sucede acima ou abaixo da escala.

2. Através da interação entre a alma que habita internamente e a forma, duas coisas
acontecem:

a. A senciência e a qualidade se expressam segundo o tipo de corpo e seu grau de evolução.

b. A compenetrante alma impele à atividade a natureza corpórea e impulsiona e obriga-a a ir


em frente no caminho do desenvolvimento, proporcionando assim à alma um campo de
experiência, e ao corpo uma oportunidade de reagir ao impulso superior da alma. Assim,
também se beneficia o campo de expressão e a alma domina a técnica de fazer contato,
que é o seu objetivo, em qualquer forma.

A alma, portanto, vista desde um determinado ângulo, é um aspecto do porque há uma


alma em todos os átomos que compõem os corpos de todos os reinos da natureza. A sutil
alma coerente, resultado da união de espírito e matéria, existe como uma entidade a parte da
natureza corpórea, e é (quando está separada do corpo) o corpo etérico ou duplo, como às
vezes é chamado, ou a contraparte do corpo físico. Esta é a soma da alma dos átomos que

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constituem o corpo físico. Esta é a verdadeira forma, o princípio da coerência em todas as
formas.

A alma, em relação ao ser humano, é o princípio da mente, em duas funções, ou a


mente que se expressa de duas maneiras. Estes dois modos são registrados e passam a
fazer parte do equipamento organizado do corpo humano quando adequadamente refinado e
suficientemente desenvolvido:

1. A mente concreta inferior, o corpo mental, "chitta" ou substância mental.

2. A mente superior espiritual ou abstrata.

Estes dois aspectos da alma, suas duas qualidades básicas, trazem o reino humano à
existência e permitem o homem a estabelecer contato com os reinos inferiores da natureza e
com as realidades superiores espirituais. Em primeiro lugar, a qualidade da mente, em sua
manifestação inferior, está potencialmente contida em cada átomo em cada forma e em cada
reino da natureza. Faz parte da natureza corpórea inerente e potencial e é a base da
fraternidade, da unidade absoluta, da síntese universal e coerência divina da
manifestação. Em segundo lugar, o aspecto superior é o princípio da auto-percepção, e
quando combinado com o aspecto inferior produz a auto-consciência do ser humano. Quando
o aspecto inferior tiver dado forma e permeado as formas nos reinos subumanos, e quando
tiver trabalhado sobre essas formas e sua sensibilidade latente para conseguir um adequado
refinamento e sensibilidade, a vibração torna-se tão poderosa que atrai o superior e produz
fusão ou unificação. Isso é análogo a uma recapitulação superior da união inicial de espírito e
matéria, que trouxe o mundo à existência. Assim, vem uma alma humana a existência, assim
começa sua longa carreira e é agora uma entidade diferenciada.

A palavra Alma é empregada para expressar a soma total da natureza psíquica — é o


corpo vital, a natureza emocional e a matéria mental. Uma vez alcançada a etapa humana é
algo mais, constitui a entidade espiritual, um ser psíquico consciente, um filho de Deus, que
tem vida, qualidade e aparência - a peculiar manifestação no tempo e no espaço das três
expressões da alma que acabo de definir:

1. A alma de todos os átomos que compõem a aparência tangível.

2. A alma pessoal ou soma total sutil e coerente que nós chamamos de Personalidade,
composta dos corpos sutis - etérico ou vital, astral ou emocional e do aparelho mental
inferior. A humanidade compartilha estes três veículos com o reino animal no que
concerne à vitalidade, sensibilidade e a mente potencial; com o reino vegetal no que
concerne à vitalidade e sensibilidade, e com o reino mineral no que concerne a vitalidade e
sensibilidade potencial.

3. A alma é também o ser espiritual, ou a união de vida e qualidade. Quando a união das três
almas é estabelecida, como são chamadas, temos um ser humano.

Então se estabelece no homem a mescla ou fusão de vida, qualidade e aparência, ou o


espírito, alma e corpo, por meio de uma forma tangível.

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O processo de diferenciação desses diversos aspectos tem atraído a atenção, mas a
síntese subjacente tem sido negligenciada ou ignorada. No entanto, todas as formas são
diferenciações da alma, mas dita alma é uma só Alma quando se observa e se considera
espiritualmente. Quando estudada a partir de lado a forma, não se percebe nada mais que
diferenciação e separação. Quando se estuda sob o aspecto consciência ou sensibilidade,
emerge a unidade. Quando se alcança a etapa humana e a auto-percepção e se funde com a
sensibilidade das formas e com a minúscula consciência do átomo, começa tenuamente a
surgir na mente do pensador a idéia de uma possível unidade subjetiva. Quando se alcança a
etapa do discipulado, o homem começa a considerar-se como parte sensível de um todo
sensível, e lentamente reage ao propósito e intenção deste todo. Em forma paulatina capta o
propósito, à medida que entra conscientemente no ritmo da totalidade, da qual ele é uma
parte. A parte se perde no todo quando se alcançam as etapas mais avançadas e formas mais
sutis e refinadas; o ritmo do todo submete o indivíduo a uma participação uniforme no
propósito sintético, mas a compreensão da auto-percepção individual persiste e enriquece a
contribuição individual que agora se oferece inteligente e voluntariamente, de modo que a
forma não só constitui um aspecto da totalidade (que sempre inevitavelmente foi, embora
ainda não fosse compreendido), mas também a consciente entidade pensante conhece a
utilidade da unidade da consciência e síntese da vida. Três fatores que devemos considerar à
medida que lemos e estudamos são:

1. A síntese da vida espírito

2. A unidade da consciência alma

3. A integração das formas corpo

Estes três sempre estiveram unidos, mas a consciência humana disso não sabia. Sua
compreensão e sua integração na técnica de viver são para o homem o objetivo de toda sua
experiência evolutiva.

Falando em forma simbólica consideraremos agora a Alma universal ou consciência do


Logos que trouxe à existência nosso universo, e consideraremos a Divindade como tendo
permeando com Sua vida a forma de Seu sistema solar, a qual é consciente de Seu trabalho,
de seu projeto e de sua meta. Este sistema solar é uma aparência, pois Deus permanece
transcendente. Dentro de todas as formas Deus é imanente e, no entanto, permanece distante
e separado. Assim como um ser humano pensante e inteligente, age por meio de seu corpo,
mas habita principalmente em sua consciência mental ou em seus processos emocionais,
assim Deus habita absorvido em Sua natureza mental, e no mundo criado e permeado com
Sua vida avança até sua meta para o qual Ele o criou. No entanto, dentro do raio de Sua
manifestante forma são realizadas grandes atividades; se observam diferentes estados de
consciência e etapas de percepção; surgem diferentes graus de sensibilidade, e mesmo no
simbolismo da forma humana temos diferentes estados de sensibilidade, tal como os
registrados pelos cabelos, pelos órgãos internos do corpo, pelo sistema nervoso, pelo cérebro
e pela entidade que chamamos de eu (que registra a emoção e o pensamento). Da mesma
forma a Divindade dentro do sistema solar, expressa amplas diferenças de consciência.

Há uma consciência corporal; existe um mecanismo sensorial que registra as reações


do meio ambiente; existe uma consciência de estados de espírito, desde a qualidade das

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reações mentais ao mundo das idéias; existe uma consciência mais elevada do plano e do
propósito, e existe uma consciência da vida.

É interessante observar, em relação à Divindade, que esta resposta sensorial ao meio


ambiente fornece a base de toda a astrologia e o efeito das constelações sobre o sistema
solar e as forças interplanetárias.

Em relação ao homem, poderíamos resumir da seguinte forma:

A natural forma do homem reage conscientemente à natural forma da Divindade. A


vestidura externa da alma (física, vital e psíquica) faz parte da vestidura externa de Deus.

A alma autoconsciente do homem se acha em harmonia com a alma de todas as


coisas. É parte integrante da alma universal, e devido a isso pode chegar a perceber o
propósito consciente da Divindade, colaborar inteligentemente com a vontade de Deus e,
portanto, trabalhar com o plano da Evolução.

O espírito do homem é um com a vida de Deus, e está dentro dele, profundamente


arraigado em sua alma, assim como a alma está arraigada em seu corpo.

Este espírito, em algum tempo distante, se colocará em harmonia com esse aspecto de
Deus que é transcendente, e assim, cada filho de Deus encontrará oportunamente seu
caminho até esse centro — absorvido e abstraído - onde habita Deus, além dos limites do
sistema Solar.

Estas palavras são formuladas num esforço para transmitir uma idéia da ordem, do
plano, da síntese universal, da integração, da incorporação do fragmento no todo e da parte
para com o todo.

Vou tentar responder à segunda pergunta, lembrando que, à medida que avançarmos,
tudo o que posso fazer é penetrar simbolicamente nos propósitos práticos da
Divindade. Como escrevo para simples aspirantes, não posso transmitir a verdade até que
chegue o momento em que se estabeleça uma harmonia completa com sua própria alma, ou
uma harmonia mais completa do que existe agora. No entanto, o esforço para entender o que
não pode ser expresso em palavras produz uma precipitação da mente abstrata ou intuição, o
qual por sua vez estimula e desenvolve as células cerebrais e produz uma constante
estabilidade do poder de permanecer no "ser espiritual"; então torna-se possível captar o
inexpressável e viver de acordo com o poder dele.

CAPÍTULO III

DEZ PROPOSIÇÕES BÁSICAS

1. Há uma Vida.
2. Há sete Raios.
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3. Vida-Qualidade-Aparência constituem a Existência.
4. Os sete raios são as sete Forças criadoras.
5. Os Raios se manifestam através dos sete Planetas.
6. Todo Ser Humano está em um dos Raios.
7. Há uma Mônada, sete Raios e miríades de formas.
8. As Leis da Evolução encarnam o Propósito de Vida dos sete Raios.
9. O Homem se desenvolve por meio de Auto-expressão e Auto-realização.
10. Individualização eventualmente leva a Iniciação.

Ao concluir esta secção do nosso tratado, e antes de iniciar o nosso verdadeiro estudo dos
raios, procuro formular para você as proposições fundamentais sobre os quais todos estes
ensinamentos se fundamenta. Eles são, para mim, um trabalhador humilde na hierarquia,
como eles são para a Grande Loja Branca como um todo, uma declaração de fato e de
verdade. Para os estudantes e aspirantes elas devem ser aceitas como uma hipótese:

Um: Há apenas uma vida, que se manifesta principalmente através de sete qualidades
básicas ou aspectos, e, secundariamente, através da diversidade de miríades de formas.

Dois: Estas sete qualidades radiantes são os sete Raios, as sete vidas, que dão vida às
formas, e dar ao mundo a forma, também dão seu significado, suas leis, e seu desejo de
evolução.

Três: A vida, a qualidade e aparência, ou o espírito, alma e corpo constituem tudo o que
existe. Eles são a própria existência, com a sua capacidade de crescimento, para a atividade,
para a manifestação da beleza, e para a plena conformidade com o Plano. Este Plano está
enraizado na consciência das sete Vidas de raio.

Quatro: Estas sete vidas, cuja natureza é consciência e cuja expressão é senciência e
qualidade específica, produzem ciclicamente o mundo manifestado; Elas trabalham juntas na
união e harmonia, e cooperam de forma inteligente com o Plano de que são os guardiões.
Elas são os sete construtores, que produzem o templo radiante do Senhor, sob a orientação
da Mente do Grande Arquiteto do Universo.

Cinco: Cada Vida de raio predominantemente se expressa através de um dos sete


planetas sagrados, mais a vida de todos os sete fluxos através de cada planeta, incluindo a
Terra e, portanto, qualifica todas as formas. Cada planeta é uma pequena réplica do esquema
geral, e cada planeta está de acordo com a intenção e propósito do todo.

Seis: A Humanidade, da qual trata este tratado, é uma expressão da vida de Deus, e todo
ser humano surgiu ao longo de uma ou outra linha das sete forças de raio. A natureza de sua
alma é qualificada ou determinada pela Vida de raio da qual emana, e sua forma de natureza
é colorida pela Vida de raio que, em seu aspecto cíclico no plano físico, a qualquer tempo
particular, define a qualidade da vida da raça e das formas dos reinos da natureza. A natureza
da alma ou a qualidade permanece a mesmo ao longo de um período mundial; sua forma de
vida e natural mudança de vida em vida, ocorrem de acordo com a necessidade cíclica e a
circunstancial condição grupal. Esta última é determinada pelo raio ou raios em encarnação na
época.

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Sete: A Mônada é a Vida, vivida em uníssono com as sete Vidas de raio. Uma Mônada,
sete raios e miríades de formas, — esta é a estrutura por trás dos mundos manifestados.

Oito: as leis que regem o surgimento da qualidade ou alma, por meio da forma, são
simplesmente o propósito mental e a vital direção dos Senhores de Raio, Cujo propósito é
imutável, Cuja visão é perfeita, e Cuja justiça é suprema.

Nove: O modo ou método de desenvolvimento para a humanidade é a auto-expressão e


auto-realização. Quando esse processo for consumado e auto expresso o Eu Uno ou a Vida
de Raio, a realização alcançada é a revelação de Deus como qualidade do mundo
manifestado e como Vida atrás da aparência e qualidade. As sete Vidas de raios, ou os sete
tipos de alma, são vistos como a expressão de uma única Vida, e a diversidade se perde na
visão do Uno e na identificação com o Uno.

Dez: O método empregado para produzir esta realização é experiência, começando com a
individualização e terminando com a iniciação, produzindo, assim, a perfeita combinação e
expressão de vida-qualidade-aparência.

Esta é uma breve declaração do Plano. A Hierarquia de Mestres em suas sete divisões (as
correspondências dos sete raios) é seu guardião, e neles encontra-se a responsabilidade em
qualquer século de realizar a próxima fase do plano.

Pergunta 2. Quais são a origem, a meta, o propósito e plano da Alma?

Os sete raios são a soma total da divina Consciência, a Mente Universal; poderiam ser
considerados como as sete Entidades inteligentes por meio das quais o plano é
desenvolvido. Personificam o divino propósito; expressam as qualidades requeridas para a
materialização deste propósito; criam formas, e são as formas pelas quais a idéia divina pode
ser levada a sua consumação. Simbolicamente podem ser considerados como aquilo que
constitui o cérebro do divino Homem Celestial. Correspondem aos ventrículos do cérebro, aos
sete centros do cérebro, aos sete centros de força e às sete glândulas principais que
determinam a qualidade do corpo físico. São os conscientes executores do propósito divino e
os sete Alentos que animam todas as formas que foram criadas por Eles para levar a termo o
plano.

Talvez seja mais fácil compreender a relação dos sete raios com a Divindade, se nos
lembrarmos que o próprio homem (feito à imagem de Deus) é um ser sétuplo capaz de
expressar sete estados de consciência e os sete princípios ou qualidades fundamentais os
quais lhe permitem perceber os sete planos nos quais atua em forma consciente ou
inconsciente. É um setenário em todos os momentos, mas o seu objetivo é perceber
conscientemente todos os estados do ser, expressar conscientemente todas as qualidades e
agir livremente em todos os planos.

Os sete Seres de Raio, ao contrário do homem, são totalmente conscientes e


percebem em sua totalidade o propósito e plano. Eles estão sempre em "profunda meditação"
e chegaram ao ponto em que, através de Sua avançada etapa de desenvolvimento, são
"impulsionados até a realização". Eles estão plenamente conscientes de si mesmos e do
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grupo; constituem a soma total da mente universal, e se acham "despertos e ativos‖. Sua meta
e propósito são de tal natureza que seria inútil especular sobre ambos, porque o ponto mais
alto de realização para o homem é o ponto mais baixo para eles. Estes sete Raios, Alentos e
Homens Celestiais tem como tarefa lutar com a matéria a fim de subjugá-la ao propósito
divino, e a meta — até onde podemos percebê-la — é submeter as formas materiais à ação
do aspecto vida, produzindo, assim, aquelas qualidades que levarão a vontade de Deus a sua
culminação. Por conseguinte, constituem a soma total de todas as almas dentro do sistema
solar, e Sua atividade produz todas as formas; de acordo com a natureza da forma assim será
o grau de consciência. Através dos sete raios flui a vida ou aspecto espírito, passando
ciclicamente através de todos os reinos da natureza, produzindo assim todos os estados de
consciência em todos os campos de percepção.

Para os propósitos deste tratado os estudantes terão que aceitar a hipótese de que
todo ser humano é arrastado à manifestação pelo impulso de algum raio, é colorido por essa
particular qualidade de raio que determina o aspecto forma, e indica o caminho que deve
seguir e o permite (quando chegue à terceira iniciação) pressentir e em seguida colaborar com
o propósito de seu raio. Após a terceira iniciação ele começa a sentir o propósito sintético para
o qual trabalham os sete raios. Como este tratado é escrito para aspirantes e discípulos, e não
para os iniciados do terceiro grau, é desnecessário especular sobre o destino final.

A alma humana é uma síntese de energia material, qualificada pela consciência


inteligente, mais a energia espiritual que é, por sua vez, qualificada por um dos sete tipos de
raios.

Assim emerge o ser humano, um filho de Deus encarnado na forma, com uma das
mãos, como diz o Velho Comentário, agarrando-se firmemente à rocha da matéria e a outra
submersa em um mar de amor. Uma antiga escritura coloca desta forma:

"Quando a mão direita do homem material agarra a flor da vida e a


arranca para ele, sua mão esquerda permanece vazia.

"Quando a mão direita do homem material agarra a lótus dourado da


alma, a esquerda desce buscando a flor da vida, ainda que não o faça para fins
egoístas.

"Quando a mão direita sustenta firmemente o lótus dourado e a mão


esquerda leva a flor da vida, o homem descobre que é a planta de sete folhas
que floresce na terra, e também floresce diante do trono de Deus."

O propósito da Divindade, como o conhece o Criador, é totalmente desconhecido para


todos, exceto para os iniciados mais elevados. Mas o propósito de cada vida de raio pode ser
sentido e definido, sujeito, naturalmente, às limitações da mente humana e a inadequação das
palavras. A atividade planejada de cada raio qualifica toda forma que está dentro de seu corpo
de manifestação.

Chegamos agora a uma declaração técnica que deve ser aceita para fins da
argumentação, sendo incapaz de ser provada. Todos os Senhores dos raios criam um corpo

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de expressão, e, para tanto, vem à existência os sete planetas. Damos em continuação suas
expressões principais:

O Sol (que oculta Vulcano)


Júpiter
Saturno
Mercúrio
Vênus
Marte
A Lua

As energias desses sete Vidas, contudo, não estão confinadas à sua expressão
planetária, mas se estendem ao redor dos limites do sistema solar, assim como os impulsos
da vida de um ser humano — suas forças vitais, o impulso de seus desejos e as suas energias
mentais — rodeiam seu corpo, ativando os vários órgãos, o que lhe permite realizar sua
intenção, viver a sua vida e cumprir o objetivo para a qual ele criou seu corpo de
manifestação.

Cada um dos sete reinos da natureza reage à energia de alguma particular Vida de
raio. Cada um dos sete planos reage de forma semelhante. Cada setenário da natureza vibra
com um dos setenários iniciais, porque os sete raios estabelecem o processo que atribuem os
limites de influência de todas as formas. São eles que determinam todas as coisas, e ao
empregar essas palavras quero indicar a necessidade de que prevaleça a Lei. A Lei é a
vontade dos sete Deidades, que marcam sua impressão na substância para produzir uma
intenção específica, mediante o método do processo evolutivo.

A. Os Três Raios de Aspecto

Vamos agora expressar o propósito de raio descrito em um antigo ensinamento,


preservado em folhas tão velhas que estão se desvanecendo lentamente. Traduzi em
linguagem moderna, embora muito do significado seja perdido.

O PROPÓSITO DA PRIMEIRA DIVINDADE

1º. Raio. Vontade ou Poder.

Atrás do sagrado sol central, oculto dentro de seus raios, se acha uma
forma. Dentro dessa forma fulgura um ponto de poder que ainda não vibra, mas que brilha
qual luz elétrica.

Ardentes são seus raios. Consome todas as formas, porém não afeta a vida de
Deus encarnado.

Desde o Uno que contem os sete, surge uma palavra. Essa palavra reverbera ao
largo da linha da essência ígnea, e ao ressoar dentro do círculo das vidas humanas, se
converte numa afirmação, um decreto expresso ou uma palavra de poder. Assim se queda
impresso no molde vivente o pensamento de... (o nome oculto e inexprimível do raio.)

43
Que o dinâmico poder e a elétrica luz revelem o passado, destruam a forma e
abram a porta dourada. Esta porta revela o caminho que conduz ao centro onde habita
Aquele cujo nome não pode ser ouvido dentro dos limites de nossa esfera solar.

Seu manto azul oculta o seu propósito eterno, mas quando o sol nasce e se põe, a
vermelha esfera é vista.

Sua palavra é poder. Sua luz é elétrica. O relâmpago é seu o símbolo. Sua vontade
se acha oculta na câmara de seu pensamento. Nada é revelado.

Se poder é sentido. Os filhos dos homens, que reagem ao seu poder, elevam aos
limites mais remotos da luz, uma pergunta:

Por que este poder cego? Por que a morte? Por que essa desintegração das
formas?Por que negar o poder de possuir? Por que a morte, oh Poderoso Filho de Deus?

Imperceptivelmente vem a resposta: tenho as chaves da vida e da morte. Ato e


desato. Eu, o Destruidor, Sou.

Este Senhor de raio ainda não está em plena expressão, exceto à medida que causa
destruição e põe fim aos ciclos. As Mônadas de poder são numericamente inferiores às
outras. Os egos que pertencem ao raio do poder são relativamente poucos, e caracterizam-se
pela vontade dinâmica e seu poder dentro da família humana funciona como uma força
destrutiva, mas, em última análise, é a destruição que traz a libertação. À medida que
estudamos os egos e personalidades do primeiro raio, observa-se que a morte e destruição
estão sempre presentes em seu trabalho, daí, a aparente crueldade e impessoalidade de suas
reações. Aqueles que pertencem ao primeiro raio não levam em conta a forma; sua energia
provoca a morte de forma, mas introduz grandes períodos cíclicos de pralaya; o primeiro raio
controla o drama da morte em todos os reinos — destrói as formas, o que provoca a liberação
de energia e permite "a entrada na Luz através do portal da Morte". A intenção do Senhor do
primeiro raio é permanecer por trás de Seus seis Irmãos, a fim de destruir as formas que eles
hajam construído depois de completar Seu propósito. Isso ele faz fazendo passar Seu Poder
através de Seus corpos, e Seu esforço unido conduz à abstração e ao retorno ao centro a
partir do qual proveio o impulso inicial. O propósito do primeiro raio consiste, portanto, em
produzir a morte; podemos ter um vislumbre desta idéia ao analisar alguns dos nomes pelos
quais o Senhor de raio é chamado:

O Senhor da Morte
O Que Abre a Porta
O Que Libera da Forma
O Grande Abstractor
O Elemento Ígneo que traz destruição
O Cristalizador da Forma
O Poder que toca e se retrai
O Senhor da Terra Ardente
A Vontade que irrompe no Jardim
O Violador de Almas
O Dedo de Deus
44
O Alento que Queima
O Relâmpago que Aniquila
O Altíssimo

As qualidades e características deste Senhor, que traz consigo libertação, podem ser
inferidas a partir dos seis aforismos que, de acordo com a antiga lenda, foram dadas por Seus
seis Irmãos quando Lhe rogaram que detivesse Sua mão e Lhes desse tempo para
desenvolver Seus propósitos:

1. Mata o desejo quando o desejo tiver cumprido seu trabalho. Tu és o que indica a
satisfação.
Qualidade: clara visão.

2. Procure o caminho gentil, oh Senhor do Poder. Espera a teu irmão no caminho do Amor.
Ele constrói as formas que podem suportar o seu poder.
Qualidade: poder dinâmico.

3. Detém sua mão até que haja chegado o momento. Em seguida, outorga o dom da morte, ó
tu que abres a Porta.
Qualidade: noção do tempo.

4. Não permaneças só, junte-se aos muitos. Você é o Uno, o Isolado. Venha até os teus.
Qualidade: solidão.

5. Conduz os teus, mas aprende a conhecê-los. Não odeie o apego, mas veja seu plano e
propósito.
Qualidade: desapego.

6. A vida pulsa através de ti, o ritmo se impõe. A vida é tudo. Ame a vida em todas as suas
formas.
Qualidade: unidade de propósito.

As seis qualidades enumeradas expressam a força deste raio ao fazer sentir sua
presença no quarto reino da natureza. Os efeitos sobre os demais reinos diferem, mas
limitaremos nossa atenção ao ponto de vista da humanidade. O propósito do primeiro raio e
sua principal tarefa consiste em fazer que terminem e morram todas as formas de todos os
reinos da natureza e em todos os planos. A energia deste Senhor de raio provoca a morte de
uma formiga ou um sistema solar, uma organização, uma religião ou um governo, de uma raça
ou de um planeta. Sua vontade ou propósito age através da lei de periodicidade.

O PROPÓSITO DA SEGUNDA DIVINDADE

2º Raio. Amor-Sabedoria.

A Palavra emana desde o coração de Deus, e emerge desde um ponto central de


amor. Essa Palavra é o próprio amor. O Divino desejo colore toda essa vida de
amor. Dentro da Hierarquia humana, tal afirmação adquire poder e som.

45
No princípio era a Palavra. A Palavra tem habitado e habita em Deus. E ele era a
luz. Nele estava a vida. Dentro de Sua luz caminhamos.

Seu símbolo é o trovão, a Palavra que se expressa ciclicamente durante as idades.

Alguns dos nomes aplicados a este Senhor de raio, que transmitem os seus propósitos
são:

O Que exibe a Glória


O Senhor do Amor Eterno
O Imã Cósmico
O Doador de Sabedoria
A Radiação da Forma
O Mestre Construtor
O Doador de Nomes
O Grande Geômetra
O Que Oculta a Vida
O Mistério Cósmico
O Portador da Luz
O Filho de Deus Encarnado
O Cristo Cósmico

Diz a lenda que os seis Irmãos resumem suas qualidades nos seguintes aforismos:

1. Emite a Palavra e expressa o radiante amor de Deus. Faz que todos os homens ouçam.
Qualidade: amor divino.

2. Que brilhe a glória do Senhor. Que haja radiante luz, bem como radiante amor.
Qualidade: radiação.

3. Atrai até ti o objeto de tua busca. Arrebata-o da noite do tempo e traz a luz do dia aquele
que tu ama.
Qualidade: atração.

4. Quando a luz e o amor se demonstrarem deixe que o poder interno produza a perfeita flor.
Que se emita a palavra que cura a forma. A palavra secreta deverá ser então revelada.
Qualidade: o poder de salvar.

5. Salvação, luz e amor, com o poder magnético de Deus, produzem a palavra de


sabedoria. Emite essa palavra, e conduz os filhos dos homens desde do caminho do
conhecimento para do caminho da compreensão.
Qualidade: sabedoria.

6. Dentro do raio do amor de Deus, dentro do círculo do sistema solar giram todas as formas,
todas as almas, todas as vidas. Deixe que cada filho de Deus entre em sua
sabedoria. Revela a cada uno a unicidade das muitas vidas.
Qualidade: expansão ou inclusão.

O terceiro raio, que tem um ciclo muito longo e está em manifestação desde 1425 AD, tem
um efeito direto sobre a quinta raça raiz, a Ariana, e em conexão com isto há uma série de
frases curiosas que expressam seu propósito.
46
O PROPÓSITO DA TERCEIRA DIVINDADE

3º Raio. Inteligência Ativa ou Adaptabilidade.

Que o Guardião do Sul continue com a construção. Que aplique a força que
criará a brilhante pedra vivente que se encaixa com toda exatidão nos planos do
templo. Que prepare a pedra angular e sabiamente a coloque no norte, sob o olhar
do próprio Deus, e a submeta ao equilíbrio do triângulo.

Que o Investigador do passado descubra o pensamento de Deus, oculto


profundamente nas mentes dos Kumaras 2 do Amor, e leve aos Agnishvattas 3, que
esperam no lugar da escuridão, para o lugar da luz.

Que o Guardião das chispas exale o alento divino sobre os pontos de fogo e
avive a chama que está oculta, que não é vista, e ilumine assim todas as esferas em
que Deus trabalha.

Gostaria de chamar a atenção para o fato de que a única coisa que eu posso fazer
aqui é colocar em palavras certos símbolos antigos e assim enfatizar o processo (adotado
pelos antigos instrutores iniciados) de emitir uma palavra ou som, que produz uma forma
simbólica, que por sua vez possa ser traduzida em palavras, as quais também devem ser, por
sua vez, captadas intuitivamente e adaptadas para a necessidade individual, para ser
assimiladas na vida prática. De outra maneira essas antigas e interessantes idéias e esses
nomes interpretativos e aforismos que transmitem o "poder das qualidades" seriam mais do
que inúteis e serviriam apenas para aumentar a responsabilidade. A capacidade de ver os
significados objetivos e depois aplicá-los na vida é uma expressão do verdadeiro sentido
esotérico. Se estudam cuidadosamente estas frases e classificações verão que indicam o raio
individual de cada um e suas tendências e propósitos na vida; se a atração que exercem as
distintas afirmações feitas sobre um raio particular, evocam uma compreensão intuitiva de
parte do estudante, de modo que ele reconheça a si mesmo, a energia do seu raio e aspectos
de sua latente e profundamente ansiada natureza espiritual, o que aqui transmito sobre o
Propósito, o Nome e a Qualidade, será benéfico e útil.

Alguns dos nomes de Senhor do terceiro raio indicam como ele emprega Sua força e
qual é Sua verdadeira natureza, que são:

O Guardião dos Arquivos


O Senhor da Memória
O Unificador dos Quatro Inferiores
O Intérprete do Que é visto
O Senhor do Equilíbrio
O Divino Separador
A Essencial Vida Discriminadora
Aquele que produz Aliança
O Triângulo de Três lados
O Iluminador do Lótus

2
Filho de Brahma – significa “puro” ou inocente. Nota da tradutora
3
Elementais do fogo, filhos da Mente, Kumaras – Ver Glossário Teosófico, de H.P.B.
47
O Construtor da Fundação
O Precursor de Luz
O Que vela e ainda revela
O Dispensador do Tempo
O Senhor do Espaço
A Mente Universal
O Tríplice Pavio
O Grande Arquiteto do Universo

e muitos outros termos que indicam a relação com a luz, o tempo, o espaço, o Logos
manifestado, a matéria e "o poder que evoca a forma".

Se todos esses nomes são estudados em conexão com o desenvolvimento moderno,


ou cultura e ciências modernas, se evidenciará o quão poderosa e influente é em nossos dias
e época esta particular Vida de raio, e como se aplicam Suas energias (tendo produzido os
mundos objetivos tangíveis), para a manifestação de nossa civilização moderna, com sua
ênfase sobre o materialismo, sua pesquisa sobre a natureza do tempo e do espaço, e esse
desenvolvimento mental cuja expressão é a glória e destino de nossa raça particular.

As qualidades que caracterizam este Senhor de raio estão enumeradas nas seguintes
frases. Deve-se ter em conta que a sétima característica ou sintética, de cada um dos raios
está contida no nome do Raio e não se menciona especificamente nas outras seis
qualidades. Seus seis Irmãos, Filhos do Pai Uno, entoaram estes comandos no dia da Sua
renovada atividade (chamado o dia da criação).

1. Que se produza a forma dual e oculte a vida. Que apareça a forma e prove que é
divina. Tudo é de Deus.
Qualidade: o poder de se manifestar.

2. Conforme a envoltura de acordo com o que a habita. Que apareça o ovo do mundo. Que
passem as idades, então que apareça a alma. Que surja a Vida dentro do tempo
designado.
Qualidade: o poder de evoluir.

3. Que a mente controle. Que o claro fulgor do sol da vida revele a mente de Deus, e que
ponha em seu caminho Aquele que brilha. Em seguida que o conduza ao ponto central
onde tudo se perde dentro da luz celestial.
Qualidade: iluminação mental.

4. Deus e Sua forma são um. Oh soberano Senhor da forma revele esse fato. Deus e Sua
forma são um. Negue o conceito dual. Empreste cor à forma. A vida é una; a harmonia é
completa. Prove que os dois são um.
Qualidade: o poder de produzir a síntese no plano físico.

5. Produzam as vestiduras do Senhor e se apresente o manto de muitas cores. Logo que se


separe o manto daquilo que se oculta entre suas numerosas dobras. Que se apartem as
envolturas que velam. Que Deus seja visto. Que desça o Cristo da cruz.
Qualidade: pesquisa científica.
48
6. Que convirjam os dois caminhos. Que equilibre os pares de opostos e que apareça o
caminho entre os dois. Deus, o Caminho e homem são um.
Qualidade: equilíbrio.

Assim, os três raios principais resumem em si mesmos o processo de criação e da


energização, mediante o impulso da vontade divina; o trabalho dos quatro raios menores
(como são chamados, embora não existam menores ou maiores) é desenvolver ou diferenciar
as qualidades de vida e assim produzir a infinita multiplicidade de formas que permitirá a vida
assumir seus muitos pontos focais e expressar — através do processo evolutivo da
manifestação — as suas diversas características.

B. Os Quatro Raios de Atributo

O PROPÓSITO DA QUARTA DIVINDADE

4º Raio. Harmonia, Beleza, Arte.

Cor e, no entanto, não se vê cor alguma. O Som e o Uno inaudível se


encontram num ponto infinito de paz. O Tempo e o Uno atemporal negam os
pensamentos dos homens. Porém o tempo não existe.

Ali se encontra a forma, e ainda o sentido psíquico revela o que a forma é


incapaz de ocultar — a síntese interna, o oni-abarcante prisma, esse ponto de unidade
que — devidamente alcançado — revela outro ponto, onde os três são um e não
existem apenas os dois.

Forma e alma se fusionam. A visão interna vigia a fusão, conhece a divina


relação e vê os dois como um só. Mas a partir desse ponto de realização elevada
fulgura uma visão superior ante o aberto olho interno. Os três são um. Não só os
dois. Segue o seu caminho, oh peregrino no Caminho.

Ao ler estas palavras o estudante deve ter em mente que a antecâmara ficou pra trás e
que o homem se encontra (quando é permitido que o quarto raio faça seu trabalho e ele possa
atuar, portanto, no quarto plano ou búdico) dentro do templo Senhor. Ele encontrou certa
medida de luz, mas nessa luz ele vê a luz, e visualiza uma revelação e brilho maiores. Isto se
converte agora no objeto de sua busca. Ele dominou a maneira de usar a dualidade e
aprendeu a unificar a alma e o corpo em um só instrumento para o espírito. Agora continua
seu caminho para alcançar a grande síntese.

O Senhor do quarto raio tem muitos nomes que merecem uma cuidadosa
consideração e estudo. Em menos de cem anos este Senhor de poder harmonizador terá mais
influência e irá compensar em parte o rompimento de Saturno, produzidas no primeiro
decanato de Aquário. Entretanto, um estudo de Seus nomes produzirá uma simplificação de
Seus esforços e se erguerá um conjunto de pensamentos construtivos que facilitarão seu
trabalho quando esteja novamente em manifestação ativa. No entanto, no que diz respeito à

49
família humana, sempre exerce certo poder, porque há uma aliança numérica entre o quarto
raio e a quarta Hierarquia Criadora ou as mônadas humanas, e o quarto reino da
natureza. Por isso, seu poder está sempre ativo:

O Observador no Caminho
O Vínculo entre os Três e o Três
O Divino Intermediário
A Mão de Deus
O Uno Oculto
A Semente, que é a Flor
A Montanha onde morre a Forma
A Luz dentro da Luz
O Corretor da Forma
O Que indica a bifurcação do Caminho
O Mestre
O Morador do Lugar Sagrado
O Inferior dos Três, o Superior dos Quatro
A Trombeta do Senhor

Os aforismos relacionados com este quarto raio não são de fácil compreensão. Exigem
um exercício da intuição e são transmitidos por seis curtos e extremamente breves comandos,
pronunciados de forma curiosa, ao finalizar o período criador, e na época em que a quarta
Hierarquia Criadora veio à encarnação:

1. Pronuncie a Palavra em voz baixa. Fale suavemente.


Qualidade: poder de penetrar nas profundezas da matéria.

2. Defenda o desejo. Dê ao buscador o que necessita.


Qualidade: os aspectos duais do desejo.

3. Faz descer o fio. Abre o caminho. Liga o homem a Deus. Levanta-te.


Qualidade: o poder de revelar o caminho.

4. Todas as flores lhe pertencem. Firme as raízes no lodo, as flores no sol. Comprove que
o sol, o lodo, as raízes e as flores são um.
Qualidade: o poder de expressar a divindade. Crescimento.

5. Gira, retorna e volta a girar. Circula ciclicamente ao redor do círculo dos


céus. Comprove que tudo é um.
Qualidade: a harmonia das esferas.

6. Encobre o som. Emite a cor. Produz as notas e observe que passam aos semi-tons,
que por sua vez produzem os sons. Assim todos são vistos como um.
Qualidade: a síntese de verdadeira beleza.

Esta instrução sobre os raios tem um significado mais profundo do que se pode
captar. Um cuidadoso e sistemático estudo e a abstenção sensata de chegar a rápidas
conclusões será a forma mais inteligente de lidar com esta instrução. É impossível tratar na
50
primeira etapa das suas aplicações psicológicas e definitivamente humanas. Tento dar um
esboço geral, transmitir idéias, introduzir certos conceitos básicos na consciência do leitor, e
tentar levar este assunto tão abstruso e difícil, de tal forma que possa iniciar um novo ritmo de
pensamentos e captar e assimilar uma nova compreensão. Tudo isso representa na
atualidade um processo cósmico prototípico que oportunamente conduzirá a compreensão do
papel que pode desempenhar um indivíduo no maravilhoso todo cósmico. Começaremos com
o universal e com o particular, que é sempre verdadeiro método ocultista.

No entanto, tudo o que afirmo sobre uma Vida de raio pode igualmente ser afirmado a
respeito de uma vida humana, mas deve-se ter em conta que o tipo de raio puro ainda não
existe, porque ainda não há nenhuma forma perfeita, mecanismo ou expressão da qualidade
de raio, nem essa aparência absolutamente purificada na família humana, purificada na família
humana, exceto em casos raros tais como o Buda, ou o Cristo, e (em outro campo de
expressão) um Alexandre ou um Julio César. Leonardo Da Vinci foi uma expressão
análoga. Os raios concernem energia e consciência e determinam a expressão, mas quando a
matéria utilizada e o veículo a que foi dada forma tem ainda a evolução imperfeita, existe
então a limitação e fica excluída automaticamente grande parte da energia. O efeito da força
do raio, agindo por intermédio de formas imperfeitas, logicamente, será deformado, restrito e
mal aplicado. Deixe-me ilustrar. Eu disse que a energia do primeiro raio atua como um
destruidor de formas; devem lembrar que o destruidor puro é totalmente desconhecido,
felizmente para a raça. É uma condição benéfica que o ego do primeiro raio esteja todavia tão
deficiente e limitado pela forma e a qualidade desta, que não é capaz de fazer uso adequado
ou inteligente de sua força destrutiva. Como bem sabem, as personalidades do primeiro raio
são geralmente destruidoras, mas a energia gerada não é suficiente para causar muito
dano. Mais uma vez, o amor puro não pode ser expresso hoje, porque a forma natural impede
que ele flua. A consideração de ambos os exemplos ajudará o leitor a avaliar a situação. Mas
se aproxima o momento em que se expressará mais plenamente o propósito, o tipo e a
qualidade do raio surgirá, e em conseqüência, uma aparência mais verdadeira

Isto é devido à iminente aparição ou manifestação de certas grandes Vidas, que


personificam a energia dos raios segundo, terceiro, quinto e sétimo. Constituem pontos focais
para o influxo destes quatro tipos de energia divina e produzirão um tremendo estímulo nas
unidades de vida que lhes correspondem e respondem a elas. Pode-se esperar que esses
quatro Seres apareçam como seres humanos no campo do mundo moderno, antes do final
deste século, e seu esforço unido vai inaugurar definitivamente a Nova Era e introduzirá um
período que será lembrado na história como época gloriosa para a quinta raça raiz. Cada um
destes quatro Mestres, pois na verdade é isso que eles são, constituirão subjetivamente um
ponto focal para a tríplice afluência de energia a partir do centro do Corpo de Deus, que é
simbolicamente referido como "o coração do Sol". Cada raio é em si uma tríplice entidade em
manifestação, como é a Divindade Solar Mesma. Sua característica marcante é o amor, e
através da atrativa força magnética virão à existência novas formas, o que permitirá que
apareceram tipos de raios mais puros e, portanto, de aparência mais expressiva. Uma grande
parte da energia destruidora que existe hoje no mundo se deve à presença, no plano astral,
de um discípulo do primeiro raio do Logos planetário. Seu trabalho é limpar o caminho para a
manifestação desses quatro discípulos maiores, primordialmente Construtores; Eles iniciarão
seu trabalho quando tiverem concluído sua tarefa os destruidores da forma.

51
Gostaria de fazer uma sugestão, pois é necessário que comecem a compreender
certos métodos de Hierarquia. O trabalho do que no Ocidente é chamado de "o Princípio
Crístico" consiste em construir formas para a expressão de qualidade e vida. Esse é o
trabalho característico do segundo aspecto da divindade. A obra do Anticristo consiste em
destruir as formas e esta é essencialmente a tarefa da primeira expressão da divindade. Mas
a tarefa do destruidor não é trabalho de magia negra, e quando a humanidade ignorante
acredita que o Anticristo trabalha para o lado negro está muito equivocada. Seu trabalho é tão
benéfico quanto o aspecto do construtor; só a aversão do homem pela morte da forma faz
com que se considere que o trabalho do destruidor como "negro" e como sendo contra a
vontade divina e como subversivo do projeto divino. O trabalho dos representantes desse
misterioso poder que chamamos de mal cósmico e os representantes que respondem a ele,
merecem o qualificativo de ―negro‖, mas isso não é aplicável ao trabalho do Anticristo. Pode-
se acrescentar que o trabalho das forças negras irrompe de baixo, enquanto que o trabalho
dos destruidores é impulsionado de cima. Os símbolos destes dois caminhos são a espada e
a cruz.

Após estas observações preliminares, que tem por objetivo indicar a magnitude do
tema, analisarei agora os três raios que faltam ser considerados.

O PROPÓSITO DA QUINTA DIVINDADE

5º Raio. Conhecimento Concreto ou Ciência.

Os trovões retumbam em torno do topo da montanha; escuras nuvens


ocultam a forma. A névoa que ascende a partir da esfera aquosa serve para
distorcer o maravilhoso... que se acha em lugar secreto. A forma se encontra
lá. Emitindo sua nota.

Um feixe de luz ilumina a forma; o oculto aparece. O conhecimento de Deus


e o conhecimento de como Ele Mesmo se oculta, encontra o seu ponto culminante
nos pensamentos dos homens. As energias e forças recebem seus nomes secretos,
revelam seu propósito interno, e tudo é visto como ritmo, como um retorno a si
mesmo. O grande papiro pode agora ser lido. O propósito de Deus e Seus planos já
foram corrigidos, e o homem pode ler a forma.

O Plano toma forma. O plano é a forma. Seu propósito é a revelação da


mente de Deus. O passado revela a forma, mas o presente indica o fluxo de
energia.

O que está a caminho vem como uma nuvem que encobre o sol. Mas oculto
atrás dessa imanente nuvem está o amor e na terra há amor e no céu há amor, e
este — o amor que torna todas as coisas novas — deve ser revelado. Este é o
propósito que se acha por trás de todos os atos deste grande Senhor do
Conhecimento.

Antes de enumerar os nomes desta grande Vida, gostaria de salientar que o quinto raio
é de potência excepcional e peculiar no que respeita ao reino humano. A razão reside no fato
do
52
E que o quinto plano da mente é a esfera de Sua maior atividade e nesse quinto plano
se acham os três aspectos da mente:

1. A mente abstrata ou superior, a personificação da tríade superior.

2. A mente concreta ou inferior, o aspecto mais elevado da parte inferior.

3. O Ego ou Anjo Solar, o Filho puro da Mente, Que expressa inteligência abstrata e
concreta, e é o ponto de unificação.

Esta Vida tem também muito poder na atualidade em conexão com a quinta raça raiz e
com a transferência da consciência da humanidade para o quinto reino ou espiritual. Os
estudantes aprenderiam muito comparando o poder construtor da mente superior com o poder
destrutivo da mente inferior. Assim como a personalidade não tem outra função no plano
divino do que ser um canal para ele e o meio de expressão da alma, assim também a mente
inferior está destinada a ser um canal para o livre fluxo de entrada de energia da mente
superior.

O quinto raio é um Ser que possui uma luz espiritual de grande intensidade e em Sua
manifestação no quinto plano, que peculiarmente lhe corresponde, simboliza os três aspectos
de uma maneira ainda não alcançada por nenhum outro raio. Devido à qualidade de sua
mente superior, este raio é um canal puro para a vontade divina. Através dos grupos
setenários de vidas solares que aparecem nos níveis mentais, põe em atividade os sete
reflexos que correspondem aos sete centros da Divindade; com relação ao nosso planeta,
uma coisa que nenhum de seus seis raios irmão fez ainda. Esta declaração tem pouco
significado para vocês, mas o enorme sacrifício e esforço envolvidos só foram igualados pelo
Buda em sua vida; razão pela qual, nesta quinta raça, o amor e a mente devem recíproca e
oportunamente relevar-se mutuamente.

Alguns dos nomes dados ao Senhor deste raio são:

O Revelador da Verdade
O Grande Vinculador
O Intermediário Divino
O Cristalizador das Formas
O Tríplice Pensador
A Nuvem no Topo da Montanha
O Precipitador da Cruz
A Espada Divisora
O Peneirador da Palha
O Quinto Grande Juiz
A Rosa de Deus
O Uno Celestial
O Portal da Mente de Deus
A Energia Iniciadora
O Regente do Terceiro Céu
O Guardião do Portal
O Dispensador do Conhecimento
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O Anjo com a Espada Flamejante
O Guardião do Segredo
O Bem-Amado do Logos
O Irmão vindo de Sirius
O Mestre dos Hierofantes

Este quinto raio tem muitos nomes por causa de Sua estreita conexão com o homem
(desde que o homem foi criado originalmente), e não foi fácil escolher aqueles que seriam de
maior utilidade para permitir ao estudante formar uma idéia das características e missão do
quinto raio; mas o estudo dos seis aforismos e qualidades que eles indicam, demonstrarão o
quão poderoso e importante é este Senhor de raio. Estes seis aforismos foram entoados por
Seus seis Irmãos nessa crise transcendente quando da vinda à existência da família humana
e dos Anjos solares que sacrificaram a si mesmos. Esotericamente falando, "desceram ao
inferno e encontraram seu lugar na prisão". Naquele dia nasceram as almas. Um novo reino
de expressão veio à existência, e os três planos superiores e os três inferiores foram levados
a um brilhante intercambio.

1. Deus e seus Anjos agora se levantam e vem. Que os cimos das montanhas emirjam
da densa e úmida neblina. Que o sol toque seus cumes e permaneçam na luz. Que
resplandeçam.
Qualidade: de entrada e saída de forma.

2. Deus e seus Anjos agora se levantam e ouvem um profundo murmúrio que se eleva, e
o clamor do homem que busca penetra em seus ouvidos. Que o homem escute. Que o
homem chame. Que fale em voz alta.
Qualidade: o poder de ouvir a Voz do Silêncio.

3. Deus e seus Anjos agora se levantam e tocam. Tragam o Cetro de Poder. Estenda-o
externamente até os filhos dos homens; toquem-nos com fogo e, acerquem-se
deles. Façam-no.
Qualidade: atividade de iniciação.

4. Deus e seus Anjos agora se levantam e saboreiam. Que venham todas as


experiências. Que apareçam todos os caminhos. Que discirnam, escolham, esmiúcem
e analisem. Todas os caminhos são um.
Qualidade: a revelação do caminho.

5. Deus e seus Anjos agora se levantam e sentem o odor que sobe da terra ardente do
homem. Que o fogo faça seu trabalho. Atraiam ao homem para dentro da fogueira, e
dentro do centro vermelho-rosado se despoje da natureza que atrasa. Que o fogo
queime.
Qualidade: purificação por fogo.

6. Deus e seus Anjos agora se levantam e fundem os muitos no Uno. Que continue o
trabalho de mistura. O que trouxe as coisas à existência, que produza a causa de sua
cessação. Que surja agora um só templo. Que apareça a coroação da glória Que
assim seja.
Qualidade: manifestação da grande luz branca. (O Shekinah. AAB)
54
O leitor que em si se dedique ao estudo destas qualidades achará ensinamentos de
utilidade prática. Quando ele sente que pertence a um raio particular isso irá lhe indicar
algumas das características que deve buscar e o que deve fazer, expressar e superar. Ditas
qualidades devem ser estudadas a partir de dois ângulos: seu aspecto divino e seu oposto, a
forma. Este quinto raio, por exemplo, demonstra ser o revelador do caminho, e devemos
lembrar que revela a estrada que desce até a morte ou encarnação (a prisão da alma, similar
à morte) ou o caminho que sobe da escuridão à luz pura do dia de Deus. Digo isto porque
desejo muito que todos os que lerem este tratado apliquem seus ensinamentos na vida
diária. Não tenho nenhum interesse em tratar de temas sobrenaturais e incomuns que sirvam
para o deleite de um apetite mental insano. O fato de embotar a mente com detalhes sobre o
oculto não tem nenhum propósito útil e só serve para forçar as células do cérebro e nutrir
orgulho.

O PROPÓSITO DE SEXTA DIVINDADE

6º Raio. Devoção ou Idealismo.

Este raio está saindo de manifestação, o que é de vital importância para nós, porque
ele estabeleceu sua marca em nossa civilização ocidental de forma mais acentuada do que os
outros raios, sendo para nós o mais familiar e melhor conhecido. O mantra que define seu
propósito é diferente dos outros e poderia se expressar mais ou menos assim:

A Cruzada já começou. Os guerreiros marcham. Esmagam e matam tudo


que impede o seu caminho; pisoteiam tudo o que se ergue ante seu
caminho. Marche até a luz.

O trabalho continua. Os trabalhadores cobriram seus olhos por compaixão e


temor. O trabalho é tudo o que importa. A forma deve desaparecer para o espírito
de amor possa descansar. Nada pode deter o progresso dos trabalhadores do
plano. Comecem o trabalho atribuído com hinos e cânticos.

A cruz se ergue no alto; a forma é colocada lá, e naquela cruz tem que
entregar sua vida. Cada um constrói uma cruz que forma a cruz, e sobe à cruz.

Durante a guerra, através do trabalho, através da dor e da fadiga, se realiza


o propósito. Assim o expressou o símbolo.

Notar-se-á em que forma este propósito produz sua libertação quando o homem o
aplica a si mesmo. Quando o homem aplica ao homem produz a corrupta e terrível história da
crueldade do homem contra o homem. No mantra acima se acha a chave do propósito do
sexto raio, tal como aparece no reino humano, e um amplo e ajustado estudo (observem essa
frase paradoxal) das idéias subjacentes, revelará uma pequena parte de um propósito
maior. A alma é, e deve ser implacável para com sua forma e seus problemas. No entanto, a
alma pode compreender a necessidade de dor e dificuldades do mundo, porque o homem
pode ampliar o conhecimento de sua própria técnica que aplica a si mesmo e aplicar a técnica
que Deus aplica a Seu mundo, mas nada faz sabendo que pode, possivelmente, aumentar a
dor e a tristeza no mundo.
55
Alguns dos nomes dado a este benéfico, mas algo violento e enérgico Senhor de Raio,
são:

O Que nega o Desejo


O Que vê o Correto
A Visionário da Realidade
O Divino Ladrão
O Devoto da Vida
O Inimigo de Forma
O Guerreiro em Marcha
O Portador da Espada do Logos
O Sustentador da Verdade
O Crucificador e o Crucificado
O Quebrador das Pedras
O Flamígero Imperecido
O Que Nada pode Desviar
O Regente Implacável
O General do Perfeito Caminho
O Que Guia aos Doze

De uma maneira curiosa, o Senhor do sexto raio sempre foi um amado enigma para
Seus seis irmãos. Isto está em relevo nas perguntas que lhe formularam certa ocasião quando
Se reuniram "debaixo do olhar do Senhor", a fim de compartilhar seus planos para uma ação
conjunta, divina e harmoniosa. Eles formularam estas perguntas com um espírito de alegria e
de amor celestial, mas com a intenção de lançar alguma luz sobre a qualidade quase
desconhecida de Seu amado Irmão.

1. Por que és vermelho de desejo? Por que és vermelho como o sangue? Diz Oh Filho de
Deus! Por que o seu caminho é avermelhado pelo sangue?
Qualidade: poder para matar o desejo.

2. Por que você vira as costas para a esfera da terra? É muito pequena? Demasiado
pobre? Por que você a chuta como uma bola em um campo de jogo?
Qualidade: depreciar o que não é desejado.

3. Por que pregar a cruz desde a terra ao céu? A terra pode ser um paraíso. Por que
subir na cruz e morrer?
Qualidade: auto-imolação.

4. Por que lutar contra tudo o que está ao redor? Não buscas acaso a paz? Por que te
interpõem entre as forças da noite e do dia? Por que você permanece impassível e
sereno, incansável e sem temores?
Qualidade: força e coragem.

5. Não vês Deus em tudo, a vida em tudo e o amor em tudo? Por que abandonar a
aqueles que você ama e conhece bem?
Qualidade: poder de separar.
56
6. Podes parar as águas da sexta grande esfera? Podes parar o dilúvio? Podes recuperar
o corvo e a pomba? Podes tu, o Peixe, nadar livre?
Qualidade: subjugar as águas da natureza emocional.

Este marcante raio de devoção ao ideal, e o raio de entrada de ordem mágica e


organização, são em grande parte responsáveis pelo tipo de consciência do homem de hoje
que é essencialmente devoto (ao ponto de fanatismo) pelo que pode ser a meta atribuída à
sua vida, seja alcançar discipulado ou começar uma família, adquirir dinheiro, obter
popularidade ou qualquer outro objetivo ao qual dedica seu tempo e energia. Em qualquer
área ele dedica tudo o que é e tudo o que possui. O homem também é essencial e
inerentemente, quem produz a lei e a ordem, mas esta qualidade só agora está começando a
fazer sentir a sua presença. Isso ocorre porque a raça humana está, finalmente, se centrando
mentalmente, por isso temos hoje no mundo as mesmas e variadas tentativas de corrigir
questões comerciais, nacionais, econômicas, sociais e outras, para produzir algum sistema e
ordem e alcançar a reorganização de energias, com o fim (ainda não conscientemente
compreendido) de inaugurar a Nova Era. No entanto, devido ao deficiente controle mental e
ignorância quase universal das leis do pensamento e a que se desconhece completamente
sua natureza, o homem trabalha cegamente. Os ideais pressentidos não são corretamente
interpretados pela mente nem aplicados de forma adequada e geral. Daí a confusão e
experimentação caótica que está em curso e também a imposição de uma autoridade pessoal
para reforçar a idéia a idéia a um individuo do ideal.

O que se necessita atualmente é um sólido ensinamento sobre as leis do pensamento


e as regras que regem a construção dessas formas-pensamento que devem incorporar as
idéias enviadas a partir da mente divina universal. Os homens devem começar a desenvolver
a ordem necessária nos planos subjetivos da vida. Quando isso for feito, teremos um
importante grupo de homens que se ocuparão com os assuntos mundiais, ou com a tarefa do
governo em todos os seus ramos, ajudados no plano mental por pensadores treinados, para
que haja uma correta aplicação e um correto ajuste do Plano. Isso ainda está muito longe, em
razão das deformações e distorções que existem na terra sobre o Plano tal como existe no
céu, empregando a fraseologia cristã.

A compreensão de que se necessitam no mundo pensadores iluminados e


trabalhadores subjetivos, induziu Àqueles Que guiam, a dirigir de certa maneira as energias
espirituais entrantes, o que trouxe a formação em todas as partes de grupos
esotéricos; também conduziu à publicação da massa de literatura mística e oriental sobre
meditação e temas análogos, que agora inundam o mundo. Por isso, como trabalhador no
lado interno da vida, me esforço para ensinar neste tratado a nova psicologia e demonstrar ao
homem qual é seu equipamento e quão apropriado é para o trabalho para o qual foi criado e o
que ainda não foi compreendido. No entanto, a força e efeito da influência do sétimo raio irá
revelar o trabalho mágico; os próximos dois mil e quinhentos anos produzirão muitas
mudanças e se poderão fazer muitos dos chamados "milagres", o que incluirá até mesmo
mudar totalmente a aparência externa do mundo; se modificar e desenvolver a vegetação e
vida animal, e se expressará grande parte do que está latente nas formas nestes dois reinos
pelo livre influxo e a inteligente manipulação das energias que criam e constituem todas as
formas. O mundo mudou incrivelmente ao longo dos últimos quinhentos anos, e nos próximos
duzentos anos as mudanças serão ainda mais rápidas e estarão mais arraigadas, porque o
57
aumento dos poderes intelectuais do homem está tomando impulso, e Homem, o Criador, está
entrando na possessão de seus poderes.

O PROPÓSITO DA SÉTIMA DIVINDADE

7º. Raio. Ordem Cerimonial ou Magia.

"Que se construa o Templo do Senhor", apregoou o sétimo grande


Anjo. Então sete grandes filhos de Deus em seus lugares, norte, sul, leste e oeste,
caminharam com passos medidos e tomaram seus assentos. Assim começou o
trabalho de construção.

As portas se fecharam. A luz brilhou tenuamente. As paredes do templo não


se divisavam. Os sete permaneceram em silêncio e suas formas estavam
veladas. O tempo não havia chegado para que brilhasse a luz. A Palavra não podia
ser pronunciada. Apenas sete Formas continuaram o trabalho. Um silencioso
chamado foi emitido de um a outro. No entanto, a porta do templo permanecia
fechada.

À medida que passava o tempo se escutavam os sons da vida. A porta se


abriu e logo se fechou, e cada vez que se abria aumentava o poder dentro do
templo, cada vez que se abria a luz se tornava mais forte, porque um a um
penetravam no templo os filhos dos homens, passando de norte a sul, oeste para
leste e no centro do coração encontraram luz, compreensão e poder para
trabalhar. Eles entraram a porta; passaram ante os Sete; levantaram o véu do
templo, e entraram na vida.

O templo cresceu em beleza. Suas linhas, suas paredes e sua decoração,


sua altura, profundidade e largura emergiram lentamente e penetraram na luz.

Desde o leste, veio a Palavra: Abra a porta para todos os filhos dos homens
que vêm de todos os vales escuros da terra em busca do templo do Senhor. Dê-lhes
a luz. Descerrado véu o do santuário interno e, mediante o trabalho dos artesãos do
Senhor, ampliaram as paredes do templo, e assim iluminaram o mundo. Emitiram a
Palavra criadora e ressuscitaram os mortos.

Assim, o templo de luz será trazido do céu a terra. Assim, suas paredes
serão erguidas nas grandes planícies do mundo dos homens. Assim, a luz vai
revelar e nutrir todos os sonhos dos homens.

Então o Mestre despertará no leste todos aqueles que estão


dormindo. Então no oeste o guardião provará e julgará todos os verdadeiros
buscadores da luz. Em seguida, o guardião do sul instruirá e ajudará os
cegos. Então o portal norte será aberto de par em par, porque ali o Mestre invisível
estenderá a mão para dar boas vindas, e com o coração compreensivo conduzirá
os peregrinos para o leste, onde brilha a verdadeira luz.

58
"Por que a abertura do templo?", clamam os Sete maiores. "Porque o
trabalho está pronto; os artesãos também estão preparados. Deus criou à luz. Seus
filhos podem agora criar. “O que mais pode ser feito?".

"Nada!" foi a resposta dos Sete maiores. "Que continue o trabalho. Que os
filhos de Deus criem”.

A maioria observará que estas palavras têm um profundo significado e indicam a ampla
intenção (durante o ciclo vindouro) de abrir de par em par a grande porta do templo dos
mistérios ocultos para o homem. Um por um seremos submetidos a prova da contraparte
esotérica e espiritual do fator psicológico chamado "prova mental". Essa prova vai demonstrar
a utilidade do homem para o poder e o trabalho mental e se provará sua capacidade para
construir formas mentais e vitalizá-las. Disso me ocupei em Tratado de Magia Branca, e a
relação deste tratado com o trabalho mágico do sétimo raio e seu ciclo de atividade será cada
vez mais evidente. No dito tratado tentei formular as regras para o treinamento e o trabalho
que permitirá, ao aspirante aos mistérios, entrar no templo e ocupar seu lugar como
trabalhador criador, a fim de ajudar no trabalho mágico do Senhor do Templo.

Os nomes pelos quais este Senhor de raio é conhecido são muitos, e seu significado é
de importância primordial hoje. O trabalho futuro se depreende do estudo dos seguintes
nomes:

O Mago Desvelado
O Trabalhador das Artes Mágicas
O Criador da Forma
O Que Confere a Luz proveniente do Segundo Senhor
O Manipulador da Varinha
O Que Observa do Oriente
O Depositário do Sétimo Plano
O Invocador da Ira
O Guardião da Palavra Mágica
O Guardião do Templo
O Representante de Deus
O Que eleva até a Vida
O Senhor da Morte
O Que alimenta o Fogo Sagrado
A Esfera Giratória
A Espada do Iniciador
O Divino Trabalhador Alquimista
O Construtor do Quadrado
A Força Orientadora
O Ígneo Unificador
A Chave do Mistério
A Expressão da Vontade
O Revelador da Beleza

Este Senhor de raio tem um poder especial na terra e no plano físico da manifestação
divina, e é obvia sua utilidade para Seus seis irmãos. Faz surgir o trabalho que devem
59
realizar. Ele é o mais ativo dos raios neste período mundial e, está em manifestação desde mil
e quinhentos anos atrás. É como se girasse dentro e fora do trabalho ativo em um ciclo muito
rápido, e Seu parentesco mais próximo, simbolicamente, refere-se a Seus Irmãos do segundo
e quinto raios neste período mundial.

Ele constrói (com a colaboração do segundo raio), através do poder do pensamento


(colaborando assim com o Senhor do quinto raio no plano físico, sua própria esfera essencial
e peculiar). Em outro período mundial, poderá mudar o seu relacionamento com os outros
Senhores de raio, mas hoje seu trabalho será compreendido mais facilmente quando se
reconhece que auxilia ao Senhor construtor do segundo raio e usa as energias do Senhor do
pensamento concreto.

Os aforismos que incorporam Suas qualidades são as seguintes, e foram sussurrados


esotericamente em seu ouvido, quando Ele "abandonou o lugar mais alto e desceu da sétima
esfera para levar a cabo suas tarefas":

1. Leva as ferramentas contigo irmão da luz construtora. Cave profundo. Construa e


dê forma à pedra vivente.
Qualidade: poder de criar.

2. Escolha bem seus trabalhadores. Ama a todos. Seleciona seis, para que cumpram
tua vontade. Que o sétimo permaneça no leste. Chame o mundo para que penetre
naquilo que construirá. Misture todos juntos na vontade de Deus.
Qualidade: poder de colaborar.

3. Sente-se no centro, como no leste. Não te movas dali. Envie tuas forças para que
cumpram tua vontade e, em seguida, recupera essas forças. Emprega bem o poder
do pensamento. Sente-se imóvel.
Qualidade: poder de pensar.

4. Observe como todas as partes entram no propósito. Constrói para a beleza, irmão
Senhor. Certifique-se de que todas as cores sejam brilhantes e claras. Observa a
glória interna. Constrói bem o santuário. Faça-o com cuidado.
Qualidade: revelação da beleza de Deus.

5. Cuida bem de teus pensamentos. Entra a vontade na mente de Deus. Arrebata dali
o poder, o plano e o papel a desempenhar. Revela a mente de Deus.
Qualidade: poder mental.

6. Permaneça no leste. Os cinco te deram a Palavra de amizade. Eu, o sexto, vos


digo, que a empregue com os mortos. Revive os mortos. Constrói de novo as
formas. Cuida bem dessa Palavra. Garanta que todos os homens a busquem por si
mesmos.
Qualidade: poder de vivificar.

Até agora, temos estudado uma pequena parte do trabalho dos sete raios. O
ensinamento teve de ser transmitido através de símbolos e para poder compreendê-lo é

60
necessário ter um sentido esotérico desperto, e ainda assim é impossível compreendê-lo
plenamente.

Os Chohans da sexta iniciação guiam essas unidades de consciência em que


predominam sua particular vibração de raio e cor. Com freqüência se esquece o valor desse
fato, embora os candidatos à iniciação o reconheçam teoricamente. Daí a importância de
determinar o raio de ego e da Mônada - algo muito importante após a terceira iniciação. Em
todos os setores da vida, há aqueles que constituem sempre uma maioria ou uma minoria. O
mesmo se aplica ao trabalho do Logos, e no final do ciclo maior (manvantara4) uma grande
maioria encontrará seu caminho para o raio sintético do amor e uma pequena minoria para o
raio do poder, minoria que está destinada a desempenhar um papel importante. Formará o
núcleo que (no próximo sistema solar) constituirá a maioria, que encontrará sua síntese no
primeiro raio. Este é um grande mistério e não pode ser facilmente compreendido. Indícios de
sua revelação estão ocultos no verdadeiro significado das palavras "exotéricos e esotéricos".

Devem lembrar-se do fato de que apenas cinco raios dominam ao mesmo tempo. Se
manifestam os sete raios, mas apenas cinco predominam. Deve estabelecer-se uma distinção
entre os raios que predominam em um sistema solar e os que o fazem em um esquema ou
cadeia. No Tratado sobre Fogo Cósmico há algo sobre isso. Três dos sete raios se
sintetizam. Um desses três raios se sintetizará quando atingir sua culminação. Para o primeiro
sistema solar o terceiro raio foi o raio sintético, mas para o atual sistema solar, o segundo é o
raio sintético, e para o próximo sistema solar o primeiro raio desempenhará uma função
semelhante.

Dois raios constituem em grande parte a meta do esforço humano, o primeiro e o


segundo. Um raio, o terceiro é a meta da evolução dévica ou angélica. Estes três raios fazem
contato com os dois pólos e o alcance da meta ao final do ciclo, marca a realização do Logos
solar. Isto também é um mistério. O sétimo e o primeiro raio estão intimamente ligados e os
une o terceiro raio, de maneira que a relação é expressa como 1.3.7. Há também uma estreita
associação entre os raios 2.4.6; o quinto raio está em uma posição peculiar, como ponto
central de realização, no lugar do ego ou alma, o plano personificado da mente, o ponto de
culminação para a personalidade e o reflexo da tríplice Mônada nos três mundos.

1º Raio. Vontade, demonstrando-se como o poder em desdobramento do Plano


do Logos.

3º Raio. Adaptabilidade da atividade e da inteligência. Este raio predominou no


sistema solar anterior; é o fundamento ou base deste sistema, e é
controlado pelo Mahachohan.

7º Raio. Rito, cerimonial ou organização. É o reflexo dos dois raios anteriores no


plano físico e se relaciona com o Mahachohan. Controla as forças
elementais, o processo involutivo e o lado forma nos três reinos da
natureza. Mantém oculto o segredo da cor e do som físicos. Constituí a
lei.

4
Período de tempo de manifestação, no qual há atividade, se opõe ao pralaya, onde há descanso
61
Estes três raios juntos abarcam e incorporam tudo. São o Poder, a Atividade e a Lei
em manifestação.

2º Raio. Amor-Sabedoria, raio sintético, meta deste sistema, que mantém tudo
em estreita harmonia e relacionamento.

4º Raio. Expressão de harmonia, beleza, música e unidade.

6º Raio. Devoção à fervorosa aspiração e ao sacrifício do eu pessoal para o bem


de todos, a fim de alcançar a harmonia e beleza, impelidos pelo amor.

Estes dois grupos de raios podem relacionar-se entre si da maneira que se segue:

Raios 1. 3. 7. Constituem os grandes raios conectados à forma, ao processo evolutivo,


ao inteligente funcionamento do sistema e as leis que controlam a vida
de todas as formas nos reinos da natureza.

Raios 2. 4. 6. Se relacionam com a vida interna, expandindo-se através dessas formas


— os raios de motivação, de aspiração e de sacrifício. Raios
predominantemente de qualidade.

Raios 1. 3. 7. Ocupam-se das coisas concretas e do funcionamento da matéria e da


forma, desde o plano inferior até o superior.

Raios 2. 4. 6. Ocupam-se das coisas abstratas e da expressão espiritual através da


forma.

Raio 5. Constitui a ligação vinculadora da inteligência.

A terceira pergunta a considerar é:

Pergunta 3. Pode ser comprovada em realidade a existência da alma?

A existência da alma tem sido satisfatoriamente refutada do ponto de vista da ciência


acadêmica. Durante épocas tem continuado sua busca, com o objetivo — cientificamente
falando — de demonstrar a localização da alma no corpo humano. Esta tem sido a ênfase e o
fator importante para a mente científica, tão distinta do irmão de tendência mística.

Toda essa investigação, em especial a efetuada ultimamente em conexão com as


escolas materialistas modernas e com a maior compreensão do mecanismo do corpo humano,
tende a provar que a alma é uma superstição, um mecanismo de defesa, e que o pensamento
consciente e todas as manifestações superiores da mente humana (e, portanto, as expressões
inferiores da personalidade individualidade e integração consciente) podem muito bem ser
justificadas e estipuladas pelo atual equipamento cerebral do homem, o sistema nervoso e
endócrino. Todos são por sua vez são entendidos como sendo o resultado de um longo
processo evolutivo e seletivo. A maravilha da própria máquina indica que ela é divina em sua
perfeição e alcance. O homem evoluiu desde um germe primitivo, desenvolvido sob a pressão
62
das leis da natureza, as condições ambientais, e constante adaptação às necessidades a uma
cuidadosa seleção até possuir hoje um mecanismo que responde ao mundo natural, às
sensações e aos pensamentos. Com freqüência acreditam que aquilo que se denomina alma
é o resultado desse processo seletivo e constituindo a soma total do poder de responder e
discernir das células e órgãos do corpo, além do princípio da vida. Dizem que tudo é inerente
ao germe paterno e que as condições do meio-ambiente, além de hereditariedade e da
educação, são suficientes para explicar os fenômenos da consciência humana. O homem é
uma máquina, e é parte de uma máquina maior que denominamos natureza, e tanto o homem
como a natureza são manejados por leis imutáveis. Não há livre-arbítrio, exceto dentro de
certos limites claramente definidos, definidos pelo equipamento e pelas circunstâncias. Não
pode haver imortalidade, porque quando a máquina se decompõe e se desintegra, só ficam as
células dispersas e os átomos que originalmente a compuseram. Quando o princípio da
coerência ou integração deixa de funcionar, o que ele produziu — o corpo coerente
funcionante - também deixa de funcionar. Consciência e escolha, percepção e afeto,
pensamento e temperamento, vida e amor, caráter e faculdades, tudo desaparece, e só ficam
os átomos que compuseram o corpo, que por sua vez se dissipam e desaparecem e,
finalmente, tudo é reabsorvido no depósito geral de forças e átomos.

O que resta hoje dos incontáveis milhões de seres humanos que viveram e amaram,
sofreram e usufruíram em nosso planeta, para garantir que eles tenham existido no passado,
para não mencionar sua existência continuada no presente? Uns ossos, alguns edifícios e
leves vestígios de sua influência histórica e, mais tarde, com o tempo, observamos a beleza
que nos deixaram no campo da literatura, arquitetura, pintura e nessas formas que tem
personificado seu pensamento e aspiração, sua visões e ideais. Na atualidade existe no
planeta uma humanidade que atingiu todos os estágios de desenvolvimento, com mecanismos
de diversas classes tipos, adequados e inadequados. Falamos que todos eles, sem exceção,
estão desmoronando sob a experiência e estão limitados pela enfermidade ou ocultam seu
gênio; um equipamento perfeito é totalmente desconhecido, e cada um abriga os germes da
doença. Nenhum homem possui um mecanismo perfeito, pois inevitavelmente falha em
alguma coisa, pois está condicionado pelo seu sistema glandular, pouco ou excessivamente
desenvolvido, que oculta em algum ponto doenças hereditárias e debilidades raciais, e em
qualquer momento pode falhar parte do mecanismo e não atender às necessidades físicas,
emocionais e mentais do dia e hora. O que isso nos diz? Falamos da vida da célula unida; do
grupo ambiental em que se encontra uma forma particular; da vida impessoal e abstrata da
natureza que a permeia; um ambíguo espírito de grupo que se expressa através do quarto
reino da natureza; de um eu provisório e impermanente eu, ou de uma entidade imortal que
habita no corpo?

Aqui estão apenas algumas das perguntas que surgem na atualidade. Em última
análise, pode-se dizer que a crença na existência da alma é em grande parte uma questão de
temperamento, anelo e desejo dessas épocas em que os homens lutaram, sofreram e
aliviaram a tensão de vida, criando uma forma-pensamento em torno de um ser feliz e imortal,
que oportuna e finalmente os livraria de todas as vicissitudes da existência física. A alma pode
ser considerada como uma bela visão ou alucinação, porque a única coisa que comprova a
sua existência é um testemunho sem qualquer base sólida, dado por muitos místicos que no
transcurso das épocas tem feito contato com ela e obtiveram experiências que poderiam ser
marcadas como ilusórias, ou ser o resultado de lesões cerebrais ou reações escapistas. Isso é
o que dizem os materialistas e os partidários dos fatos científicos comprovados. Crença,
63
testemunho verbal, esperança, eventos psíquicos raros e inexplicáveis, conjunto de opiniões
inexperientes e conclusões de visionários (provavelmente casos psicóticos) não são
suficientes para provar a existência da alma. Apenas demonstram o poder do homem para
visualizar, construir imagens e quadros e perder-se no seu espantoso presente em um mundo
de sonhos e de um possível e ardentemente desejado futuro, no qual acabariam as
frustrações, alcançariam plena expressão e entrariam na posse de uma herança imaginária,
construída por ele mesmo com as esperanças insatisfeitas e inexpressados anseios de sua
profundamente oculta vida mental. A crença em Deus e no Céu e num futuro imortal é
derivada de um antigo temor e ignorante terror da humanidade infantil. Viam em todos os
fenômenos da natureza (incompreensíveis e assustadores) a atividade de um homem
gigantesco construído como se fosse a projeção de sua própria consciência, o qual poderia
ser apaziguado ou exasperado pelo comportamento do ser humano. O resultado do efeito
obtido a respeito dessa divindade, definia o destino do homem, bom ou mal, dependendo de
como reagia este Deus a suas ações. Aqui nós temos a origem dos complexos do céu ou do
inferno nas atuais crenças religiosas. Disto derivou automaticamente a idéia de uma entidade
chamada alma, que poderia gozar o céu ou sofrer no inferno, de acordo com a vontade de
Deus e, como resultado de suas ações, enquanto na forma humana. À medida que as formas
do homem aumentaram sua sensibilidade e se refinaram sob a influência da Lei de Seleção e
Adaptação; à medida que a vida grupal era mais intima e melhorava a integração grupal, e
que a herança histórica, tradicional e artística se enriquecia e deixava sua marca, assim
cresciam as idéias de Deus e similarmente as idéias sobre a alma aumentavam e enriqueciam
e aprofundavam-se os conceitos do homem e do mundo sobre a realidade, de modo que hoje
enfrentamos um problema de pensamentos herdados que testemunham um mundo de
conceitos, idéias e intuições que tratam do imaterial e intangível, dando testemunho milenar a
uma crença sobre a alma e sua imortalidade, para os quais não há qualquer justificação
verdadeira. Ao mesmo tempo, a ciência nos tem demonstrado que o único que podemos
realmente conhecer com certeza é o mundo tangível de diversos e diferentes fenômenos, com
suas formas, mecanismos, tubos de ensaio, laboratórios e corpos de homens "constituídos em
forma maravilhosa e dignos de admiração‖. Isto, misteriosamente, produz pensamentos,
sonhos e imaginações, e por sua vez, encontram expressão nos projetos formulados no
passado, presente e futuro, ou no campo da literatura, arte e ciência, ou na simples vida
cotidiana do ser humano comum que vive, ama, trabalha, se diverte, gera filhos, se alimenta,
ganha dinheiro e dorme.

E depois? Desaparece o homem no nada, ou segue vivendo em algum lugar uma parte
dele (até agora invisível)? Será este aspecto sobrevive durante algum tempo e por sua vez
desaparece, ou há um princípio imortal, uma entidade sutil intangível que tem uma existência,
no corpo ou fora dele, e que é o Ser imutável e eterno, que a crença Nele tem sustentado
incontáveis milhões de pessoas ao longo dos séculos? É a alma uma ficção da imaginação e
tem sua existência satisfatoriamente refutada pela ciência? É a consciência uma função do
cérebro e do seu aliado sistema nervoso, ou devemos aceitar a idéia de um morador
consciente na forma? O poder de perceber e reagir ao meio ambiente tem sua origem na
natureza do corpo, ou existe um ente que observa e age? É esta entidade distinta e separada
do corpo, ou o resultado do tipo ou da vida do corpo, o qual persiste depois que desaparece o
corpo, ou desaparece com ele e se perde? Existe apenas matéria ou energia em constante
movimento provocando a aparição de homens que reagem e por sua vez expressam a energia
que flui cega e inconscientemente através deles, sem ter existência individual? Ou são todas
as teorias parcialmente verídicas, e só chegaremos a compreender realmente a natureza e o
64
ser do homem na síntese de todos eles e na aceitação das premissas gerais? É possível que
os investigadores orientados de forma mecânica e cientifica tenham chegado à correta
conclusão sobre o mecanismo e a natureza da forma, e que os pensadores espiritualmente
orientados que afirmam a existência de uma entidade imortal também tenham razão? Ou
talvez ainda falte algo que seja a ponte entre as duas posições? É provável que descubramos
algo que vincule o mundo intangível do verdadeiro ser com o mundo tangível (assim chamado)
da vida da forma?

Quando a humanidade estiver segura de sua divindade e imortalidade e tenha


adquirido conhecimento sobre a natureza da alma e do reino no qual funciona a alma, sua
atitude perante a vida e assuntos cotidianos sofrerá tal transformação que veremos surgir em
verdade um novo céu e uma nova terra. Uma vez que esta entidade central, dentro de cada
forma humana seja reconhecida e seja conhecida pelo que essencialmente é, e sua
persistência divina seja estabelecida, então, logicamente, veremos o início do reinado da Lei
divina na terra — lei imposta sem atritos nem rebeldias. Esta reação benéfica se produzirá
devido a que os pensadores da raça serão fundidos numa percepção geral da alma e da
conseqüente consciência grupal, que lhes permitirá ver o propósito subjacente ao
funcionamento da lei.

Vou explicar isso de forma mais simples. É nos dito no Novo Testamento que devemos
procurar que a mente que esteve no Cristo se manifeste também em nós. Trabalhamos para
aperfeiçoar o reino do Cristo na terra e aspiramos desenvolver a consciência crística e
estabelecer o reino ou a Lei crística, ou amor. Na Era de Aquário isto virá a ser concretizado e
veremos o estabelecimento da fraternidade na Terra. A regra crística é dominar as
fundamentais leis espirituais. A mente de Cristo é uma frase que transmite o conceito do
reinado do divino amor inteligente que estimula o reinado da alma dentro de todas as formas e
traz o reinado do espírito. Não é fácil expressar a natureza da revelação que está a
caminho. Envolve o reconhecimento por parte dos homens, de que "substancia mental", como
o denominam os hindus, está relacionada com suas próprias mentes e que é parte integrante
de seus corpos mentais, é também parte da mente do Cristo, o Cristo Cósmico, de Quem o
Cristo histórico é — em nosso planeta — o representante ordenado. Quando os homens
tiverem desenvolvido através da meditação e do serviço grupal a percepção de suas próprias
mentes controladas e iluminadas, acharão que entraram na consciência do verdadeiro ser e
num estado de conhecimento pelo qual eles comprovarão, fora de toda dúvida e controvérsia,
a realidade da existência da alma.

O Mistério das Idades está à beira de ser revelado, e através da revelação da alma, o
mistério que está oculto será revelado. As escrituras do mundo, como se sabe, sempre
profetizaram que ao final desta era se revelará o que é secreto, e emergirá a luz do dia o que
até então estava oculto e velado. Este, o nosso ciclo de presente, é o fim dos tempos, e os
próximos duzentos anos verão a abolição da morte, como agora compreendemos a grande
transição, e o estabelecimento da realidade da existência da alma. A alma será conhecida
como uma entidade e como impulso motivador e centro espiritual por trás das formas
manifestadas. As próximas décadas verão corroboradas certas grandes crenças. O trabalho
de Cristo e Sua principal missão há dois mil anos, foi demonstrar as possibilidades divinas e
os poderes latentes em cada ser humano. A proclamação que fez, de que somos todos filhos
de Deus e temos um Pai Universal, será considerada no futuro, não como um bonito
enunciado, místico e simbólico, mas sim será julgada como um pronunciamento
65
científico. Nossa fraternidade universal e nossa essencial imortalidade serão demonstradas e
compreendidas como fatos da natureza. O Cristo disse que não veio para trazer paz, mas sim
uma espada e, esotericamente, Ele tem sido o "Divisor Cósmico". Por quê? Porque ao
estabelecer a unidade também estabeleceu uma distinção entre corpo e alma. Corpo e alma,
no entanto, são apenas duas partes de um todo, e isso não deve ser esquecido. Ao
estabelecer a realidade da existência da alma e sua expressão, o corpo, emerge a totalidade
em sua plenitude.

Como se fará essa revelação? Entramos aqui no reino da predição e da previsão, que
hoje muitos rejeitam, baseando-se em que o mais importante é aquilo que ajuda a vida
espiritual da alma; acreditam que prometer uma revelação e ajuda futura e incentivar os
aspirantes a vãs e felizes conjecturas e expectativas, contém as sementes do perigo, da
inércia estática e de inúteis imaginações. Mas, "onde não há visão, o povo perece". Tantas
coisas aconteceram nos últimos duzentos anos e tantas coisas já foram reveladas, que nos
proporcionam uma base sólida para uma visão do futuro. Se o progresso dos século XIX e XX,
ocorrido unicamente nos setores da ciência e da psicologia, tivessem sido previsto aos
pensadores do mundo do século XVI, como teria parecido estranho ou impossível! Talvez
mais extraordinário e raro que qualquer profecia que eu possa fazer, porque já vimos muitas
coisas acontecerem e rapidamente se acumulam evidências sobre a existência do mundo do
verdadeiro ser. Portanto, já não nos assombra qualquer coisa que possa suceder.

A realidade da existência da alma será reconhecida pela raça de muitas maneiras, e a


revelação virá de tantas direções diferentes que todos os tipos de mente serão satisfeitos. Vou
descrever alguns.

Os psíquicos do mundo aumentam numericamente, e a ampliada sensibilidade da raça


a impressão é motivo de regozijo e perigo. Em todo o mundo aspirantes registram contatos até
então desconhecidos, vêem um mundo fenomênico comumente oculto deles, e geralmente
chegam a perceber uma expansão da consciência. Registram um mundo fenomênico — com
freqüência astral, por vezes mental e ocasionalmente egóico – que os inicia em uma nova
dimensão de consciência e num estado diferente de ser. Esta expansão da consciência serve
tanto para encorajá-los em seus esforços como para dificultar o caminho do aspirante. Esta
crescente sensibilidade é universal; daí o rápido crescimento do espiritismo e ciências
psíquicas, e também o aumento da tensão nervosa nos homens, das condições neuróticas e
do grande aumento dos problemas psiquiátricos e, em conseqüência, a proliferação de novas
doenças mentais e nervosas. Esta sensibilidade é a resposta mecanismo do homem aos
acontecimentos que se aproximam, e a raça em sua totalidade está sendo condicionada de tal
maneira que estará preparada para "ver e ouvir" o que até agora não havia sido revelado.

O desenvolvimento do sentido de cor e da capacidade de responder musicalmente a


quartos de tom ou sutis variações, indicam uma diafaneidade do véu que separa o mundo dos
fenômenos externos e tangíveis do mundo do ser subjetivo e da matéria mais sutil. O
desenvolvimento da visão etérica e o aumento de pessoas clarividentes e clariaudientes
revela a existência do plano astral e a contraparte etérica do mundo físico. Mais e mais
pessoas estão se conscientizando deste reino subjetivo; vêem pessoas que ―morreram‖ ou
durante o sono deixam a envoltura física; vêem cores e tonalidades fora do comum e fachos
de luz organizados que não pertencem ao mundo físico; ouvem sons e vozes que emanam

66
daqueles que não usam instrumento vocal físico e de formas existência que não são
corpóreas.

O primeiro passo para comprovar a realidade da existência da alma é estabelecer a


supervivência, embora isso não provará necessariamente o fato da imortalidade. No entanto,
pode se considerar como um passo na direção certa. Está se comprovando constantemente
que algo sobrevive ao processo de morte e persiste após a desintegração do corpo físico. Se
isso não é verdade, então nós somos vítimas de uma alucinação coletiva, ou enganam e
mentem e estão doentes e pervertidos os cérebros e as mentes de milhares de pessoas. Tal
gigantesca insanidade coletiva é mais difícil de acreditar que a alternativa de uma consciência
expandida. No entanto, o desenvolvimento que segue a linha psíquica não provará a
existência da alma. Só serve para destruir a posição materialista.

O primeiro reconhecimento comprovado da existência da alma chegará entre os


pensadores da raça; acontecimento este que será resultado do estudo e análise que farão os
psicólogos do mundo sobre a natureza do gênio e da importância do trabalho criativo.

Alguns homens e mulheres se destacam acima de seus pares e produzem coisas


superiores em seu próprio campo; seu trabalho contém em si o princípio da divindade e
imortalidade. A tarefa de artistas criativos, a percepção intuitiva dos grandes pesquisadores
científicos, a imaginação inspirada dos poetas do mundo e a visão de idealistas iluminados,
devem ser justificadas e explicadas, porque as leis sob as quais tais homens e mulheres
trabalham, ainda têm que ser descobertas. Os psicólogos têm posto excessiva ênfase no
aprofundado estudo das mentes anormais e subnormais, retorcidas e deformadas e de
equipamentos defeituosos, e não têm dado a devida atenção ao divinamente anormal, nem a
esses tipos de consciência que transcendem o comum estado humano de percepção
inteligente. Os últimos mencionados estados super normais se expressam nos grandes
artistas, músicos, dramaturgos, escritores e muitos outros trabalhadores criativos que tem sido
a glória do reino humano no transcurso das épocas e brilharão com maior glória durante o
próximo século.

Quando se aceitar a hipótese da alma, quando se admitir a natureza da energia


espiritual que flui através dela, e quando se estudar o mecanismo dos centros de força,
progrediremos rapidamente em direção ao conhecimento. Quando, pela pratica da meditação,
são feitos experimentos para produzir criativamente essas belezas com as quais temos
contato, algumas das idéias reveladas e alguns dos projetos que temos visto, então
aprenderemos a cultivar o gênio e saberemos treinar as pessoas para trabalhar
criativamente. Se descobrirão muitas coisas a respeito dos centros do homem, onde o
princípio divino tem sua morada, a partir do qual o Cristo interno pode funcionar. O estudo do
supra-consciente deve ser realizado, não unicamente o auto-consciente ou o sub-
consciente. Através deste estudo, realizado com uma mente aberta, a psicologia moderna
pode alcançar com o tempo um reconhecimento da alma.

O alcance da investigação é tão amplo que só posso indicar alguns de seus possíveis
campos:

1. A investigação da natureza do gênio, a fim de cultivá-lo em forma definida e


especializada.
67
2. O treinamento em trabalho criativo e o estudo da diferença que existe entre esse
tipo de treinamento e o treinamento do trabalho vocacional. O trabalho criativo
comprova a realidade da existência da alma; o treinamento vocacional demonstra o
tipo de personalidade.

3. A investigação científica dos poderes do homem, com especial atenção na


telepatia. Se descobrirá que o trabalho telepático se efetua de mente a mente ou
alma a mente, e não implica, necessariamente, comunicações e contatos de
cérebro a cérebro. Este é um dos campos de investigação mais promissores, no
entanto, ainda apresenta muitas dificuldades. A realidade da existência da alma
não será comprovada por meio da telepatia até depois de 1945. Para então, terá
lugar um acontecimento no mundo e será dado um novo ensinamento que trará
todo o tema dos fenômenos telepáticos a uma nova luz.

4. A formação científica de clarividentes e o desenvolvimento inteligente dos poderes


clarividentes pelos intelectuais do mundo, ainda deixa muito a desejar, mas virá
como resultado do controle mental e da iluminação. Os homens aprenderão a
submeter o mecanismo do corpo a certa corrente descendente de energia e
estímulo espiritual, que porá em atividade os poderes da natureza psíquica, e os
antigos métodos de sessões espíritas para desenvolver a mediunidade e despertar
os centros serão considerados perigosos e desnecessários.

No campo da psicologia moderna, podemos esperar um conhecimento gradual da


realidade do eu. O problema dos psicólogos consiste em compreender o relacionamento ou a
identificação desse eu com a alma.

No entanto, a maior ajuda virá de ciência. A existência da alma será oportunamente


comprovada mediante o estudo da luz e da radiação e pela futura evolução das partículas de
luz. Mediante este iminente desenvolvimento poderemos ver mais e penetrar mais
profundamente do que hoje. Um dos fatos reconhecidos no reino da ciência natural tem sido a
mudança cíclica na fauna e na flora do nosso planeta. Animais que abundavam e eram
familiares a milhares de anos atrás estão agora extintos, e por meio de seus ossos tentamos
agora reconstruir suas formas. As flores e árvores que antes cobriam a superfície do nosso
planeta desapareceram completamente, deixando apenas seus restos fossilizados, que
indicam uma vegetação muito diferente da que temos hoje. O próprio homem mudou tanto que
é difícil reconhecer o homo sapiens nas raças primitivas de um passado remoto. Esta mutação
e desaparecimento dos tipos mais primitivos é devida, entre muitos outros, a um fator
principal. A qualidade da luz que promove e nutre o crescimento, a vitalidade e a fertilidade
dos reinos da natureza mudou várias vezes durante as épocas e à medida que o fez produziu
as correspondentes mutações no mundo fenomênico. Do ponto de vista esotérico todas as
formas de vida em nosso planeta são afetadas por três tipos de substância de luz, e na
atualidade um quarto tipo gradualmente faz sentir a sua presença. Estes tipos de luz são:

1. A luz do sol.

68
2. A luz do próprio planeta, não a luz refletida do sol, mas sim seu próprio brilho
inerente.

3. A luz que se infiltra (se é que posso usar essa palavra) do plano astral; a constante
e gradual penetração da "luz astral" e sua fusão com os outros dois tipos de
radiação.

4. A luz que começa a fundir-se com os outros três tipos e provem desse estado da
matéria que chamamos plano mental — luz que por sua vez se reflete a partir do
reino da alma.

A intensificação da luz é contínua e começou aproximadamente na época em que foi


descoberto o uso de eletricidade, resultado direto dessa intensificação. A eletrificação do
planeta através do uso generalizado de energia elétrica é uma das coisas que está
inaugurando uma nova era e ajudará a que se produza a revelação da existência da
alma. Dentro de pouco tempo essa intensificação se tornará tão grande que ajudará
materialmente a rasgar o véu que separa o plano astral do plano físico; a teia etérica que
separa a ambos se dissipará e permitirá assim que aflua de forma mais rápida o terceiro
aspecto da luz. A luz do plano astral (a radiação estelar) e a luz do planeta se mesclarão
totalmente e o efeito sobre a humanidade e nos outros três reinos da natureza nunca poderá
ser suficientemente enfatizado. Por um lado afetará profundamente o olho humano, e fará a
atual esporádica visão etérica ser um acervo universal. Colocará dentro do raio do nosso
alcance a gama de cores infravermelha e ultravioleta e veremos o que está oculto
atualmente. Tudo isso tende a destruir a plataforma dos materialistas e preparar o
caminho; em primeiro lugar, para admissão da alma como uma hipótese sólida e, em segundo
lugar, para demonstração da sua existência. Só se precisa de mais luz, em sentido esotérico,
para ver a alma, luz que estará disponível em breve para compreender o significado das
palavras: "E na Tua luz veremos a luz".

Esta intensificação da luz continuará até o ano 2025 AD, quando teremos um ciclo de
relativa estabilidade e constante iluminação, mas sem maior intensificação. No segundo
decanato de Aquário estes três aspectos se intensificarão novamente pelo aumento da luz do
quarto aspecto, a luz proveniente do reino da alma, que nos chegará por intermédio da
substancia mental universal ou "chitta"5, a qual inundará o mundo. Nessa época a alma será
reconhecida como uma realidade e, devido a esse reconhecimento, toda a nossa civilização
mudará tão radicalmente que não podemos sequer imaginar hoje a forma que adotará. Nos
próximos dez anos veremos uma fusão bem ampliada das três primeiras formas da luz, e
àqueles que estão conscientes dessas premissas e acontecimentos será interessante
observar o que está acontecendo. O consenso de opinião do campo religioso e espiritualista,
e o da no campo profecia bíblica e, da mesma forma, o estudo dos símbolos da pirâmide,
levam os estudantes a acreditar que no futuro imediato haverá um grande acontecimento e um
fato espiritual imprevisto. A isto devem antecipar-se devidamente e também realizar uma
cuidadosa preparação. Não me refiro ao aparecimento de algum um ser, mas a um processo
natural que terá efeitos de longo alcance.

5
Matéria mental. Nota da tradutora
69
Temos outros campos de atividade que desempenharão sua parte para demonstrar a
realidade da alma.

Há um aspecto da consciência humana que há muito tempo tem desconcertado o


psicólogo materialista, que é o curioso poder de previsão, a capacidade de prever e
prognosticar com exatidão os eventos que terão lugar no futuro imediato ou
distante. Advertências feitas por algum monitor interno têm salvado repetidas vezes o homem
da morte e do desastre, e as pessoas que acabam de morrer aparecem a seus amigos ou
parentes antes deles receberem a notícia de sua morte. Isso não entra no campo de
conhecimento telepático sobre a morte, mas sim envolve a aparição da pessoa. Também se
possui o poder de participar de um evento em locais distantes e recordar com exatidão o
ocorrido, o lugar, as pessoas e os detalhes. Esses poderes e muitas previsões e
reconhecimentos similares têm deixado perplexos os investigadores, o que os obriga a buscar
uma explicação correta. Se uma inteligente investigação é feita, e se acumulam-se
testemunhos comprovados e, em seguida, a previsão for confirmada, se verá que existe algum
fator no homem, que não está sujeito a limitações de tempo e espaço, e que transcende a
consciência humana normal. As investigações intentadas até agora e as explicações dadas,
são inadequadas e não explicam satisfatoriamente os fatos. No entanto, quando se
investiguem desde o ponto de vista da alma, com sua faculdade de onisciência, livre das
definições do passado, presente e futuro (pois se perdem na consciência do Eterno Agora),
então se começará a compreender o processo com um pouco mais de claridade. Quando se
reconheça o verdadeiro Morador no corpo, se descobrirem as leis da previsão e prevalecer na
maioria o poder de prever, se achará a prova cabal da existência da alma, e será impossível
explicar fenômenos comuns que ocorrem, sem admitir antes existência da alma.

Se seguem essas linhas se acumularão provas de sua existência. No acúmulo de


testemunhos e provas reside um fértil campo de atividade. No treinamento de um tipo mais
elevado de homem, a fim de que empregue a força e os poderes da alma e no controle
treinado de seu mecanismo, se observará que o assim produzido é de uma ordem muito
elevada e apresentado em forma tão científica que será considerado justificável e de tanta
importância como quaisquer pontos de vista apresentado hoje pelos eminentes cientistas em
vários campos de pesquisa. O estudo da alma será, em breve, uma pesquisa tão legítima e
respeitável como qualquer problema científico, assim como é a investigação da natureza do
átomo. A investigação da alma e das leis que a regem, ocupará em pouco tempo a atenção
das melhores mentes. A nova psicologia conseguirá comprovar oportunamente a realidade de
sua existência; paralelamente a resposta intuitiva e instintiva do gênero humano promoverá o
crescimento da alma, que emana do aspecto invisível da vida, e comprovará, constante e
triunfalmente, a existência de uma entidade espiritual no homem - uma entidade onisciente
imortal, divina e criadora.

O processo seria lento se não fosse pelo trabalho que efetua agora um grupo de
discípulos e iniciados em colaboração com o Mestre P. — que tem sede nos Estados Unidos e
trabalha intensamente com os seus discípulos para estimular as diferentes escolas
psicológicas que existem hoje no mundo. É inútil que os estudantes tentem averiguar a sua
identidade. Ele atua através de movimentos e escolas de pensamento; não trabalha com
pessoas físicas. Ele trabalha pratica e inteiramente no plano mental, com o poder do
pensamento; é quase desconhecido, exceto por seus colaboradores que estão em diversos
países do mundo e pelos discípulos de seu raio, o quarto. Grande parte do que vem à luz
70
atualmente no mundo da psicologia é devido ao trabalho que ele realiza para estimular as
mentes daqueles que dirigem todos os movimentos, efetuando-o a partir do plano mental, sem
ter qualquer contato com eles como indivíduos no plano físico.

A pressão atual é muito grande e os Mestres estão muito ativos e profundamente


ocupados na tarefa de salvar o mundo. Não tem tempo para trabalhar em forma individual, a
não ser com os seus próprios grupos de chelas aceitos, ativos no trabalho mundial, ou ao
contrário não pertenceriam ao grupo de Mestres. Os discípulos podem funcionar de forma
intermitente com esses pequenos grupos de probatórios aos quais foi dada uma oportunidade
e, ocasionalmente, recebem algumas indicações. Têm a seu cargo alguns probatórios em
treinamento, muito poucos, a fim de que tomem o lugar dos discípulos que passam a
iniciação, mas a parte destes dois grupos não acharão trabalho algum pessoal durante este
século, deixados muitos aspirantes ao cuidado de iniciados e discípulos menores. Seu
trabalho e seus discípulos tem sido muito restringido na atualidade, e foi ordenado aos
discípulos ativos do mundo para cuidarem de si mesmos, que apliquem seu próprio
julgamento e não obstaculizem os Mestres nestes momentos de grande tensão e perigo,
reivindicando desnecessariamente sua atenção. Os eventos mundiais6 são agora tão
importantes, as oportunidades que tem a humanidade são tão grandes e os Mestres se acham
tão ocupados com assuntos mundiais e com as personalidades em diferentes nações que
predominam e escolhem em posições elevadas, que foi temporariamente suspensa a
instrução que se dava a pessoas de pouca importância nos pequenos grupos e sociedades
ocultistas. O tempo é relativamente tão curto para alcançar e levar a cabo certos aspectos do
Plano confiado aos Grandes Seres, que hoje todos os verdadeiros chelas realizam seu
trabalho e se esforçam para resolver os seus problemas sem pedir ajuda ao Mestre, deixando-
O livre para coisas mais importantes. Quanto mais próximo está um discípulo de seu Mestre
melhor o compreende e maiores esforços realiza para cumprir com seu dever, aprender suas
lições, servir a humanidade e aliviar em parte a tarefa do Mestre.

Existem atualmente no mundo muitos discípulos de diversos graus; cada um em seu


lugar é capaz de ajudar e orientar alguns aspirantes. No mundo existem inúmeros livros e
ensinamentos que inspiram ajuda àqueles que realmente buscam o conhecimento
espiritual. Durante os últimos cinqüenta anos tem sido dado ao mundo copioso ensinamento e
profuso treinamento esotérico, disponível hoje para aqueles que o buscam ansiosamente. Os
candidatos têm, portanto, abundante ensinamento com o qual trabalhar e teoria suficiente
para aplicar, na prática, o que permite que os Mestres dediquem-se a trabalhos de maior
importância.

Uma das coisas mais interessantes que estão acontecendo e um dos fatores que
oportunamente servirão para demonstrar a realidade da existência da alma reside no acúmulo
de comunicações, escritos inspirados e ditados telepáticos que inundam o mundo na
atualidade. Como bem sabem, o movimento espírita está produzindo grande quantidade de
literatura inspirada ou pseudo-inspirada, uma de ordem muito elevada, que é, sem dúvida, o
trabalho de discípulos altamente evoluídos, e outra de qualidade muito medíocre. As várias
sociedades teosóficas e outros grupos têm sido receptores de comunicações
similares. Quando as comunicações são verdadeiras, muitas vezes têm um profundo valor
espiritual e contêm muitos ensinamentos e ajuda para o aspirante. Os estudantes atuais

6
Este livro foi publicado em 1936, na época da 1ª e 2ª Guerras Mundiais
71
fariam bem em lembrar que o mais importante é o ensinamento e não a sua suposta fonte de
origem; tais escritos e comunicações devem ser julgados unicamente pelo seu valor
intrínseco. Estas comunicações emanam, na maioria dos casos, do plano da alma; o receptor
ou comunicador (o intermediário ou escritor) foi inspirado por sua própria alma ou extraiu do
nível mental o conhecimento transmitido pelo raio ao qual pertence seu grupo e sua alma; ao
sintonizar-se com o reservatório de pensamentos, sua mente e cérebro os traduzem em
palavras e frases.

Em um menor número de casos, a pessoa que recebe um ditado ou escrito está em


relação telepática com algum aspirante mais avançado do que ele, e sua mente está sendo
impressionada por um discípulo de seu grupo, o qual impressiona a sua mente, porque se
encontra mais perto do Mestre e o transmite alguns dos conhecimentos que assimilou, porque
é capaz de viver dentro da aura do Mestre. O Mestre não intervém no processo, trata-se de
questão de discípulo e aspirante. Normalmente, nestes casos, o receptor da comunicação se
ilude e crê que o próprio Mestre está lhe ditando, mas na realidade está sintonizado — por
intermédio de um discípulo avançado que ele — com a atmosfera mental do Mestre.

Nenhum dos Mestres da sexta iniciação (como os Mestres M. e K.H.) trabalha


atualmente com os seus discípulos por meio do ditado. Se acham demasiado absortos com os
problemas mundiais e o trabalho de vigiar o destino de proeminentes personalidades mundiais
nas várias nações, para que possam ditar ensinamento a qualquer discípulo particular, em
algum pequeno campo de atividade e sobre temas suficientemente conhecidos para que o
discípulo possa seguir adiante, sozinho e sem ajuda. Apenas dois Mestres trabalham
telepaticamente e por meio de ditado com vários discípulos aceitos e se esforçam para
inspirar esses discípulos ativos no trabalham mundial, para que sejam de maior utilidade ao
Plano. Agem assim a fim de transmitir a uns poucos pensadores proeminentes no campo da
ciência e bem-estar social, o conhecimento necessário que os permita realizar a correta
atividade a fim de ajudar a raça a obter uma maior liberação. Não conheço outros nesta
geração que estão fazendo o mesmo, porque delegaram muito de seu trabalho a Seus
iniciados e discípulos. A maior parte dos comunicadores de hoje (que trabalham por
intermédio de aspirantes no plano físico) são discípulos aceitos muito ativos que (vivendo na
aura do Mestre e Seu grupo) continuamente tentam se aproximar de todo o tipo de pessoas e
grupos que existem no mundo. A isso se deve um sem fim de comunicações, escritos
inspirados, mensagens ensinamentos e pessoais.

Se somarmos a isso a grande afluência de comunicações que emanam das próprias


almas dos transmissores e do reino do subconsciente, se explicará a quantidade de material
que está se difundindo agora. Sentimos profunda gratidão pela ampliada resposta e
sensibilidade do homem.

A primeira reação e efeito de tal precipitação de comunicações aumentam


freqüentemente o orgulho espiritual e ambição, e a descida do ensinamento da mente para o
cérebro e do cérebro para palavras e frases, freqüente, lamentável e, dolorosamente é
inexata; também é verdade que com freqüência se equivocam a respeito da fonte de onde se
originaram as instruções, porque é muito grande a falta de humildade e verdadeiro senso de
proporção no homem. Mas desse influxo, que provém da vida subjetiva, surgem novos
conhecimentos, aumenta a devoção ao Plano e indicações que oportunamente trarão
segurança. O homem saberá em breve que a alma não é uma invenção da imaginação, nem a
72
simples forma simbólica de expressar uma esperança profundamente arraigada, ou o método
usado por ele para construir um mecanismo de defesa; tampouco é uma forma ilusória de
evadir-se de um presente angustiante. Saberá que a alma é um Ser, um Ser responsável por
tudo o que aparece no o plano fenomênico.

Consideraremos agora as outras duas questões:

Pergunta 4. Que valor tem o conhecimento dos sete raios?

Pergunta 5. Qual é o significado das qualidades marcantes da alma, tais como:


sensibilidade, consciência, percepção e luz?

Pergunta 4. Que valor tem o conhecimento dos sete raios?

A quarta pergunta é de importância devido a sua aplicação prática vital. Em última


análise, a definição transmite satisfação mental, mas não é um critério sobre o conhecimento
aplicado.

Primeiro de tudo, é necessário que o aspirante seja prático. O momento em que


prevalece a consciência mística e sonhadora está desaparecendo rapidamente e à medida
que o homem consegue obter, através da compreensão da psicologia, uma compreensão
mais acurada de si mesmo, começará a agir com precisão e inteligência, saberá exatamente o
caminho a seguir e compreenderá as distorções de sua própria natureza, o que o conduzirá a
uma ação específica, quando for posto em contacto com as forças do seu ambiente. Os
aspirantes devem tentar aplicar de forma pratica as verdades transmitidas, reduzindo assim ao
mínimo a sua responsabilidade. Quando se tenha adquirido conhecimento e não se o aplica,
existe o conseqüente perigo e castigo.

Muito tem sido o ensinamento dado em outros livros, o qual espera ser adaptado, a fim
de prestar um serviço útil. Neste volume também se transmitirá muitos ensinamentos, mas os
estudantes devem se lembrar que são eles que desejam e evocam os ensinamentos que
recebem. A posição entre os leitores e eu não é a de um instrutor que impõe seus sistemas de
conhecimento para um grupo de expectantes discípulos. O grupo é simplesmente um canal
através do qual um aspecto particular da Sabedoria Antiga pode alcançar o mundo que
espera. Não os considero como um grupo de bons homens e mulheres que, por seu grau de
evolução, são dignos de receber algo esotérico e inusitado, que não tenha sido transmitido ao
resto da raça. Considero que estejam sinceramente interessados na vida espiritual, se
esforçam por ser inteligentes e estão dispostos (mais ou menos) para tentar viver como almas
e aplicar, tanto quanto possível, o que tenham compreendido do ensinamento transmitido. O
emprego que o estudante faça dele é assunto exclusivamente pessoal. Mas o valor de um
grupo de aspirantes e discípulos consiste em poder — se assim o decidir e se sua aspiração
unida for suficientemente forte — extrair o ensinamento e formar um centro através do qual se
divulgue dito ensinamento, começando com a tarefa de moldar o pensamento humano, lançar
luz sobre os problemas da psicologia e assim difundir a verdade (a respeito dos sete raios, um
antigo setenato escassamente compreendido) para que possa surgir uma nova compreensão
e também lançar uma nova ciência da psicologia.

73
Se perguntarão então: O que podemos fazer como um grupo para servir e constituir um
bom canal a fim de ajudar a humanidade?

Primeiro, devem adotar a atitude que todo o ensinamento é baseado em servir


voluntariamente sem pensar em si mesmo. A coisa mais importante é aumentar a
compreensão espiritual e a elevação da humanidade, não o próprio progresso ou
desenvolvimento, nem a auto-satisfação ao receber nova e especial informação. Quando
dediquem a mente e o esforço para servir como um grupo e quando as palavras são
inofensivas, devido ao influxo de Amor, então progredirão e a alma se aferrará mais ao seu
instrumento.

Em segundo lugar, não permitam que a mente se distraia com em conjecturas inúteis
quanto à identidade do instrutor. Que importância tem em saber quem é? Pode comprovar-se
sua identidade de alguma forma? Que valor tem aceitar as afirmações de qualquer
condiscípulo que pretenda estar ser bem informado sobre o assunto, seja ele quem for? Não
se pode provar se tem razão ou não; portanto, perde-se tempo que poderia ser dedicado a
prestar um serviço mais frutífero, a um estudo mais profundo das qualidades de vida e da
meditação.

O importante é o que se ensina. Os aspectos da verdade que apresento para vossa


consideração deveriam ser de valor; a medida da ajuda que posso prestar-lhes e o estimulo
espiritual e mental que posso transmitir, é o importante. Treinar a intuição para reconhecer a
verdade espiritual deveria ser o objetivo do seu esforço. A única autoridade é a instrução e
não o instrutor, e na rocha da autoridade estrelaram muitas escolas. Existe uma só autoridade,
a própria alma imortal de cada um, única autoridade que deve ser reconhecida.

Aprendam a captar corretamente o ensinamento e considerá-lo pelo que ele é. Parte


dele que foi escrito para uma época distante. O verdadeiro significado deste Tratado sobre os
Sete Raios começará a surgir como parte do conhecimento geral da humanidade para o final
deste século, a menos que uma iminente divulgação evoque mudanças maiores do que agora
a Hierarquia que observa considera possível. Parte do ensinamento é de utilidade
imediata. Outra parte lançará mais luz sobre os problemas da moderna psicologia e vinculará
os numerosos aspectos da ciência da alma. O discípulo progride buscando a fonte que
alimenta sua alma; ele descobrirá que a fonte de sua força se encontra no ensinamento e no
esforço de ensino grupal. Treinamos os homens para que vivam como almas e não como
crianças que devem ser cuidadas, vigiadas e protegidas e lhe impostas ordens e
regras. Como almas, os homens recebem sua vida do oceano universal e não de uma cisterna
particular. Levando seus pequenos cântaros, encontram seu caminho para o oceano e
extraem por si mesmo com este receptáculo o que necessitam. Na luz de sua própria intuição
e mente iluminada (desenvolvidas e levadas a utilidade pela meditação) tentem extrair para si
mesmo este aspecto do ensinamento adequado que pode ajudá-los, interpretando-o à luz do
seu próprio progresso e necessidade.

Os dias de contato com personalidade, da atenção da personalidade e mensagens


pessoais há muito que terminou, exceto no vale da ilusão em que se encontra o plano
astral. Estas são palavras duras, mas nenhum verdadeiro discípulo as interpretará mal. Por
sua própria e profunda experiência e luta ele sabe que é assim. O importante é o grupo de
Mestres, a Hierarquia como um todo e sua interação com a humanidade; o interessante é o
74
grupo de discípulos do Mestre e sua relação com os discípulos probatórios no plano físico,
que são vistos pelo grupo como existentes na formação de grupos em todo o mundo, não
importa onde residam; de vital importância é o ensinamento que se pode difundir e seu efeito
sobre a mente coletiva dos pensadores da raça; o que nos parece de suprema importância
para instrutores é a interação entre o grupo subjetivo de trabalhadores mundiais e aqueles
que — no plano da objetividade — amam a humanidade. Não nós interessa satisfazer as
aspirações individuais, cumprir os desejos do probatório, nem nutrir sua ambição espiritual. O
momento atual é demasiado grave e a crise muito aguda.

É verdade que na atualidade existem grupos de aspirantes que recebem instrução


determinada e discípulos que são submetidos a um treinamento específico, mas devem
recordar-se (apesar de afirmarem o contrário os fanáticos do mundo) que, em tais casos, não
se dá a ninguém treinamento no que concerne ao manejo da vida da personalidade; os
problemas específicos de saúde, os econômicos e as preocupações familiares não são
abordados ou considerados, nem tampouco se reconforta nem se perde tempo em satisfazer
ou tranqüilizar a personalidade instável. Dá-se treinamento aos aspirantes sobre a técnica do
progresso espiritual; sugere-se como para corrigir os fatores ocultos que produzem situações
emocionais; podem dar-se ensinamentos sobre a prática da meditação a fim de conseguir
certos resultados e oferecem-se instruções sobre as leis que regem a união com a alma, mas
não se intenta fazer trabalho algum relacionado com a personalidade. Os discípulos manejam
as suas próprias personalidades. Na pressão dos trabalhos mundiais os Mestres têm cada vez
menos tempo para se dedicar aos Seus discípulos aceitos. Como eles podem crer que o
Mestre tem tempo para dedicar-se àqueles que não estão no grau de discípulos aceitos?

No entanto, no futuro, aumentará a formação de mais grupos que funcionam sobre


uma nova base, e na atualidade estão se formando "organismos grupais". São ainda
experimentais e talvez prematuros e indesejáveis. No ensinamento dado a estes novos
grupos, nas sugestões feitas, o experimento diz respeito ao treinamento que se intentará fazer
e na técnica transmitida, não serão dados em forma pessoal nem privada a um membro
individual do grupo, mas sim serão revelados abertamente e poderá ser lido conhecido e
considerado por cada membro do grupo. Estes grupos são logicamente escassos e têm
poucos membros. Tentam comprovar a possibilidade de exteriorizar oportunamente os grupos
reunidos em torno de um Mestre nos planos internos. Tais grupos de discípulos aceitos nos
planos internos são organismos sensíveis, e cada membro desses círculos reunidos em torno
de um Mestre é consciente do que diz respeito ao desenvolvimento espiritual dos
condiscípulos que estão dentro do raio desse círculo em que ele se encontra. Estes pequenos
intentos externos de duplicar as tentativas são ainda embrionários. Como ensaios e
experimentos podem fracassar. Os membros desses diminutos grupos externos (cuja adesão
e agrupamento são conhecidos apenas por aqueles que fazem parte deles) devem estar
dispostos a receber instrução, a desenvolverem-se como unidades grupais e permitir que os
demais membros do grupo conheçam seus fracassos e triunfos. Também devem guardar
completo silencio sobre a existência do grupo; romper este silêncio significa sua eliminação do
grupo. Os membros destes grupos são absorvidos na vida da entidade grupal. Recebem
treinamento no grupo, e o grupo é treinado em conjunto, sem colocar a ênfase no indivíduo,
mas sim unicamente na interação e intercâmbio grupal, sua integração e progresso. Só são
observados e dirigidos esses fatores na vida do indivíduo que podem impedir o progresso da
vida expressão e grupais. A tonica grupal, a cor grupal e desenvolvimento grupal, é o que tem
importância no treinamento dos trabalhadores, e nunca se considera o indivíduo como tal, e
75
sim sua relação com o grupo. O que deve ser feito e a disciplina a cumprir se baseiam no
desejo de manter o equilíbrio grupal e não no interesse pessoal posto sobre o individuo. Este
experimento se realiza com o fim de provar a atitude do homem. Será provado ao iniciar-se
como unidade grupal. Se passa a prova e triunfa, o grupo irá enriquecer e progredir. Se
fracassa, será eliminado e outros irão ocupando seu lugar até o momento em que o ente
grupal se harmonize e se complete, e trabalhem em harmonia aqueles que são sinceros,
honestos e impessoais e mentalmente equilibrados, que são altruístas e amam a seus
semelhantes. Dessa forma podem, como ente grupal, formar um ponto focal para transmitir
força espiritual para um mundo necessitado e expectante.

Mas é muito importante lembrar que a atitude do iniciado ou instrutor treinado é de


completo desapego e impessoalidade; está consciente da condição, da luz da alma e do
estado mental, mas não põe sua atenção para os assuntos do aspirante no plano físico nem
no treinamento de sua natureza emocional e de seu desenvolvimento astral. O aspirante
aprende a ser mestre e adepto lidando com seus próprios assuntos no plano físico e sua
idiossincrasia astral. Isso ele deve fazer com a luz e a força de sua própria alma. Nós que nos
dedicamos ao ensinamento violaríamos uma lei e obstruiríamos o desenvolvimento do
aspirante se tentássemos impor-lhe condições que não são naturais, a qual estimularia
excessivamente sua natureza inferior. Quando aprenderão que os instrutores e discípulos
avançados que os têm a seu cargo, só trabalham com a alma e nos níveis mentais? Quando
compreenderão que enquanto o homem não haja feito contato com sua própria alma e
aprenda a agir como a mente controlada, muito pouco podemos fazer por ele? Repito, não nos
interessam as personalidades nem seus pequenos assuntos. Não temos tempo nem
desejamos nos imiscuir no método que emprega nem na forma como o homem vive. Por que
teríamos que fazê-lo se já foi publicado e dado tanto ensinamento de modo a atrair a atenção
do aspirante durante muito tempo? Quando o homem começa a viver como alma e sua
consciência haja transcendido o mundo da ilusão, então poderá ser útil. A primeira lição que
devem aprender é o sentido dos valores no tempo e no espaço, e saber que trabalhamos com
almas e não nutrimos a personalidade.

Lhes parece que esta é uma expressão demasiado severa? Se realmente o é, significa
que ainda estão algo auto-centrados e enamorados de suas próprias almas individuais, que
não tenham feito o devido contato com ela ou talvez apenas não sentiram nada mais do que
sua vibração. Não possuem ainda essa verdadeira visão da necessidade mundial que os
libertará da própria ambição e lhes dará liberdade para trabalhar como nós fazemos, nos
planos subjetivos, sem pensar no eu ou na felicidade espiritual, sem querer realizar uma tarefa
auto-designada nem ansiar deslumbrantes promessas de triunfos futuros; sem anelar
ansiosamente obter afetos e fazer contatos com aqueles que possuem uma consciência mais
avançada do que a nossa. Se isso permanece além de sua compreensão, reconheçam e
compreendam que não se culpa-os por isso. Isto apenas indica que o terreno em que estão e
que a ilusão do plano astral ainda os escraviza e os conduz a interpor as reações da
personalidade antes da realização grupal. Enquanto se descobrem e agem nesse plano e
nesse nível de consciência não é possível atraí-los conscientemente para dentro do grupo dos
Mestres nos níveis mentais. Ainda são demasiado destrutivos e pessoais, podem danificar o
grupo e causar dificuldades, e através do estimulo grupal, veriam com muita claridade coisas
para as quais não estão ainda preparados e, em conseqüência, seriam destruídos. Devem
aprender a aceitar a orientação de sua própria alma e trabalhar em harmonia e
76
impessoalidade no plano físico, com o grupo ou grupos a que o destino os tenha
impulsionado. Quando tiverem aprendido a esquecer de si mesmos, quando não busquem
nada para o eu separado, quando permaneçam firmemente sobre seus próprios pés, busquem
ajuda internamente, e quando a tendência de sua vida seja a colaboração, então passarão da
etapa do Observador para a do Comunicador. Isso acontecerá quando se puder confiar que
comunicarão apenas o que é impessoal e verdadeiramente construtivo, e que não nutrirão a
natureza emocional nem satisfarão os desejos do eu.

Um ponto muito interessante poderia ser observado aqui, e responder a uma


pergunta. No Tratado sobre Magia Branca me referi a dois grupos, o dos Observadores e o
dos Comunicadores (o terceiro grupo não consideraremos aqui), e formulei a seguinte
pergunta: Quem treina estes Observadores e Comunicadores? Gostaria de esclarecer que os
observadores treinam a si mesmos ou, mais precisamente, a alma de cada um treina a
personalidade para que chegue a ser um verdadeiro observador. No caso dos comunicadores
são lenta e gradualmente treinados por discípulos mais avançados que trabalham desde o
plano subjetivo da vida, a ser empregados mais tarde pela Hierarquia.. Este treinamento não
se organiza nem se prepara no plano físico, e tampouco há ali discípulos que se ocupem de
treinar grupos de comunicadores para ser utilizado mais tarde pela Hierarquia. Nesta questão,
(como tudo na vida espiritual), o discípulo primeiro treina a si mesmo para responder a sua
própria alma e para responder aos trabalhadores do grupo interno, os quais, posteriormente,
como resultado de seu esforço de auto-iniciado, serão ensinados a ser um comunicador, um
intermediário. A característica desses comunicadores é a clareza mental, verdadeira
impessoalidade, tolerância espiritual e parcimônia no uso das palavras, quando estas
incorporam conceitos. Deveriam recordar-se do conjunto de escritos psíquicos que afluem
hoje no mundo, o trabalho dos verdadeiros comunicadores será ocupar-se do Plano e não das
personalidades; dos princípios e não de propósitos não individuais, e todos esses
comunicadores serão tipos mentais, canais para o amor e de Deus e consciência do
grupo. Em seu trabalho, não falarão nada que produza separatividade, nem que nutra as
chamas da controvérsia, do antagonismo ou do partidarismo. Muitas coisas de valor poderão
chegar por outros canais, sem que seja por meio deste grupo de comunicadores e pode
esperar-se que afluam em forma aumentada, escritos inspirados de ordem elevada e
sabedoria proveniente do mundo das almas, através de centenas de pessoas que estão em
contato com suas próprias almas. Também muito provirá dos níveis superiores do plano astral,
de elevada ordem devocional, mas nada virá do grupo de comunicadores que agora está em
processo de formação. Apenas um punhado deles se ocupa agora desse trabalho, e até
mesmo dentro de quinze anos não começarão verdadeiramente a aparecer estes
comunicadores.

Retomaremos as perguntas e, especialmente, a que concerne ao valor que tem o


estudo dos raios. Senti a necessidade de escrever sobre este assunto, pelas seguintes
razões:

1. A psicologia moderna se acha num impasse. As muitas escolas de psicologia fizeram a


sua contribuição ao tema inteiro e todas têm valor, porque incorporam um aspecto da
verdade. Através delas chegamos a um assombroso conhecimento do homem, dos seus
instintos e mecanismos animais, das reações a seu meio ambiente e seu mecanismo
sensorial; temos aprendido muito a respeito do subconsciente através do qual irrompe na
mente consciente, desastrosamente, velhos pecados e conhecimentos raciais, complexos
77
reprimidos e desejos latentes, assim como reações psíquicas altamente
organizadas. Sabemos muito sobre o homem como ente íntegro funcionante e da
interação que existe entre o sistema nervoso glandular, músculos e suas expressões, tais
como: qualidade, caráter, personalidade e meio ambiente. Também temos aprendido
muito sobre esse complexo ser chamado homem, e o homem como ente psíquico é um
fato comprovado na natureza, como é o homem animal. Mas o homem, a alma permanece
sendo ainda uma incógnita, uma esperança, uma crença. A realidade da existência da
alma não foi ainda corroborada; ao ajudar a trazer luz à verdade, trato de chamar a
atenção para os pensadores modernos sobre o tema dos sete raios, para que a luz deste
conhecimento esotérico possa iluminar a ciência da psicologia. Isso poderia ajudar a que
se realize a tarefa de revelação.

2. Se alguma coisa surgiu na mente dos pesquisadores à medida que têm estudado o
homem, tem sido a realidade de que ele é essencialmente dual. A psicologia tem
demonstrado que na consciência de cada ser humano existe um senso de dualidade, que
o homem é, de um modo misterioso, dois seres, e que a luta entre os ambos levou a todo
o tipo de neuroses e complexos que sobrecarregam a engenhosidade dos psicólogos
especialistas que buscam encontrar uma solução. O iniciado Paulo se referiu a isso
quando falou da eterna luta travada entre a mente carnal e a natureza celestial, e todos os
aspirantes que lutam de forma inteligente para obter a libertação são testemunhas
disso. Paulo indica que a vitória se adquire por meio do Cristo, e dou o tom da importância
deste estudo dos raios quando declaro que esotericamente os sete raios são a sétupla
expressão do Cristo Cósmico, a segunda pessoa da Trindade. Milhares de pessoas
desorientadas acorrem às clínicas dos psicólogos, levando consigo o peso de suas
naturezas duais, e milhares de psicólogos reconhecem esta dualidade e tentam unificar
esses dois aspectos dissociados. Quando se compreenda a verdadeira natureza dos sete
raios e seus efeitos sobre a humanidade ao expressar os sete tipos de homens, então
encararemos o tema da dualidade do homem com mais inteligência e compreenderemos
melhor a natureza das forças que constituem uma ou outra dessas dualidades. Esta é a
verdadeira ciência esotérica. A ciência das sete qualidades ou raios, e seu efeito sobre as
miríades de formas que eles modelam e energizam, constitui um novo modo de encarar o
correto método de treinar e desenvolver a família humana. A moderna ciência esotérica
tem um grande conhecimento da forma externa ou aspecto matéria, e sua natureza
elétrica. A ciência esotérica sabe muito sobre a natureza das energias subjetivas e das
qualidades que dão cor e condicionam a forma. Quando ambos o conhecimentos estejam
inteligentemente unidos elaboraremos uma psicologia mais exata e verdadeira e uma nova
ciência da cultura humana; então o trabalho de unificar o homem – o homem como ente
psíquico e como alma condicionadora - progredirá rapidamente.

3. O conhecimento de raios e suas tendências e energias trará grande iluminação àqueles


que trabalham nas distintas ciências. Todas elas pertencem a um dos raios, e uma ciência
é textualmente a luz lançada por um raio em um campo particular de manifestação
divina. Os quatro reinos da natureza são personificações de quatro grandes vidas que se
encontram em cada um dos quatro raios menores. O Ser que dá vida ao quarto reino, o
reino humano (considerando este reino como um organismo distinto, assim como o corpo
ou personalidade de um homem é um organismo diferente e separável dele como alma),
pertence ao quinto raio. O Ser que anima, de forma similar, o terceiro reino ou reino

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animal, responde às vibrações do sexto raio. O Ser que dá expressão e força ativa ao
reino vegetal pertence ao quarto raio. Portanto, temos:

A Humanidade 4º Reino 5º Raio Conhecimento Concreto.

O Animal 3º Reino 6º Raio Devoção ascendente e progressiva.

O Vegetal 2º Reino 4º Raio Harmonia e beleza.

O Mineral 1º Reino 7º. Raio Organização e Ritual.

Estes enunciados têm agora pouco significado para vocês, mas os ampliaremos mais
tarde, quando considerarmos esses raios com mais detalhes. Por enquanto dou só um
conhecimento geral. No entanto, é evidente que quando os cientistas reconhecem e aceitam,
(ainda como hipótese), a natureza da energia que permeia e anima qualquer reino da
natureza, se lançará muita luz sobre as formas externas, qualificadas por uma força e vida
determinadas.

Existe, por exemplo, uma razão definitiva pela qual a maioria de flores silvestres e
cultivadas no Ocidente e também as da estação do outono tem tons de amarelo e
alaranjado; a qualidade mental de sub-raças posteriores a raça ariana, bem como o tom geral
ao longo da era de Áries, se deve à mesma razão. A influência do quarto raio da harmonia e
beleza e o poder que está desenvolvendo o quinto raio do Conhecimento (sinônimo de fusão
de intuição e inteligência no homem altamente evoluído) tem um definido efeito sobre o reino
vegetal e a aura humana. O amarelo alaranjado resplandece em ambos. Menciono isto para
ilustrar uma exteriorização da força do raio, e como uma demonstração do valor da ciência
esotérica quando se aplica ao exotérico.

O raio azul da devoção passa agora para o violeta do denominado de raio


cerimonial. O que significam essas palavras? Simplesmente que o grande músico Universo
está pressionando as teclas, a emitindo outra nota, fazendo girar outra volta da roda e
penetrando no arco de manifestação do raio violeta, a grande nota G (sol). Estes raios trazem
consigo — nos reinos da natureza — tudo o que está em sintonia com eles: seres humanos,
devas de ordem superior ou inferior, elementais da natureza, desejáveis ou indesejáveis,
flores, frutas e vegetais de certa classe, animais e formas de diferentes espécies. O
desaparecimento de um raio indica a extinção total de algumas formas de certas espécies de
animais, e produz a extinção de algum aspecto vegetal. Daí a confusão entre os cientistas
atuais. O processo de entrada é lento, como é todo trabalho na natureza. O mesmo sucede
com o processo de saída. Simultaneamente com o nascimento e emergência cíclicos de um
novo raio temos o lento retorno à sua fonte do raio predominante, presente no advento do
novo raio.

Atualmente, o sexto raio está saindo de manifestação e levando consigo todas essas
formas cuja nota clave é o azul — por exemplo, aquelas pessoas que com devoção,
(equivocada ou não), tem seguido determinado objetivo, pessoa ou idéia. Com ele
desaparecerão, portanto, todos os chamados fanáticos, e aqueles que se dedicam com a
intenção fixa a alcançar algum objetivo. Muitas flores que nos encantam estão
desaparecendo, por exemplo, a campânula azul, o jacinto e oliva; a safira está escassa e a

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turquesa perderá sua matiz. Chegarão à moda flores de cores violeta, lavanda e púrpura, por
trás do qual há um profundo propósito.

O plano físico, em seu aspecto mais denso, encerra poucos mistérios para o homem
atual, pois que o conhece plenamente, mas os níveis mais sutis do plano físico ainda estão
ocultos, são para o homem o seu próximo campo de descobrimento. O raio do cerimonial traz
os meios pelos quais esse conhecimento pode ser adquirido e revelado a todos, e assim, não
será propriedade exclusiva dos sábios e dos ocultistas. Os três níveis etéricos superiores e
aqueles que os habitam, esperam tornar-se propriedade de todos, e conjuntamente com os
seus habitantes virá a aproximação futura.

Na atualidade é possível prever certos acontecimentos que ocorrerão durante os


próximos cem anos.

Primeiro, em dez anos, mais ou menos, o primeiro éter, com tudo o que compõe essa
matéria, será um fato científico reconhecido, e os homens da ciência que trabalham
intuitivamente reconhecerão os devas daquele plano. As pessoas que entram em encarnação
neste sétimo raio, possuirão olhos que lhes permitem ver os devas de cor púrpura e os devas
menores do corpo etérico.

Em segundo lugar, quando se acerque ao plano físico Aquele a Quem os homens e


anjos esperam, trará não só alguns dos Grandes Seres e Mestres, mas também alguns
Devas, que representam para a evolução dévica, o que os Mestres representam para
evolução humana. Não devem esquecer-se que a evolução humana é uma de muitas, e que
este período de crise também o é para os devas. Foi pedido a eles que se acerquem da
humanidade, e com sua vibração mais elevada e conhecimento superior unam suas forças
com as da humanidade para o progresso das duas evoluções. Eles têm muito a transmitir
sobre as cores e sons e os efeitos que eles produzem sobre o corpo etérico dos homens e
dos animais. Quando a raça houver captado o que os devas têm que transmitir, serão
eliminadas as doenças físicas e se centrará a atenção sobre as doenças do corpo astral ou
emocional.

Os devas violeta dos quatro éteres formam, como se imagina, quatro grandes grupos
com sete divisões subsidiárias. Estes quatro grupos trabalham com os quatro tipos de homens
que estão agora encarnados, porque na verdade, em nenhum momento desta ronda, haverá
mais de quatro tipos de homens em encarnação. Quatro raios predominam em um
determinado período, mas um predominará mais que os outros. Com isto quero dizer que há
apenas quatro raios em encarnação física, porque é no plano da alma onde logicamente se
encontram os sete tipos. Esta idéia se reflete nos quatro castas da Índia, e observarão que
elas prevalecem universalmente. Os quatro grupos de devas são servos do Senhor, e seu
trabalho especial é fazer contato com os homens e transmitir-lhes ensinamento experimental e
definido.

Instruirão sobre os efeitos da cor para a cura das enfermidades, especialmente o efeito
da luz violeta, para diminuir as doenças humanas e curar as do plano físico, que tem origem
no duplo ou corpo etérico.

80
Eles ensinarão aos homens a ver etericamente, elevando a vibração humana por sua
própria ação.

Demonstrarão aos pensadores materialistas do mundo que existem os estados supra-


conscientes — não só no sobre-humano — e também esclarecerão o fato ainda não
reconhecido de que outros seres, além dos humanos, habitam a terra.

Ensinarão também como emitir o som dos tons que correspondem às graduações do
violeta, e através da entonação do som capacitarão ao homem a utilizar os éteres, assim
como agora utilizam a matéria do plano físico para diversas necessidades.

Isso permitirá aos seres humanos controlar de tal maneira esses éteres, que o peso da
matéria será transmutado e os movimentos serão mais ágeis, rápidos, deslizantes e
silenciosos, e por isso menos cansativos. Os seres humanos conseguirão diminuir a fadiga e
aumentar a velocidade da mobilidade ao controlar os níveis etéricos, e obterão a habilidade de
transcender o tempo. Enquanto essa profecia não se torne uma realidade na consciência, o
seu significado permanece velado.

Também ensinarão os homens a nutrir adequadamente o corpo e a extrair o alimento


dos éteres circundantes. No futuro o homem se concentrará sobre o som condicionador do
corpo etérico, e o funcionamento do corpo físico denso será praticamente automático.

Isso permitirá aos seres humanos, como uma raça e não como indivíduos, expandir
sua consciência, de modo que abarquem o supra-físico. Não se esqueçam do importante fato
de que a trama que separa o plano físico do plano astral será descoberta por cientistas e seu
propósito oportunamente será reconhecido. Com esta descoberta virá o poder de atravessar a
trama, a fim de conectar-se conscientemente com o corpo astral. Então será levada a cabo
outra unificação material.

O que vai acontecer a seguir, e qual será o método de aproximação destes devas?

Durante os próximos 15 anos os homens receberão, muitas vezes


subconscientemente, cada vez mais ensinamento definido proveniente dos devas com quem
estão vinculados. A princípio isso se dará telepaticamente. Na atualidade os médicos recebem
informações de certos devas, e nos níveis mentais existem dois grandes devas que
pertencem ao grupo de cor verde e ajudam neste trabalho, e alguns médicos recebem
subjetivamente muito conhecimento transmitido por um deva violeta que atua no sub-plano
atômico do plano físico, ajudado por um deva do nível causal que também atua com e através
dos egos dos médicos. À medida que os homens aprendam a pressentir e reconhecer esses
devas, estes lhes transmitirão mais ensinamentos e o farão de três maneiras, por:

a. A telepatia intuitiva.

b. A demonstração da cor que desta maneira comprovará a realização de certas


coisas.

c. Definido sons musicais, que por sua vez produzem vibrações nos éteres, que
por sua vez produzirão formas.
81
Devido à ampliação da visão que obterá a humanidade, o éter parecerá ser mais
substancial do que é agora, e à medida que se desenvolve a visão etérica se reconhecerá que
os éteres são estritamente matéria do plano físico. Portanto, quando um homem doente
convocar um deva, e este destruir o tecido enfermo, emitindo uma nota que produza a
eliminação do tecido infectado, e quando por meio de uma presença produzida pela vibração
construa visivelmente o novo tecido, então a presença destes devas será geralmente
reconhecida e se utilizará seu poder.

Por que meios conheceremos sua presença e utilizaremos seus poderes?

Em primeiro lugar, pelo desenvolvimento específico do olho humano que verá o que
agora é invisível. Haverá uma mudança dentro do olho, que não será do tipo da clarividência.

Depois, pela constante experimentação das invocações e seu emprego, se descobrirá


o método de chamar os devas. Este desenvolvimento deve efetuar-se com cautela, porque
pode ser desastroso para aqueles que não estão protegidos. Por isso, é necessário insistir
que se deve levar uma vida pura, aprender invocações e fórmulas de proteção e conhecer o
poder de proteção que tem a Igreja e a Maçonaria. Não se esqueçam que as entidades
maléficas que podem responder a vibrações análogas existem também em outros planos além
do físico, e que as invocações para chamar um deva, se não são emitidas corretamente,
podem chamar um ser que provoque estragos. No ritual reside proteção. Daí a ênfase posta
nas fórmulas da igreja e nos rituais maçônicos — o qual será aumentado e não diminuído no
transcurso dos anos. Posteriormente se conhecerá a força das invocações.

Cada indivíduo vibra em certa medida particular. Aqueles que conhecem e possuem
clarividência e clariaudiência descobrem que toda a matéria emite sons e palpita e tem sua
própria cor. Por isso, todo ser humano pode emitir um som específico. Ao emiti-lo faz que
resplandeça como cor, e a combinação de ambos indicam em certa medida qual é sua
vibração específica.

Cada unidade da raça humana pertence a algum dos sete raios, em conseqüência
predomina nele alguma cor e emite algum som; as graduações são infinitas e os nuances de
cor e som são inumeráveis. Cada raio tem seus raios subsidiários aos quais domina e atua
como raio sintético. Estes sete raios estão ligados com as cores do espectro. Temos raios
vermelho, azul, amarelo, laranja, verde e violeta. Existe um raio que sintetiza a todos, o
índigo. Temos os três raios principais, vermelho, azul e amarelo e os quatro de cores
secundárias que, na Mônada em evolução, tem sua contrapartida na Tríade Espiritual e no
quaternário inferior. O Logos do nosso sistema se concentra no amor ou aspecto azul que, na
síntese, se manifesta como índigo. Este tema sobre os raios e suas cores confunde o neófito.
Só posso indicar algumas idéias e no acumulo de sugestões, poderá chegar oportunamente a
luz. A chave reside na similitude da cor, o que significa uma semelhança de nota e
ritmo. Portanto, quando um homem pertence aos raios vermelho e amarelo, com o vermelho
como raio primário, e encontra outro ser humano que pertence aos raios azul e amarelo, por
essa secundária similaridade do amarelo pode produzir-se um reconhecimento. Mas se um
homem que pertence aos raios amarelo e azul, tem como cor primária o amarelo, encontra um
irmão que pertence aos raios amarelo e vermelho, o reconhecimento mútuo é imediato porque
a cor primária é a mesma. Quando esta causa fundamental de associação ou dissociação, for
82
melhor compreendida, as cores secundárias atuarão como lugar de encontro que redundará
em benefício mútuo das partes envolvidas.

O vermelho, azul e amarelo são primários e irredutíveis e constituem as cores dos


raios principais.

a. Vontade ou Poder. Vermelho

b. Amor-Sabedoria Azul

c. Inteligência Ativa Amarelo

Temos também os raios secundários:

d. Laranja

e. Verde

f. Violeta

e o Raio sintetizador, Índigo.

4. É claro, a principal atração do estudo dos raios é seu interesse no ser humano, estudo que
vivificará e despertará em psicólogos a verdadeira compreensão do homem. Todo ser
humano pertence a um dos sete raios. Em cada vida sua personalidade pertence a um
deles, em rotação de acordo com o raio do ego ou alma. Depois da terceira iniciação,
localiza (se corresponde esta palavra tão inadequada) sua alma em um dos três raios
principais, ainda que até esse momento possa pertencer a um dos grupos dos sete
raios. A partir desta excelsa atitude trata de conseguir a unidade essencial da Mônada. O
fato de que existam sete tipos de raios encerra em si grandes implicações, e o intrincado
tema desconcerta o neófito.

Um raio confere, através da sua energia, condições físicas próprias, determina a


qualidade da natureza astral-emocional, colore o corpo mental, controla a distribuição da
energia, pois os raios são de diferentes graus de vibração, e regulam um determinado centro
do corpo (diferente para cada raio), por meio do qual se faz a distribuição. Cada raio trabalha
principalmente por meio de um dos centros e os outros seis o fazem em ordem específica. O
raio predispõe a que o homem tenha certas debilidades e fortalezas e é seu princípio limitador,
dotando também de capacidade. Rege o método de suas relações com outros tipos humanos,
e é responsável pelas reações da forma com outras formas. Dá-lhe a sua coloração, lhe
transmite qualidade, lhe dá sua própria tonalidade nos três planos da personalidade e modela
sua aparência física. Certas atitudes mentais são fáceis para um tipo de raio e difíceis para
outro, daí as alterações de personalidade variam de um raio para outro ao mudar de uma vida
para outra, até que todas as qualidades se tenham desenvolvido e expressado. Certas almas,
devido ao destino que se lhe depara seu raio, se encontram em determinados campos de
atividade, e o campo definido de seus esforços é relativamente o mesmo durante muitas
vidas. Um governante ou estadista adquiriu destreza em sua especialidade, devido à sua
vasta experiência neste campo. Um instrutor mundial o tem sido em ciclos de longa idade.
83
Um Salvador mundial tem estado desempenhando sua tarefa de salvação durante muitas
vidas. Quando um homem haja percorrido dois terços do caminho evolutivo, o tipo de raio de
sua alma começa a dominar o tipo de raio da personalidade e, em conseqüência, governar a
tendência de sua expressão na terra, não espiritualmente (supostamente chamado), mas sim
no que predispõe a personalidade a realizar certas atividades.

Do ponto de vista da psicologia, o conhecimento dos raios e as suas qualidades e


atividades é de grande importância, daí a razão para este tratado.

5. Os grupos de pessoas, organizações, nações e grupos de nações são o resultado das


atividades e do magnetismo de um raio. Isso é de valor para entender as forças que
emanam desde o centro criador divino que chamam raios, a fim de compreender a
qualidade, a natureza e o destino das vastas massas humanas. Os sete planetas são
regidos por um dos raios. Os países (considerados independentemente de seus cidadãos),
também são o resultado das atividades de um raio, de modo que a importância do assunto
não pode ser subestimada.

Pergunta 5. Qual é o significado da Sensibilidade, Consciência ou Percepção, e Energia


da Luz?

Consideraremos agora a última pergunta, e indicarei, em termos gerais, —


necessariamente limitados pela inadequação da linguagem, — o significado das qualidades
marcantes da alma:

a. Sensibilidade ou resposta sensível ao contato, pelo qual se consegue maior


conhecimento.

b. Consciência, percepção do meio ambiente e desenvolvimento dos veículos mediante os


quais a consciência pode ampliar o seu desenvolvimento.

c. Luz ou irradiação, o efeito da interação entre a vida e o meio ambiente.

O primeiro ponto que eu estou tentando esclarecer é difícil de captar para aqueles que
são de categoria inferior que iniciados ou discípulos aceitos das etapas superiores. A alma é
esse fator da matéria (ou melhor, aquilo o que emerge de contato entre espírito e matéria) que
produz resposta sensível, e o que chamamos consciência em suas diferentes formas; é
também essa subjetiva ou latente qualidade que se faz sentir como a luz ou irradiação
luminosa. Constitui o "eu que brilha desde dentro", característica de todas as formas. A
matéria em si, e em seu estado indiferenciado, antes de ser levada a atividade pelo processo
criativo não possui alma, portanto, não possui as qualidades de resposta e de irradiação.
Somente quando — nos processos criador e evolutivo — ambos entram em conjunção e
fusão, a alma aparece e outorga a estes dois aspectos da divindade a oportunidade de se
manifestar como trindade, e a chance de demonstrar sensibilidade e de irradiar luz magnética.
Como o único que vamos expor no presente tratado será abordado a partir do ângulo da
evolução humana, poderia dizer-se que só quando predomina o aspecto alma, o mecanismo
de resposta (a natureza da forma do homem) cumpre totalmente seu destino, então é possível
que brilhe a luz em toda a sua pureza e se difunda a verdadeira irradiação magnética. Falando
simbolicamente, nas primeiras etapas da evolução humana, o homem não responde e é
84
inconsciente, assim como a matéria nas primeiras etapas do processo formativo. Alcançar a
plena percepção é logicamente a meta do processo evolutivo. Falando novamente em forma
simbólica, o homem sem evolução não emite nem manifesta luz. A luz da cabeça é invisível,
embora os investigadores clarividentes veriam um tênue fulgor de luz dentro dos elementos
que constituem o corpo, e a luz oculta nos átomos que constituem a forma.

À medida que a evolução prossegue esses tênues pontos de "luz escura" intensificam
seu brilho; a luz dentro da cabeça flutua em intervalos durante a vida do homem médio, e se
converte em luz brilhante ao penetrar na senda do discipulado. Quando se torna um iniciado,
a luz dos átomos é tão brilhante e luz da cabeça tão intensa (estimulando paralelamente os
centros de força do corpo), que aparece o corpo de luz. Oportunamente este corpo de luz
chega a exteriorizar-se e a ser de maior importância do que o corpo físico denso
tangível. Neste corpo de luz o verdadeiro filho de Deus habita conscientemente. Após a
terceira iniciação a luz dual se acentua e adquire maior brilho ao fundir-se com a energia do
espírito. Isso realmente não significa admissão de uma terceira luz nem sua combinação, mas
sim o avivar da luz da matéria e da luz da alma para que adquiram maior glória mediante o
Alento do espírito. Algo sobre esta luz foi indicado anteriormente no Tratado sobre o Fogo
Cósmico. Estudem-no e tentem compreender o significado deste processo. Na compreensão
destes aspectos da luz se chega a uma perspectiva mais realista sobre a natureza dos fogos
na expressão humana da divindade.

Não devem esquecer-se de que a alma de todas as coisas, a anima mundi, ao


expressar-se nos quatro reinos da natureza, constitui aquilo que dá a nosso planeta sua luz
nos céus. A luz planetária é a soma total da luz tênue e vacilante que existe em todos os
átomos de matéria ou substância irradiante e vibratória, que compõem todas as formas de
todos os reinos. Adicionado a isso, existe no planeta e também em cada reino da natureza, a
correspondência do corpo etérico, com seus centros de energia radiante, que subjaz ou
sustenta a forma física exterior. O corpo etérico do homem é uma parte incorporada do corpo
etérico planetário e constitui seu aspecto refinado e mais desenvolvido. À medida que passam
os eons aumenta a intensidade da luz que irradia nosso planeta. Isto não significa,
logicamente, que um habitante de Netuno poderia ver o nosso planeta fulgurando cada vez
mais intensamente, embora uns poucos casos ocorrem no universo. Do ponto de vista da
visão clarividente significa que o corpo etérico planetário vivificará sua irradiação e glória a
medida que essa irradiação expresse acrescentadamente a verdadeira luz da alma.

A alma é essencialmente luz, considerada literalmente, a partir do ângulo das


vibrações, e filosoficamente constituindo o verdadeiro meio para adquirir
conhecimento. Simbolicamente a alma é luz, porque se assemelha aos raios do sol que se
derramam na escuridão. A alma, por meio do cérebro produz revelação. Verte sua luz no
cérebro, e assim o caminho do ser humano se ilumina cada vez mais. O cérebro é como o
olho da alma, observando o mundo físico; no mesmo sentido a alma é o olho da Mônada e,
num curioso e oculto sentido, o quarto reino da natureza constitui em nosso planeta o olho da
deidade planetária. O cérebro responde aos sete sentidos:

1. Audição. 4. Paladar
2. Tato. 5. Olfato
3. Visão. 6. Mente, o senso comum.
7. A intuição, o sentido sintético.
85
Através dos sete sentidos é possível fazer contato com o mundo da matéria e do
espírito. Os sete sentidos são, de uma forma peculiar, a analogia dos sete raios no plano físico
e estão intimamente relacionados e governados por eles. Tudo o que se intenta na seguinte
classificação é fazer sugestões:

1. Audição 7º Raio Magia A Palavra de Poder.


2. Tato 1º Raio Destruidor O Dedo de Deus.
3. Visão 3º Raio Visão O Olho de Deus.
4. Paladar 6º Raio Idealismo O Desejo das Nações.
5. Olfato 4º Raio Arte A Beleza da Revelação
6. Intelecto 5º Raio Mente O Conhecimento a cerca de Deus.
7. Intuição 2º Raio Amor-Sabedoria A Compreensão a cerca de Deus.

Pelas palavras de Poder os mundos de energia vêem à existência em forma ordenada


e o Senhor do Raio de Magia Cerimonial produz a organização do divino organismo.

Pela aplicação do Dedo de Deus em seu trabalho diretriz e potente, temos a destruição
cíclica das formas, de modo que a manifestação da Divindade possa aumentar seu poder e
beleza. Assim o Senhor do Poder ou Vontade efetua a tarefa de destruição e traz a existência
a beleza e a revelação da vontade de Deus e Seu propósito benéfico.

Através dos olhos de Deus brilha luz sobre o caminho do Sol, na senda dos planetas e
na senda do homem. O Senhor da Adaptabilidade e do Intelecto traz à expressão e a
objetividade o desenvolvimento inteligente da divina idéia e do Plano.

Quando o "Desejado de todas as Nações" vir e o Cristo Cósmico se revele, todos os


homens e criaturas "provar" ou compartilhar ocultamente desse grande evento, e o Senhor do
Raio de Devoção e Idealismo verá a consumação de Seu trabalho e ficará ―satisfeito."

Além disso, o Senhor do quarto raio da Harmonia, Beleza e Arte dará sua contribuição
em algum grande trabalho criativo, e ao buscar a fonte que contorna esta misteriosa revelação
chamada beleza, se achará que expressa essa sutil qualidade da qual o "olfato", no que diz
respeita ao animal, é o símbolo. Então chegará a seu fim a grande busca e não será seguido
esotericamente o rastro deixado pelo cheiro. Este quarto raio é predominantemente o caminho
do investigador, do buscador e daquele que reflete sensivelmente a beleza. A nação judaica
tem uma estreita relação com este quarto raio e com a quarta raça-raiz, e daí que se destaca
atualmente no mundo da arte, e também da magnitude de suas simbólicas e intermináveis
buscas e andanças.

Quando o conhecimento a respeito de Deus brilhe universalmente (não conhecimento


ou percepção de um grande ser, mas sim a expressão da divina onisciência mediante a
instrumentação humana), então o Senhor da Ciência Concreta, que personifica o quinto
princípio da mente, verá que seu trabalho terminou. Ele estimula o sentido de percepção na
humanidade e nutre o aspecto consciência nos reinos subumanos, produzindo a
correspondente resposta da matéria ao espírito e interpretando aquilo com o qual havia uma
harmonia sensível.

86
A intuição é, literalmente, a captação sintética e imediata da verdade tal como ela
existe essencialmente, e o Senhor do segundo raio levará a seu fim todo o processo evolutivo,
desenvolvendo na humanidade a perfeita visão interna que fará que todo ser humano seja um
inteligente colaborador do Plano.

Um estudo minucioso destas forças de raio em relação com o trabalho criativo e um


maior desenvolvimento do Plano (tanto quanto é possível compreendê-lo na atualidade),
revelará quão intimamente está vinculado o processo de construir, destruir e reconstruir com
as três qualidades da alma, sensibilidade, consciência e percepção, e demonstrará como o
problema da luz, que acabo de tratar, tem uma definida relação com nossa capacidade de
interpretar e compreender essas três qualidades.

No ensinamento esotérico, consciência diz respeito à resposta do aspecto forma nos


três reinos subumanos:

1. Ao mundo das formas viventes, vibracionais e magnéticas em que estão submersas cada
forma. Todas as formas, mediante sua radiação, afetam as demais e, de acordo com a sua
qualidade e seu nível evolutivo, tal a sua resposta ao meio ambiente.

2. Ao mundo subjetivo de forças que chamamos mundo etérico. Todas as formas nos quatro
reinos, respondem em certa medida e modo.

3. Ao mundo das qualidades ou de intenção desejada. Todas as formas em todos os reinos


respondem, em massa, ao impulso ou aspecto desejo da divindade, que subsiste na raiz
do processo evolutivo. Isto é reconhecido como um incentivo e é mais ou menos auto-
dirigido na família humana; as formas de outros reinos seguem de forma cega e
respondem a distintos impulsos da natureza do seu mecanismo de resposta.

Ao considerar a afluência da energia mental e das forças que emanam do quinto plano
da mente (mente superior, mente inferior e a entidade egóica inteligente) entramos
inteiramente no domínio da evolução humana mesma, e a indefinida palavra consciência
poderia muito bem ser substituída pela palavra senciência. O homem tem a percepção de
distintos graus, mas o homem é único que se dá conta que percebe. Seu mecanismo de
resposta responde a, e é influenciado por, todos os contatos aos quais respondem as formas
sub-humanas, sendo ainda consciente de si mesmo e seu mecanismo de resposta é capaz de
reagir não só aos estímulos externos, mas também aos contatos que emanam dentro em si, o
chamado Eu, e também desde o mundo da introspecção e da visão mística, que,
aparentemente, estão fechados a todas as formas de vida sub-humana.

Desde um ponto de vista mais amplo, do qual não me ocuparei neste tratado, o planeta
constitui o mecanismo de resposta de uma Vida super-humana, e essa Vida responde
conscientemente aos impactos que emanam do sistema solar e de certas constelações
(encarnando Vidas), com as quais está vinculado nosso sistema solar. Da mesma forma o
Logos solar funciona por intermédio desse gigantesco mecanismo de resposta limitado pelo
círculo-não-se-passa de um sistema solar. Cada forma, desde o menor átomo até uma imensa
constelação, personifica uma vida que se expressa como consciência, percepção e
sensibilidade responsiva, por meio de algum tipo de mecanismo de resposta. De modo que
temos o estabelecimento de um universo de vidas, interativas e inter-relacionadas, todas elas
87
conscientes, algumas conscientes de si mesmas, outras conscientes do grupo, mas todas
contidas na mente universal, possuindo almas e apresentando aspectos da Vida divina.

Portanto, vida, qualidade e aparência representam a triplicidade primordial. A


aparência é objetiva e as formas têm sido estudadas, analisadas e classificadas
cientificamente durante épocas. Agora estamos praticando a introversão e a introspecção, e
temos o início de um ciclo onde o mundo da qualidade e do significado será submetido a uma
investigação e classificação similares. Isto dará como resultado novos valores da vida,
enriquecerá nossa compreensão, trará crescimento e a substituição do intelecto pela intuição.

Posso exortá-los a viver mais continuamente no mundo dos significados e menos no


mundo das aparências? É um mundo mais real e menos ilusório. Quando a compreensão se
haja desenvolvido, quando os homens tiverem apreendido a ver debaixo da superfície e
cultivado a verdadeira visão, então afluirão constantemente as qualidades da alma em todas
as formas e o poder da natureza forma será relegado ao segundo lugar. A humanidade terá o
privilégio de ser quem revela este mundo de significados, e todos os verdadeiros estudantes
esotéricos deveriam ser precursores neste campo.

CAPÍTULO III

DEZ PROPOSIÇÕES FUNDAMENTAIS

Para começar a primeira parte deste tratado, e antes de iniciar o verdadeiro estudo dos
raios, tratarei de formular as dez proposições fundamentais sobre as quais se baseia todo o
ensinamento. Constituem para mim, humilde trabalhador da hierarquia, e da Grande Loja
Branca, a afirmação da realidade e da verdade. Os estudantes e investigadores devem aceita-
las como hipótese:

Um. Existe uma Vida que se expressa a Si Mesma, primeiro, mediante sete qualidades ou
aspectos básicos e, segundo, através de uma infinita diversidade de formas.

Dois. Estas sete qualidades radiantes são os sete Raios, as sete Vidas, que dão sua Vida as
formas, e ao mundo das formas lhe dão seu significado, suas leis e seu desejo de
evoluir.

Três. Vida, qualidade e aparência, ou espírito, alma e corpo, constituem tudo que existe. São
a existência mesma, com a sua capacidade de crescer, agir e expressar a beleza e
estar em pleno acordo com o Plano, o qual está arraigado na consciência das sete
Vidas de raio.

Quatro. Estes sete Vidas, cuja natureza é consciência e cuja expressão é sensibilidade e
qualidade específica, produzem ciclicamente o mundo manifestado; trabalham juntos
na mais estreita união e harmonia; são os guardiões do Plano e colaboram
inteligentemente com ele. São os sete construtores, Que erigem o radiante Templo do
Senhor, guiados pela mente do Grande Arquiteto do Universo.

Cinco. Cada vida de raio se expressa predominantemente a Si mesma através dos sete
planetas sagrados, mas a vida dos sete raios flui através de cada planeta, incluindo a
88
Terra, e qualifica todas as formas. Em cada planeta existe uma pequena réplica do
esquema geral, e cada um está de acordo com a intenção e propósito do todo.

Seis. A humanidade, da qual se ocupa este tratado, é uma expressão da vida de Deus, e
todo o ser humano provém de uma das sete forças raio. A natureza da alma é
qualificada ou está determinada pela Vida de raio que a exalou, e a natureza da forma
está colorida pela Vida de raio que — segundo sua aparência cíclica no plano físico,
em um momento determinado — estabelece a qualidade racial da vida e da forma nos
reinos da natureza. A natureza da alma ou sua qualidade é a mesma durante um
período mundial; a natureza e a vida de sua forma mudam de uma vida a outra, de
acordo com a sua necessidade cíclica e das condições grupais do meio
ambiente. Este último determinada o raio ou raios, que prevalecem naquele momento.

Sete. A Mônada é a Vida vivida em uníssono com as sete Vidas de raio. Uma Mônada, sete
raios e uma infinidade de formas, estruturam os mundos manifestados.

Oito. As Leis que regem o surgimento da qualidade ou da alma, por intermédio das formas,
são sensivelmente o propósito mental e a orientação de vida dos Senhores do
raio; Seu propósito é imutável, a sua visão é perfeita e Sua justiça é suprema.

Nove. O modo ou método para o desenvolvimento da humanidade é a própria expressão ou


auto compreensão. Quando isto for alcançado, e o eu que se expressa for o verdadeiro
Eu ou Vida de raio, a compreensão obtida revela Deus como a qualidade do mundo
manifestado e a Vida que anima a aparência e a qualidade. As sete Vidas de raio, ou
os sete tipos de almas, são vistos como uma expressão da Vida Una, e a diversidade
se perde na visão do Uno e na identificação com o Uno.

Dez. O método empregado para obter esta compreensão é a experiência, começando com a
individualização e terminando com a iniciação, produzindo, assim, a perfeita fusão e
expressão de vida, qualidade e aparência.

Esta é uma breve definição do Plano. A Hierarquia de Mestres e Suas sete divisões
(que equivalem aos sete raios) são Seu guardião e tem a responsabilidade, em determinado
século, de levar a cabo a próxima fase deste Plano.

SEÇÃO II

CAPÍTULO I - Os Sete Construtores Criativos, os Sete Raios

CAPÍTULO II - Os Raios e os reinos da Natureza

CAPÍTULO III - Os Raios e o Homem

Alguns tabulações sobre os Raios

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CAPÍTULO I

OS SETE CONSTRUTORES CRIADORES, OS SETE RAIOS

Terminada a primeira parte, assentamos, portanto, a base para futuros


estudos. Primeiro vou dar uma breve exegese da teoria fundamental contida na A Doutrina
Secreta, chamado teoria hilozoista. Ela afirma a existência de uma substância vivente,
composta de uma multiplicidade de vidas sencientes, que são levadas continuamente a se
manifestar mediante o "alento da Vida divina". Esta teoria não reconhece a existência no
universo da matéria chamada inorgânica, e enfatiza o fato de que todas as formas estão
construídas de vidas infinitesimais, que em sua totalidade — grandes ou pequenas —
constituem uma Vida, conglomerado de vidas que por sua vez são parte integrante de uma
Vida ainda maior. Assim, temos a grande escala de vidas que se manifestam em máxima
expressão e vão desde essa minúscula vida chamada átomo (do qual a ciência se ocupa) até
esta vasta vida atômica que chamamos um sistema solar.

Esta é uma breve definição e inadequadamente expressa como doutrina do hilozoismo,


e uma tentativa de interpretar e encontrar o significado do mundo fenomênico manifestado
com suas três principais características: vida, qualidade e aparência. Devemos buscar o
significado que existe por trás de todas as formas e experiências da vida, e aprender a
penetrar nesse mundo de forças subjetivas, o verdadeiro mundo em que trabalham os
ocultistas.

Tomemos essas três palavras e tentemos compreender sua significação em relação


aos raios.

É quase impossível definir o significado da palavra vida, porque nenhum ser humano
pode compreende nem poderá compreender a natureza da vida até ter alcançado a terceira
iniciação. Repito isso enfaticamente a fim de inculcar-lhes a inutilidade de fazer conjecturas
sobre o tema. Os discípulos que passaram a terceira iniciação e escalaram o Monte da
Transfiguração podem – desde esse ponto elevado – vislumbrar a irradiação do centro
subjetivo de energia (o sol central ou espiritual de A Doutrina Secreta), e assim obter um
vislumbre do significado da palavra vida. Mas eles não podem sequer se atrever a dar aos
outros o conhecimento adquirido. Seus esforços para transmitir tal informação seriam inúteis e
a linguajem se resultaria inadequada para a tarefa. A vida não é o que até agora se
supõe. Energia (em contradição com força, empregando essa palavra para expressar o centro
de onde ela emana, e que se diferencia em forças), não é o que superficialmente se
acredita. A vida é a síntese de toda a atividade — uma atividade que é a mescla de muitas
energias, porque a vida é a soma total das energias dos sete sistemas solares, do qual nosso
sistema solar é um. Estes, em sua totalidade, são a expressão da atividade desse Ser
denominado em nossos arquivos hierárquicos "Aquele sobre o qual nada pode ser dito". Esta
sétupla energia cósmica, as energias fundidas e combinadas dos sete sistemas solares,
incluindo o nosso, afluem automaticamente através de cada um deles transmitindo as
seguintes qualidades:

1. Impulso para agir.

90
2. Impulso ativo para organizar.

3. Impulso ativo organizado para alcançar um propósito definido.

Eu coloquei em palavras esses impulsos a fim de demonstrar a tendência emergente


através de sua mútua interação. Este triplo impulso energético, produzido pelo ímpeto dos
sete grandes alentos ou raios, deu início ao processo mundial de vir a Ser, e manifesta-se
como desejo de evoluir — uma evolução ativa e organizada que se dirige direta e
inevitavelmente, para uma meta específica. Esta meta só é conhecida em toda a sua plenitude
por esta Existência incompreensível que trabalha através dos sete sistemas solares (que por
sua vez é a expressão de sete grandes Vidas), bem como a nossa Divindade Solar atua por
meio dos sete Logos planetários. Tudo isso tem sido sugerido e descrito no Tratado sobre o
Fogo Cósmico, e não intento estender-me sobre isso. No entanto, gostaria de indicar-lhes,
devido a que têm uma definida relação com a evolução da qualidade na família humana, que
os sete Construtores criadores ou Logos planetários do nosso sistema solar são
personificações da vontade, energia e da força magnética que aflue através Deles a partir dos
sete sistemas solares e penetram em suas diferentes esferas de atividade. Assim, mediante
sua atividade unida, se produz o sistema solar organizado, cujas energias circulam
constantemente, e suas emergentes qualidades são equilibradas e expressadas em todo o
sistema. Todas as partes do sistema solar são interdependentes; todas as forças e energias
estão em constante fluxo e mutação; todas fluem por meio de certa respiração rítmica, em
grandes pulsações em torno do átomo solar, de modo que as qualidades de cada vida solar,
fluindo através das sete formas dos raios penetram todas as formas dentro do círculo-não-se-
passa solar, ligando assim uma forma com outra. Observe-se, portanto, que cada um dos sete
Raios ou Construtores criadores, personificam a energia, a vontade, o amor e o propósito do
Senhor do sistema solar, assim como esse Senhor, por sua vez, incorpora um aspecto da
energia, da vontade, do amor e do propósito de ―Aquele sobre o qual nada pode ser
dito". Portanto, a primeira proposição que devem captar aqueles que estudam o assunto dos
raios, é:

I. Cada Vida de raio é a expressão de uma vida solar, e cada planeta está em
conseqüência...

1. Vinculado com cada vida planetária do sistema solar.

2. Animado pela energia que emana de um dos sete sistemas solares.

3. Ativado por uma tríplice corrente forças vitais que provêm de:

a. Outros sistemas solares fora do nosso.

b. Nosso sistema solar.

c. Seu próprio Ser planetário.

Resulta impossível para o pensador comum captar o significado desta afirmação, mas
pode entender parcialmente o enunciado de que todo planeta é um ponto focal através do
qual circulam e fluem incessantemente forças e energias, e que as energias emanam do
91
cosmos exterior ou do próprio universo, desde o sistema solar do qual seu próprio planeta é
uma parte e nosso sol é o centro, e Daquele Ser que constitui nosso particular Senhor, ou
Vida planetária.

Agora, gostaria de esclarecer a diferença que existe entre uma constelação e um


sistema solar, de acordo com o ensinamento esotérico, embora os cientistas modernos não
estejam de acordo.

Um sistema solar consiste de um sol como ponto focal central, acompanhado de uma
série de planetas assistentes, sujeitos a suas órbitas em harmonia magnética ao redor desse
sol.

Uma constelação consiste em dois ou mais sistemas solares, ou séries de sóis


acompanhados de seus planetas. Estes sistemas são mantidos juntos como um todo coerente
mediante a poderosa interação dos sóis, cuja harmonia magnética é equilibrada de tal forma
que, em um sentido oculto, "trilham juntos o Caminho dentro do raio de poder um do outro",
mantém suas distâncias relativas, vitalizam seus planetas e, ao mesmo tempo, sustentam
igual equilíbrio ou influência. Em raros casos esse equilíbrio é perturbado, ou sofre um
aumento ou diminuição de influência e de poder magnético.

Esta condição é regida pela lei cósmica do ritmo, tão confusa que resulta
incompreensível na atualidade.

Uma ilustração do aumento e diminuição em larga escala da irradiação e influência


(termos sinônimos no ocultismo) pode ser visto na constelação de Gêmeos, onde um dos
gêmeos aumenta seu brilho e poder, e o outro o diminui. Mas isso, esotericamente, é um
exemplo excepcional.

A relação das constelações com o sistema solar, base das investigações astrológicas,
será considerada mais adiante. Aqui só quero indicar a dupla realidade que constituem os sete
raios:

1. São expressões de energias que emanam dos sete sistemas solares, que por sua
vez estão animados pela Vida de ―Aquele sobre o qual nada pode ser dito".

2. Estão influenciados e controlados astrologicamente pelas doze constelações, cujas


energias se acham em contacto com o nosso sistema solar durante o curso
percorrido de nosso sol através do zodíaco maior, no vasto período de
aproximadamente 25.000 anos e, em menor grau, no transcurso de doze meses do
ano, quando se percorre o caminho menor do zodíaco.

A complexidade do tema é muito grande, e só um amplo delineamento geral do


sistema e dos princípios básicos que regem a lei da evolução podem ser tenuamente
percebidos e captados. O que abarca o tema é de tanta amplitude que a mente concreta e o
raciocínio se perdem ao tentar entender os problemas e sua complexidade. Mas a intuição
iluminada por seu poder de sintetizar (característica que surge nos discípulos e iniciados em
treinamento), pode conduzir e os conduz a uma série gradual de expansões de consciência
que ao final os levará ao cume do Monte da Transfiguração. A partir desta altura, o discípulo
92
pode adquirir a visão que permitirá ver todo o esquema mundial em um instante e participar
como Arjuna, da experiência descrita no Gita, em que "viu todas as formas reunidas no corpo
desse Deus dos Deuses". Então poderá descer da montanha com a sua personalidade
transfigurada e radiante. Por quê? Porque agora sabe que o espírito é uma realidade e a base
da imortalidade; sabe além de qualquer controvérsia que existe um Plano e que o amor de
Deus é a lei básica de toda a manifestação e a origem de todo impulso evolutivo; então
poderá ter certeza, pois o conhecimento adquirido, que a realidade do espírito, a proximidade
do amor e do alcance sintético do Plano proporcionará a base sobre a qual você pode colocar
seus pés, manter-se firme e confiar que alcançar a meta também é seguro.

Nossa segunda proposição é a seguinte:

II. Cada um dos raios é receptor e depositário das energias provenientes de:

1. Os sete sistemas solares.

2. As doze constelações.

Cada raio faz passar essas energias através de seu corpo de manifestação (um
planeta), e as transmite à forma planetária e todas as formas que estão sobre e dentro
dela. Estas formas diferenciadas estão animadas pela energia que provém da Vida cósmica,
da Divindade Solar e da Vida planetária e, em conseqüência, estão coloridas pelas
qualidades dos sete sistemas solares e das doze constelações. Esta fusão de energias que
atua sobre a substância produz as formas, e cada forma subjetiva por sua vez produz a
aparência externa.

Não é possível estudar essas forças e qualidades em detalhe, no que diz respeito a um
ser humano individual, porque a escala é relativamente muito pequena e os detalhes a
considerar muito intricados. Porém a natureza das qualidades e das energias podem ser
captadas até certo ponto, à medida que estudamos as sete Vidas de raio com seus sete tipos
psicológicos e os doze Hierarquias Criadoras descritas por nós em A Doutrina Secreta.
A 7 + 12 = 19 e se adicionar-se a estas 19 expressões de Vida os 3 aspectos maiores da
Divindade, que denominados a vida de Deus, o Pai; o amor de Deus, o Filho, e Atividade
Inteligente de Deus, o Espírito Santo, chega-se ao místico número 22, que (em esoterismo) é
chamado o número do adepto. Isto significa simplesmente que adepto é aquele que
compreende a natureza das 19 forças a medida que se expressam por meio da tríplice
manifestação divina, e estas por sua vez se relacionam com a consciência humana. Mas isso
não significa que o adepto haja dominado e possa manejar os 19 tipos de energia. Estes são
conscientemente manipulados pelos três Construtores sintéticos ou Criadores, que são:

1. A Vida que se expressa através de sete sistemas solares.


Aquele sobre o Qual nada pode ser dito.

2. A vida que se expressa através dos sete planetas.


A Divindade Solar... Deus.

3. A vida que se expressa através dos sete centros planetários ou continentes.

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O Logos Planetário... O Ancião dos Dias.

O que o adepto atingiu é que seus sete centros de força, localizados no corpo etérico,
respondam as forças espirituais mais elevadas e à medida que progride também responderão,
gradual e seqüencialmente, aos três tipos de força sintética já mencionados.

No caminho do discipulado, e até a terceira iniciação, ele aprende a responder à


energia e ao propósito espiritual da Vida de seu próprio planeta. Na primeira e segunda
iniciações e até a terceira, foi conduzido e iniciado pela influência que exerce o Cristo, e sob
sua direção foi submetido a duas expansões de consciência que o preparam para a
terceira. Então se coloca sob o poder iniciador do Logos planetário, e pela atividade
intermediária desse grande Ser, o iniciado chega a ser ativamente consciente da energia que
emana da Deidade solar. Por conseguinte, está aprendendo a responder ao segundo tipo de
força sintética.

Depois de ter passado a iniciação mais elevada que se pode alcançar neste planeta,
responderá pela primeira vez à energia que emana do Centro cósmico exterior. Esta última
etapa de expansão é muito rara e apenas cento e onze seres humanos, na história planetária
alcançaram este estado de percepção.

Que utilidade tem para o leitor ou estudante, esta informação? Praticamente nenhuma,
exceto indicar a vastidão do Plano e o maravilhoso alcance da consciência humana. O que
pode significar esse contato com o tipo mais elevado de força sintética, eu não posso
dizer. Os Logos planetários mesmos atuam na luz dessa sublime Consciência e a esse
privilegio se encaminham o próprio Cristo, e seu irmão mais velho, o Buda, com os três Budas
de Atividade, que aspiram a isso na atualidade. Isso é tudo que eu sei, não posso explanar
mais sobre o tema. Mas a maravilha e a imensidão do drama que se desenrola no universo é
uma prova de sua realidade, e a compreensão por parte do homem, por pequena que seja, é
a garantia de sua divindade. Etapa por etapa nos acercamos lentamente da meta de
percepção consciente e inteligente. Passo a passo dominamos a matéria e fazemos com que
o mecanismo de percepção e contato seja mais adequado. Pouco a poucos nós (e com isso
quero dizer toda a família humana) nos acercamos "do lugar de reconhecimento" e nos
preparamos para escalar a montanha da visão. Se os aspirantes pudessem compreender o
quão maravilhoso é esta revelação e se capturassem a magnificência da recompensa de seus
esforços, haveria menos fracassos, mais coragem, uma realização maior e mais firme e, em
conseqüência, um mundo que se iluminará mais rapidamente.

O alcance dessa visão transmitida merece um estudo cuidadoso e a oferta da ânsia


divina da alma para ser reconhecida. O importante não é ler muito, mas sim que o cérebro
registre com exatidão e o ensinamento e se adapte a necessidade individual. A visão não
pode ser possuída. Sempre está adiante, porém ao se dedicar a vida inteira a perseguir a
visão, não deve ser negligenciado o serviço ao próximo, porque então a visão de nada
servirá. Tentei expressar aqui a magnitude do Plano e os passos que tem adiante cada
aspirante e cada membro da hierarquia na escada da evolução.

94
1. Os Raios e a Vida-Qualidade-Aparência.

Chegamos agora à consideração dos raios, o que nos introduz imediatamente no reino
da psicologia e das distintas influências psicológicas. Ao considerar a segunda manifestação
de raio, o aspecto Qualidade, trataremos desses fatores predeterminantes que produzem uma
infinidade de diferenciações no mundo fenomênico. A qualidade, a cor e a natureza da energia
vivente (definição inadequada da palavra "vida") fixam ou determinam o aspecto que adquirem
e a característica que expressam todas as formas nos quatro reinos da natureza; as
emanações da forma individual, devido à influência modificadora que estabelece o contacto da
vivente qualidade com a substância afetada e com o reino que é o foco de atenção onde se
produz é, em conseqüência, a aparência característica, a atividade especializada e a
emanação intrínseca de cada forma, em qualquer reino. Nos meus livros anteriores, dividi os
raios em dois grupos:

1º Grupo: Raios de Aspecto, os três raios maiores.

2º Grupo: Raios de Atributo, os quatro raios menores.

Os três raios principais, que constituem a soma total da divina manifestação, são os
raios de aspecto, por duas razões:

Primeiro, são, em sua totalidade, a Divindade manifestada, a Palavra em


encarnação. Expressam o propósito criador e a síntese da vida, da qualidade e da aparência.

Segundo, estão ativos em todas as formas de todos os reinos, e determinam as


amplas e gerais características que regem a energia, a qualidade e o reino em
questão; através deles as formas diferenciadas vêm à existência, as vidas especializadas se
expressam e a diversidade de agentes divinos cumpre seu destino no plano da existência que
lhes é atribuído.

Os agentes criadores de Deus fazem sentir sua presença poderosamente ao longo


destas três correntes de vida e força qualificadas, e mediante sua atividade dotam todas as
formas com esse atributo evolutivo interno que, oportunamente os impulsionará a pôr-se de
acordo com o propósito divino, e inevitavelmente produzirá esse tipo de consciência que
capacitará ao ente fenomênico a reagir ao meio ambiente e cumprir assim seu destino como
uma parte integrante do todo. Assim se faz possível a qualidade intrínseca e o tipo específico
de radiação. A interação desses três raios determina a aparência fenomênica externa, atrai a
unidade da vida a um dos reinos da natureza e a uma das infinitas divisões dentro desse
reino; o processo de selecionar e discernir se repete até obter a grande variedade de
ramificações nos quatro reinos, as divisões, os grupos dentro de uma divisão, as famílias e
ramos. Assim, o processo criador se apresenta ante nossa incipiente consciência em sua
admirável beleza, seqüência e desenvolvimento, e nos deixa atônitos e maravilhados com a
facilidade com que cria o Grande Arquiteto do Universo.

Observando simbolicamente toda essa beleza e simplificando o conceito (tarefa que


realiza quem trabalha com símbolos) poderíamos dizer que o 1º Raio personifica a idéia
dinâmica de Deus, e com ela o Altíssimo inicia o trabalho da criação.

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Ao 2º Raio corresponde estabelecer as primeiras formulações do Plano, sobre o qual
deve construir-se a forma, materializar-se a idéia (por intermédio dos agentes desta segunda
grande emanação) e reproduzir-se os anteprojetos com precisão matemática, unidade
estrutural e perfeição geométrica. O Grande Geômetra se coloca assim na vanguarda e
possibilita o trabalho os Construtores. O Templo se construirá sobre a figura e forma, número
e seqüências, e correlação de dados e abarcará e expressará a Glória do Senhor. O 2º Raio
é o do Mestre Construtor.

O 3º Raio constitui o agregado de forças construtoras em atividade, e o Grande


Arquiteto com Seus Construtores organiza o material, inicia o trabalho de construção e
oportunamente (à medida que continua o ciclo evolutivo) materializa a idéia e o propósito de
Deus, o Pai, guiado por Deus, o Filho. No entanto, estes três são uma unidade, como o é um
ser humano que concebe uma idéia, emprega sua mente e cérebro para expressar sua idéia e
utiliza suas mãos e suas forças naturais para aperfeiçoar seu conceito. A divisão dos aspectos
e das forças é irreal, exceto para uma compreensão inteligente.

Aqueles que lêem este tratado e desejam realmente aproveitar este ensinamento
devem treinar-se a pensar sempre em termos de todo. As classificações arbitrárias, as
divisões por triplicidades e setenários e a diversificada enumeração das forças que emanam
das sete constelações, dos dez planetas e das doze mansões do zodíaco têm por objeto
apenas dar ao estudante uma idéia de um mundo de energias no qual deve desempenhar sua
parte. Do ponto de vista da psicologia esotérica deve observar-se que todas as escolas de
psicologia se equivocam no manejo do ente humano, precisamente por esta razão; não julgam
um homem como um todo sintético e – devido à falta de conhecimento e também a carência
da faculdade intuitiva – o psicólogo comum raras vezes entra no reino da verdadeira qualidade
e dos aspectos da vida, e o homem submetido a uma análise é considerado mais ou menos
objetivamente, porque raras vezes são abordadas as verdadeiras fontes de sua natureza
fenomênica. Os aspectos determinantes do raio da personalidade, que constituem a soma
total de suas qualidades físicas, emocionais e mentais, estão em processo de ser
classificados e investigados, e já foi realizado algo de valor. As reações físicas, os hábitos
emocionais e os processos mentais – normais e anormais – do homem, se compreendem hoje
muito melhor do que a vinte e cinco anos. No entanto, enquanto não exista um conhecimento
mais adequado das qualidades dos raios, e enquanto não se determine o raio da alma de um
homem e se conheça e se diagrame o efeito desse raio sobre o raio da personalidade, a
verdadeira natureza de seu temperamento e a verdadeira causa subjetiva de suas diversas
reações, de seus complexos e inibições, continuará a ser um problema muito difícil de
manejar. Quando, por exemplo, os psicólogos compreendam que a atividade que desprendem
a qualidade e a energia da alma determinam se um homem atuará em dita vida como
introvertido ou extrovertido, então tratarão de obter esse equilíbrio das forças de raio que
permitirá ao homem expressar-se de tal forma, que deixe aberto o caminho para o mundo
externo e elimine os obstáculos do caminho para o mundo interior.

Qual é a verdadeira natureza do místico ou introvertido? É uma pessoa cuja força de


alma, raio ou qualidade, é demasiado forte para a que a personalidade a maneje. O homem
descobre que o caminho para os mundos internos de desejo-emoção e mente e visão
espiritual, são para ele a linha de menor resistência e, portanto, sofre a integração e
expressão no plano físico. O "puxão" da alma neutraliza o puxão externo, e o homem se
converte num místico visionário. Aqui não me refiro ao místico prático que está a caminho de
96
ser um ocultista branco. O oposto poderia ser verdade, então teríamos o extrovertido puro. O
raio da personalidade se concentra no plano físico e a atração interna da alma se neutraliza
momentaneamente e as vezes durante várias vidas. Quando essa condição externa e "puxão"
é muito forte e quando todas as qualidades de raio da personalidade se enfocam em um
ponto, teremos uma exposição de exibicionismo, como é chamado, ou uma personalidade
construtiva de elevado grau que expressa o gênio e as possibilidades criativas de expressão
física, emocional e mental coordenada, coordenação que se manifestará externamente no
mundo do que fazer e não internamente no mundo do ser ou alma. Ambas as condições
indicam o "gênio para a perfeição". Quando o equipamento é medíocre teremos um complexo
reprimido ou frustrado, e um forte sentimento de inferioridade que pode derivar em um
exibicionismo anormal. Quando o equipamento é refinado e treinado, teremos um trabalhador
brilhante em vários campos do esforço humano. Quando, como ocorre ocasionalmente, se
adiciona ao anterior uma tendência à introversão, com seu conseqüente conhecimento da
alma e desenvolvimento da intuição, então teremos um condutor de homens, um instrutor
proveniente dos deuses e uma potencia espiritual. Daí que seria de valor se psicólogos nestes
tempos modernos se interessassem (pelo menos temporariamente) nas premissas
enunciadas pela escola de psicologia esotérica. Com isso sairiam ganhando e, em última
análise, nada perderiam.

Os quatro raios de atributo que tem sua síntese no terceiro raio de aspecto, ressaltam
mais de suas variadas qualidades que os três raios de aspecto. Generalizando, poderia dizer-
se que a medida que nos esforçamos para elucidar o problema, os três raios de aspectos
encontram sua principal expressão, em relação ao gênero humano, por intermédio dos três
veículos periódicos:

1º. Raio Poder Vida Idéias A Mônada.


2º. Raio Amor-Sabedoria Consciência Ideal A Alma.
3º. Raio Inteligência Ativa Aparência Ídolos Personalidade.

Encontram sua expressão secundária nos três corpos que formam a personalidade do
homem.

1º Raio Poder Idéias Corpo mental Propósito. Vida.


2º. Raio Amor Ideais Corpo astral Qualidade.
3º Raio Inteligência Ídolos Corpo físico Forma.

Os raios de atributo se expressam por igual em todos os planos através de veículos


periódicos e dos três aspectos da personalidade, o fazem principalmente em um dos quatro
reinos da natureza:

4º Raio Harmonia, Conflito 4º Reino Humano.


O Equilíbrio.
5º Raio Conhecimento Concreto 3º Reino Animal.
6º Raio Devoção 2º Reino Vegetal
7º. Raio Rito Cerimonial 1º Reino Mineral.

Estes são seus principais campos de influência nos três mundos, e mais adiante
ampliaremos o tema.
97
No que se referem à humanidade, estes quatro raios de atributo se expressam
amplamente em conexão com os quatro aspectos da personalidade ou quaternário, e:

4º Raio Harmonia através do Conflito corpo físico.


5º Raio Conhecimento concreto corpo etérico.
6º Raio Devoção corpo astral.
7º Raio Organização corpo mental.

Lembrem que a inter-relação e interação são sintéticas em todos os planos: nos níveis
sem forma e também nos planos da forma e, neste contexto, com todos os estados de
consciência e em todo o universo criado.

OS SETE RAIOS

Afirma-se que existem sete grandes raios no cosmos. No nosso sistema solar apenas
um desses grandes raios está em atividade. As sete subdivisões constituem os "sete raios"
que manipulados por nosso Logos solar, formam a base de infinitas variações em seu sistema
de mundos. Estes sete raios podem ser descritos como os sete canais através dos quais flui
tudo o que existe em Seu sistema solar, as sete características predominantes, ou
modificações de vida, que não se aplicam só a humanidade, mas também os sete reinos. Na
verdade, não existe nada no sistema solar, qualquer que seja seu grau de evolução, que não
pertença ou nem haja pertencido a um dos sete raios.

A seguinte classificação dará uma explicação das distintas características dos sete
raios:

Nº Característica Métodos de Desenvolvimento Planeta Cor

(segundo A. Besant)
1º Vontade ou Poder Raja Yoga Urano Vermelho
Representa o Sol
2º Sabedoria. Equilíbrio Raja Yoga Mercúrio Amarelo
Intuição Rosado
3º Mente Superior Exatidão de pensamento Vênus Índigo
Matemática Superior Azul
Filosofia Bronze
4º Conflito Intensa luta Saturno Verde
Hatha Yoga, o mais perigoso
método para o desenvolvimento
psíquico
5º Mente Inferior Exatidão na ação A Lua Violeta
Ciência prática
6º Devoção Bhakti Yoga Marte Rosa
Necessidade de um objetivo Azul
7º Ordem Cerimonial Cumprir o cerimonial Júpiter Azul Claro
Controle das forças da Natureza Brilhante
98
Será evidente que cada um dos reinos – elemental, mineral, vegetal e animal, e
também o humano – se dividem em sete tipos primários ou raios, devido a que a
individualização (por exemplo, a transição do reino animal para o reino humano) apenas pode
ter lugar na atualidade por meio da associação com o homem, do qual se deduz que a frente
do reino animal deve haver em cada um dos raios alguma das espécies de animais
suscetíveis a influenciação humana, através da qual dita individualização pode ter lugar. Diz-
se que o elefante encabeça o tipo de animal do segundo raio, enquanto o gato e o cão
ocupam uma posição similar nos quarto e sexto raios, respectivamente. Não temos
informações sobre os demais, exceto que já não existem na Terra animais do primeiro raio.

Além de considerar os raios como canais através dos quais flui tudo o que existe,
devemos reconhecê-los como influências que atuam por sua vez, no mundo. Cada raio tem
um período de máxima influência ao qual tudo está sujeito em grande medida, não apenas o
que pertence por natureza a esse raio em particular, mas também o que pertence a outros
raios. O longo período de influência de cada raio se divide em sete etapas, cada uma das
quais está qualificada pela influência do período mais extenso de raio, o qual se intensifica
quando alcança o máximo período do seu próprio sub-raio (por exemplo, a influência do sexto
raio é maior durante o período do sexto sub-raio). Devemos observar que o termo "sub-raio"
se emprega simplesmente por conveniência, a fim de designar um período mais breve de
influência e não para indicar qualquer diferença na natureza do raio.

Diz-se que na atualidade o Raio predominante é o sexto, o Raio da Devoção, e que


está saindo de manifestação desde antes da era cristã e que o sétimo sub-raio também se
converteu numa influência modificadora há mais ou menos setenta e cinco anos (1860) e
continuará exercendo influência. O primeiro destaque de sua influência foi o Concílio
Ecumênico, em Roma (1870), com a declaração da Infalibilidade Papal. O Movimento
Tractario7 começou na Inglaterra na mesma época, enquanto que o progresso da influência do
sétimo sub-raio, ainda em curso,é caracterizado pelo constante incremento do ritualismo e
sacerdotismo nas várias igrejas, incluindo a Igreja de Roma, tem havido uma notável restrição
a autoridade clerical em matéria de dogma e prática. Nada mais direi sobre sua influência no
pensamento religioso, mais adiante considerarei seus outros aspectos.

Também foi dito que o renascimento religioso sob o regime de Wesley e Whitfield na
Inglaterra estava regido pelo sexto sub-raio, e creio que se justifica a suposição de que o
surgimento de Molinos e os Quietistas8 na Espanha e Europa Central e o San Martin e seu
grupo de filósofos espirituais na França e em outras partes, indicam o progresso do mesmo
período, durante o qual o Raio da Devoção se acentuou devido seu próprio sexto sub-raio.

Com estes poucos incidentes isolados talvez possamos chegar concluir que o tempo
em que cada sub-raio exerce sua influência modificadora tem uma duração de cento e
cinqüenta a duzentos anos.

7
Um movimento dentro da Igreja da Inglaterra, originário da Universidade de Oxford, que procurou ligar a Igreja Anglicana mais
estreitamente com a Igreja Católica Romana.
8
O Quietismo é uma doutrina e uma prática espiritual cujas origens remontam ao século XVII e à figura mais representativa
desta controvertida corrente da mística cristã, o sacerdote espanhol Miguel de Molinos. O Quietismo se difundiu na Europa,
especialmente na França, Itália e Espanha.
99
Não sabemos com que freqüência (talvez sete vezes) se repetem sucessivamente os
sub-raios no ciclo do raio maior. Logicamente deve ser mais do que uma vez, considerando
que o grande sexto raio estava ativo antes da ascensão do cristianismo. Também é evidente
que o budismo não pode ter sido, como se crê, o resultado final do grande ciclo do segundo
raio, porque o intervalo entre a aparição do budismo e do cristianismo durou apenas
quinhentos anos. Provavelmente o budismo apareceu sob a influência do segundo sub-raio
do grande período do sexto raio. Na tentativa de investigar retrospectivamente qual era a
influência do último resultado final dos sub-raios 5, 4, 3, 2 e 1, sugere-se que o período de
Alquimistas e os Rosa-cruzes pode ter sido regido pelo quinto sub-raio; a época dos
flagelantes e outros fanáticos obstinados que praticavam a auto-tortura e as mutilações foi
influenciada pelo quarto sub-raio, bem como a época em que a astrologia se praticava
amplamente representando o terceiro sub-raio, enquanto que na época anterior dos gnósticos
pode ter sido o resultado do segundo sub-raio. Estas são apenas conjecturas e ainda que na
última época mencionada pode ser possível, mas não há qualquer correspondência
cronológica nos casos anteriores, porque os Alquimistas, Flagelantes e Astrólogos, eram mais
ou menos contemporâneos na Idade Média.

A ascensão do espiritualismo moderno se deve, sem dúvida, à influência do sétimo


sub-raio, e também pode ser um prenúncio do grande sétimo raio vindouro. É interessante
observar que este movimento foi iniciado por uma sociedade secreta que existiu no mundo
desde o último período em que predominava o sétimo raio na era Atlante.

Toda grande religião que surge está sob a influência de um ou outro dos raios, mas
não significa necessariamente que cada sucessivo raio trará como resultado uma religião de
grande alcance. Diz-se que o Bramanismo é a última grande religião que surgiu sob a
influência do primeiro raio; se ignora qual pode ter sido a religião resultante do último período
do segundo raio, mas das religiões da Caldéia, Egito e de Zoroastro pode-se dizer que
representam o terceiro, quarto e quinto raios respectivamente. O cristianismo e provavelmente
o budismo foram o resultado da influência do sexto raio. O maometismo, que conta com um
grande número de adeptos, está influenciado pelo sexto raio, mas não é uma grande religião
de raiz, mas um ramo híbrido do cristianismo com uma coloração judaica.

Alguns dizem que os raios se dividem em três tipos; o primeiro raio, por si só, o
segundo raio, por si só, e os cinco restantes como um grupo. Desse ângulo são considerados
como três raios, e tipificam as várias Trindades. Outro sugestivo fragmento simbólico descreve
os três raios como utilizam, respectivamente, três tipos de fogo para ascender ao sacrifício do
altar – o elétrico, o solar e o artificial ou fogo por fricção.

Antes de considerar as virtudes, os vícios e as características especiais humanas que


diferenciam um indivíduo pertencente a um raio, de outro indivíduo que pertence a outro raio,
será conveniente referirmo-nos à origem das duas influências de raios que constituem o fator
dominante e modificador do caráter de todo o ser humano, bem como também a influência
planetária ou raio da personalidade, que igualmente modifica estas duas grandes influências
durante determinada vida.

Vimos que os sete raios são sete diferenciações de um grande raio cósmico, efetuadas
dentro do próprio Ser de nosso Logos solar, antes que Ele começasse Sua criação. Sabemos
agora que a centelha divina, o divino centro da consciência em cada um de nós, procede do
100
princípio mais elevado de nossos Logos e contém, portanto, a potencialidade de todos os
raios, mas no momento em que nosso Logos conformou incontáveis centros de consciência
divina em Si Mesmo, cada um desses centros foi colorido pelo atributo especial de um ou
outro dos raios. Tendo em vista que estes se limitaram (por exemplo, ao separar-se da
consciência absoluta do Logos, através de um véu sutil de diferenciação), necessariamente
deviam pertencer a um ou outro dos raios, por isso a essência mesma do nosso ser, a
centelha central do divino em cada um de nós, sem dúvida, pertence a um dos sete raios e
também que é o raio primário do homem.

Recorde-se que o primeiro grande influxo proveniente do Logos vivificou a substância


universal e fez com que cada átomo de matéria, dentro do círculo não se passa do Seu
sistema vibrasse em sete diferentes graus de vibração. O segundo influxo produziu as
combinações moleculares, formou os seis sub-planos em cada plano abaixo do atômico e
criou a forma. No momento do segundo influxo cada um dos divinos centros de consciência
introduziu um fio do ser em um átomo dos sub-planos mais elevados, o átmico, o búdico e o
manásico – átomos destinados a ser o núcleo dos futuros corpos, cada um em seu respectivo
plano e os três formando a tríade superior, a qual tão freqüentemente se faz referencia. Cada
átomo é influenciado por um ou outro dos raios, e os átomos átmico, búdico e manásico
mencionados pertencem todos ao mesmo raio; mas não necessariamente o mesmo ao qual
pertence o influente centro da consciência. Em realidade, na maioria dos casos, o raio do
centro da consciência e o da Tríade são distintos; um modifica o outro, o primeiro é o primário
(chamado por A. Besant o raio monádico) e o outro é secundário ou raio individual, pois o
átomo manásico é o núcleo do futuro corpo causal onde o individuo passa de uma vida para
outra. Este corpo se constrói lógica e gradualmente com partículas de matéria da mesma
qualidade e tipo do átomo de seu núcleo, e quando se constrói assim durante longas épocas
de evolução, o influente centro divino da consciência, que durante épocas evoluiu também
individualmente, une-se a ele, e o Eu ou Ego individual e imortal, começa sua ascensão
através do reino humano. Tal a terceira influência para cada alma. A influência que exerce
este raio secundário ou individual, constitui o principal fator nas primeiras etapas de evolução,
isto é, nos reinos elemental, mineral, vegetal e animal; mas logicamente a influência que está
mais profundamente arraigada deve ser a que afeta o divino centro da consciência; então,
quando tem lugar a união a que nos referimos e a entidade se converte no ego que reencarna,
o raio primário torna-se a força dominante e permanente.

Há uma outra influência sobre o qual devemos tratar. É o raio planetário a que
pertence cada ser humano ao nascer. Deve ter-se em conta que a chamada influência de um
planeta é na realidade a influencia que exerce a hierarquia que governa esse planeta. Este
raio pessoal é o fator importante que influi no caráter de um homem durante o curso de uma
vida. Digo o curso de uma vida, mas logicamente podem ser uma ou mais vidas se as
condições cármicas o exigem, pois o momento do nascimento de cada indivíduo se fixa de
acordo com as necessidades cármicas e, provavelmente todos nós – seja qual for o nosso raio
primário ou individual – temos passado vidas inteiras, de novo e de novo, sob a influência
pessoal de todos os sete raios.

2. O Atual Plano dos Raios e os Trabalhadores.

O trabalho dos primeiro e segundo raios consiste especialmente em servir de


instrumento no trabalho de materializar o Plano de Deus para nosso mundo e levar a cabo sua
101
manifestação. Seria interessante considerar aqui o Plano como se desenvolve atualmente,
porque os dois tipos de força de raio, o de poder-vontade e o de amor-sabedoria, estão agora
predominantemente ativos. Aqueles que trabalham em outras linhas de força – seja que se
expressem objetivamente ou estejam ativos subjetivamente – subordinaram temporariamente
seus interesses e cancelaram em certa medida os seus próprios projetos, a fim de enfrentar
as necessidades do mundo. Existe um Plano que agora entra em vigência, o qual tem exigido
a atenção e solicitado a colaboração leal de todos os setores do governo mundial. Em todo o
esforço organizado e em todo grande projeto de construção e de trabalho, sempre devem
subordinar-se alguns fatores a outros, e isso agora é mais necessário do que nunca no
desenvolvimento do Plano hierárquico.

Se os ensinamentos deste tratado devem alcançar o propósito para o qual foram


destinados, é essencial que entre os ensinamentos ocultos e os conceitos universais estejam
disseminados esses pontos de interesse imediato e imperativo que farão com que este tratado
seja de utilidade prática e de aplicação e vital.

Em Um Tratado sobre Magia Branca descrevi um dos primeiros passos dados pela
Hierarquia ao inaugurar o novo Plano. Este Plano foi provisoriamente formulado em 1900, em
forma de ensaio, em uma das grandes reuniões realizadas pela Hierarquia a cada 25 anos. Na
grande reunião seguinte efetuada em 1925, a fim de conseguir a colaboração, se discutiu
mais detalhadamente o novo Plano, se introduziram certas alterações necessárias (crescentes
como resultado da Guerra Mundial), e os membros deste importante Conselho resolveram
duas coisas foram:

Primeiro, que os membros da Hierarquia planetária deveriam fazer um esforço unido


durante um período de vários anos (ou seja, até 1950) para alcançar certos resultados
definidos, e durante esse tempo a atenção dos Grandes Seres deveria dedicar-se ao esforço
de expandir a consciência da humanidade e começar uma espécie de processo forçado, para
que o horizonte mental dos homens fosse tremendamente alargado, e sua fé, confiança e
conhecimento fosse igualmente aumentado e fortalecido. Decidiu-se que certas dúvidas
deveriam ser esclarecidas.

Segundo, se determinou vincular mais estreita e subjetivamente os discípulos


avançados, aspirantes e trabalhadores do mundo. Com esse fim os Mestres puseram Seus
grupos pessoais de discípulos em contato entre si, subjetiva, intuitiva e, por vezes,
telepaticamente. Assim, veio a existência o Novo Grupo de Servidores do Mundo.

Portanto, em vez de sete grupos de trabalhadores em todo o mundo, absorvidos nas


atividades que correspondem as sete linhas maiores de força – seu lugar no esquema
determinado por seu raio – os Mestres, Seus discípulos e os probatórios se agruparam em
três divisões principais, para que os campos da evolução humana, da política, da religião e da
educação, pudessem ser adequadamente servidos.

Ao mesmo tempo Eles organizaram o grupo intermediário de Servidores do Mundo que


poderia atuar como elemento de ligação, intérprete e intermediário entre a Hierarquia interna
ativa e os pensadores do mundo, e também servir como agente em cada país e em cada
grupo. Desse modo, os grupos animados pelo desejo de servir que eram (apesar de erros na
técnica e método) de utilidade para ajudar a seus semelhantes, foram absorvidos pela
102
corrente de estímulo espiritual com a intenção de aumentar sua eficácia. Os grupos
cristalizados e sectários não responderam como um todo, mas entre eles, mesmos nos mais
passivos, algumas pessoas responderam ao novo impulso.

A instituição deste novo Plano aumentou automaticamente o treinamento daqueles


homens e mulheres que apresentavam sinais de responder às influências subjetivas e à
intuição. Se considerou prudente aplicar um procedimento forçado a fim de que o gênero
humano fosse mais sensível e desenvolvesse certos poderes latentes porem ocultos; ademais
se intentou levar os mais avançados a um nível de sensibilidade e receptividade espiritual, que
até então havia sido prerrogativa dos místicos e intuitivos. Durante os últimos anos tem
continuado esse processo e os resultados foram melhores do que se havia antecipado. A
guerra que devastou o mundo eliminou muitos obstáculos.

A grosso modo, o Plano se dividiu em três partes nas mentes de seus


organizadores:

Primeiro: Política.

O objetivo do trabalho proposto foi desenvolver e estabelecer uma consciência


internacional. Este esforço seguiu a linha de poder ou vontade, de governo ou a linha do
primeiro raio. Os discípulos e aspirantes que trabalham no campo da organização e a massa
de idealistas, se organizaram para realizar este trabalho, sendo postos em atividade
trabalhadores do sétimo e do sexto raios. Portanto, os grupos se constituem em um só grupo
para realizar este esforço. Também se determinou demonstrar a necessidade de adotar uma
síntese econômica como parte do trabalho de relacionar as nações entre si, a fim de que o
espírito demonstrado por uma organização como a Cruz Vermelha, por exemplo, também se
evidenciasse internacionalmente na interação mútua das nações. É preciso ressaltar que a
pressão e tensão materiais e a destruição dos velhos partidos políticos e das relações
comerciais desempenhariam sua parte. Foi decidido demonstrar a necessidade de estabelecer
um espírito internacional de dependência e inter-relações, para que as nações se vissem
obrigadas a compreender politicamente que o isolamento, a separatividade e o cultivo do
egoísmo nacional deviam desaparecer, e demonstrar ademais que o espírito nacional, colorido
por um sentimento de superioridade e pelo ódio de classes e dos antagonismos raciais,
constituía uma barreira ao verdadeiro desenvolvimento da humanidade. O povo deve ser
ensinado que o desejo de acumular possessões é um obstáculo à verdadeira
expansão. Assim se traçaram os planos para que viesse gradualmente à existência a
Irmandade das Nações, com base na necessidade, compreensão e mútua ajuda.

O principal objetivo foi estabelecer um estado de espírito e não uma Utopia mítica
impossível, ou essas condições materiais pelas quais um grupo se queda totalmente
subordinado pela vontade-ao-poder de outro grupo, que impõe um condição padronizada e
uniforme, mediante o emprego da força, de uma ou outra forma. O trabalho indicado e
apresentado ao Novo Grupo de Servidores do Mundo consiste em enunciar os princípios das
relações nacionais que fundamentam um estado ou federação mundial, e suas instruções
eram para se fazer ouvir pelos líderes em diversos países e, portanto, lenta e gradualmente
despertar as massas (por seu intermédio) para o verdadeiro significado dessa palavra tão
superficialmente pronunciada, mas pouco compreendida, Irmandade.

103
Este trabalho é, talvez, a tarefa mais difícil que tenha sido imposta a Sociedade de
Mentes Organizada. Os ódios raciais e aspirações nacionais são tão fortes, e a ignorância das
massas tão grande, que foram necessários todos os recursos daqueles que trabalham na
linha de governo e poder (o primeiro raio) a fim de fazer o requerido impacto na consciência
pública. Existiram e ainda existem muitas coisas que destruir antes que as nações cheguem
ao um ponto no qual sejam sensíveis à nova visão e capazes de reconhecer a necessidade de
cada nação.

É interessante observar que a idéia do poder controlado e beneficamente aplicado


daqueles que trabalham com idéias e por intermédio delas – durante os últimos anos – se
materializou no plano físico por meio da ditadura do proletariado, dos trabalhadores de uma
nação, como a estabelecida na Rússia. Esta foi uma subversão do regime e controle
aristocrático contra a burguesia e os intelectuais, o qual glorifica o trabalho e os trabalhadores,
e também levou a expulsar do país (por morte ou exílio) alguns dos seus melhores
elementos. No entanto, por trás de todos os erros, as crueldades e materialismo grosseiro, se
encontram grandes ideais – a satisfação das necessidades de todos, a beleza do serviço
mútuo e a divindade do trabalho construtivo.

Na Alemanha, temos a ditadura da superioridade racial e a intenção de endeusar uma


raça. Sem um senso de humor e uma verdadeira compreensão, a raça se prepara para impor
disposições a outras raças, mediante o peso de seus pensamentos e realizações, porém
através da guerra. No entanto, o ideal do super-homem é um ideal verdadeiro, e deve ser
apresentado ante o mundo. Momentaneamente eles se esqueceram de que o super-homem é
o objetivo de todos, e que os asiáticos, nórdicos, judeus, gentios, americanos, anglo-saxões,
africanos e todas as outras raças mundiais, são filhos do mesmo Pai, nutridos a partir da
mesma fonte de Vida e salvos pelo mesmo divino princípio Crístico. Por isso o super-homem
surgiu e surgirá de todos os povos e se encaminhará até as fileiras da Hierarquia Espiritual e
do Novo Grupo de Servidores do Mundo.

Na América, temos a ditadura do comércio organizado que tenta regular e controlar


toda a economia da nação e introduzir-se profundamente, por meio das mentes treinadas que
estão no governo, até as próprias raízes da existência nacional. Falando em termos gerais,
tem pouca importância que certos tipos de mentalidades considerem isto como violação à
liberdade do indivíduo, se for comparado com a síntese que surge gradualmente e que tende
a eliminar subjetivamente a ganância e acabar com a exploração de muitos por uns
poucos. Na Grã-Bretanha temos a ditadura do império (se um termo tão paradoxal pode ser
empregado), mas é um império controlado e equilibrado pela classe média. Na Itália, Turquia
e outras nações, outros grandes experimentos estão em curso.

Aqueles que originaram esses vários movimentos nacionais freqüentemente ignoram


os impulsos por trás de seu trabalho, e são com freqüência incapazes de explicar o ideal para
a qual trabalham, exceto em termos de ambição e poder humano. No entanto, sem o saber,
são realmente sensíveis as grandes idéias introduzidas em suas mentes pelas Mentes por trás
da cena. Respondem à idéia de interesse geral, da igualdade humana, do super-homem, da
necessidade universal de negociar, da distribuição da riqueza, mas – e isto é um ponto
importante – devido a não se enfatiza a síntese interna do esforço, não existe um
conhecimento geral sobre a origem dos grandes conceitos, nem o conhecimento sobre a
Irmandade interna, que guia a humanidade para uma Irmandade externa, esses grandes
104
princípios estão sendo amplamente distorcidos, se aplicam egoisticamente e se utilizam em
forma separatista. Ardem com intensidade os fogos do ódio racial, as diferenças de classe, o
antagonismo racial e orgulho nacional.

Tal é o problema que tem hoje ante si os Grandes Seres. O que podem fazer eles para
levar as nações, por intermédio do setor interno do governo e do regime político que
consideramos, a uma compreensão da unidade essencial e ao estabelecimento do que nós
todos sonhamos "paz na Terra e boa vontade entre os homens "?

Segundo: Religião.

O objetivo deste departamento consiste em estabelecer uma compreensão universal


da realidade e fomentar o crescimento da consciência espiritual. Embora as diferenças
religiosas sejam as mais difíceis de eliminar ou sanar, com certeza tem progredido muito esse
aspecto do trabalho hierárquico. Existe no mundo atualmente um elevado número de pessoas
que acreditam fundamentalmente na irmandade das religiões. Se bem que as massas
ignorantes em toda parte têm pouca ou nenhuma idéia das coisas espirituais eles podem ser
mais facilmente levados a acreditar em um só Deus e num credo universal do que qualquer
outra idéia. Milhares de indivíduos são abertamente agnósticos ou não crêem em nada,
enquanto milhares estão insatisfeitos pelo controle da autoridade teológica. Apesar disto,
contem em si o germe do espírito de amor que normalmente é inclusivo e intuitivo. De uma
maneira curiosa centenas de milhões do Oriente apresentam aos Grandes Seres um problema
muito mais sério do que os povos do Ocidente, porque a ignorância sobre os assuntos
religiosos do mundo predomina profundamente entre as massas asiáticas, devido ao
analfabetismo generalizado entre as diversas raças e sua conseqüente exploração e controle
fácil por demagogos religiosos, profetas fervorosos e reacionários.

Os discípulos ou trabalhadores do segundo raio manejam agora ativamente este


problema. É interessante observar que o êxito obtido em quebrar as antigas barreiras e
alcançar uma disposição espiritual no Ocidente se deve, em grande parte, ao trabalho dos
orientalistas estudiosos da França, Alemanha e Inglaterra. Eles tornaram acessível no
Ocidente a literatura do Oriente em toda a sua beleza, e vincularam as verdades espirituais de
todas as épocas, com apresentação cristã da verdade, demonstrando que todas têm o mesmo
valor progressista. Agora as massas da Índia, da China e da África do Norte, têm que
despertar para o significado interno de suas próprias crenças e refletir sobre o papel da parte
que desempenha o cristianismo no mesmo grande programa religioso. Isso ocupa toda a
atenção de certos instrutores de segundo raio na Índia, no Japão e na Síria.

Durante os próximos dez anos o trabalho da Fraternidade das Religiões (da qual as
organizações externas são sua exteriorização) aumentará em grande medida. Teremos em
breve a estrutura interna de uma fé mundial tão claramente definida nas mentes de milhares
de pessoas, que sua estrutura externa, inevitavelmente, aparecerá antes do fim do século.

A estrutura interna da Federação Mundial das Nações estará oportunamente bem


organizada, e sua forma externa se erguerá rapidamente no ano de 2025. Não deve deduzir-
se por isso que teremos uma perfeita religião mundial e uma completa comunidade de
nações. A natureza não age tão rapidamente, mas o conceito e idéia serão desejados e
reconhecidos universalmente e em forma geral se trabalhará para estabelecê-los; quando
105
existam essas condições, nada poderá impedir a aparição da forma física final que
corresponde a esse ciclo.

Terceiro: Cientifico.

Aqueles que trabalham nesta linha se impuseram como meta a expansão da


consciência do homem, e se ampliará de tal modo seu horizonte que terá lugar uma síntese
do tangível e do inatingível. Isso fará com que o gênero humano ente em um novo e subjetivo
reino e se compreendam os novos estados de consciência. Tais desenvolvimentos serão
produzidos por aqueles que trabalham nos campos da educação, da ciência e da psicologia.
Grandes coisas estão a caminho atualmente e a atividade de trabalhadores do terceiro e
quinto raios nunca foi tão bem dirigida e nem foi tão potente como hoje.

Como eu disse e volto a repetir, os trabalhadores de todos os raios estão organizados


para tomar parte em um esforço supremo – esforço feito que foi orientado e preparado pela
era cristã. O sétimo e sexto raios se ocupam do trabalho do governo e de produzir uma nova
síntese e, assim, a força de todos os que trabalham nestas linhas se combina com a energia
do primeiro raio. As energias dos aspirantes e discípulos do terceiro e quinto raios são
aplicadas para expandir a consciência humana, trazer à luz as maravilhas ocultas do universo
e acelerar o desenvolvimento dos poderes latentes no gênero humano. Quando se despertem
estes poderes, se ampliarão em grande parte os atuais sentidos e se admitirá o homem nesse
mundo que está por trás do véu da ignorância e da matéria.

Observarão que o trabalho de eliminar o isolamento e a separatividade grupais é tão


árduo que requer as energias unidas de três grupos de trabalhadores para alcançar os
resultados desejados. Portanto, sete grupos de trabalhadores estão organizados assim:

1. Setor político Primeiro, sexto e sétimo raios.


2. Setor religioso Segundo e quarto raios.
3. Setor educacional Terceiro e quinto raios.

Não se esqueçam que, enquanto o trabalho é realizado em três campos do


pensamento e da atividade humana, o resultado líquido é um esforço realizado para produzir
uma síntese e uma grande campanha preparatória a fim de revelar maravilhas que ainda não
se pode detalhar. O reconhecimento de sua veracidade depende do crescimento interior e
iluminação, crescimento que está sendo acelerado e conduzirá a que se reconheça mais
facilmente o que está a caminho. Lembrem também que a revelação raras vezes vem de onde
se espera. A luz afluirá sobre a humanidade e modificará suas condições de vida, mudará sua
visão sobre os assuntos mundiais e inaugurará uma nova era que se caracterizará por sua
aptidão para a síntese e colaboração grupais, mediante os novos poderes mentais que
conduzirão a uma reorientação da mente, a fim de que possa funcionar com igual facilidade
em duas direções. Poderá dirigir-se externamente para o mundo das formas manifestadas e
internamente ao mundo da síntese, da unidade e do espírito. Será adotada uma nova atitude
perante a vida, que se evidenciará em um maior senso dos valores, porque a vida terá um
significado até agora desconhecido, e haverá uma interpretação desse significado que
enriquecerá nossa experiência diária. Para este fim, os verdadeiros trabalhadores dedicam
hoje todo o seu esforço.

106
Anteriormente neste tratado me referi às áreas de dúvida que agora existem na mente
humana, e agora gostaria de referir-me brevemente as três principais que – uma vez
esclarecidas – facilitarão a entrada da nova era com suas novas civilização, ciências e
religião. Existem três problemas que durante os próximos anos terão uma inteligente solução,
na mente dos mais conservadores, e os intuitivos e iluminados o consideraram como
definitivamente resolvidos. Estes três problemas constituem os objetivos principais nos
campos da ciência, da política e da religião. Uma vez resolvidos, trarão a rápida solução de
problemas mundiais de governo, da matéria e da fé. Observe a diferença e significado destas
três últimas palavras.

O PROBLEMA DAS IDÉIAS

Em última análise, o principal problema mundial de governo constitui a aplicação


inteligente das idéias. Aqui é onde se faz sentir o poder da palavra, bem como na religião ou
educação, se faz sentir o poder da palavra escrita e impressa. No campo da política, as
massas são seduzidos por seus oradores, e nunca o fizeram em tal medida como agora, por
meio do rádio. Se repetem incessantemente ao público teorias a respeito das ditaduras,
comunismo, nazismo, fascismo, marxismo, nacionalismo e ideais democráticos. Se
apresentam sistemas de governo de algum grupo de pensadores, sem dar-lhes tempo para
refletir ou pensar com clareza. Se difundem antipatias raciais e se expressam preferências e
ilusões pessoais, enganando aos irreflexivos. Sempre terá seguidores o homem que tem o
dom da palavra e oratória eloqüente e pode expressar com veemência as queixas do povo, o
malabarismo em estatísticas, o fanático que oferece infalível cura aos males sociais e o
homem que sente prazer em atiçar os ódios raciais. Tais pessoas podem facilmente perturbar
o equilíbrio da comunidade e conduzir, ao êxito e poder transitório, ou descrédito e
esquecimento, a um grupo de seguidores irreflexivos.

No conjunto deste jogo de idéias e do constante impacto sobre a consciência humana


dos grandes conceitos que residem por trás de nosso processo evolutivo, a raça está
desenvolvendo o poder de pensar, de selecionar e de construir sólidas bases. Através da
apresentação evolutiva destas idéias se marcha firme rumo a uma liberdade de pensamento
(mediante o antigo método da experimentação, eliminação e esforço renovado, mas sempre
com novos conceitos), o que permitirá a humanidade a construir exatamente de acordo com
os padrões de pensamento que subsistem na estrutura externa do nosso mundo. As mentes
mais agudas desta era são cada vez mais sensíveis a estes padrões, e assim a mente
individual pode reconhecê-los, tirá-los da escuridão e trazê-los à luz do dia. Assim, os
verdadeiros padrões estarão à disposição de todos, desempenharão sua parte na condução
da raça até o seu destino, até a profunda compreensão que molda os tipos raciais e sintética
compreensão que dará como resultado a verdadeira compreensão da Irmandade. Assim os
pensamentos desempenharão sua parte, e o problema das idéias será compreendido cada
vez mais, até em que chegue o momento que os intuitivos treinados e pensadores e sejam
capazes de trabalhar diretamente no mundo de conceitos e revelar (para uso da raça) as
idéias arquetípicas sobre as quais se deve construir. Ao dizer isto poderiam acusar-me de
romancear e que dizer coisas impossíveis, mas o tempo comprovará a veracidade das minhas
previsões. A estrutura mundial emerge dos padrões de pensamento interiores e está
construída de acordo com eles, os quais produzem a atual proliferação de experimentos
governamentais em todas as nações. Mas não existe na atualidade treinamento algum sobre o
processo de fazer contato com o mundo dos padrões, nem sobre a verdadeira interpretação
107
das idéias, daí os problemas. Mais adiante, quando a raça ver seu problema com claridade,
agirá com sabedoria e treinará com cuidado seus Observadores e Comunicadores. Serão
pessoas nas quais se haja despertado a intuição pelo comando de um impressionante
intelecto, cujas mentes estão tão subordinadas ao bem do grupo e tão livre do sentido de
separatividade, que não constituem um obstáculo para entrar em contato no mundo da
realidade e da verdade interior. Não serão necessariamente pessoas que poderiam ser
chamadas de ―religiosas‖ no sentido comum da palavra, mas sim serão os homens de boa
vontade, de elevada calibre mental, com mentes bem providas e equipadas, livres de egoísmo
e ambições pessoais, animados pelo amor à humanidade e pelo desejo de ajudar a raça. Uma
pessoa assim é uma pessoa espiritual.

O PROBLEMA DE DEUS

No mundo da religião reside a solução para o segundo problema, e se eliminará da


consciência humana outra dúvida. O fato de Deus será estabelecido e terminarão as dúvidas
dos homens a respeito disto. Tal Deus não será um Deus nacional ou racial, nem cristão,
hindu ou budista, tampouco uma ficção da imaginação criativa do homem ou uma extensão da
sua própria consciência, mas sim uma Divindade com vida essencial, soma total de todas as
energias; a energia da própria vida, a energia do amor, a energia da inteligência, da
experiência ativa, e essa energia que produz a interação entre o visível e o invisível; um Deus
verdadeiramente transcendente e, ao mesmo tempo, realmente imanente; um Deus tão
grandioso que os céus o proclamam, e tão íntimo que até mesmo a criança mais humilde pode
reconhecê-Lo.

Se perguntarão como pode ser isso? Minha resposta será simples e ao mesmo tempo
tão científica e profunda em seu significado, que só quando se compreenda que é a realidade
de um processo natural, então será avaliada com exatidão. Quando desencarnamos Deus
pode ser visto e conhecido, mas por meio da visão interna Deus pode ser visto ainda que o
homem ocupe um corpo. A Divindade não pode ser vista com o olho físico, mas em todas as
partes existem sinais da divindade. Há um olho que pode ser desenvolvido e utilizado, e que
permitirá a seu possuidor ver Deus agindo no lado interno da Vida, dentro de si mesmo e
dentro de todas as formas, porque "quando teu olho é uno, todo o teu corpo está pleno de
luz." Nessa luz veremos a Luz e assim veremos a Deus. As três palavras: eletricidade, luz e
vida, expressam a divindade, e sua síntese é Deus. Quando sabemos pela própria experiência
que os três são um, então conheceremos a Deus. Hoje usamos o aspecto inferior e estamos
cada vez mais conscientes disso. O segundo aspecto, a luz, está prestes a ser revelada pela
correta compreensão dos fenômenos elétricos. É aí que reside a chave para uma nova era, a
era da luz, da iluminação e da revelação. Os esotéricos do mundo compreenderão algo do
que me refiro, e em suas mãos está a tarefa de treinar a humanidade para que os homens
utilizem a verdadeira visão e aprendam a usar o "único olho". Gostaria de observar, no
entanto, que a maior parte dos verdadeiros esotéricos estão fora, não dentro do conjunto de
escolas denominadas esotéricas.

O PROBLEMA DA IMORTALIDADE

A terceira dúvida – a dúvida a respeito da realidade da imortalidade – a ciência


eliminará em breve, como resultado da investigação científica. Alguns cientistas aceitarão a
hipótese da imortalidade como base de trabalho sobre o qual fundamentar sua pesquisa e o
108
farão com a disposição de aprender e dispostos a aceitar e formular conclusões baseadas em
evidências reiteradas, conclusões que por sua vez formarão a base de outra hipótese. Dentro
dos próximos anos, a realidade da persistência e da eternidade da existência terá ido além da
dúvida e penetrado no reino de certeza. Este problema será deixado para trás; não haverá
nenhuma dúvida na mente de ninguém que ao abandonar o corpo físico o homem continua
sendo uma entidade viva e consciente. Se saberá que perpetua sua existência em um reino
que está além do físico. Se saberá que ainda vive, desperto e consciente. Este fato se
demonstrará de várias maneiras. Através do desenvolvimento de um poder dentro do olho
físico de um ser humano (poder que sempre existiu e raras vezes foi utilizado) se revelará o
corpo etérico, o "duplo", como às vezes é chamado, e os homens serão vistos ocupado esse o
corpo em uma área definida do espaço, e quando esse corpo morre ou se desintegra, o corpo
físico fica para trás. Além disso, a medida que aumenta o número de pessoas que têm o poder
de usar o "único olho", às vezes chamado de "o terceiro olho desperto", ajudarão a
demonstrar a realidade da imortalidade, porque eles verão facilmente o homem que
abandonou seu corpo etérico, bem como seu físico. Devido a sua superioridade numérica e
idoneidade de sua posição, triunfará seu ponto de vista. No campo da fotografia e também
mediante um descobrimento que está sendo investigado na atualidade, se comprovará a
sobrevivência. Com o tempo se estabelecerá a comunicação, através do rádio, com aqueles
que passaram ao além, o eventualmente se tornará uma verdadeira ciência.

Portanto, certos acontecimentos iminentes ajudarão mais do que qualquer outra


atividade iniciada até o momento, a descerrar o véu que se interpõe entre o visível e o
invisível. Sobre isto tudo o que posso dizer é que se obterá a iluminação e se revelará uma
irradiação que produzirá em um enorme estímulo ao gênero humano e provocará o despertar
de uma nova modalidade. O homem será sensibilizado a tal grau de percepção e contato que
poderá ver através das coisas, o que irá revelar a natureza da quarta dimensão, fundindo em
um novo mundo o subjetivo com o objetivo. Então a morte já não inspirará terror e o medo
particular que provoca chegará ao fim.

Os homens estão tão ocupados com sua demanda por luz, clamam tão ansiosamente
por liberdade da atual cegueira e pedem tão angustiosamente alívio para o caos circundante,
que esquecem com freqüência o grande esforço e "empuxo" Interno que realizam os
Guardiões do Plano e Seus colaboradores. Seu desejo de ajudar é agora mais intenso do que
nunca, a medida que os seres humanos exigem veementemente o privilégio de obter luz. O
clamor da raça, além de uma resposta da Hierarquia de espera, deve produzir inevitavelmente
grandes resultados O desejo de saber e ensinar estão em verdade relacionados e são parte
do processo natural do desenvolvimento consciente. Nas próximas décadas, terá lugar um
acontecimento de implicações tão profundas e amplas, que a era atual será considerada
como uma idade das trevas. A ciência vai penetrar mais profundamente no reino do intangível
e trabalhará com médiuns e aparatos desconhecidos até agora. A liberação do poder do
átomo sinalizará uma era revolucionária e a ciência terá que eliminar e aportar muitas coisas a
medida que trabalha com energias e formas de vida até então desconhecidas. Os
espiritualistas descobrirão os meios que facilitarão grandemente o contato com aqueles que
atuam fora do corpo físico, e um grupo de médiuns começará a agir como intermediário para
um certo número de cientistas que estão no lado interior da vida e aqueles que ainda estão
em corpos físicos. Devido a atividade que divulgarão as verdadeiras escolas esotéricas, se
instituirá uma técnica de treinamento que desenvolverá os novos poderes, os quais
corroborarão com a antiga verdade, transformando as crenças dos homens em firmes
109
convicções. Pelo trabalho estimulador e ocultamente cientifico do setor religioso, os homens
adquirirão um novo conhecimento e consciência e alcançarão essa elevação que conduzirá a
humanidade ao Monte da Transfiguração. Através do trabalho feito no setor governamental, os
homens chegarão a compreender as idéias que impulsionarão as nações para dar o próximo
passo, a fim de ajudar-se mutuamente.

Tratarei de explicar o profundo objetivo da Irmandade, para que possam compreender


e colaborar. A humanidade está destinada a funcionar como uma usina mediante a qual
podem fluir certos tipos de energia divina às diferentes formas de vida nos reinos
subumanos. Deve captar-se e dirigir-se com inteligência este fluxo de energia para por fim a
estas condições de decadência e morte prevalecentes em todas as partes. Assim o gênero
humano pode unir as manifestações superiores e inferiores da Vida, o que será possível
unicamente quando o homem tiver unido (dentro de si) seus aspectos superiores e
inferiores. Este é e deve ser um dos objetivos de todo o treinamento esotérico. O homem deve
adquirir a capacidade de agir livremente em uma ou outra direção, a fim de estabelecer
facilmente contacto com a Vida de Deus à medida que ela flui através das formas que
chamamos super-humanas e as denominadas subumanas. Tal é a emergente meta.

Os próximos anos marcarão um esforço intensivo por parte da Hierarquia e da parte do


Novo Grupo de Servidores do Mundo. Há um prazo fixado para esse esforço; posteriormente
este tipo de atividade finalizará e os trabalhadores atuarão em campos mais amplos, se
tiverem feito um trabalho eficaz. Se as pessoas de tendência espiritual e intelectual da raça
falharem no momento de dar início ao Plano, arrebatando-o do invisível e levando-o para o
visível, então teremos um período de dificuldades e progresso mais lento, mas não um
colapso total da estrutura civilização, como apregoam os propagadores do medo. Não se deve
antecipar tal fracasso nem tal retrocesso dos cuidadosos planos feitos pelos Observadores do
lado interno. Entre os discípulos e aspirantes do mundo se difundiu o comando para unir-se
em um intenso trabalho, e desse chamado dos Grandes Seres tratam de ocupar-se. Toda a
humanidade é necessária e deve ir adiante com esperança e certeza. A Hierarquia trabalha
em forma concentrada e dedica todos os seus esforços para que o Plano tenha êxito. O Novo
Grupo de Servidores do Mundo está se integrando mais estreitamente e planejando
cuidadosamente o trabalho que deve realizar. Os três centros de atividade são: Nova York,
Genebra e Londres, e se estão acumulando forças nos centros de Darjeeling e Tóquio.

Desafio a todos os pensadores do mundo a abandonar seus sectarismos,


nacionalismos, partidarismos e num espírito de fraternidade, trabalhar em sua nação,
considerando-a como parte integrante de uma grande federação de nações – federação que
já existe internamente, mas espera ser materializada mediante a atividade dos pensadores do
mundo. Exorto-os a trabalhar pela causa da religião e no campo dessa religião particular, na
qual estão interessados, seja por acidente de nascimento ou escolha, e a considerar cada
religião como parte da grande religião mundial. Devem também considerar que as atividades
do seu grupo, sociedade ou organização, demandam ajuda, na medida e apenas na medida
em que os princípios em que se baseia e as técnicas que empregam, sirvam para o bem geral
e promovam a realização de Irmandade.

Peço-lhes que abandonem seus antagonismos e antipatias, ódios e diferenças raciais


e tentem pensar em termos de uma única família, uma única vida e uma única
humanidade. Não peço uma resposta sentimental ou devocional a este desafio. Gostaria de
110
lembrar que o ódio e a separatividade levaram a humanidade a sua penosa situação
atual. Mas adicionaria a isto a advertência, de que existe hoje no mundo quantidade suficiente
de pessoas que alcançarão a liberação, as quais poderão produzir mudanças nas atitudes da
humanidade e da opinião pública, sempre que se ponham a altura, por um ato de vontade, do
que elas conhecem e acreditam.

Também os desafio para que se sacrifiquem, a consagrar-se a si mesmos, seu tempo


e seu dinheiro, e se interessem em difundir estas idéias entre aqueles que os rodeiam, em
seu meio ambiente e no grupo a que pertencem, despertando assim a seus companheiros de
grupo. Exorto-os novamente a que façam um esforço unido para incutir as idéias de
fraternidade e de esforço de unidade. Peço-vos que reconheçam aqueles que trabalham em
todos os grupos e os ajudem. Também lhes recomendo que guardem silêncio diante das
palavras de ódio e de crítica e que falem em termos de irmandade e de relações
grupais. Lhes rogo que procurem fazer de cada dia um novo dia em que enfrentam uma nova
oportunidade. Tentem esquecer seus próprios assuntos, suas pequenas tristezas,
preocupações e suspeitas, ante a urgência da tarefa que deve realizar-se, e espalhem o culto
de unidade, do amor e da inofensividade.

Gostaria também que se afastem dos grupos que procuram destruir e atacar, não
importa quão sincero seja seu motivo. Devem aderir a trabalhadores que têm fins construtivos,
que não lutam contra outro grupo ou organização, e que tenham eliminado do seu vocabulário
a palavra "anti". Sejam parte dos que constroem silenciosa e constantemente para a nova
ordem – ordem que é baseada no amor, construída sob o impulso da fraternidade e possui
uma compreensão da fraternidade que se baseia no conhecimento de que somos cada um e
todos, não importa qual seja nossa raça, filhos do mesmo Pai Único e que chegamos a
compreender que os antigos modos de trabalhar devem desaparecer e proporcionar uma
oportunidade para novos métodos.

Se não sabem ensinar, pregar ou escrever, contribuam com idéias e dinheiro para que
os outros possam fazê-lo. Ofereçam suas horas de lazer e minutos de ócio para que os outros
estejam livres e possam dedicar-se a servir o Plano; contribuam com o seu dinheiro para que
possa progredir com mais rapidez o trabalho daqueles que pertencem ao Novo Grupo de
Servidores do Mundo. Perde-se muito tempo em coisas não essenciais. A maioria de vocês
dá pouco ou nada de seu tempo. O mesmo ocorre com o dinheiro. Devem dar como nunca o
fizeram antes, a fim de possibilitar a parte física do trabalho. Alguns oferecem tudo que
possuem, e o poder que tal atitude libera é muito grande. Aqueles que atuam no lado interno
agradecem tudo que dão com grande sacrifício pessoal. Outros dão o que lhes sobra e
somente quando não implica em sacrifício. Esta condição deve terminar; se deve dar ao
máximo com compreensão e justiça para que a era de amor e luz se introduza mais
rapidamente. Não importa onde ou que dêem, basta dar – pouco se tem pouco tempo ou
dinheiro; muito, se possuem muito. Trabalhem e dêem, amem e pensem, ajudem a esses
grupos que constroem e não destroem, amam e não atacam, elevam e não derrubam. Não se
deixem enganar com argumentos plausíveis de que a destruição é necessária. Não há dúvida
de que é, mas o ciclo de destruição praticamente terminou, se pudessem compreender! E os
construtores devem agora começar a trabalhar.

Por tudo isso os exorto a levar uma vida mais profunda, e lhes imploro que, para o bem
de seus semelhantes, reforcem o contato com a própria alma; com o que terão
111
desempenhado seu papel para possibilitar a revelação, de modo que terão ajudado a trazer a
luz e estarão, portanto, em condições de tirar proveito dessa nova luz e informação e poderão
mostrar melhor o caminho e limpar a senda para o desnorteado buscador. Aqueles que não
estão preparados para os acontecimentos serão cegados pela luz emergente, confundidos e
maravilhados com o que se revelará e impelidos pelo sopro vital de Deus; corresponde a
vocês capacitá-los para esse acontecimento.

Antes de prosseguir vou abordar as aparentes contradições que ocorrem (ou podem
ocorrer) neste tratado. As vezes se diz que em um raio está em manifestação e em outras
ocasiões fora de manifestação. Podemos falar da influência que exerce sobre um reino
particular da natureza e, em seguida, dizer que outro raio é aquele que pode ser considerado
de primordial importância. Estas discrepâncias são só aparentes e a causa reside na correta
compreensão da Lei dos Ciclos. Enquanto não seja compreendida esta fundamental Lei de
Periodicidade (o que não será possível até que o homem haja desenvolvido a visão da quarta
dimensão), será difícil evitar as aparentes contradições. Um raio pode estar em encarnação
em certo momento e exercer assim uma grande influência, e ainda um outro raio pode reger
ao mesmo tempo o ciclo maior – ciclo do qual o raio que se esteja considerando pode ser só
um aspecto temporário. Por exemplo, o Sétimo Raio da Organização Cerimonial está agora
entrando e o sexto Raio da Devoção está saindo; no entanto, o sexto raio tem um ciclo maior
e sua influência não desaparecerá completamente até dentro de 21.000 anos. Ao mesmo
tempo bem pode ser considerado como o sexto sub-raio do quarto Raio da Harmonia através
do Conflito, que tem estado em manifestação por milhares de anos e continuará a agir por
outros 40.000 anos. Mas, ao mesmo tempo, este quarto raio está fora de manifestação no
tocante à sua influência menor e cíclica.

Compreendo perfeitamente que esta informação é muito confusa para o neófito


ocultista, e só os estudantes que preencham os requisitos para captar as linhas gerais e as
amplas proposições fundamentais, serão capazes de extrair dessas instruções a verdadeira e
desejada perspectiva. Se o leitor se perde no acúmulo de possíveis análises e no intrincado
dos detalhes transmitidos, não poderá penetrar no reino da clara visão que se persegue.
Quando se elimine os detalhes e se ocupe da conformação geral do Plano Solar, então estará
capacitado para colaborar com a inteligência necessária. Portanto leiam de forma construtiva
e sem hesitação, sabendo que não é fácil ver o Plano tal como existe nas mentes dos
Construtores que trabalham em estreita colaboração, de acordo com o Plano inicial, não
obstante realizam Seus esforços individuais em forma concentrada e empenho sustentado.

3. Três Proposições Importantes

Temos estudado a significância do trabalho dos sete Construtores criadores porque


expressam o aspecto vida e qualificam a aparência fenomênica através do qual se manifesta a
Vida Una. Essa qualidade, no tempo e espaço, é a que determina a aparência fenomênica,
sendo a terceira e principal proposição. Os dois primeiros são:

a. Cada Vida de raio é uma expressão de uma Vida solar, portanto, cada planeta está
conectado com os demais, animados pela energia de um dos sete sistemas solares
e ativado por uma tripla corrente de força.

112
b. Cada um dos raios é receptor e guardião de diversas energias, provenientes de
distintas fontes.

A estas duas proposições devemos acrescentar que:

c. É a qualidade de uma Vida de raio que determina, no tempo e no espaço, a


aparência fenomênica.

Estas três proposições resumem o ensinamento fundamental da segunda parte deste


tratado. Aqui posso indicar-lhes o êxito, creio eu, da eficácia prática de compreender
verdadeiramente estes ensinamentos ocultistas um tanto avançados. Por exemplo, se a
primeira proposição é estudada, se observará que uma Vida de Raio é a expressão de uma
Vida solar. Tomemos agora essa ampla idéia e façamo-lo especificamente individual,
aplicando-se a mesma proposição a um homem individual, tendo em vista que cada
personalidade está destinada a ser a expressão de um anjo solar, estando em conseqüência
vinculada a todos os demais anjos solares do reino das almas. Cada um é animado pelas
energias provenientes dos sete grupos de anjos solares, que estão similarmente em contacto
com a vida do planeta, do sistema solar e com a força adicional do sistema. Não é isto acaso
de vital importância prática? Não merece um estudo cuidadoso e consideração a atitude da
personalidade para com a vida, e a medida de sucesso que conseguiu o anjo solar em um
determinado ponto dado no tempo e no espaço (que, em última análise, a personalidade é
apenas isso), a medida que constrói e qualifica sua aparência fenomênica? Aqui podemos ver
o valor científico do estudo dos ideais, da concentração sobre as virtudes e qualidades divinas
e da análise intelectual a respeito dos divinos atributos de qualquer um dos grandes filhos de
Deus.

A segunda proposição afirma, por outro lado, que cada um dos sete raios é receptor e
guardião das energias provenientes do universo, introduzem o conceito básico de inter-
relação, de intercomunicação, de interdependência, de responsabilidade colaboradora e de
serviço. Estas relações, como bem sabemos, subsistem no princípio da Fraternidade que a
raça agora começa a captar e discutir. Por isso uma das proposições principais que regem as
forças construtoras do universo é de verdadeira aplicação prática na vida mental e na atitude
do homem de hoje.

A primeira proposição refere-se ao ego ou anjo solar, e sua realização.

A segunda proposição diz respeito à captação mental do homem "inspirado" –


inspiração superior que provem do seu anjo solar.

A terceira proposição afirma que a qualidade determina a aparência, e está destinada a


controlar ou dirigir a vida sensória ou de desejo da personalidade, pois de acordo com a
qualidade de seus desejos será a aparência que emergirá gradualmente.

O homem é inata e verdadeiramente divino, mas a qualidade do anjo solar faz sentir
sua presença apenas de forma lenta e durante o ciclo evolutivo; se manifestada tenuamente,
e surge ocasionalmente, embora a soma total das características de determinada vida está
colorida pela qualidade divina de acordo com a capacidade egóica de controlá-la ou expressá-
la, distorcida nas primeiras etapas pela substância, até torná-la quase irreconhecível. Estas
113
três proposições merecem uma cuidadosa reflexão e até deveriam ser meditadas, porque
assim como expressam as leis sob as quais trabalham sete Construtores criadores, também
expressam as leis sob as quais o aspirante pode agora começar a trabalhar.

4. Qualidade no Mundo das Aparências

Agora tentarei definir a palavra "qualidade" que personifica o segundo aspecto de raio,
o qual é o raio determinante ou segundo aspecto manifestante da divindade. É o aspecto do
Cristo ou Vishnu; é o aspecto consciente e sensível da divindade na forma. Também disse
que se consideraria sua expressão no mundo dos fenômenos, significando assim o mundo
das aparências externas e das formas tangíveis.

A qualidade que emerge através do processo da manifestação e sob o impulso da Vida


divina, é o amor, e atua por intermédio da Lei da Atração com o fim de produzir uma síntese
final na consciência. Lembre-se que o objetivo do nosso atual processo evolutivo é o
desenvolvimento da consciência. O processo inteiro é direcionado para essa culminação.

Qualidade, em última análise, é nem mais nem menos a natureza dessa consciência e
a resposta ao contato sensório em termos de qualidade. Mediante o desenvolvimento gradual
do mecanismo de contacto (resultante da qualidade ativa que determina a vida das células
que compõem a forma), a gama de contato se estende indefinidamente; o ente vivente
responde ao contato em forma mais vital, mais compreensiva, no que diz respeito à sua
capacidade, captando-o em forma mais sintética. Esta resposta leva a:

1. A compreensão do aparato de resposta e a utilização inteligente do mecanismo de


contacto.

2. A compreensão da resposta da consciência individual à consciência com a qual foi feito


contato, o qual se efetua por meio do mecanismo de resposta. Este outro aparato de
resposta pode estar mais ou menos desenvolvido do que aquele aparato que fez
contato.

Essa interação entre as consciências que utilizam os mecanismos confere a


compreensão da qualidade, interação que nos faz compreender a atividade que subsiste e
motiva a aparência. A ciência exotérica permite a apreensão e o estudo do aspecto atividade
das formas fenomênicas, e o mesmo objetivo tem as diferentes postulações das numerosas
escolas de pensamento que, através de suas pesquisas, ampliam a gama de conhecimento
humano. Ao mesmo tempo aumenta nossa capacidade para compreender a intensa atividade
de todas as formas em todos os reinos da natureza e em cada átomo e célula que existe
dentro dessas formas. A ciência nos conduziu do cume de uma realização para outra, e hoje
nos achamos perdidos num mundo de energias. Fomos ensinados a imaginar um mundo de
vibrantes pontos de força que constitui em sua totalidade todas as formas de vida, e que
apresenta a nosso atônito e confuso intelecto uma vida planetária, soma total de todas as
formas conhecidas. Cada forma constitui um universo em si mesma, e todas vivem e vibram
devido à atividade divina. Empregamos a palavra "energia" para expressar essa atividade, e
estamos ainda incapazes de ir mais além. Energia é vida e também é morte. A atividade se
detecta e se conhece no orgânico e no inorgânico – uma vasta série de vidas atômicas
construídas numa estrutura após outra em incessante movimento e também uma vasta série
114
de estruturas viventes edificadas em formas maiores e inclusivas e também em incessante
movimento. Estas grandes estruturas são organismos vibrantes, de maneira que se desenrola
ante a consciente visão do homem, nada mais que vida e atividade, movimento e energia, e
sempre em coerência, propósito ordenado, e crescente síntese, um Plano e uma Vontade. Isto
o prova a ciência porque o conhecimento científico indica a resposta do homem, através de
aparelho coletivo de resposta da humanidade como um todo, ao mecanismo de consciência
da grande Vida em quem vivemos, nos movemos e temos o nosso ser, o Logos planetário
nossa terra.

A ciência esotérica nos introduz dentro da forma ou formas, e nos permite penetrar até
o aspecto qualidade. Os estudantes fariam bem em recordar que o ocultismo pode ser o
estudo das forças, e que o ocultista se move nos mundos de força que também são mundos
de qualidade e de energias qualificadoras que tratam de se manifestar através do mundo das
aparências. Quando chegarem a compreender isto dominarão a atividade das formas que
constituem o mundo fenomênico. Existem energias, por trás dos fenômenos produzidos pela
atividade das estruturas atômicas, que estão latentes e invisíveis e são freqüentemente
imperceptíveis e subjetivas. As ciências esotéricas têm um propósito ante si, que consiste em
produzir o gradual surgimento dessas energias para que o ocultista experiente possa
oportunamente trabalhar em um mundo dual, ainda que de forças unificadas, e ser a vontade
criadora que guia, combina e utiliza o mundo das aparências e o reino das qualidades. Estes
dois tipos de energias ativas e criadoras devem ser controladas pela Vontade criadora ou
aspecto Vida, a fim de que atuem como uma só.

Portanto, o aspirante é ensinado a dirigir-se internamente; para estudar os motivos, e a


familiarizar-se com as qualidades que estão buscando expressar-se no mundo exterior por
meio de seu mecanismo externo. À medida que aprende a fazê-lo se altera a natureza desse
mundo externo de mecanismos e chega a ser cada vez mais consciente das qualidades que
lutam por expressar-se por trás das formas externas. Então amplia conscientemente o campo
de seus contatos e passa (por meio da investigação científica) de uma compreensão exotérica
do mundo das aparências fenomênicas, a uma compreensão esotérica do mundo de
qualidades. Lembrem que se deve enfatizar esta apreensão dual e que à medida que o
homem aprende a "conhecer a si mesmo", automaticamente aprende a conhecer a qualidade
que subsiste em todas as aparências. Em conseqüência, busquem a qualidade em toda
parte. Isto é o que queremos dizer quando falamos de ver divindade em toda parte,
reconhecer a nota emitida por todos os seres e registrar o motivo oculto de tudo o que
aparece. O homem ou a mulher ainda não desperto só vê a forma, observa seu modo de agir
e julga pelas aparências. O aspirante que está despertando começa por pressentir algumas
das belezas que estão por trás das formas não reveladas; o discípulo desperto concentra sua
atenção no emergente mundo das qualidades, e se tornando cada vez mais consciente da
cor, das novas tonalidades do som e de um renovado, envolvente e interno aparelho de
resposta que começa a permitir-lhe fazer contato com o invisível, o intangível e o não
revelado. Chega a perceber os impulsos subjetivos que condicionam a qualidade da vida, os
quais se revelam lenta e gradualmente.

Esta beleza interna ainda não revelada reside atrás da ênfase que a igreja coloca no
cultivo das virtudes e nos ocultistas no emprego do pensamento semente na meditação. Estas
virtudes e pensamentos semente respondem a um propósito valioso e construtivo. A bem
conhecida verdade bíblica "como um homem pensa em seu coração, assim ele é", se baseia
115
na mesma compreensão fundamental, e a diferença que existe entre o homem espiritual e o
homem mundano, de propósitos materialistas, consiste em que um enfoca sua atenção no
aspecto qualidade da vida e o outro no aspecto aparência. O homem pode empregar e
emprega certas qualidades a medida que trabalha desse modo, mas são qualidades
desenvolvidas durante o processo evolutivo da Vida divina, a medida que ela passa
ciclicamente através dos reinos subumanos e humanos.

Cada um dos reinos da natureza desenvolveu ou está desenvolvendo uma qualidade


marcante, e considera secundários os outros atributos divinos.

O reino mineral enfatiza primordialmente a qualidade da atividade, cujos dois extremos


são a qualidade tamásica, ou natureza estática inerte do mundo mineral, e a qualidade da
radioatividade, da radiação que constitui sua mais bela e divinamente perfeita expressão. A
meta de todas as formas minerais atômicas constitui em chegar a ser radioativas, o poder de
atravessar todas as substâncias circundantes, limitadoras e ambientais. Isto é iniciação, ou a
entrada de todas as aparências minerais em um estado de libertação, e a organização de
todas as formas deste reino, sob a influência do sétimo raio.

A qualidade do reino vegetal é a atratividade, expressa na cor, e sua liberação ou


forma superior de atividade, se demonstra no perfume que exalam as formas mais elevadas
de vida. Este perfume tem conexão com sua vida sexual, possui um propósito grupal e chama
em seu auxílio o vento da iniciação e o mundo dos insetos. Esta não é apenas uma maneira
pictórica de apresentar a verdade. A própria natureza do perfume tem como propósito e
intenção afetar esses agentes que produzirão a difusão e continuidade da vida do reino
vegetal. Os ―aspirantes‖ do reino vegetal e suas formas mais evoluídas, tem beleza e perfume,
e são suscetíveis às influências ocultas Daqueles aos Quais se confia a iniciação das formas
de vida para levá-las à desejada perfeição. Daí a influência do sexto Raio da Devoção sobre
este reino e a aplicação desse raio (expressado simbolicamente) "fixa seu olhar no sol, dirige
a vida até os raios de calor, produz a mescla de cores e a glória da perfumada irradiação".

O reino animal tem a qualidade de um crescente propósito instintivo que em sua forma
mais elevada se converte, nos animais mais evoluídos, na domesticidade e devoção ao
homem. Por trás da aparência dos animais há uma constante orientação em direção à
compreensão e a conseqüente gravitação em direção às formas de vida que circundam seus
desejos. Daí a influência do quinto Raio do Conhecimento Concreto, que flui através da família
humana para o terceiro reino da natureza. O homem é aqui o fator iniciador, e a ele compete a
tarefa de conduzir o reino animal até a libertação – libertação para o quarto reino, por ser a
esfera da sua próxima atividade. O reino vegetal se libera e passa a outro processo evolutivo
e suas vidas entram na evolução chamada dévica ou anjelica. Por isso o vento e o mundo dos
insetos são seus agentes, assim como o homem e o elemento água são os iniciadores do
mundo animal. O segredo da liberação para a natureza animal está oculto na "natureza
aquosa", o aspecto sangue; no derramamento do sangue, esotericamente compreendido,
reside a chave para a libertação do reino animal. Daí que estão sendo levados a cabo, em
grande escala, certos processos iniciáticos, tais como o derramamento de sangue realizado
pela matança da forma animal do ser humano durante a Grande Guerra, por exemplo. Na
guerra foi derramado sobre o solo o sangue de milhares de seres, e do ponto de vista do
propósito vida, foram obtidos certos resultados esotéricos. Este fato é difícil que o compreenda
o homem, porque percebe primordialmente a forma e não a qualidade da vida. É difícil para o
116
homem compreender o propósito divino que atua por trás do mal que se reproduz na matança
de animais e no derramamento de sangue durante as épocas pré-humana e humana. Pelo
"derramamento dessa água de cor vermelha", está sendo levado a cabo essa liberação que
iniciará a vida desse reino em novos estados de consciência e percepção. O problema da
matança, seja no reino animal ou humano, se originou durante a primeira "guerra nos céus",
quando Miguel e seus anjos foram expulsos do céu e nosso sistema planetário veio à
existência. Até que a consciência do homem não haja evoluído a tal ponto que possa
responder a consciência planetária por meio de um mecanismo interno – ainda não
desenvolvido na maioria – e "entrar nos segredos do Ancião dos Dias", o problema da dor, do
derramamento de sangue, da guerra e do sofrimento, permanecerão sendo um mistério
inescrutável. Será desvelado – e esta é a nota clave mais importante – somente quando o
homem não empregue o processo da iniciação animal mediante o derramamento de sangue e
o substitua pela domesticação e pelo mútuo amor. Quando a mentalidade da raça estiver mais
desenvolvida, o homem poderá, pela arbitragem e correto emprego da palavra, sanar todas as
diferenças e mudar a iniciação animal, e isso se refere ao reino animal, ou a seu próprio corpo
animal.

No quarto reino a qualidade que emerge é o aspecto de amor sintético ou


compreensão, que é a intuição. A intuição é uma qualidade da matéria mental, "chitta" ou
substância mental. O homem também está destinado a ser radioativo; o incenso ou perfume
de sua vida deve elevar-se e atrair a atenção dos fatores iniciadores que esperam conduzi-lo à
libertação. Tais fatores são o fogo e os membros do quinto reino da natureza. O crescente
propósito de sua forma animal deve ceder seu lugar à vontade dinâmica da entidade espiritual,
livre das limitações da forma pelo fogo da vida e da iniciação. Assim harmoniza em si mesmo
todas as formas de abordagem, liberação e realizações e sintetiza em sua vida as aspirações
dos outros três reinos.

A radioatividade, o perfume do aspirante, a devoção para com os outros seres


humanos (a sublimação da domesticidade), o "derramamento de sangue" ou sacrifício da vida,
a expressão sobre a terra (o reino mineral) da devoção e vida sexual do reino vegetal, mais o
sacrifício através do sangue do reino animal, conduzem o homem até o portal da iniciação. Ali
aguarda o homem o fogo e sua aplicação purificadora e, portanto, a terra, o ar, o fogo e a
água (os quatro elementos), o preparam para a grande liberação e para a liberação dessa
qualidade de captação sintética da subjacente verdade que denominamos intuição. Esta,
depois de tudo, é a resposta do mecanismo ao chamado simbólico da qualidade divina
manifestada na totalidade e vista como iluminação. Assim emergem as qualidades e
aparecem em toda a sua glória, quando o homem desdobra e desenvolve dentro de si mesmo
o necessário mecanismo de resposta, treinando-se para reconhecer as realidades subjetivas
ou qualidades divinas, à medida que se manifestam. Os processos da manifestação produzem
resultados em e sobre a consciência do homem que está despertando gradualmente.

5. Análise dos Raios e sua expressão

(Extraído de um manuscrito primitivo)

Há um vasto e interessante conhecimento a respeito da ação e dos resultados da


atividade dos raios nos reinos inferiores da natureza, porém neste ponto não se podem dar

117
detalhes; o resumo do que foi dito, que irá em seguida, é necessariamente imperfeito e admite
amplificação infinitas.

PRIMEIRO RAIO DA VONTADE OU PODER

Virtudes especiais:
Força, coragem, firmeza, honestidade decorrentes da absoluta falta de temor; poder de
governar, capacidade para captar as grandes controvérsias com amplitude de critério, e para
manejar os homens e tomar decisões.

Vícios do Raio:
Orgulho, ambição, a obstinação, a dureza, a arrogância, desejo de dominar os outros,
obstinação, raiva.

Virtudes a serem adquiridas:


Ternura, humildade, simpatia, tolerância, paciência.

Este raio se denomina corretamente de poder, mas se for só poder sem sabedoria nem
amor, seria uma força destrutiva e desintegradora. No entanto, quando as três características
estão unidas se converte num raio criador e governante. Aqueles que pertencem a este Raio
possuem muita força de vontade, seja para o bem ou para o mal, para o bem, quando a
vontade é dirigida pela sabedoria e o amor tenha se convertido em altruísmo. O homem que
pertence ao primeiro Raio sempre "estará à frente" em seu campo de atividade. Pode ser o
ladrão ou o juiz que condena, mas em qualquer caso se achará no topo de sua profissão. É o
líder nato em qualquer carreira pública, alguém em quem se pode confiar e contar, defende os
fracos e reprime a opressão, não tem medo das conseqüências e é totalmente indiferente aos
comentários. Além disso, um primeiro raio que não tenha sido modificado pode produzir um
homem de natureza cruel, implacável e inflexível.

O homem que pertence ao primeiro raio é com freqüência muito sentimental e


afetuoso, mas não o expressa facilmente; lhe agradam os fortes contrastes e as grandes
massas de cor, mas raramente será um artista; lhe deleitam os grandes efeitos orquestrais e
corais estrondosos; se contrariamente seu raio está modificado pelo quarto, sexto ou sétimo,
será um grande compositor, mas não de outra forma. Alguns indivíduos que pertencem a este
Raio são surdos e outros sofrem de daltonismo às cores mais delicadas, e não distinguem as
cores diáfanas. Um homem deste raio distinguirá as cores vermelhas e amarelas, e confundirá
irremediavelmente o azul, o verde e o violeta.

A obra literária do homem de primeiro raio será enérgica e mordaz, não o preocupará
seu estilo nem a prolixidade. Exemplos deste tipo poderiam ser Lutero, Carlyle e Walt
Whitman. Diz-se que o melhor método que pode empregar o homem do primeiro Raio para
curar doenças, será extrair saúde e força da grande fonte de vida universal pela força de sua
vontade, e derramar sobre os doentes. É claro que isso pressupõe conhecimento prévio de
métodos ocultos.

O método característico desse raio para empreender a grande Busca será mediante a
força de vontade. Um homem dessa natureza poderia, por assim dizer, arrebatar o reino dos
118
céus "pela violência". Temos observado que o líder nato pertence a este tipo de raio, total ou
parcialmente. Produz o chefe supremo, como Napoleão ou Kitchener9. Napoleão pertencia
aos primeiro e quarto raios e Kitchener ao primeiro e sétimo raios, dando o sétimo seu notável
poder de organização.

SEGUNDO RAIO DE AMOR-SABEDORIA

Virtudes especiais:
Calma, força, paciência e perseverança, amor à verdade, lealdade, intuição,
inteligência clara e temperamento sereno.

Vícios de Raio:
Excessiva concentração no estudo, frieza, indiferença para com os demais, desprezo
pelas limitações mentais alheias.

Virtudes a serem adquiridas:


Amor, compaixão, altruísmo, energia.

A este raio se denomina de sabedoria, devido a seu característico desejo de adquirir


conhecimento puro e alcançar a verdade absoluta – é frio e egoísta se não possui amor, e é
inativo se não possui poder. Se possui amor e poder, então temos o raio dos Budas e dos
grandes instrutores da humanidade – aqueles que atingiram a sabedoria para empregá-la
para o bem dos demais, se entregam por inteiro a difundi-la. O estudante que pertence a este
raio está sempre insatisfeito com suas realizações mais elevadas; não importa o quão
abrangente seja seu conhecimento, a sua mente permanece sempre fixa no desconhecido, no
mais além e nos cumes ainda não escalados.

O homem segundo do raio terá tato e previsão; será um excelente embaixador, um


destacado professor ou diretor da escola; como um homem de negócios terá uma inteligência
clara e sábia para tratar dos assuntos que se apresentam e terá capacidade de incutir aos
outros a verdadeira perspectiva das coisas e fazê-los ver como ele as vê; será um bom
homem de negócios, se o seu raio é modificado pelos quarto, quinto e sétimo raios. O militar
que pertence a este raio projetará campanhas inteligentes e preverá as possibilidades; será
intuitivo sobre o melhor caminho a seguir e nunca colocará imprudentemente em perigo as
vidas de seus homens. Não será rápido na ação e nem muito enérgico. O artista que pertence
a este raio tentará sempre ensinar através de sua arte, e suas pinturas terão um
significado. Sua obra literária é sempre instrutiva.

O método para a cura de doenças do homem do segundo raio, será conhecer a fundo
o temperamento do paciente e também a natureza da doença, a fim de aplicar sua força de
vontade de forma eficaz.

9
O marechal de campo Horatio Herbert Kitchener, 1º Conde Kitchener, foi um militar e pro
cônsul britânico, celebre por suas campanhas imperiais, que desempenhou um papel central no período
inicial da Primeira Guerra Mundial.
119
O método característico de se aproximar do Caminho consistirá de um aprofundado
estudo dos ensinamentos, até que eles sejam parte da consciência do homem, e não um mero
conhecimento intelectual, mas sim uma regra espiritual de vida, atraindo assim a intuição e a
verdadeira sabedoria.

Um tipo indesejável de segundo raio que é guiado apenas a adquirir conhecimento


para si mesmo, é totalmente indiferente às necessidades humanas. A previsão de um homem
assim degenerará em desconfiança, sua calma em frieza e inflexibilidade.

TERCEIRO RAIO DA MENTE SUPERIOR

Virtudes especiais:
Amplo critério a respeito de todas as questões abstratas, sinceridade de propósito,
intelecto claro, capacidade de concentração em estudos filosóficos, paciência, cautela, não lhe
preocupam as trivialidades, nem quer preocupar os outros.

Vícios de Raio:
Orgulho intelectual, frieza, isolamento, inexatidão nos detalhes, distração, teimosia,
egoísmo, crítica excessiva a respeito dos outros.

Virtudes a serem adquiridas:


Simpatia, tolerância, devoção, precisão, energia e bom senso.

Este é o raio do pensador abstrato, do filósofo e do metafísico, o homem que se deleita


em matemática superior, mas se não estiver modificado por um raio prático não se preocupará
em ter em dia sua contabilidade. Terá uma imaginação muito desenvolvida; pelo poder de sua
imaginação captará a essência de uma verdade; seu idealismo será com freqüência muito
marcante, é sonhador e teórico; devido a seus amplos pontos de vista e grande cautela verá
com a mesma claridade todas as facetas de uma questão, o que às vezes detém sua ação.
Será um bom homem de negócios; como militar resolverá teoricamente os problemas de tática
em sua mesa, mas raramente se destacará no campo de batalha. Como artista, sua técnica
não será refinada, mas seus temas serão férteis em idéias e despertarão interesse. Amará a
música, mas se não estiver influenciado pelo quarto raio não irá produzi-la. Possuirá idéias
frutíferas em todos os setores da vida, mas é demasiado destituído de praticidade para levá-
las a cabo.

O indivíduo que pertence a este raio é excessivamente pouco convencional,


desajeitado, ocioso e impontual; não se preocupa com as aparências, mas se tem o quinto
como raio secundário, o sujeito mudará totalmente. Os raios terceiro e quinto produzem o
historiador perfeito e equilibrado que capta amplamente seu tema e verifica com paciente
exatidão todos os detalhes. Também os raios terceiro e quinto unidos produzem os grandes
matemáticos que remontam aos níveis de pensamento e aos cálculos abstratos e podem levar
os resultados obtidos à aplicação científica prática. O estilo literário do homem do terceiro raio
é com demasiada freqüência complicado e indefinido, mas isso muda se for influenciado pelos
primeiro, quarto, quinto ou sétimo raios; sob o quinto raio será um mestre da caneta.

120
O método para a cura de doenças do homem do terceiro raio consiste em empregar
drogas extraídas de minerais ou de ervas pertencentes ao mesmo raio do paciente a quem se
deseja aliviar.

O método para fazer face à grande Busca que corresponde a este tipo de raio é
refletindo profundamente sobre linhas filosóficas ou metafísicas até chegar a compreender o
grandioso Além e a grande importância que tem trilhar o Caminho que leva até lá.

O QUARTO RAIO DE HARMONIA ATRAVÉS DO CONFLITO

Virtudes especiais:
Fortes afeições, simpatia, coragem física, generosidade, devoção, rapidez de intelecto
e de percepção.

Vícios do Raio:
Egocentrismo, preocupação, imprecisão, falta de coragem moral, fortes paixões,
indolência; extravagância.

Virtudes a serem adquiridas:


Serenidade, confiança, auto-controle, pureza, altruísmo, precisão, equilíbrio mental e
moral.

A este raio se denomina de "o raio de luta", porque nele as qualidades rajas (atividade)
e tamas (inércia) são estranhamente tão equilibradas, que a luta entre ambas alquebra a
natureza do homem do quarto raio; quando o resultado é satisfatório se denomina de "O
Nascimento de Horus" ou do Cristo, causado pela agonia de dor e constante sofrimento.

Tamas ou inércia, produz apego aos confortos e prazeres, detesta causar dor e chega
até a covardia moral, a indolência, e a deixar as coisas como estão, a descansar e não pensar
no amanhã. Rajas ou atividade, é ardente, impaciente e impulsiona sempre a ação. Essas
forças opostas da natureza convertem a vida do homem do quarto raio numa perpétua luta e
desassossego; as fricções e as experiências assim adquiridas trazem uma rápida evolução, e
o homem pode facilmente se converter em um herói ou uma nulidade.

É o raio do valente capitão de cavalaria, indiferente aos seus próprios riscos e aos dos
seus seguidores. O homem que pertence a este raio fará que renasça a esperança perdida,
porque em momentos de grande excitação é dominado inteiramente por rajas ou atividade; é o
raio de arriscado especulador e jogador, cheio de entusiasmo e projetos, facilmente dominado
pelo fracasso ou pela dor, mas se recuperando rapidamente de contratempos e infortúnios.

É predominantemente o raio da cor, do artista, cujo colorido é sempre admirável, mas


seus desenhos muitas vezes são defeituosos (Watts10 pertencia aos quarto e segundo
raios). O homem do quarto raio ama a cor, e geralmente pode criar. Se não teve treinamento

10
Creio que se refere a George Frederic Watts, também grafado George Frederick Watts, (23 de
fevereiro de 1817, Marylebone, Londres — 1 de julho de 1904) foi um pintor e escultor inglês da era
vitoriana, vinculado ao movimento simbolista.
121
como artista, com toda segurança o sentido de cor se expressará de outra forma, como na
seleção de roupas e na decoração.

As composições musicais do quarto raio estão plenas de melodia, porque o homem


que pertence a este raio ama a melodia. Como um escritor ou poeta, sua obra será com
freqüência brilhante e abundarão as pitorescas descrições pictóricas, mas serão imprecisas,
exageradas e muitas vezes pessimistas. Normalmente, articulado e com senso de humor, mas
de acordo com sua disposição de animo, passará de uma conversa brilhante a um silêncio
melancólico. É uma pessoa maravilhosa e difícil de conviver com ela.

O melhor método para curar, do homem que pertence ao quarto raio é a massagem e
o magnetismo, usado com o conhecimento.

O método de abordagem da Senda será por auto-controle, adquirindo, assim, o


equilíbrio entre as forças antagônicas da natureza. O caminho inferior e extremamente
perigoso, é o da Hatha Yoga.

O QUINTO RAIO DA MENTE INFERIOR

Virtudes especiais:
Declarações estritamente exatas, justiça (sem piedade), perseverança, senso comum,
retidão, honestidade, independência, intelecto aguçado.

Vícios de Raio:
Crítica mordaz, estreiteza mental, arrogância, caráter rancoroso, temperamento
implacável, irreverente, cheio de preconceitos.

Virtudes a serem adquiridas:


Reverência, devoção, comiseração, amor e amplitude mental.

É o raio da ciência e da investigação. O homem que pertence a este raio possuirá um


intelecto aguçado, grande precisão nos detalhes e fará incansáveis esforços para alcançar a
origem dos menores detalhes e verificar cada teoria. Geralmente, será excessivamente
verdadeiro, explicará em forma lúcida os fatos, embora as vezes seja pedante e cansativo
devido à sua insistência em repetir miudezas triviais e desnecessárias. Será ordenado,
pontual e eficiente; não lhe agradará receber favores nem bajulação.

É o raio do químico eminente, do eletricista prático, do engenheiro de primeira linha, do


grande cirurgião. O estadista que pertence ao quinto raio terá pontos de vista estreitos, mas
será excelente diretor de algum departamento técnico especial, embora desagradável para
seus subordinados. O militar se adaptará mais facilmente para artilharia e engenharia. É raro
encontrar o artista neste raio, a menos que tenha influencia de raios secundários, como o
quarto ou sétimo. Ainda assim, o colorido será apagado e as esculturas carecerão de vida; a
música, se for compositor, não será atraente, embora tecnicamente correto na forma. O estilo
do escritor e palestrante será a própria clareza, mas com falta de veemência e essência;
muitas vezes será prolixo, devido ao desejo de dizer tudo o que puder sobre o assunto.

122
Na cura, como um cirurgião vai ser perfeito e suas melhores curas serão feitas através
de cirurgia e eletricidade.

O método de abordagem da Senda para aqueles no quinto raio é através da pesquisa


científica levada ao máximo, e aceitação das deduções extraídas.

O SEXTO RAIO DE DEVOÇÃO

Virtudes especiais:
Devoção, concentração mental, amor, ternura, intuição, lealdade, reverencia.

Vícios de Raio:
Amor egoísta e ciumento, muito dependente dos demais, parcialidade, auto-engano,
sectarismo, superstição, preconceito, conclusões demasiado rápidas, explosões de raiva.

Virtudes a serem adquiridas:


Fortaleza, auto-sacrifício, pureza, verdade, tolerância, serenidade, equilíbrio, sentido
comum.

Este raio é chamado de raio da devoção. O homem que pertence a este raio tem
instintos e impulsos religiosos e um intenso sentimento pessoal, não considera nada de forma
equitativa. Tudo aos seus olhos é perfeito ou intolerável; seus amigos são anjos, seus inimigos
o inverso. Seus pontos de vista, em ambos os casos, não se baseiam nos méritos intrínsecos
de cada um, mas sim na forma em que a pessoa a atrai, ou por simpatia ou antipatia que
demonstra aos seus ídolos favoritos, sejam estes concretos ou abstratos, porque é muito
devoto a uma pessoa ou uma causa.

Sempre tem um "Deus pessoal", uma encarnação da Divindade para adorar. O melhor
individuo deste tipo de raio é o santo, o pior é intolerante e fanático, o mártir e o inquisidor
típico. Todas as guerras religiosas ou cruzadas foram causadas devido ao fanatismo do sexto
raio. O homem neste raio é muitas vezes de natureza benevolente, mas pode enfurecer-se e
ser irascível. Oferecerá sua vida para o objeto de sua devoção ou veneração, mas não
levantará um dedo para ajudar aqueles pelos quais não sente simpatia. Como um soldado
odeia a guerra, mas muitas vezes, no calor da batalha lutará como um homem
possuído. Nunca será um grande estadista nem homem de negócios, mas pode ser um
grande pregador ou orador.

O homem do sexto raio será o poeta das emoções (tal como Tennyson) e autor de
livros religiosos, de poesia ou prosa. Sente devoção pela beleza, cor e todas as coisas
agradáveis, mas não terá grande capacidade produtiva, a não ser que se ache influenciado
por um dos raios das artes práticas, o quarto ou sétimo. Sua música será melodiosa e
freqüentemente será compositor de oratórios e da música sacra.

O método de cura para o homem desse raio será pela fé e pela oração.

123
A abordagem a Senda será através da oração e da meditação para alcançar a união
com Deus.

SÉTIMO RAIO DE ORDEM CERIMONIAL OU MAGIA

Virtudes especiais:
Força, perseverança, coragem, cortesia, excessivamente detalhista, a autoconfiança.

Vícios de Raio:
Formalismo, intolerância, orgulho, estreiteza mental, critério superficial, vaidade
excessiva.

Virtudes a serem adquiridas:


Compreensão da unidade, amplitude mental, tolerância, humildade, brandura, amor.

Este é o raio cerimonial pelo qual o homem se deleita de "todas as coisas feitas em
forma decente e ordenada‖ e de acordo com regras e precedentes. Do sumo sacerdote e do
camareiro da corte, do militar que é o gênio nato para a organização; do administrador geral,
que vestirá e alimentará suas tropas da melhor maneira possível; da perfeita enfermeira que
cuida dos menores detalhes, ainda que as vezes se inclina demasiado a não considerar as
idiossincrasias dos pacientes, e tenta obrigá-los a obedecer uma rotina.

É o raio da forma, do escultor perfeito que vê e produz a beleza ideal, designer de


formas harmoniosas e dos de moldes de qualquer espécie; mas o homem assim não teria
sucesso como pintor, a menos que se exerça influência do quarto raio. A combinação do
quarto com o sétimo raio poderia dar o tipo mais elevado de artista, a forma e a cor seriam
sublimes. A obra literária do homem que pertence ao sétimo raio será notável por seu estilo
super-refinado, e como escritor se importará mais pela forma do que pelo tema de seu
trabalho, mas possuirá fluidez para escrever e falar. O homem do sétimo raio será
freqüentemente sectário; se deleitará com os cerimoniais e as festas sagradas, grandes
procissões e espetáculos, desfiles navais e militares, o estudo da árvore genealógica e das
regras de precedência.

O indivíduo indesejável que pertence ao sétimo raio é supersticioso; um homem desta


natureza se preocupará com premonições, sonhos, práticas ocultistas e fenômenos
espirituais. O indivíduo desejável deste raio tem a absoluta intenção de fazer a coisa certa,
pronunciar a palavra correta no momento oportuno, daí seu grande sucesso social.

Os métodos de cura para o homem do sétimo raio será aplicar com extrema precisão o
tratamento ortodoxo para curar a doença. Nele as práticas de yoga não teriam resultados
físicos ruins.

Abordará a Senda cumprindo as regras da prática e do ritual, e pode facilmente evocar


e controlar as forças elementais.

Do exposto pode concluir-se que as características de qualquer raio têm uma analogia
mais estreita com um dos raios do com os demais. Isto é verdade. O único que está sozinho e
não tem nenhuma ligação com os demais é o quarto raio, o qual nos recorda a posição
124
singular que o número quatro ocupa no processo evolutivo. Temos a quarta raça raiz, a quarta
cadeia planetária, o quarto planeta da cadeia, o quarto manvantara planetário, etc.

Há uma estreita relação entre o terceiro e o quinto raios. Ao buscar o conhecimento, o


caminho a seguir é, por exemplo, o estudo laborioso e minucioso dos detalhes, tanto em
filosofia, matemática superior, como nas ciências práticas.

A analogia entre o segundo e o sexto raio se demonstra na captação intuitiva do


conhecimento sintetizado e no vínculo comum de lealdade e fidelidade.

Destreza, firmeza e perseverança são as características que correspondem ao primeiro


e sétimo raios.

CAPÍTULO II

OS RAIOS E OS REINOS DA NATUREZA

OBSERVAÇÕES INTRODUTÓRIAS

Ao iniciar o estudo dos raios e sua relação com os sete reinos da natureza os
considerarei e enumerarei no seu arco ascendente ou evolutivo, e não aos sete reinos que
podem ser enumerados em seu arco descendente ou involutivo. Esta última definição (de
acordo com a literatura Teosófica) inclui três reinos – o nebuloso, o relativamente amorfo, e o
inexpressado – e os quatro que enumera a ciência moderna. Com o arco involutivo não temos
nada a fazer, pois é quase impossível para a mente finita do leitor comum compreendê-
lo. Embora existam estes três reinos involutivos, e são pouco conhecidos no Ocidente, já se
escreveu algo sobre eles, mas não foram compreendidas as verdades insinuadas. Isso é
inevitável. Sua compreensão reside na capacidade de "recuperar" o passado, vendo-o como
uma totalidade.

Os reinos a serem discutidos em relação com os raios podem ser enumerados como:

1. O Reino Mineral VII


2. O Reino Vegetal VI
3. O Reino Animal V
4. O Reino de Homens IV
5. O Reino das Almas III
6. O Reino das Vidas Planetários II
7. O Reino das Vidas Solares I

Esses reinos poderiam ser considerados como diferenciações da Vida Una, a partir do
ângulo de:

1. A aparência fenomênica, manifestação objetiva, ou a manifestação do Logos solar.

2. A consciência ou ser sensível à expressão da qualidade por intermédio da


aparência fenomênica.
125
Alguns raios, como se pode esperar, têm mais responsabilidade do que os outros para
qualificar determinado reino. Seu efeito define em forma determinante suas características. O
efeito dos outros raios subsiste, não está ausente. Nunca devemos esquecer que na íntima
interação de forças em nosso sistema solar, as sete forças produzem seu efeito. Todas atuam,
qualificam e motivam, mas uma ou outra exerce um efeito mais vital do que o resto. A seguinte
classificação explicará o principal efeito que exercem os sete raios e o resultado da influência
exercida sobre os sete reinos dos quais me ocupo:

Nº Reino Raio Expressão


1. Mineral VII. Organização, Cerimonial. Radioatividade
I. Vontade ou Poder A reserva fundamental do
poder

2. Vegetal II. Amor-Sabedoria Magnetismo


IV Beleza ou Harmonia. Uniformidade de cor
VI. Devoção Idealista Tendência ascendente

3. Animal III. Adaptabilidade Instinto


VI. Devoção Domesticidade

4. Humano IV. Harmonia através Conflito Experiência, Crescimento


V. Conhec. Concreto Intelecto

5. Egóico ou das Almas V. Conhec. Concreto Personalidade


II. Amor-Sabedoria Intuição

6. Vidas Planetárias VI. Devoção as Idéias O Plano


III. Inteligência Ativa. Trabalho Criador

7. Vidas Solares I. Vontade ou Poder Mente Universal


VII Magia Cerimonial Ritual sintético.

Observarão nesta classificação a interessante diferença de que o reino vegetal é a


expressão de três raios, enquanto que os outros são a expressão de dois. Estes três raios têm
levado o reino vegetal ao seu estado atual de suprema beleza e a desenvolver o simbolismo
da cor. O reino vegetal representa a notável contribuição da nossa Terra ao plano solar em
geral. Cada um dos planetas contribui com uma quota excepcional e especializada para a
totalidade dos produtos evolutivos, e a produção extraordinária de nosso particular sistema
planetário reside no reino vegetal. Outros planetas contribuem também com formas e
aparências que são sua oferta específica. É desnecessário enumerá-los aqui, porque nossa
linguagem não tem termos equivalentes para expressá-lo, e onde não há equivalente em
linguagem inexiste equivalência na consciência do gênero humano. Portanto, a Terra, então,
contribui com o reino vegetal, e isso é possível porque constitui o único Reino no qual foi
possível finalmente coligar-se, fundir-se e mesclar-se três raios, os quais se acham nas linhas
principais de forças 2-4-6. Quando fizermos uma análise mais detalhada dos raios e seus
efeitos sobre um reino de natureza, veremos por que disse anteriormente que contribuíram de
126
modo excepcional.O sucesso se demonstra pela uniformidade com que se reproduz por todo o
planeta a cor verde na esfera da cor.

Ademais observarão que o reino mineral e o das vidas solares (primeiro e sétimo
reinos) são o resultado das atividades do primeiro e sétimo raios. Existe aqui uma estreita
interposição numérica. Estes dois reinos se encontram, respectivamente, no ponto de máxima
diafaneidade e densidade máxima e são produzidos pela vontade e habilidade que tem a
Divindade Solar para a organização. Personificam o plano nebuloso e plano concreto. No caso
do sétimo reino ou superior (contando de baixo para cima) predomina o aspecto vontade, e é
o mais potente, enquanto que no caso do reino mineral, o aspecto organização é o mais
importante. Isso pode ser esperado porque a energia da Vontade é o primeiro efeito da
iniciadora atividade divina, enquanto que o aspecto mais denso de organização cerimonial
constitui a contraparte do impulso inicial e sua concretização, se posso expressá-lo
assim. Nos outros reinos da natureza, como poderá ver-se na nossa classificação, não existe
tal relação.

Será de valor que analisemos esta classificação cuidadosamente e obtenhamos uma


compreensão um pouco mais clara do efeito e da influência dos sete raios.

Enquanto a verdadeira natureza do átomo e sua organização interna continuam sendo


motivo de teorização, especulação e investigação, o leitor deverá considerar o exposto a
respeito do reino mais denso de todos, como simbólico e pictoricamente verdadeiro e não em
forma literal. Assim como o centro na base da coluna vertebral é o último que entra em plena
atividade, e só o faz quando o centro na cabeça está desperto e ativo, assim é sob todos os
reinos, e será devidamente compreendido quando os sete reinos vibrem em uníssono. Até que
isso aconteça, este reino e sua vida continuarão sendo um enigma, exceto para o iniciado de
grau superior. Tudo o que posso fazer é dar algumas sugestões que ponham em atividade a
mente abstrata e despertem o interesse, até certo ponto, para que a análise e o estudo
possam prosseguir. No entanto, não é possível chegar a conclusões, e isso deve ser
compreendido.

Dois raios são de primordial importância na vida de Deus, à medida que flui através da
substância básica do nosso planeta. No trabalho do sétimo raio temos a substância terrena e
o material sólido da nossa vida planetária, organizado nas várias formas minerais. Estes, por
sua vez, contêm latentes esses elementos sustentadores e vitalizadores dos quais outras
formas extraem seu sustento. Deve ser lembrado que cada reino da natureza depende e extrai
sua vida do reino que o precede em ordem cronológica, durante o ciclo evolutivo. Cada reino é
um reservatório de energia e de vitalidade para o reino seguinte que surge de acordo com o
Plano Divino.

O reino vegetal, por exemplo, extrai a sua força de vida de três fontes: – do sol, da
água e da terra. No processo de construção o importante é o conteúdo mineral das duas
últimas fontes. A verdadeira estrutura de todas as formas é produzida pela contextura de
produtos minerais que se vão erigindo gradualmente no corpo etérico e adquirem
conformação e forma, de acordo com o anelo, impulso ou desejo vital etérico. A qualidade
magnética do corpo etérico atrai para si os minerais necessários para a armação do
esqueleto.

127
O reino animal extrai o sustento principalmente do sol, da água e do reino vegetal. O
conteúdo mineral necessário para a sua estrutura de esqueleto, se oferece em uma forma
mais avançada e sublimada, sendo extraído do reino vegetal em vez do reino mineral. Cada
reino se sacrifica para o reino seguinte na seqüência evolutiva. A Lei de sacrifício determina a
natureza de cada reino, portanto, cada um deles pode ser considerado como um laboratório
onde se preparam os alimentos necessários para a formação de estruturas mais refinadas. O
reino humano segue o mesmo procedimento e extrai a sua vida (a partir do ângulo da forma)
do reino animal e também do sol, da água e dos vegetais. Nos estágios iniciais da evolução
humana o alimento animal era, cármica e essencialmente, o correto para o homem; do ponto
de vista da forma animal, para o homem não evoluído, tal alimento é ainda correto e
adequado. Isto traz toda a questão do vegetarianismo que tratarei quando consideramos o
quarto reino, o qual não é o que freqüentemente se crê, ou como o apresentam os
pensadores atuais, e comer carne – em certas fases do desenvolvimento humano – não é
mal.

O reino das almas extrai seu sustento e vitalidade da grande escola experimental da
existência humana, e na interposição e inter-relação destes quatro organismos divinos no
mundo da forma vive, se move e tem seu ser. Existem certas analogias e correspondências no
organismo humano que são muito interessantes e podem ser apresentadas como:

Reino humano Cérebro Os dois centros da cabeça

Órgãos Vocais

Reino Animal Estômago O plexo solar

Fígado

Reino Vegetal Coração O centro cardíaco

Pulmões O centro laríngeo

Reino mineral Órgãos Genitais O centro sacral

A base da coluna vertebral

Observar-se-á a relação que tem os sete centros com os diferentes reinos da natureza,
e também o simbolismo da forma humana. Os sete reinos, em sua totalidade, evidenciam
também as seguintes relações:

1. Reino Mineral base de coluna vertebral Supra-renais


2. Reino Vegetal centro cardíaco Timo
3. Reino Animal plexo solar Pâncreas
4. Reino Humano centro sacral Gônadas
5. Reino Egóico centro laríngeo Tireóide
6. Reino Planetário centro ajna Pituitária
7. Reino Solar centro cabeça Pineal

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O estudo destas analogias será de valor para o estudante se recorda as
correspondências estudadas na primeira iniciação. Elas diferem das posteriores expansões de
consciência.

A influência que exerce o organizador sétimo raio se observa melhor na estrutura


surpreendente e geometricamente perfeita dos elementos, tal como o revela o microscópio e o
estudo do átomo. Como este tratado é dedicado ao leitor que não tem estudo acadêmico ou
científico, basta dizer que o reino mineral é o resultado de "ritual do ritmo", assim como
também o são todas as formas básicas sobre as quais se baseiam e constroem a partir das
miríades de estruturas em manifestação. O sistema numérico se manifesta neste reino na sua
beleza mais completa, e não existe forma alguma nem relação numérica que sob suas mais
diminutas formas neste reino fundamental não possam ser descobertas pela microscópica
visão oculta. Dois fatores determinam as estruturas do reino mineral:

1. O sétimo grande impulso, ou vontade de organizar.

2. O impulso para criar, ou o ritmo inicial que conduz o Logos solar a tomar forma.

O trabalho que realizam os Senhores do sétimo e do primeiro raios é, essencialmente,


o do arquiteto e do mago, e a perfeição de seus esforços se evidencia no reino mineral. No
entanto, não se compreenderá em toda sua potencialidade e mágica revelação, até que o olho
interno da verdadeira visão esteja desenvolvido e se percebam em seu verdadeiro valor as
formas que subsistem no trabalho criador, em outros reinos da natureza. Os segredos da
transmutação são o verdadeiro enigma deste reino particular; as duas palavras que
descrevem o processo e o segredo são condensação e transmutação. Cada reino tem as suas
palavras-chave. Podem ser traduzidas, mas de forma inadequada, como segue:

Reino Processo Segredo Objetivo


1. Mineral Condensação Transmutação Radiação
2. Vegetal Formação Transformação Magnetização
3. Animal Concretização Transfusão Experimentação
4. Humano Adaptação Translação Transfiguração
5. Egóico Exteriorização Manifestação Realização

À medida que se analisa o significado dessas palavras, surge um quadro geral da


intenção criadora. O objetivo e processo dos dois reinos superiores são demasiado avançados
para que os possa captar o estudante comum, e constituem também dois dos segredos da
iniciação superior.

Como este tratado tem como finalidade ocupar-se praticamente de elucidar a nova
psicologia e, como seu objetivo é melhorar a compreensão do homem sobre si mesmo, não é
minha intenção de fazer mais do que transmitir algumas idéias sobre os raios e sua relação
com os três reinos subumanos da natureza. Em todos os escritos esotéricos é necessário
demonstrar a síntese e a continuidade de todos os processos evolutivos, pois somente à
medida que o homem percebe a sua posição intermediária entre os três reinos superiores e os
três inferiores, aparecerá o verdadeiro significado da contribuição feita pelo quarto reino ao
inteiro esquema da evolução. Dei várias tabulações sobre as analogias e influências de raio,
que merecem um cuidadoso estudo. Por exemplo, é evidente que o sétimo raio está agora
129
entrando no poder e começa a fazer sentir seu efeito sobre os reinos inferiores, por isso a
humanidade deve estar preparada para as mudanças inevitáveis.

O homem só e sem ajuda descobriria oportunamente por si mesmo os acontecimentos


predestinados, mas levaria muito tempo e somente pela análise retrospectiva surgiriam os
amplos e gerais delineamentos do processo evolutivo, perdidos no acúmulo de detalhes do
presente imediato e em primeiro plano. A disposição para estudar as verdades que se
transmitem de vez em quando desde os centros de ocultismo do mundo, e para agir sobre as
hipóteses sugeridas, aumentará no homem a capacidade de ver a vida em sua totalidade, e o
permitirá colaborar (com poder e inteligência) na execução do Plano.

Já me ocupei do Processo, do Segredo e do Propósito. Para sua correta compreensão,


darei uma sinopse da informação concernente a cada reino, à medida que vamos
considerando-os.

1. O Reino Mineral

Influência Do sétimo raio de organização e do primeiro raio de poder são os fatores


dominantes.

Resultados Do processo evolutivo são radiação e potencia, uma potencia estática


que subsiste no resto do esquema natural.

Processo Condensação.

Segredo Transmutação. No Tratado sobre Fogo Cósmico está definido da


seguinte forma: "A transmutação consiste em passar de um estado de
ser para outro através da ação do fogo".

Propósito Demonstração de radioatividade da vida.

Divisões Metais brutos, metais padrões e pedras preciosas.

Agente objetivo O fogo. Constitui o fator iniciático neste reino.

Agente subjetivo O som.

Qualidade Extrema densidade. Inércia. Brilho.

Os estudantes devem lembrar que ao estudar este reino, não lidamos com os
elementos nem com os átomos, que constituem a substância com a qual estão construídas as
formas minerais, mas sim com as formas minerais à medida que se manifestam no mundo
concreto, e também no mundo tangível e objetivo. A constituição interna e a formação
geométrica dos minerais não fazem parte de nosso tema. Este não é um tratado científico,
como geralmente se entende, mas um estudo da qualidade e da consciência no que afetam o
aspecto forma. Grande parte, se não tudo o que a ciência exotérica expôs sobre o reino
mineral, pode aceitar-se como fatos relativos para aplicação geral. No entanto, eles podem
assentar-se em duas premissas básicas:

1. O aspecto consciência do mundo mineral.

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2. A transmutação da forma por meio do fogo, nesse reino, que conduz a uma radiação
final.

O exemplo mais conhecido do efeito produzido no mineral na iniciação através do fogo


pode ser visto na grande transição e transformação realizada pela alotropia, a partir do carvão
ao diamante perfeito. Outra etapa qualitativa pode observar-se na radiação ou no
desprendimento de raios como no radio.

No processo evolutivo do reino mineral se deve ter em mente três fases, estes (e ainda
que aparentemente não tenham relação entre si, a partir do ponto de vista da ciência
moderna) são, no entanto, subjetiva e essencialmente, parte de um grandioso processo
interno. Estas etapas são as analogias no reino mineral da etapa da consciência animal, da
auto-consciência e da radiante consciência grupal da alma. Existe uma quarta etapa de
potencia ou expressão de poder organizado, que está ainda mais além, e é a analogia da vida
da Mônada, neste reino, tal como se expressa na consciência solar dos iniciados de alto grau.

Assim como a ciência descobriu os noventa e dois elementos, a lista dos possíveis
elementos está relativamente completa, por isso a ciência com o tempo terá recolhido as
classificações progressistas que demonstram as três etapas do ciclo de vida de todos os
minerais, desde a etapa do mineral estático, como o carvão, através da etapa do cristal, das
pedras semipreciosas e preciosas, até a substância radioativa. Ao determinar esse
desenvolvimento o homem não pode, todavia, dar-se conta da relação existente, porque os
ciclos abarcados são tão vastos, a ação do fogo nesses grandiosos períodos é tão variável e o
reconhecimento das etapas intermediárias tão difíceis, que tudo o que eu poderia dizer só
daria lugar ao sarcasmo e a incredulidade. Mas podem assentar-se duas premissas
fundamentais:

1. Que a maioria das substâncias minerais se divide naturalmente em sete grupos


principais, correspondentes às sete subdivisões dos raios de influência, os de
organização e poder.

2. Só nos ciclos mundiais em que o sétimo raio está em manifestação e é extremamente


poderoso, se produzem certas alterações ocultas nestes sete grupos. São as
analogias, na evolução mineral, das sete iniciações do homem.

Nesta época aumentou a radioatividade. Pode observar-se atualmente na descoberta


da substância radioativa, à medida que o raio entrante aumenta sua potência década após
década. Certa quantidade de radiação é básica e fundamental em qualquer ciclo mundial. Mas
quando o sétimo raio tiver entrado totalmente se produzirá uma intensificação dessa radiação,
e novas substâncias entrarão em atividade. Esta intensificação fará com que o reino mineral
seja mais radioativo do que antes, até que esta aumentada radiação se converta, por sua vez,
em básica e fundamental. A medida que o sétimo raio for saindo ciclicamente da
manifestação, certa medida de inércia se apoderará deste reino, embora o que tenha
propriedade radioativa continuará desenvolvendo sua atividade. Desta maneira a radiação do
mundo mineral aumenta constantemente a medida que os ciclos passam, produzindo-se
logicamente um efeito paralelo nos três reinos superiores. As pessoas hoje não têm idéia
alguma do efeito (devido ao raio entrante) que esta radiação terá, não só no reino mineral
circundante, mas no reino vegetal (que tem suas raízes no reino mineral) e, em menor grau,
131
nos homens e nos animais. O poder dos raios cósmicos entrantes tem feito que se reconheça
mais facilmente a radioatividade, da qual se ocupa a ciência moderna. Três discípulos do
sétimo raio ―interpretaram‖ o significado desses raios para o homem. Refiro-me ao casal Curie
e a Millikan. Devido a que pertenciam ao sétimo raio possuíam o necessário equipamento
psíquico e a sensibilidade que lhes permitiu reconhecer intuitivamente sua própria vibração de
raio no reino mineral.

O sétimo raio é o do ritual organizado, qualidade fundamental e necessária para a


construção de formas. Os processos do reino mineral são estritamente geométricos. O
primeiro raio é o da vontade ou poder dinâmico, e quando – falando simbolicamente – as
formas aperfeiçoadas, os veículos organizados e o poder dinâmico estão relacionados e
unificados, então haverá plena expressão da mente de Deus na forma, no ponto de maior
concretização e densidade, com uma radioatividade que será dinamicamente eficaz.

Falando novamente m forma simbólica (e que mais pode ser feito com um mecanismo
tão inadequado como a mente e o cérebro do aspirante médio?), o reino mineral marca o
ponto de excepcional condensação, a qual é produzida pela ação do fogo e a pressão que
exerce a "idéia divina‖ esotericamente falando, temos no mundo do mineral o Plano Divino
oculto na geometria de um cristal, e a radiante beleza de Deus armazenada na cor de uma
pedra preciosa. Descobrimos que os conceitos divinos se desenvolvem no minúsculo e mais
baixo da manifestação. Também a meta do conceito universal se observa quando a jóia irradia
sua beleza e o rádio emite seus raios tanto destrutivos como construtivos. Se pudessem
compreender realmente a história de um cristal entrariam na glória de Deus. Se pudessem
penetrar na atrativa e repulsiva consciência de um pedaço de ferro ou chumbo, se revelaria a
história completa da evolução. Se pudessem estudar os processos ocultos que se levam a
cabo sob a influência de fogo, penetrariam no segredo da iniciação. Quando chegar o dia em
que a história do mineral possa ser captada pelo vidente iluminado, se verá então o longo
caminho percorrido pelo diamante e – por analogia – o longo caminho percorrido por todos os
filhos de Deus, regidos pelas mesmas leis e desenvolvendo a mesma consciência.

Quando o sétimo raio se manifesta no sétimo plano (como é agora o caso), é


especialmente potente e, portanto, seu efeito sobre o reino mineral se faz sentir em forma
dinâmica. Se na verdade há apenas uma só substância e um só espírito, e que "a matéria é
espírito no ponto mais baixo de sua atividade cíclica e espírito é matéria em seu ponto mais
elevado", então o raio da ordem cerimonial ou ritual, é só uma expressão de seu oposto polar
– o primeiro raio de vontade ou poder – expressando a mesma potencia sob outro aspecto, o
que significa que:

1. O poder ou a vontade de Deus se manifesta através dos processos


sistematicamente organizados do sétimo raio. A faculdade geométrica da mente
universal encontra sua mais perfeita expressão material no plano físico ou sétimo
plano, atuando por intermédio do sétimo raio. Assim, o reino mineral veio a
existência como máxima expressão dessa mente. Mantêm em solução todas as
forças e os produtos químicos e minerais que são necessários para as formas de
outros reinos materiais.

132
2. O reino mineral é, portanto, a expressão mais concreta da unidade dual de poder e
de ordem. Constitui a base da estrutura física ordenada, ou do universo de nosso
planeta.

3. É necessário que a adaptabilidade ritualística e rítmica do sétimo raio e a vontade


dinâmica do raio de poder conjuntos para o pleno desenvolvimento do Plano, como
se encontra na mente de Deus.

Esta é a razão por que, no atual período de transição, o Senhor do Sétimo Raio está
assumindo a seu cargo o controle dos assuntos e a execução ordenada do Plano, a fim de
restaurar com o tempo, a estabilidade do planeta e facilitar as entrantes influencias aquarianas
um estável e extenso campo de trabalho. Isto detalharemos quando começarmos o estudo
dos signos zodiacais e sua relação com os raios.

Agora consideraremos os dois pontos seguintes – condensação e seu segredo oculto,


transmutação. Do ponto de vista da matéria externa, o reino mineral constitui a expressão
mais densa da vida de Deus na substância e sua característica mais marcante, embora, por
vezes, incompreendida, e o poder aprisionado ou não expressado. Falando em símbolos, um
vulcão em erupção é uma pequena expressão desse poder. Do ponto de vista da substância
esotérica os quatro éteres são muito mais densos e substanciais. A ciência moderna também
expôs isso ao referir-se ao hipotético éter. Este quinto reino (contando ocultamente do reino
egóico para baixo) é o reflexo destes quatro éteres e o ponto de sua mais densa concreção.
Assim como sustentam, ou formam a base do mundo manifestado, e são considerados como
a ―verdadeira forma‖, também o reino mineral é o reino fundamental dos três mundos, de
acordo com a Lei das Correspondências. Em um sentido muito especial "substância etérica
precipitada" é a condensação ou exteriorização dos planos etéreos. Esta solidificação ou
precipitação – que resulta na produção de matéria densa objetiva ou sólida – é o resultado
tangível da interação das energias e qualidades dos primeiro e sétimo raios. Sua vontade
unida e ritmo ordenado produziram esta Terra e o conteúdo derretido do planeta, sobre a
terra, como a crosta.

No girar da grande roda, ciclo após ciclo, estes dois raios entram em função ativa, e
durante os ciclos de atividade objetiva os outros raios predominam e participam da grande
obra. O resultado dessa interação de potencias psíquicas se manifestará na eventual
transmutação da substância da terra, e se dissolverá novamente no que constitui a finalidade
da condensação objetiva. Aqui fracassa novamente a linguagem para aplicar os termos
adequados, os quais ainda não existem. Faço este esclarecimento a fim de indicar a
dificuldade do tema. A substância etérea intangível foi condensada no mundo denso tangível e
objetivo. Este – no plano evolutivo – tem que ser novamente transmutado à sua condição
original, acrescido do que adquiriu do ritmo ordenado e das tendências e qualidades forjadas
na consciência de seus átomos e elementos, mediante a experiência de exteriorização,
dissolução que pode ser observada como radiação e substância radioativa. Nelas observamos
o processo de transmutação. Os agentes dissolventes do fogo, do calor intenso e da pressão,
já conseguiram dividir o reino mineral em três partes: os chamados metais brutos, os metais
comuns, tais como prata, ouro e platina, as pedras semipreciosas e os cristais. As pedras
preciosas são uma síntese de todos os três – síntese básica da evolução. A este respeito
podem observar-se algumas correspondências entre o reino mineral e os ciclos evolutivos
humanos.
133
1. Metais brutos plano físico consciência densa.
Primeira iniciação
2. Os metais padrão plano astral consciência do eu.
Segunda iniciação
3. Pedras semipreciosas plano mental consciência radiante.
Terceira Iniciação
4. Pedras preciosas consciência e realização egóica.
Quarta Iniciação

As analogias do fogo, do calor e pressão na evolução dos seres humanos são


evidentes e pode observar-se que seu trabalho é paralelo ao reino mineral.

O reino mineral é regido astrologicamente pelo signo de Touro, e há uma relação


simbiótica entre o "olho" na cabeça do Touro, o terceiro olho, a luz na cabeça, e o
diamante. A consciência do Buda tem sido chamada de "olho de diamante".

Até agora, tenho expressado em forma técnica e grande parte do transmitido


parece não ter relação com o desenvolvimento psicológico do homem. Mas, para
compreender os raios e a grande afluência que exercem em toda vida, é necessário que o
homem entenda que ele é apenas uma pequena fração do todo. O homem tem suas
raízes em todos os três reinos, pois eles contribuíram para formar o seu equipamento; ele
é o macrocosmo do microcosmo inferior, a ligação que une os três reinos inferiores com os
três primeiros. Deve ter-se sempre em mente que o sinal do desenvolvimento espiritual do
homem reside na habilidade de incluir em sua consciência não só os chamados valores
espirituais e o poder de reagir aos contatos da alma, mas incluir também os valores
materiais e reagir em forma divina com os poderes que se acham, para ele, ocultos e
guardados por outras formas de vida divina que existem nos três reinos subumanos.

Dada a situação mundial atual premente caberia perguntar-se: Qual é a


necessidade de estudar os raios e os reinos da natureza? De que serve especular sobre
certos assuntos nos quais o estudante médio não pode captar a verdade? Estas perguntas
são inteligentes e merecem uma resposta inteligente. Responderei com outra pergunta:
Por que o pseudo servidor crê que seu equipamento mental poderia ser de alguma
utilidade na atual crise mundial?

Uma das primeiras coisas que qualquer instrutor da raça tem que fazer é aumentar
o equipamento mental do pseudo servidor. Muitas vezes o trabalho é obstaculizado pela
devoção do aspirante emocional. A frutificação do Plano freqüentemente se demora pelos
esforços inoportunos e falta de critério do sincero seguidor do Grande Senhor. O trabalho
é principalmente obstruído pelas reações da personalidade daqueles que dirigem os
grupos que se dedicam ao esoterismo. As reações da personalidade se devem, na maioria
dos casos, a algum tipo de emoção. A ambição pessoal, o desejo às vezes irreconhecível
de se chegar a ser a autoridade máxima em determinado grupo, o medo de intrusos e as
terminologias (que expressam verdades idênticas) e o ciúme de outros líderes, apesar de
uma interpretação sincera, mas confusa e ilusória da verdade, constituem um grande
obstáculo para a causa da Hierarquia. E em toda parte essas coisas são podem ser
vistas! A origem destas dificuldades reside no corpo de desejo – emocional sensório – e
134
ao indevido apego as formas e coisas externas. Esses fatores impedem a clara visão que
conduz a uma atividade inteligente e cooperativa. Se o equipamento mental e a
compreensão mental podem ser aumentados e captar a verdade, então poderá realizar-se
o verdadeiro trabalho e os grupos (que formam o Grupo Uno) poderá ir em frente e chegar
a ser verdadeiramente útil. Para tal qualidade será benéfico proporcionar o material
mediante o qual o corpo mental do estudante se desenvolva e possa encontrar o apoio e
os meios para desenvolver-se. Poucas pessoas podem desenvolver dentro de si mesmas
os pensamentos e idéias que levam a compreender a verdade; aqueles de nós, portanto,
que são responsáveis por ensinar a raça devem proporcionar-lhes necessariamente o que
é necessário. Ao fazê-lo, trabalhamos também para a próxima geração de investigadores,
sabendo muito bem que os ensinamentos avançados de hoje e as novas idéias que
influenciam os precursores da humanidade serão a inspiração do público pensador nas
gerações seguintes e, em seu devido tempo, os seguidores da teologia. As crenças e
conhecimento esotérico de hoje (os verdadeiros esotéricos espirituais e não os grupos
pseudo esotéricos) terão assimilados as fórmulas de fé das crenças de seus sucessores, e
com o tempo vão se identificar com os credos e com as organizações religiosas.

Compreender em forma mental o ensinamento e o estudo dos raios, em relação


com a natureza em evolução é mental e espiritualmente importante, mas não tem nenhum
valor prático na vida diária, exceto no que pode servir para transferir a polarização do
aspirante do plano emocional para o mental, trazendo alinhamento e estabilidade.

Agora se considerarão os raios e o reino vegetal. Resulta difícil captar o significado


da consciência e da atividade do reino mineral, porque está muito longe de nós. Também
é difícil compreender, ou ver conscientemente, por exemplo, que as unhas, os dentes e a
estrutura óssea tenham consciência e percepção inteligente do mesmo tipo, embora em
graus distintos, que o olho ou um nervo sensorial. Mas assim é. A medida que nos
ocupamos com as formas de vida que se assemelham ao tecido vivente de nossos corpos
animais, podemos apreciar sua semelhança e as idênticas possibilidades são aumentadas
passo a passo. Somente apresentando analogias se capta a verdade, pois proporcionam
certa iluminação para entender que existem formas mais elevadas de vida e de
consciência no cosmos, às quais resulta difícil introduzir sua consciência nas formas
animais da humanidade, assim como para nós é difícil se projetar na consciência de um
arado de ferro, mas isso também é verdade.

Agora classificaremos algumas idéias e informações.

2. O Reino Vegetal

Influências Do segundo Raio de Amor-Sabedoria se expressam como


sensibilidade vastamente aumentada.

O quarto Raio de Harmonia e Beleza se expressa como


harmonização mineral deste reino em todo o planeta.

O sexto Raio da Devoção ou (como foi expressado simbolicamente


na A Sabedoria Antiga) "o desejo de consagrar a vida ao Sol, o

135
doador dessa vida, ou então," o desejo de dirigir o olho do coração
ao coração do sol ".

Resultados Se expressam no segundo reino como magnetismo, perfume, cor e


crescimento em direção à luz. Recomendo-lhes que estudem estas
palavras cuidadosamente, porque nesse reino é onde se observa
pela primeira vez com toda claridade a glória futura da humanidade.

a. Radiação magnética. A fusão dos objetivos dos reinos mineral e


vegetal.

b. O perfume da perfeição.

c. A glória da aura humana. O radiante corpo luminoso.

d. A aspiração que conduz à inspiração final.

Processo Conformidade, ou o poder de estar de acordo com os padrões


impostos no céu e produzir abaixo o que existe acima. Neste reino
isto se realiza com mais facilidade do que no reino mineral, onde o
processo de condensação segue cegamente.

Segredo Transformação. Processos ocultos de alquimia que permitem aos


vegetais deste reino extrair o sustento do Sol e do solo e transformá-
lo em forma e cor.

Propósito Magnetismo. Fonte interna de beleza, encanto e poder atraente que


atrai para si as formas de vida mais elevadas e faz com que os
animais o consumam como alimento e as entidades pensantes
extraiam inspiração, estímulo e satisfação mental.

Divisões Árvores e arbustos.


As plantas florais.
As ervas que não se enquadram dentro das duas espécies
anteriores. O grupo de vegetais que são geralmente classificados
como flora marinha.

Agente objetivo Água.

Agente subjetivo Tato

Qualidade Rajas ou atividade.

Não pretendo expor neste tratado o que o leitor pode encontrar nos livros didáticos
acadêmicos escolares, nem é o meu trabalho dar informação paralela que se encontra no
ensinamento esotérico, e na teologia de nossa ciência moderna. Tento demonstrar a
síntese que reside em tudo e indicar a continuidade da consciência que pode ser
observada pelo esoterista. Assim se verá a parte integrada na totalidade, distintamente da
136
observada quando se considera a forma. O interesse primordial reside no mundo das
causas, ainda que se considerarem e estudem o que nós incluímos sob o título de
"resultados", a medida que se demonstrem como causas iniciais se chegará a
compreender melhor seu significado. Quando se capte o potência irradiante do reino
mineral se começará a investigar o fundamento da escala evolutiva e a compreender os
primeiros passos dados pela vida de Deus, por intermédio das formas manifestadas. Se ao
terminar este tema o estudante puder captar algo do significado das palavras simbólicas –
Radiação, Magnetismo, Experiência, Transmutação e Realização, – e se der conta que
personificam o propósito e a meta de cada um dos cinco reinos da natureza, nos quais
estamos fundamentalmente interessados, observará então a emergente realidade da
consciência e captará a prevalecente síntese.

a. VIDA - RADIAÇÃO - MAGNETISMO

No Yoga Sutras de Patanjali se diz que "dominando a vida que nos atrai, se obtém
a radiação", e nestas palavras reside a chave da relação que existe entre o reino mineral e
o reino humano. Em outras palavras, mediante o controle consciente da natureza mineral
estática, à medida que se expressa no homem, se produz a eventual atividade irradiante.
Assim a ―faísca se converte em chama" (Patanjali: III, 40, A Luz da Alma). Através dos
sutras se podem fazer comparações efetivas, especialmente ao considerar os diversos
quíntuplos que com tanta freqüência se encontram na manifestação. Este livro é um
tratado básico para o treinamento iniciático. Tomemos como exemplo as palavras do Livro
III, 44, e observemos a luz lançada sobre o ciclo evolutivo e o desenvolvimento simbólico
dos cinco reinos da natureza:

"A meditação concentrada nas cinco formas que adota cada


elemento, outorga domínio sobre todos os elementos. Estas cinco formas
são a natureza densa, a forma elemental, a qualidade, a penetrabilidade e o
propósito básico."

Portanto poderiam ser consideradas as seguintes analogias:

1. A natureza densa o reino mineral.


2. A forma elemental o reino vegetal.
3. A qualidade o reino animal.
4. A penetrabilidade o reino humano.
5. O propósito básico o reino das almas.

Observe-se também a correlação de idéias que podem ser encontrados à medida


que se estudam as seguintes palavras:

"A meditação unidirecionada sobre a relação existente entre o corpo e


o akasha outorga a ascensão fora da matéria (os três mundos), e o poder de
viajar no espaço..." (A Luz da Alma) Patanjali III, 42.

Evidencia-se aqui quão valioso é o ensinamento deste sutra, quando o aspecto


consciência é retido na mente, e como são esclarecidas as relações em uma escala mais
ampla que a humana:
137
1. O corpo reino mineral A densa prisão da vida.
2. O akasha reino vegetal A vida consciente fluídica.
3. A ascensão fora reino animal A meta evolutiva da relação que existe
da matéria entre o corpo e Akasha.
4. O poder de viajar reino humano A meta da consciência humana mediante
no espaço a compreensão dos três acima.

Neste tratado me ocupo das relações e influências internas de raio que produzem
os resultados externos desejados. Também quero esclarecer a meta da consciência
evolutiva. A ciência pode lidar com habilidade e discernimento da evolução das
formas. Tentarei preparar o terreno para a vindoura ciência (o qual a psicologia moderna é
o início experimental) que se ocupará da evolução da consciência com a mesma facilidade
que a ciência moderna trata de com as expressões de formas da vida. Somente quando
esta nova ciência haja alcançado o grau de desenvolvimento que tem agora a ciência
materialista, se poderá considerar a evolução da vida através da consciência na forma.
Fiz aqui uma declaração básica e sintética que requer compreensão. Meu raciocínio pode
ser seguido com certa facilidade por aqueles cuja consciência se expande a partir do
humano para o egóico.

Uma pergunta muito oportuna poderia formular-se aqui: O que determina o raio que
deve reger ou influenciar predominantemente a qualquer um ou todos os reinos da
natureza? Deve lembrar-se que qualquer reino, vendo-o como um todo, é uma entidade, e
(em seu aspecto forma) a totalidade de todas as formas constituem o corpo de
manifestação dessa entidade. Em última análise, também o conjunto de influencias auto-
iniciadas, ou a radiação magnética desse reino particular expressam a qualidade ou
qualidades fundamentais dessa entidade – a aura de sua personalidade. Dois raios regem
cada reino da natureza, exceto o reino vegetal, onde três raios indicam o tipo de vida que
existe nesse reino. Será de utilidade para os estudantes considerar este problema do
ponto de vista da analogia e compreender que eles (assim como qualquer outro ser
humano) são regidos ou atuam mediante dois raios, ou seja, o raio da personalidade e o
egóico. Depois da terceira iniciação, o discípulo tem três raios ativos, porque o raio da
Mônada começa a fazer sentir sua presença. Uma situação análoga existe em todos os
reinos da natureza. Dois raios predominam em cada reino, mas o reino vegetal é
controlado por três raios, porque está mais evoluído (em suas próprias e peculiares linhas)
que qualquer outro, devido a que nele atua o que poderia considerar-se o raio monádico
da Vida desse reino. Tudo isso não deve contemplar-se do ponto de vista da consciência
humana, nem considerar-se as normas humanas de desenvolvimento e a percepção,
como que ocupam um lugar proeminente nessa evolução da vida divina. Esta entidade
vivente tem um objetivo distinto na vida que anima o quarto reino da natureza. No entanto,
três influências logoicas fundamentais, três alentos superiores ou três vibrações de raio,
formam a vida, qualidade e aparência deste reino. Este tema é demasiado complexo para
que seja realmente compreendido e o leitor faria bem em aceitar simplesmente e com
reservas minhas declarações, e compreender que, quando ele chegue a ser um membro
do grande conjunto de iniciados da sabedoria, então o que agora é inexplicável poderá ser
compreensível e quando se localize em seu devido lugar no esquema das coisas, não
parecerá tão extraordinário nem peculiar.

138
b. OS CINCO SEGREDOS DOS REINOS DA NATUREZA

Existe um segredo relativo a cada um dos cinco reinos da natureza, que dizem
respeito à relação que existe entre a evolução humana e a totalidade, e são revelados ao
iniciado em cada uma das cinco iniciações, nas quais se explica um dos cinco segredos, e
da minha parte tentarei interpretar simbolicamente seus cinco antigos nomes ou signos:

1. O reino mineral O segredo do brilho da luz.


2. O reino vegetal O segredo do perfume sagrado.
3. O reino animal O segredo de seguir o aroma.
4. O reino humano O segredo do caminho do duplo segredo, ou dupla
respiração.
5. O reino das almas O segredo da rosa dourada de luz.

Formas simbólicas que ocultam estes cinco segredos que se transmitem para a
inteligência do iniciado, são:

1. O segredo mineral O diamante de cor branco azulada.


2. O segredo vegetal O cubo de madeira de sândalo no coração do lótus.
3. O segredo animal O molhe de folhas de cipreste em uma urna funerária.
4. O segredo Humano O cordão de ouro trançado, com sete nós.
5. O segredo egóico O botão de lótus fechado, com sete raios azuis.

De qualquer forma, predominam atualmente nos cinco reinos algumas das sete
influências logoicas; em quatro casos dois raios controlam e no reino vegetal três. Não se
deve esquecer que esses raios se relacionam entre si, e nesta grande trama e urdidura de
forças planetárias e solares, cada um dos reinos está influenciado por cada raio; no
entanto, alguns raios controlam sempre e outros dominam ciclicamente. Os raios
determinam a qualidade de vida manifestada e indicam o tipo da aparência.

Continuando com a consideração das três divisões do reino vegetal poderia dizer-
se que ele:

6º Raio Determina o tipo, a família, aparência, resistência, tamanho e natureza das


árvores em nosso planeta.

2º Raio É a influência benéfica que se expressa através dos cereais e das flores.

4º Raio É a qualidade da vida que se expressa por meio das ervas e plantas
silvestres da vida vegetal, as quais formam o "tapete verde sobre o qual
dançam os anjos".

Um importante acontecimento simbólico culminou no fim da Era de Peixes, um


período de influência do sexto raio, que consistiu na devastação mundial das florestas, os
quais foram sacrificados em todo o mundo para satisfazer as necessidades do
homem. Assim, estas formas vegetais de vida que estavam preparadas para a iniciação
foram submetidas à ação do fogo. O agente principal para o desenvolvimento deste reino
tem sido a água, e este novo acontecimento de unir o fogo e a água naquele reino,
139
constituiu o fato subjetivo que provocou o advento da era do vapor. Os grandes incêndios
florestais que atualmente são uma ameaça em diferentes partes do mundo, também se
relacionam com esta "iniciação por meio do fogo" de um reino que até então havia sido
controlado e dirigido em seu crescimento pelo elemento água.

De forma similar, a entrada do sétimo raio inaugurou um extraordinário


acontecimento no reino mineral, a que me referi em um livro anterior. Devido ao efeito
produzido pelo som e pelo fogo, o reino mineral também passou uma iniciação, pois
durante a Primeira Guerra Mundial, as siderúrgicas e outras indústrias onde o metal é
transmutado em artigos para uso do homem, o mundo dos minerais e a entidade que
anima esse mundo, estão passando por uma iniciação superior. Isso foi possível realizar
porque o raio da personalidade da entidade que se manifesta através deste reino foi
submetido ao fogo iniciático. Logicamente isso, expresso de forma simbólica, é – a única
maneira que o homem pode captar algum aspecto dessa verdade planetária. É um fato
interessante, ainda que de pouca importância, que em todas as iniciações dos reinos da
natureza, o Logos planetário de um raio específico, sempre atua como o Iniciador. Dito
raio muda ciclicamente. Atualmente, por exemplo, nas iniciações superiores conferidas à
humanidade, não somente oficia o Cristo como o primeiro Iniciador, e participa o Ancião
dos Dias – a personificação do nosso Logos planetário (em forma ativa ou por trás da
cena), mas que atrás de Ambos se encontra agora o Senhor do Quinto Raio de
Conhecimento e Compreensão.

Um ponto muito interessante poderia observar-se disto. É bem conhecido


esotericamente que o reino vegetal transmite e transforma o fluido prânico vital para outras
formas de vida em nosso planeta. Isto constitui sua divina e excepcional função. Este
fluido prânico, como luz astral, reflete o divino akasha. Por isso, o segundo plano se reflete
no plano astral. Aqueles que tentam ler os registros akáshicos, ou se empregam a agir
impunemente no plano astral e estudam ali detidamente os reflexos dos acontecimentos
na luz astral devem ser, obrigatoriamente e sem exceção, estritamente vegetarianos. O
que dá força e veracidade a esta afirmação é que por trás da insistência do
vegetarianismo e da necessidade de seguir esse regime, se acha a tradição da antiga
Atlântida. O não cumprimento desta sabia regra fez com que grande parte dos psíquicos
de hoje interpretem erroneamente os arquivos akáshicos e astrais, dando lugar a
extravagante e incorreta interpretação de vidas passadas. Somente aqueles que durante
dez anos tem sido estritamente vegetarianos, podem trabalhar no que chamamos de "o
arquivo da luz astral". Quando conseguem agregar a seus corpos astral e físico
purificados, a luz da razão e da iluminação de sua mente enfocada (o que é muito
raramente encontrado), então chegam a interpretar com exatidão os fenômenos astrais. O
seu vinculo com o reino vegetal é muito estreito e inquebrantável, e esta ligação ou cadeia
vinculadora o conduz a transpor o portal para a cena de suas investigações. Mas a menos
que o campo de serviço seja o objetivo pretendido ao ajustar-se a uma dieta vegetariana,
as desculpas para seguir e adotar tal regime, são geralmente inúteis e sem
importância. Do ponto de vista das verdades eternas, o que um homem come ou veste, o
obstinado fanático o vê sob um aspecto muito distinto. Permitam-me repetir: o problema de
tirar a vida (seja do reino animal ou vegetal), é muito mais grave do que se pensa e deve
ser abordado a partir de um ângulo (não apenas em grau, mas em espécie) distinto do que
a de tirar a vida de um ser humano. Os três aspectos da divindade estão unidos no
homem, e ninguém deve interferir com o destino de um divino filho de Deus. A atitude
140
referente aos dois aspectos da divindade, tal como se encontram nos reinos subumanos, é
muito diferente, e a verdade emergente difere do que crêem as pequenas mentalidades.

A influência dos três raios fundidos no reino vegetal, que também são os três raios
correspondentes aos números pares 2-4-6, produziram a quádrupla perfeição deste reino
que não tem paralelo em qualquer outro. Os raios são responsáveis por este resultado, e
seu efeito pode ser observado na análise que se segue:

2º Raio O resultado da influência deste Raio, que aflui ciclicamente através deste
reino, produziu seu magnetismo e atração.

4º Raio Este raio de luta e conflito tem como objetivo produzir harmonia entre a
forma e a vida, e conseguiu sintetizar e harmonizar a cor da natureza. Por
"cor da natureza", automaticamente pensamos no reino vegetal e na
harmonização da vegetação.

6º Raio O crescimento até a luz é o efeito da influência deste raio, além da


tendência normal de evoluir, de todas as formas de vida. Ele faz aflorar à
superfície as latentes sementes do reino vegetal, inerentes ao
solo. Constitui a energia da exteriorização.

O efeito unido desses três raios que atuam em uníssono, produziu o quarto
resultado, a fragrância das flores nos exemplares superiores do reino vegetal. A fragrância
pode ser mortal ou vitalizante, deliciosa ou repulsiva. Atrai e constitui parte do aroma deste
reino que se pressente na aura planetária, ainda que a humanidade não o reconheça
totalmente. Um perfume pode ser isolado. No entanto, o perfume de um reino é um
fenômeno bem conhecido pelo o iniciado.

Seria interessante que os estudantes buscassem analogias semelhantes em outros


reinos da natureza, lembrando que este reino se acha esotericamente mais avançado do
que os outros, e que em seu aperfeiçoamento participam três raios. Poderia dizer-se que
os três afetam finalmente a cada um dos outros três reinos.

Na próxima sub-raça, o segundo raio começará a exercer influencia sobre o reino


mineral.

Na próxima raça raiz, o quinto raio começará a exercer o seu poder no reino
animal, estimulando gradualmente a mente instintiva do animal, para atingir o mesmo grau
de vibração do raio de intelecto ou de conhecimento. Isto organizará o cérebro do animal,
e transferirá o poder do centro do plexo solar para o centro coronário; em conseqüência
produzirá uma mudança na polarização animal e aumentará a atividade do cérebro.

Quando finalize a ronda, o raio monádico, das unidades avançadas da humanidade


será tão poderoso que se produzirá uma marcada precipitação do primeiro raio, que
estimulará a vontade individual. Portanto, com o desenvolvimento do aspecto vontade da
humanidade atingirão as próximas etapas de importância psicológica:

1. Instinto. 2. Aspiração emocional.


141
3. Intelecto. 4. Unidirecionalidade Mental.
5. Propósito egóico. 6. Vontade espiritual.
7. Intenção Divina.

Estas etapas estão latentes em todos nós, se relacionam com os sete princípios do
homem, e se expressarão na humanidade avançada como "aspectos da psique" e,
psicologicamente, durante as últimas etapas do desenvolvimento humano, etapas que
deveriam despertar maior interesse nos pesquisadores e educadores e desenvolver-se na
criança e no adolescente. Atualmente se expressam como etapas atribuídas para o
desenvolvimento dos discípulos e iniciados, e indicam o local que ocupam no Caminho,
dai sua utilidade prática.

No reino das almas, o quarto raio completará o trabalho das próximas duas rondas,
mas este período é tão remoto que não é necessário ocuparmo-nos dele.

No reino vegetal o trabalho do segundo raio de Amor-Sabedoria se observa


simbolicamente em uma de suas maiores culminações. Sua atratividade, no que diz
respeito ao sentido da beleza, cor, forma, distribuição e fragrância, se observa em toda
parte, e se possuíssem a visão, apareceria em toda a sua glória a realidade e a síntese da
vida. Mas assim como o último dos cinco sentidos que faz sentir sua presença no homem,
o olfato, é ainda muito pouco compreendido e suas implicações não foram percebidas,
nem tampouco sua relação com a mente analítica e discriminadora, não foi avaliada
cientificamente a "atração" (esotericamente falando) do reino vegetal, que permanece
incompreendida, mas constitui a radiante vestidura do planeta revelada pelo sol. É a
expressão alcançada da vida animadora deste reino da natureza e o efeito da
manifestação dos três aspectos divinos e ativos neste "peculiar" filho da divindade, à
medida que cumpre o seu destino na forma e através da matéria.

Todo o problema do magnetismo está estreitamente vinculado com o problema do


sexo. No estudo oculto a respeito da disseminação da semente vida e dos germens do
reino vegetal, na compreensão do papel desempenhado por estes organismos
milagrosamente desenvolvidos – as formigas e as abelhas – e, posteriormente, na
investigação realizada por aqueles que hajam despertado a visão sobre o trabalho dos
construtores etéricos, os elfos e as fadas, se lançará uma nova luz sobre o sexo e a
função que cumpre na inter-relação da vida e na criação das formas. A respeito deste
aspecto da verdade profundamente esotérica não posso explanar-me, porque é o efeito da
atividade das vidas solares do sistema solar e não é possível ocuparmo-nos delas, nem
elucidar este tema, de modo que tenha um valor construtivo para o leitor comum. O que
não tenha um valor esotérico imediato nesta época de urgência mundial, pode muito bem
ser relegado para o futuro.

C. OS PLANETAS E OS REINOS DA NATUREZA

No reino vegetal predomina a influência de Venus, apesar disso parecer estranho


para alguns estudantes de ocultismo. Vênus e Júpiter influem poderosamente sobre este
reino das formas.

142
Será interessante observar que todos os planetas estão estreitamente relacionados
com todos os reinos, mas tal relação não deve ser confundida com os raios planetários, ou
com o fato de que alguns planetas são considerados "planetas sagrados" e outros
não; emprego a expressão "influência planetária" no mesmo sentido que a aplica o
astrólogo, pois este não se ocupa dos raios planetários básicos. Portanto, poderia dizer-se
que as relações planetárias deste ciclo são:

1. O reino mineral Plutão e Vulcano.


2. O reino vegetal Vênus e Júpiter.
3. O reino animal Lua e Marte.
4. O reino humano Mercúrio e Saturno.
5. O reino das almas Netuno e Urano.
6. O sintetizador dos cinco O Sol.

Também se sentem outras influências planetárias assim como forças ocultas que
atuam sobre nossa vida planetária, mas as classificadas acima são as principais
influências que produzem os resultados desejados nos reinos da natureza, de acordo com
o Plano. Deve lembrar-se que essas influências cíclicas predominam atualmente e mudam
ciclo após ciclo. Um discípulo na senda, por exemplo, está fortemente influenciado por
Mercúrio e Saturno, mas quando começa a treinar para a primeira iniciação deve encarar
as influências de Plutão e Vulcano; o treinamento para a segunda iniciação o põe sob a
influência de Netuno, Vênus e Júpiter, que lutam para controlá-lo. A ligação com o reino
vegetal é então muito forte, daí os freqüentes "perfume astrais" que o discípulo
percebe. Antes de alcançar à primeira iniciação, seu mundo interno mineral estático se
terá desintegrado.

Na terceira iniciação, a Lua e Marte lutam por obter a ascendência, e é aí que


reside seu campo de batalha. Assim, na grande Transfiguração o corpo se "transfigura" em
sinal de triunfo. Na quarta iniciação Mercúrio e Saturno atuam como grandes transladores,
e levam o discípulo até o portal da sua realização. Quando se passa a iniciação final, a
atividade de Urano e a entrante força de Júpiter produzem a reorganização, o que dá por
resultado a emancipação final. A realidade e complexidade do tema é aqui evidente.

No surgimento de cor no reino vegetal outra grande influência é vista, e o problema


das influências de raios torna-se ainda mais complicado. A cor básica, o verde, indica o
poder de Saturno. Esotericamente falando, o reino vegetal está em uma etapa avançada
no caminho do discipulado, e devido a isto se acham ativos Saturno e Marte. A influência
deste último planeta pode observar-se atualmente nas flores, na profusão das cores
vermelha, rosa, amarelo e alaranjado das flores.

Mais uma vez, será útil ao leitor observar mentalmente a relação que existe entre o
crescimento e o idealismo do sexto raio. Disso poderá conhecer o papel que desempenha
o Raio da Devoção quando fomenta o impulso de evoluir. É o crescimento até um ideal,
protótipo ou arquétipo divino. Aqui subjaz o segredo deste reino, oculto na palavra
"transformação" porque os raios de 2, 4, 6, são grandes transformadores. A chave do
segredo está em processo de assimilação e as forças construtoras que transmutam os
minerais assimilados, a umidade absorvida, o alimento do ar e a oferta dos reinos dos
insetos aos corpos manifestados, as cores brilhantes, as auras magnéticas e os perfumes
143
que se destilam neste reino. Grande parte desta linha tem sido objeto de investigação dos
cientistas modernos, mas até que reconheçamos a realidade das influências dos raios e o
papel que desempenham na produção de tais fatores, não descobrirão o verdadeiro
segredo que se observa nas transformações.

Portanto, o leitor atento verá que na relação que existe entre os raios e os reinos
da natureza e na semelhança dos raios que atuam sobre os reinos que diferem
amplamente, se achará o ponto de contacto ou a porta de entrada pela qual podem fazer
contato entre si.

Por exemplo, nos reinos humano e vegetal as influências entram (usando as


palavras em sentido esotérico) através do quarto raio, que influencia as formas de ambos
os reinos. A relação que existe entre o reino vegetal e o reino das almas, está no segundo
raio. Este raio começa a fazer sentir sua presença no reino mineral, e dai a facilidade do
homem para trabalhar e utilizar materialmente as formas deste reino. Talvez devesse dizer
abusar deles. Dentro de pouco tempo o quinto raio, como será observado, fará sentir seu
poder no reino animal, e se estabelecerá uma relação cada vez mais estreita entre os
homens e os animais.

Mais uma vez, os raios manifestados em qualquer época estabelecerão relações


entre os reinos, aumentarão a interação das forças e o intercambio de energias,
produzindo, assim novos efeitos, novas formas de vida e novas maravilhas no mundo dos
fenômenos. O homem tende também a crer que as influências de seu raio (dominante em
seu próprio reino) devem ser de grande importância e os mais poderosos. Mas agora não
é assim.

Não é possível estudar detalhadamente e fazer uma verdadeira análise do efeito e


do trabalho dos raios em relação ao reino animal. No entanto, deve lembrar-se que as
raízes da psicologia humana estão ocultas nessa expressão de Deus. A humanidade
expressa dois aspectos da alma – a alma animal e a alma divina – e ambas, combinadas e
fundidas no homem, constituem a alma humana. Este fato é a causa dos principais
problemas do homem, e esses são dois fatores que o envolvem na longa luta que conduz
à libertação da alma divina través da sublimação da alma animal. Há muito a refletir sobre
estas palavras: "Os dois se tornarão um só". Este trabalho começa a realizar-se no reino
animal e constitui seu "segredo", daí o emprego da palavra transfusão, em conexão com
ele. O primeiro resultado desse processo secreto foi a individualização. O seu efeito final e
culminante pode observar-se nas cinco etapas do processo iniciático, que leva a eventual
transfiguração e libertação. No entanto, todo o trabalho é um grande desdobramento da
revelação da alma de Deus, e só quando a humanidade se divorciar deste processo
revelador descobriremos os segredos, os problemas, as dificuldades e os mistérios
insolúveis. Está se desenvolvendo gradualmente uma consciência, percepção e
sensibilidade ao contato, cada vez mais amplo e inclusivo, o qual constitui a consciência
de Deus, a percepção do Logos solar e a sensibilidade de um Filho cósmico de Deus.

A forma pela qual essa Vida se expressa, e o mecanismo sensório de resposta


através do qual atua essa Consciência, é de importância secundária e é um mecanismo
automático. No entanto, temos nos identificado com esse mecanismo e temos esquecido
de que é apenas a expressão de um aspecto da consciência que indica um momento dado
144
na etapa de evolução da entidade animadora. Permita-me reiterar: Os dois fatores de
maior importância durante a manifestação são: A consciência evolucionante e a vida em
manifestação. Quando isto é levado em conta, se observará que cada etapa do caminho
aparece como um reino da natureza. Cada um destes reinos carrega o aspecto
consciência até uma etapa superior de perfeição e expressa uma maior sensibilidade e
resposta às condições externas e internas circundantes, que as do reino precedente. Cada
um manifesta uma revelação mais plena da glória interna ou oculta. No entanto, quando
uma unidade da vida está imersa na forma e quando a consciência se identifica (no tempo
e no espaço) com qualquer forma determinada, não é possível compreender sua divindade
nem expressá-la conscientemente. Sua psicologia corresponde ao parcial e ao particular,
e não a totalidade e ao universal. Quanto maior e mais íntima seja a identificação com o
aspecto forma, maiores serão as sínteses e também a unidade inferior, mas ao mesmo
tempo tanto maior é a escuridão e, falando simbolicamente, a prisão será mais densa. Tal
é a consciência dos reinos inferiores ou subumanos na natureza. Quanto mais a unidade
de vida se identifica com "o que é consciente", tanto maior será a superior, embora
distinta, unidade e síntese. Assim também será a consciência dos três reinos superiores,
ou super-humanos. A tragédia, o problema e a glória do homem, residem em que ele pode
identificar-se com os dois aspectos – a forma e a vida; seu estado psicológico é tal que
durante o período em que ele faz parte do reino humano, seu reino, sua consciência oscila
entre esses pares de opostos. Pode identificar-se com as formas sub-
humanas; invariavelmente o faz nos estágios iniciais, e com o aspecto vida nas etapas
finais. Nos estágios intermediários o homem comum é rasgado violentamente por ambos,
sendo ele mesmo o campo de batalha.

Todo o problema da dor e do sofrimento, tal como hoje se compreende, está


vinculado com esse estado de consciência, incidental à percepção dos pares de
opostos. O animal sofre, porém o faz em forma física e sensorial. O homem sofre, porém o
faz física, sensorial e também mentalmente; o sofrimento mental se deve a ter
desenvolvido certos aspectos da mente inferior – antecipação, memória, imaginação,
poder de visualizar, remorso e impulso inato de alcançar a divindade, o que traz consigo
uma sensação de perda e de fracasso. Os padecimentos de Deus (aos quais se referem
as escrituras do mundo, tão misteriosamente) estão longe de ser sensórios e são mentais
e intuitivos, mas não me deterei a elucidar esse mistério. Os padecimentos da humanidade
são essencialmente pessoais; os de Deus são preeminentementes impessoais e se
relacionam com a totalidade. Referi-me a eles porque queria que vocês obtivessem uma
imagem da síntese do desdobramento do incipiente para o senciente, do sensível ao
percebido mentalmente, e da percepção mental para o "divinamente apreciado", como é
ocultamente denominado. Fiz descrições que abarcam a totalidade. Tentem pensar na
totalidade e não adaptem cada detalhe para tudo e lembrem que o que pode parecer uma
contradição talvez seja apenas um fragmento transitório, o qual não podem relacionar nem
aplicar.

No reino animal se observam os primeiros indícios de dor ou sofrimento, enquanto


nos animais superiores e domésticos ambos os processos educativos estão mais
claramente definidos. O trabalho que realiza o homem com os animais têm resultados
poderosos e, oportunamente, conduzirá a reabrir a porta ao reino humano. Parte do
trabalho já feito pelo homem superou a expectativa divina e pode justificar o apressamento
do Plano.
145
Agora classificaremos o exposto sobre este reino e os raios, como fizemos com os
outros dois reinos.

3. O Reino Animal

Influências Do terceiro raio da Inteligência Ativa ou Adaptabilidade, são poderosas


neste reino; à medida que transcorre o tempo se expressam cada vez
mais e produzem no reino animal essa reação à vida e ao meio
ambiente que poderia descrever-se melhor como "unidirecionalidade
animal." Então, partindo da forma cíclica, o sexto Raio da Devoção ou
Idealismo pode fazer sentir sua presença como a ânsia de alcançar a
meta, produzindo uma relação com o homem, que o converte na meta
desejada. Isto pode observar-se em animais domados, adestrados e
domesticados.

Resultados Por um lado vemos que o terceiro raio produz o surgimento do instinto,
e por sua vez cria e utiliza esse maravilhoso mecanismo de resposta
denominado sistema nervoso, o cérebro, e os cinco sentidos que estão
detrás e são responsáveis por ele como um todo. Deveria observar-se
que por maior que se considere a diferença entre os seres humanos e
os animais, existe na verdade, uma relação mais íntima do que a
existente entre o animal e vegetal. No caso do sexto raio temos
desenvolvimento do poder de ser domesticado e adestrado, que é, em
última análise, o poder de amar, servir e sair do rebanho e passar ao
grupo. Reflitam sobre as palavras desta última e paradoxal afirmação.

Processo Se denomina concretização. Neste reino temos pela primeira vez a real
organização do corpo etérico nos "verdadeiros nervos e centros
sensoriais", segundo os denominam os esotéricos. As plantas também
possuem nervos, porém eles não têm a mesma complexidade de
relação e plexo, como encontramos no ser humano e no
animal. Ambos os reinos compartilham o mesmo agrupamento geral de
nervos, de centros de força e canais, e têm uma coluna vertebral e um
cérebro. Esta organização do mecanismo de resposta sensível
constitui, na verdade, a densificação do corpo etérico sutil.

Segredo Se denomina transfusão, palavra muito inadequada para expressar a


fusão inicial, no animal, dos fatores psicológicos que conduzem ao
processo de individualização. É o processo de dar a vida, de
integração inteligente e desenvolvimento psicológico para enfrentar a
emergência.

Propósito Se denomina experimentação. Chegamos aqui a um grande mistério,


peculiar ao nosso planeta. Em muitos livros esotéricos foi afirmado e
insinuado que Deus e nosso Logos planetário cometeram um erro
muito sério, e que esse erro inclui o nosso planeta e tudo o que ele
contém de dor, caos e padecimentos visíveis. Poderia dizer-se que não
146
foi um erro, mas simplesmente um grande experimento, cujo êxito ou
fracasso ainda não é possível julgar? Poderia dizer-se também que o
objetivo do experimento é o seguinte: É a intenção dos Logos
planetários provocar uma condição psicológica que pode ser melhor
descrita como "lucidez divina". O trabalho da psique e a meta da
verdadeira psicologia é ver claramente a vida tal como é e tudo o que
ela envolve. Isso não significa condições e meio ambiente, mas sim
Vida. Esse processo começou no reino animal e culminará no ser
humano. Ambos estão descritos no Antigo Comentário como "os dois
olhos da Deidade, cegos no início, porém mais tarde vêem, enquanto o
olho direito vê com mais claridade que o esquerdo‖. A primeira tênue
indicação desta tendência para a lucidez é vista na faculdade que tem
as plantas de que buscar o sol, a qual praticamente não existe no reino
mineral.

Divisões Primeiro os animais mais evoluídos e domésticos, tais como o cão, o


cavalo e o elefante.

Segundo, os animais selvagens, como o leão, o tigre e os


denominados carnívoros e perigosos.

Terceiro, o conjunto de animais menores que parecem não satisfazer


necessidade alguma nem cumprir propósito especial, tais como as
inofensivas mas inumeráveis vidas que pululam em nossas matas,
selvas e campos do planeta, por exemplo, os coelhos e outros
roedores que temos no Ocidente. A descrição acima é uma ampla e
geral especificação sem importância científica, mas abarca
adequadamente as divisões cármicas e a conformação geral que
corresponde a estes agrupamentos de vidas em dito reino.

Agente Objetivo Fogo e Água – ardente desejo e mente incipiente. Simboliza o poder
que tem o animal de comer e beber.

Agente subjetivo O olfato ou aroma – descobrimento instintivo do que necessita, que vai
desde a busca de alimentos e o uso do poder para farejar esse
alimento, até a identificação do odor de seu querido mestre e amigo.

Qualidade Tamas ou inércia – neste caso é a natureza tamásica da mente e não


da matéria, como se compreende geralmente. "Chitta" ou substância
mental, pode ser analogamente tamásica.

As duas questões de interesse imediato para o gênero humano em relação com o


reino animal são:

O problema da relação e da responsabilidade humanas.

O problema de individualização animal.

147
A. AS RELAÇÕES HUMANAS COM OS ANIMAIS

A respeito disso, posso dar só algumas indicações a título de informação, sobre os


raios que atuam em ambos os reinos. Os dois problemas, especialmente o segundo, são
muito complexos, e exigiriam volumes para ser devidamente elucidados. A correta
exegese não é ainda possível, e tampouco poderia compreendê-la o homem.

O primeiro ponto a ser enfatizado diz respeito à responsabilidade humana para


com os animais e que o mundo animal personifica dois aspectos divinos e dois princípios
divinos, e dois raios principais estão relacionados com sua expressão ou
manifestação. Estes dois aspectos se encontram também no homem, e é ao longo destas
duas linhas, que o homem compartilha em uníssono com o animal, que reside sua
responsabilidade e tarefa; ao ampliar esses aspectos da energia divina ele compreenderá
qual é sua tarefa e a levará a sua culminação. A mesma atividade e inata inteligência
divinas se encontram no aspecto forma nos dois reinos. São inerentes à própria
matéria. Porém este terceiro Raio de Inteligência Divina atua com mais potencia e influi
mais poderosamente o reino animal do que o homem. Este é uma informação que não se
havia dado até hoje.

Logicamente estão também presentes o aspecto construtor da forma, o segundo


raio, e o instinto de rebanho, base da relação sexual entre os corpo animais. Desempenha
uma função similar entre os seres humanos, e ao longo destas duas linhas de energia, se
acharão os pontos de contacto e a oportunidade de assumir a responsabilidade. Em última
análise, deve observar-se que os animais têm mais para dar aos homens que os homens
aos animais, no que diz respeito a essas determinadas funções e poderes. Na família
humana atua outro aspecto divino, a vontade, o propósito dirigido, o objetivo planejado, o
inteligente desígnio ou plano. Estas qualidades são inerentes ao homem e constituem um
aspecto da mente divina, inativo como regra geral no animal. No entanto, à medida que
este reino vai entrando sob a crescente influência humana e a contínua tendência a
domesticidade faz sentir sua presença, veremos surgir objetivamente o propósito em certa
medida; um dos meios para atingir esse fim reside em dirigir o afeto e a atenção do animal
ao seu amo. Nesta ilustração se expressa a responsabilidade que tem o homem com o
mundo animal. Os animais domésticos devem ser treinados para que participem da ação
da vontade aplicada. Parece ser que todavia o homem interpreta isso como a vontade do
animal de querer seu amo, porém é algo mais profundo e fundamental que satisfazer o
amor do homem por ser amado. O verdadeiro e inteligente treinamento dos animais
selvagens a adaptação às condições da vida ordenada, constituem parte do processo
divino de integrar o Plano e expressar a intenção divina de forma ordenada e
harmoniosa. Mediante o poder do pensamento o homem acabará por preencher a lacuna
existente entre ele e o reino animal, e o deve fazer com o pensamento dirigido e
controlado, que por sua vez controlará e dirigirá a consciência animal. Isto não se efetuará
por amor, medo ou dor. Existe a intenção de que o procedimento e o estímulo sejam pura
e estritamente mentais.

Desde épocas remotas a relação entre os animais e o homem foi inteiramente


física. Os animais acercaram-se ao homem na época em que o homem animal não era
muito diferente da deles. No geral é muitas vezes esquecido que havia uma etapa de
desenvolvimento humano em que o homem animal e as formas existentes de vida animal,
148
viviam em relacionamento mais estreito do que na atualidade. A única coisa que os
separava então era o fato da individualização. No entanto, esta individualização foi tão
pouco compreendida que a diferença existente entre o animal sem mentalidade (segundo
se diz) e a humanidade infantil, era pouco sensível. Grande parte do que aconteceu
naqueles remotos eons foi perdido no silêncio do passado. O mundo animal era então
muito mais poderoso do que o humano; os homens eram totalmente impotentes para
defender-se do ataque dos animais, e a devastação causada por animais nos primitivos
homens animais em meados da época Lemuriana foram terríveis e espantosos. Pequenos
grupos nômades de seres humanos foram completamente dizimados época após época,
pela poderosa vida animal do período, mas o instinto, que se diferenciava muito pouco de
seus inimigos, ensinou o homem animal a tomar certas precauções. À medida que
transcorriam milhões de anos começou a afirmar-se a inteligência e astúcia humanas, e a
humanidade tornou-se mais poderosa que os animais e por sua vez devastou o reino
animal. Até duzentos anos atrás as vidas humanas imoladas pelo mundo animal, nas
selvas do continente ocidental, na África, nas terras primitivas da Austrália e nas ilhas dos
mares tropicais, foram incalculáveis. Daí a crueldade do homem para o animal, que
freqüentemente se esquece devido ao prevalecente sentimentalismo. É o carma que
inevitavelmente está saldando o reino animal. Esta questão deve ser considerada com
maior amplitude do que até agora, e seus verdadeiros valores históricos devem ser melhor
compreendidos antes que o homem possa decidir inteligentemente qual é o problema de
sua responsabilidade e como deve enfrentá-lo e resolvê-lo.

Nos dias atlantes a relação puramente física foi temperada pela relação astral ou
emocional, e chegou o momento em que alguns dos animais foram arrastados para dentro
da órbita da vida humana, amansados e cuidados, e apareceram os primeiros animais
domésticos. Começou assim uma nova era em que certos animais evocavam o afeto de
certos seres humanos, e uma nova influência começava a atuar no terceiro reino da
natureza. Isto se iniciou durante um ciclo em que o segundo e o sexto raios atuaram
simultaneamente e coincidiram seus ciclos maiores e menores. Este é um raro
acontecimento e quando ocorre, os guardiões da raça se valem da oportunidade de obter
maiores resultados, ou iniciar novas atividades mediante as quais pode desenvolver-se
mais rapidamente o Plano Divino. Para neutralizar o medo da humanidade (em relação ao
mundo animal) foram oferecidos aos guardiões da raça a oportunidade de fazer uma
constante aproximação entre os homens e os animais, porque era um ciclo onde o amor e
devoção fluíam em e através de todas as formas, neutralizando assim grande parte do
medo. Desde então tem aumentado o número de animais domésticos. E a relação entre os
dois reinos é hoje dual – física e emocional.

A estas foi adicionada, nos últimos duzentos anos, uma terceira relação, a da
mente. O poder mental da humanidade será, em última análise, o fator controlador e, por
seu intermédio, os três reinos subumanos cairão sob o controle do homem. Isso tem
acontecido muito rapidamente nos reinos mineral e vegetal, e ainda que não se tenha
atingido no reino animal, o processo segue avançando com toda velocidade. Não se
progredirá muito durante o ciclo em que prevalecerá o entrante sétimo raio, embora, à
medida que se imponha a lei, a ordem e o ritmo sobre o planeta, e o caos seja substituído
pela organização, diminuirão cada vez mais essas zonas do planeta onde predominam os
animais e desaparecerão certas espécies se não forem protegidas.

149
B. INDIVIDUALIZAÇÃO

Resulta evidente que o efeito da inter-relação existente entre o animal e o homem,


obriga o animal a dar o próximo passo denominado individualização. Este acontecimento é
a culminação do processo de transfusão, e indica a aparição dos três aspectos divinos da
unidade de vida na forma. Assim nasce um filho de Deus, um Senhor da Vontade dirigida
e dedicada, e assim o terceiro princípio divino de energia intencional funde-se com os
outros dois, e provoca uma total reorganização dentro da forma animal. Os esotéricos
sempre tem dito que a individualização é um grande experimento planetário que, quando
foi instituído, substituiu o método anterior, empregado na Lua, que era o de impulsionar a
exteriorização e o progresso (denominado aspiração naquilo que concerne ao
homem). Isso realmente significa que quando a vida evolucionante na forma atingiu certo
grau de sensibilidade e percepção e o impulso interno foi bastante forte, a vida se esforçou
por estabelecer contato com um outra corrente de expressão divina, outro raio maior de
manifestação. A união de distintas atividades foi a causa da qual emergiu um novo ser na
manifestação. Talvez a verdade fundamental que reside por trás das idéias expostas
atualmente e classificadas sob o termo geral "evolução emergente". Isso ainda se aplica
em muitos setores da natureza e aplica-se para reger o aparecimento dos seres humanos
no planeta. O impulso e o desenvolvimento se produzem dentro do próprio organismo, e
são o resultado do crescimento, a exteriorização e a expansão.

Mas o método geralmente empregado na atualidade constitui um grande


experimento do segundo raio, o qual envolve uma atividade que vem a partir do exterior,
de cima, do superior e di divino, se o emprego destas palavras, relativamente sem sentido,
pode servir para descrever o processo. O impulso ou empuxo neste caso não se origina
nas duas expressões inferiores nem nas anteriores fusões de energias divinas. O aspecto
superior da divindade toma a iniciativa e, mediante um estímulo aplicado externamente,
produz uma resposta na vida dentro da forma. Daí que o processo seja em realidade uma
iniciação.

Na atualidade animais domésticos chegam em todos os casos a individualização,


por exemplo: o cavalo, o cachorro, o elefante e o gato. Estas quatro espécies estão
atualmente em processo de "transfusão" e, como se denomina ocultamente, e tais
unidades de vida são preparados uma a uma e levadas ao portal desse peculiar processo
iniciático que chamamos, por falta de termo melhor, individualização. Ali esperam até que
se pronuncie a palavra que lhes permita transpor o umbral para serem admitidos no

"... tríplice caminho que conduz à dupla senda; e o percorrem até que
chegam finalmente ante porta dourada. Esta última porta os introduz na única
e só senda que desaparece dentro da Luz"
Velho Comentário

Os fatores que determinam a individualização são diferentes e alguns deles podem


ser enumerados como:

1. A resposta instintiva do animal para a atmosfera mental do ser ou seres humanos que
o rodeiam.

150
2. O amor extrovertido e interesse das pessoas com as quais o animal tem laços de afeto
ou de serviço.

3. Os impulsos de raios que estão ativos a qualquer momento. Estes são, entre outros:

a. O raio do próprio animal. Os elefantes pertencem ao primeiro raio; os cães são


expressão do segundo; os gatos são a manifestação do terceiro, e os cavalos do
sexto raio. Os animais pertencentes a outros raios ainda não estão prontos para a
individualização.11

b. O raio de determinada pessoa ou pessoas, com as quais o animal está associado.

c. O raio ou os raios de um ciclo periódico particular.

Poderia dar-lhes a técnica que empregam os guardiões da raça e dos reinos,


quando tratam de levar a cabo a individualização, mas que propósito teria e de que serviria
tal informação? Cada raio afeta os entes pertencentes a ele em uma crise de
individualização, de uma maneira muito diferente daquela dos demais raios; cada raio
encontra seu ponto principal de contato através de um dos centros que se acham no corpo
etérico dos animais e dos homens. Deve lembra-se que no animal quatro centros estão
ativos e três inativos, porém está latente seu efeito e emprego. O processo consiste em
que cada raio atua ou derrama sua energia através de qualquer um dos centros do corpo
etérico dessa Entidade, Que anima todo um reino da natureza e, em seguida, por meio
desse centro particular, energiza a unidade, no processo de individualização, para que
inicie a atividade necessária. Mais adiante, quando os efeitos dos raios, psicologicamente
falando, sejam melhor compreendidos, e os centros com suas sete vibrações de raio
hajam sido estudados mais profundamente, se verá que por meio de um determinado
centro e seguindo um raio de vibração particular, se pode fazer contato e conhecer outras
formas de vida e centros de consciência. Isto se aplica a todas as formas em todos os
reinos, desde o subumano ao sobre-humano. Um dos principais modos em que o homem
aprende esta verdade é descobrindo uma determinada vibração – que emana de
determinado Mestre – que produz uma reação nele e lhe exige uma resposta. Isso o
permitirá saber a que raio pertence sua alma e a que raio pertence o grupo que o
atrairá. Isso é importante para o aspirante, e deve analisá-lo mais cuidadosamente do que
até agora, porque mediante esse procedimento o aspirante determina a natureza e
qualidade do tipo da sua alma e do centro através do qual (falando em sentido oculto)
entra na Senda. Descobre também o grupo de formas e de vidas com o qual está ligado,
aos quais deve prestar serviço e, por sua vez, ser servido por eles.

A relação que existe entre os raios e os centros no aspirante comum podem ser
classificados assim:

1. O centro coronário Raio da Vontade ou Poder Primeiro Raio.


2. O centro ajna Raio do Conhec. Concreto Quinto Raio.

11
Ver pág. 154 para a enumeração distinta dos raios. A aparente contradição talvez se deva ao emprego da palavra
"raio" porque não foi indicado se é um raio maior, uno dos sete subraios do raio maior o se está implicado um raio
complementar. Os Editores.

151
3. O centro laríngeo Raio da Intel. Ativa Terceiro Raio.
4. O centro cardíaco Raio do Amor-Sabedoria Segundo Raio.
5. O plexo solar Raio da Devoção Sexto Raio.
6. O centro sacro Raio da Magia Cerimonial Sétimo Raio.
7. A base da coluna verteb. Raio da Harmonia Quarto Raio.

Estes raios e seus centros correspondentes exigem um estudo muito minucioso,


pois são abrangentes e reveladores. Observe-se, por exemplo, em que forma o sétimo raio
governa na atualidade e se expressa através do centro sacro que controla a vida sexual e
a construção das formas de expressão. Portanto, agora oscila em atividade e aflui através
deste centro particular a fim de organizar e produzir a aparição destas novas formas
mediante as quais todas as vidas no novo ciclo (astrológico, periódica e cientificamente
compreendido) podem expressar-se. Era necessário que a vida sexual fosse controlada
por esta energia a fim de levar a cabo as mudanças necessárias, daí que um dos grandes
resultados da influência do entrante sétimo raio tenha sido aumentar o interesse mental
sobre o sexo. Também o estudo das influências de raio no atual período histórico, e sua
relação com os outros raios, revelará a exatidão e o sugestivo da anterior classificação dos
raios.

A relação do homem com os animais é, como vimos, física, emocional e cada vez
mais mental. Cada raça humana funciona, por sua vez, sob a influência dos raios que
produzem definitivos efeitos sobre os três reinos subumanos. Através da humanidade,
quando se iniciou o grande experimento da individualização, foram enfocadas as energias
ou influências dos raios provenientes dos reinos super-humanos, começando assim a
grande atuação da humanidade, que consistia em transmitir ciclicamente as forças dos
raios. Ainda que a estrela de seis pontas seja agora o símbolo do trabalho criador
(considerando-o como um todo), o triângulo com a ponta para baixo, repousando sobre um
triângulo com a ponta para cima, algum dia representará um quadro mais veraz da função
criadora e preservadora do quarto reino.

C. OS CINCO PONTOS DE CONTATO

Existem cinco pontos de contacto mediante os quais o mundo material pode ser
ocultamente elevado até chegar à vida e ao poder, assim como existem cinco centros em
nosso planeta através dos quais fluem a vida e a energia para o mundo natural. Refiro-me
a certos centros ativos que concernem à vida física e material do planeta. Existem
também, como o expressei no artigo sobre o desenvolvimento que se obterá durante os
próximos três anos, cinco centros através dos quais flui uma nova e energizante força
espiritual, as analogias planetárias dos cinco sentidos subjetivos e objetivos do
homem. Além disso, descobriu-se que os raios fluem através de toda a humanidade em
cinco raças humanas (nossa raça atual, a ariana, é a terceira de duas que ainda estão por
vir). Este aspecto particular da energia de raio estimulará o aspecto consciência e elevará
e despertará a consciência oculta em todas as formas materiais, tanto no homem como
nos três reinos subumanos. Os cinco pontos e suas cinco influências, que elevam,
excluindo as duas raças primitivas e intangíveis que não são estritamente humanas,
começando com a primeira das cinco raças totalmente humanos são:

152
1. A Raça Lemuriana quinto raio A vinda dos Filhos do Fogo.
2. A Raça Atlante sexto raio A devoção dos Senhores do Amor.
3. A Raça Ariana terceiro raio A atividade dos Homens Mentais.
4. A Raça Futura quarto raio A visão das Unidades de Luz.
5. A Última Raça primeiro raio A vontade dos Senhores do Sacrifício.

As duas raças anteriores estavam regidas pelos segundo e sétimo raios


respectivamente; personificam a atividade dos construtores das formas e a energia
construtiva do organizador mágico. O leitor deve ter em mente, à medida que estuda
esses ciclos maiores de raios, que eles abarcam períodos inconcebíveis de tempo e
produzem dois efeitos que devem ser considerados.

Primeiro, as energias de raios, em número de cinco, atuam no reino humano e no


transcurso das épocas elevam o homem da morte à vida; o retiram da obscura prisão da
matéria e o levam à luz do dia. São as cinco forças doadoras de vida que elevam a
consciência humana ao céu e elevam a forma à compreensão. Não conheço outra palavra
para expressar esse conceito, exceto a palavra ―compreensão‖ 12, e o verdadeiro
significado se observa quando se a divide em suas duas partes componentes.

Segundo, essas energias de raios, que atuam hoje através do reino humano,
também elevam os reinos subumanos da natureza (depois de muito esforço) à vida e à
compreensão consciente. Através destes cinco pontos de contato espiritual em cada um
dos três reinos, a vida é levada a natureza mesma. Para isto "toda a criação geme e sofre
ainda a dor do parto". Aqui reside o segredo da ressurreição em sentido planetário –
ressurreição realizada individualmente por cada filho de Deus que atinge a meta. Este é o
grande segredo maçônico, e o mistério central do terceiro ou sublime grau da
Maçonaria. Às vezes se refere ocultamente a "relação da morte com as cinco energias
doadoras de vida que atuam no terceiro dia da revelação" ou falando ainda de forma
simbólica:

"Na câmara da morte, a azulada luz do nascente dia ilumina o grupo


de trabalhadores que tentam ressuscitar os mortos. Seus esforços são vãos
enquanto não se fundem as cinco grandes forças do Senhor da Magia.
Quando assim eles trabalham como um, em unidade completa o trabalho é
feito, fundem a força doadora de vida; ressuscitam os mortos e a tarefa de
construção pode continuar. O templo pode ser glorificado e a Palavra ser
pronunciada dentro da câmara de força doadora de vida não de morte. Da
morte se passa a vida, da luta na escuridão se passa a construir na luz! Tal é
o Plano. Assim entramos na vida, que é uma morte; assim avançamos
através do portal cujos dois pilares permanecem eternamente como um sinal
de fortaleza e verdade divinas; assim entramos rapidamente ao túmulo e
morremos, e assim somos ressuscitados novamente ao pronunciar-se a
Palavra divina, sobre um símbolo quíntuplo e – irrompendo – Vivemos".

Então, a respeito da humanidade, diz o Velho Comentário:

12
No original “understanding” - under standing, portanto.
153
"Os Senhores do quinto grande raio da mente nos indicaram e nos
puseram no caminho. Os Senhores do sexto grande raio nos obrigaram a
sofrer pela causa e, no entanto, a amá-la e a aprender mediante nossa
profunda devoção. Os Senhores do terceiro grande raio nos conduzem por
meio da mente à pira funerária, na etapa em que morremos, mas
ressuscitamos novamente. Na terceira câmara e no terceiro dia obscuro o
Mestre desaparece. Morre; se perde de vista. Porém Os cinco grandes
Senhores unem suas forças. Em sublime companheirismo trabalham para
ressuscitar os mortos. Só assim pode ser pronunciada essa Palavra que dá
vida aos mortos. Tal é o trabalho que realiza o homem para Deus e Deus
para o homem.‖

D. MANIFESTAÇÃO CÍCLICA

De maneira que o trabalho prossegue. Os raios afluem durante:

1. Um ciclo solar, tal como o atual, onde o segundo raio de Amor-Sabedoria é o raio
principal e os outros são apenas subsidiários.

2. Um ciclo planetário, como os que temos considerado em conexão com as raças – os


cinco já enumerados e seus cinco raios controladores.

3. Os ciclos relacionados com os doze signos do zodíaco. São principalmente dois:

a. Os conectados com uma ronda zodiacal completa, de cerca de 25.000 anos.

b. Os conectados com cada um dos doze signos, e que entram e saem de


manifestação aproximadamente a cada 2.100 anos.

4. Os ciclos a que certos raios preponderam durante um período de evolução racial, como
os cinco períodos maiores raciais aos quais nos referimos.

5. Os ciclos menores que se acham dentro e fora de manifestação, aos quais nos
referimos no início deste tratado.

6. Ciclos de atividade dos raios, determinados por suas figuras numéricas.

O primeiro raio, por exemplo, governa todos os ciclos que compreendem um milhão
de anos, cem mil anos, mil anos, cem anos e um ano. O sétimo raio controla similarmente
ciclos de sete mil anos, e sete milhões anos. O intercambio e a interação destes ciclos de
raio é tão intrincada e tão grande, que se me explanasse mais, só iria confundi-los. No
entanto, lembrem que os sete raios estão sempre ativos e atuam simultaneamente, mas
ciclicamente, sob o plano dirigido pelas mentes (caracterizadas pelos raios), algumas
dessas influências e forças predominam mais em um determinado momento do que em
outro, e certas linhas de atividades e seus resultados se expressam mais pela influência
de um raio do que de outro. Ditas influências afluem através de todas as formas em todos
os reinos, produzindo efeitos específicos, definidos e diferentes formas de vida,
determinando o tipo de compreensão e expressões de consciência das correspondentes
154
formas que, para esse período, são o produto do plano acordado e executado pelas forças
construtoras que trabalham em completa harmonia, ainda que momentaneamente estejam
sob o predomínio de uma ou outra delas. Entram em atividade construtiva; passam por
esse determinado ciclo especial; em seguida saem ou morrem para essa atividade, e são
"elevadas ao céu" até o momento em que retornem novamente seu ciclo. Este processo se
efetua e volta a efetuar-se constantemente, repetindo o drama do nascimento, morte e da
ressurreição.

Nesta atividade de raio se encontrará o verdadeiro significado da Lei do


Renascimento, o qual está por trás do processo de encarnação e reencarnação. Não
posso estender-me mais sobre ele, exceto para indicar que as idéias dos homens e
ensinamentos sobre a reencarnação ainda são infantis e inexatos. São necessários muitos
reajustes e reordenamentos de idéias antes de se poder obter a verdadeira compreensão
desta lei cíclica fundamental.

Por conseguinte, a aparição cíclica, governa tanto os raios como os reinos da


natureza e as formas nele contidas. Determina a atividade do Próprio Deus. As raças
encarnam, desaparecem e reencarnam, e o mesmo o faz as vidas nas formas. A
reencarnação ou atividade cíclica reside por trás de todas as atividades e aparências
fenomênicas. É um aspecto da vida pulsante da Divindade, a exalação e a inalação do
processo de existência e da manifestação divina. É o que reside por trás da ciência da
afinidade química, da relação entre os pares de opostos e do matrimônio, seja entre
homens e mulheres ou entre a alma e sua expressão, a personalidade. Constitui a causa
da relação sexual no mundo, que atua sob a grande Lei da Atração e Repulsão. Talvez a
medida que se considere o trabalho que realiza um reino com outro e a relação entre os
grupos de vidas positivas e negativas (como o quarto reino com o terceiro) seria adequado
ocuparmo-nos brevemente do tema referente ao sexo, que deverá ser profunda e
inteligentemente tratado e sabiamente compreendido pela influência que exerce o entrante
sétimo raio.

Tenho muito pouco a acrescentar a este ensinamento sobre o reino animal e os


raios, porque, como já disse, de nada serviria. A tarefa do homem é ressuscitar os mortos
para a vida, expressar a fraternidade no plano físico e transmitir a divina energia a um
expectante mundo de formas. A medida que os raios desempenham sua parte com a
humanidade e levam o homem a manifestação, tal como é, em essência e em realidade,
continuará constante e "inevitavelmente seu trabalho com o reino animal e com os outros
reinos.‖ Mas quase sem saber por que, nem como, a humanidade desempenhará sua
parte no trabalho de construção. O trabalho criador prosseguirá e o Plano se materializará.
O trabalho do homem para o reino animal consiste em estimular o instinto até que seja
possível a individualização. Seu trabalho para o reino vegetal reside em fomentar a
faculdade de produzir perfume e adaptar a vida vegetal às infinidade de utilizações do
homem e dos animais. A tarefa do homem no reino mineral encontra-se em trabalhar com
a alquimia e a magia. Este processo de transmutação e a conseguinte revelação não
posso elucidar aqui.

155
E. O PROBLEMA DO SEXO

Já indiquei que o sétimo raio entrante atua através do centro sacro planetário e em
seguida através do centro sacro de cada um dos seres humanos. Por esta razão podemos
antecipar o desenvolvimento dessa função humana que denominamos a função
sexual. Oportunamente na atitude do homem veremos as mudanças resultantes a respeito
deste problema tão difícil. Ao referi-me a este tema e ao delinear o que é possível dizer na
atualidade, tentarei expô-lo na forma mais simples e expressar meus pensamentos de
modo que surja algo construtivo e emita uma nota que seja ouvida com claridade no meio
do confronto atual de sons discordantes, pontos de vista antagônicos e diversidade de
idéias.

Evidentemente, resulta difícil encarar o tema, mas por que é tão difícil? Em última
análise, vemos que a dificuldade reside nos preconceitos que existem na mente dos
homens e na certeza interior de que seu ponto de vista particular é logicamente o correto,
porque vivem e atuam de acordo com o mesmo, o que lhes basta; isso se baseia no fato
de que o sexo é um dos impulsos primitivos fundamentais, um dos instintos substanciais e
é, portanto, o fator dominante da parte animal da natureza do homem, e também a
excessiva intimidade do tema, – uma intimidade transmutada em um segredo indecente
durante os períodos em que a raça sucumbiu a um excessivo puritanismo e prostituiu uma
função natural e a converteu num mistério lascivo. Este intimidade relacionada com o tema
do sexo foi a causa de o considerá-lo como algo que não deve mencionar-se e um tópico
que as pessoas decentes não devem tratar, ao invés de ser considerada como um
processo tão instintivo e natural – tão instintivo e natural como beber e comer. No
entanto, essa função não foi levada ao ritmo da vida diária nem considerada como algo
que deve seguir-se e satisfazer quando surge a necessidade e a demanda razoável. Aqui
reside a grande diferença e fornece uma chave ao problema.

Mais uma vez, a dificuldade pode estar talvez nos muito diferentes conceitos que
os homens têm sobre o assunto, que vão desde a promiscuidade irregular à monogamia,
dando por resultado a cruel imposição e restrição às mulheres e libertinagem desenfreada
dos homens. A margem dessa dificuldade e como resultado de tais atitudes errôneas a
respeito do legal e do ilegal, da libertinagem e das restrições, houve surtos de infecção (se
assim posso chamá-los) em nossa civilização. Daí a frouxidão moral fundada na incerteza,
nos distritos de ―casas de tolerância", lamentável contemporização das tendências viciosas
e desejos insatisfeitos; divórcios nos tribunais que devastam a vida da família e com o
tempo prejudicam a vida nacional (da qual cada família deveria ser uma parte saudável), e
o constante aumento das enfermidades como resultado da promiscuidade prevalente e
das numerosas relações ilícitas. Também existe um fator psicológico de real
importância. Este fato é a atitude militante expressa por muitos grupos que pretendem
impor a seus semelhantes suas próprias idéias e peculiar solução do problema.

Por trás dos resultados dos conceitos equivocados, largo tempo passado durante
épocas sobre as mentiras a respeito da função sexual, residem dois males principais, ou
melhor, dois efeitos da ação do homem, mental e física, que são de importância
extrema. Antes de tudo temos que desenvolver em sua consciência, dos complexos,
psicoses, desregramentos e inibições psicológicas que tem prejudicado seriamente a
saúde e a tranqüilidade de centenas e milhares de pessoas. Também está ameaçada a
156
própria vida da humanidade, personificada na família e na vida familiar. Por um lado,
temos a promiscuidade e excessiva indulgência nas relações sexuais, que dá como
resultado (como sempre) uma excessiva população e superprodução de seres
humanos; por outro lado uma forçada esterilidade que – ainda que seja o menor dos males
– com o tempo é perigosa. A esterilidade aumenta rapidamente e leva finalmente a
condições físicas indesejáveis. No entanto, nesta época, é o menor dos dois males. Dois
pontos podem incidentalmente observar-se aqui. O primeiro desses males e como
resultado da superprodução, tem provocado uma situação econômica drástica e grave que
ameaça a paz e a estabilidade do próprio mundo; devido ao segundo, teremos o
desaparecimento gradual da humanidade, se a obrigatoriedade da esterilidade tornar-se
uma prática universal. Isso conduziria ao conseqüente domínio do reino animal, a um
enorme aumento na vida animal e a um período de retrocesso, não de progresso.

Ao tratar este tema tenho que generalizar e logicamente haverão muitas exceções
às regras formuladas e as classificações sugeridas. Estou tratando o tema em sua
totalidade, e meu tópico, portanto, refere-se à ameaça da atual atitude, da necessidade de
uma maior compreensão e da importância de reordenar as idéias dos homens a respeito
desse assunto vital. A atitude que adota o selvagem ignorante para a vida sexual, e a do
iniciado, mentalmente polarizado e espiritualmente orientado neste tema, serão tão
distintas, que superficialmente não haverá ponto algum de semelhança; no entanto, ambas
as atitudes fundamentalmente são muito semelhantes e estão mais próximas da realidade
que a do homem comum de hoje. Um está controlado pelo ritmo de sua natureza animal e
desconhece, como o animal selvagem, o mal e a vil promiscuidade do homem civilizado; o
outro vive uma vida controlada, governada pelo poder da mente e animado pelo desejo de
fazer o bem a humanidade. Entre os dois extremos existem os diversos pontos de vista,
um sem fim de idéias distintas, os inumeráveis costumes, a diversidade das relações
(legítimas e ilegítimas), os incontáveis reações animais e psicológicas, as diversas
cerimônias nupciais e a grande variedade de perversões do processo natural que
caracteriza o homem moderno em todo as partes do mundo. Estas, por sua vez, variam
nas diferentes civilizações e sob a influência das distintas condições climáticas.

Portanto se evidencia – não é assim? – que não faz parte do meu serviço dar aos
leitores deste livro uma detalhada análise dos costumes matrimoniais das épocas
passadas e presentes. Meu trabalho não consiste em detalhar os erros, as más
conseqüências, os vários tipos de perversão e as sádicas crueldades que surgiram pelo
abuso que o homem fez do processo natural e da sua companheira, nem elucidar sua
estúpida e errônea interpretação da Lei da Atração e Repulsão. Não teria valor algum
expor uma breve elucidação desse assunto tão vasto, qualquer que seja a teoria que os
homens têm formulado na busca de soluções, cujo nome é legião. Todas contêm uma
medida de verdade. A maioria expressa a profunda ignorância do homem e podem ser
estudados em qualquer momento pelo estudante que dispõe de tempo para ler,
inteligência para ver claramente e sem preconceito, e dinheiro para comprar a literatura
necessária.

Não posso nem desejo tratar do aspecto médico e fisiológico do vício, seja o vício
da promiscuidade ou do casamento infeliz. Na atualidade o melhor serviço que posso
prestar-lhes é indicar as leis que devem reger a vida dos homens, especialmente no que
concerne ao sexo e indicar – até onde eu posso e me atrevo – por que e como se
157
produziram as peculiares e singulares condições de hoje. Talvez possa dar certas
sugestões que, devidamente consideradas, ajudarão a limpar da mente estes pontos de
vista falsos e ilusórios que impedem que o homem veja realmente, o que pode ajudá-lo a
descobrir o fio de luz dourada que no seu devido tempo o conduzirá a sua solução.

Uma coisa direi, por penosa que pareça, e é que não há solução imediata para o
problema sexual que nos confronta hoje. Durante épocas os homens abusaram e
empregaram incorretamente uma função outorgada por Deus; prostituíram sua
primogenitura, e por seu relaxamento, libertinagem e falta de controle, introduziram uma
era de enfermidades, tanto mentais quanto físicas, atitudes incorretas e relações ilusórias,
que requerem vários séculos para erradicar; também têm trazido à existência com
demasiada rapidez milhares de seres humanos que ainda não estavam preparados para a
experiência desta encarnação, e necessitavam intervalos mais longos entre os
nascimentos para assimilar certas experiências. As almas que não evoluíram todavia
encarnam rapidamente; as mais evoluídas exigem períodos mais longos para colher os
frutos da experiência. Estas almas são as que podem ser atraídas prematuramente a
encarnação, porque estão mais acessíveis ao poder de atração magnético dos que vivem
no plano físico. O processo está de acordo com a lei; as almas não evoluídas progridem
sob a lei grupal, como o fazem os animais, enquanto as que estão um pouco mais
evoluídas são suscetíveis à atração das unidades humanos, e os já evoluídos vêem a
encarnação de acordo com a Lei do Serviço, ou por deliberada eleição de suas almas
conscientes.

Dividirei o que tenho a dizer em quatro partes, por uma questão de clareza e rápida
referência:

1. Definições de sexo, virtude e vício.

2. Sexo na nova era.

3. Algumas sugestões para o momento atual.

4. Sexo e a vida de discipulado.

Não me ocuparei da história ou dos detalhes da evolução racial, porque eles estão
necessariamente relacionados com o problema sexual, porém as suas implicações são
muito vastas para meu atual propósito. Como eu disse antes, não trato dos aspectos
fisiológicos do sexo, nem das enfermidades incidentais mediante o abuso da função, nem
o tema da esterilidade, exceto no que cabe ao considerar o homem moderno. Tampouco
posso referir-me as dissidências entre as distintas escolas de pensamento, porque não
escrevo a partir de um ponto de vista específico, como a religião, a moral ou o
partidarismo. O tópico é mais amplo e maior do que qualquer ponto de vista religioso e as
afirmações morais das pequenas mentes. O que se considera moralidade em um país ou
em uma relação específica, em outro pode ser totalmente oposto. O que se considera
legal em uma parte do mundo é ilegal em outra. O que constitui um problema difícil sob
alguma condição climática, apresenta um problema diferente em outras circunstâncias. A
poligamia, a promiscuidade e a monogamia têm predominado e predominam ciclicamente
em diferentes partes do mundo, através dos tempos, e estão hoje estabelecidas
158
simultaneamente na terra. Cada uma por sua vez foi ou é correta, legal e apropriada, ou
ilegal, incorreta e inadequada. Cada uma destas formas de interpretar a relação sexual
tem sido objeto de ataque ou defesa, de horror virtuoso ou argumentos capciosos; cada
uma tem sido o costume e o correto método de acordo com a localidade, tradição,
treinamento e atitude dos homens que a praticaram. Em alguns países uma mulher pode
ter muitos maridos e em outros um marido está autorizado legalmente a ter quatro
esposas, se o desejar, e no harém e da cabana de um chefe hotentote prevalecem tais
condições. No Ocidente, um homem tem legalmente uma esposa, porém através da
promiscuidade e das chamadas aventuras "românticas", tem realmente tantas como um
chefe africano; e hoje em dia as mulheres são pouco melhor do que isto.

Eu enumerei estas condições sem espírito de crítica, mas simplesmente como uma
declaração de fato, a fim de despertar a compreensão do leitor comum sobre uma
condição mundial que provavelmente é muito diferente do que geralmente se supõe. Não
escrevo para os especialistas, mas para o estudante médio inteligente que necessita de
uma visão mundial das condições existentes.

É divinamente verdade que a tendência dos pensamentos e desejos do homem se


dirige para estabelecer a monogamia, porém todavia isso não foi alcançado em forma
universal. Se encararmos esta questão com coragem e honestidade chegaremos à
conclusão de que no transcurso das épocas os homens nunca foram monógamos. As
mulheres no passado o têm sido mais do que os homens, mas talvez não agora, porque o
conhecimento moderno inculca também métodos modernos para se proteger contra o
risco e as dores do parto. Até agora a procriação tem sido considerada como o obstáculo e
o castigo das relações sexuais legais ou ilegais. Pensemos no horror que se depreende
destas palavras! Logicamente sempre houve e haverá mulheres que praticam o antigo
comércio da promiscuidade, porém aqui só me refiro às mulheres do lar.

Podem crer, se lhes digo que hoje a situação mundial, em relação ao sexo, é tão
crítica e grave que não há um pensador que possa ainda ver a solução, ou que ache – não
importa o quão claro o erudito seja em seu modo de pensar – a saída da atual
encruzilhada? As tradições, os costumes e as práticas, com suas inevitáveis
conseqüências e sua longa permanência, servem para atordoar as mentes mais
iluminadas. O resultado físico do ato sexual realizado dentro ou fora do casamento
legalizado não só tem sido produzir a vida humana, mas também grande parte das
enfermidades, demências, tendências malignas e impulsos pervertidos que hoje enchem
nossos hospitais, clínicas neuropsiquiátricas, sanatórios, prisões e manicômios.

Nossos jovens, especialmente os tipos de idealistas e os meninos e meninas que


pensam com clareza, enfrentam uma situação que desafia todos seus esforços para
compreendê-la. Não sabem o que pensar ou no que crer. Observam que formam parte de
lares santificados pelo casamento legal e descobrem (em grande escala) nada mais que
infelicidade, prostituição legalizada, má saúde e a busca de relações ilícitas fora do
lar; crianças indesejadas e negligenciadas, dissidências entre cônjuges desavindos e
divórcios, e não encontram resposta alguma às suas numerosas e inteligentes
perguntas. Assim buscam em outra parte e vêem a vida que levam aqueles que
escaparam da responsabilidade matrimonial, não encontrando nada mais que
descontentamento, vida sexual secreta, má saúde por inibição dos instintos naturais,
159
condições psicológicas da pior espécie, às vezes filhos ilegítimos, perversões sexuais e a
crescente tendência para o que é chamado de homossexualidade. A juventude se sente
abatida pela total confusão e não acha resposta a suas interrogações. Tem-se dirigido aos
homens do mundo solicitando a solução e ajuda e não obtém uma clara resposta nem
uma sólida filosofia sã ou instruções fundamentais. Se lhes pode oferecer um sólido senso
comum e aconselhá-los a evitar excessos e condições que prejudicam a sua saúde ou
dar-lhes a responsabilidade de canalizar e retificar a situação econômica. Se lhes pode
indicar a moralidade do passado e advertir-lhes dos resultados inevitáveis quando se
transgridem leis da natureza e se prostituí o corpo físico pelos desejos não reprimidos. Se
lhes pode elogiar as virtudes de viver com retidão e enfatizar o fato de que são filhos de
Deus. Tudo isso é bom, correto e útil, mas não se oferece uma verdadeira solução, nem
se lança luz sobre o problema e tampouco se dissipa a confusão. Talvez pudessem dirigir-
se as pessoas de orientação religiosa e recorrer ao clero ortodoxo. Se lhes pode pedir que
sejam bons, citar exemplos dos santos, submergir-los em uma torrente de mandatos
puritanos, conhecidas verdades beatíficas e explicações insatisfatórias, baseadas
freqüentemente em preconceitos e predileções pessoais. Mas raras vezes se emite uma
nota clara e o único que posso fazer é indicar a Lei Mosaica: "Não roubarás ..." À
juventude investigadora da geração atual não satisfaz o desejo de conhecer o fato de que
Deus diz isso ou aquilo, ou a Bíblia ordena isto, ou aquilo outro. A esperança de que
obterá o céu e receberá a sua justa recompensa com pratica da auto-disciplina, do auto-
controle e da abstinência sexual, está muito longe de combater as tentações do mundo
circundante e o insistentes impulsos que surgem dentro de si mesmo homem.

É verdade que há muitas pessoas que resistem à "tentação da carne" e também é


verdade que existem homens e mulheres que passam pela vida puros e sem contaminar-
se. Há almas avançadas que são a glória da humanidade, cujas vidas estão separadas da
natureza animal e cujas mentes controlam suas ações cotidianas. Mas muitos deles vivem
em outro mundo distinto de pensamento e interesses e não são tentados como os filhos
dos homens cujas inclinações são de natureza animal. Temos logicamente também os que
se abstém de agir mal por medo dos resultados no corpo físico ou do além, mundo que
denominam de castigo. Porém qual dessas pessoas, mesmo as mais boas e santas, pode
falar com verdadeira sabedoria e compreensão deste problema universal? Qual delas
pode ver atualmente o caminho de saída para a humanidade? E qual é a que compreende
a razão de toda essa angústia, maldade e pecado, decorrentes das relações
sexuais? Quem realmente compreende o verdadeiro significado da vida sexual e o lugar
que ocupa no grande esquema das coisas, e a razão da relação entre os sexos? Qual
delas pode dizer com verdadeira visão qual será o próximo passo evolutivo, para onde
estamos indo, e qual será o próximo desenvolvimento?

1. Definições de Sexo, da Virtude e do Vício.

Cosmicamente falando, o sexo é uma palavra curta que expressa a relação


existente (durante a manifestação) entre espírito e matéria, entre a vida e forma. Em última
análise, é uma expressão da Lei da Atração – lei fundamental que subjaz em toda
manifestação da vida na forma, causa de toda aparição fenomênica. Falando desde o
ponto de vista humano ou físico, o sexo é uma palavra empregada para significar a
relação que existe entre o homem e a mulher, e cujo resultado é a reprodução da
espécie. Falando em termos modernos empregados pelas pessoas irreflexivas e vulgares,
160
o sexo é uma palavra que significa a agradável satisfação dos impulsos animais a
qualquer preço, sem nenhuma regulação rítmica. Sexo é essencialmente uma expressão
da dualidade e a divisão da unidade em dois aspectos ou metades. Podemos denominá-
los espírito e matéria, macho e fêmea, positivo e negativo; correspondem a uma etapa na
escala evolutiva até a unificação final, ou a homo-sexualidade, que não tem nenhuma
ligação com essa perversão que tão incorretamente se denomina hoje
"homossexualidade", cuja expressão prevalece na atualidade em um conceito mental e
moderna do fenômeno, porém é muito raro a pessoa que realmente contenha em si os
dois sexos e possa – fisiológica e mentalmente – "auto-satisfazer, auto-sustentar e auto-
propagar a si mesma". No transcurso das épocas tem surgido esporadicamente o
verdadeiro homo-sexual como garantia de uma distante realização racial evolutiva, quando
haja transcorrido o ciclo mundial e as duas metades separadas voltarão se fundirem
novamente em uma unidade essencial. Na fraseologia acima não me refiro a doutrina de
almas gêmeas, ou a perversão da realidade como comumente se compreende hoje. Me
refiro ao divino Hermafrodita, ao verdadeiro homem andrógino e ao ser humano
aperfeiçoado. Porém a palavra tem sido distorcida de seu verdadeiro significado e se
aplica em nove de cada dez casos (poderíamos dizer noventa e nove de cada cem) a
certo tipo de perversão mental e a uma atitude distorcida da mente, a qual freqüentemente
dá por resultado reações e práticas físicas que são – em sua manifestação – tão antigas
que por sua mesma antiguidade desmentem a idéia de que tal atitude indica um passo
adiante na senda do progresso. O que em realidade indica é um ponto de retrocesso, um
retornar a um antigo ritmo e a retomada de práticas antigas.

Tais perversões aparecem sempre que se desmorona uma civilização e a antiga


ordem é substituída pela nova. Por que se sucede isto? Porque os novos impulsos afluem
sobre o antigo e o impacto das novas forças sobre a humanidade despertam no homem o
desejo daquilo que para ele é um novo e não experimentado campo de expressão e o que
é pouco comum e freqüentemente anormal. Por isso as mentes débeis sucumbem ao
impulso, e as almas fortes e investigadoras são vítimas de sua própria natureza inferior e
se dedicam a investigações ilícitas. Devido a estas novas energias, teremos um progresso
definido até novos e inexplorados reinos espirituais, porém ao mesmo tempo se fazem
experimentos no reino do desejo físico, que não é a linha de progresso que corresponde a
humanidade.

À medida que o mundo das formas responde ciclicamente ao influxo das energias
superiores e seus efeitos, estimula todas as partes e aspectos da vida da forma, estímulo
que produzirá resultados bons e maus. Momentaneamente emergirá o mal, bem como a
justiça duradoura. Se o efeito do impacto dessas energias produz reações materiais e se o
homem coloca a ênfase de seu interesse sobre o que é material, então domina natureza
da forma e não a divina. Se a energia é prostituída para fins materiais, por exemplo, as
relações sexuais no plano físico para fins estritamente comerciais, traz como resultado o
mal. Porém deve recordar-se que a mesma energia divina ao trabalhar no reino do amor
fraterno, não produziria o que é material, mas apenas bem. Deixe-me ilustrar meu ponto
de duas maneiras, e ambos explicarão o atual desregramento da sexualidade e o amplo
interesse neste assunto.

161
Hoje vivemos em um período da história do mundo onde tem lugar três grandes
acontecimentos importantes, que geralmente não são observados nem compreendidos
pela maioria das pessoas.

O sétimo Raio da Lei e da Ordem está entrando em manifestação e estamos


passando a um novo signo do zodíaco, e ainda sendo iminente "a vinda do Cristo." Estes
três grandes acontecimentos são a causa da maioria das dificuldades e do caos atual, e
ao mesmo tempo responsáveis pela orientação universal para realidades espirituais que
todos os verdadeiros trabalhadores atualmente reconhecem, e para o crescimento da
compreensão, dos movimentos sociais e da tendência para a colaboração, a unificação
religiosa e ao internacionalismo. Os diferentes tipos de energia que têm estado latentes
estão se tornando potentes. A conseqüente reação mundial é materialista em suas etapas
iniciais, e em suas etapas finais se manifestarão as qualidades divinas e mudarão a
história e a civilização. O interesse demonstrado hoje pelos chamados raios cósmicos,
evidencia o reconhecimento científico das novas energias entrantes do sétimo raio. Estes
raios que afluem através do centro sacro do corpo etérico planetário afetam logicamente
os centros sacros da humanidade, daí que a vida sexual do gênero humano está
estimulada momentaneamente, e isso também é devido a ênfase excessiva no sexo e
também (isso deve ser lembrado) ao agudo impulso que agora se expressa em forma
mental, que levará ao homem em sua oportunidade de pensar e solucionar cabalmente o
problema do sexo.

A entrada da Era de Aquário também estimula nos homens um espírito de


universalidade e uma tendência para a fusão. Já se pode observar a atual tendência para
a síntese no comércio, na religião e na política, e também no impulso para a união, e em
outras uniões até a compreensão e tolerância religiosa. Porém essas influências que
atuam sobre corpos sensoriais das pessoas ainda não desenvolvidas e excessivamente
psíquicas, conduzem a mórbida tendência para unir-se lícita ou ilicitamente; produzem
uma extrema aptidão para as relações sexuais em suas diversas práticas e às relações e
fusões que não estão na linha evolutiva e, freqüentemente, ultrajam as leis da própria
natureza. A energia é algo impessoal e tem um duplo efeito – que varia segundo o tipo de
substância sobre a qual atua.

O entrante sétimo raio expressa o poder de organização, a capacidade de integrar


e levar a relação sintética os grandes pares de opostos a fim de produzir novas formas de
manifestação espiritual, e também novas formas que, desde o ponto de vista do espírito,
podem ser consideradas como um mal material. Este grande impulso trará à luz do dia
tudo o que está revestido de matéria e oportunamente, conduzirá à revelação do espírito e
da glória oculta, quando se houver purificado e santificado o que foi revelado da forma
material. A isto se referia o Cristo quando profetizava que, no final do século as coisas
ocultas seriam esclarecidas e os segredos seriam proclamados aos quatro ventos.

Através deste processo de revelação, tanto na família humana como em outros


aspectos da natureza, teremos o desenvolvimento do poder do pensamento. Isto será
alcançado através do desenvolvimento da faculdade da discriminação, o que permitirá o
homem escolher e desenvolver o verdadeiro sentido dos valores. Os cânones falsos e
verdadeiros aparecerão na consciência dos homens e escolhas serão feitas que irão
lançar bases para uma nova ordem, que vai inaugurar a nova raça com suas novas leis e
162
novas abordagens, estabelecerá a nova religião de amor e a fraternidade e também esse
período em que o grupo e o bem grupal serão a nota dominante. Então a separatividade e
o ódio se desvanecerão e os homens se fundirão em uma verdadeira unidade.

Também deverá considerar-se o terceiro fator, a vinda de Cristo, segundo se


denomina. Em todos os lugares subsiste a expectativa e a demanda por uma
manifestação ou acontecimento simbólico, denominado com distintos nomes, mas que se
referem geralmente ao advento do Cristo. Como bem sabem, pode ser uma vinda física
real, como o fez na Palestina, ou expressar-se como definida influência exercida sobre
seus seguidores pelo Grande Senhor da Vida. Esta influência evocará resposta daqueles
que de uma forma ou de outra estão despertos espiritualmente; talvez possa ser sob a
forma de um tremendo influxo do princípio Crístico, vida e amor Crísticos, atuando sobre a
família humana. Talvez estas três possibilidades ocorram simultaneamente em breve em
nosso planeta. Não podemos afirmá-lo. Cabe a nós estar preparados e trabalhar na
preparação do mundo para essa significativa série de acontecimentos. O futuro imediato o
demonstrará. No entanto, gostaria de salientar que o afluxo de Crístico do espírito de amor
(vindo através de uma Pessoa em forma corpórea, ou de Sua Presença pressentida e
compreendida) também terá um duplo efeito.

O que eu disse é algo insólito para os irreflexivos que carecem de lógica. Se


estimulará tanto o homem bom como o mau, e se despertará e fomentará tanto o desejo
material como a aspiração espiritual. Os fatos provarão a verdade de que um jardim bem
fertilizado e cuidado e uma terra bem irrigada se colherão ervas daninhas do mesmo jeito
que flores. No entanto, neste fato temos duas reações diferentes ao mesmo sol, à mesma
água, ao mesmo agente fertilizador e aos mesmos cuidados. A diferença reside nas
sementes sobre as quais estes fatores atuam. O influxo de amor estimulará tanto o amor
como o desejo terrestre e a luxúria animal; fomentará o desejo de adquirir bens materiais,
com todas as suas conseqüências malignas, o conseqüente aumento das reações sexuais
e as diversas expressões de um mecanismo mal regulado que responde a uma força
impessoal. Também produzirá o crescimento do amor fraterno, fomentará o
desenvolvimento e expressão da consciência grupal e a compreensão universal,
introduzirá uma nova e poderosa tendência em direção a fusão, a unificação e a
síntese. Tudo isso se levará a cabo por meio da humanidade e do espírito Crístico. O amor
do Cristo se derramará constantemente sobre a terra, e sua influência será cada vez mais
forte nos séculos vindouros; até o final da Era de Aquário e mediante o trabalho do sétimo
raio (que permite que os pares de opostos colaborem mais estreitamente), poderemos
esperar a "Ressurreição de Lázaro dentre os mortos" e o surgimento da humanidade para
fora do túmulo da matéria. A divindade oculta será revelada. Firmemente todas as formas
estarão sob a influência do espírito Crístico, e terá lugar a culminação do amor.

Devido a essas três causas existe atualmente um interesse mundial nos assuntos
sexuais, o qual como conseqüência natural, conduz a duas coisas:

Primeiro, se produzirá uma grande explosão em todo o mundo e principalmente em


nossas grandes populações, de um aumento nas relações sexuais, a qual se destacará
porque não haverá um correspondente aumento na população, devido ao entendimento
moderno dos métodos de controle de natalidade e ao aumentado enfoque mental ou

163
polarização da raça, o que leva a esterilidade e também a uma redução no tamanho da
família.

Segundo, haverá uma reorganização das idéias raciais a respeito do casamento e


das relações sexuais, devido ao colapso da nossa atual situação econômica, ao interesse
generalizado na higiene médica (algo que até agora estava limitado a especialistas), ao
reconhecimento geral dos diferentes costumes matrimoniais nas nações orientais e
ocidentais, que tem provocado uma polêmica em geral, e a falta de uma estrutura legal
que proteja a unidade das famílias e interprete satisfatoriamente as relações humanas.

Com base nessas discussões e interesses universais trabalharemos para obter


uma solução e um objetivo que ainda se encontra em níveis abstratos da mente e no
mundo das idéias. Mesmo os pensadores mais avançados da raça pressentem só vaga e
nebulosamente quais serão ditos ideais ocultos.

A questão em debate não é primordialmente religiosa, exceto na medida em que as


relações sociais se considerem basicamente relações divinas. Isso é fundamental em seu
significado, e quando se resolva veremos o estabelecimento da igualdade entre os sexos,
a eliminação das barreiras que existem atualmente entre homens e mulheres e a proteção
da família, envolvendo, portanto, a proteção das crianças a fim de proporcionar-lhes os
elementos essenciais para o correto desenvolvimento físico e a verdadeira educação, o
que conduzirá a desenvolver em forma sensata a natureza emocional ao longo de linhas
de som, e lhes permitirá assim servir a sua raça, a sua época e a seu grupo o melhor
possível. Este sempre foi um ideal, porém nunca foi realizado satisfatoriamente. A solução
do problema sexual liberará a mente dos homens da inibição e da indevida preocupação,
produzindo assim essa liberação mental que aceitará o influxo de novas idéias e
conceitos. Descobriremos que a virtude e o vício não têm nada a ver com a capacidade ou
incapacidade de obedecer às leis ditadas pelos homens, mas sim com a atitude do homem
para si mesmo e suas relações sociais com Deus e seus semelhantes. A virtude é a
expressão no homem do espírito de colaboração para com seus irmãos, de forma altruísta,
compreensiva e com total esquecimento de si mesmo. O vício é a negação desta
atitude. Ambas as palavras significam simplesmente perfeição e imperfeição,
conformidade com o padrão divino de fraternidade ou o fracasso para alcançar tal
padrão. Padrões são muito variáveis e mudam de acordo como progride o homem para a
divindade. Variam de acordo com o destino do homem como ele é afetado por sua época
e idade, sua natureza e arredores. Eles também alteram de acordo com o ponto do
desenvolvimento evolutivo. O padrão para alcançar a meta não é o mesmo de mil anos
atrás nem o que será dentro de mil anos à frente.

No entanto, nenhum período histórico do mundo tem sido tão crítico como o atual,
porque – aparte o grande ciclo de oportunidade ao qual me refiro – a humanidade
alcançou uma excepcional realização. Pela primeira vez na história da raça temos a
expressão do verdadeiro ser humano, do homem tal como essencialmente é e também
uma personalidade integrada, funcionando como uma unidade, e a mente e a natureza
emocional fundidas e mescladas, em um sentido, com o corpo físico e noutro com a
alma. Ademais já se produziu a mudança da ênfase da vida física para a vida mental e em
um número crescente de casos para a vida espiritual. Se o que expus é certo, não há
razão para sentir-se desencorajado. Existe uma ampla e verdadeira ―elevação do coração
164
até o Senhor" e um voltar-se insistentemente o olhar para o mundo dos valores espirituais,
daí as dificuldades atuais.

À margem da entrada da nova era, do afluxo de espírito Crístico, com seu poder
transformador e sua força regeneradora, e do retorno cíclico das energias do sétimo raio,
temos a humanidade em tal condição em que a resposta às mais puras e espirituais
energias e às novas oportunidades é, pela primeira vez, adequada e sintética. Esta é a
razão por que o problema aumenta. Há aqui o grande dia da oportunidade. Daí o milagre
da aurora que está despontando no Leste.

Gostaria de encarar agora o problema do sexo a partir de outro ângulo e advertir


que é um símbolo básico. Como bem sabemos, um símbolo é um sinal externo e visível de
uma realidade interna e espiritual. O que é essa realidade interna? É antes de tudo a
realidade da relação, a relação que existe entre os fundamentais pares de opostos – Pai-
Mãe, espírito-matéria, positivo-negativo, vida-forma e entre as grandes dualidades que –
quando se unem em sentido cósmico – produzem o filho de Deus manifestado, o Cristo
cósmico, o universo consciente e sensível. No Evangelho, temos o símbolo dramático
desta relação, e o Cristo histórico é a garantia da sua veracidade e realidade. O Cristo
garante a realidade do significado interno e do verdadeiro alicerce espiritual de tudo o que
é e sempre será. Devido a relação que existe entre a luz e a escuridão, o invisível se faz
visível, para que possamos ver e conhecer. O Cristo revelou como luz do mundo essa
realidade. Desde a escuridão dos tempos Deus falou, e se revelou a Paternidade da
Deidade.

O drama da criação e a história da revelação estão descritas, se pudéssemos ver e


interpretar realmente os fatos com exatidão espiritual, a relação dos dois sexos e no fato
de suas relações uns com os outros. Quando tal relação já não seja estritamente física,
mas sim a união de duas metades em todos os três planos – físico, emocional, mental –
então teremos a solução do problema sexual e a restituição da relação conjugal ao lugar
designado na Mente de Deus. Na atualidade significa o casamento de dois corpos
físicos. Às vezes é a união da natureza emocional de duas pessoas. Raramente se unem
duas mentes. Outras é a união de dois corpos físicos em que uma das parte permanece
fria, impávida e desinteressada, mas responde e participa o corpo emocional. Às vezes se
acha implícito o corpo mental com o corpo físico e não participa a natureza
emocional. Raras, mas muito raras vezes, encontramos nas duas partes a fusão
coordenadora e colaboradora das três partes da personalidade, implicadas em uma
autentica união. Quando isso acontece existe a verdadeira união, o verdadeiro casamento
e a fusão dos dois em um.

Por esta razão tem errado no caminho muitas escolas esotéricas que sustentam a
errônea idéia de que uma união desta natureza é essencial para a libertação espiritual, e
que sem ela a alma está aprisionada. Ensinam que mediante a união matrimonial se
consegue a unificação com a alma e que não pode haver libertação espiritual sem efetuar
dita união. Porém em realidade, a unificação com a alma é uma experiência individual
interna que resulta na expansão da consciência, a fim de que o individual e o específico se
unifiquem com o geral e o universal. No entanto, por trás da interpretação errônea está a
verdade.

165
Onde está o verdadeiro matrimonio e existam estas relações sexuais ideais em
todos os três planos, então teremos as condições adequadas e se proporcionarão as
almas as formas necessárias para encarnar. Então os filhos de Deus encontrarão
maneiras para manifestar-se sobre a terra. Segundo o alcance do contato matrimonial se
uma forma tão incomum de palavras pode ser usada neste contexto), assim será o tipo de
ser humano que está sendo trazido à encarnação. Se os pais são puramente físicos e
emocionais, assim será também a natureza a criança. E assim se determina o termo
médio geral. O atual mundo dos homens que está conquistando rapidamente uma elevada
etapa evolutiva. Daí a insatisfação que existe sobre os atuais pontos de vista a respeito do
casamento, passo preliminar para a enunciação de certos princípios ocultos que
eventualmente regerão as relações entre os sexos e proporcionarão, como conseqüência,
a oportunidade oferecida aos homens e mulheres de fornecer, mediante o ato criador, os
corpos necessários para os discípulos e iniciados.

O símbolo do sexo expressa também a realidade do amor. Em verdade o amor


significa relacionamento, mas a palavra amor (como a palavra sexo) é utilizada
irrefletidamente e sem se preocupar com o seu verdadeiro significado. Amor e sexo
fundamentalmente são a mesma coisa, porque ambos expressam o significado da Lei da
Atração. O amor é sexo e sexo é amor, porque em ambas as palavras estão igualmente
representados o relacionamento, a interação e a união entre Deus e Seu universo, o
homem e Deus, entre um homem e sua própria alma e entre o homem e a mulher. Isso
enfatiza o motivo e a relação. Mas o resultado impulsor dessa relação é a criação e
manifestação da forma através da qual a divindade pode expressar-se e vir a ser. O
espírito e a matéria se uniram e veio à existência o universo manifestado. O amor é
sempre produtivo e a Lei da Atração é fecunda em resultados. O homem e Deus se uniram
sob a mesma Grande Lei e nasceu o Cristo – demonstração e garantia da realidade da
divindade humana. O homem individual e sua alma também estão tratando de unir-se, e
quando esta união se realiza o Cristo nasce na caverna do coração e se verá como
aumenta Seu poder na vida diária. Portanto, o homem morre a cada dia a fim de que o
Cristo possa ser visto em toda a Sua glória. O sexo é o símbolo de todas estas maravilhas.

Também no homem tem lugar o drama do sexo, pois duas vezes em seu corpo,
dentro de sua personalidade, tem lugar o processo de união e fusão. Deixe-me me referir
brevemente a ambos acontecimentos simbólicos, a fim de que a admirável história do sexo
possa ser compreendida pelos estudantes esotéricos em todo o seu sentido espiritual.

Como já sabem, o homem é a expressão de energias, energias que impulsionam o


homem físico à atividade mediante certos centros de força no corpo etérico, os quais, para
o nosso propósito imediato, podem ser classificados em três centros abaixo do diafragma
e quatro acima.

I. Abaixo do diafragma:
1. A base da coluna vertebral.
2. O centro sacro.
3. O plexo solar.

II. Acima do diafragma:


1. O centro do coração.
166
2. O centro laríngeo.
3. O centro entre as sobrancelhas, o ajna.
4. O centro coronário.

Sabemos que duas fusões têm lugar e em ambas temos duas atuações do
processo sexual simbólico, e dois acontecimentos simbólicos que exteriorizam um
acontecimento espiritual e apresentam ao homem sua meta espiritual e o grande objetivo
de Deus no processo evolutivo.

Primeiro, as energias que estão abaixo do diafragma tem de ser elevadas e


misturadas com aquelas acima do diafragma. Sobre o processo e as regras para realizar
não podemos tratar aqui, exceto em um caso – a elevação da energia do centro sacro
para o centro laríngeo, ou a transmutação do processo de reprodução ou criação física no
processo criativo do artista, em qualquer campo de expressão criativa. Mediante a união
das energias destes dois centros chegaremos a uma etapa evolutiva em que vamos
produzir os filhos de nossa habilidade e mentes. Quando, em outras palavras, há uma
verdadeira união das energias superiores com as inferiores, teremos o surgimento da
beleza da forma, a consagração de algum aspecto da verdade em uma expressão
apropriada e, portanto, o enriquecimento do mundo. Onde existe esta síntese começa a
atuar o verdadeiro artista criativo. A garganta, órgão da Palavra, expressa a vida e
manifesta a glória e a realidade subjacentes. Tal é o simbolismo que reside por trás do
ensinamento a respeito da fusão das energias inferiores com as superiores, e o sexo no
plano físico é um símbolo. A humanidade está se tornando cada vez mais criativo, porque
a transfusão das energias está acontecendo sob os novos impulsos. À medida que se
desenvolve o sentido da pureza no homem e se promove o desenvolvimento do senso de
responsabilidade, e à medida que se acrescenta o amor e a beleza, a cor e as idéias,
teremos um rápido aumento na captação do inferior para elevá-lo até uni-lo ao superior, e
então se acelerará extraordinariamente o embelezamento do Templo do Senhor.

Na vindoura era aquariana isto avançará rapidamente. A maioria das pessoas hoje
vive abaixo do diafragma e dirigem suas energias externamente ao mundo material,
pervertendo-as para fins materialistas. Nos próximos séculos isso será corrigido;
as energias serão transmutadas e purificadas e os homens começaram a viver acima do
diafragma. Então expressarão os poderes do coração amoroso, da garganta criativa e da
vontade divinamente ordenada pela cabeça. Este é o símbolo do sexo no plano físico, a
relação que existe no inferior e no superior.

Mas a cabeça do homem está também pode ser encontrado um acontecimento


símbolíco maravilhoso. Nesse organismo vivente se representa o drama mediante o qual o
ser puramente humano se funde com a divindade, o grande drama final da união mística
entre Deus e o homem, entre a alma e a personalidade. De acordo com a filosofia oriental
existem na cabeça do homem dois grandes centros de energia. Um entre as sobrancelhas,
mistura-se e funde os cinco tipos de energias que são transmitidas a ele, e fusionadas
nele – a energia dos três centros que estão abaixo do diafragma e dos centros laríngeo e
cardíaco. O outro, o centro coronário entra em atividade por meio da meditação, serviço e
aspiração, e através dele que a alma faz contato com a personalidade. Este centro
coronário é o símbolo do espírito ou aspecto positivo masculino, assim como o centro
entre as sobrancelhas é o símbolo da matéria, do aspecto negativo feminino. Vinculados a
167
estes vórtices de força temos dois órgãos físicos, o corpo pituitário (a hipófise) e a
glândula pineal. O primeiro é negativo e o segundo é positivo. Estes dois órgãos são as
correspondências superiores dos órgãos masculino e feminino da reprodução física. A
medida que a alma torna-se cada vez mais potente na vida mental e emocional do
aspirante, derrama-se com maior poder no centro da cabeça e o homem vai purificando
sua personalidade e colocando-a a serviço da vontade espiritual, elevando
automaticamente as energias dos dois centros do corpo para o centro entre as
sobrancelhas. Oportunamente cresce e amplia a influência dos dois centros, até que os
campos magnéticos ou vibratórios fazem contacto entre si, e aparece instantaneamente a
luz. Pai-espírito e mãe-matéria se unem e se unificam, e o Cristo nasce. "A menos que o
homem volte a nascer não poderá ver o reino de Deus", disse o Cristo. Tal é o segundo
nascimento, e a partir desse momento a visão adquire crescente poder.

Este é novamente o grande drama do sexo, que se repete no homem. Assim, em


sua vida pessoal, ele conhece três vezes o significado da união, o sexo:

1. No plano físico, o sexo ou a relação do homem com seu oposto polar, a mulher,
resultando na reprodução da espécie.

2. A união das energias superiores com as inferiores resultando no trabalho criativo.

3. A união dentro da cabeça das energias da personalidade com as da alma,


resultando no nascimento do Cristo.

Grande é a glória do homem e maravilhosas são as funções divinas que


personifica. Ao longo do tempo a raça foi levada à etapa em que o homem começa a
elevar as energias inferiores para os centros superiores, e tal transição é a causa das
grandes dificuldades mundiais. Muitas pessoas em todas as partes estão se tornando
política, religiosa, científica ou artisticamente criadoras, e o impacto de sua energia mental
e de seus projetos e idéias se faz sentir de forma competitiva. Até que predomine a idéia
da fraternidade na raça, veremos esses poderes pervertidos para fins e ambições
pessoais e o conseqüente desastre, assim como temos vimos o poder do sexo prostituído
para satisfação pessoal, o egoísmo e o conseqüente desastre. No entanto, alguns, muito
poucos, estão elevando cada vez mais as suas energias e traduzindo-as em termos de
mundo celestial. Hoje o Cristo está nascendo em muitos seres humanos e
acrescentadamente aparecem os filhos de Deus em sua verdadeira natureza para guiar a
humanidade na nova era.

2. Sexo na Nova Era

A profecia é sempre perigosa, mas às vezes se pode fazer um prognóstico ou uma


predição com base nas atuais tendências gerais.

Ao longo dos próximos 200 anos desapareceram gradualmente as antigas


influências sob a qual temos vivido, e se farão sentir novas potências. Diz-se que três
coisas caracterizarão a Era Aquariana vindoura e chegarão a ser possíveis devido à
influência que exercerão os três planetas que regem os três decanatos deste
signo. Primeiro, temos a atividade de Saturno, que produzirá a bifurcação dos caminhos e
168
proporcionará a oportunidade para aqueles que possam aproveitá-la. Haverá também um
período de disciplina e um ciclo em que escolhas serão feitas; mediante estas decisões
discriminadoras a humanidade receberá seu direito de primogenitura. Hoje essa influência
já se faz sentir em forma poderosa.

Posteriormente, pela influência que exerce Mercúrio no segundo decanato, teremos


a afluência de luz e a iluminação mental e espiritual, e uma interpretação mais precisa do
ensinamento da Loja dos Mensageiros. O trabalho realizado no primeiro decanato
permitirá a muitos decidir e realizar o esforço que nos levará a elevar as energias
inferiores para os centros superiores e transferir o foco de sua atenção de baixo para
acima do diafragma. O trabalho realizado no segundo decanato permitirá, àqueles que
estiverem preparados, fundir a personalidade com a alma e, como indiquei, a luz brilhará e
o Cristo nascerá neles.

No terceiro decanato se inaugurará o reino da fraternidade, e Venus governará


mediante o amor inteligente; o grupo e não o indivíduo será a unidade importante; o
altruísmo e a colaboração substituirão constantemente a separatividade e a concorrência.

Em nenhum setor da vida se sentirão tão potentemente estas grandes mudanças


como na atitude que adotará o homem para com o sexo e no reajuste da relação conjugal.
Esta nova atitude irá produzir-se gradualmente a medida que a ciência da psicologia, que
se desenvolve lentamente, faça valer seus direitos. Quando o homem chegue a
compreender sua tríplice natureza e penetre na natureza de sua consciência e na
profundidade de sua própria vida subconsciente, terá lugar, gradual e automaticamente,
uma mudança na atitude do homem em relação à mulher e da mulher em relação ao seu
destino. As mudanças necessárias não serão o resultado de medidas legais ou de
decisões tomadas por representantes do povo para enfrentar os desastres do
momento; virão lentamente como resultado do inteligente interesse das três gerações
vindouras. Os jovens que agora vêm à existência e aqueles que virão durante o próximo
século estarão bem preparados para enfrentar o problema do sexo, porque eles entendem
o problema com maior claridade do que a velha geração e pensam em termos mais
extensos e amplos do que é comum hoje. Serão mais conscientes do grupo e menos
individualistas e egoístas, se interessarão mais pelas novas idéias do que antigas
teologias, não terão tantos preconceitos e serão mais tolerantes do que a maioria das
atuais pessoas bem-intencionadas. A psicologia só agora está entrando seus direitos e
começando a compreender qual é a sua função, e sem contestação dentro de cem anos
será a ciência que predominará; os novos sistemas de educação, fundados na psicologia
científica, terão substituídos totalmente nossos métodos modernos. A ênfase, no futuro,
será posta sobre a determinação de propósito de vida de um homem. Se efetuará quando
soubermos a que raio pertence, através da análise de seu equipamento (a psicologia
vocacional é o incipiente começo), o estudo do seu horóscopo e quando a ele se transmita
uma base sólida a respeito do controle mental e treinamento da memória, a fim de reter as
informações fornecidas. Será dada especial atenção ao procedimento pelo qual poderá
integrar sua personalidade e elevar e purificar as qualidades viventes, tudo isso terá por
objeto torná-lo grupo-consciente e útil para o grupo. Este fator é de grande
importância. Síntese, pureza física, descentralização e bem grupal, serão as notas chaves
do ensinamento a transmitir-se. Se ensinará o controle emocional e reto pensar, e uma
vez obtido se adquirirá automaticamente o conhecimento das realidades espirituais e se
169
subordinará a vida ao propósito grupal. As relações do homem estarão inteligentemente
dirigidas, e sua relação com o sexo oposto serão orientadas não só no amor e no desejo,
mas pela ordenada compreensão intelectual do verdadeiro significado do casamento. O
dito anteriormente pode ser aplicado a maioria das pessoas inteligentes e bem-
intencionadas, cujos padrões se desenvolverão no transcurso das décadas, de modo que
personificarão os sonhos e ideais dos visionários mais avançados de hoje. Haverá
pessoas irreflexivas, preguiçosas e estúpidas, mas a evolução se apressa e a ordem está
no caminho.

Não posso antecipar as leis que se promulgarão para controlar as pessoas sobre
este difícil tema do sexo, nem predizer quais serão as leis matrimoniais. Ainda não se
sabe que forma enfrentarão o problema as legislaturas das nações. Não me interessa
fazer conjecturas.

Mas o que posso fazer e farei, é proporcionar as premissas fundamentais que


subjazem às melhores idéias futuras sobre sexo e casamento.Essas premissas são três:
quando sejam compreendidas e captadas e se integrem às idéias prevalecentes da época
e formem as bases de todos os padrões reconhecidos e estejam conscientes, então os
detalhes de como, onde e quando se resolverão por si próprios.

1. A relação dos sexos e sua abordagem para a relação matrimonial será


considerado como uma parte da vida em grupo e como servir o bem do grupo; isso não
será o resultado de leis que regulam o casamento, mas sim como conseqüência da
educação sobre relações grupais, do serviço e da lei do amor compreendida na prática e
não em forma sentimental. Os homens e mulheres se considerarão como células de um
organismo vital, e esta compreensão e perspectiva irá colorir suas atividades. Também
será considerada como um fato da natureza e um produto de anteriores ciclos de
evolução; não será uma teoria e esperança como sucede na atualidade. Se estudará o
que é melhor para o grupo e o que se necessita para fomentar a eficiência de um ente do
grupo. Os homens viverão cada vez mais no mundo de idéias e da compreensão, e não
tanto no mundo do desejo desordenado e do instinto animal; o amor do homem para a
mulher e vice-versa será mais verdadeiro do que é hoje, porque não será estritamente
emocional e será baseado também na inteligência.

À medida que o impulso criativo ascende desde o centro sacro para o laríngeo, os
homens não se centrarão tão poderosamente nos seus impulsos físicos sexuais e
manifestarão mais consistentemente sua expressão criadora. Sua vida no plano físico
continuará em forma normal, mas é necessário que compreendam que o modo pelo qual o
homem satisfaz sua natureza sexual é anormal e desordenado e estamos no caminho de
chegar a uma normalidade sensata. O desejo de prazer egoísta e a satisfação do impulso
animal, que é instintivamente correto quando é ordenado, e incorreto quando se o prostitui
puramente exclusivamente para a diversão, será substituído pela decisão que adotem
ambas as partes. A decisão satisfará a necessidade natural de forma correta, conveniente
e ordenada. Na atualidade se sacrifica geralmente uma das partes, seja por indevida
abstinência ou excessiva indulgência.

2. A segunda premissa se baseará no grau de evolução alcançado, e para cumpri-


la corretamente é necessária uma verdadeira integração da personalidade. Esta regra
170
poderia expressar-se da seguinte forma: O verdadeiro casamento e a adequada relação
sexual devem envolver a união de todos os três aspectos da natureza do homem, e unir-
se os três níveis de consciência, ao mesmo tempo, físico, emocional e mental. Para que
um homem e uma mulher se formem um casamento verdadeiramente feliz devem
complementar-se os três aspectos de sua natureza e existir uma união simultânea de
todos os três. Quão raras vezes ocorre e que estranho é encontrá-lo! Não é necessário
que entrem em detalhes sobre isso, pois esta verdade é evidente e tem sido expressada
repetidas vezes. Mais adiante, embora o dia ainda esteja longe, se formarão matrimônios
que terão como base a etapa de desenvolvimento da personalidade integrada, e só
poderão celebrar o sagrado ritual do casamento, aqueles que tenham alcançado a mesma
etapa do trabalho de transmutar o inferior aos centros superiores; um casamento será
considerado indesejável e suas partes díspares, quando uma delas viva a vida da
personalidade purificada, centrada acima do diafragma, e a outra, a vida do animal
inteligente centrado abaixo do diafragma. Para finalizar direi que muito poucos escolhem
seus cônjuges entre aqueles em que o Cristo é nascido novamente e expressam a vida
crística. Mas o tempo ainda não é chegado, exceto para poucos e casos raros.

3. A terceira premissa diz respeito ao desejo de proporcionar corpos saudáveis e


boas para os egos que encarnam, o que não é possível devido ao nosso mal
regulamentado sistema de convivência. A maioria das crianças que nascem hoje vieram à
existência de forma acidental, sem terem sido desejadas. Se bem que alguns, muito
poucos, foram desejados, mas mesmo em tais casos, o desejo se funda geralmente em
questões de hereditariedade, posse, perpetuação da linhagem ou materialização de uma
ambição insatisfeita, no entanto, se aproxima o dia em que os nascimentos serão
desejados e controlados; quando chegue esse dia encarnarão mais rapidamente
discípulos e iniciados. A correta preparação terá lugar antes de satisfazer o impulso
sexual, e as almas serão atraídas para seus pais pela urgência do desejo desses pais, a
pureza de seus motivos e o poder de seu trabalho preparatório.

Quando esses três motivos são cuidadosamente estudados e quando homens e


mulheres moldem suas relações no plano físico, com base em suas relações grupais, em
sua união simultânea nos três planos e na oportunidade oferecida as almas que
encarnam, então teremos o restabelecimento do aspecto espiritual do casamento,
veremos a entrada dessa era onde a boa vontade será a característica marcante, e
desaparecerão o propósito egoísta e o instinto animal.

3. Sugestões para o Presente Ciclo

Tenho tentado indicar uma situação que existe atualmente e indicar uma situação
ideal futura que ainda não é possível realizar. Isso tem valor, mas deixa uma lacuna em
nossas pensamento, que precisa ser preenchida. Surge agora uma interrogação que
poderia formular-se nos seguintes termos: Dada a exatidão do exposto sobre as atuais e
terríveis condições e a possibilidade de uma aproximação ao ideal apresentado para um
futuro distante, será possível atualmente dar os passos que conduzirão com o tempo a
aplicar os ajustes necessários nos aspectos de sexo? Sem dúvida o será e formularei
minha resposta da seguinte forma:

171
Quando certos postulados básicos, quatro no total, hajam sido apresentados e
mantidos diante da mente do público, isso conduzirá finalmente a educar a opinião pública
de tal modo que se empreenderão as necessárias atividades. Mas o primeiro passo
consiste em educar o público e sua compreensão das quatro leis essenciais. Qualquer
correção das atuais condições virá como um progresso interno da própria humanidade e
não à imposição de leis externas. O treinamento da consciência pública deve, portanto,
avançar constantemente, e assim assentaremos as bases para as mudanças posteriores.

Gostaria aqui de recordar-lhes que as próximas três gerações (em nas quais incluo
a juventude atual) trarão à encarnação um grupo de pessoas bem preparadas para
conduzir a humanidade para fora do impasse atual. Isto deve ter-se muito presente, pois
com freqüência é esquecido. Em qualquer época da história humana sempre houve
aqueles que foram enviados com o propósito de resolver os problemas que surgem. Em
última análise, o problema do sexo é temporário e, acreditem ou não, deriva de um erro
fundamental – o erro do homem de haver pervertido as faculdades outorgadas por Deus,
para fins egoístas físicos, ao invés de consagrá-las a propósitos divinos. O homem foi
levado e arrastado por sua natureza animal instintiva, e somente uma clara e pura
compreensão mental da verdadeira natureza de seu problema terá suficiente força para
levá-lo adiante para a Nova Era e para o mundo de ações e motivos corretos. O homem
deve aprender e deve captar profundamente o fato de que o principal propósito do sexo
não é a satisfação dos apetites, mas o fornecimento de corpos físicos mediante os quais a
vida pode expressar-se. Tem que compreender a natureza do simbolismo subjacente à
relação sexual, e por seu intermédio compreender o alcance das realidades espirituais. A
Lei do Sexo é a lei que cuida dessas relações através das quais a vida e a forma se unem
para que o propósito divino possa manifestar-se. É lei fundamental da criação, e rege
quando se trata da Vida que anima um sistema solar, o nascimento de um animal ou a
germinação de uma planta a partir de uma semente. ―Sexo‖ é a palavra que utilizamos
para descrever a relação existente entre essa energia que chamamos ―vida‖ e o total de
unidades de força, mediante as quais essa energia se expressa e constrói uma forma. Ela
abrange atividade que tem lugar quando os pares de opostos se unem, e por esse meio
unificam e produzem uma terceira realidade, realidade ou resultado que testemunha sua
relação, então outra vida aparece na forma. Temos sempre, portanto, relação, unificação e
nascimento. Três palavras que contêm a verdadeira significação do sexo.

Os homens perverteram a verdade e se perdeu sua verdadeira significação. Na


atualidade sexo significa satisfazer o desejo masculino pelo prazer sensual e mitigar o
apetite físico mediante a perversão do aspecto feminino desse desejo e apetite. Esta
relação não dá os resultados pretendidos, mas sim conduz a um momentâneo segundo
satisfação, e todo ele está confinado a natureza animal e ao plano físico. Falo em forma
geral e lhes lembrarei que há exceções para todas as generalizações. Gostaria de
acrescentar também que ninguém aqui deve pensar que eu considero somente o aspecto
masculino responsável pelo problema atual, ao dizer que o homem usa a mulher para seu
prazer. Como poderia dizer isso, quando sei que todo ser humano é ciclicamente homem
ou mulher, e que os homens de hoje foram mulheres em vidas passadas? Não existe
sexo, tal como a entendemos, no que concerne à alma; só existe o sexo na vida das
formas. Unicamente no processo de diferenciação, para fins de experimentação, faz
homem espiritual ocupar primeiro um corpo masculino e depois um feminino,
arredondando assim os aspectos positivo e negativo da vida das formas. Toda a raça é
172
culpada e deve estar ativa no processo de criar as condições adequadas e trazer ordem
ao caos atual.

Portanto, o primeiro postulado que deve formular-se, a respeito do qual se tem que
educar o público, é que todas as almas encarnam e reencarnam sob a Lei do
Renascimento. Assim, cada vida não é só uma recapitulação das experiências anteriores,
mas sim que se reassumem antigas obrigações, se restabelecem antigas relações, se tem
a oportunidade de saldar antigas dívidas, a possibilidade de retribuir e progredir, um
despertar de qualidades profundas, reconhecer velhas amizades e inimizades, solucionar
detestáveis injustiças e explicar o que condiciona o homem e faz com que seja o que
é. Tal é a lei que agora reclama um reconhecimento universal e que, quando seja
compreendida pelas pessoas inteligentes, ajudará a resolver os problemas do sexo e do
casamento.

Por que é assim? Porque quando essa lei seja admitida como princípio intelectual
governante, todos os homens recorrerão mais cuidadosamente o caminho da vida e
procederão com maior cautela para cumprir com as obrigações da família e do
grupo. Saberão muito bem que o que "tudo que o homem semear ele também colherá" e o
colherá aqui e agora, não em algum místico e mítico céu ou inferno; terá que fazer
reajustes da vida diária na terra, o que proporciona um céu adequado e um mais do que
suficiente inferno. A divulgação dessa doutrina do Renascimento e seu reconhecimento e
comprovação científica avança com toda velocidade, e durante os próximos dez anos se
deve prestar muita atenção a este tema.

O segundo postulado fundamental foi enunciado por Cristo, quando disse: "Ama a
teu próximo como a ti mesmo". Temos prestado pouca atenção até agora a este
enunciado. Nós amamos a nós mesmos e tentamos amar aqueles que nós gostamos. Mas
o amor universal é amar ao próximo, porque é uma alma como nós, de natureza
essencialmente perfeita e com um infinito destino, tem sido sempre considerado como um
lindo sonho a realizar-se em um futuro tão remoto e em um céu tão distante que é melhor
esquecer. Dois mil anos transcorreram desde que a maior expressão do amor de Deus
caminhou sobre a terra, e mandou-nos amar uns aos outros. No entanto, ainda lutamos e
odiamos e utilizamos nossos poderes para fins egoístas, nossos corpos e apetites para os
prazeres materiais e nossos esforços para viver, são dirigidos conjuntamente para fins
egoístas pessoais. Já consideraram o que seria o mundo hoje se os homens tivessem
escutado as palavras de Cristo e houvessem tratado de obedecer Seu comando? Muitas
doenças se haveriam eliminado (as doenças causadas por abuso sexual constituem uma
grande porcentagem de nossos males físicos e devastam nossa moderna civilização), não
haveriam guerras, se haveria reduzido ao mínimo o crime e nossa vida moderna seria um
exemplo de uma divindade em manifestação. Mas isso não aconteceu, daí as nossas
condições atuais do mundo moderno.

A nova lei tem de ser enunciada e o será, e pode resumir-se nas seguintes
palavras: Que o homem viva de tal modo que sua vida seja inofensiva. Então, seus
pensamentos, ações e palavras não produzirão dano algum. Esta não é inofensividade
negativa, mas sim uma difícil e positiva atividade. Se a anterior fraseologia prática das
palavras do Cristo fossem divulgadas, aplicadas e praticadas universalmente surgiria

173
ordem do caos, o amor grupal substituiria o egoísmo pessoal, a unidade religiosa ocuparia
o lugar da intolerância fanática e teríamos, em vez de libertinagem, o controle dos apetites.

As duas leis que proclamei e os dois postulados que enunciei parecem


trivialidades, mas estas são verdades universais e reconhecidas, e uma verdade é um
pronunciamento científico. Modelar a vida de acordo com estes dois reconhecimentos (a
Lei do Renascimento e a Lei de Amor) salvaria a humanidade e reconstruiria nossa
civilização. Pode ser demasiado simples provocar um reconhecimento, mas por trás dele
subjaz o poder da divindade mesma e seu reconhecimento é simplesmente questão de
tempo, porque a evolução obrigará a que se reconheça em alguma data distante. Dos
discípulos e pensadores atuais depende que se acelerem esses reconhecimentos.

A terceira lei fundamental que traria uma solução a nossos problemas atuais
modernos, incluindo o do sexo, surge logicamente das outras duas. É a Lei da Vida em
Grupo. Nossas relações grupais devem ser observadas e reconhecidas. O homem não só
deve cumprir amorosamente suas obrigações familiares e nacionais, mas também pensar
em termos mais amplos abarcando a humanidade mesma, e assim expressar a Lei da
Fraternidade. A fraternidade é uma qualidade grupal. As crianças que nascem agora vêm
equipadas com um sentido muito mais profundo de grupo e uma consciência grupal mais
desenvolvida do que a de hoje. Resolverão seus próprios problemas incluindo o do sexo e
se interrogarão a si mesmos se lhes são apresentados uma situação difícil: Tenderão
minhas ações para o bem grupal? Se danificará ou sofrerá o grupo se eu fizer isso ou
aquilo? Serão beneficiados e obterão progresso e integração e unidade o grupo? Qualquer
ação que não esteja à altura dos requisitos grupais serão automaticamente rejeitadas. Na
elucidação dos problemas o individuo e a unidade aprenderá lentamente a subordinar o
bem e os prazeres pessoais às condições e requisitos grupais. Por conseguinte, poderá
observar-se que o problema sexual também terá solução. A compreensão da Lei do
Renascimento, a boa vontade para com todos os homens, expressando-se como
inofensividade, e o desejo de alcançar a boa vontade grupal, vão se tornar gradualmente
fatores determinantes na consciência racial e nossa civilização se adaptará com o tempo a
estas novas condições.

O último postulado que quero enfatizar é que a conservação desses três leis
conduzirá necessariamente a um desejo urgente de obedecer à lei do país onde a alma,
em especial, houver encarnado. É desnecessário dizer que sei muito bem quão
inadequadas são as leis impostas pelos homens. Talvez sejam temporariamente
insuficientes para satisfazer a necessidade. Podem falhar em seu alcance e ser
inadequadas, mas em certa medida resguardam os pequenos e fracos e serão
consideradas aplicáveis por aqueles que tentam ajudar a raça. Essas leis estão sujeitas a
alterações, à medida que se faz sentir o efeito das três grandes leis, mas enquanto não
sejam reformadas inteligentemente (e isso levará tempo), frearão a libertinagem e o
egoísmo. Também poderão causar sofrimento. Isso ninguém pode negar. Mas o
sofrimento não será tão ruim nem os efeitos tão duradouros como o seriam se essas leis
fossem revogadas e começasse o conseqüente ciclo de anarquia. Portanto, o servidor da
raça colabora em sua vida diária com as leis da terra, trabalhando ao mesmo tempo para
corrigir as injustiças que elas podem produzir, e para melhorar as imposições legais que
incidem sobre o gênero humano em seu país.

174
Quando se reconheçam as quatro leis – a do Renascimento, do Amor, do Grupo e
do País – teremos a salvação da raça.

4. O Sexo e Discipulado

Gostaria de dizer algumas palavras a respeito do sexo na vida do discípulo. Existe


uma grande confusão sobre o tema; nas mentes dos aspirantes o preceito sobre o celibato
está assumindo um aspecto de doutrina religiosa. Com freqüência nos dizem os bem
intencionados, mas carentes de lógica, que se um homem é um discípulo não pode
contrair matrimônio e, portanto, não pode haver uma realização espiritual, a não ser que o
homem pratique o celibato, teoria que tem sua origem em duas coisas:

Primeiro, no Oriente tem existido um conceito errôneo a respeito das mulheres.


Segundo, no Ocidente tem prevalecido, desde a época de Cristo, a tendência de
conceituar a vida espiritual como monástica e conventual. Ambos os conceitos encerram
duas idéias equivocadas e são a raiz da grande incompreensão e a razão de muitos
males. O homem não é melhor que a mulher nem a mulher melhor que o homem. No
entanto, milhares de pessoas consideram as mulheres como a perfeição do mal e a base
da tentação. Mas Deus ordenou desde o início que homens e mulheres tinham de
satisfazer as necessidades comuns e agir cada um como complementos um do
outro. Deus não ordenou que os homens vivam em comunidade, isolados das mulheres ou
as mulheres isoladas dos homens; estes dois grandes sistemas conduziram aos abusos
sexuais e a grandes sofrimentos.

Crer que o discípulo deva levar uma vida de celibato e abster-se de praticar toda
função natural é incorreto e indesejável. Isto pode comprovar-se pelo reconhecimento de
duas coisas:

Primeiro, se a divindade é de fato uma realidade e a expressão da onipotência, da


onipresença, bem como da onisciência, e se o homem é essencialmente divino, então, não
pode existir uma condição onde a divindade não tenha supremacia. Não pode haver uma
esfera de atividade humana em que o homem não atue em forma divina, ou que as
funções não possam ser iluminadas pela luz da razão pura e da inteligência divina. Não
me refiro aqui ao argumento capcioso e hipotético que, devido à divindade inerente ao
homem, é considerado correto o que as pessoas normais e bem orientadas consideram
errôneo. Isso pode ser apenas uma desculpa superficial para alguma injustiça. Refiro-me
às corretas relações sexuais dentro dos limites das leis tanto espirituais como as do país.

Segundo, a vida que não esteja bem integrada nem exerça todas as funções de
sua natureza – animal, humana e divina – (e o homem é essas três coisas em um só
corpo) é frustrada, inibida e anormal. É verdade que nem todos podem contrair matrimonio
nestes tempos, mas isso não nega a realidade maior que Deus criou o homem para unir-
se em matrimonio. Nem todos estão em uma posição que lhes permita viver vidas normais
e plenas, conseqüência também da atual e anormal situação econômica, mas isso não
nega de maneira alguma que as condições são anormais. É igualmente falso, anormal e
indesejável dizer que o celibato forçado indica uma profunda espiritualidade e é parte
necessária de todo treinamento esotérico e espiritual. Não há melhor escola de
treinamento para um discípulo ou um iniciado, que a vida familiar, com suas relações
175
obrigatórias, a facilidade que proporciona o ajustar-se e adaptar-se, o serviço e os
sacrifícios que demandam e as oportunidades que oferece para expressar plenamente
todos facetas da natureza do homem. O maior serviço que pode prestar-se a raça é
proporcionar corpos para as almas que encarnam, atendê-las e educá-las dentro dos
limites do lar. Mas a questão e o problema da vida familiar e o gerar filhos foi desfigurado e
mal interpretado; passará muito tempo antes que o casamento e os filhos assumam seu
correto lugar sagrado, e mais tempo ainda passará antes que desapareçam a dor e o
sofrimento devido a nossos erros e abusos nas relações sexuais; a beleza e a
consagração do matrimonio e a manifestação das almas na forma substituirão o atual
conjunto de idéias errôneas.

O aspirante e o discípulo no Caminho e o Iniciado no "Caminho Iluminado‖, não


têm, portanto, melhor campo de treinamento que a relação conjugal corretamente aplicada
e compreendida. A propositura da natureza animal sob disciplina rítmica, a oferenda da
natureza emocional e instintiva sobre o altar do sacrifício, e a abnegação requerida na vida
de família, constituem um enorme poder de evolução e de purificação. O celibato que se
exige é de natureza superior no que diz respeito às exigências da natureza inferior e a
negativa do homem espiritual a deixar-se dominar pela personalidade e pelas exigências
da carne. Adotar a atitude de impor o celibato na preparação da maioria dos discípulos,
conduziu a prostituição e a perversão das funções e faculdades outorgadas por Deus;
mesmo onde não tenha existido esta penosa condição e onde a vida tem sido sensata,
consagrada e saudável, tem havido freqüentemente indevido sofrimento, dor, angústia
mental e disciplina, antes de que possam ser controlados os pensamentos e as tendências
irrefreáveis.

É verdade que às vezes um homem se vê obrigado a levar uma vida na qual


enfrentará o problema do celibato e estará forçado a abster-se de toda relação física e a
viver uma vida estritamente celibatária, a fim de demonstrar a si mesmo que pode
controlar a porção animal e instintiva de sua natureza, mas esta condição é
freqüentemente o resultado de excessos e libertinagem em uma vida anterior, o que exige
medidas rigorosas e condições anormais para neutralizar e retificar os erros do passado e
dar a natureza inferior tempo para reajustar-se. Repito, isto não indica desenvolvimento
espiritual, mas sim bem o contrário. Não esqueçam que estou tratando o caso especial do
celibato auto-aplicado e não as atuais condições mundiais onde os homens e as mulheres,
por razões econômicas e de outra natureza, se vêm obrigados a viver sem poder
expressar a vida em forma natural e plena.

Finalmente, o problema sexual deve ser resolvido no lar e em condições normais, e


às pessoas mais avançadas do mundo e aos discípulos de todos os graus corresponde
resolvê-lo.

CAPÍTULO III

OS RAIOS E O HOMEM

INTRODUÇÃO

176
Já foi tratado um dos problemas fundamentais que enfrenta hoje a raça. Intercalei
meus comentários sobre o tema do sexo como final do nosso estudo dos raios em
conexão com o reino animal.

O homem é uma entidade vivente, um filho consciente de Deus (uma alma) que
ocupa um corpo animal. Aqui reside o ponto. Ele, portanto, constitui um elo, que está longe
de ser o elo perdido. Unifica em si mesmo os resultados do processo evolutivo tal como
tem sido levado a cabo durante épocas passadas, e devido a isso pode por em contato um
novo fator, o aspecto individual do conhecimento auto-sustentável. A presença deste fator
e deste aspecto é o que diferencia o homem do animal. Esse aspecto produz na
humanidade a consciência da imortalidade, uma auto-consciência e um egocentrismo, o
qual faz que o homem seja a imagem de Deus. É este poder inato e oculto que dá ao
homem a capacidade de sofrer, que nenhum animal possui, e também o capacita a colher
os frutos de sua experiência no reino do intelecto. Esta mesma capacidade, em embrião,
está latente no reino animal e, no domínio dos instintos. Tal propriedade peculiar da
humanidade lhe confere o poder de perceber os ideais, registrar a beleza, reagir
voluptuosamente à música e apreciar a cor e harmonia. É esse algo divino que faz da
humanidade no filho pródigo, seduzido pela vida mundana, por posses e experiência e o
poder desse atraente centro ou lar, do qual se originou.

O homem se encontra no meio do caminho entre o céu e a terra, com seus pés
afundados no lodo da vida material e cabeça no céu. Na maioria dos casos fecha os olhos
e não vê a beleza da visão celestial, ou os abre e os fixa no lodo e o limo que cobre seus
pés. Mas quando abre seus olhos e os eleva por um breve instante, vê o mundo da
realidade e dos valores espirituais, então começa a vida turbulenta e azarada do aspirante.

A humanidade é a guardiã do mistério oculto, e a dificuldade consiste em que o que


o homem oculta do mundo também se lhe oculta a si mesmo. Assim ignora a maravilha
que ele contém e nutre. A humanidade é a caixa do tesouro de Deus (o grande segredo
maçônico), porque só no reino humano, como o indicam, faz tempo, os esotéricos, se
encontram juntas e em pleno florescimento as três qualidades divinas. No homem, Deus, o
Pai tem ocultado o segredo da vida; no homem, Deus o Filho tem ocultado os tesouros da
sabedoria e do amor; e no homem, Deus o Espírito Santo implantou o mistério da
manifestação. Unicamente a humanidade pode revelar a natureza da Trindade e da vida
eterna. Ao homem foi concedido o privilégio de revelar a natureza da consciência divina, e
de retratar diante dos olhos dos filhos de Deus (reunidos em conclave antes da
dissolução) o que permanece oculto na Mente de Deus. Dai o mandato (observado nas
palavras do grande Mestre cristão) que devemos possuir em nós mesmos "a mente de
Cristo", mente que deve habitar em nós e revelar-se na raça humana cada vez mais
plenamente. Ao homem foi confiada a tarefa de elevar a matéria ao céu e de glorificar
corretamente o lado forma da vida através da manifestação consciente dos poderes
divinos.

Explicar adequadamente o maravilhoso destino do reino humano está além do meu


poder ou da capacidade de qualquer caneta humana, não importa quão grande seja a
realização do homem e sua resposta à beleza do mundo de Deus; a divindade tem que ser
vivida, expressada e manifestada para poder ser compreendida. Deus tem que ser amado,

177
conhecido e revelado dentro do coração e do cérebro humanos, para poder ser captado
intelectualmente.

A Hierarquia dos místicos, conhecedores e amantes de Deus, expressam hoje esta


verdade revelada nos planos mentais e emocionais. Mas é chegado o tempo em que a
manifestação desta realidade pode, pela primeira vez e em verdade, expressar-se no
plano físico em forma grupal e organizada, em vez de fazê-lo por intermédio de alguns
poucos inspirados filhos de Deus, que em épocas passadas encarnaram como uma
garantia de futuras possibilidades. A Hierarquia dos Anjos e dos Santos, Mestres, Rishis e
Iniciados agora pode começar a organizar-se em forma material na Terra, porque hoje a
idéia grupal está ganhando terreno rapidamente e a natureza da humanidade está sendo
melhor compreendida. Pode-se observar que a Igreja de Cristo, até agora invisível e
militante, se materializa lentamente e se converte na Igreja visível e triunfante.

Esta é a glória da futura Era de Aquário, a próxima revelação do ciclo evolutivo e a


tarefa do futuro imediato. O drama real dessa tríplice relação (da qual, como vimos, o sexo
físico é apenas o símbolo) será representado em grande escala na vida do aspirante
moderno durante os próximos 50 anos. O que simbolicamente se denomina "o nascimento
de Cristo", ou segundo nascimento, terá lugar em muitas vidas e nascerão na Terra um
numeroso grupo de seres espirituais, formado por aqueles que hajam unido
conscientemente e dentro de si mesmo os dois aspectos, alma e corpo, consumando
assim o "casamento místico". Este conjunto de eventos individuais produzirá uma análoga
atividade grupal, e veremos o surgimento "do corpo manifestado do Cristo" no plano físico
e a aparição da Hierarquia manifestada. Isto é o que vemos acontecendo agora, e o
quanto vemos hoje ao nosso redor no mundo são apenas as dores do parto que
antecedem ao glorioso nascimento.

Estamos hoje no processo desta culminação. Daí a dificuldade e agonia evidentes


na vida do verdadeiro discípulo que – havendo incorporado em si mesmo, simbolicamente,
os dois aspectos Pai-Mãe, espírito-matéria, e tendo nutrido o Cristo menino durante o
período de gestação – dá agora à luz o Cristo menino no estábulo e na manjedoura do
mundo. Na inteira consumação desta realização geral, o grupo também o alcançará e o
Cristo aparecerá novamente na Terra, encarnando desta vez em muitos, e não em uma
única personalidade. No entanto, cada membro do grupo é um Cristo em
manifestação; todos juntos apresentam o Cristo ao mundo e constituem um canal para a
força e vida crística.

Realmente vamos de glória em glória. A passada glória da individualização deve


desaparecer na glória da iniciação. A glória da auto-consciência que surge lentamente
deve perder-se de vista ante a maravilha da consciência grupal da raça, e hoje os mas
destacados pensadores e trabalhadores o desejam ardentemente. A glória que brilha
tenuamente e a imperceptível luz que brilha fracamente na forma humana deve ser
substituída pela radiação da glória do evoluído Filho de Deus. Apenas se requer efetuar
um pequeno esforço e demonstrar o poder de resistência, que capacitará àqueles que
estão experimentando o plano físico para evidenciar a luz radiante e estabelecer na terra
uma grande usina de luz que iluminará todo o pensamento humano. No transcurso das
épocas, sempre tem havido isolados portadores de luz. Dentro de pouco tempo
tenderemos ao grupo portador de luz. Então o resto da família humana (que ainda não
178
responde a impulso Crístico) progredirá mais facilmente em direção ao caminho da
provação. O trabalho, todavia, será lento e resta muito por fazer; mas se todos os
aspirantes e discípulos que trabalham no mundo subordinam seus interesses pessoais a
tarefa imediatamente à frente, teremos o que pictoricamente poderia descrever-se como a
inauguração de uma grande estação de luz na terra e a fundação de uma grande usina de
poder que acelerará grandemente a evolução e a elevação da humanidade e o
desenvolvimento da consciência humana.

Nos círculos esotéricos se fala demasiado e se diz muita bobagem a respeito do


raio a que pertence um homem. As pessoas se entusiasmam estupidamente quando se
lhes diz qual é seu raio, assim como quando se lhes diz quem eram eles em encarnações
passadas. O "novo ensinamento sobre os raios" compete em interesse com a
astrologia. Como os atenienses, os homens sempre buscam o inovador e o estranho, e
esquecem que toda nova verdade e cada nova apresentação de uma antiga verdade
carregam consigo uma acrescentada responsabilidade.

No entanto, resulta interessante traçar paralelos, pois é evidente para o


consciencioso estudante que os novos ensinamentos sobre raios chegaram a ele
justamente quando a ciência anuncia que não existe nem se conhece nada mas que
energia e que todas as formas se compõem de unidades energia e são, em si mesmas,
expressões de força. Raio é o termo aplicado a uma força ou a um determinado tipo de
energia que destaca a qualidade que exibe essa força, e não o aspecto forma que ela
cria. Esta é a verdadeira definição de um raio.

Os Raios e as Raças

Nos antigos ensinamentos da Sabedoria Eterna foi dito que o ser humano é um
tríplice aspecto da energia e essencialmente uma trindade, como o é a
Divindade. Tecnicamente o denominamos Mônada-ego-personalidade, e o definimos como
Espírito-alma-corpo. Gostaria de indicar que ao estudar a família humana como uma
unidade e uma totalidade também se descobrirão que é essencialmente uma Mônada,
com sete grupos egoicos, dentro dos quais todas as almas (encarnadas ou não)
encontram seu lugar, e com as correspondentes quarenta nove formas raciais, através das
quais os sete grupos de almas se expressam ciclicamente. Todas as almas cumprem seu
destino em todas as raças, mas certos tipos de almas predominam em certas formas
raciais. Portanto, por que razão existem predileções e antipatias raciais? Quando se
compreenda a Verdade de que todos nós alguma vez passamos a experiência de
encarnar em cada raça, saberemos que só existe a unidade. O tema se esclarecerá se
classificarmos o ensinamento e a relação que tem os raios com as raças:

Raio Plena Expressão Maior Influencia

1º Raio da Vontade. Na 7ª raça raiz 1ª e 7ª sub-raças.


Almas de 1º raio. Perfeição do Plano

2º Raio do Amor-Sabedoria Na 6ª raça raiz. 2ª e 6ª sub-raças.


Almas do 2º raio Intuição aperfeiçoada.

179
3º. Raio de Inteligência. Na 5ª raça raiz 3ª e 5ª sub-raças.
Almas do 3º raio Raça Ariana.
Intelecto aperfeiçoado.

4º Raio de Harmonia Na 4ª raça raiz. 4ª e 6ª sub-raças.


Almas do 4º raio Raça Atlante.
Astralismo aperfeiçoado
Emoção aperfeiçoada

5º Raio do Conhecimento Na 3ª raça raiz. 5ª e 3ª sub-raças.


Almas. do 5º raio Raça Lemuriana.
Físico Aperfeiçoado.

6º Raio da Devoção Na 2ª. raça raiz 6ª e 2ª sub-raças.


Almas do 6º raio

7º Raio da Magia Na 1ª. raça raiz. 7ª e 1ª sub-raças.


Cerimonial.
Almas do 7º raio

Lembre-se que estas classificações correspondem aos principais ciclos de raios, e


que em toda raça raiz há uma contínua mescla e entrelaçamento de raios com o que
poderia chamar-se de raio "constante" ou dominante, que aparece e volta a aparecer mais
freqüente e poderosamente que os outros raios. Existe uma estreita analogia entre certos
raios e certas raças, com suas sub-raças que estão coloridas pelas influências dos raios
predominantes. É interessante interpretar essas influências de raio (como expus) em
termos de qualidade, o qual conduz a seu objetivo, como se segue:

O primeiro Raio de Vontade conduz desde o propósito latente na primeira raça até
o Plano evolutivo já realizado na sétima raça.

O segundo Raio de Amor-Sabedoria conduz desde o amor ou desejo divino na


segunda raça, até a total compreensão intuitiva na sexta raça.

O terceiro Raio de Inteligência Ativa conduz desde a latente percepção mental do


homem lemuriano na terceira raça, até o desenvolvimento intelectual alcançado na raça
ariana ou quinta raça.

O quarto Raio da Harmonia através do Conflito conduz desde o período que


produziu o terrível equilíbrio de forças na Atlântida (a quarta raça) até a santificada e livre
devoção unilateral na próxima sexta raça, na qual culminarão duas linhas de energia. Este
será o ponto de realização das Mônadas de Amor, que chegarão a expressar Amor-
Sabedoria. A última raça marca o ponto de realização das Mônadas de Vontade, assim
como a atual raça ariana indica e indicará a realização das Mônadas de Inteligência. Isto
induz a reflexão. Tal realização é relativa, porque esta é a quarta ronda, mas não é
necessariamente uma "marca d'água de alta relevo", se posso chamá-lo assim, de
realização para cada ronda.

180
Nos quatro raças mencionadas tem tido lugar um grande período de equilíbrio de
forças para nossa humanidade. O efeito dos outros três raios sobre a raça lemuriana e as
duas raças anteriores amorfas não precisa aqui ser considerado por nós. A natureza da
consciência das formas que se acham em ditas raças e a pressão exercida sobre eles pela
Entidade Que anima a família humana como um todo, são demasiado abstrusas para o
leitor comum, que lhe interessam principalmente as raças aqui enumeradas, porque lhe
resumem realizações passadas e futuras.

Em conseqüência, quando nos ocupamos com a família humana devemos tentar


pensar em termos mais amplos que quando consideramos o indivíduo, tal como o
conhecemos. Devemos ver a humanidade como uma entidade integrada, um Ser, uma
Vida na forma. Todo ser humano é uma célula dessa Vida unificada na forma; as sete
raças constituem os sete centros principais cuja polarização muda constantemente para os
centros superiores, e os centros inferiores são relegados a passividade, até que chegue o
momento, no fim da era, em que os sete centros se coordenarão e energizarão. Poderia
fazer a seguinte sugestão aqui (observe esta palavra) sobre a relação entre raça e os
centros do corpo da humanidade.

Raças Centros Expressões

7ª e última raça raiz Centro Coronário Vontade. Plano.

6ª e próxima raça raiz. Center Ajna ou entre Integração intuitiva


as sobrancelhas

5ª e atual raça raiz Centro da garganta Poder criador.


Ocultista.

4ª e anterior raça raiz Plexo Solar Sensibilidade psíquica.


Mística.

3ª e 1ª raças humanas Centro sacro Aparência física.


Geração.

2ª raça, a etérica Centro cardíaco ou vital Forças coordenadas da vida

1ª raça Base da coluna Vertebral Vontade de ser, existir.

Consideramos unicamente as quatro últimas raças que estão em evolução (as


quatro primeiras na classificação dada), pois as três primeiras raças estão longe do
alcance daqueles que estão em grau inferiores ao de iniciado para poder captar o modo
em que se desenvolveram, e o tipo de consciência e o procedimento que empregaram
para lograr a meta. O que tento enfatizar é a necessidade de ver o quadro em sua
totalidade e não em forma individual.

Poderia ser de utilidade se classificarmos certos aspectos relativos ao reino


humano, como fizemos com os três reinos subumanos.
181
O REINO HUMANO

Influências:

Dois raios de energia divina se ocupam em forma ativa, de trazer à manifestação


neste reino, e são:

1. O quarto Raio de Harmonia, beleza e unidade, obtidas através do conflito.

2. O quinto Raio do Conhecimento Concreto, ou o poder de conhecer.

O quarto é por excelência o raio que rege a humanidade. Existe uma relação
numérica que deve observar-se porque a quarta Hierarquia criadora de mônadas humanas
e o quarto Raio, nesta quarta ronda, no quarto globo, a terra, estão extremamente
ativos. Sua estreita inter-relação e interação é responsável pelo surgimento proeminente
da humanidade. Em outras rondas a humanidade não foi a evolução predominante nem a
mais importantes, mas agora o é. Na próxima ronda, a evolução predominante será as das
almas no nível astral e o reino dévico. Falando simbolicamente, nossa humanidade
caminha hoje na Terra a luz do dia e estes dois raios foram os responsáveis por que se
iniciasse a evolução humana neste ciclo maior. Nosso objetivo consiste em harmonizar os
aspectos e princípios superiores e os inferiores, no individuo e na totalidade, o que envolve
conflito e luta, mas oportunamente produz beleza, poder criativo na arte, e síntese. Este
resultado não teria sido possível sem a mediação do poderoso trabalho do quinto Raio do
Conhecimento Concreto que, em conjunto com o quarto raio, produziu esse reflexo da
divindade que denominamos homem.

O ente humano é uma curiosa síntese, no aspecto subjetivo de sua


natureza; produz a fusão da vida, do poder, da intenção harmoniosa e da atividade
mental. Deve observar-se o que vem em continuidade, porque é de profundo interesse e
importância psicológica:

Raio I, IV e V Predominam na vida da humanidade, regem com crescente poder


a vida mental dos homens e determinam seu corpo mental.

Raio II e VI Regem poderosamente a vida emocional e determinam o tipo do


seu corpo astral.

Raio III e VII Regem a vida física e vital do corpo físico.

Se observarmos cuidadosamente teremos um resumo dos raios que regem e


diferenciam a vida das formas da personalidade e, portanto, introduzindo outros fatores,
que os psicólogos terão de considerar a medida que o tempo passa. Assim, veremos que:

1. A alma humana ou ego é encontrado em um ou outro dos sete raios e em um ou


outro dos sete grupos de raios.

182
2. A natureza da mente e o corpo mental estão regidos pelos raios do Propósito, de
Harmonia ou Síntese, e de Conhecimento.

3. A natureza emocional e a forma estão regidas pelos raios do Amor-Sabedoria e da


Devoção idealista.

4. A vida vital e corpo físico estão regidos na matéria pelos raios da Inteligência e de
Poder Organizador.

Mas em meio a esta complexidade de raios e forças, o terceiro e o quinto mantém o


lugar preponderante e regem os ciclos maiores do indivíduo, que não só está controlado
por seus próprios ciclos de raios (determinado pela seu raio egóico) e por seus ciclos
menores da personalidade, mas também influenciado pelos ciclos maiores e menores que
correspondentes à vida de raio que rege a humanidade como um todo.

Resultados:

Através do trabalho ativo desses dois raios mencionados, descobrimos que o


quarto raio faz aparecer eventualmente no homem a intuição. O quinto raio é responsável
pelo desenvolvimento do intelecto nele. Novamente aparece no homem seu grande dom
de síntese e sua prerrogativa de unificar-se, porque, como disse anteriormente, combina
em si mesmo as qualidades dos três reinos da natureza, incluindo o anterior e o posterior.

1. O reino das almas Intuição.


2. O reino humano Intelecto.
3. O reino animal Instinto.

Daí surge seu problema e sua glória. Poderíamos também dizer que devido à união
entre a intuição positiva e instinto negativo nasce o intelecto, porque o homem repete em
si mesmo o grande processo criador tal como ocorre no de universo. Este é o aspecto
interno criador da consciência assim como possuímos o aspecto criador externo na
criação das formas.

Processo:

Devido a que na família humana existe na forma física humana uma entidade
pensante denominada Alma, o procedimento que se aplica para obter o controle
consciente, é o de adaptação. Todas as formas nos três reinos inferiores subumanos
estão também sujeitas a este processo de adaptação, mas é uma adaptação grupal ao
meio ambiente, enquanto que na humanidade é a adaptação do indivíduo ao seu meio
ambiente. A pessoa que trabalha de forma consciente e inteligentemente para adaptar-se
a essa situação e às condições em que se encontra, é relativamente rara. O poder de
adaptar-se conscientemente às circunstâncias é o resultado do desenvolvimento
evolutivo. As etapas mediante as quais o homem adquire essa capacidade podem
enumerar-se da maneira seguinte:

1. A adaptação inconsciente ao meio ambiente, pelo homem que é primordialmente


um animal sem inteligência. A esta categoria pertencem o selvagem e o camponês
183
sem cultura. O homem nesta etapa é algo melhor que um animal, e é regido
totalmente pelo instinto.

2. A adaptação inconsciente ao meio ambiente, pelo homem que começa a ter débeis
vislumbres de percepção mental. Isso é em parte instinto e se baseia no crescente
amor próprio. Existe nele maior consciência do "Eu" e menor percepção instintiva
grupal. Essa crescente auto-realização está entre os que habitam à margem da
sociedade, por exemplo, o delinqüente que possui bastante instinto e vivacidade
que lhe permite viver por sua astúcia, reage rapidamente e possui destreza
manual, etapa da astúcia animal.

3. A adaptação consciente e puramente egoísta ao meio ambiente. Nestes casos, o


homem percebe definitivamente seus motivos, reflete conscientemente sobre eles,
os reconhece e "faz o que pode nestas circunstâncias". Se esforça por viver dentro
do possível em harmonia, com seu ambiente. Isto implica bons motivos, mas está
regido principalmente pelo desejo de obter conforto – físico, emocional e mental –
de modo que se disciplinará e obterá a capacidade de adaptar-se onde quer que se
encontre, e pode dar-se bem com todos.

4. Desde esta etapa em diante as diferenciações são numerosas e difíceis de seguir,


e são derivações do egoísmo puro (desenvolvido freqüentemente ao grau máximo),
de um crescente reconhecimento do grupo, de uma incipiente compreensão dos
direitos dos demais, do direito para desfrutar de conforto e harmonia e um
constante esforço para adaptar o temperamento e a vida pessoal a fim de que o
interesse puramente egoísta não prejudique os demais, até que chegamos ao ...

5. O homem comum realmente bom, que luta para adaptar-se ao meio ambiente, às
relações e responsabilidades de seu grupo, a fim de poder expressar certa medida
de amor. Não me refiro a esse amor instintivo pela família, pelas crianças e o
espírito de rebanho, que os homens compartilham em comum com os animais, e
que freqüentemente desaparece quando os entes queridos se tornam
independentes. O vínculo não é suficientemente forte para retê-los e o motivo é
demasiado egoísta para resistir ao apelo. Refiro-me a esse amor inspirado que
reconhece os direitos do semelhante e conscientemente se esforça para adaptar-
se a esses direitos reconhecidos; enquanto se aferra tenazmente aos da
personalidade.

6. Depois temos o trabalho de adaptação, tal como levam a cabo os aspirantes do


mundo, que estão teoricamente convencidos de sua relação grupal e de sua
máxima importância, da necessidade que tem toda personalidade de desenvolver
ao máximo seus poderes a fim de proporcionar-lhe um valor real ao grupo e servir
adequadamente a necessidade do mesmo. No verdadeiro esoterismo não existe o
motivo para "matar a personalidade", ou discipliná-la de tal forma que chegue a ser
uma pobre coisa morta. O verdadeiro motivo consiste em treinar a tripla natureza
inferior, personalidade integrada, para demonstrar seus poderes superiores
latentes ou em desenvolvimento, a fim de que esses poderes possam ser aplicados
para satisfazer as necessidades do grupo, e a personalidade do aspirante possa

184
ser integrada dentro do grupo. Mediante isso se enriquece a vida do grupo,
aumenta sua potência grupal e se expande sua consciência grupal.

Portanto, o que acontece na vida do verdadeiro aspirante na atualidade (seu


reconhecimento desenvolvimento da responsabilidade grupal) também pode
observar-se nos grupos, organizações e nações. Daí um sem fim de
experimentos. Se está submetendo a todos os grupos, grandes ou pequenos, a um
processo de limpeza e eliminação de todo o lastro deixado pelas idéias antigas e
desgastadas, e a um período de disciplina e treinamento que deve preceder a
verdadeira vida grupal. Quando este longo processo estiver concluído veremos que
os grupos se aproximarão entre si impulsionados por um novo e verdadeiro espírito
de colaboração e de fusão religiosa, e uma atitude internacional realmente nova. E
então terão algo mais sólido e de maior valor para oferecer a totalidade. Dentro
desses grupos que lutam para esta nova realização e integração e expressam o
que poderíamos chamar de "a sexta etapa de adaptação" se acham aqueles que já
estão na sétima etapa.

7. Temos agora a adaptação total e desinteressada à necessidade e ao propósito


grupo. Aqueles que alcançaram esse ponto de evolução são descentralizados no
que concerne à própria vida de sua personalidade. Enfocam sua atenção mental na
alma e no mundo das almas. Sua atenção não está mais dirigida à personalidade,
exceto na medida necessária para obrigá-la a aderir-se ao propósito grupo ou da
alma. Esses servidores que expressam a radiação e o poder atrativo da alma
conhecem o Plano, e constituem, em cada organização o novo e lentamente
crescente Grupo de Servidores do Mundo. A salvação do mundo está em suas
mãos.

8. O último grupo desta escala de adaptação é o dos iniciados superiores os perfeitos


Irmãos Maiores e os Grandes Companheiros. Se adaptaram às Suas
personalidades, mutua e perfeitamente, e às condições mundiais; mas como grupo,
estão aprendendo a forma de se adaptar às forças da natureza, às energias dos
raios e aos poderes dos signos zodiacais às necessidades e demandas mundiais
em forma prática e em um momento particular. É aqui onde o trabalho dos
discípulos do mundo e dos aspirantes mais avançados mostra-se útil como um
campo de experimentação, e é no Novo Grupo de Servidores do Mundo, onde se
efetua o processo de adaptação.

Tenho me esforçado para delinear estas fases do processo de adaptação em


termos de consciência, encarando, portanto, o tema em forma filosófica e
psicológica. Devem lembrar que este processo, à medida que se desenvolve na
consciência, produz (segura e inevitavelmente) as correspondentes mudanças no
mecanismo, na estrutura e no sentido de percepção, através do aparelho do corpo. Neste
tratado, não ponho ênfase sobre essas mudanças, porque a ciência moderna tem se
ocupado extensamente delas, e força constantemente adiante na direção certa. Enfatizo o
aspecto consciência como o fator predisponente e sobre o desenvolvido sentido de
desenvolver a consciência, que produz essa demanda interna para o melhoramento do
equipamento. O melhoramento do equipamento, como resultado da demanda de
consciência, é o segredo do impulso evolutivo no transcurso das épocas. A busca interna
185
no homem desperta os centros; o despertar dos centros determina a resposta do sistema
endócrino, governa o sistema nervoso na sua tríplice capacidade e também a corrente
sanguínea. Portanto, a forma externa ou mecanismo, indica sempre o grau de evolução do
homem interno subjetivo e espiritual.

O Segredo:

No esoterismo se denomina "o segredo da translação". Eu poderia trazer o


conceito geral subjacente a essas palavras para baixo até o nível de inteligência do
estudante médio dizendo que, quando um homem compreende realmente o poder de
elevação que tem a aspiração, pode começar a trabalhar com o segredo da translação. Os
estudantes devem abandonar a idéia tola e equivoca de que a aspiração é uma atitude
emocional. Não é. É um processo científico que governa a evolução mesma. Quando se
deixa agir livremente a aspiração e se a segue, é o modo, por excelência, em que o
aspecto matéria ou a inteira personalidade "é elevada para o céu." Quando o efeito da
ininterrupta aspiração é seguida pela ação correta produz três coisas:

1. A estimulação dos átomos mais elevados nos três corpos.

2. A eliminação, como resultado deste estímulo, destas substâncias atômicas que


(quando existem) atam ocultamente o aspirante na terra.

3. O aumento do poder de atração magnética dos átomos mais elevados que atraem
para si os átomos de alta vibração para substituir os de baixa vibração. Gostaria de
fazer aqui uma declaração a fim de corrigir uma errônea atitude mental e quase
universal. Os átomos adequados de alta vibração são atraídos ao corpo ou corpos
do homem, pelo poder de atração conjunta dos átomos já presentes, e não
principalmente pela vontade da alma, exceto na medida em que essa vontade age
sobre os átomos existentes de grau superior que respondem a ela.

A aspiração, atividade de natureza oculta e científica, é instintiva na


substância. Isso deve ser posto de relevo quando se instrui os grupos.

Uma abordagem interessante a respeito da aspiração, é que o poder de levitar o


corpo, atualmente tema de interesse e investigação psíquica, depende de se ter alcançado
um certo alinhamento da personalidade mediante a aspiração e um ato de
vontade. Pressupõe que existe nos três corpos certo percentual de átomos de adequada
vibração e luz.

Este segredo da translação é a causa que subjaz no sistema de castas e a casta é


um símbolo de translação. Em última análise, a alma passa de uma casta a outra à
medida que se "transladam" os corpos. A chave reside em que nenhum ato de translação
envolve um só corpo, e tampouco significa "avançar e ascender" a outra dimensão, a outro
estado de consciência, ou a "outra casta", a não ser que haja produzido um alinhamento,
por exemplo, entre:

a. O corpo físico e do corpo emocional.


b. Entre ambos e o corpo mental.
186
c. Entre os três e a alma.
d. Entre os quatro e o Grupo de Servidores do Mundo.

Nestes quatro alinhamentos temos os paralelos esotéricos dos quais o sistema


externo de castas é um símbolo prostituído. Reflitam sobre isso, porque o sistema de
castas é universal no mundo. Quando tiverem alcançado adequadamente o terceiro
alinhamento e quando a luz do que constitui o quarto componente da relação domina a luz
inerente dos outros três, se logra o objetivo da evolução do homem. Isso nos leva a
considerar o seguinte ponto:

Propósito:

Esse propósito é a Transfiguração. Esta é a meta esotérica para a


humanidade. Este foi o transcendental acontecimento representado ante a humanidade
pelo maior dos filhos de Deus em Seu Próprio Corpo, a quem eu e todos os verdadeiros
discípulos consideramos o Mestre dos Mestres, o Cristo. O que posso dizer sobre este
acontecimento culminante que espera realizar a personalidade do homem? Esta terceira
grande iniciação marca uma crise no trabalho iniciático e produz outra síntese
experimentada na vida do homem espiritual. Até a terceira iniciação o homem ocupou o
processo de fundir a alma e do corpo em uma só unidade. Após a terceira iniciação (e
devido a que tem lugar certo acontecimento) o homem trata e se ocupa de alcançar outra
fusão na consciência, a do espírito-alma-corpo. Refiro-me a fusão dentro da
consciência. A unidade sempre existiu ali, e o homem em evolução está verdadeiramente
tornando-se consciente do que já existe.

Divisões:

Do ponto de vista deste tratado sobre esoterismos as divisões são cinco. As


exporei brevemente porque seria demasiado extenso elucidar-las em forma detalhada.

1. Divisões raciais. Podem ser consideradas em duas formas:


a. Do ponto de vista da moderna ciência esotérica.
b. Do ponto de vista da Doutrina Secreta, com suas divisões setenárias do gênero
humano e suas quarenta e nove subdivisões.

2. Divisão da humanidade em sete principais tipos de raios, que poderiam ser enumerar-
se assim:
a. O tipo de poder cheio de vontade e capacidade de governar.
b. O tipo de amor pleno de amor e poder de fundir.
c. O tipo de ativo de grande atividade e manipulador de energia.
d. O tipo artístico de grande sentido de beleza e aspiração criativa.
e. O tipo científico que domina a idéia de causa e efeito. O tipo matemático
f. O tipo devocional pleno de idealismo.
g. O tipo comercial de grande poder de organização. Inclinado a cerimônia
ritualística.

3. Os doze grupos astrológicos. Isto considerarei ao tratar Os Raios e o Zodíaco, por isso
não me ocuparei aqui.
187
4. Divisão de seres humanos em três grupos esotéricos:
a. Aqueles que ainda não despertaram a consciência do "Eu". Chamados
esotericamente "chispas escuras".
b. Aqueles que têm despertado a individualidade. Chamado de "luzes vacilantes".
c. Aqueles que têm despertado o conhecimento da alma. Chamados de "radiantes
filhos da luz".

5. Divisão da humanidade em três tipos de aspirantes:


a. Aqueles observados a distância pela Hierarquia orientadora.
b. Aqueles despertados e atraídos pela Hierarquia.
c. Aqueles que, do angulo da personalidade, pertencem ao mundo das forças, mas
são almas cuja consciência está sendo integrada na Hierarquia. Constituem o Novo
Grupo de Servidores do Mundo.

A estes três últimos grupos poderia adicionar-se a Hierarquia mesma.

Esta classificação mostra as partes principais em que a psicologia esotérica divide


a humanidade; se a estudam detalhadamente notarão o quão oni-incluente resulta.
Recomendo aos psicólogos modernos que a estudem.

Agente Objetivo:

No caso do ser humano, cujos sentidos estão ativos (desenvolvidos lentamente nos
reinos inferiores) o agente externo, mediante o qual progride, é o mundo da experiência, o
mundo tangível no plano físico. Habita na carne e constitui para o indivíduo o campo
adequado de desenvolvimento; durante o processo de desenvolvimento da consciência
grupal descobre a multiplicidade de contactos necessários para despertar sua resposta ao
meio ambiente. Este ambiente em si é parte da vida e expressão da Divindade por cujo
intermédio chega a conhecer alguns aspectos da manifestação de Deus. Utilizando os
cinco sentidos e trabalhando com os elementos terra, ar, fogo e água, recolhe tudo o que
está disponível para seu uso e trabalhar em, com, e através do mundo externo da vida
diária.

Agente subjetivo:

A mente se emprega aqui como um órgão sensorial, como o sentido sintético ou


comum, e como instrumento de investigação, em que o homem desenvolve a verdadeira
consciência humana. Ao utilizar a mente aprende a proteger-se, a cuidar de seus
interesses e preservar sua identidade Através do uso da mente, ele começa a discriminar
e a cultivar gradualmente um sentido dos valores, o qual lhe permite oportunamente pôr a
ênfase sobre o ideal e o espiritual, e não sobre o material e o físico.

Qualidade:

A qualidade é o desenvolvimento de sattva ou ritmo, dentro do reino humano. Em


realidade é a resposta harmoniosa a vibração, e conduz à integração da unidade no todo,
para atingir essa compreensão de permite ao homem eliminar todas as barreiras de sua
188
consciência e responder (simples e naturalmente) ritmicamente a todas as condições e
estados de percepção. Deve sempre lembrar-se que o segredo da qualidade humana (se
posso usar uma frase tão pesada) é o poder de identificar a consciência humana com
todos os tipos de consciência e de percepção, com todos os tipos de resposta
inconsciente e instintivos e com todos os tipos super-conscientes, ou o sentido divino de
ser. Isto pode finalmente realizar-se à vontade.

Agora começaremos a estabelecer o que constitui realmente o delineamento da


nova psicologia. Se chegará a sua realização e verdadeira utilidade na Era de Aquário, e
será a ciência básica e fundamental dessa era, assim como a ciência elétrica (a
eletricidade da matéria) é a realização básica da Era de Peixes. O que realmente vamos
considerar são as influências que fazem do homem o que é e determina a qualidade de
sua aparência, aparência que deve ser estudada como uma personalidade totalmente
integrada, e não unicamente como uma condição física externa e objetiva. As influências
que determinam o que o homem é, são os raios da personalidade e da alma, os quais
agem sobre ele, afetam sua consciência e penetram em sua forma por meio das unidades
de energia das quais está composto. Outras influências determinantes são também os
fatores solar, cósmico e circundante, que analogamente agem sobre ele.

Caberia aqui perguntar-se: qual é a diferença que existe entre as influências de raio
e as astrológicas, tais como as do signo ascendente e dos planetas regentes?

As energias que afetam astrologicamente a um ser humano são as que atuam


sobre ele como resultado do movimento aparente do sol através do firmamento, uma vez a
cada 25 mil anos ou uma vez a cada doze meses. As energias que constituem as forças
de raio não provêm das doze constelações do zodíaco, mas emanam principalmente do
mundo do ser e da consciência que reside por trás do nosso sistema solar, que por sua
vez provém dos sete constelações que formam o corpo manifestação de Aquele Sobre o
Qual Nada Pode Ser Dito. Nosso sistema solar é uma das sete constelações e este é o
mundo da Divindade Mesma, da qual o homem nada pode conhecer até que tenha
passado pelas principais iniciações. Quando estudarmos o zodíaco e sua relação com os
raios teremos que elucidar-lo mais cuidadosamente, a fim de esclarecer o conceito.
Consideramos aqui as influências dos raios e não as do zodíaco.

O primeiro que devemos perceber, ao introduzirmos o estudo do homem e dos


raios, é o sem número de influências de raio que atuam sobre ele, e o conformam,
"vivificam" e fazem dele esse complexo que é. Seria prudente enumerá-las e considerá-las
uma por uma. Não existe razão alguma para acreditar que o assunto é muito abstruso. À
medida que passa o tempo e se estudam os raios de forma mais ampla, a relação do
homem com eles será submetida a uma cuidadosa análise e então poderão verificar-se as
informações e fatos. Mais adiante se fará uma classificação e se compreenderão as forças
dos raios. Isto conduzirá a uma ciência da psicologia mais segura e precisa, ao invés do
atual ciência especulativa. Hoje a psicologia moderna se ocupa dos aspectos mais óbvios
do homem encarnado e de discutir certas possibilidades especulativas e subjetivas.

Portanto, deve ter-se em conta que os seguintes raios e suas influências devem
aplicar-se individualmente, porque fazem do homem o que é e determinam seu problema:

189
1. O raio do sistema solar.
2. O raio do Logos planetário - de nosso planeta.
3. O raio do reino humano.
4. Nosso determinado raio racial, que determina a raça ariana.
5. Os raios que regem qualquer ciclo particular.
6. O raio nacional, ou essa influência de raio que exerce uma peculiar influência
sobre determinada nação.
7. O raio da alma ou ego.
8. O raio da personalidade.
9. Os raios que regem:
a. O corpo mental.
b. O corpo emocional ou astral.
c. O corpo físico.

Existem outros raios, mas os expostos são os mais poderosos e possuem um


maior poder condicionante. Os consideraremos brevemente:

1. O Raio do Sistema Solar

Deve recordar-se que o raio predominante ou influência marcante de nosso


sistema solar, é o segundo grande Raio cósmico de Amor-Sabedoria, raio dual, o qual
combina dois grandes princípios e energias cósmicas. Rege a personalidade de nosso
Logo solar, se posso empregar tal expressão, e (porque é dual) indica que seus raios da
personalidade e da alma estão tão equilibrados e fusionados que, desde o ângulo da
humanidade, constitui o raio maior, o raio uno, o qual determina a qualidade e o propósito
do Logos.

Cada unidade de vida e cada forma em manifestação estão regidas pelo segundo
raio. Basicamente falando, a energia do amor expressa com sabedoria é a linha de menor
resistência para as vidas manifestadas em nosso sistema solar. Este raio qualifica a vida
de todos os planetas e o atrativo amor magnético de Deus que derrama através do Seu
universo criado; emerge na consciência e determina o objetivo de todas as formas em
evolução. Cada ser humano vive, portanto, em um universo e em um planeta, e é
constantemente o objetivo de amor e de desejo de Deus, e (como resultado desse amor) é
continuamente atraído e por sua vez é atraente, algo que nunca temos em
conta. Professores, pais e educadores fariam bem em reconhecer o poder desta força de
raio e confiar que a Lei fará bem todas as coisas.

2. O Raio do Planeta Terra

Cada um dos sete planetas sagrados (nossa Terra não é um deles) expressa uma
das sete influências de raio. Estes sete planetas são enumerados abaixo e classificados
com exatidão os raios que atuam através deles. No entanto, o estudante deve recordar
três coisas:

1. Cada planeta é a encarnação de uma Vida, Entidade ou Ser.


2. Cada planeta, como cada ser humano, expressa duas forças de raio – o da
personalidade e da alma.
190
3. Que dois raios estão, portanto, em conflito esotérico em cada planeta.

Indico apenas um dos raios e não específico se é o raio da alma ou é o da


personalidade do Logos planetário. Não é conveniente dar informações exatas e
detalhadas para a humanidade neste momento, que ainda é muito egoísta para confiar-se
nela.

OS PLANETAS E OS RAIOS

Sagrado Raio Não Sagrado Raio


1. Vulcano 1º raio 1. Marte 6º raio
2. Mercúrio 4º raio 2. Terra 3º raio
3. Venus 5º raio 3. Plutão 1º raio
4. Júpiter 2º raio 4. A Lua 4º raio
5. Saturno 3º raio (que vela um planeta oculto)
6. Netuno 6º raio 5. O Sol 2º raio
7. Urano 7º raio (que vela um planeta oculto)

Refiro-me aos ciclos maiores e não aos menores. Observarão que os raios quinto e
sétimo não se manifestam através de planetas não-sagrados. Cinco planetas não são
sagrados. O que faz ou não sagrado um planeta, constitui um dos segredos de certa
iniciação maior e não posso elucidá-lo aqui. Basta dizer que planetas sagrados são em
número de sete, totalizando doze manifestações planetárias. Também será evidente para
o leitor observador que certos planetas sagrados e outros não-sagrados, têm uma íntima
relação um com o outro através dos raios que os influenciam, e são:

1º Raio Vulcano Plutão.


2º Raio Júpiter O Sol.
3. Raio Saturno A Terra.
4º Raio Mercúrio A Lua.
6º Raio Netuno Marte.

Essas relações proporcionam aos astrólogos um campo relativamente novo de


investigação.

Em conseqüência, verão como a Terra em que vivemos é adequada para o


desenvolvimento dos filhos de Deus encarnados. Como o fazem todas as vidas dentro do
raio de influência de um sistema solar, o homem surge por inspiração do amor, expresso
em sabedoria. O amor não é um sentimento, mas sim o grande princípio da atração,
desejo e atração magnética, e (dentro de nosso sistema solar) este princípio se demonstra
como uma atração e interação entre os pares de opostos. Esta interação proporciona
todos os graus ou tipos necessários para o desenvolvimento da consciência. Em primeiro
lugar a resposta consciente à atração mais poderosa e com o tipo mais denso da atração
em questão, a do reino mineral. Denso e pesado como é esse tipo de vibração, expressa,
no entanto, o amor embrionário. O reino que segue a este responde com mais facilidade e
verdadeira percepção e sensibilidade, ao surgir a consciência do mundo vegetal. Mas
também é amor. Responder mais livremente e reage a contatos mais amplos no reino
animal, e emergem e podem ser reconhecidos os desejos básicos instintivos, o quais no
191
devido tempo se convertem em motivo da vida e, ainda assim, o único que manifestam é o
amor de Deus. O amor entre a vida consciente e a forma consciente; é o amor entre os
pares de opostos, conduzindo a eventual síntese ou casamento; é a relação que existe
entre as dualidades básicas, não é sentimento, mas sim a realidade de um grande
processo natural. Temos sempre a emergente glória e a radiação de um amor crescente,
até que chegamos ao reino humano, onde o amor entra em outro plano. Então a resposta,
a sensibilidade e a reação sentimental humanas se desenvolvem em uma mente
rudimentar. A consciência de amar e ser amado, de atrair e ser atraído, penetra pela da
porta de inteligência e se expande até o estado de percepção humana. Prazer e dor
tornam-se fatores definidos em desenvolvimento, começando assim a longa agonia da
humanidade. Então se vê o amor em seu desnudo egoísmo, e ainda pode ser pressentida
sua glória e potência. Logo o amor ou desejo atrativo atrai para si o aquilo que sente que
necessita, mas adiante muda no que crê que deveria possuir, e com o tempo o transmuta
naquilo que sabe que é a herança divina imaterial de um filho de Deus. Reflitam sobre
essas últimas palavras, porque ao compreender o amor verdadeiramente como
sensibilidade, o amor como o pensamento e o amor como aspiração, se esclarecerá o
grande problema do homem, que o libertará da escravidão dos amores inferiores e
adquirirá a liberdade que outorga o amor e a liberação do que possui todas as coisas e,
ainda assim, não deseja nada para o eu separado.

Em nosso planeta atração magnética de desejo se modifica por meio do raio da


personalidade do nosso particular Logos planetário. É o Raio da Inteligência Ativa e da
Adaptabilidade seletiva. Assim como cada célula e átomo no corpo humano se modificam
e condicionam pelo raio egóico e o raio de cada um dos corpos internos, assim cada célula
e átomo no corpo do Logos planetário se condicionam e se modificam por Sua marcante
influência de raio, e neste caso o raio de Sua personalidade. Nessa influência
condicionante se encontra a chave para a dificuldade, dor e agonia que existe atualmente
no mundo. Em verdade o Logos planetário da nossa terra está principalmente
condicionado por um raio cósmico, mas não pelo Seu raio egóico. Talvez nisso resida a
razão (ou uma das razões) pela qual nossa Terra não seja um dos sete planetas
sagrados. Não é necessário de me explane sobre isso, mas devia chamar-lhes a atenção
acerca deste grande fator determinante, o terceiro raio, o raio da personalidade do nosso
Logos planetário.

Este raio introduz o fator discriminador mediante a atividade mental, que por sua
vez equilibra o que se denomina a natureza do amor, causa verdadeira do nosso
progresso evolutivo. A vida nas formas passa através de uma atividade discriminadora e
seletiva, de uma experiência para outra em uma escala de contatos cada vez mais
amplos. Este raio de Atividade Inteligente domina o homem nessa época. Os seres
humanos estão em grande parte centrados em suas personalidades; são "egocêntricos" na
terminologia de psicólogos que reconhecem o princípio integrador do ego (em muitos
casos), mas ainda não reconhecem o ego ou alma influente, exceto sob termos tão vagos
como "super-consciência". Portanto, temos uma humanidade absorvida por uma
formidável atividade, demonstrando em toda parte um vital discernimento e um interesse
intelectual em todos os tipos de fenômenos. Esta tendência a atividade aumentará e se
intensificará até que a raça ariana se fusione com a vindoura e principal raça raiz maior,
para a qual ainda não temos nome, embora reconheçamos que em dita raça o intelecto
servirá a intuição. Se considera hoje que a atividade humana adquiriu uma incrível
192
velocidade e intensidade de vibração, no entanto, do ponto de vista de Conhecedores
mundiais, apenas começa a se expressar e ainda é relativamente fraca. Pode observar-se,
se a história é estudada, que a crescente tendência ao dinamismo, e o ritmo em que o
homem vive atualmente e a complexidade e os inumeráveis interesses dinâmicos de sua
vida, não podem comparar-se com os do homem comum de duzentos anos atrás. Os
últimos vinte e cinco anos demonstram uma tremenda aceleração que não tem
comparação com as condições de cinqüenta anos atrás.

A razão deste aumento de atividade inteligente e velocidade de resposta e de


contato residem no fato subjetivo de que a humanidade vai integrando rapidamente os três
aspectos da natureza humana em uma unidade chamada personalidade. Os homens se
convertem continuamente em personalidades e unificam em uma única expressão seus
aspectos físico, emocional e mental, portanto, eles são mais capazes de responder ao raio
da personalidade integrada de Aquele em quem vivem, se movem e têm seu ser.

Portanto, ao considerar o problema da vida do homem poderia afirmar-se que está


poderosamente afetada por duas influências maiores que fazem impacto no reino humano:
o raio cósmico do sistema solar, o Raio de Amor-Sabedoria, e o raio cósmico do planeta,
que é o raio da personalidade do Logos planetário, o raio de Inteligência Ativa ou
Adaptabilidade. O homem pode ser definido como uma unidade de vida consciente levada
à expressão tangível mediante o amor discriminador de Deus. Pelas experiências de sua
vida lhe são apresentadas inumeráveis decisões que vão gradualmente do reino do
tangível ao intangível. À medida que atrai ou é atraído pela vida de seu meio ambiente, se
faz cada vez mais consciente de uma série de valores em mudança, até que chega a um
grau de desenvolvimento em que a força ou atração magnética do mundo subjetivo e das
realidades intangíveis mentais e espirituais, são mais potentes do que os fatores que até
agora o fizeram seguir adiante. Seu senso de valores já não está determinado por:

1. A satisfação de natureza animal instintiva.


2. Os desejos de um tipo mais emocional e sentimental de seu corpo astral.
3. A atração e os prazeres da natureza mental e os apetites intelectuais.

A alma o atrai poderosamente, o que produz uma tremenda revolução em sua


vida, uma palavra que aplicada em seu verdadeiro sentido significa uma volta
completa. Isso acontece atualmente em escala universal na vida dos indivíduos e
representa um dos fatores principais que produzem a atual potencia das idéias
experimentadas no mundo moderno. O poder atrativo da alma aumenta constantemente e
a atração da personalidade se enfraquece paralelamente. Tudo isto tem sido conseguido
pelos experimentos que conduzem à experiência; pela experiência que leva a utilizar em
forma mais inteligente os poderes da personalidade; pela crescente apreciação do
verdadeiro mundo de valores e realidades, e pelo esforço feito pelo homem a de
identificar-se com o mundo dos valores espirituais e não com o mundo de valores
materiais. O mundo dos significados e das causas se converte gradualmente no mundo
onde este encontra a felicidade; a seleção daquilo que mais o interessa e no que decidiu
empregar seu tempo e poderes, estará finalmente condicionado pelos verdadeiros valores
espirituais. Então se achará o caminho da iluminação. Eu tratei de expressar os efeitos
dessas duas influências principais de raio nos termos do místico e do filósofo; em verdade
tudo o que eu disse aqui poderia ser expressar cientificamente e em fórmulas científicas
193
se o homem estivesse preparado mentalmente para compreendê-las. Mas ainda não é
possível. Todas estas vibrações de raios, não importa quais sejam, podem oportunamente
ser reduzidas a fórmulas e símbolos.

A reação ao meio ambiente, a resposta sensível às influências de raios que


governam e se expressam através das formas que compõem o meio ambiente do homem,
um crescente poder de discriminar entre energias e forças, o lento desenvolvimento do
sentido de valores (sentido que eventualmente dispersa as ilusões mental e astral e revela
a realidade) e a transferência do discriminado interesse pelo mundo das experiências
concretas, da vida emocional e do interesse mental – tudo isso expressa o efeito da
interação entre os dois raios do sistema solar e do planeta, que ao se misturar, se
derramam através do gênero humano e o afetam.

Uma das coisas mais difíceis que enfrentam hoje os Mestres é provar aos homens
que os antigos e reconhecidos valores e o mundo tangível dos fenômenos (físicos e
emocionais), devem ser relegados para o seu devido lugar no fundo da consciência do
homem e que as realidades intangíveis e o mundo das idéias e das causas devem ser
para ele, no futuro imediato, o principal centro de sua atenção. Quando o homem
compreender isso e viva de acordo com esse conhecimento, então desaparecerá a
miragem que prevalece no mundo. Se refletirem sobre isso reconhecerão que a grande
crise de 1914-1918 realizou um valioso trabalho que fez desaparecer a miragem da
segurança material em que viviam homens e também destruiu grande parte do seu
egoísmo instintivo e sensual. Além disso se começa já a reconhecer que o que importa é o
grupo e que o bem-estar individual só é importante na medida em que a unidade é uma
parte integrante do grupo. Isto não destruirá a iniciativa nem a individualidade. Os erros
tão penosos que cometemos em nossas experiências iniciais se devem à nossa imperícia
ao empregar a faculdade discriminativa. Este processo de destruir a ilusão mundial
continua desde então em grande escala; em todos os países, mediante os diversos
experimentos que se realizam, está desaparecendo a miragem e surgem os verdadeiros
valores de bem-estar, da integração e do progresso grupais. O sentido de insegurança,
aspecto tão angustiante do caos atual, se deve simplesmente à destruição do antigo
sentido de valores, a dispersão da miragem, o que revela na atualidade um panorama
desconhecido, e o medo e instabilidade que sente o homem quando se confronta com o
mundial "Morador do Umbral", que deve ser desintegrado e destruído porque obstrui o
caminho para o novo mundo de valores. A grande forma mental que foi construída pela
ganância e materialismo do homem no transcurso das épocas se está derrubando
constantemente, e o gênero humano está à beira da liberação que o conduzirá à Senda
do Discipulado. Não me refiro à liberação final, mas sim à que vem da livre decisão
sabiamente utilizada e aplicada para o bem do todo e condicionada pelo amor. Observem
que digo "sabiamente utilizada." A sabedoria ativa e motivada pelo amor, e
inteligentemente aplicada aos problemas mundiais, é hoje muito necessária, o que não foi
ainda descoberto, exceto pela poucas almas iluminadas de todas as nações – repito: de
todas as nações, sem exceção. Deve haver mais pessoas que saibam amar com
sabedoria e apreciem aspiração grupal, antes de podermos ver a próxima realidade que
devemos conhecer, a qual surgirá das trevas que estamos agora no processo de dissipar.

194
3. O Raio do Quarto Reino

Agora tocaremos brevemente um tema obscuro e difícil, que interessa


principalmente aqueles que trabalham com a Lei de Analogia ou Correspondência. Os
esotéricos devem recordar que todos os reinos da natureza constituem uma totalidade de
vidas. Cada átomo que existe em cada forma da natureza é uma vida, e estas vidas
constituem as células do corpo de um Ser ou veículo em manifestação. Existe um Ser
incorporado a cada reino da natureza. Assim como as miríades de vidas atômicas no
corpo humano constituem o corpo de expressão do homem e formam sua aparência, o
mesmo sucede com a grande Vida que dá forma ao quarto reino da natureza. Esta
aparência – como todas as aparências – se acha qualificada por algum tipo particular de
raio, determinada também pelo princípio vital ou aspecto espírito. Assim, cada forma é
composta de inumeráveis vidas nas quais prepondera alguma qualidade de Raio. Esta é
uma platitude ocultista. Estas vidas qualificadas produzem a aparência fenomênica,
constituindo, assim, uma unidade por meio da influência do princípio integrador sempre
presente.

O raio que rege a soma total do reino humano é o quarto raio da Harmonia através
do Conflito. Poderia dizer-se simbolicamente que o raio egóico da Vida que dá forma a
família humana é o quarto raio, e o da personalidade é o quinto raio do conhecimento
através da discriminação – denominado raio do Conhecimento Concreto ou Ciência. A
harmonia através do conflito e o poder de adquirir conhecimento pela decisão
discriminadora – estes são os dois raios ou influências maiores que passam através de
toda a humanidade e a impulsionam em direção a seu destino divino. Constituem os
fatores predisponentes com que o homem pode contar e dos que dependem
infalivelmente. São a garantia de realização e também das dificuldades e a dualidade
temporária. A harmonia, expressando-se em beleza e poder criador, se adquire mediante
a luta, a tensão e o esforço. O conhecimento, expressado oportunamente pela sabedoria,
só se alcança pela angústia que causam as decisões, apresentadas sucessivamente, as
quais ao ser submetidas à inteligência discriminadora durante o processo da experiência
de vida, produzem finalmente o sentido dos verdadeiros valores, a visão do ideal e a
capacidade de diferenciar a realidade que está por trás da ilusão que se interpõe.

Aqueles que estudam esoterismo devem ter em conta que o quarto raio tem uma
relação natural com o quarto reino da natureza, que por sua vez é a manifestação inferior
da quarta Hierarquia criadora. Esta unificação dos três resultados principais da atividade
dessa grande Vida pode enumerar-se como:

1. O poder ou vida, que tende sempre a harmonia e a eventual beleza, o quarto raio.

2. A hierarquia criadora de mônadas humanas (por pouco que estas o compreendam)


já atingiu a sabedoria e, na verdade, são atualmente os filhos divinos de Deus.

3. O quarto reino da natureza, resultado da atividade evolutiva dos anteriores, que por
sua vez são impulsionados a esta atividade pelo quarto Raio.

Essencialmente esta é a verdadeira sucessão apostólica, pois proporciona a tríplice


linha de energia dirigida. Produz a manifestação humana no quarto globo da nossa cadeia
195
terrestre, e nesta quarta ronda é responsável pela tremenda crise que a atual humanidade
é confrontada. O aspecto conflito do processo atingiu o máximo, e ultrapassou mesmo o
máximo, desde o ponto de vista da manifestação no plano físico. Esta situação e tríplice
influência, que produz a manifestação dos filhos de Deus, está resumida com as palavras
lapidares do Antigo Comentário, quando recordarmos que expressam a larga agonia da
prova passada pela humanidade e a abertura da porta para o homem do quinto reino do
ser espiritual. Estas palavras incluem em seu significado sua meta e objetivo, e o processo
pelo qual o homem o logra:

"Os Quatro Sagrados descem de seus lugares celestiais e se


aventuram na esfera da Terra. Desde o quarto grande plano controlam a
batalha.
"O Senhor da Harmonia, sentado no alto, derrama toda sua vida e
força sobre o campo de conflito. Vê o fim desde o princípio, e não detém sua
mão ainda que a dor e agonia sejam profundas. A paz deve ser o objetivo.
Deve lograr-se a beleza. Não pode então deter a vida e evitar que aflua.
"Os Quatro do Meio, que tem descansado desde sua campanha
anterior, cingem suas armaduras e se ocultam detrás da forma externa.
Abandonam a quarta grande esfera de harmonia e passam ao plano da
mente. Ali fortificam o templo do Senhor, o iluminam com luz e glória, e logo
voltam seus olhos para a Terra.
"Os Quatro Inferiores tomam formas nas vidas que não são humanas
e os três grupos de vidas que habitam abaixo do limiar. Tratam de vincular,
mesclar, ligar, e fundir. O gênero humano agora vive. Os quatro superiores e
os quatro do meio se reúnem aos quatro inferiores no quarto grande globo.
"A batalha prossegue. Quando os três grupos dos quatro
manifestados podem ver-se mutuamente na luz e quando fundem
posteriormente suas forças, a meta será alcançada.
"No quarto globo de ação e no ciclo maior da quarta expressão se
completará a fusão. Os quatro inferiores fundidos nos quatro do meio
abandonarão o tríplice mundo de conflitos e encontrão sua morada, enquanto
estejam na forma, dentro da quarta esfera de onde vieram os quatro regentes
superiores. Assim se estabelecerá a regência, se verá a glória e se
demonstrará o poder da hierarquia.
"Na quarta raça (Atlante – A.A.B.) começou o conflito e nasceu a
consciência. Na quinta raça (Ariana – A.A.B.), terá lugar a crise da batalha, e
os quatro inferiores e os quatro do meio começarão a unir suas forças. E a
sexta raça se dissipará na poeira da batalha. Os quatro inferiores, os quatro
do meio e os quatro superiores cantarão em uníssono a glória do Senhor, a
beleza do Amor de Deus e o prodígio da fraternidade do homem. Este é seu
hino triunfal ".

Falando esotericamente (não em forma simbólica, pois existe uma diferença entre
esses dois modos expressar-se, que os estudantes devem ter em conta), quando as linhas
de força são ajustadas e existe um livre intercambio de energias e um canal alinhado e
direto entre os distintos aspectos da divindade, então teremos realização e beleza. Tal é o
tema da ante dita formulação da verdade, a qual encerra uma profecia simbólica. A

196
mesma idéia foi exposta em uma afirmação ainda mais antiga e concisa, que deve
compreender-se e reduzir-se a uma fórmula mântrica, ao receber-se a quarta iniciação:

"Quando as forças dos quatro, repetidas três vezes, se convertem no


quatro; então a Vida de ... Revela-se em beleza."

É interessante notar que em idioma inglês o valor numérico da palavra "four"


(quatro) é o mesmo que a palavra "force" (força) se o número cinco é eliminado. Para a
humanidade a quinta energia conduz ao campo de batalha, a energia da mente
discriminadora, que ao ser empregada, controlada e transmutada, em seu devido tempo,
"só ficam as quatros restantes e a força há desaparecido." Observe o detalhe
numerológico:

F O R C E (Força)
6 6 9 3 5 ..........29............... 11. Número do adepto que utiliza energia.

F O U R (Quatro)
6 6 3 9.............24 ............... 6. O criador que unifica o subjetivo e o objetivo.

É evidente que força no primeiro grupo termina em separatividade, porque cinco é


o número da mente e do homem. O número nove, o número da iniciação, está oculto na
metade da palavra força, mas os algarismos culminantes indicam atividade e
separação. No segundo grupo de números, a atividade precede ao nove da iniciação, e
esse nove é a culminação. Mas o cinco foi omitido. O homem já não é realmente humano
ou separatista, mas sim o quatro perfeito dos três inferiores da alma. Para explicar a
verdade em forma simples se deve ter presente que o gênero humano, o quarto reino,
expressão da quarta Hierarquia criadora de mônadas humanas, é arrastado pelo instinto
ou impulso em direção à harmonia, e se acha principalmente sob a influência do quarto
raio. Esta harmonia é conseguida mediante a utilização da energia do quinto raio de
conhecimento. Então o conhecimento adquirido e aplicado dá por resultado a beleza e o
poder de criar Em seguida, o raio do quinto Senhor será retirado do ciclo maior que rege a
humanidade, então a sabedoria e a resposta búdica intuitiva caracterizarão a
humanidade. Existe uma estreita interação neste ciclo maior, no que concerne ao gênero
humano, entre os dois raios dos Senhores da Harmonia e do Conhecimento. Nesta
relação numérica do quatro e do cinco emerge também o número nove da iniciação. Um
adepto da quinta iniciação é aquele que realizou a completa harmonia mediante o correto
conhecimento. Isto tem lugar na quarta iniciação e se demonstrado ou provado na quinta.

Um estudo minucioso dos raios que afetam a humanidade esclarecerá que são
tantos e tão diversos, que a complexidade do tema é muito grande. Numerosas influências
fazem do homem o que ele é, e nada se sabe ainda sobre muitas delas. Nas etapas
iniciais de seu desenvolvimento é quase impossível (exceto para um iniciado) ocupar-se
das diversas fases, ou até mesmo reconhecer os indícios das reações da humanidade a
estes raios. Mas à medida que o gênero humano evolui e o aspecto forma chega a ser um
mecanismo de resposta mais apto e refinado e mais plástico e sensível do homem interior,
resulta mais fácil fazer definições e análises. Assim surgem com maior claridade os
delineamentos dos diferentes tipos e as qualidades de raio começam a controlar. Então

197
pode observar-se com maior claridade a impressão dos raios que controlam, e
compreender-se com maior exatidão a etapa de evolução alcançada.

Agora trataremos dos raios que predominam nas raças do gênero humano. Seria
conveniente que o leitor comum adote a posição de que, pelo menos para ele, a
informação transmitida até agora e no que concerne aos raios raciais, nacionais e cíclicos,
constituem uma interessante hipótese que pode ser aceita inteligentemente ou
refutada. Este conhecimento logicamente deve ser hipotético durante o transcurso de
várias vidas, no que concerne ao estudante comum. No entanto, quando chegarmos a
tratar os três pontos finais desta seção de nosso tratado, será possível verificar as
informações, correlacionar os tipos de raios e descobrir (pelo estudo das potencias
envolvidas) suas características emergentes e as forças de raios.

Portanto, ao comprovar em detalhe o humano, assentamos as bases para a


aceitação do conhecimento cósmico, solar e planetário. O que se comprova como verdade
em pequena escala, abre a porta para a compreensão do que existe em escala mais
ampla. "Homem, conhece-te a ti mesmo‖ é a chave poderosa para o conhecimento da
Divindade e da atuação da divindade.

4. Os Raios Raciais

O leitor precisa lembrar que três raios estão ocultamente inativos e quatro estão em
diferentes graus de atividade. Recapitulemos brevemente a fim de que essa idéia se fixe
com claridade em nossas mentes.

Os raios primeiro, quarto e sexto estão atualmente fora de manifestação e, embora


a influência do sexto raio começou a declinar fazem apenas trezentos anos, sua potência,
embora bastante debilitada, ainda pode ser sentida.

Os raios segundo, terceiro, quinto e sétimo são ainda muito potentes. A seguinte
afirmação pode dar uma idéia dos "valores" relativos da influência destes raios.

O terceiro Raio tem estado por mais tempo em encarnação, mas em 1875
ocultamente "terminou de sair e começou a dar volta sobre si mesmo para retornar". Por
isso já começa a minguar. Quando isto ocorre com qualquer tipo de energia, o efeito
produzido é sempre de natureza cristalizadora e tende a produzir "formas fixas que exigem
sua rápida destruição", o que causa condições mentais de natureza estática ou fixa. Disto
se infere claramente que em etapas posteriores da atividade deste raio teremos a
demonstração das atitudes dogmáticas, sectárias e teológicas que marcam, por exemplo,
a decadência e a conseqüente inutilidade das diversas escolas de pensamento que em
seu tempo personificaram as idéias dos homens e bastaram para ajudá-lo durante o
período de crescimento.

Os ciclos do segundo raio se repetem rapidamente, devido a sua excessiva


potência. Por ser um dos raios maiores de nosso sistema solar (do qual todos os outros
raios são apenas aspectos), poderia dizer-se que nunca está fora de manifestação. No
entanto tem constantemente ciclos de potência crescente e minguante, resultante da
interação dos raios que produzem o que se denomina nos antigos arquivos "a intromissão
198
de um ou outro dos sete Irmãos que bloqueiam a porta de onde emerge a força" e "o
desaparecimento desse Irmão radiante que segue seu caminho, deixando aberta atrás de
si uma porta pela qual outro irmão pode passar a cumprir Sua missão preordenada." O
simbolismo é claro. Os ciclos do segundo Raio são dinâmicos e se sucedem em forma
rítmica e regular nesta época e durante os vinte e cinco mil anos que dura um ciclo
zodiacal, em seqüências de quinhentos anos. Por isso em 1825 a potencia deste raio
começou a declinar quando alcançou o cume de seus duzentos e cinqüenta anos de
existência. A retirada gradual desse raio aumentou a separatividade no mundo trazendo
como resultado as guerras européias e a grande Guerra Mundial. Este raio seguirá
declinando durante cento e quarenta anos mais. Isso não significa que a aumentará a
violência física e prevalecerá a guerra. Devido a que a humanidade responde agora mais
às influências de raio, a Hierarquia observadora (por meio do estimulo egóico e a
sensibilidade de certas nações para a orientação interior) pode neutralizar os efeitos mais
evidentes. Isso trará uma interessante variação a respeito da grande importância destes
acontecimentos cíclicos.

O quinto raio, o último dos raios a entrar em atividade, somente está no processo
de entrar no poder. Aumenta constantemente sua potência, e o resultado de sua influência
levará a humanidade a um aumento do conhecimento. Sua energia golpeia a mente dos
homens e causa esse estímulo que reside detrás de toda abordagem científica da
verdade, em todos os setores do pensamento humano. Por ser o raio que rege o aspecto
da personalidade do quarto reino da natureza e um dos raios que determina ou condiciona
nossa raça ariana, sua atual potência é excessiva. Este ponto deve ser bem lembrado
porque explica grande parte do que ocorre no mundo do pensamento.

O sétimo raio se acha também em manifestação desde 1675. O consideraremos


mais detalhadamente quando nos ocupemos com o quinto ponto, intitulado: Os Raios em
Manifestação Cíclica.

Portanto, a interação e a beleza das energias fundidas são atualmente muito


grandes, porque há muitos raios que se manifestam simultaneamente ou estão saindo e,
portanto, se deve ter em conta ou que estão muito próximos da manifestação a fim de
continuar seu trabalho cíclico. Apenas um raio se acha hoje realmente fora de
manifestação e atua inteiramente nos bastidores – o primeiro raio. Naquilo em que
concerne à humanidade faz sentir sua presença e sua potencia predomina quando se há
alcançado a etapa do discipulado aceito. Aumenta seu poder à medida que se progride no
Caminho. Deste modo começa a reunir-se no aspecto subjetivo da vida um crescente
grupo daqueles que podem atuar debaixo da influência deste primeiro raio. Quando um
número suficiente de filhos dos homens puder agir deste modo, sua resposta conjunta
constituirá um canal através do qual o primeiro raio poderá vir à manifestação. Esta é uma
das principais atividades e objetivos da Hierarquia, e pela correta compreensão dos
resultados da resposta da humanidade às influências de Raio chegará ao reconhecimento
uma lei da natureza até agora desconhecida. Esta lei particular se relaciona com o setor
do Regente do mundo, o Manu.

Será interessante observar aqui que o sexto raio governa o Caminho da provação e
nutre no aspirante os fogos do idealismo.

199
O segundo raio governa o Caminho do discipulado, transmuta o conhecimento em
sabedoria e alimentando também a vida Crística em cada discípulo.

O primeiro raio governa o Caminho da Iniciação, produz o desapego da forma,


destrói tudo o que obstaculiza e fomenta essa vontade dinâmica que capacitará ao iniciado
dar os passos necessários que o conduzirá até o Iniciador.

Note-se que os raios são divididos em dois grupos, por exemplo:

1. Os Raios do Aspecto Raios 1, 2, 3 Os raios maiores.


2. Os Raios de Atributo Raios 4, 5, 6, 7 Os raios menores.

A diferença entre ambos os grupos está muito bem resumida em algumas frases do
Velho Comentário:

"Os sete irmãos são todos filhos do mesmo Pai, mas os três maiores
participam da natureza do Pai. Os quatro mais jovens se assemelham à Mãe.
Os três filhos mais velhos saem para o universo de estrelas e ali representam
o Pai. Os quatro mais jovens se dirigem ao universo de estrelas e demonstram
a natureza de um Pai amado."

Os ciclos dos raios de aspecto são mais prolongados do que os raios de atributos,
e seu curso é ocultamente lento e de efeito cumulativo e – à medida que transcorrem as
épocas – aumenta constantemente seu impulso. Os ciclos dos raios de atributo são breves
e produzem uma constante pulsação cardíaca e um ritmo regular no sistema solar. Os três
raios de aspecto poderiam considerar-se como a personificação da vontade e do propósito
do Logos encarnado. Os raios de atributo podem analogamente considerar-se como
personificando a qualidade e o caráter do Logos encarnado. Simbolicamente falando, os
três raios maiores são expressões (durante a manifestação) do aspecto egóico do Logos
solar, enquanto os quatro raios de atributo personificam o aspecto de Sua
personalidade. No entanto, deve lembrar-se que os sete expressam na forma o que é
Deus e a medida da divina intenção. Os estudantes devem ter isso presente à medida que
estudam os raios e suas influências cíclicas sobre a humanidade. Se recordam que a
intenção divina, o propósito universal e o Plano emergem com mais claridade quando está
em manifestação um raio maior, então estarão na expectativa e esperarão grandes
acontecimentos no desenvolvimento racial. Se um raio menor está em manifestação,
teremos um acréscimo de sensibilidade psíquica e o surgimento de uma forma de vida, a
qual expressará a natureza divina mais poderosamente que o Plano Divino.

Esta verdade pode também ser aplicada para o desenvolvimento do indivíduo, e


governará e determinará seu progresso evolutivo, quer do ponto de vista do propósito ou
da qualidade. As vidas que se entregam ao desenvolvimento de um propósito, serão de
um diferente timbre e natureza que as que se dedicam a desenvolver o caráter e a
qualidade. Este é um aspecto psicológico de real importância.

A declaração que acabo de fazer é uma das mais significativas e importantes que
tenho feito até agora neste tratado, e bem merece uma cuidadosa consideração. A
importância que tem logicamente é muito difícil de captar, mas seu significado geral pode
200
ser reconhecido e apreciado pelo estudante investigador. Os raios de aspecto
desenvolvem primordialmente o Plano. Os raios de atributo desenvolvem as qualidades da
Deidade. Isso se aplica ao Logos solar e a um ser humano, à Divindade planetária e à
humanidade como um todo.

A atuação desta verdade pode ser claramente vista na conexão que têm a raça
ariana e os dois raios que regem e controlam seu destino. O terceiro Raio de Atividade
Inteligente ou Adaptabilidade, rege todo o curso evolutivo da raça, e mediante este
procedimento podemos ver como se desenvolve o plano de Deus e a definitiva fusão entre
espírito e matéria por meio da evolução da alma do homem. O resultado desta fusão pode
ser brevemente resumido nos três enunciados seguintes:

1. O grande interesse posto sobre a alma conduz finalmente a reconhecê-la como


resultado de tal fusão e mixagem.

2. A apreciação da divindade da substância e o reconhecimento de que a matéria é a


vestidura externa de Deus, caracterizará a realização intelectual da raça ariana.

3. O plano de Deus estabelece que a humanidade deve controlar a matéria no plano


físico, o qual chega a um elevado ponto de perfeição na raça ariana. Um destacado
exemplo disso é o controle que exerce o homem sobre as forças elétricas do plano
físico.

Estes três importantes desenvolvimentos indicam a atividade gerada pelo terceiro


raio durante o período em que a raça ariana surge do fundo geral racial, se desenvolve
medida que passam as gerações e logo desaparecerá como o fazem todas as
raças. Mediante este processo as almas que aproveitaram esta experiência durante a
manifestação racial passam a outra raça superior, neste caso, a sexta raça raiz. Tais os
resultados principais. Existem outros menores que tendem a aperfeiçoar o divino propósito
em favor da raça, propósito que aspira unicamente alcançar a perfeição relativa e não a
culminação final. A perfeição racial que se logrará como resultado da atividade dos raios
terceiro e quinto, será vista como apenas parcial desde o ângulo, por exemplo, da sétima
raça raiz, embora será muito mais avançada do que o alcançado pela raça Atlante ou
quarta raça raiz, que estava sob a influência dominante dos segundo e sexto raios. A flor
de qualquer raça e aqueles que garantem a sua realização são os Mestres, Iniciados e
Discípulos, que durante determinada raça alcançam a meta imposta por suas almas. O
leitor deve recordar que a meta do adepto muda continuamente, e os adeptos da raça
ariana terão um desenvolvimento superior e de categoria mais intelectual do que aqueles
que alcançaram essa etapa durante a raça Atlante. Por isso à medida que passam os
séculos é muito difícil a raça atual cumprir com os requisitos necessários para trilhar a
senda do discipulado. Analogamente, o conhecimento aplicado pelo aspirante ao tentar
alcançar o discipulado, se desenvolve constantemente e sua preparação é cada vez mais
intensa, a fim de estar à altura da oportunidade oferecida. Daí que nos livros de Annie
Besant, O Átrio Externo e A Senda do Discipulado, indicam os requisitos para iniciar-se no
caminho da provação e não no caminho do discipulado. O Tratado sobre Magia Branca dá
as informações necessárias para aqueles que na atualidade percorrem o caminho do
discipulado. Estes três livros contêm os requisitos necessários para as duas etapas do
caminho de desenvolvimento consciente.
201
Na época lemuriana o primeiro raio estava ativo em forma singular, o que se deveu
a uma especial dispensação ou esforço por parte da Hierarquia planetária. Com a ajuda do
sétimo raio o trabalho necessário foi realizado. Na época da individualização da
humanidade, entrou em atividade um terceiro raio, o quinto, e o esforço conjunto do
primeiro, do sétimo e do quinto, efetuou a grande fusão entre os aspectos superiores e
inferiores do gênero humano. É interessante observar que atualmente na raça ariana a
influência secundária é a do quinto raio, vinculando assim as civilizações Lemuriana e
Ariana. Ambas foram e são civilizações intensamente materialistas, mas a lemuriana foi
materialista porque toda a atenção da Hierarquia estava dirigida ao desenvolvimento do
homem físico, enquanto que hoje a atenção não está dirigida ao desenvolvimento físico do
homem, mas sim ao esforço que lhe permitirá controlar as forças físicas do planeta. Deve
observar-se aqui um exemplo notável da semelhança entre as forças de raios. Na época
lemuriana, o yoga da época que produziu a necessária unificação (prévia ao recebimento
da iniciação de então) foi o Hatha Yoga, o yoga do corpo físico, que transmitiu ao iniciado
o controle físico necessário – controle que tem se aperfeiçoado tanto atualmente na raça
que é automático, e caiu abaixo do limiar da consciência. Nas grandes recapitulações
cíclicas que se fazem incessantemente, vemos hoje a tremenda ênfase que a raça ariana
dá a perfeição física, ao esporte, atletismo, dança e cultura física, que é o efeito cíclico
dessas mesmas forças de raio atuando novamente sobre a humanidade. A meta iniciática
de hoje é a unificação mental. No entanto, a reação física às forças de raio produz uma
forma mais elevada de Hatha Yoga ou coordenação motora, pontos que serão elucidados
mais adiante.

A influência secundária do quinto raio do Conhecimento Concreto ou Ciência leva


adiante a raça ariana. Como vimos, este foi um dos raios que produziu a individualização a
milhões de anos atrás, e lançou o gênero humano no caminho do retorno. Volta agora
novamente ao poder, e embora tenha tido muitos ciclos de atividade desde os dias
lemurianos, em nenhum dos ciclos dominou com tanta liberdade como no atual. Disto
provém o enorme poder dos indivíduos desta época e daí a dificuldade e também a
oportunidade. Este raio é de qualidade, e estimula a aquisição de conhecimento e o
desenvolvimento do intelecto humano, instrumento de excepcional sensibilidade que
produz o aumento da percepção de Deus.

Poderia dizer-se que na época lemuriana o efeito desse raio era estimular a
natureza instintiva, permitindo perceber a natureza forma da Deidade. Durante os dias
atlantes, pela influência do segundo raio, o instinto começou a fundir-se com o intelecto e
desenvolveu este aspecto da natureza do homem denominado nos livros teosóficos kama-
manas, palavra que significa simplesmente uma mescla de desejo, sentimento e mente
inferior – curiosa síntese que caracteriza hoje o homem comum e dá origem ao seu
complicado problema. Este desenvolvimento conferiu ao homem um outro tipo de
percepção. Chegou a ser sensoriamente consciente do universo e também sensível ao
amor de Deus, e registrou uma inata reação ao coração de Deus. Hoje, sob a influência do
quinto raio, o intelecto está despertando rapidamente; o instinto está caindo abaixo do
limiar da consciência; kama-manas já não é a característica marcante dos discípulos do
mundo. O intelecto (concreto e abstrato, inferior e superior) se desenvolve
constantemente, e a medida que o faz, a vontade, o propósito e o plano da Deidade
começam a tomar forma na mente dos homens. Os efeitos secundários deste
202
desenvolvimento são o poder de organizar e de trabalhar individualmente com um
propósito definido, demonstrado hoje pelos indivíduos em todos os campos da atividade
humana. Evidenciam a capacidade de pressentir o Plano de Deus e colaborar com
ele; vêem o amplo delineamento geral do divino propósito e compreendem mais do que
nunca o grande plano evolutivo. Os homens constroem agora para o futuro, porque
vislumbraram o passado e tem feito contato com a visão.

Mais adiante teremos outro período de transição, análogo ao período em que


desenvolveu Kama-manas, então a raça inteira evidenciará uma desenvolvida síntese do
intelecto e da intuição, preparatória para essa etapa avançada que virá ao finalizar a
próxima sexta raiz. Isso nos coloca em um período que terá lugar dentro de dez milhões
de anos, quando o intelecto, por sua vez, haja deslizado abaixo do limiar da consciência,
como o fez o instinto. Então atuará automaticamente, como o faz a natureza instintiva do
homem e a raça será intuitiva. Isto em realidade significa que se manifestará na Terra o
quinto reino da natureza, e que haverá chegado o reino de Deus (como o denomina o
cristão). Constituirá um acontecimento tão importante como o advento do quarto reino,
quando apareceu o homem na terra. A próxima grande raça será regida pelo segundo e
quarto raios, demonstrando assim uma relação entre a quarta raça raiz, a atlante, e a
sexta raça raiz. Em termos de consciência, isto pode expressar-se como a relação que
existe entre o desenvolvimento astral-emocional e o desenvolvimento intuitivo-budhico. A
última raça será regida pelo primeiro, sétimo e segundo raios.

Creio haver dado tudo o que poderão captar deste abstruso tema. A classificação
dos raios que regem as raças, poderia dizer-se que é:

Raça Lemuriana Raio 1. 7. 5.


Raça Atlante Raio 2. 6.
Raça Ariana Raio 3. 5.
Sexta Raça Raio 2. 4.
Sétima Raça Raio 1. 7. 2.

5. Os Raios em Manifestação Cíclica

Agora consideraremos as forças que prevalecem na atualidade, daí a suprema


importância em relação com o que vou expor. Em primeiro lugar poderia dizer-se que o
principal problema atual se deve a que atuam simultaneamente dois raios de grande
potência. Seus efeitos se acham agora tão bem equilibrados que se produziu uma
situação que está descrita nos antigos arquivos como "A época em que os topos das
montanhas protetoras se despencaram de seu lugar elevado, e as vozes dos homens se
perdem no estrondo e barulho da queda". Estes períodos só ocorrem em raros e largos
intervalos, e cada vez que eles vêm se inicia período um peculiarmente significativo de
divina atividade. As antigas coisas desaparecem mas, no entanto, marcos antigos são
restaurados. O sétimo raio de Ordem Cerimonial ou Ritual, está entrando em
manifestação. O sexto raio de Idealismo ou Visão Abstrata, está saindo lentamente. O
sétimo raio trará a manifestação do que foi visualizado e também do que constituiu os
ideais do ciclo precedente da atividade do sexto raio. Um raio prepara o caminho para o
outro, e a razão de que se manifeste um ou outro depende do Plano e do Propósito
divinos. Não é freqüente que dois raios sigam um ao outro em regular seqüência
203
numérica, como acontece agora. Quando isso sucede, os efeitos seguem a causa
rapidamente e isto poderia ser a base de segura esperança.

a. O CESSANTE SEXTO RAIO

A influência do sexto raio serviu para levar às mentes dos homens até um ideal, por
exemplo, o sacrifício ou serviço individual. Nesse período a missão mística foi o mais
elevado que podia lograr-se, e os numerosos guias místicos apareceram no Ocidente e
Oriente. A influência do sétimo raio produzirá com o tempo o mago, mas nesta era
praticará predominantemente a magia branca (não como sucedia nos dias atlantes, que
predominava o egoísmo ou a magia negra). O mago branco trabalha com as forças da
natureza e as devolve a humanidade avançada para que as controle. Isso bem pode ver-
se já atuando por meio dos cientistas que surgiram em finais do século passado e no
século XX. Também é verdade que grande parte de seu trabalho mágico tem sido dirigido
para canais egoístas devido à tendência desta era materialista, e muitos de suas
descobertas sábias e verdadeiras, realizadas no reino da energia, foram adaptadas aos
fins que hoje servem ao ódio e ao amor próprio do homem. Mas isso de nenhuma maneira
milita contra suas maravilhosas realizações. Quando se transmute o motivo do interesse
puramente científico em amor a revelação divina, e quando o serviço a raça seja a força
determinante, então teremos a verdadeira magia branca. Portanto, temos aqui a
necessidade de transformar o místico em ocultista e treinar o moderno aspirante sobre o
correto motivo, o controle mental e o amor fraternal, todos os quais devem e vão se
expressar através da inofensividade, que é a força mais poderosa que existe na
atualidade. Não me refiro a não-resistência, mas a essa atitude mental positiva que não
pensa mal. Aquele que não tem pensamentos ruins nem faz mal a ninguém, é um cidadão
do mundo de Deus.

Devem ter-se presentes as seguintes relações que existem entre o sexto e sétimo
raios; os estudantes deveriam compreender a relação que há entre o passado e o futuro
imediato, e ver nele o desenvolvimento do Plano de Deus e a futura salvação da raça:

a. O sexto raio fomentou a visão.

O sétimo raio materializará o que foi visualizado.

b. O sexto raio produziu o místico, como o tipo máximo de aspirante.

O sétimo raio desenvolverá o mago que trabalha no campo da magia branca.

c. O sexto raio, como parte do plano evolutivo, conduz a separatividade, ao


nacionalismo e ao sectarismo, devido à natureza seletiva da mente e sua
tendência a dividir e separar.

O sétimo raio conduzirá a fusão e síntese, porque o tipo de sua energia funde o
espírito e a matéria.

204
d. A atividade do sexto raio conduziu à formação de grupos de discípulos que
trabalham em grupo, mas não em estreita relação e sujeitos a desavenças
internas, baseadas nas reações da personalidade.

O sétimo raio treinará e produzirá grupos de iniciados que trabalharão em


uníssono com o Plano e um com o outro.

e. O sexto raio proporcionou o sentido de dualidade a uma humanidade que se


considera uma unidade física. Expoentes desta atitude são os psicólogos
acadêmicos materialistas.

O sétimo raio introduzirá o sentido de uma unidade superior; primeiro, a da


personalidade integrada das massas e, segundo, a fusão da alma e do corpo
nos aspirantes do mundo.

f. O sexto raio estabelece uma diferença desse aspecto da energia universal


elétrica conhecida como eletricidade moderna, produzida para servir aos fins
materiais do homem.

O periódico sétimo raio familiarizará o homem com esse tipo de fenômeno


elétrico que produz a coordenação de todas as formas.

g. O sexto raio produziu, devido à sua influência, o surgimento nas mentes dos
homens dos seguintes conhecimentos:
1. O conhecimento da luz e da eletricidade no plano físico.
2. O conhecimento, entre esotéricos e espíritas, da existência da luz astral.
3. O interesse pela iluminação tanto física como mental.
4. A astrofísica e as novas descobertas astronômicas.

O sétimo raio mudará as teorias dos pensadores avançados da raça e as


converterá em realidades nos futuros sistemas de educação. A educação e a
crescente compreensão a respeito da iluminação em todos os campos, serão
consideradas oportunamente como ideais similares.

h. O sexto raio ensinou o significado do sacrifício, e este ensinamento, a


crucificação, foi o emblema excepcional para os iniciados. A filantropia foi
expressão do mesmo ensinamento para a humanidade avançada. O
problemático ideal de simplesmente "ser gentil" encerra a mesma motivação,
aplicado às massas irreflexivas.

O sétimo raio trará para a consciência dos futuros iniciados o conceito do


serviço e o sacrifício grupais. Isso inaugurará a era do "serviço divino". A visão
da doação do indivíduo ao sacrifício e serviço, dentro do grupo e para o ideal do
grupo, será a meta da massa de pensadores avançados na Nova Era, enquanto
que para o resto da humanidade a fraternidade será a tônica de seu
esforço. Estas palavras têm uma conotação e significado mais amplos do que
podem saber e compreender os pensadores de hoje.

205
i. O sexto raio promoveu o crescimento do espírito individualista. Os grupos
existem, mas são grupos de indivíduos reunidos em torno de um indivíduo.

O sétimo raio fomentará o espírito grupal, o ritmo, o objetivo e as atuações


rituais do grupo serão os fenômenos fundamentais.

j. A influência do sexto raio transmitiu aos homens a capacidade de reconhecer o


Cristo histórico, e desenvolver a estrutura da fé cristã colorida pela visão de um
grande Filho de Amor, mas qualificado por uma excessiva militância e
separatividade, baseadas em um estreito idealismo.

O sétimo raio transmitirá aos homens o poder de reconhecer o Cristo cósmico e


produzir a futura religião científica da Luz, que lhe permitirá cumprir o mandato
do Cristo histórico e deixar que brilhe sua luz.

k. O sexto raio produziu as grandes religiões idealistas com sua visão e estreiteza
necessárias – estreiteza imprescindível para proteger as almas infantis.

O sétimo raio liberará da etapa infantil as almas desenvolvidas e introduzirá a


compreensão científica do propósito divino que fomentará a futura síntese
religiosa.

l. O efeito produzido pela influência do sexto raio fomentou os instintos


separatistas – religião dogmática, exatidão factual científica, escolas de
pensamento com suas barreiras doutrinárias e excludentes e o culto à pátria.

O sétimo raio preparará o caminho para o reconhecimento de premissas mais


amplas, que se materializarão como a nova religião mundial que acentuará a
unidade, excluindo a uniformidade, e preparará para essa técnica científica que
fará perceber a luz universal que todas as formas velam e ocultam, e o
internacionalismo se manifestará como fraternidade prática e como paz e boa
vontade entre os povos.

Poderia seguir enfatizando estas relações, mas esta enumeração é suficiente para
demonstrar a beleza da preparação realizada pelo sexto grande Senhor do Idealismo, e
levar a cabo o trabalho do Sétimo Senhor do Cerimonial.

b. O SÉTIMO RAIO ENTRANTE

Seria prudente elucidar em parte a idéia que subjaz no cerimonial e no


ritual. Atualmente há muita oposição ao cerimonial e um sem número de pessoas boas e
bem-intencionadas que se consideram como tendo superado e transcendido o ritual. Se
orgulham de haver alcançado o que chamam "liberação", esquecendo que só o sentido de
individualidade os faz adotar essa atitude, e que é impossível fazer qualquer trabalho
grupal sem alguma forma de ritual. Recusar-se a participar da atividade uniforme não
significa ser uma alma liberada.

206
A Grande Fraternidade Branca tem seus rituais, cujo objetivo é introduzir e ajudar a
realizar os distintos aspectos do Plano e as diversas atividades cíclicas desse Plano. Onde
se pratiquem esses rituais, quando seu significado (inerentemente presente) permanece
oculto e incompreendido, deve haver como conseqüência a expressão de um espírito de
inércia, inutilidade e desinteresse pelas fórmulas e cerimônias. Quando se explica que o
ritual e a cerimônia organizados são apenas guardiões de forças e energias, então a idéia
é verdadeiramente construtiva em seus efeitos, a cooperação com o Plano se torna
possível, então começará a demonstrar o objetivo de todo o serviço divino. Todo serviço é
regido pelo ritual.

A entrada do sétimo raio conduzirá a esta desejada culminação, e os místicos que


se treinam nas técnicas do motivo oculto e nos métodos do mago treinado, acharão que
estão colaborando inteligentemente com o Plano e participando nos rituais fundamentais
que se caracterizam pelo poder de:

a. Capturar as forças do planeta e pô-las a serviço da raça.

b. Distribuir as energias que produzem em qualquer reino da natureza efeitos


desejáveis e aspectos benéficos.

c. Atrair e redistribuir as energias que se acham em todas as formas dos diversos


reinos subumanos.

d. Curar mediante um método científico que consiste em unir a alma com o corpo.

e. Produzir a iluminação pela correta compreensão da energia da Luz.

f. Desenvolver o futuro ritual que revelará com o tempo a verdadeira significação


da água, revolucionará seus usos e permitirá ao homem passar livremente ao
plano astral, plano do desejo-emocional, sendo seu símbolo da água. A futura
era Aquariana revelará ao homem (o que facilitará também o trabalho do sétimo
raio) que esse plano é seu lar natural nesta etapa de desenvolvimento. As
massas estão hoje totalmente, mas inconscientemente, polarizadas em dito
plano. Devem tornar-se conscientes de sua atividade. O homem está em
vésperas de estar normalmente desperto no plano astral, e este novo
desenvolvimento se logrará mediante rituais científicos.

A influência do sexto raio produziu a aparição da moderna ciência da psicologia, e


ela tem sido a sua glória culminante. A influência do sétimo raio fará que essa ciência
infantil atinja a maturidade. A crença na alma se difundiu durante o período do sexto
raio. A atividade do raio entrante, além da ajuda prestada pelas energias liberadas durante
a entrante era aquariana, trará como resultado o conhecimento da alma.

A nova psicologia esotérica se desenvolverá de forma constante. Portanto, é


evidente que o Tratado sobre Magia Branca tem definitivamente uma importância de
sétimo raio, e este Tratado sobre os Sete Raios é divulgado como um esforço para
esclarecer o significado das entrantes influências espirituais. Uma das primeiras lições que
aprenderá a humanidade sob a potente influência do sétimo raio é que a alma controla seu
207
instrumento, a personalidade, mediante o ritual ou pela imposição de um ritmo regular,
porque o ritmo define realmente o ritual. Quando os aspirantes ao discipulado impõem um
ritmo em suas vidas o denominam disciplina e se sentem muito feliz por isso. Os grupos
que se reúnem para realizar qualquer ritual ou cerimonial (ritual da igreja, o trabalho
maçônico, o treinamento no exército ou na marinha, organizações comerciais, a correta
direção de uma casa, um hospital, um espetáculo, etc.) são natureza análoga, porque
obrigam os participantes a uma atividade simultânea e a um empreendimento ou ritual
idênticos. Ninguém, nesta terra, pode evadir do ritual ou cerimonial, porque também o
nascer e pôr do sol impõe um ritual, assim como o transcurso cíclico dos anos, os
poderosos movimentos dos grandes centros populacionais, o ir e vir dos trens, dos
transatlânticos e do correio, bem como as contínuas transmissões de rádio, tudo isso
impõe um ritmo à humanidade, o reconheça ou não. Os atuais grandes experimentos da
padronização e arregimentação são também uma expressão desses ritmos, pois se
manifestam através das massas de qualquer nação.

Resulta impossível evitar o processo cerimonial no viver. É reconhecido


inconscientemente, seguido cegamente, constituindo a grande disciplina da respiração
rítmica da própria vida. A Deidade trabalha com o ritual e está submetida ao cerimonial do
universo. Os sete raios entram em atividade e saem novamente sob o impulso rítmico e
ritualista da Vida divina. Assim também se constrói o templo do Senhor pelo cerimonial
dos construtores. Todos os reinos da natureza estão sujeitos à experiência ritualística e
aos cerimoniais de expressão cíclica. Isso só pode compreendê-lo o iniciado; cada
formigueiro e cada colméia está analogamente impelida por rituais instintivos e os
impulsos rítmicos. A nova ciência da psicologia poderia muito bem ser descrita como a
ciência dos rituais e ritmos do corpo, da natureza emocional e dos processos mentais, ou
por aqueles cerimoniais (inerentes, inatos ou impostos pelo Eu, as circunstâncias e o meio
ambiente) que afetam o mecanismo através do qual atua a alma.

É interessante observar como o sexto raio, que produziu nos seres humanos o
sentido de separatividade e o pronunciado individualismo, preparou o caminho para o
poder organizador do sétimo raio. É quase como se (para falar simbolicamente) os
executivos, que devem assumir a cargo a reorganização do mundo, preparando-o para a
Nova Era, tivessem sido treinados e preparados pela influência que está saindo para
desempenhar sua tarefa. Em todas as grandes nações se efetua hoje, praticamente, um
prévio processo de limpeza para a vindoura revelação, e os executivos e ditadores que
fomentam este realinhamento e reajuste são os especialistas que os gênios de cada
nação têm apresentado para resolver os peculiares problemas que as afetam. Estes são
predominantemente executivos do sétimo raio, cuja tarefa é reorganizar o mundo sobre
novas modalidades; são técnicos em eficiência material, enviados para ocupar-se dos
assuntos internos e iniciar essa atividade que eliminará os fatores que impedem a nação
envolvida de atuar como uma totalidade, ou unidade integrada e coerente. Estas
dificuldades e desordens internas se devem à falta de síntese e harmonia internas que (se
prolongadas) impedem uma nação de contribuir com algo ao mundo das nações e as
conduz a uma desordem tão intensa que só sobem ao poder personagens impróprias e se
fazem ressaltar os aspectos errôneos da verdade. Um ente nacional desarmônico e
desordenado é uma ameaça para a comunidade das nações, daí que se deve eliminar a
separatividade e efetuar os reajustes necessários para que se torne uma realidade a
Federação das Nações.
208
No entanto, a nova era está a caminho e nada pode impedir o desígnio das estrelas
e o que prevê a Hierarquia das Mentes orientadoras. Os novos executivos que sucederão
os atuais ditadores e potências assumirão o cargo do controle lá para o ano de 1955, e
serão em sua maioria aspirantes e discípulos do sétimo raio, e sua capacidade para lograr
a interação e a fusão em linhas corretas produzirá rapidamente a necessária compreensão
internacional.

A questão que surge em mente quanto ao fato de que tal profecia realmente será
cumprida, e se não se cumpra não seria em detrimento do que expus e se me consideraria
indigno de confiança? Permita-me responder a esta pergunta dizendo que o que
prognosticamos o que pode e deve ser, sabemos que o cumprimento da profecia é
inevitável, no entanto, o fator tempo talvez não possa ser estipulado, e isso será assim
porque o angustiado mecanismo humano daqueles a quem é confiada a tarefa, poderá
não reagi corretamente ou a seu devido tempo. Estes aspirantes e discípulos do sétimo
raio poderão cometer erros e desempenhar seu trabalho de tal maneira que se atrasem os
acontecimentos, mas lhe foi dado um delineamento geral da tarefa transmitida por suas
próprias almas e trabalham inspirados por essas grandes e liberadas almas que
chamamos Mestres da Sabedoria, mas de acordo com o Plano não exercem coerção nem
obrigam ou ordenam o serviço a ser prestado. Grande parte do êxito nos próximos
importantes anos depende do trabalho realizado por aqueles que estão afiliados (ainda
que seja superficialmente) ao Novo Grupo de Servidores do Mundo. Se educa-se o público
sobre os novos ideais, o impulso desta maré crescente facilitará grandemente o trabalho
destes executivos do sétimo raio e em alguns casos constituirá a linha de menor
resistência. Portanto, o fracasso se deverá aos aspirantes e discípulos mundiais e não à
imprecisão da profecia, nem as condições astrológicas mal interpretadas. Em qualquer
caso, o fim profetizado é inevitável, mas quando se cumprirá, está nas mãos da
humanidade que houver despertado; a diferença de tempo será entre cem ou trezentos
anos. O impulso que conduz à síntese é agora demasiado forte para demorar.

A Fraternidade Maçônica entrará, sob a influência do sétimo raio, a uma nova e


acentuada atividade espiritual, se aproximará de sua verdadeira função e cumprirá seu
destino previsto a longo tempo. Aqui pode observar-se algo interessante. Durante o
período de atividade do sexto raio a Fraternidade e muitos círculos agrupados adotaram
uma atitude sectária e cristalizada. E também caiu na armadilha do materialismo, e a
forma externa, durante séculos, tem tido mais importância para os maçons do que o
significado espiritual interno. Se tem enfatizado os símbolos e alegorias, e foi esquecido o
que estava destinado a transmitir e revelar aos iniciados. Ademais a Loja Maçônica teve, e
pôs grande atenção e especial ênfase sobre a função e o lugar que corresponde ao V.M. e
não sobre o significado interno do trabalho que se leva a cabo no chão do templo. A loja
não foi considerada como uma entidade ativa e de funcionamento integrado. Isto deve
mudar e mudará, e se expressarão o poder e a eficiência do cerimonial e do trabalho da
loja. Se verá que a regularidade dos rituais e na solenidade santificada do cerimonial
ordenado, reside o verdadeiro significado do trabalho e do emprego da Palavra. A futura
era de poder e trabalho grupais e da atividade sintética ritualística e organizada, afetarão
profundamente a Maçonaria, à medida que se desvaneça a importância de uma figura
central dominante, conjuntamente com a influência do sexto raio, e se compreenda o
verdadeiro trabalho espiritual e a função da loja.
209
A principal função cósmica do sétimo raio é efetuar o trabalho mágico de fundir
espírito e matéria, a fim de produzir a forma manifestada através da qual a vida revelará a
glória de Deus. Se sugere aos estudantes fazer uma pausa e reler a parte deste tratado
onde me ocupei do Senhor do Sétimo Raio, de Seus nomes e de Seu propósito; depois de
terem feito isso ficará evidente que um dos resultados da nova e intensificada influência
será o reconhecimento, pela ciência, de que se estão logrando certos efeitos e a
característica de trabalho a ser realizado. Este já se pode comprovar no que têm realizado
os cientistas em conexão com o mundo mineral. Como foi visto na primeira parte deste
livro, o reino mineral está regido pelo sétimo raio, e a potência deste raio entrante pode ser
atribuída à descoberta da radioatividade da matéria. O sétimo raio se expressa no reino
mineral pela produção de radiação, e veremos que estas radiações (muitas das quais
permanecem ainda por serem descobertas) serão percebidas cada vez mais,
compreendidos seus efeitos e captado sua potência. Um ponto permanece que ainda não
foi compreendido pela ciência é que estas radiações aparecem ciclicamente, e que sob a
influência do sétimo raio foi possível ao homem descobrir e trabalhar com o rádio. O
radium sempre existiu, mas nem sempre ativo em uma forma que pudesse ser
detectada. Pela influência do entrante sétimo raio foi possível sua aparição, e mediante
esta mesma influência se descobrirão novos raios cósmicos. Isto também tem existido
sempre em nosso universo, mas utilizam a substância da energia do raio entrante como o
caminho ao longo do qual eles podem chegar ao nosso planeta e, assim revelar-se. Se
passarão muitos milhares de anos desde que o que agora se estuda como Raios
Cósmicos (descobertos por Millikan13) fizeram impacto definitivamente em nosso planeta, e
naquela época o quinto raio não estava ativo como é agora, por isso foi impossível ter um
conhecimento científico de sua atividade.

Outros raios cósmicos farão impacto sobre nossa terra à medida que o sétimo raio
incremente sua atividade; o resultado de sua influência facilitará a aparição de novos tipos
raciais e, sobre tudo, para destruir o véu ou trama que separa o mundo visível e tangível
do mundo invisível e intangível, o mundo astral. Assim como existe um véu chamado
"trama etérica" que separa os distintos centros de força do corpo humano e protege os
centros da cabeça da atuação do mundo astral, da mesma maneira há uma trama que
separa o mundo da vida física do mundo astral. Esta será destruída segura e lentamente,
pela ação dos raios cósmicos sobre nosso planeta. A teia etérica que se situa entre os
centros da coluna vertebral e no topo da cabeça (protegendo o centro coronorário) é
destruída no mecanismo do homem pela atividade de certas forças que existem neste
misterioso fogo que denominamos kundalini. Os raios cósmicos que o cientista moderno
conhece, constituem aspectos do kundalini planetário, e seu efeito será o mesmo no corpo
do Logos planetário, a Terra, assim como sucede no corpo humano; a trama etérica entre
os planos físico e astral está em processo de destruir-se e este acontecimento o
profetizam como iminente os sensitivos e os espiritistas mundo.

Grandes e importantes coisas estão a caminho como resultado desta atividade do


sétimo raio. Mas, ainda que o reino animal reaja pouco a este tipo de influência, no
entanto, se produzirão resultados muito definidos na alma da forma animal. A porta da

13
Robert Andrews Millikan (1868—1953) foi um físico americano. Recebeu o Nobel de Física de 1923,
por trabalhos sobre cargas elétricas elementares e o efeito fotoelétrico.
210
individualização ou de entrada ao reino humano tem estado fechada desde a época
atlante, mas será aberta parcialmente pela nova influência; se deixará aberta de par em
par a fim de que alguns animais respondam ao estímulo da alma e descubram que o lugar
que lhes corresponde é do lado humano da porta divisória. Parte da reorganização que
será efetuada como resultado da atividade do sétimo raio dirá respeito à relação que
existe entre a humanidade e o reino animal, e ao estabelecimento de melhores e mais
estreitas relações. Isso conduzirá os homens a aproveitar outro efeito do sétimo raio, o
poder de refinar a matéria com a qual estão construídas as formas. O corpo animal do
homem tem recebido grande atenção científica durante os últimos cem anos, e a medicina
e a cirurgia atingiram um alto nível de realização. A estrutura do homem, seu corpo e seus
sistemas internos (com seus vários rituais) são compreendidos agora como nunca
antes; este resultado se deve à força do raio entrante com seu poder de aplicar o
conhecimento ao trabalho mágico. Quando esse conhecimento se aplique em forma
intensa ao mundo animal se descobrirão novos e interessantes dados; quando as
diferenças entre o corpo físico dos animais e dos humanos hajam sido investigadas mais
detidamente, aparecerá um novo e muito frutífero campo de estudo. Estas diferenças
pertencem em grande parte ao sistema nervoso; por exemplo, não se há posto suficiente
atenção ao fato de que o cérebro do animal está realmente na região do plexo solar,
enquanto que a do cérebro humano, o agente controlador, se acha na cabeça, e atua por
intermédio da coluna vertebral. Quando os cientistas saibam exatamente por que o animal
não utiliza o cérebro da cabeça como o faz o homem, obterão um conhecimento mais
pleno da lei que rege os ciclos.

Poderia dizer-se muito sobre isso, mas muito pouco seria ainda compreendido. Até
que a força do raio entrante e de tudo o que implica sua entrada haja produzido as
alterações adequadas no sistema nervoso, resultará impossível fazer mais
esclarecimentos. As células cerebrais até agora inativas mesmo nos pensadores mais
avançados, devem ser postas em atividade; quando isso se logre, breve será possível dar
mais ensinamentos e esclarecimentos – mas não até então. No obstante, deve transcorrer
algum tempo antes que o atual mecanismo humano se adapte para registrar o que é novo
e até agora desconhecido.

Gostaria de considerar agora os três pontos finais. Observaram que em algumas


classificações anteriores existe uma definida relação entre o primeiro reino da natureza ou
mineral, e o último reino, o reino solar, o sétimo e último que se manifestará em nosso
planeta. Existe uma misteriosa unidade de resposta entre o reino inferior na escala da
natureza e o superior, entre o que expressa a mais densa manifestação da vida divina e o
que personifica sua gloriosa culminação final. Esta resposta fomentada pela atividade do
sétimo raio, produz essas reações iniciais aos movimentos organizados e rituais que, ao
fim de nosso grande período mundial, demonstrará a resposta de nosso inteiro sistema
solar às mesmas influências fundamentais do sétimo raio. O que agora pode ver-se na
organização de um cristal, uma jóia ou um diamante, com sua beleza de forma, linha e cor,
sua radiação e perfeição geométrica, aparecerá igualmente por intermédio do universo
como um todo. O Grande Geômetra do Universo atua através do sétimo raio e põe Seu
selo sobre todas as formas de vida, especialmente no mundo mineral. Isto a Fraternidade
Maçônica soube, e tem perpetuado simbolicamente dito conceito nas grandes catedrais do
mundo que personificam a glória do mundo mineral e são o sinal do trabalho do Mestre
Construtor do universo.
211
Quando se haja consumado o grande trabalho, veremos o Templo de Deus, o
sistema solar, organizado objetiva e subjetivamente; seus átrios e lugares sagrados serão
então acessíveis aos filhos dos homens, os quais trabalharão sem limitações e terão livre
acesso a todas as partes do edifício. Mediante a magia da Palavra, que então será
recuperada, se abrirão todas as portas, e a consciência do homem responderá a toda
manifestação divina. Mais que isso não posso dizer, mas o trabalho que realizam os
Artesãos simboliza a organização ritualística do universo. O reino mineral (com o qual se
realiza o trabalho e se expressa no plano geométrico) é ao mesmo tempo o símbolo e a
empresa, o princípio e também a expressão concreta do propósito divino.

Anteriormente me referi ao trabalho do sétimo raio em conexão com os fenômenos


da eletricidade mediante os quais se coordena e vitaliza o sistema solar. Existe um
aspecto do fenômeno elétrico que produz coesão, assim como existe um aspecto que
produz luz. Isto ainda não foi reconhecido. Em A Doutrina Secreta de H.P.B. e no Tratado
sobre Fogo Cósmico se diz que a eletricidade do sistema solar é tríplice: há o fogo por
fricção, o fogo solar e o fogo elétrico – o fogo do corpo, da alma e do espírito. Os homens
da ciência começam a compreender algo do fogo por fricção e aplicamos às nossas
necessidades o fogo que aquece, que dá luz e que produz movimento. Tal é o sentido
físico das palavras. Uma das iminentes e próximas descobertas será o poder integrador da
eletricidade ao produzir coesão dentro de todas as formas e sustenta todas as formas de
vida durante o ciclo em que se manifesta na existência. Também produz a união dos
átomos e dos organismos dentro das formas, construindo assim o necessário para
expressar o princípio da vida. Os homens investigam hoje temas como eletroterapia e
estudam a teoria da natureza elétrica do ser humano. Estão se acercando rapidamente
desse futuro descobrimento, e muito se revelará nessa direção dentro dos próximos
cinqüenta anos. O princípio coordenador do qual falam os homens, se refere, em última
análise, a este conceito, e a base científica de todo trabalho de meditação reside
realmente nesta verdade fundamental. Introduzir força e oferecer um canal são modos
místicos de expressar um fenômeno natural, ainda pouco compreendido, mas que
oportunamente dará a chave do segundo aspecto da eletricidade. Está será liberada em
maior medida na Era de Aquário pela intervenção do sétimo raio. Um dos primeiros efeitos
será o aumento da compreensão da fraternidade e de sua base realmente científica.

Já me referi ao fato de que dentro de pouco tempo o homem deve atuar tão
livremente no plano astral e através desta consciência, como agora o faz no plano
físico. Hoje se põe ênfase sobre o aspecto vital do homem, se discute a natureza do
princípio vida e se acentua em todas as partes a necessidade de uma ação
"vital". Falamos sobre a necessidade de aumentar a vitalidade humana, dos animais e das
plantas; a qualidade dos fatores que produzem a vitalidade – o alimento, o sol e os raios
coloridos que se utilizam tão amplamente hoje – se infiltram lentamente nos pensamentos
dos médicos, enquanto até mesmo os anunciantes dos produtos enlatados de nossa
civilização moderna põem em destaque seu conteúdo vitamínico. Falando esotericamente,
isto se deve a que a consciência humana se transladou aos níveis etéricos. Vemos que
paralelamente ao progresso do conhecimento moderno sobre a ―alma como intelecto‖,
aumenta a compreensão de "a alma como vida", embora permaneça sendo o aparente e
insolúvel grande mistério.

212
Há dois acontecimentos de ocorrência próximo e iminente. A maior parte dos seres
humanos está hoje polarizada nos níveis inferiores do plano astral, mas são conscientes
no corpo físico. Esta diferenciação deve ser estudada. Dentro de um curto espaço de
tempo muitos serão conscientes do corpo vital e começarão a ser conscientes nos níveis
superiores do plano astral, e uns poucos o serão no plano mental. Mas um sem número de
pessoas estão preparadas para chegar a ser plenamente conscientes no corpo astral e
polarizar-se totalmente no plano mental ou centrar-se na alma. Isso demonstra a maravilha
e também a dificuldade dos tempos atuais.

Mediante o ritual científico da meditação (porque é realmente isso) esta nova


abordagem pode ser feita mais rapidamente. Mediante o culto científico do ritual do serviço
poderá desenvolver-se mais. O ritual do sistema solar é o resultado de meditação de Deus
e o ato de serviço divino levado a cabo durante todo o período de manifestação. A
subordinação da vida inferior ao ritual de serviço significa, literalmente, a sintonização do
indivíduo com o ritmo da vida, do coração e da mente do próprio Deus. À sintonização
segue automaticamente um desenvolvimento espiritual.

c. AS LEIS DE FUNCIONAMENTO DOS RAIOS

Temos certas grandes leis conectadas com os sete raios, que são eficazes para
determinar as linhas de demarcação, as clivagens que produzem dissidências e as
diferenciações da vida de Deus, manifestadas em:

1. A constituição setenária do sistema solar.

2. Os dez esquemas que indicam a realização solar.

3. A constituição interna, ou as chamadas "correntes" que caracterizam cada


existência planetária.

4. A constituição planetária de nossa Terra nos diversos reinos da natureza.

5. As distinções básicas dos reinos, estes produzem os tipos humanos, grupos,


famílias, ramos, impérios e nações.

Essas Leis de Clivagem são muito difíceis para a compreensão geral. Regem a
vida das formas, e são o resultado do trabalho unificado, ou melhor, a manifestação
simultânea das três leis que são objeto do Tratado sobre Fogo Cósmico, e são:

1. A Lei da Síntese, determinando o futuro, atestando a meta e concernente ao


aspecto vida ou espírito.

2. A Lei da Atração determina o presente, e rege a condição imediata dos tipos


planetários. Concerne ao aspecto consciência ou alma.

3. A Lei de Economia determina o passado, condiciona a consciência planetária e se


ocupa do aspecto forma ou matéria.

213
Quando essas três leis funcionam unidas, em nosso particular ciclo e raça,
produzem uma fusão de forças que impõem certo ritmo, uma definida materialização de
energias e um tipo específico de civilização que atua por meio do que denominamos
esotericamente as Leis de Clivagem. É a mente que separa e divide; é a atividade mental
(divina, sobre-humana, bem como a humana) que produz as muitas diferenciações. Este
processo de categorização atinge sua culminação neste período mundial na quinta raça, a
ariana. Estamos hoje regidos pela Lei de Clivagem – uma lei divina que tem um frutífero
objetivo. Isso não deve ser esquecido.

A atividade dos três aspectos divinos em relação à família humana, na primeira


raça nebulosa (sobre a qual a ciência nada sabe), produziu o que chamamos de Lei de
Imersão. Causou a crescente diversificação da matéria, e revestiu a vida que finalmente
trouxe a primeira manifestação dos filhos de Deus que encarnaram. Não é uma
encarnação física como entendemos esse termo.

Na raça seguinte, da qual o homem também conhece pouco, a fusão das três
energias divinas produziu a segunda lei. Deve recordar-se que a lei é apenas o efeito da
contínua atividade inteligente do aspecto Vida, à medida que atua em conjunção com a
matéria. A esta segunda lei a denominamos (que nos ocupamos da lei e da energia) Lei de
Capitulação, porque o impulso estabelecido pelo desejo de encarnar dos filhos de Deus
provou ser demasiado forte para as forças opositoras da matéria. Nada podia evitar que a
vinda à existência tangível os espíritos encarnantes. A matéria capitulou ao espírito, e o
divino desejo e a divina vontade puseram sua assinatura sobre as formas que rapidamente
se congregavam. Deve ter-se em conta que essas leis são chamadas por nomes que
indicam sua relação com a humanidade. Quando estão ativas em outros reinos da
natureza sua influência é diferente e se lhe aplicam outras nomenclaturas.

Na seguinte raça, a lemuriana, a tríplice atividade dos atributos essenciais divinos


se manifestou como a Lei de Materialização ou, como às vezes é chamado, a Lei da
Radiação Oculta. Esta lei concerne à Luz que está no homem e à proteção dessa luz, no
tempo e no espaço, a fim de produzir sua intensificação e sua conseqüente e subseqüente
radiação para que, por meio da humanidade, a luz possa chegar a todas as formas de
expressão divina. Pela realização do homem e a conquista das trevas pela luz, a luz da
consciência em todas as formas deve ser levada a condição de uma "brilhante glória que
irradiará do planeta, e a luz brilhará no mundo dos planetas como testemunho da glória ...‖

A quarta lei que controla o destino humano é conhecida pelo curioso nome da Lei
das Marés. Concerne a vida de desejo, da percepção sensória e do sentimento, e está
também intimamente relacionada com o desenvolvimento da consciência. É um aspecto
da Lei dos Ciclos que controla a evolução solar, lei humana básica, protetora e
desenvolvedora. Controla a vida cíclica e as ―marés de todas as almas que são
conduzidas à encarnação pelo grande rio da vida – sobre a onda do desejo – e é uma das
leis com as quais o aspirante deve trabalhar no início do seu treinamento. Enquanto não
possa atuar como alma, independente das turbulências cíclicas da vida terrestre e livre do
controle das marés de sua existência emocional, não poderá obter a iniciação. A
incapacidade de alcançar isto produziu na Terra os grandes dilúvios atlantes que puseram
fim a esta antiga civilização.

214
Chegamos agora à consideração da Lei de Clivagem, porque nossa raça é
controlada pelo grande heresia da separatividade. Mediante as separações (falando
simbolicamente), os fogos da destruição podem irromper e terminar com nossa civilização,
assim como terminou a civilização Atlante, a não ser que os conscientes filhos de Deus
possam construir essas pontes e desenvolver essa compreensão que neutralize essa lei,
pondo em atividade a lei que irá reger a futura raça. O trabalho que devem tratar de
realizar os discípulos do mundo é análogo ao que eles como indivíduos devem fazer para
alcançar seu próprio desenvolvimento particular: a construção do antakarana, que servirá
de ponte entre a consciência humana e a espiritual e fará que a raça seja tão intuitiva
como atualmente é intelectual.

A lei para a raça futura é muito difícil de expressar em forma compreensível. Não
encontro melhores termos para expressar adequadamente seu efeito funcional, que as
palavras a Lei da Compreensão Amorosa. É uma frase muito inadequada e sentimental
para expressar cientificamente um futuro de grande desenvolvimento evolutivo na
consciência humana, mas enquanto não se realize esse desenvolvimento não teremos
termos para expressar o verdadeiro significado da idéia subjacente. O dito acima deve ser
suficiente.

Vamos agora enumerar essas leis correlativamente a fim de obter uma melhor idéia
de sua relação e inter-relação:

1. Lei da Imersão primeira raça.


2. Lei de Capitulação segunda raça.
3. Lei de Materialização raça Lemuriana.
Lei da Radiação Oculta.
4. Lei das Marés raça Atlante.
5. Lei de Clivagem raça Ariana.
6. Lei de Compreensão Amorosa próxima raça.

Pela correta compreensão dessas leis, podemos adquirir um vislumbre da atual


situação mundial no que respeita às nações e captar mais inteligentemente as influências
de raio que, em conjunção com estas leis, têm causado as típicas e diversas unidades
nacionais.

6. As Nações e os Raios

Em conexão com o estudo dos raios que regem e influenciam as principais nações
do mundo, o estudante deve ter em mente que na atualidade todas se regem
principalmente pela Lei de Clivagem, mas há grupos avançados em cada nação que
começam a responder a Lei de Compreensão – lei que acabará por enfatizar a eterna
irmandade do homem e a identificação de todas as almas com a Super Alma, na
consciência racial, assim como também a unicidade da vida que flui através, penetra,
anima e integra o inteiro sistema solar. Portanto, esta Vida funciona em e através de todos
os esquemas planetários, com seus reinos de formas e com tudo o que pode incluir-se
(em nosso sistema solar) na frase "vida na forma", frase que contém três grandes e
fundamentais conceitos e idéias da vida, da matéria e da evolução.

215
Durante a era aquariana se facilitará e acelerará o funcionamento da Lei da
Compreensão Amorosa, lei que mais tarde trará o desenvolvimento do espírito
internacional, no reconhecimento de uma fé mundial em um só Deus e na convicção de
que a humanidade é a máxima expressão da divindade neste período mundial,
transferindo a consciência humana do mundo das coisas materiais a esse mundo
puramente psíquico, que conduzirá, com o tempo, ao mundo espiritual. Deve recordar-se
que (para a humanidade avançada) o reconhecimento da seqüência dessas expansões de
consciência é o seguinte:

1. O mundo da vida psíquica. Requer como um primeiro passo que a consciência


cerebral do aspirante reconheça a necessidade de controle mental e espiritual.

2. O mundo do desenvolvimento e controle mentais.

3. O mundo da alma ou ego.

Quando esses três reconhecimentos se estabilizam no aspirante, em seguida, vem


o reconhecimento pelo discípulo de ...

4. O controle pela alma, da vida no plano físico.

5. A faculdade interpretativa da mente iluminada.

6. O funcionamento e a utilização dos poderes psíquicos, e o lugar que lhes


corresponde e a parte que desempenham no campo do serviço inteligente.

7. Uma vida inspirada e criadora no plano físico.

Mas no desenvolvimento da consciência racial, o processo não segue as mencionadas


etapas e seqüência acima. Isto se deve ao estímulo e à conseqüente estimulação do
aspecto forma pelo aumento da radiação e a potência do dinâmico Novo Grupo de
Servidores do Mundo, de cujas fileiras fazem parte aqueles que passaram ou estão
passando por fases de aspirante e do discípulo, aprendendo assim a servir. O
desdobramento psíquico das massas é igual ao desenvolvimento espiritual da humanidade
avançada. Isto pode observar-se hoje em grande escala em todas as partes e é
responsável pelo enorme aumento dos movimentos espiritualistas e o grande aumento dos
poderes psíquicos inferiores. A Antiga Magia Atlante e o psiquismo inferior estão
novamente entre nós no grande girar da roda da vida, mas se obterão bons resultados se
os discípulos mundiais e das pessoas espiritualmente orientadas que estiverem a altura
desta oportunidade.

Hoje existem muitas centenas de pessoas (e muitos milhares na América) sendo


influenciadas pela Lei da Compreensão Amorosa. Em todas as nações a maioria responde
a ampla tônica fraternal sintética, porém a massa ainda não compreende nada disso e,
gradualmente, seus compatriotas devem levá-las pelo bom caminho mediante o constante
desenvolvimento da correta compreensão.Tenham isso em mente, todos os que trabalham
pela paz mundial, pelas corretas relações, pela harmonia e síntese.

216
a. AS PRINCIPAIS NAÇÕES E SEUS RAIOS

Todas as grandes nações estão controladas por dois raios, assim como o está
um ser humano. Das pequenas nações não nos ocuparemos. Todas as nações estão
controladas pelo raio da personalidade (se assim podemos chamá-lo), que na
atualidade é o fator dominante, potente e principal fator controlador, e pelo raio da
alma, pressentido apenas pelos discípulos e aspirantes de qualquer nação. Este raio
da alma deve ser evocado pelo Novo Grupo de Servidores do Mundo para que entre
em um aumento da atividade funcionante, porque constitui um de seus principais
objetivos e tarefas. Isso nunca deve ser perdido de vista. Muito poderia escrever-se
sobre a influência histórica exercida pelos raios durante os últimos dois mil anos e a
forma que os grandes acontecimentos foram influenciados ou provocados, pela
periódica influência de raio. Mas não tenho tempo nem desejo falar deles. Por
interessante que seja este tema e ainda que indique os atuais problemas e as
tendências nacionais, tudo o que posso fazer agora é apontar os raios que regem cada
nação, e deixar que se estude e se observe seu efeito com tranqüilidade e se
compreenda sua relação com a atual condição mundial. Gostaria de fazê-los notar que
os raios que regem uma nação em particular, e estão hoje em manifestação, são muito
poderosos, seja em forma material ou egóica, embora alguns dos problemas se devem
a que certos raios, que regem determinadas nações, estão atualmente fora de
manifestação.

Nação Raio da Personalidade Raio Egóico Lema

Índia 4º. Raio da Arte 1º Raio de Governo ―Oculto a Luz"

China 3. Raio da Intelig. 1º Raio de Governo "Indico o Caminho‖

Alemanha 1º Raio de Poder 4º Raio da Arte "Preservo"

França 3. Raio da Intelig. 5º Raio do Conhecimento "Libero Light"

Grã-Bretanha 1º Raio de Poder 2º Raio de Amor "Sirvo‖


ou Governo

Itália 4º Raio da Arte 6º.Raio do Idealismo "Abro os Caminhos‖

EUA 6º Raio de Idealismo 2º Raio de Amor "Ilumino o Caminho‖

Rússia 6. Raio de Idealismo 7º Raio de Magia "Vinculo dois


e Ordem Caminhos‖

Áustria 5º Raio do 4º Raio da Arte "Sigo no Caminho


Conhecimento Iluminado‖

Espanha 7º Raio da Ordem 6º Raio de Idealismo "Disperso as Nuvens‖

Brasil 2º Raio de Amor 4º Raio da Arte "Oculto a Semente ".

217
Uma conscienciosa análise do anterior indicará certas linhas de entendimento
racial. Existe uma correlação natural entre raios atuais e modernos da personalidade da
Alemanha e Grã-Bretanha, e também uma relação entre França e Grã-Bretanha, através
de seus lemas nacionais esotéricos e os dois símbolos que lhes correspondem
esotericamente. O símbolo da França é a flor de lis, adotado há séculos sob orientação
divina, e representa os três aspectos divinos da manifestação. A ênfase no terceiro
aspecto produz a manifestação inteligente. O símbolo da Grã-Bretanha, também por
desígnio divino, são as três penas que levam como escudo as armas do Príncipe de
Gales. O bem humorado e brilhante intelecto francês, com sua inclinação científica, se
deve à interação que existe entre o terceiro raio de Inteligência Ativa e o quinto raio de
Compreensão Científica. Daí a sua assombrosa contribuição ao conhecimento e ao
pensamento no mundo, e sua brilhante e colorida história. Recordemos também que a
glória do império que foi a França garante a glória da divina revelação que reside no
futuro, porém lhe corresponderá só quando deixe de viver no seu maravilhoso passado e
vá em frente, ao futuro, para demonstrar a realidade da iluminação, meta de todo esforço
mental. Quando o intelecto dos franceses se dirija para a descoberta e elucidação das
coisas do espírito, então trarão ao mundo a revelação. Quando seu raio egóico domine o
terceiro raio e a ação separatista do quinto raio seja transmutada na função reveladora
deste raio, então a França entrará num novo período de glória. Seu império será o da
mente e sua glória da alma.

Evidencia-se que a característica marcante da Grã-Bretanha é a faculdade de


governar. A Inglaterra é um exemplo da arte de controlar e sua função, como o
compreenderão, foi a primeira tentativa em criar um agrupamento de nações federadas e
demonstrar a possibilidade de tal agrupamento. Os Estados Unidos da América fizeram
algo similar, fundindo os cidadãos de muitas nações em um estado federal composto por
províncias subsidiárias em lugar de nações subsidiárias. Estas duas potências atuam
dessa maneira e com esse amplo objetivo a fim de dar ao planeta, com o tempo, um
sistema de agrupamentos dentro de uma fronteira nacional ou de um império, e ainda uma
fronteira internacional que simbolizará a técnica de governo da nova era. O segundo Raio
de Amor ou Atração, rege em forma egóica o Império Britânico; existe uma relação entre
este e o fato de que o signo de Gêmeos rege os Estados Unidos e a Londres. A mercurial
mente fluida e intuitiva está intimamente aliada com o aspecto divino do amor e da
compreensão, e produz atração e interpretação.

É interessante observar que o quarto raio da Harmonia ou Arte, que em breve


entrará novamente no poder em seus aspectos maiores, será proeminente nos destinos da
Índia, Alemanha, Itália, Áustria e Brasil. Daí que existem tantas dificuldades preliminares
nos três países europeus. O sexto raio é potente na Rússia, Estados Unidos, Itália e
Espanha. A adesão fanática a um ideal também é responsável pelas poderosas mudanças
efetuadas nesses quatro países; na Alemanha e Itália, como vimos, pode observar-se o
poder harmonizador do quarto Raio. Por isso temos nesses países um processo de
destruição e colapso das velhas formas, prévio da resposta à influência do raio
entrante. Deve recordar-se que o que sucede com os indivíduos também acontece as
nações – a reação à crescente influência do raio egóico é sempre acompanhada de um
período de destruição, mas este período é apenas temporário e preliminar.

218
A Índia oculta a luz, e quando essa luz seja lançada sobre o mundo e revelada à
humanidade, trará harmonia no aspecto forma, pois as coisas se verão tal como são e
estarão livres de toda miragem e ilusão; esta luz harmonizadora é muito necessária na
própria Índia, e quando se haja manifestado se obterá a atuação correta do primeiro raio
de Poder ou Governo. A vontade do povo será vista na luz. A este respeito, a Grã-
Bretanha entra em atividade renovada, porque seu raio da personalidade e o raio egóico
da Índia são os mesmos. Muitos britânicos estão subjetivamente vinculados com a Índia,
durante encarnações e associações passadas. A luta entre a Grã-Bretanha e a Índia é em
grande parte um assunto de família, no sentido mais amplo do termo; isso se deve ao
rancor – predominantemente rancor do irmão mais velho que vê o mais jovem usurpar
suas prerrogativas. Muitos administradores britânicos regressam à sua terra natal (a Índia),
e ainda que não compreendam, continuam o que iniciaram em outras vidas e em outros
corpos. Existe, como devem saber, um estreito vínculo entre o segundo e o quarto raio, e
isso surge também da relação entre Inglaterra e a Índia, porque há um destino que devem
cumprir conjuntamente.

A tendência estática e estabilizadora da Alemanha, demonstrada, por exemplo, em


seu inútil esforço para preservar a pureza de uma raça, hoje impossível, se deve à sua
personalidade de primeiro raio, enquanto que a força de seu quarto raio egóico é
responsável pelo esforço para arregimentar e harmonizar todos os elementos dentro de
suas fronteiras, excluindo, porém, a raça hebraica. Mais adiante me ocuparei do problema
dos judeus. Alemanha não pode evitar agir como o faz, pois ainda que o primeiro raio não
esteja em manifestação, como entendemos o termo, a maioria dos egos que estão
atualmente no poder na Alemanha pertencem ao primeiro sub-raio dos diferentes sete
raios, e, portanto, eles são a partir de um ângulo dominante os transmissores de força
primeiro raio. Eis aqui uma insinuação. Por esta razão a Grã-Bretanha pode fazer contato
com a raça alemã e manejar sua psicologia com maior compreensão que Rússia, Itália ou
França. Eles compartilham qualidades similares, e um dos serviços que pode prestar
atualmente a Inglaterra é ajudar a estabelecer a paz mundial e viver de acordo com seu
lema "Servir", atuando como mediadora.

Uma cuidadosa análise do idealismo da Rússia e dos Estados Unidos não revelará
semelhança alguma na meta de seus idealismos, porque o russo é impulsionado por sua
alma de sétimo raio a impor um cerimonial forçado de ritmos ordenados que conduz a uma
ordem idealizada e a uma comunidade de interesses. Devido a isto e ao trabalho mágico
aplicado, estão presentes e ativas na Rússia algumas forças que devem ser manejadas
muito cuidadosamente pela Irmandade da Luz; não são exatamente brancas como se as
denomina, mas concernem a magia da forma, enquanto que a magia branca pura
concerne unicamente à alma ou aspecto subjetivo. As assim chamadas forças negras não
prevalecem na Rússia, nem tampouco em outras partes do mundo, mas a reação e atitude
russa ante a autoridade e ordem imposta, contem em si maior influência mágica de sétimo
raio que em outros países, tal como Alemanha, a qual também impõe ordem e normas de
vida padronizadas.

Você vai notar que entre as principais nações só o Brasil, Grã-Bretanha e os


Estados Unidos se acham definitivamente sob a influência do segundo raio. Um fato
interessante emerge à medida que consideramos este grupo. Grã-Bretanha guarda o
aspecto sabedoria da força do segundo raio da raça ariana. Os Estados Unidos cumprem
219
o mesmo cargo para a sexta ou vindoura sub-raça, raça germe para a futura sexta grande
raça, enquanto que o Brasil funcionará como o principal divisor da sexta raça. Estas três
raças personificam o aspecto coesivo atraente do segundo raio e o demonstrarão
mediante um sábio e inteligente governo baseado em idealismo e amor. Portanto, os
Estados Unidos representarão uma fusão de raças, dominando o elemento anglo-
saxão. Mais tarde o Brasil representará o melhor que as raças latinas poderão
oportunamente fornecer. Esta fusão será considerada desde o ângulo dos tipos de raios e
dos princípios básicos em desenvolvimento, e não desde a cultura e a civilização.

Portanto, Grã-Bretanha representa o aspecto mente, que se expressa como


governo inteligente, que se baseará em uma justa compreensão amorosa. Digo que este
é o ideal que tem diante de si, não o que já realizou. Estados Unidos representa a
faculdade intuitiva, expressando-se como iluminação e poder de fundir e mesclar. Brasil
(ou como possa vir a ser chamado, pois dito acontecimento terá lugar dentro de milhares
de anos) representará uma civilização vinculadora e interpretativa, baseada no
desenvolvimento da consciência abstrata, mescla de intelecto e intuição, que revela o
aspecto sabedoria do amor em toda sua beleza. Mas o período de desenvolvimento desta
grande civilização se acha ainda muito distante para fazer conjecturas antecipadas.

É muito perigoso nestes dias de luta e dificuldades, expressar de forma mais


definida sobre as futuras linhas de desenvolvimento. O destino e a atuação futura das
nações estão ocultos na atual atividade. A maioria dos que lêem este tratado são
demasiado nacionalistas em seus pontos de vista e se preocupam demasiado com o
significado e a suprema importância de sua própria nação, portanto, só posso generalizar
e indicar as principais linhas de progresso. O papel do profeta é demasiado perigoso,
porque o destino reside em mãos do povo, e ninguém sabe exatamente que caminho
tomarão para chegar ao seu objetivo. A inevitabilidade desta meta é segura, como o é sua
última realização; os incidentes do caminho não podem revelar-se, pois estão ocultos no
carma racial. Não é chegado o momento para que a maioria dos povos de qualquer raça
possa vislumbrar o quadro em sua totalidade e se lhes permita conhecer a parte que sua
nação deve desempenhar na história das nações. Cada nação, sem exceção (e esta é
uma verdade bem conhecida, cuja repetição raramente dá frutos) têm suas virtudes e
vícios peculiares. Estas dependem:

a. Da etapa de evolução.
b. Da medida de controle exercida pelo raio da personalidade.
c. Do controle emergente que exerce o raio egóico.
d. Da polarização da nação.

É útil ter em mente, ao considerar as nações, que algumas são negativas e


femininas e outras masculinas e positivas. A Índia, França, Estados Unidos de América,
Rússia e Brasil são femininos, e constituem o aspecto mãe sustentador. São femininas
em sua psicologia – intuitivas, místicas, sensitivas, sedutoras, bonitas e lhes agrada o
exibicionismo e a cor, e têm todos os defeitos do aspecto feminino, tais como acentuar
demasiado o aspecto material da vida, a pompa, as possessões e o dinheiro, como
símbolo que representa o aspecto forma. Atuam como mãe e nutrem a civilização e as
idéias.

220
A China, Alemanha, Grã-Bretanha e Itália são masculinas e positivas; mentais,
políticas, governadoras, normatizadas, grupo-consciente, ocultas, agressivas, cheias de
grandeza, interessadas na lei e em dar importância à raça e ao império. Porém são mais
inclusivas e pensam em termos mais amplos do que o aspecto feminino da manifestação
divina. Será útil ao leitor consultar a classificação dada antes (ver página 217) ao
considerar as expressões superiores e inferiores dos raios e observar como atuam em
relação aos raios da personalidade e da alma das diferentes nações. Tomemos como
exemplo a manifestação do raio egóico da nação alemã. Sua expressão inferior é a
construção arquitetônica, e pode ver-se como faz sentir hoje sua presença no estilo novo e
moderno dos seus edifícios. Sua expressão superior não é ainda observada, mas a
Alemanha dará algum dia ao mundo uma forma sólida de governo hierárquico. É
interessante observar que já se evidencia a expressão superior do raio egóico da França,
o quinto. O interesse científico demonstrado no psiquismo e na psicologia é uma reação a
esse raio de influência, e ainda que apenas se percebe, contém a garantia para o futuro. A
influência do sexto raio que rege a personalidade ou o aspecto forma dos Estados Unidos
da América, se evidencia amplamente em suas diversificadas religiões e na aptidão
nacional para a organização idealista; também faz sentir sua presença o segundo raio da
alma, daí o conseqüente interesse nos fenômenos e na veracidade da realidade da
iniciação.

A análise das características de raio dada anteriormente pode também aplicar-se


as nações e países de todo o mundo. Portanto, se observará que a maior parte dos
setenatos da natureza, que tem suas raízes no setenário primário dos raios, pode
manejar-se com surpreendentes e interessantes resultados na Lei de Analogia ou
Correspondência.

As relações intuitivas e as principais separações intelectuais se devem as


influências do raio regente. Espanha, Áustria e França, devido a que estão regidas pelo
sétimo, quinto e terceiro raios, têm uma estreita inter-relação, desenvolvida de uma forma
muito interessante na Idade Média, quando os destinos dessas três nações pareciam estar
intimamente entrelaçados. O país recentemente formado dos Estados Unidos, está
igualmente associado, em forma esotérico e íntima, em seu aspecto forma, com Brasil,
Rússia e Itália, daí o início da emigração italiana e russa para a América e também a
atração que exercem os países sul-americanos na consciência norte-americana e a
valorização do ideal Pan-americano.

Essas relações são todas do lado da forma e emergem do raio da personalidade. A


maioria destas relações se observa se os países e seus raios são submetidos a um estudo
cuidadoso. O raio de atração ou inclusão (2º Raio), o raio de fenômeno elétrico (3º Raio) e
o do intelecto (5º Raio), estão potencialmente muito ativos na atualidade porque estão
todos em encarnação, e o entrante sétimo raio em forma lenta mas segura – apesar das
aparências – impõe ordem e controle hierárquico sobre o planeta. Deve lembrar-se que
todo processo natural em seu ritmo é devidamente lento, do caso contrário seus efeitos
seriam demasiado destrutivos. O efeito dessas influências se experimenta na seguinte
ordem correlacionado a:

1. A detecção um ideal.

221
2. A formulação de uma teoria.

3. O crescimento da opinião pública.

4. A imposição de um "padrão" crescente sobre a vida em evolução.

5. A produção de uma forma baseada nesse padrão.

6. O funcionamento estabilizado da vida dentro da forma.

Deve lembrar-se que cada raio personifica uma idéia que pode ser sentida como
um ideal. Os raios criam com o tempo os padrões que moldam as formas planetárias
mundiais, produzindo assim a potência interna do processo evolutivo. A moderna
psicologia começa a reconhecer já a tendência a formar padrões em conexão com o ser
humano individual, e delineia e classifica seus padrões emocionais e mentais. Tal como
acontece com o microcosmo, assim com o macrocosmo. Cada raio produz três padrões
principais que se impõem ao aspecto matéria seja de um homem, de uma nação ou de um
planeta. Estes três padrões são:

1. O padrão emocional. Personifica a aspiração do homem, da nação ou da vida


planetária, e é a soma total da tendência do desejo.

2. O padrão mental. Surge posteriormente com o tempo e rege os processos mentais


do homem, da nação e do planeta. Oportunamente chega a ser o fator controlador
da personalidade ou vida da forma. Os padrões emocional e mental constituem os
aspectos negativos e positivos do raio da personalidade.

3. O padrão da alma. É o objetivo predisponente, o círculo-não-se-passa ou destino


que o princípio imortal, o anjo solar, logra eventualmente impor, e mais tarde com o
tempo, na vida da forma. Este padrão da alma finalmente substitui e anula os dois
processos anteriores que produzem ditos padrões.

Já expus aqui frutíferas linhas de estudo através das quais o leitor pode obter uma
compreensão inteligente do que acontece atualmente na vida das nações do mundo.

Se, por exemplo, o raio dos anjos solares é o quinto, o raio da mente, que é o raio
egóico da França, pode fazer se sentir sua potência através da tensão e esforço da atual
condição mundial, então poderia conceder-se a França a glória culminante de provar ao
mundo a realidade da existência da alma e demonstrar a técnica de controle egóico. O
padrão de alma poderá ser traduzido pelo gênio do intelecto francês em termos que a
humanidade possa compreender e conhecer a verdadeira psicologia da alma. Ademais, o
gênio alemão se manifestou com freqüência no passado através do quarto raio da sua
alma, e por meio desse padrão tem dado ao mundo grande parte de sua excelente música
e filosofia. Quando novamente isto se manifeste e o padrão da alma se plasme mais
solidamente na consciência alemã, começaremos a compreender a significação do super-
homem, visão deste ideal que Alemanha captou, ainda que, todavia, o interprete
erroneamente, mas poderá proporcionar o padrão do super-homem, que é seu destino
final.

222
Se o ideal que possui Inglaterra sobre a justiça (o padrão do raio de sua
personalidade) puder ser transformado e transmutado por seu raio egóico, de amor, no
serviço mundial inteligente e justiceiro, poderá dar ao mundo o padrão do verdadeiro
governo, que é o gênio ou a latente qualidade da alma britânica. Se o idealismo dos
Estados Unidos da América, que expressa hoje sua personalidade e o evidencia em sua
ruidosa e proclamada idéia de o maior e o melhor, puder ser iluminado pela lei do amor,
então o padrão que subjaz a estrutura dos Estados Unidos poderia ver-se como linhas de
luz, e teremos o padrão da futura luz racial em contraposição às muitas tendências
nacionais separatistas. Desta maneira o leitor inteligente poderia observar e desvendar os
padrões fundamentais que correspondem a cada nação e também o padrão emocional
dos Estados Unidos, que na atualidade se expressa como sentimento e desejo pessoal, e
poderia traduzir-se em termos de verdadeira benevolência. O padrão mental dos Estados
Unidos se evidencia na informação massiva fornecida pelas escolas, pelo rádio e
imprensa. Mais adiante isso poderia transmutar-se em percepção intuitiva. O padrão da
alma dos Estados Unidos se expressa hoje pelas aquisições da nação e seu amor às
possessões, que se obtém pelo mau uso da lei do amor, lei que eventualmente mudará o
amor material pelo amor ao real, e a aquisição de coisas da forma pelas coisas do espírito.

b. O PROBLEMA JUDAICO

Em relação com as nações e os raios gostaria agora de expor certas condições


fundamentais que parcialmente explicam o (assim denominado) problema judaico –
problema que tem existido durante séculos e que atualmente preocupa profundamente a
uma infinidade de pessoas, incluindo os membros da Hierarquia planetária. Se este
problema puder ser resolvido, constituirá um dos fatores mais poderosos para restabelecer
a compreensão e harmonia mundiais, porém não pode ser resolvido sem a colaboração de
pessoas de boa vontade de todo o mundo. Muito pouco posso dizer a respeito desta
questão que seja passível de ser controlado e provado, porque a chave do problema
reside na própria noite dos tempos, ou seja, quando o sol estava na constelação de
Gêmeos. Naquela época se erigiram dois pilares que, como todos os maçons sabem, são
os dois grandes marcos da maçonaria. A isto se deve o matiz judaico de todo trabalho
maçônico, ainda que não seja judaico no sentido que transmite hoje dita palavra. Portanto,
se os fatos são tão antigos, quem pode crer que o que eu digo é exato ou que minhas
conclusões são corretas ou errôneas? Só apresento os fatos tais como os conheço,
porque tenho acesso aos arquivos mais antigos que qualquer um conhecido pelo homem.

O raio da personalidade, o raio da forma material do povo judeu, é o terceiro. Seu


raio de alma é o primeiro raio. O signo astrológico a que pertence é Capricórnio, com
Virgem no ascendente. O planeta Mercúrio e o signo de Virgem desempenham um papel
proeminente em seu destino. Tais indicações são suficientes para proporcionar ao
estudante avançado e ao astrólogo os pontos marcantes que lançam luz sobre sua
estranha história. A tendência do judeu para manipular forças e energias e a utilizar
"cunhas" para levar a cabo seus fins desejados, se deve à influência do terceiro
raio. Como raça são legisladores naturais, daí provém sua tendência a dominar e
governar, pois seu raio egóico é o primeiro. Daí a constante aparição da cabra em sua
história, e o ensinamento sobre a mãe virgem que deve dar à luz o Messias.

223
Em todo grupo – no céu como na terra – alguns entes do grupo tendem a rebelar-
se e a demonstrar uma iniciativa distinta das outras unidades do grupo. Quando nosso
universo solar veio à existência, na linguagem alegórica das antigas escrituras, se diz que
"houve guerra nos Céus", "o sol e seus sete irmãos" não atuaram com verdadeira
unanimidade, por isso (e aqui há uma insinuação) nossa Terra não é um dos sete planetas
sagrados. Como sabemos existe a antiga lenda de uma das Plêiades que se perdeu e
muitas histórias semelhantes. Tampouco na Câmara do Conselho do Altíssimo tudo foi
paz e compreensão, e sim às vezes houve guerra e discrepância; Isso está muito bem
esclarecido nas diversas histórias narradas no Antigo Testamento. Simbolicamente
falando, alguns dos filhos de Deus caíram de seu elevado estado, conduzidos em uma
época por "Lúcifer, filho da manhã". Esta "queda dos anjos" foi um extraordinário
acontecimento na história do nosso planeta, ainda que apenas um fenômeno passageiro e
interessante na história do sistema solar, e um incidente sem importância nos assuntos
das sete constelações, das quais nosso sistema solar é apenas um. Detenham-se por um
momento, reflitam sobre esta afirmação e reajustem seu senso de valores. O valor dos
acontecimentos varia em importância de acordo com o ângulo de visão, e o que (desde o
ângulo do desenvolvimento da consciência em nossa Terra) pode ser um fator de muita
importância e de valor determinante, desde o ângulo universal ser de somenos
importância. Se para um indivíduo seus assuntos são de capital importância, para a
humanidade não o são. Tudo depende de quem fica no Centro do palco no drama da vida,
e ao redor de que fator central giram os acontecimentos triviais ou importantes
ciclicamente.

Dentro do raio de poder e da vida que é a expressão do quarto reino da natureza, o


humano, existia uma analogia dessa independência e separação que caracterizou os
grupos principais. Nos últimos tempos lemurianos, um grupo de homens altamente
desenvolvidos, desde o ponto de vista daquela época, que se contavam entre os que
então eram discípulos mundiais, discordaram da Hierarquia planetária e romperam com a
"lei dos iniciados". Foi uma época em que o ensinamento enfatizou a parte material da vida
e o enfoque da atenção se centrava sobre a natureza física e seu controle. O Antigo
Comentário define o sucedido com as seguintes palavras, e na medida que se leia a
mesurada cadência dessa antiga escritura, seria de valor compreender que as frases se
referem a esse grupo de discípulos que foram os primitivos fundadores da atual raça
judaica:

"A lei se proclamou no grupo interno que guiava os destinos dos


homens: Desapeguem Retirem de dentro de si o poder de manter, adquirir
e receber. Os filhos de Deus que se treinaram para deixar o mundo dos
homens e entrar na luz, sempre viajam livremente. Não se apeguem ao
que possuem. Liberem-se e penetrem através dos portais da paz.

"Alguns filhos de Deus, carregados com os tesouros da terra,


esperavam fora dos pórticos, preparados para entrar quando foi
pronunciada a palavra que abriria de par em par as portas. Trouxeram
suas dádivas como oferendas ao Senhor da vida, O Qual delas não
necessitava. Queriam atravessar esses portais, não com fins egoístas,
mas sim para apresentar-lhe os tesouros recolhidos no mundo e assim
demonstrar seu amor.
224
"Novamente se a pronunciou a Palavra: Abandonem tudo e
transponham o portal sem levar nada da terra. Esperaram e discutiram. O
resto dos que estavam preparados entraram na luz e passaram entre as
colunas do portal; abandonaram as cargas que haviam trazido, entraram
livres e foram aceitos sem levar nada.

"Devido a que viajavam como grupo, e como um grupo progrediram


e adquiriram coisas, o grupo respondeu à ordem divina e se deteve. Ali
esperaram, em pé diante do portal do Caminho, agarrados aos tesouros
acumulados durante mil ciclos. Nada queriam abandonar. Haviam
trabalhado para adquirir as riquezas que possuíam. Amavam a seu Deus,
e a Ele queriam entregar em medida mais plena de suas riquezas. Não
amavam a disciplina.

―Novamente se pronunciou a Palavra: Deixem no chão tudo o que


possuem e entrem livres.

"Porém três se rebelaram contra esse mandato austero. Os demais


obedeceram. Atravessaram os portais, deixando os três fora. Muitos foram
elevados às alturas da bem-aventurança. Os três ficaram de fora
segurando firmemente aos seus tesouros."

Nesta escritura antiga, a mais antiga que qualquer das escrituras do mundo, reside
o segredo da história maçônica e da morte do Mestre pelos três que estavam mais
intimamente associados a Ele em sua morte e sepultamento. Os maçons reconhecerão
aos três a que me refiro aqui, porque foram os fundadores da moderna raça judaica, três
discípulos avançados que se ressentiam da ordem de entrar livres e sem entraves no lugar
onde se acha a luz. Tentaram reter o que haviam reunido e pô-lo a serviço de Deus. Eles
não podiam reconhecer que sua motivação era o amor às riquezas e o desejo de reter o
que haviam ganho. A antiga tradição, como ensinado pelos instrutores do passado, diz
que...

"Voltaram suas faces para os portais da terra. Seus amigos


seguiram adiante ... Eles ficaram para trás ... Os Mestres se reuniram em
conclave e decidiram qual seria o destino daqueles que, tendo chegado
até os Portais da Luz, amavam mais as posses do mundo do que servir a
luz. Novamente se pronunciou a Palavra dirigida aos três rebeldes, que
esperavam fora dos portais:

"Retenham o que possuem e reúnam mais, porém não conhecerão a


paz. Colham os frutos da mente, busquem o poder nas grandes posses,
porém não terão um lugar seguro onde habitar.

―Dentro de vós, porque sois discípulos do Senhor, não terão


nenhuma paz, não terão segurança nem conhecerão o êxito nem terão o
poder de reter as ganâncias.
"Terão sempre um conhecimento superficial d'Aquele que vigia a
todos. Terão sempre o impulso de reunir e acumular riqueza. Nunca terão
225
tempo para retê-la e gozá-la. Continuem até que chegue novamente o
momento de permanecer diante os Portais da Luz, porém desta vez com
as mãos vazias. Em seguida, entrem livres, aceitos pelos Servos do
Senhor e conhecerão eternamente a paz."

A antiga lenda diz que os três partiram com tristeza e revolta, carregados com seus
tesouros; assim começou a história do judeu errante. É significativo recordar que um dos
maiores filhos de Deus que já trabalhou na terra e personificou em Si Mesmo o caminho
da realização, Jesus de Nazaré, era judeu. Inverteu as primitivas
condições; absolutamente nada possuía. Foi o primeiro de nossa humanidade que
alcançou a meta; descendia diretamente do mais velho dos três discípulos originais que se
rebelaram contra o drama do desapego. O judeu encarna em si mesmo o filho pródigo
mundial. É o símbolo do discípulo que, todavia, não aprendeu a lição do justo sentido dos
valores. Ele tem sido vítima da Lei da Luz e é incapaz de cumprir essa lei. Pecou
deliberadamente sabendo quais seriam os resultados. Dai que conhece a lei como
nenhuma outra raça, porque é eternamente sua vítima. Enunciou a lei desde seu ângulo
negativo; a Lei Mosaica rege hoje em grande parte do mundo e, no entanto, não logra
trazer à vida a justiça e a verdadeira legalidade.

Os discípulos do outro grupo (em seu dia e época), os representantes da raça,


passaram através dos antigos portais da iniciação e deram o primeiro grande passo.
Voltaram com uma vaga e latente lembrança do episódio que os separou de seus três
condiscípulos. Ao retornar à vida terrena falaram deste acontecimento. Esse foi seu erro, e
começou o longo antagonismo que persiste até hoje. Esses discípulos fizeram uma longa
peregrinação e entraram na paz eterna, mas persistem todavia os resultados da sua
primitiva deslealdade, a de revelar os acontecimentos ocultos da iniciação.

Curiosamente esta antiga raça, fundada por três que amavam mais o que tinham
para oferecer, do o que ansiavam obter, foram os criadores da tradição maçônica. Sua
história (e incidentalmente a história da humanidade) está personificada neste dramático
ritual. Em recompensa pela sua sinceridade – porque se sublevaram sinceramente, crendo
que estavam corretos – se lhes concedeu permissão de representar cada ano, no dia
correspondente ao que poderiam ter entrado na luz, a história da busca da luz. Devido a
que tinham estado ao ponto de ressuscitar da morte terrena para a vida da luz, eles
iniciaram a grande tradição dos mistérios. Elegeram a morte e mataram o que "havia
vivido e podia reclamar a recompensa" e que poderia ter pronunciado a palavra de poder
que abriria de par em par as portas da ressurreição.

Dizem-nos que os três juraram permanecer eternamente juntos e nunca abandonar


o outro. Este voto foi mantido no transcurso das idades e, em conseqüência, produziu
essa separação racial e essa comunidade de interesses que desperta o antagonismo de
outras raças.

No transcurso das idades o judeu vaga errante, produzindo muita beleza no mundo
e dando a humanidade seus grandes homens; mas ao mesmo tempo tem sido odiado e
perseguido, traído e caçado. Personifica em si, simbolicamente, a história da
humanidade. A antiga tendência dos judeus para agarrar e segurar, e também de manter
sua integridade racial e nacional, são suas características marcantes. Não podem ser
226
assimilados; no entanto, a raça é tão antiga que não existe nação no mundo que não
tenha raízes nesse grupo, o qual na antiga Lemúria havia atingido tal grau de evolução
que suas personagens mais destacas estavam sobre o caminho do discipulado. Não há
nenhuma linhagem racial no mundo ocidental que não tenha vestígios desse antiga e
seleto povo, exceto os finlandeses e lapões e essas nações que têm uma definida
descendência mongólica. Mas o que hoje se denomina sangue judeu não é puro, e o judeu
moderno é apenas um subproduto, como o é a raça anglo-saxônica; unicamente a
tendência seletiva imposta e a segregação racial tem mantido intactas a maior parte das
características originais.

A compreensão dessa origem comum tem levado aos britânicos israelitas a


tergiversar a verdade, e a dizer que a história ocidental moderna começou na época da
Dispersão Judaica. Tem uma relação muito mais antiga, que remonta a um período
anterior à história dos judeus, segundo relata o Antigo Testamento. Os três discípulos
originais e suas famílias foram os ancestrais dos três principais grupos raciais, que podem
classificar-se em forma geral:

1. A raça semita ou raças dos tempos bíblicos e modernos; árabes, afegãos, mouros
e as ramificações e afiliações desses povos, incluindo os modernos egípcios, são
descendentes todos do mais velho dos três discípulos.

2. Os povos latinos, os seus vários ramos em todo o mundo e as raças celtas, onde
quer que se encontrem, são descendentes do segundo dos três discípulos.

3. Os teutões, os escandinavos e anglo-saxões são descendentes do terceiro dos três


discípulos.

A descrição acima é uma ampla generalização. O período abarcado é tão vasto, e


as ramificações no transcurso das épocas tão numerosas, que só posso dar uma idéia
geral. Gradualmente, os descendentes de dois desses três discípulos aceitaram
paulatinamente as lendas difundidas na época atlante e se colocaram de parte daqueles
que antagonizam o judeu, tal como é na atualidade; perderam todo o sentido de sua
origem comum. Não existe hoje no mundo nenhuma raça pura, porque os casamentos
inter-raciais, as relações ilícitas e a promiscuidade, durante os últimos milhões de anos,
têm prevalecido de tal modo que não existe uma estirpe pura. O clima e o meio ambiente
são fundamentalmente fatores maiores e determinantes que qualquer segregação
imposta, exceto aquela que provém de constantes casamentos entre raças. Em relação a
este último fator, apenas o hebraico hoje conserva certa medida da integridade racial.

Quando a humanidade desperte para o fato de sua origem comum e se


reconheçam as três principais estirpes em nossa civilização moderna, então desaparecerá
o antigo ódio ao judeu, que se fundirá e mesclará com o resto do gênero humano. Até as
raças orientais, que são remanescentes da grande civilização atlante, tem vestígios de
união entre os ancestrais dos judeus modernos e outros tipos raciais, mas não se
mesclaram bem, por isso conseguiram manter melhor suas características do que os
grupos ocidentais.

227
Se você refletir sobre isso e se estuda detidamente a tradição maçônica, muitas
coisas se esclareceram na mente. Os etnólogos podem discordar, mas não poderão
provar o contrário do que eu disse, porque as origens da atual situação racial mundial
remontam tão distantes na história da humanidade que nem sequer podem provar suas
próprias convicções. Tudo o que eles são capazes de se considerar é a história dos
últimos cem mil anos, trabalhando com os efeitos do passado e não com as causa
originárias.

7. O Raio do Ego

Ao iniciar o estudo do raio do Ego ou Alma, poderiam expor-se brevemente certas


premissas essenciais e agrupá-las na série de catorze proposições dadas em continuação:

1. Os egos de todos os seres humanos pertencem a um ou outro dos sete raios.

2. Todos os egos encontrados no quarto, quinto, sexto e sétimo raios,


eventualmente, após a terceira iniciação, tem que fundir-se com os três raios
principais ou monádicos.

3. O raio monádico de cada ego é um dos três raios de aspecto, e os filhos dos
homens são mônadas de poder, de amor ou de inteligência.

4. Para nosso propósito específico, concentraremos a atenção sobre os sete


grupos de almas encontrado em um dos sete raios ou correntes de energia
divina.

5. Durante a maior parte de nossa experiência racial e de vida, somos governados


sequencialmente, e depois simultaneamente por:

a. O corpo físico, dominado pelo raio que rege a totalidade de átomos desse
corpo.

b. A natureza do desejo emocional influenciado e controlado pelo raio que


cobre a totalidade dos átomos astrais.

c. O corpo da mente ou natureza mental, cujo calibre e qualidade de raio


determinam seu valor atômico.

d. Posteriormente, no plano físico, o raio da alma começa a atuar em e com a


soma total dos três corpos, que constituem – quando alinhados e
funcionando em uníssono – a personalidade. O efeito dessa integração
geral produz a encarnação e as encarnações, onde o raio da personalidade
emerge com claridade, e os três corpos ou eus constituem os três aspectos
ou raios do eu pessoal inferior.

6. Quando o raio da personalidade se destaca e predomina e os três raios do


corpo estão subordinados a ele, então tem lugar a grande luta entre o raio
egóico ou da alma e raio da personalidade. A diferença se faz mais notável e o
228
senso de dualidade se estabelece mais definitivamente. As experiências
detalhadas no Bhagavad Gita se convertem em experiências no caminho do
discipulado; Arjuna se acha no "ponto intermediário" no campo do Kurukshetra,
entre as duas forças opostas e, devido à fumaça da batalha, incapaz de ver
com clareza.

7. Oportunamente o raio ou influência da alma chega a ser o fator dominante e os


raios dos corpos inferiores se transformam em sub-raios deste raio
controlador. Esta última frase é de fundamental importância, porque indica a
verdadeira relação que existe entre personalidade e ego ou alma. O discípulo
que compreende essa relação e se ajusta a ela está preparado para trilhar o
caminho da iniciação.

8. Cada um dos sete grupos de almas responde a um dos sete tipos de força, e
todos respondem ao raio do Logos planetário do nosso planeta, o terceiro raio
de Inteligência Ativa. Portanto, todos pertencem a um sub-raio deste raio, mas
nunca se deve esquecer que o Logos planetário também pertence a um raio,
sub-raio do segundo raio de Amor-Sabedoria. Portanto, temos:

O RAIO DO LOGOS PLANETÁRIO

I
O Raio Solar de Amor-Sabedoria
"Deus é Amor"

II
Os Sete Raios

1 2 3 4 5 6 7
Vontade Amor Intelecto Harmonia Ciência Devoção Cerimônia

III
Raio Planetário Egóico
com sete sub-raios

1 2 3 4 5 6 7
Vontade Amor Intelecto Harmonia Ciência Devoção Cerimônia

IV
O Raio da Personalidade
do
Logos planetário
229
Deve recordar-se que o nosso Logos planetário, que atua através do planeta
Terra, não se considera ter produzido um dos sete planetas sagrados.

9. O trabalho de cada aspirante individua é, portanto, chegar a compreender que:

a. Seu raio de alma ou egóico.

b. Seu raio de personalidade.

c. O raio que rege sua mente.

d. O raio que rege seu corpo astral.

e. O raio que influencia seu corpo físico.

Quando tiver alcançado esse quíntuplo conhecimento, terá cumprido o


mandado de Delfos: "Conhece-Te a ti mesmo", e pode em conseqüência passar
a Iniciação.

10. Todo ser humano também está regido por certos grupos de raio:
230
a. Os raios do quarto reino da natureza. Isto terá diferentes efeitos de acordo
com o raio de personalidade ou alma. O quarto reino tem:

1. O quarto raio como raio egóico.

2. O quinto raio como raio da personalidade.

b. Na atualidade os raios raciais para nossa raça ariana são o terceiro e o


quinto, e afetam poderosamente todos os seres humanos.

c. O raio cíclico.

d. O raio nacional.

Todos eles controlam a vida da personalidade de cada homem. O raio egóico


do indivíduo, além do raio egóico do quarto reino, neutralizam gradualmente os
raios que regem a personalidade, a medida que o homem se aproxima do
caminho da provação e do discipulado.

11. Portanto, o homem é um conglomerado de forças que em forma separada e em


conjunto o dominam, colorem sua natureza, produzem sua qualidade e
determinam sua ―aparência‖ empregando esta palavra no sentido oculto da
exteriorização. Durante épocas foi manejado por uma dessas forças e é
simplesmente seu produto. À medida que chega a uma compreensão mais
clara e pode começar a discriminar, elege definitivamente qual delas deve
dominar, até que oportunamente se torna controlado pelo raio da alma e os
outros raios ficam subordinados a esse raio, empregando-o à vontade.

12. Ao estudar o raio egóico do homem deve ser captado:

a. O processo a seguir . . . . . . . . . . . . . . . . exteriorização.

b. O segredo a ser descoberto . . . . . . . . . . manifestação.

c. O propósito a ser conhecido . . . . . . . . . . realização.

Também temos que compreender as influências do quinto raio que predominam


no reino das almas, e são:

1. O quinto raio . . . . . . . . . . . trabalhando através da personalidade.

2. O segundo raio . . . . . . . . . trabalhando por meio da intuição.

13. O Raio da Personalidade tem seu principal campo de atividade e expressão no


corpo físico. Determina a tendência, o propósito, a aparência e a vocação de
sua vida. Seleciona a qualidade, quando está influenciado pelo raio egóico.

231
O Raio Egóico tem ação direta e específica sobre o corpo astral. Por isso o
campo de batalha da vida sempre se encontra no plano da ilusão; à medida que
a alma trata de dispersar a ilusão astral o aspirante está habilitado para
caminhar na luz.

O Raio Monádico exerce sua influência sobre o corpo mental depois de lograr-
se a integração da personalidade. Isso faz com que a mente obtenha a clara
visão que culmina na quarta iniciação e que libera o homem das limitações da
forma. Existe uma analogia desta triplicidade e uma interessante relação
simbiótica nos três Iniciadores.

a. O primeiro iniciador . . . . . . . . . . . . . . . . . a alma do homem.


Controla gradualmente a personalidade.

b. O segundo Iniciador . . . . . . . . . . . . . . . . o Cristo.


Libera natureza do amor.

c. O terceiro e último Iniciador. . . . . . . . . . . o Logos planetário.


Iluminando a mente.

14. Quando se haja alcançado o alinhamento, o raio do ego ou alma começa a


fazer sentir ativamente sua presença por intermédio do corpo astral. O
processo é o seguinte:

a. Atua externamente sobre o corpo astral.

b. O estimula internamente para que adquira maior tamanho, e melhor cor


e qualidade.

c. O põe em atividade e controla todas as partes da vida física.

As anteriores proposições poderiam resumir-se na afirmação de que o raio da


personalidade provoca uma atitude separatista e faz que a personalidade se desapegue
do grupo de almas, do qual a personalidade é uma exteriorização, e um anexo de
componente para o lado da forma de manifestação. O raio egóico fomenta a consciência
grupal e o desapego de formas externas, produzindo o apego ao aspecto vida da
manifestação e ao todo subjetivo. O efeito do raio monádico só pode ser compreendido
depois que o homem passou a terceira iniciação.

Agora dividirei em quatro partes o que tenho a dizer no segundo volume deste
tratado, que versa sobre o raio egóico:

I. O Crescimento da Influência da Alma.


II. As Sete Leis da Vida da Alma.
III. Os Cinco Grupos de Almas.
IV. As Regras para Induzir o Controle da Alma.

232
Algumas Classificações dos Raios

OS RAIOS DENTRO E FORA DE MANIFESTAÇÃO

1º Raio Não está em manifestação.


2º Raio Em manifestação desde 1557 d. C.
3º Raio Em manifestação desde 1425 d. C.
4º Raio Virá lentamente em manifestação em torno do ano 2025 d. C.
5º Raio Em manifestação desde 1775 d. C.
6º Raio Saindo rapidamente de manifestação. Começou a sair no ano 1625 d. C.
O 7º Raio Em manifestação desde 1675 d. C.

OS MÉTODOS DOS RAIOS PARA ENSINAR A VERDADE

1º Raio Expressão superior: A ciência do estadista e do governo.


Expressão inferior: Diplomacia e política modernas.

2º Raio Expressão superior: O processo de iniciação como ensinado pela Hierarquia


dos Mestres.
Expressão inferior: Religião.

3º Raio Expressão superior: Meios de comunicação e interação.


Rádio, telégrafo, telefone e meios de transporte.
Expressão inferior: O uso e circulação de dinheiro e ouro.

4º Raio Expressão superior: O trabalho maçônico baseado na formação da Hierarquia,


relacionado com o segundo raio.
Expressão inferior: Construção arquitetônica. Projeção moderna das cidades.

5º Raio Expressão superior: A Ciência da Alma. Psicologia esotérica.


Expressão inferior: Sistemas modernos de educação.

6º Raio Expressão superior: Cristianismo e religiões diversificadas.


Observem sua relação com o segundo raio.
Expressão inferior: Igrejas e organizações religiosas.

7º Raio Expressão superior: Todas as formas de magia branca.


Expressão inferior: Espiritismo em seus aspectos inferiores.

233
OS DISCÍPULOS E RAIOS

Primeiro Raio Força Energia Ação O Ocultista.

Segundo Raio Consciência Expansão Iniciação O verdadeiro


Psíquico.

Terceiro Raio Adaptação Desenvolvimento Evolução O Mago.

Quarto Raio Vibração Resposta Expressão O Artista.

Quinto Raio Mentalidade Conhecimento Ciência O Cientista.

Sexto Raio Devoção Abstração Idealismo O Devoto.

Sétimo Raio Encantamento Magia Ritual O Ritualista.

Iniciação Humana e Solar

OS RAIOS E OS QUATRO REINOS

Nota: Amplas informações e diversas e interessantes insinuações estão


disseminadas no Tratado sobre Fogo Cósmico e nesta série de instruções. Eu reuni
algumas, as quais serão de utilidade para o estudante se familiarize com as classificações
e anotações dadas na continuação. A.A.B.

INFLUÊNCIA NÚMERICA DOS RAIOS

Reino Mineral Raios 7 e 1

Reino Vegetal Raios 2, 4 e 6

Reino Animal Raios 3 e 6

Reino Humano Raios 4 e 5

Reino das Almas Raios 5 e 2

Reino Planetário Raios 6 e 3

Reino Solar Raios 1 e 7

234
EXPRESSÕES DE INFLUÊNCIA DOS RAIOS

Reino Mineral 7º Raio Radiação.


1º Raio Poder.

Reino Vegetal 2º Raio Magnetismo.


4º Raio Harmonia da Cor.
6º Raio Crescimento até à luz.

Reino animal 3º Raio Instinto.


6º Raio Domesticidade.

Reino Humano 4º Raio Experiência.


5º Raio Intelecto.

Reino das Almas 5º Raio Personalidade.


2º Raio Intuição.

Reino Planetário 6º Raio O Plano.


3º Raio O trabalho criador.

Reino Solar 1º Raio Vontade da Mente Universal.


7º Raio Ritual sintético.

235
SÉRIE DE ANALOGIAS

I. Mineral Gônadas Centro Sacro.


Base da Coluna Vertebral.

Vegetal Coração Coração.


Pulmões Garganta.

Animal Estômago Plexo Solar.


Fígado

Humano Cérebro Os dois centros da cabeça.


Cordas Vocais

II. Mineral Base da Coluna Vertebral Supra-renais.

Vegetal Centro Cardíaco Timo.

Animal Plexo Solar Pâncreas.

Humano Centro Sacro Gônadas.

Egóico Centro Laríngeo Tiróide.

Planetário Centro Ajna Pituitária.

Solar Centro Coronário Pineal.

Processo Segredo Propósito

III. Mineral Condensação Transmutação Radiação.

Vegetal Conformação Transformação Magnetização

Animal Concretização Transfusão Experimentação

Humano Adaptação Translação Transfiguração.

Egóico Exteriorização Manifestação Realização.

236
ALGUMAS NOTAS SOBRE OS QUATRO REINOS

1. O reino mineral compreende três partes principais:


a. Os metais brutos.
b. Os metais padrão.
c. Os cristais e as pedras preciosas.
Tratado sobre Fogo Cósmico, p. 48014

2. O reino vegetal é:
a. O transmissor do fluido prânico vital.
b. A ponte entre o que se chama consciência e inconsciência.
c. A relação esotérica que existe no reino dos devas ou anjos.
Tratado sobre Fogo Cósmico, p. 464

3. Os quatro raios menores controlar os quatro reinos:


a. O sétimo raio controla o reino mineral.
b. O sexto raio controla o reino vegetal.
c. O quinto raio controla o reino animal.
d. O quarto raio controla o reino humano.

4. O quarto raio e o quarto reino formam um ponto de harmonia para os três reinos
inferiores.
Tratado sobre Fogo Cósmico, p. 480

5. O quinto raio tem uma relação peculiar com o reino animal, porque é o raio que rege a
fusão desse reino com o reino humano.
Tratado sobre Fogo Cósmico, p. 480

6. O reino humano trata de manifestar o desejo ou a natureza amorosa do Logos


planetário.
Tratado sobre Fogo Cósmico, p. 482

Os três reinos subumanos procuram manifestar a natureza inteligente do Logos


planetário.
Tratado sobre Fogo Cósmico, p. 820

7. O reino mineral responde ao tipo de energia, aspecto inferior do fogo.


O reino vegetal responde a esse tipo de energia que produz o fenômeno da água.
O reino animal responde a este tipo de energia que é uma combinação dos dois
mencionados; fogo e água.

14
O número das páginas referem-se à Edição em Espanhol.
237
O reino humano responde à energia de fogo em sua manifestação mais elevada nos
três mundos.
Tratado sobre Fogo Cósmico, p. 841-42

8. O período de radiação é mais extenso no reino mineral e breve no reino humano.


Tratado sobre Fogo Cósmico, p. 844

9. O reino mineral proporciona esse algo negativo porém vital, que é a essência do átomo
permanente humano.

O reino vegetal proporciona a energia negativa para o átomo astral permanente no


reino humano.

O reino animal proporciona essa força negativa que quando está energizada pela força
positiva se converte em uma entidade mental.

Sattva Ritmo Corpo Mental Unidade Mental Animal


Rajas Atividade Corpo Astral Átomo astral permanente Vegetal
Tamas Inércia Corpo físico Átomo físico permanente Mineral
Tratado sobre Fogo Cósmico, p. 887-883

10. Cada reino da natureza é positivo para o próximo reino inferior.


Tratado sobre Fogo Cósmico, p. 889

SÉTIMO RAIO ENTRANTE E O REINO ANIMAL

1. O reino animal é para o corpo humano o que o corpo físico denso é para os sete
princípios.

2. O reino animal é o aspecto mãe antes de ser influenciado pelo Espírito Santo.

3. O reino animal é o campo da individualização.

4. Desde os dias atlantes o reino animal vem acumulando karma.

5. Os animais domésticos constituem o centro cardíaco da vida e da Entidade que anima


o reino animal

6. O reino animal não reage fortemente ao sétimo raio.

7. O reino humano reage, mas o sétimo raio terá três efeitos em relação com ambos os
reinos e sua interação:

a. Refinará os corpos animais.


b. Estabelecerá uma relação mais íntima entre os homens e animais.
c. Causará uma grande destruição nas atuais formas de animais.
238
MÉTODOS DE ATIVIDADE DOS RAIOS

Estão são vinte e um, que sintetizados formam os vinte e dois métodos que
expressam a grande Lei da Atração.

I. Raio de Vontade ou Poder.


1. Destruição das formas mediante a interação grupal. 1.
2. Estímulo do eu, o princípio egóico. 2.
3. Impulso espiritual ou energia. 3.

II. Raio de Amor-Sabedoria.


1. Construção das formas mediante o intercambio grupal. 4.
2. A estimulação do desejo, o princípio do amor. 5.
3. Impulso da alma ou energia. 6.

III. Raio de Atividade ou da Adaptabilidade.


1. Vitalização de formas mediante o trabalho grupal. 7.
2. Estímulo das formas, o princípio etérico ou prânico. 8.
3. Impulso material ou energia. 9.

IV. Raio da Harmonia ou União.


1. Aperfeiçoamento das formas mediante a interação grupal. 10.
2. Estimulação dos Anjos solares ou princípio manásico. 11.
3. Energia intuitiva ou búdica. 12.

V. Raio do Conhecimento Concreto.


1. Analogia entre o tipo e a forma pela influência grupal. 13.
2. Estimulação do corpo físico denso do Logos, os três mundos. 14.
3. Energia mental ou impulso, manas universal. 15.

VI. Raio do Idealismo Abstrato ou Devoção.


1. Reflexo da realidade mediante o trabalho grupal. 16.
2. Estimulo do homem o desejo. 17.
3. Desejo da energia, o instinto ou aspiração. 18.

VII. Raio de Ordem Cerimonial.


1. União de energia e substância mediante a atividade grupal. 19.
2. Estimulo das formas etéricas. 20.
3. Energia vital. 21.
Tratado sobre Fogo Cósmico, p. 954
239
AS SETE CHAVES DOS MÉTODOS DOS SETE RAIOS

PRIMEIRO RAIO
"Que as forças se unam. Que ascendam até o lugar elevado e
dessa sublime eminência que a Alma observe ao mundo destruído. Então
que se emita a palavra:. .. ―Eu persistirei."‖

SEGUNDO RAIO
"Que toda a vida seja atraída até o centro, e penetre assim no
Coração do Amor Divino. Então, desse ponto de Vida sensível, que a
Alma compreenda a Consciência de Deus. Que se pronuncie a palavra e
reverbere através do silêncio.. ―Não existe nada mais que Eu.‖"

TERCEIRO RAIO
"Que o Exército do Senhor responda à palavra, e cesse sua
atividade. Que o conhecimento finalize em sabedoria. Que o ponto
vibrante se torne o ponto de repouso, e todas as linhas convirjam ao Uno.
Que a Alma perceba o Uno em Muitos, e que a palavra se pronuncie com
perfeita compreensão: ―Eu sou o Trabalhador e o trabalho. O Uno que
É."‖

QUARTO RAIO
"Que finalize a glória externa e que a beleza da luz interior revele
ao Uno. Que a dissonância seja substituída pela harmonia, e desde o
centro da Luz oculta que fale a Alma e surja palavra ondulante: ―Beleza e
Gloria não Me velam. Eu permaneço revelado. Eu sou.‖"

QUINTO RAIO
"Que as três formas de energia elétrica ascendam até o lugar de
poder. Que as força da cabeça e do coração e todos os aspectos
inferiores se fusionem. Então que a Alma observe o mundo interno da Luz
Divina. Que se difunda a palavra triunfante: ―Dominei energia porque Eu
sou a energia em si. O Mestre e os alunos são Um.‖"

SEXTO RAIO
"Cesse todo desejo. Que finalize a aspiração A busca está
terminada. Que a Alma compreenda que atingiu a meta, e desde esse
portal que conduz à Vida eterna e a Paz cósmica, que se pronuncie a
palavra: "Eu sou o buscador e a busca. Eu descanso.‖"

SÉTIMO RAIO
"Que os construtores cessem seu trabalho. O templo foi
terminado. Que a Alma receba sua herança e desde o Lugar Sagrado
ordene que todo o trabalho chegue ao fim. Então, no subseqüente
silêncio que se segue, que entoe a palavra: ―O trabalho criador está
terminado. Eu sou o Criador. Só permaneço Eu.‖"

240
REFERÊNCIA DA DOUTRINA SECRETA

Primeiro Raio . . . . . . . . Vontade ou Poder

Planeta O Sol substitui Vulcano, o planeta oculto.


Dia Domingo.
Cor Exotérica Alaranjado.
Cor Esotérica Vermelha.
Princípio humano Prana ou Vida, vitalidade.
Princípio divino A Vida Una. Espírito. Se considerará como um princípio,
quando os nossos sete planos se vejam como sete sub-
planos do plano físico cósmico.

Elemento O Akasha "Está escrito".


Instrumento de sensação A Luz da Kundalini.
Localização corporal Ar vital no crânio.
Plano regido por este raio O plano logoico. Propósito Divino ou Vontade.
Metal Ouro.
Sentido Sentido sintético que abarca a todos.

Esotericamente este poder está considerado como o princípio vida assentado no coração.

Segundo Raio . . . . . . . . . Amor Sabedoria

Planeta Júpiter.
Dia Quinta-feira.
Cor exotérica índigo, com um matiz púrpura.
Cor Esotérica Azul claro.
Princípio humano Envoltura aurica.
Princípio Divino Amor.
Elemento Éter. "Foi dito". A Palavra.
Instrumento de sensação O ouvido. A fala. A Palavra.
Localização corporal O coração.
Plano O monádico.
Sentido Audição.

Esotericamente, esse poder é a consciência ou ego princípio, a alma, localizado na


cabeça.

241
Terceiro Raio . . . . . . . . Inteligência Ativa ou Adaptabilidade

Planeta Saturno.
Dia Sábado.
Cor Exotérica Preto.
Cor esotérica Verde.
Princípio humano Mente inferior.
Princípio divino Mente Universal.
Elemento Fogo. "Fogo por Fricção".
Sensação Sistema nervoso. "É conhecido".
Localização corporal Os centros da coluna vertebral.
Plano O átmico ou plano da vontade espiritual.
Sentido Tato.

Esotericamente, este princípio da mente criativa está localizado na garganta.

Quarto Raio . . . . . . . . . Intuição, Harmonia, Beleza, Arte

Planeta Mercury.
Dia Quarta-feira.
Cor Exotérica Creme.
Cor esotérica Amarelo.
Princípio humano Compreensão. Visão. Percepção espiritual.
Princípio divino Budhi. Intuição. Razão pura.
Elemento Ar. "Assim se produz a unidade".
Instrumento de sensação Os olhos, especialmente o olho direito.
Plano búdico ou intuitivo.
Sentido Visão.

Esotericamente, esta constitui a razão pura localizada no centro ajna entre os olhos.
Funciona quando a personalidade atinge um grau elevado de coordenação.

Quinto Raio Conhecimento Concreto ou Ciência

Planeta Venus. Os Senhores da mente vieram de Vênus.


Dia Sexta-feira.
Cor Exotérica Amarelo.

242
Cor esotérica Índigo.
Princípio humano Mente superior.
Princípio divino Conhecimento superior. "Deus viu que isso era bom."
Elemento Chama.
Instrumento de sensação Corpo astral.
Plano A mental inferior.
Sentido Consciência como resposta ao conhecimento.
Localização corporal Cérebro.

Esotericamente, este princípio da sensibilidade está localizado no plexo solar.

Sexto Raio . . . . . . . . . . Idealismo Abstrato. Devoção

Planeta Marte.
Dia Terça-feira.
Cor Exotérica Vermelho.
Cor esotérica Rosa prateado.
Princípio humano Kama-Manas. Desejo.
Princípio divino Desejos pela forma.
Elemento Água. "O desejo de habitar uma forma."
Instrumento de sensação Língua. Órgão da fala.
Plano O astral ou emocional. Plano do desejo.
Sentido Paladar.

Esotericamente, o princípio do desejo está localizado no centro sacro, e tem seu reflexo
superior na garganta.

Sétimo Raio . . . . . . . . Ordem Cerimonial ou Magia

Planeta A Lua. A mãe da forma.


Dia Segunda-feira.
Cor Exotérica Branca.
Cor esotérica Violeta.
Princípio humano Força etérica ou prana.
Princípio divino Energia.
Elemento Terra. "Eu me manifesto".
Instrumento de sensação Nariz.
Plano O físico, níveis etéricos.

243
Sentido Olfato.

Esotericamente, este princípio de vitalidade ou prana está localizado no centro da coluna


vertebral.

Nota: Esotericamente falando, os planetas que expressam os três raios maiores são:

1º Raio Urano.
2º Raio Netuno.
3º Raio Saturno.

Um estudo a esse respeito evidenciará porque Saturno é sempre o


estabilizador. No ciclo atual, os raios de Poder e Amor dirigem suas energias para Vulcano
e Júpiter, enquanto Saturno dirige sua atenção ao nosso planeta, a Terra.

Temos assim os dez raios de perfeição, os veículos para a manifestação, que


H.P.B. denomina de "Deuses Imperfeitos" os Logos planetários. Veja-se Um Tratado sobre
o Fogo Cósmico, onde se detalha isso.

OS RAIOS E OS PLANOS

1º Raio A Vontade aplicada dinamicamente se manifesta como poder.


2º Raio O Amor, agindo magneticamente, produz sabedoria.
3º Raio A Inteligência que está potencialmente na substância produz atividade.

OS RAIOS E OS SENTIDOS

1. Audição Sétimo Raio Magia A Palavra de Poder.


2. Tato Primeiro Raio Destruidor O Dedo de Deus.
3. Vista Terceiro Raio Visão O Olho de Deus.
4. Paladar Sexto Raio idealismo O Desejo das Nações.
5. Olfato Quarto Raio Arte A Beleza da Revelação.
6. Intelecto Quinto Raio Mente O Conhecimento de Deus.
7. Intuição Segundo Raio Amor Sabedoria A Compreensão de Deus.

244
OUTROS RELACIONAMENTOS

1. O corpo reino mineral A densa prisão da vida.

2. O akasha reino vegetal A fluida vida consciente.

3. A ascensão fora reino animal A meta evolutiva da relação que


da matéria existe entre o corpo e o akasha.

4. O poder de viajar reino humano A meta da consciência humana alcançada


no espaço mediante a compreensão dos três anteriores.

REINOS

Nº Reino Raios Expressão

1. Mineral 7. Organização Cerimonial Radioatividade.


1. Vontade ou Poder O fundamental depósito de poder.

2. Vegetal 2. Amor-Sabedoria Magnetismo.


4. Beleza e Harmonia Uniformidade da cor.
6. Devoção Idealista Tendência ascendente.

3. Animal 3. Adaptabilidade Instinto.


6. Devoção Domesticidade.

4. Humano 4. Harmonia através do conflito. Experiência. Crescimento.


5. Conhecimento Concreto Intelecto.

5. Egóico 5. Conhecimento Concreto Personalidade.


ou Alma 2. Amor-Sabedoria Intuição.

6. Vida 6 Devoção às idéias O Plano.


Planetária 3. Inteligência Ativa Trabalho Criador.

7. Vidas 1. Vontade ou Poder Mente Universal.


Solares 7. Magia Cerimonial Ritual sintético.

245
A MEDITAÇÃO E OS REINOS

"A meditação centralizada sobre as cinco formas que adota cada elemento
concede domínio sobre todos eles. Estas cinco formas constituem a natureza densa, a
forma elemental, a qualidade, a compenetração e o propósito básico."

Portanto, devemos considerar as analogias seguintes:

1. A natureza densa . . . . . . . . . . . . . . o reino mineral.


2. A forma elemental . . . . . . . . . . . . . o reino vegetal.
3. A qualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . reino animal.
4. A compenetração . . . . . . . . . . . . . . o reino humano.
5. O propósito fundamental . . . . . . . . . o reino das almas.

Tudo isto visto a partir do ângulo de consciência.

RELAÇÃO DOS RAIOS COM AS RAÇAS

Raio Plena Expressão Influência Principal

1º Raio Vontade. Na 7ª raça raiz 1ª e 7ª sub-raças.


Almas de 1º raio Perfeição do Plano

2º Raio Amor-Sabedoria. Na 6ª raça raiz 2ª e 6ª sub-raças.


Almas de 2º raio Intuição aperfeiçoada.

3º Raio Inteligência. Na 5ª raça raiz 3ª e 5ª sub-raças.


Almas de 3º raio Raça Ariana
Intelecto aperfeiçoado.

4º Raio Harmonia. Na 4ª raça raiz 4ª e 6ª sub-raças.


Almas de 4º raio. Astralismo aperfeiçoado.
Emoção aperfeiçoado.
Raça Atlante.

5º Raio Conhecimento. Na 3ª raça raiz 5ª e 3ª sub-raças.


Almas de 5º raio Lemuriana.
Físico aperfeiçoado.

6. Raio Devoção. Na 2ª raça raiz 6ª e 2ª sub-raças.


Almas de 6º raio.

7º Raio Cerimonial. Na 1ª raça raiz 7ª e 1ª sub-raças.


Almas de 7° raio.

246
REINO ANIMAL

Influências O terceiro Raio de Inteligência Ativa ou Adaptabilidade é potente neste


reino; a medida que transcorre o tempo se expressa cada vez mais e
tem produzido no reino animal essa reação à vida e ao meio ambiente
que poderia descrever-se melhor como "unidirecionalidade animal".
Então, partindo daí e em forma cíclica, o sexto Raio da Devoção ou
Idealismo pode fazer sentir sua pressão como a ânsia de alcançar a
meta, produzindo assim uma relação com o homem, que o converte na
meta desejada. Isto pode observar-se nos animais amansados,
adestrados e domesticados.

Resultados Por um lado, vemos que o terceiro raio origina instinto e por sua vez cria
e usa esse maravilhoso mecanismo de resposta que denominamos
sistema nervoso, o cérebro e os cinco sentidos, os quais os respaldam e
são responsáveis dos demais. Deve advertir-se que por muito ampla
seja a diferença entre o homem e os animais, não há realmente uma
relação muito mais estreita do que a existente entre o animal e vegetal.
No caso do sexto raio temos a aparição da faculdade de ser
domesticado e adestrado, que em última análise é o poder de amar,
servir e sair do rebanho e passar ao grupo. Reflitam sobre as palavras
desta última e paradoxal afirmação.

Processo Se denomina concretização. Neste reino temos pela primeira vez a


verdadeira organização do corpo etérico em "os verdadeiros nervos e
centros sensórios", como o denominam os esotéricos. As plantas
também têm nervos, mas nada tão intrincado como o plexo do ser
humano e do animal. Ambos reinos contêm a mesma agrupação geral
de nervos, de centros de força e canais e tem também uma coluna
vertebral e um cérebro. Esta organização do mecanismo de resposta
sensível constitui na verdade, a densificação do corpo etérico sutil.

Segredo Se denomina transfusão, palavra muito inadequada para expressar a


primitiva fusão, no animal, dos fatores psicológicos que conduzem ao
processo de individualização. É o processo de dar vida, integração
inteligente e desenvolvimento psicológico para enfrentar as
emergências.

Propósito Se denomina experimentação. Chegamos aqui a um grande mistério


peculiar em nosso planeta. Em muitos livros esotéricos foi afirmado e
insinuado que Deus e nosso Logos planetário ter cometido um erro
muito sério e que esse erro compreende o nosso planeta e tudo que
nele contém de dor, caos e sofrimento visíveis. Poderia dizer-se que não
houve um erro, mas sim simplesmente um grande experimento, de cujo
êxito ou fracasso não é possível julgá-lo? A finalidade do experimento
poderia ser que: a intenção do Logos planetário é produzir uma condição
psicológica que pode descrever-se como "lucidez divina." O trabalho da
psique e a meta da verdadeira psicologia é ver a vida com toda
claridade, tal como é, e tudo o que isso implica. Não significa condições
247
e meio ambiente, mas sim Vida. Esse processo começou no reino
animal e culminará no humano. Ambos estão descritos no Antigo
Comentário como "os dois olhos da Deidade, cegos no princípio, mas
depois verão, ainda que o olho direito veja com mais claridade do que o
esquerdo". A primeira tênue indicação desta tendência para a lucidez se
percebe na faculdade que tem as plantas de buscar o sol. Quase
inexistente no reino mineral.

Divisões Primeiro, os animais mais evoluídos e os domésticos como o cão, o


cavalo e o elefante.
Segundo, as bestas denominadas selvagens, como o leão, o tigre e
outras bestas carnívoras e perigosas.
Terceiro, o conjunto de pequenos animais que parecem não satisfazer
necessidade alguma, nem cumprir propósito especial, tais como as
inofensivas inumeráveis vidas que povoam nossos bosques, selvas e
campos do planeta, por exemplo, os coelhos e os roedores do
Ocidente. A descrição acima é uma ampla e geral especificação sem
importância científica, mas abarca adequadamente as divisões cármicas
e a conformação geral que lhes corresponde a esses conjuntos de vidas
em dito reino.

Agente objetivo O fogo e a água – ardente desejo e mente incipiente. Estes estão
simbolizados no poder que tem o animal para comer e beber.

Agente subjetivo O olfato ou rastro – a descoberta instintiva do que necessita, desde a


busca do alimento e a utilização do poder de sentir o cheiro desse
alimento, até a identificação do cheiro de seu amado mestre e amigo.

Qualidade Tamas ou inércia – neste caso, é a natureza tamasica da mente e não a


da matéria, como geralmente se entende. "Chitta" ou substância mental,
pode ser igualmente tamasica.

REINO MINERAL

Influências Do sétimo Raio de Organização e do primeiro Raio de Poder são os


fatores dominantes.

Os resultados Da evolução são a radiação e a potência, uma potência estática,


subjacente no resto do esquema natural.

Processo Condensação.

Segredo Transmutação. No Tratado sobre Fogo Cósmico se define da seguinte


forma: "A transmutação consiste em passar de um estado de ser a outro
por meio do fogo".

248
Propósito Demonstração da radioatividade da vida.

Divisões metais brutos, metais padrão, pedras preciosas.

Agente objetivo O Fogo. Constitui o fator iniciático deste reino.

Agente Subjetivo O som.

Qualidade A extrema densidade. A Inércia. O Brilho.

OS RAIOS E OS PLANETAS

Cada um dos planetas sagrados (aos quais não pertence nossa Terra) é a
expressão de uma das influências dos sete raios. O estudante deve lembrar-se de três
coisas:

1. Que cada planeta é a encarnação de uma Vida, uma Entidade e um Ser.

2. Que todo planeta, assim como todo ser humano, é a expressão de duas forças de
raio – o da personalidade e o da alma.

3. Que dois raios estão, portanto, em conflito esotérico em cada planeta.

OS RAIOS E NAÇÕES

Nação Raio da Personalidade Raio Egóico Lema

Índia 4º. Raio da Arte 1º Raio de Governo ―Oculto a Luz"

China 3º Raio do Intelecto 1º Raio de Governo "Indico o Caminho‖

Alemanha 1º Raio de Poder 4º Raio da Arte "Preservo"

França 3º Raio do Intelecto 5º Raio do Conhecimento "Libero Light"

Grã-Bretanha 1º Raio de Poder 2º Raio de Amor "Sirvo‖

Itália 4º Raio da Arte 6º Raio do Idealismo "Abro os Caminhos‖

EUA 6º Raio de Idealismo 2º Raio de Amor "Ilumino o Caminho‖

Rússia 6. Raio de Idealismo 7º Raio de Magia "Vinculo dois


e Ordem Caminhos‖

Áustria 5º Raio do 4º Raio da Arte "Sirvo no Caminho


Conhecimento Iluminado‖

Espanha 7º Raio de Ordem 6º Raio de Idealismo "Disperso as Nuvens‖

249
Brasil 2º Raio de Amor 4º Raio da Arte "Oculto a Semente "

Nota: 15

RAIOS DE ASPECTO E DE ATRIBUTO

Os quatro raios de atributo estão sintetizados no terceiro raio de aspecto,


produzem as diversas qualidades mais detalhadamente que raios de aspecto. Poderia
dizer-se em forma geral que os três raios de aspecto encontram sua principal expressão
em relação à humanidade, por intermédio dos três veículos periódicos:

1º Raio Poder Vida Idéias A Mônada.


2º Raio Amor-Sabedoria Consciência Ideal Alma.
3º Raio Inteligência Ativa Aparência ídolos Personalidade.

Se expressam em forma secundaria nos três corpos que formam a personalidade do


homem:

1º Raio Poder Idéias Corpo Mental Propósito. Vida.


2º Raio Amor Ideais Corpo Astral Qualidade.
3º Raio Inteligência Ídolos Corpo Físico Forma.

Os raios de atributo, embora se expressem igualmente em todos os planos e


através dos veículos periódicos e os três aspectos da personalidade, se expressam
principalmente através de um dos quatro reinos da natureza:

4º Raio Harmonia, Conflito 4º reino Humano. O equilíbrio.


5º Raio Conhecimento Concreto 3º reino Animal.
6º Raio Devoção 2º reino Vegetal.
7º Raio Ritual de Cerimonial 1º reino Mineral.

Estes são os principais campos de influência nos três mundos, e sobre eles nos
estenderemos mais adiante.

No que diz respeito ao gênero humano estes quatro raios de atributo se expressam
amplamente em conexão com os quatro aspectos da personalidade ou o quaternário. A
relação é:

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Consulte a página 217 para uma enumeração diferente dos raios. A aparente contradição pode ser
devido ao uso da palavra "raio" sem indicar se é um raio maior, um dos sete subraios de um raio maior e um
raio complementar está implícito. Os Editores.
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4º Raio Harmonia através do conflito Corpo físico.
5º Raio Conhecimento concreto Corpo etérico.
6º Raio Devoção Corpo astral.
7º Raio Organização Corpo Mental.

OS RAIOS QUE DEVEM SER CONSIDERADOS EM


CONEXÃO COM A HUMANIDADE

1. O raio do sistema solar.

2. O raio do Logos planetário do nosso planeta.

3. O raio do reino humano.

4. Nosso particular raio racial, raio que determina a raça ariana.

5. Os raios que regem um ciclo determinado.

6. O raio nacional, ou a influência que esse raio exerce especialmente sobre uma nação
em particular.

7. O raio da alma ou ego.

8. O raio da personalidade.

9. Os raios que governam:

a. O corpo mental.

b. O corpo emocional ou astral.

c. O corpo físico.

RELACIONAMENTO DOS RAIOS COM OS CENTROS

1. Centro Coronário Raio de Vontade ou Poder Primeiro Raio


2. Centro Ajna Raio Conhecimento Concreto Quinto Raio.
3. Centro Laríngeo Raio de Inteligência Ativa Terceiro Raio.
4. Centro Cardíaco Raio de Amor-Sabedoria Segundo Raio.
5. Plexo Solar Raio da Devoção Sexto Raio.
6. Centro Sacro Raio de Magia Cerimonial Sétimo Raio.
7. Base da coluna vertebral Raio de Harmonia Quarto Raio.

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REINO VEGETAL

Influências De segundo Raio de Amor-Sabedoria se expressam como sensibilidade


extremamente elevada.

Do Quarto Raio de Harmonia e Beleza que se expressa como


harmonização geral deste reino em todo o planeta.

Do Sexto Raio da Devoção (como foi expressado simbolicamente na


Sabedoria Antiga) "o desejo de consagrar a vida ao Sol, doador da vida"
ou também "o desejo de dirigir o olho do coração ao coração do sol".

Resultados Se manifestam no segundo reino como magnetismo, perfume, cor e


crescimento em direção à luz. Recomendo-lhes que estudem estas
palavras cuidadosamente, porque neste reino é onde primeiramente se
observa com claridade a glória que está à frente da humanidade.

a. A radiação magnética. A fusão dos objetivos dos reinos mineral e


vegetal.
b. O perfume da perfeição.
c. A glória da aura humana. O radiante corpo luminoso.
d. A aspiração que conduz à inspiração final.

Processo A conformidade ou o poder de estar "de acordo" com padrão definido nos
céus, e produzir abaixo o que existe acima. Neste reino isso é feito com
maior flexibilidade que no reino mineral, onde o processo de condensação
se efetua cegamente.

Segredo A Transformação. Processos ocultos de alquimia que permite aos


vegetais deste reino extrair seu sustento do sol e do solo e "transformá-lo"
em forma e cor.

Propósito O magnetismo. Fonte interna de beleza, encanto e poder de atração que


atrai para si formas de vida mais elevadas, e faz com que os animais o
consumam como alimento e as entidades pensantes extraiam a
inspiração, o estímulo e a satisfação mental.

Divisões As árvores e arbustos.

As plantas de floração.

As ervas e outras espécies que não entram nas duas anteriores. O grupo
de plantas que se classificam em forma geral como flora marinha.

Agente objetivo A água.

Agente subjetivo O tato.

Qualidade Rajas ou atividade.

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Este documento foi traduzido, com ajuda do Google Tradutor
(https://translate.google.com.br/), a partir do site da Lucis Trust
(http://www.lucistrust.org/en), do livro Esoteric Psychology - Volume I, que se encontra
disponível para leitura gratuita:
http://www.lucistrust.org:8081/obooks/?q=node/375

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