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Resumo:
O processo de luto é compreendido enquanto um tempo de elaboração frente a uma perda
significativa por morte. Neste estudo, refletimos sobre a importância de compreendermos esse
processo de luto por morte sob a compreensão sistêmica, considerando as implicações das perdas
no sistema familiar em que a pessoa está inserida Para tanto, foi realizado uma pesquisa
bibliográfica em que os resultados sugerem que o impacto da perda produz no sistema familiar
mudanças imediatas, significativas, á longo prazo, pois este sistema nunca mais será o mesmo. O
período de enlutamento, apesar de mobilizar sofrimento exigindo adaptações, configura-se como
uma oportunidade de lidar com questões significativas de um novo jeito, em deixar velhas crenças
para trás, abrir novas percepções que permitem novos investimentos no sistema, mantendo vivo,
sentimentos e lembranças boas em relação à perda significativa.
Palavras Chaves: Processo de luto; sistema familiar; compreensão sistêmica.
INTRODUÇÃO
Este estudo propõe discutir o processo de luto frente à elaboração da perda significativa
por morte no sistema familiar a partir de uma compreensão sistêmica, considerando de que as
manifestações de luto não ocorrem sozinhas, mas em todo o sistema em que está inserido. Assim
esta pesquisa se deu por meio de um levantamento de conhecimento existente na literatura sobre o
Quando se pensa em luto, nos referimos a uma perda significativa o qual neste enfoque
será por morte, que deve ser acompanhado com tal importância, pois o luto gera um sofrimento
impar na pessoa, faz com que experimente um conjunto de emoções e reveja conceitos, crenças
tabus até então não dimensionados na vida frente a esta perda. Faz também que as relações sejam
contexto que passará a ter um novo significado. Quando se pensa sistemicamente em luto, nos
deparamos com a possibilidade de olhar com “outra lente” para o luto e seu processo, em que
Maturana (2001) menciona que é na emoção que se sente no momento particular que se
pode ajudar a definir outras emoções no qual acontece em outros momentos e com isto o processo
de aprender e ver ajuda em quais ações são as melhores, diante das emoções.
Assim, mesmo que seja a primeira vez que ocorre o processo de luto no sistema familiar,
este sistema de alguma forma já vivenciou outras emoções que servirão de bases para esta nova
situação.
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A palavra perda possui várias definições que chegam ao mesmo denominador que é ficar
sem algo ou alguém, pode significar que a perda é uma conseqüência da vida e da morte, para
Kubler-Ross (1998) menciona que abordar a perda é estar próxima da vida e de suas
consequências. O ser humano se recusa a aceitar a morte como algo natural, a noção de
Walsh e McGoldrick (1998) mencionam que em apenas uma morte, ocorrem várias perdas:
um perde a mãe, outro a esposa, outro a irmã, a filha e assim por diante. O papel exercido pela
pessoa falecida produz diferentes significados para cada um dos enlutados no sistema familiar.
O luto abrange fases e reações próprias, em que a pessoa necessita viver de maneira
saudável para poder ter disponibilidade de novos investimentos em sua vida, mantendo vivo,
Porém quando o luto é vivenciado através de questões lineares, basicamente com foco
investigativo no “por quê?”, “quando”, “onde?”, “quem fez o que”, a postura passa a ser
reducionista, com foco na causa e efeito. Impede que se amplie o olhar, e acaba que não traz
foco de atenção se fecha as possibilidades de pergunta, impedindo que se pense naquilo que esta
acontecendo.
modelo de pensar, viver e ver a realidade adiante, suas redes de conexões que se formam através
Podemos mencionar Capra (1996) que diz que os problemas atuais fazem parte de um
sistema e que não podem ser estudos isoladamente, significa que estão interligados e são
interdependentes.
Para Bertalanffy (1975), “o organismo é maior do que a soma das partes”. Isto quer dizer
que descobrimos que fazemos parte de uma rede de relacionamentos que podem interferir
suficiente, pois o processo que os une e os organiza é fundamental para a compreensão e interação
Desta maneira, pode-se destacar uma parte deste todo integrado e que foi afetado, pois para
toda a perda significativa é necessário considerar um tempo, para que o vazio possa voltar a ser
preenchido, para que haja uma nova adaptação ao novo contexto a ser inserido.
Cada cultura vivencia a morte de uma maneira particular, através de ritos e rituais com
relevância para si e para o outro. O luto pode ocorrer da mesma maneira, porém de forma
particular, dependendo do tipo de vínculo existente, do conceito de morte entre outras questões.
O luto passa a existir a partir do momento em que o vínculo é rompido. Bowlby (2006)
menciona que o vínculo é primordial para a manutenção dos seres e a morte significativa acarreta
Evolução esta que só será possível a partir do momento que a pessoa se reconhecer parte
integrante deste processo sistêmico que interage com situações, contextos e outros sistemas.
A Teoria Geral dos Sistemas – TGS - começou a ser estudada em 1937 pelo biólogo
alemão Ludvig Von Bertalanffy, o qual justifica sua teoria dizendo que um conjunto organizado de
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leis pode se aplicar a todos os sistemas em geral. (Bertalanffy, 1968, p. 55). A ênfase dada a essa
teoria é a inter-relação e interdependência entre os componentes que formam um sistema.
Vasconcelos (2003) menciona que uma das características definidoras do sistema são as
relações que dão harmonia ao sistema todo atribuindo um caráter de totalidade ou globalidade,
sendo o sistema um todo integrado, em que as propriedades não podem ser reduzidas às partes.
O sistema pode apresentar-se de dois tipos: o sistema fechado se caracteriza pelo
isolamento face ao meio, não existem trocas.
O sistema aberto é aquele que tem suas características principais a interação ao meio. Esta
interação se dá através de entradas que são as forças de arranque de um sistema, o que permite a
operação do sistema e as saídas que são as finalidades para qual se reuniram elementos e relações
do sistema.
Para que o sistema seja aberto é necessária a retroalimentação que visa manter ou
aperfeiçoar o desempenho do processo e o ambiente que envolve externamente o sistema.
A relação entre o sistema aberto e o ambiente é constante, eles são inter-relacionados,
tendo em vista que as entradas de um sistema partem do ambiente e retornam através das saídas
geradas pelo processamento. O sistema recebe influencias do ambiente através de entrada e efetua
influencias através de saídas, porém, a viabilidade de um sistema depende da sua capacidade de
adaptar-se, mudar e responder as exigências e demandas do ambiente externo e a contextualização
da história.
O sistema aberto também descreve dois processos opostos, ambos imprescindíveis para sua
sobrevivência, que os são: Homeostase que é a tendência do sistema a permanecer estático ou em
equilíbrio, mantendo seu status quo interno e a Adaptabilidade que é a mudança na organização
do sistema para conseguir um novo e diferente estado de equilíbrio com o ambiente externo.
A partir dessas noções gerais sobre os sistemas, é possível pensar nas relações dentro de um grupo
ou de um grupo familiar, assim, numa família, o comportamento de cada um dos membros está
ligado ao comportamento de todos os outros.
O sistema familiar pode ser assimilado a um conjunto de funções como uma tonalidade e
no qual as particularidades dos membros não bastam para explicar o comportamento do conjunto
familiar. Nesse sentido a importância da complementaridade dos comportamentos no sistema
familiar.
Pois esta complementaridade é que fará que com a família possa se perceber como parte de
um contexto e assim reconhecer o “outro como legitimo outro” e legitimar a verdade do outro e
emergir uma realidade pela qual seremos ambos responsáveis. (Vasconcelos, 2005 p. 80).
O estado de um membro considerado doente, não pode destacar-se do contexto familiar.
Qualquer piora ou melhora no seu estado acarreta reações na saúde dos outros membros da
família, que podemos destacar como sendo o sintoma.
O sintoma é que desempenha um papel de equilíbrio na estrutura do grupo familiar. A
intervenção externa, isto é o meio, qualquer que seja nada mais pode fazer além de alimentar o
sintoma, pois o sistema familiar filtra as informações para confortar-se na doença e preservar a
homeostase, o qual há uma regulação homeostática, promovendo os princípios da Cibernética.
Wiener1 define a Cibernética como ciência que estuda a comunicação e os processos de
controle nos organismos vivos e nas máquinas. A Cibernética se ocupa em investigar
cientificamente processos sistêmicos de caráter muito variado. Entre eles os fenômenos de
regulação, processamento da informação, adaptação, auto-organização, auto reprodução, acúmulo
de informações e condutas estratégicas.
Bradford, (1997) em relação à cibernética que se apresenta como idéia básica a
retroalimentação que é um método para controlar um sistema reintroduzindo os resultados de seu
desempenho no passado. Resultados estes que pode ser uma retroalimentação simples como dados
numéricos para avaliar o sistema ou quando ocorre uma aprendizagem sendo que a informação
modifica seu processo atual.
Isto quer dizer que a retroalimentação proporcionará uma forma de manter a estabilidade
da organização familiar, porém a aprendizagem poderá iniciar uma opção para uma mudança.
Entretanto Bradford (1997) relata que:
“a cibernética estuda de que maneira os processos de
mudança determinam diversas ordens de estabilidade ou de
controle. Nesta perceptiva, o terapeuta deve ser capaz de
distinguir não somente a retroalimentação simples, que
mantém o problema apresentado por seu paciente, mas
também a retroalimentação de ordem superior, que mantém
esses processos de ordem inferior. O objetivo do terapeuta é
ativar a ordem do processo de retroalimentação que permita
a ecologia perturbada autocorrigir-se”. (Bradford, 1997).
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Norbert Wiener, matemático americano viveu entre 1894-1963, sua produção maior foi entre 1943-47, onde
concomitantemente, criaram em 1974 a teoria dos jogos e 1949 a teoria matemática da informação e 1947 a teoria
geral dos sistemas.
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Processo de luto
O processo de luto é um momento singular na pessoa que teve uma perda significativa,
pois é este processo que auxiliará a elaborar a morte de uma maneira mais natural.
Parkes (1998) menciona que o luto é um processo e não um estado, que o enlutado
apresenta sintomas característicos, mas que gradativamente passa. Um sintoma sentido pelo
Para Moura (2006) o processo é mais adequado à experiência do enlutado, pois, a cada
momento significativo a fase que vivenciou pode retornar ao longo do luto, pode coexistir com
outra fase e em outros momentos deixar de vivenciar alguma fase, por se encontrar em outro
momento.
Por isto o processo de luto é imprescindível para os enlutados, pois permite resgatar
sentimentos e emoções vividas ou até mesmo aquelas não vividas até o momento da perda, mas
para trás e se desprender desta perda significativa e que em condições normais o enlutado elimina
estas vinculações e passa lidar melhor com esta ausência e a novas mudanças que viram ocorrer.
Isto vem confirmar que o processo de luto se inicia a partir de um vínculo rompido, e que é
que o caracteriza.
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Assim, pode-se passar a considerar que o processo de luto é sistêmico porque não tem uma
previsão certa para acabar, pode durar um mês, um ano ou a vida toda, isto vai depender de cada
Vasconcelos (2003) explica que o que dá conexão ao sistema são as relações, pois o
sistema é visto como um todo e não em partes, isto é, são as relações que fazem com que o sistema
Portanto neste período de processo de luto, o enlutado vivencia fases ou etapas importantes
que o ajudaram a readaptação das relações sociais e familiares na tentativa de superar os desafios
existentes.
Estas fases ou etapas podem ajudar o enlutado a compreender a perda e ressignificar sua
vida de uma nova maneira, por isto este período de tempo se justifica, trazendo a oportunidade de
desenvolver-se emocionalmente, inclusive ao modo que irá vivenciar outros vínculos ou suas
novas relações.
depressão e aceitação são importantes para o enlutado, por meio destas fases é que o enlutado
encontrará condições de reavaliar sua vida, tomar contato com a realidade existente.
Parkes (1998) menciona que o processo de luto gera no enlutado uma sequencia de
sintomas e quadro clínicos, mas que no decorrer do período vai desaparecendo de maneira singular
e ímpar.
Bromberg (2000) menciona que o enlutado não deve receber só sentimentos de pena ou
compaixão, mas sim como uma pessoa que pode dar um novo significado a sua existência.
Por isto o processo de luto pode ocorrer de maneira normal em que o enlutado vivencia
vários sintomas tanto emocionais quanto físicos, em que traz implicações importantes, pois o
processo é dinâmico e complexo que envolve a pessoa como um todo, e que este processo é
enlutado consegue pensar no falecido sem a dor e sofrimento, quando consegue investir em novas
emoções na vida.
Mas pode ocorrer como um processo de luto complicado, em que gera no enlutado muito
mais energia e fatores que levam a várias circunstancias, desde problemas de personalidade com
vinculação no falecido até doenças psicossomáticas e físicas como, por exemplo, a síndrome do
coração partido.
Isto faz com que o processo de luto seja severo e dure mais tempo, impedindo que a pessoa
Embora haja variações no processo de luto, não se podem afirmar quando o luto é
totalmente complicado, pois é difícil determinar critérios de pessoa para pessoa, sendo que quando
a perda significativa tiver uma maior relação afetiva, mais difícil será recuperar e experimentar
complicado, pois se devem observar suas fases por mais tempo, antes de nomear o que o enlutado
Portanto, verifica-se que o processo de luto não progride de maneira linear, pois pode
surgir para que seja de novo trabalhado e até mesmo quando já se superou a fase e está na fase
O processo de luto não ocorre isoladamente para o enlutado, pois atingem seus familiares,
Assim, para a compreensão sistêmica, a família é vista com um sistema complexo, porém
social e flexível, pois se compõe por pessoas que trocam e compartilham significados.
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familiar, é que fará que com a família possa se perceber como parte de um contexto e reconhecer o
Para pensar em família com um sistema, Satir (1995) contribui dizendo que a família se
forma com partes individuais que se entrelaçam com suas próprias histórias, e que com suas
experiências traz para dentro do contexto familiar o significado das relações, formando assim
Pensar nesta nova forma de família é estar aberto para a entrada de um novo contexto,
Andolfi (1980) menciona que a família é m sistema aberto organizado por várias unidades
E neste sentido pode ser encarado como uma nova construção de contexto, em que
Por isto a família do enlutado passa a ter um papel fundamental neste processo de luto,
pois é a família que ressignifica as redes de conexões que se formam através da história de cada
Neste sentido, a maneira de pensar desta família se modifica, bem como a própria
comunicação em que ativa um senso de realização para si e para o outro, mas principalmente para
Portanto todos passam a serem coautores do processo de luto, em que possibilitam uma
organização no sistema, em que manterá coerente com a relação do outro e do próprio eu.
Pode-se observar que esta rede de conexão através da comunicação poderá expressar seus
viver e apresentar uma nova maneira de fazer parte deste novo contexto.
Freitas (2000) define que vivenciar o luto como um tempo vai depender de como ocorrer à
comunicação, isto é, abrir espaço à elaboração, de maneira que se destaque a saúde, a criatividade
e o prazer.
meio de uma comunicação, que influencia o outro e é influenciado, isto é não se pode não
comunicar, é impossível.
Comunicar-se significa por em comum, o que se pressupõe uma relação, significa integra-
se neste contexto para se apresentar como forma ou maneira que se vive, guardar suas
Satir (1988) foi quem mais se deteve na interação da comunicação nas relações,
Para Satir (1988) a comunicação significa integrar e transmitir, incluindo símbolos o qual o
do quadro, fica mais difícil tal informação, pois muitas das vezes as pessoas não conseguem lidar
com a situação, passando a ter outros tipos de comportamentos mais agravantes, como por
Kovács (2008) relata sobre como se deve dar a noticia, “a questão não é dar a noticia, e sim
como fazê-lo”. O fato é que a escuta não esta conectada aos sentimentos e por isto muitas das
vezes não se ouve. A autora desta que “transmitir más notícias é uma arte, um compartilhamento
As pessoas doentes sabem, ou intuem o que está acontecendo com elas, mesmo que não
sejam informadas diretamente. Não contar, ou pretender que nada esta acontecendo, favorece que
Outro ponto que Kovács (2003) relata é a postura da família diante da perda e do luto, em
que menciona que a sociedade atual se cala no luto, dizendo que as pessoas devem ser fortes, ou
processo de comunicação de más notícias e que “envolve ir além das palavras”, do conteúdo e
estar ciente do tom de voz, das reticências, do silêncio. As entrelinhas podem comunicar muito
Por isto é importante ressaltar que esta comunicação também se faz imprescindível diante
do processo de luto e que deve ser vivenciado no momento certo e conforme suas experiências,
assim o enlutado terá mais chance de superar tal dor e retornar sua vida com mais tranqüilidade.
Pois é necessária certa carga de energia nas pessoas para conseguir se desapegar a perda
Melo (2004) menciona que deste modo, como é importante perceber como o impacto da
perda significativa tem não só para a pessoa, mas para toda a família e suas interações.
luto, pois poderá trazer a toma lembranças e recordações pertinentes ao momento, aliviando e
minimizando a dor e a saudade. Satir (1988) observa que colocar a comunicação como um
sentimento, que necessita sair de dentro para fora, que deve olhar para si e se reconhecer parte
integrante de uma família, isto fará com que seja possível a mudança neste contexto familiar.
E é neste olhar para a família como um sistema, que será permitido outro tipo de situação
existente e real.
A morte para qualquer família leva uma quebra no equilíbrio familiar, esta quebra afeta
vários fatores significativos tanto no âmbito pessoal, social como no próprio ambiente familiar.
Todos estes fatores influenciam diretamente o processo de luto da pessoa e ao se redor, por
isto quando há um membro familiar em processo de luto, não pode deixar de destaca-se todo o
contexto familiar. Qualquer situação que acarreta reações na saúde de um dos membros da família
passa a ser um sintoma, que neste caso o processo de luto e suas fases vivenciadas são
caracterizados.
intervenção externa, isto é, o meio, qualquer que seja nada mais pode fazer além de alimentá-lo. O
deste sistema, impedindo novas realizações e oportunidades no contexto, quando esta família
permite a entrada de novos dados, como a melhora do processo de luto, o equilíbrio (homeostase),
o sistema vai retornando permitindo que a família volte a sua normalidade e aceite melhor o
Para isto é necessário à retroalimentação, que será a regulamentação do novo dado, que
quando ocorre este retorno informa o que aconteceu anteriormente no sistema, e assim ocorre a
aprendizagem.
organização familiar, porém é na aprendizagem que pode iniciar como uma opção para uma
mudança.
Considerações Finais
Portanto, podemos dizer que a abordagem sistêmica vem contribuir para o processo de luto
no sistema familiar com “uma nova lente”, em que permite abordar diretamente as questões
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Quando esta elaboração ao processo de luto não ocorre e faz com que a pessoa negue tais
constatações, referente aos seus sentimentos, e impedindo assim de retomar sua vida com
tranquilidade e se integrar novamente em suas relações, pode vir a se instalar uma crise no sistema
familiar.
Crise esta que promove vários aspectos, como a difícil missão de renunciar e a de excluir e
Walsh e McGoldrick (1998) afirmam que a intensidade da crise se faz por meio de
Pois tanto a perda quanto o luto afetam a todos, causando sintomas emocionais, como
depressão e ansiedade, assim como sintomas físicos. A importância de se prevenir tais sintomas,
com o apoio e encorajamento dos seus familiares, para manifestar os sentimentos vividos são
Assim, o sistema familiar consegue gerar harmonia e reestruturação flexível para que
superação.
Pois este sistema familiar consegue proporcionar estrutura, estabilidade e cuidados para si,
Neste sentido, a abordagem sistêmica se fará como um novo recurso neste processo em que
se faz com que ocorra outro direcionamento ao objetivo de aliviar o sofrimento e ressignificar a
vida.
Portanto, as questões se ampliam, favorecendo uma nova pauta da família, (que será viver
com a perda significativa), se retroalimentem para se ter presente o modo de pensar e como pensar
Com isto facilitará uma postura diferente para si e para as novas questões, em que
sistêmico, com possibilidade de ressignificar o contexto e abrir para um novo modo de interagir no
mundo.
reconhecer e contribuir ao enlutado e seu sistema uma nova interação e compreensão de cada parte
envolvida em que permite recordar a perda significativa com boas lembranças, em que resulta
ativamente no novo modo de olhar para a vida daqui em diante, em um novo contexto que será
construído ou restaurado.
Enfim o processo do luto sugere a cura de uma dor que se abre, os papéis sociais, a
reorganização da perda significativa, faz com que o enlutado e o sistema familiar possam
apresentar uma nova organização interna e externa de si em relação ao outro e ao meio em que
Referências Bibliográficas
BERTALANFFY, L.V. Teoria geral dos sistemas. São Paulo: Editora: Vozes Petrópolis. 1975.
FREITAS, Neli; Klix. Luto Materno e Psicoterapia: São Paulo; Summus, 2000.
PARKES, C.M. Luto: estudos sobre a perda na vida adulta. Tradução: Maria Helena Pereira
Franco – São Paulo: Summus, 1998.
1Pincus, L. (1989). A Família e a Morte: como enfrentar o luto. Paz e Terra, Rio de Janeiro.
SATIR, V. A Terapia do grupo familiar. Rio de Janeiro: 43 edição, Francisco Alves. (p. 07 a 120;
p. 121 a 142). 1988