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ETOGRAMA DOS

SAGUIS (CALLITHRIX
SP.) DA
UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE FEIRA
DE SANTANA, BAHIA

Universidade Estadual de Feira de Santana 


Discentes: João Nunes, Bianca Calixto, Paloma Tavares e Ester Santos
Docente: Eraldo Medeiros
Disciplina: Ecologia Aplicada (BIO569)
Apresentação de projeto: Avaliação parcial 
Introdução
•  Família Callitrichidae
• Gênero: Callithrix
C. jacchus 
Callithrix jacchus (Linnaeus,
​ 1758)
Callithrix penicillata (Geoffroy Saint-Hilaire, 1812)
Callithrix kuhlii (Coimbra-Filho, 1985)​

​ Callithrix flaviceps (Thomas,1903)
 Callithrix aurita (Geoffroy Saint-Hilaire, 1812) G. penicillata 

 Callithrix geoffroyi (Humboldt, 1812)

G. aurita 

Google imagem 
Introdução

• Neotropicais 
•  Conhecidos popularmente como saguis
• Endêmicas  C. flaviceps 
3

C. geoffroyi 
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2020/07/03/interna-
brasil,869074/saguis-sao-vistos-em-diversas-regioes-da-capital-
paulista.shtml
•  Ausência: do 3° molar em cada fileira de dentes
• Presença: garras (exceto no C. halux)
• Cauda: não preênsil
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F
%2Fwww.saude.ce.gov.br%2F2012%2F03%2F08%2Fsoins-transmitem-
•  Pelame:  estriado no dorso e cauda
raiva-e-devem-ser-mantidos-na-
•  Tam. corporal: reduzido
•  Peso aprox:  300g 
• Principais características: 
Introdução
Introdução

• Animais diurnos: grupo dorme unido


•  Imigração 
•  Sistema de acasalamento https://www.elo7.com.br/kong-carrega-seus-dois-filhotes-
sagui-bebe/dp/1174910

    monogamia vs. poliginia  5

• Gestação: gêmeos 

https://www.youtube.com/watch?v=7IW3RawHMSc
Introdução: distribuição geográfica

•  C. jacchus:  estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,


Alagoas e Ceará
• C. penicillata: maranhão e sudeste do Piauí, o norte de São Paulo,  Tocantins,
Bahia, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul 6

• Espécies ecologicamente mais bem sucedida 

https://projetofauna.wordpress.com/2013/08/23/saguis-
https://www.infoescola.com/mamiferos/sagui/
callithrix-jacchus-e-callithrix-penicillata-informacoes/ https://brasilescola.uol.com.br/geografia/mapa-brasil.htm
Introdução: distribuição geográfica

• C.aurita, C. flaviceps, C. geoffroyi e C. kuhlii ​
   ​
       Endêmicas da Mata Atlântica 

C geoffroyi: Minas Gerais e Bahia


C. jacchus Mata Atlântica e no bioma da Caatinga 
C. penicilata: centro e centro-oeste do Brasil e caatinga 
Introdução: Comportamento animal

• A análise dos padrões de comportamento é dependente do tipo de atividade


exercida pelas espécies e a frequência com que elas acontecem;
• Gênero Callithrix – rotina;
• Início do dia: Comportamento de forrageamento e exposição ao sol; 8

• Últimas horas da manhã: Descanso ou realização de atividades;


• Fim da tarde: Continuidade ao forrageamento;
• Por volta das 18h: Se organizam para dormir.
Introdução: Comportamento animal
• Locomoção:
• Dispersa ou em fileira;
• Habilidade de saltar e escalar em
suportes verticais; 9

• Prendem-se fortemente em troncos de Indivíduos locomovendo-se entre o LAB 0 e o LABIO.


Fonte: Acervo pessoal.

árvores;
• Exploração de recursos alimentares.

https://projetofauna.wordpress.com/2013/08/23/saguis-
callithrix-jacchus-e-callithrix-penicillata-informacoes/
Introdução: Comportamento animal
• Comportamento alimentar:
• Tipo de dieta, tamanho da área
utilizada e tamanho do grupo;
• Forrageadores sociais; 10
Indivíduos forrageando. Fonte: Acervo pessoal.

• Diferentes estratégias de
forrageamento;
• Variedade de itens alimentares.

Indivíduo realizando gomivoria em cajueiro (Anacardium occidentale).


Fonte: Acervo pessoal.
Introdução: Comportamento animal
• Vocalização:
• Presente na maioria das espécies
pertencentes ao gênero em estudo;
• Vocalização do tipo chamado; 11

• Vocalização do tipo interação;


• Vocalização de alerta.
Introdução: Comportamento animal
• Alocatação:
• Realizado com a boca ou com os
membros;
• Atua no processo de limpeza; 12

• Elemento de interação social;


• Estabelecimento de vínculo;
• Corte e investimento parental.
Introdução: Comportamento animal
• Brincadeiras:
• Tamanho do córtex cerebral;
• Interação e manuseio do espaço físico;
• Teoria do Excedente de Energia 13

(Hebert Spencer, 1872); Indivíduos brincando. Fonte: Acervo Interação do indivíduo com urso de
pessoal. pelúcia. Fonte: SANTOS et al., 2010.

• Ato de brincar acúmulo de energia.

Comportamento de brincadeira
“luta romana” entre dois saguis
jovens.Fonte: SANTOS et al., 2010.
Objetivos
Geral: 
Analisar os comportamentos dos saguis (Callithrix sp.) na Universidade Estadual de
Feira de Santana
Específicos 
Observar as interações dos saguis (Callithrix sp.) em ambientes com e sem 14

circulação de pessoas
Analisar a relação intraespecíficas desses animais em ambientes antropizados

Relacionar como a presença humana age sobre o comportamento desses animais e


como os mesmos estão adaptados em ambientes antropizados
Metodologia
Área de estudo

• Cidade: Feira de Santana (12°16’S e 38°58’) 


    Clima: seco a subúmido 
    Precipitação anual média: 848 mm
    Temperatura anual média: 24°C 

https://www.google.com/search?q=feira+de+santana&rlz=1C1GCEU_pt-
BRBR835BR835&tbm=isch&sxsrf=ALiCzsZj4fdaxzTQwIC5WTnqVP-
GginIdw:1654627533064&source=lnms&sa=X&ved=2ahUKEwjI39_y_5v4AhW0BLkGHR-
DDQAQ_AUoA3oECAEQBQ&biw=1000&bih=611&dpr=0.8#imgrc=fqCc-BUzjuZ4jM
Metodologia
Área de estudo

•  Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) área interna total de de


1.096.741,67 m²
    Vegetação: Estepe, do tipo herbáceo-arbustiva

16
Metodologia
Método de observação

• A análise foi realizada no mês de maio de 2022, nos dias: 11, 13, 26.
• Foram escolhidos dois locais de observação sem movimento de pessoas e um
local para observação com movimento. 17

• Os grupos observados foram divididos com as siglas C5 para a cantina do Módulo


V, respectivamente; e G e L para Galpão e LABio.
• A contagem do número de indivíduos visualizados foi anotado a cada varredura e
o tempo escolhido para as observações foi de 3 min. de observação contínua e 15
min. de pausa entre as observações como em Barijan et al. (2013).
Metodologia
Atividades comportamentais
•Etograma
1. Vocalização: quando o animal emitiu algum tipo de som para o
estabelecimento da comunicação. Consideramos todos os tipos de vocalização. 
2. Alocatação: quando o animal realizou o ato de catação na pelagem de outro
18

animal ou sendo catado por outro animal, utilizando a boca ou os membros.


3. Locomoção: quando o animal deslocou-se de um ponto para o outro
caminhando, pulando, correndo ou escalando.
4. Repouso: quando o animal não estava se locomovendo.
Metodologia
Atividades comportamentais
• Etograma
5. Investida: quando o animal moveu o corpo rapidamente em direção a um animal de outra espécie,
além do ato de perseguição de forma agressiva, sem contato.
6. Brincadeira: corresponde aos momentos de perseguições, esconde-esconde (quando 19

o animal tenta achar visualmente outro indivíduo), além de beliscões, mordidas e lutas. 
7. Interação com humanos: quando o animal recebeu algum tipo de alimento
diretamente das pessoas. 
8. Forrageamento: quando o animal procurou por alimento, mostrando atenção
permanente ao ambiente ao redor.
Metodologia
Atividades comportamentais
•Etograma
9. Escarificação: quando o animal roeu ou raspou os dentes na casca de uma árvore
de goma.
10. Gomivoria: quando o animal comeu ou lambeu goma e/ou outros exsudatos 20

vegetais.
11. Frugivoria: quando o animal mordeu e/ou mastigou alimentos de origem vegetal.
12. Predação Animal: quando o animal mordeu e/ou mastigou alimentos de origem
animal.
13. Marcação odorífera: quando o animal esfregou a região genital em algum
substrato, podendo ser acompanhado de algumas gotas de urina.
•Indivíduo realizando escarificação em 21
cajueiro (Anacardium occidentale).
• Fonte: acervo pessoal.
• Indivíduo da direita predando
inseto.  22

• Fonte: acervo pessoal.


• Indivíduo com filhote realizando 23
gomivoria em cajueiro (Anacardium
occidentale). 
• Fonte: Acervo pessoal.
Resultados e Discussão
• Hibridação - C. jacchus e C. penicillata no campus da UEFS;

• O total de tempo de observação foi 27 minutos;


24

• Foram observados três grupos durante o processo, sendo eles o grupo G (galpão), L
(LABio) e C5 (cantina mód V);

• Todas as categorias de comportamento obtiveram porcentagens, com exceção de


Marcação odorífera;
25
Resultados e Discussão
• A primeira observação: dia 11 de Maio;
•  grupo G - 9 minutos e pausas de 30 minutos totais - 35 movimentações
comportamentais
- Locomoção com maior porcentagem 26

seguida pela Escarificação;

- não foram registradas: Vocalização,


Brincadeira, Interação com humanos,
Frugivoria e Marcação odorífera;

- Falta de circulação de pessoas no local;


Resultados e Discussão
• A segunda observação: dia 13 de Maio;
•  grupo L - 9 minutos e pausas de 30 minutos totais - 19 movimentações comportamentais.

- Locomoção maior porcentagem observada,


assim como observado para o grupo G,
seguida pelo Forrageamento; 27

- não foram registradas: Investida,


Brincadeira e Marcação odorífera;

- Foi observada Interação com Humanos;

- Presença de circulação de pessoas no local;


Resultados e Discussão
• Já a terceira observação: 23 de Maio;
•  grupo C5 -  9 minutos e pausas de 30 minutos totais com 51 movimentações comportamentais.

- Locomoção maior porcentagem observada 28


seguida de Escarificação e Vocalização;

- não foram registradas Predação animal,


Investida, Alocatação e Marcação odorífera

- Foi observada Interação com Humanos;


Resultados e Discussão

29
Resultados e Discussão

- grupo G, onde não houve nenhuma


vocalização, grupo L, apenas 5%, o
grupo C5 mostrou maior aumento na
30
porcentagem de Vocalização, com
20%, mostrando que pode haver uma
relação com a presença de
movimentação de pessoas sobre o
grupo;
Resultados e Discussão

 -Tanto no grupo G como no grupo


C5: uma porcentagem maior de
Escarificação, 

- No no grupo L a porcentagem de 31
Frugivoria foi maior - a presença de
frutos no grupo L pode ter inibido a
alimentação por goma, e a ausência,
ou pouca disponibilidade de frutos,
pode ter levado aos indivíduos G e L,
fazerem as marcações nas árvores.
Resultados e Discussão

 -A presença humana - maior uso da


vocalização

.  grupo C5 em comparação com os


outros dois.  32
.  ausente no grupo G;
.  e menor no grupo L.

Animais do grupo C5 apresentaram


comportamento de Brincadeiras -
devido ao fato de estarem mais
agitados com as movimentações.
Conclusão

• Pode-se observar, que a presença humana está relacionada à maior frequência de alguns
comportamentos aqui listados. Provavelmente, esta presença pode causar agitação, stress ou estado de
alerta, nos saguis que respondem com maior Locomoção, Vocalização e Escarificação.
33

• Assim, este trabalho trouxe uma pequena análise sobre o comportamento dos saguis em campo. 
• Embora seja possível observar efeitos da presença humana nos comportamentos dos saguis, faz-se
necessário mais campos e mais tempo de observação, pois mais dados e parâmetros podem ser ligados
aos descritos aqui. 
Referências
• BARIJAN, B. C.; VEIRANO, F. G.; FERRAZ, K. M. M. P. B.; MARCHINI, S. Diagnóstico populacional e comportamental de
saguis-de-tufo-preto (Callithrix penicillata) em ambiente peri-urbano. Monografia - Repositório Institucional da UNESP.
Universidade Estadual Paulista (Unesp). 2013. 
• BICCA-MARQUES, J. C.; GARBER, P. A. 2005. Use of social and ecological information in Tamarin foraging decisions.
International Journal of Primatology, v. 26, n. 6, p. 1321-1344. BURGHARDT, G. M. The genesis of animal play: Testing the
Limits. London: MIT Press, 2006. 
• CAVALHEIRO, M. C. O brincar em saguis Callithrix penicillata (Primates; Callitrichidae) sob o foco da teoria do excedente de 34
energia. 2008. 86 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) - Universidade de Brasília, Brasília, 2008. FARIA, D.S. 1986.
O estudo de campo do “Mico-Estrela” Callithrix penicillata do Planalto Central Brasileiro. In: Etologia de Animais e de
Homens. César Ades (ed.), Edicon/EDUSP - São Paulo, 1989, p. 109-121. 
• GARBER, P.A., 1992. Vertical clinging, small body size, and the evolution of feeding adaptations in the Callitrichinae.
American Journal of Physical Anthropology, 88: 469-482. 
• GARBER, P. A. 1987. Foraging strategies among living primates. Ann. Rev. Anthropol, v. 16, 339-364. 
• FUZESSY, Lisieux Franco. Comparative study of the morphology of wild Callithrix sp. hybrid groups in Viçosa, MG. 2013. 77
f. Dissertação (Mestrado em Biologia e Manejo animal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2013. Disponível em
<https://www.locus.ufv.br/handle/123456789/2266>
Referências
• JESUS, J. N.; SOUZA, G. B.; SANTOS, N. J.; ALMEIDA, I. F. CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL DO CAMPUS DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA ATRAVÉS DE MAPEAMENTO GEOTÉCNICO. In: XXI
Seminário de Iniciação Científica, 2017, Feira de Santana. XXI Seminário de Iniciação Científica, 2017. 
• NISHIDA, T. 1988. Development of social grooming between mother and offspring in wild chimpanzees. Folia Primatologica,
v. 50, n. 109-123. 
• NOVAES, Camila Moura. Análise cariotípica de saguis híbridos do gênero Callithrix no sudeste brasileiro. 2014. 62 f. 35

Dissertação (Mestrado em Biologia e Manejo animal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2014. Disponível em
<https://www.locus.ufv.br/handle/123456789/2266> 
• RANGEL, Cristiane Hollanda. Ecologia e comportamento de Callitrichidae (Primates) no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
2012. 67 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Evolução) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012. 
• RIBEIRO, C. V., VALE, C. A., ANDRIOLO, A., & PREZOTO, F. (2018). Short Articles. Caracterização das Interações entre
Sagüis (Callithrix penicillata) e Humanos. Neotropical Primates. 24. 17-22. 
OBRIGADO!

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