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Relatório Final-Proj CRBA 0032016-Albertinho - 20170327164205 PDF
Relatório Final-Proj CRBA 0032016-Albertinho - 20170327164205 PDF
EQUIPE TÉCNICA
COOPERAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA/COLABORAÇÃO/PARCERIA
APOIO ADMINISTRATIVO
AGRADECIMENTOS
Aos profissionais das áreas de produção e de Segurança e Saúde no Trabalho, bem como,
os trabalhadores das carvoarias pertencentes às empresas FERBASA e SIBRA.
A Jaílson Bittencourt de Andrade e Pedro Afonso de P. Pereira, professores - doutores do
Laboratório de Pesquisa Química (LPQ) do Departamento de Química Geral e
Inorgânica, Instituto de Química – UFBA.
A David DeMarini e seus colaboradores, da Divisão de Carcinogênese Ambiental da
Agencia de Proteção Ambiental dos EUA (US EPA).
A Leticia Nobre, coordenadora do CESAT, SESAB.
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Telefone: (071) 3272-8850 - Fax: (071) 3272-8877 -CGC: 62.428.073/0017-01 - Inscrição Estadual: Isenta
A Gilka J. F. Gattás e Leni Gomes da Silva, do Departamento de Medicina Legal Ética
Médica Medicina Social e do Trabalho, Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo.
A Gisela de Aragão Umbuzeiro, professora e pesquisadora da Faculdade de Tecnologia
da UNICAMP.
A Dana Loomis no Departamento de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública da
Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, EUA.
À equipe de estudantes de Medicina, internos do CESAT/SESAB, que participaram da
coleta de dados.
A Lúcia Maria Rocha Lima Nunes e Maria Lúcia Pizzolato de Lucena, auditoras fiscais
do trabalho da Gerência Regional do Trabalho e Emprego/Camaçari/Bahia.
Salvador, Bahia
Março, 2016
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Qualquer parte deste relatório pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.
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APRESENTAÇÃO
Mina Kato
Coordenação
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RESUMO
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LISTA DE SÍMBOLOS, UNIDADES E ABREVIATURAS
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LISTA DE TABELAS
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LISTA DE TABELAS (continuação)
Tabela 17- Odds-ratio de prevalência (ORP e IC95%) de níveis altos de 2-NAP e 1-OHP 123
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LISTA DE TABELAS (continuação)
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LISTA DE QUADROS
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LISTA DE FIGURAS
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LISTA DE FIGURAS (continuação)
Figura 20 - Carregamento de madeira para caminhão realizado por grua (Foto de 2012). 98
Figura 23 - Trabalhador transportando madeira para o interior de um forno baixo (Foto 100
de 2002).
Figura 24 - (a) Forneiro colocando o fogo inicial no topo do forno; (b) trabalhador 101
caminhando pelo teto do forno (Fotos de 2002 (a) e 2003 (b)).
Figura 25 - Forno com ignição por baixo, na lateral (Foto de 2003). 102
Figura 27 - Temperatura medida na entrada de um forno aberto para retirar carvão (Foto 103
de 2012).
Figura 28 - Forneiro retirando carvão do forno utilizando carrinho de mão (Foto de 104
2013).
Figura 29 - Forneiro que realizava a retirada de carvão do forno apresentando região dos 105
olhos totalmente suja pela impossibilidade de utilizar óculos de proteção (Foto de 2012).
Figura 30 - Forneiro coçando os olhos com as mãos suadas e sujas de pó de carvão (Foto 105
de 2012).
Figura 31 - Forneiro apresentando sintomas da presença de partículas nos olhos (Foto de 106
2012).
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LISTA DE FIGURAS (continuação)
Figura 33 - Sistemas de silos das Fazendas Juruaba e Araticum (a e b) sob os quais as 108
carretas recebiam o carvão armazenado entre os anos 2002 e 2013, e de rampa (c), da
Fazenda Triunfo, por onde um trator levava o carvão para as carretas, em 2002.
Figura 34 - Trator realizando a transferência do carvão para a carreta (Foto de 2012). 109
Figura 36 - Forneiro utilizando EPR totalmente impregnado de poeira de carvão. Foto de 111
2012.
Figura 37 - Filtro utilizado pelos trabalhadores apresentando saturação após 3 dias de 111
uso (Foto de 2012).
Figura 38 - Máscara de proteção deixada pendurada em carrinho de mão (Foto de 2012). 112
Figura 39 - Filtro mecânico de alta eficiência, classe P3, para poeiras, fumos e 113
particulados, apresentando início de saturação após dois dias de uso durante coletas de
amostras de ar (Foto de 2013).
Figura 40 - Barrelador exposto à fumaça, mas utilizando máscara descartável para poeira 113
(Foto de 2012).
Figura 43 - Garrafa térmica contendo água potável para o trabalhador forneiro. Ao lado, 115
a garrafa de água que é utilizada em substituição ao copo (Foto de 2012).
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LISTA DE FIGURAS (continuação)
Figura 44 - Trabalhador terceirizado de uma carvoaria tomando banho em riacho local 116
(Foto de 2002).
Figura 45 - Média geométrica dos valores de mutagenicidade urinária, testadas com 126
Salmonella TG1041 + S9, segundo níveis de exposição à fumaça de carvoaria,
estratificada por hábito de fumar. Somente a diferença entre os níveis de exposição entre
não fumantes foi significante (P<0,05).
Figura 46 - Cromatograma de uma amostra real obtido pelo Método “1”. Em ordem de 130
eluição: D1, D2, formaldeído (1), acetaldeído (2), furfural (3), propanona (4), D3,
isômeros C4 (5), D4, D5, D6, D7, D8, D9.
Figura 47 - Trator realizando o enchimento com madeira de um dos novos fornos 148
retangulares da carvoaria Fazenda Limoeiro (Foto de 2012).
Figura 48 - Trator retirando carvão de um dos novos fornos construídos na carvoaria 149
Fazenda Limoeiro (Foto de 2012).
Figura 49 - Zona de circulação entre os novos fornos da Fazenda Limoeiro apresentando 149
contaminação por fumaça proveniente da chaminé de um forno (Foto de 2012).
Figura 50 - Barrelador realizando sua atividade nos novos fornos da Fazenda Limoeiro, 150
exposto à fumaça que atinge a zona de circulação (Foto de 2012).
Figura 51 - Trabalhadores expostos à poeira de carvão durante a atividade de auxílio no 150
enchimento da pá carregadeira do trator, na Fazenda Limoeiro (Foto de 2012).
Figura 52 - Trabalhadores expostos à poeira de carvão durante a atividade de retirada 151
dos “tiços” das pilhas de carvão, na Fazenda Limoeiro (Foto de 2012).
Figura 53 - Contaminação das zonas de circulação da nova bateria de fornos da Fazenda 151
Limoeiro, pela poeira de carvão emitida durante o enchimento dos caminhões pelo trator
(Foto de 2012).
Figura 54 - Plataforma móvel para acesso do carbonizado ao topo das portas dos novos 152
fornos da Fazenda Limoeiro (Foto de 2012).
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 23
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 27
2.1. Processo de produção do carvão vegetal 27
2.1.1. Os fornos 29
2.1.2. Processo de carbonização e composição química da fumaça 29
da queima da madeira
2.2. Emissões para a atmosfera e contaminação do ambiente de trabalho 34
2.3. Riscos à saúde por exposição à fumaça da madeira 44
2.4. HPAs e compostos carbonílicos 46
2.4.1. HPAs 46
2.4.1.1. Efeitos à saúde - carcinogenicidade 49
2.4.1.2. Limites de exposição ocupacional e padrões de qualidade do ar 51
2.4.1.3. Monitoramento biológico da exposição 53
2.4.1.4. Métodos de determinação no ar 54
2.4.2. Compostos carbonílicos 56
2.4.2.1. Efeitos à saúde – carcinogenicidade 60
2.4.2.2. Limites de exposição ocupacional e padrões de qualidade do ar 63
2.4.2.3. Monitoramento biológico da exposição 64
2.4.2.4. Métodos de determinação no ar 66
3. METODOLOGIA 67
3.1. Fase I: Reconhecimento do ambiente e das condições de trabalho nas 70
carvoarias da região nordeste do Estado da Bahia: avaliação qualitativa do ponto
de vista da higiene ocupacional
3.2. Fase II: Reconhecimento dos riscos à saúde dos trabalhadores, com ênfase no 71
aparelho respiratório, por meio de entrevistas estruturadas
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3.3. Fase III: Avaliação da exposição de trabalhadores a fumaça, na produção de 72
carvão vegetal por meio de determinação de indicadores biológicos de HPAs
3.4. Fase IV: Avaliação da susceptibilidade individual em relação à exposição à 73
fumaça, por meio do polimorfismo genético da glutationa-transferase
3.5. Fase V: Avaliação dos efeitos genotóxicos e mutagênicos da exposição à 73
fumaça da queima da madeira em trabalhadores de carvoarias, por meio de
investigação de danos no DNA do epitélio nasal e mutagenicidade urinária
3.6. Análise estatística das fases II a V 75
3.7. Fases VI a VIII: Avaliações das concentrações de compostos carbonílicos, 76
HPAs, benzeno e poeira (total e respirável) no ar das carvoarias
3.7.1. Locais e períodos das coletas de amostras 76
3.7.2. Métodos analíticos adotados como referência 77
3.7.3. Amostras pessoais e estacionárias 77
3.7.4. Bombas de amostragem de ar: vazão e calibração 80
3.7.5. Duração das coletas e cálculo de concentração. 81
3.7.6. Eficiência de coleta – ocorrência de breakthrough 82
3.7.7. Compostos carbonílicos 82
3.7.7.1. Método de coleta 83
3.7.7.2. Método de análise 84
3.7.8. HPAs 85
3.7.8.1. Método de coleta 85
3.7.8.2. Método de análise 87
3.7.9. Benzeno 89
3.7.9.1. Método de coleta 89
3.7.9.2. Método de análise 89
3.7.10. Coleta e análise de poeira total e poeira respirável de carvão vegetal 91
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 93
4.1. Condições de trabalho e do ambiente nas carvoarias da região: avaliação 93
qualitativa do ponto de vista da Higiene Ocupacional (Fase I)
4.1.1. Corte e transporte de madeira 96
4.1.2. O trabalho nos fornos 100
4.1.3. Transporte do carvão 106
4.1.4. EPIs 109
4.1.5. Condições das instalações, dormitórios e áreas de vivências nas 114
carvoarias
4.2. Exposição a fumaça e sua relação com efeitos respiratórios, danos ao DNA no 117
epitélio nasal e mutagenicidade urinária (Fases II a V)
4.2.1. Sintomas e efeitos respiratórios, danos ao DNA no epitélio nasal e 118
exposição à fumaça da queima de madeira
4.2.2. Avaliação da exposição ocupacional à fumaça na produção de carvão 121
vegetal por meio de indicadores biológicos de HPAs
4.2.3. Mutagenicidade urinária e exposição à fumaça da queima da madeira 124
4.2.4. Limitações e atualidade do estudo 126
4.3. Avaliação das concentrações de compostos carbonílicos e HPAs, em amostras 128
pessoais, coletadas na zona respiratória de trabalhadores, e estacionárias, coletadas
em zonas de circulação entre fornos em processo de carbonização (Fase VI)
4.3.1. Compostos carbonílicos 128
4.3.1.1. Ajustes nas metodologias de coleta e de análise 128
4.3.1.2. Concentrações de CC nas amostras pessoais e estacionárias 130
4.3.2. HPAs 135
4.3.2.1. Ajustes na metodologia de coleta 135
4.3.2.2. Eficiência de dessorção (ED) dos HPAs 137
4.3.2.3. Concentrações de HPAs nas amostras pessoais e estacionárias 138
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4.4. Avaliação das concentrações de benzeno no ar em amostras estacionárias 142
coletadas na zona de circulação entre fornos em processo de carbonização (Fase
VII)
4.5. Avaliação das concentrações de poeira de carvão vegetal no ar, nas frações 144
total e respirável, em amostras pessoais coletadas na zona respiratória de
trabalhadores que retiravam o carvão dos fornos (Fase VIII)
4.6. Limitações e atualidade do estudo, no tocante às avaliações ambientais 147
4.7. Alterações tecnológicas recentes em algumas plantas de produção de carvão 148
vegetal na região onde foi realizado o estudo
4.8. Publicações e apresentações de trabalhos em eventos científicos 153
5. CONCLUSÕES 157
5.1. Condições de trabalho, efeitos à saúde e monitoramento biológico da 157
exposição
5.2. Avaliação ambiental dos agentes químicos 159
5.3. Equipamentos de proteção coletiva e individual 162
6. RECOMENDAÇÕES 163
APÊNDICES 166
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Informado 166
APÊNDICE B – Questionário respondido pelos trabalhadores das carvoarias 168
APÊNDICE C – Resultados de concentrações de HPAs no ar, de todas as 183
amostras pessoais e estacionárias coletadas
APÊNDICE D – Resultados de concentração de benzeno de todas as amostras 189
estacionárias coletadas
APÊNDICE E – Resultados de concentração de poeira de carvão de todas as 192
amostras pessoais coletadas (poeira total e poeira respirável)
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23
1. INTRODUÇÃO
De acordo com a FAO - Food and Agriculture Organization (FAO, 2014), cerca de 52
milhões de toneladas de carvão vegetal são produzidas anualmente no mundo a partir da queima
de madeira. Os principais produtores são países em desenvolvimento, localizados principalmente
na África, América Latina e Caribe. O Brasil, mesmo apresentando uma queda de produção de
12,5 milhões de toneladas no ano de 2002 para 7,6 milhões de toneladas em 2013, ainda aparece
como o maior produtor de carvão vegetal, sendo responsável por 73% da produção da América
do Sul e 14,7% da produção mundial. Em 2012, segunda dados da Agência Brasil (Agência
Brasil, 2012), oito estados responderam por mais de 95% da produção de carvão vegetal do país,
sendo o Estado do Mato Grosso do Sul o principal produtor, seguido pelo Maranhão, Minas
Gerais e Piauí. O Estado da Bahia apareceu como o quinto maior produtor, seguido pelo Pará,
Goiás e o Mato Grosso.
O carvão vegetal produzido destina-se, principalmente, às indústrias siderúrgicas de
ferro-gusa, de ferro-ligas e de aço, que o utiliza como combustível redutor. Estas indústrias,
juntas, respondem por 88,2% do consumo do carvão vegetal do país. O maior consumidor do
Brasil é o Estado de Minas Gerais, responsável por mais de 60% do consumo, enquanto que o
Estado da Bahia responde por um consume entre 1 e 2% (Medeiros, 1999; Zuchi, 2002; SBS,
2008).
Associadas à produção de carvão vegetal estão as atividades de reflorestamento (plantio,
manutenção e corte das árvores) e de transporte (da madeira e do próprio carvão), geralmente
realizadas por empresas terceirizadas. Em 2001, a mão-de-obra total envolvida, desde o corte da
madeira até o transporte do carvão para as siderurgias, era de aproximadamente 65.000
trabalhadores diretos e 280.000 indiretos (ABRACAVE, 2001 apud SBS, 2001). Dados mais
recentes (ABRAF, 2013) mostram que em 2012 o número de empregos no segmento da
Siderurgia a Carvão Vegetal associado às florestas plantadas foi de cerca de 15.000 diretos e
157.000 indiretos. Vale ressaltar que as metodologias adotadas pelas instituições citadas
(ABRACAVE e ABRAF) nas estimativas da mão de obra empregada foram diferentes, podendo
dificultar a comparação desses números. Os números da ABRAF não contemplam, por exemplo,
a mão de obra envolvida na produção de carvão a partir de florestas nativas.
A madeira utilizada para a produção de carvão é proveniente de áreas de reflorestamento
(florestas plantadas com eucalipto ou pinho) e de florestas nativas, neste último caso,
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27
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Apesar do fato da produção de carvão vegetal ser um processo antigo, praticado desde a
Era do Ferro, a falta de literatura técnico-cientifica disponível na época especifica sobre
ambiente de trabalho na produção de carvão vegetal no Brasil e no mundo foi um dos grandes
incentivos para se iniciar o projeto. A produção pode ter uma escala bem pequena para consumo
do carvão na cozinha ou no aquecimento de residências (GIRARD, 2002; SMITH et al, 1999),
ou ter uma escala mais industrial e fazer parte da produção do ferro-gusa (ROSILLO-CALLE et
al., 1996). Esta revisão tem como foco esta última forma de produção do carvão vegetal, no
Brasil.
As principais fontes bibliográficas que versam sobre as condições de trabalho nesse
processo são posteriores à data do início do projeto. Dentre eles, tratam especificamente das
carvoarias brasileiras, a tese de mestrado “A evolução na produção de carvão vegetal e suas
repercussões na produtividade e qualidade do carvão, nas condições de trabalho e no meio
ambiente: estudo comparativo” (ZUCHI, 2001) e os artigos “Das carvoarias às plantas de
carbonização: O que mudou na Segurança e Saúde dos Trabalhadores” (ZUCHI, 2002) e
“Processo de trabalho e saúde dos trabalhadores na produção artesanal de carvão vegetal em
Minas Gerais, Brasil” (DIAS et al., 2002) que tratam das carvoarias no estado de Minas Gerais e,
o artigo, fruto já do projeto, “Charcoal producing industries in northeastern Brazil” (indústrias
produtoras de carvão do nordeste brasileiro) (KATO et al., 2005).
As árvores, sejam elas provenientes de florestas nativas ou de áreas plantadas, são
cortadas, desgalhadas (retirada dos galhos) e retalhadas em troncos de tamanhos apropriados
para os fornos, após o que são transportados para as carvoarias. Os troncos são inicialmente
empilhados nas proximidades dos fornos para, em seguida, serem transportados e arrumados,
manualmente e com grande esforço físico, dentro dos mesmos. As portas dos fornos são
fechadas com tijolos e com barro (argila), após o que é realizada a ignição, colocando-se fogo
em uma abertura localizada no topo ou na lateral dos mesmos, a depender do tipo de forno
adotado. A combustão incompleta da madeira é a condição básica para a produção do carvão e é
chamada de carbonização (SMITH et al., 1999; DIAS et al., 2002; ZUCHI, 2001; ZUCHI, 2002;
KATO et al.,2003). Finda a combustão, após o resfriamento do forno, o carvão é removido
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28
manualmente e empilhado na parte externa, onde ficará aguardando ser carregado para os
caminhões que farão o transporte para o seu destino final. O fluxograma simplificado do
processo de produção de carvão vegetal está representado na Figura 1.
Corte da Madeira
Carbonização e Resfriamento
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2.1.1. Os Fornos
No passado, os fornos eram predominantemente construídos no solo, em covas
retangulares, próximas à área que estava sendo explorada. Estes processos ainda podem ser
encontrados em algumas regiões carentes do Brasil, África e Ásia. Têm baixo rendimento e
agridem severamente as raízes das árvores, matando-as por aquecimento do solo. Também eram
muito comuns os modelos de fornos construídos de barro, conhecidos como “rabo quente”
(GIRARD, 2002). Atualmente, a maioria dos fornos é de alvenaria, construídos com tijolos e
com barro (argila do próprio local) e pode ter formato cilíndrico ou semicircular (Figuras 2 e 3).
O diâmetro interno varia de 3 a 8 metros, sendo os de 5 metros os mais comuns. A altura no
centro do forno é variável, dependendo da capacidade de produção e da tecnologia adotada,
sendo os de 2,15 metros os mais comuns. Todos os fornos de alvenaria são dotados de orifícios,
chamados de tatus e baianas, distribuídos ao longo das paredes e no topo dos fornos, por onde sai
a fumaça oriunda da queima da madeira. Também possuem chaminés localizadas nas laterais e
esta é uma opção que garante a produção de um carvão de melhor qualidade. Os fornos do tipo
“rabo quente” não possuem chaminés. No Estado de Minas Gerais existem carvoarias onde os
fornos são retangulares e comportam a entrada de gruas ou caminhões, para a colocação da
madeira e descarga do carvão. Esses fornos contam com câmara de combustão externa e/ou
sistemas recuperadores de alcatrão (ZUCHI, 2001; ZUCHI, 2002; FERREIRA, 2000; SMITH et
al., 1999). Esta condição, no entanto, ainda não existia nas carvoarias do Estado da Bahia no
início do estudo.
foram encontrados na literatura outros estudos que tenham sido realizados em ambientes de
trabalho reais de carvoarias.
Chaminé
Figura 2 - Forno de alvenaria, cilíndrico, apresentando os orifícios e chaminés por onde sai a
fumaça e realiza-se o controle da carbonização (Foto de 2002).
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Orifícios (tatús e
Chaminé baianas).
Figura 3 - Forno de alvenaria, semicircular, apresentando os orifícios e chaminés por onde sai a
fumaça e realiza-se o controle da carbonização (Foto de 2002).
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Fumaça
Branca
Fumaça
Azul
Fumaça
Parda
Figura 4 - Forno emitindo fumaça nas tonalidades branca, parda e azul, após estar carbonizando
por um ou dois dias (Foto de 2002).
Fumaça
Branca
Fumaça
Azul Fumaça
Parda
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Produto (% massa)
Carvão com 86% de carbono fixo 33,0 - 35,0
Líquido pirolenhoso 33 - 35,5
(ou Ácido pirolenhoso)
Alcatrão vegetal insolúvel 6,5 - 7
Gases não condensáveis 25,0
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encontraram partículas maiores do que 1m, justificado pelo fato de a maior parte desse material
particulado ser gerada por condensação.
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(mg/kg de madeira)
Produto Pinho Eucalipto Carvalho
FG* MP** FG MP FG MP
Aldeídos e Cetonas
(Compostos carbonílicos)
Acetaldeído 1704 - 1021 - 823 -
Acetona 749 - 79 - 462 -
Acroleína 63 - 56 - 44 -
Benzaldeído 49 - 21 - 16 -
Biacetil 89 - 73 - 73 -
Butanal/Isobutanal 96 - 31 - 62 -
Butanona 215 - 77 - 115 -
Coniferil aldeído - 230 - 19,3 - 15,1
Crotonaldeído 276 - 198 - 177 -
2,5-Dimetilbenzaldeído 12 - 50 - 20 -
Formaldeído 1165 - 599 - 759 -
Furfural 111 - 161 - 200 -
Glioxal 670 - 616 - 439 -
Guaiacil acetona 88,6 118 143 29,0 123 33,7
Heptanal 419 - 626 - 77 -
Hexanal 418 - 189 - 90 -
Hidroxibenzaldeídos 12,1 7,91 11,4 0,32 14,1 0,53
Hidroximetilfurfural 142 62,3 439 30,8 145 64,5
Metilglioxal 943 - 520 - 321 -
2-Oxobutanal 241 - 337 - 194 -
Pentanal 32 - 28 - 88 -
Propanal 255 - 155 - 153 -
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(mg/kg de madeira)
Produto Pinho Eucalipto Carvalho
FG* MP** FG MP FG MP
Fluoreno 4,4 - 2,6 - 3,8 -
Indeno[1,2,3-cd]pireno - 0,52 - 0,17 - -
Metilantraceno 1,1 0,30 0,52 - 0,68 0,04
Metilfenantrenos (soma) 6,8 1,8 3,4 - 4,6 0,26
Metilnaftalenos (soma) 39,4 - 17,2 - 27,5 -
Naftaleno 227 - Nd - Nd -
Pireno 1,9 3,8 1,4 0,3 2,4 1,2
Outros HPAs 6,8 23,2 2,6 3,6 5,2 7,0
Outros compostos
Ácidos n-alcanóicos 2,4 68,5 - 49,3 - 52,9
Ácidos n-alcenóicos - 77,9 - 35,3 - 23,4
Fenóis e fenóis substituídos 1447 123 785 61 805 260
Guaiacóis 1243 168 480 2,8 536 4,1
HPAs Cetonas 24,5 7,2 12,3 1,8 19,8 1,5
Levoglucosan - 1375 - 1940 - 706
Outros açúcares - 403 - 77 - 75
Outros ácidos - 309 - 0,42 - 7,3
Siringóis 0,79 - 555 448 837 352
* FG = Fase Gasosa ** MP = Material Particulado ***Nd = não determinado
Fonte: SCHAUER et al., 2001.
HPAs, oxi-HPAs, metoxifenois e fenóis e alertaram para o risco para a saúde dos trabalhadores
de carvoarias, enfatizando a necessidade de se estender os estudos para outros tipos de madeira,
no sentido de avaliar o risco de câncer e determinar as concentrações de HPAs e de outras
substâncias às quais os trabalhadores carvoeiros estejam expostos (RÉ-POPPI; SANTIAGO-
SILVA, 2001; RÉ-POPPI; SANTIAGO-SILVA, 2002; BARBOSA, 2002).
Utilizando o mesmo forno de alvenaria da UFMS, Barbosa e colaboradores (2006)
determinaram as concentrações de 16 HPAs, nas fases gasosa e de material particulado, emitidos
durante a queima da mesma espécie de eucalipto (Eucalyptus sp). Os 16 HPAs determinados
foram: naftaleno, acenaftileno, acenafteno, fluoreno, fenantreno, antraceno, fluoranteno, pireno,
benzo[a]antraceno, criseno, benzo[b]fluoranteno, benzo[k]fluoranteno, benzo[a]pireno,
indeno[1,2,3-cd]pireno, benzo[g,h,i]perileno e dibenzo[a,h]antraceno. Apesar de não ter sido
conduzido em um ambiente de trabalho real, o estudo determinou as concentrações atmosféricas
dos 16 HPAs em amostras estacionárias coletadas a uma altura de 1,6 m do solo, ou seja, na
altura média da zona respiratória, e a uma distância de 1,5 m do forno, que corresponde a uma
zona de circulação de pessoas, no sentido da pluma da fumaça. As amostras foram coletadas em
períodos de 8h, período idêntico ao da jornada típica de trabalho no Brasil e durante 30h de
carbonização de 6 m3 de madeira. Os autores afirmam que detectaram todos os 16 HPAs
emitidos na fumaça. Os mais abundantes foram os oito primeiros (de naftaleno a pireno), sendo
que o naftaleno representou cerca de 50% da quantidade total dos HPAs. O naftaleno só foi
detectado na fase gasosa, em concentrações variando entre 0,8 e 34 µg/m3 (microgramas por
metro cúbico), com média de 11 µg/m3. As maiores concentrações de naftaleno ocorreram nas
primeiras 8h de carbonização. As concentrações médias totais dos 16 HPAs estiveram em torno
de 24 µg/m3 na fase gasosa e 3 µg/m3 no material particulado, respectivamente. Esta foi a
primeira publicação relatando as concentrações atmosféricas de 16 HPAs emitidos durante a
carbonização de eucalipto para a produção de carvão vegetal, determinadas na altura média da
zona respiratória.
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Tabela 5 - Substâncias identificadas na fumaça da queima de eucalipto para produção de carvão
vegetal em estudo piloto na UFMS (continuação).
Pico Pico
Substância Provável Substância Provável
N° N°
59 metilfluoreno ou 136 benzo[a]pireno
dihidroantraceno
60 4-acetilsiringol 137 dibenzonaftofurano
61 9,10-dihidrofenantreno 138 perileno
62 9-fluorenona 139 benzo[g]criseno ou isômero
63 2-hidroxidibenzofurano 140 dibenzo[a,j]antraceno
64 fenantreno 141 indenopireno ou isômero
65 antraceno 142 indeno[1,2,3-cd]pireno
66 1-fenilnaftaleno 143 dibenzo[a,h]antraceno
67 metilfenantreno ou 144 benzo[b]criseno
metilantraceno (?)
68 metilfenantreno ou 145 Benzo[g,h,i]perileno
metilantraceno (?)
69 1H-fenaleno-1-ona 146 Dibenzo[def,mmo]criseno
70 3-metilfenantreno ou isômero
71 4H-ciclopenta[def]fenantreno
72 2-metilfenantreno ou isômero
73 2-metilantraceno ou isômero
74 ácido n-hexadecanóico
75 metilfenantreno ou
metilantraceno (?)
76 2-fenilnaftaleno
77 4,5,9,10-tetrahidropirene
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substâncias estão presentes predominantemente na fase gasosa da fumaça, mas existem outras
que se distribuem entre a fase gasosa e o material particulado, e as que são encontradas apenas
no material particulado.
A mutagenicidade do material particulado gerado na combustão da madeira ou de plantas
como o tabaco é geralmente aceita, embora se conheça pouco sobre as potências das diferentes
fontes (PUTNAM et al., 1999). Nardini e colaboradores (1994) observaram atividades
mutagênicas elevadas em salmonelas expostas aos extratos de fumaça provenientes da queima de
carvão ou de madeira de ambientes domésticos. Pimenta e colaboradores (2000) avaliaram a
toxicidade aguda e a genotoxicidade do condensado do fumaça do Eucalyptus grandis com
bioensaios que usam Photobacterium phosphoreum e Vibrio fisheri, respectivamente. A fração
fenólica mostrou toxicidade aguda mais intensa, enquanto que apenas a fração que contém HPAs
(extrato de pirólise total) foi positivo para o teste de genotoxicidade.
A maioria dos estudos disponíveis se refere à exposição ambiental a fumaça de madeira
gerada por fontes domésticas, principalmente nos países em desenvolvimento. Vários
pesquisadores, incluindo Dossing e al-Rabiah (1994), Dutt e colaboradores (1996), Perez-Padilla
e colaboradores (1999), Robin e colaboradores (1996), Ellegard (1996), Dennis e colaboradores
(1996), Behera (1997), Bruce e colaboradores (1998), Pintos e colaboradores (1998), Naeher e
colaboradores (2000), avaliaram os efeitos à saúde das crianças e mulheres, resultantes da
exposição a fumaças geradas em fogões a lenha, lareiras ou fornos. Apenas alguns realizaram
medidas quantitativas de material particulado (LARSON; KÖENIG, 1994; DUTT et al., 1996;
PEREZ-PADILLA et al., 1999; ROBIN et al., 1996; ELLEGARD, 1996; DENNIS et al., 1996;
NAEHER et al., 2000). Nenhum componente carcinogênico ou irritante foi quantificado nesses
trabalhos. Os efeitos adversos descritos nos artigos mencionados foram: alteração da função
pulmonar, bronquite crônica, catarata, irritação de olho e pele, mortalidade perinatal, tuberculose
pulmonar, espirro, tosse e expectoração. Mulheres expostas à fumaça de madeira doméstica têm
um risco até cinco vezes maior de bronquite crônica e doença pulmonar obstrutiva crônica
quando comparadas às não-expostas. Crianças expostas mostraram prevalência mais alta de
doença pulmonar obstrutiva crônica e de infecções respiratórias agudas (LARSON, KÖENIG,
1994; PEREZ-PADILLA et al., 1999; BRUCE et al., 2000). Cânceres de trato respiratório e
digestivo superior também foram relatados por Pintos e colaboradores (1998) e Bruce e
colaboradores (2000).
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Apesar de uma literatura extensa em relação aos efeitos à saúde por exposição à fumaça
de madeira ou plantas de modo geral, os únicos artigos encontrados abordando os efeitos da
exposição ocupacional a fumaça da queima de madeira no início do estudo foram de Betchley e
colaboradores (1997), Bergström e colaboradores (1997), Tzanakis e colaboradores (2001) e
Ellegard (1994). Betchley e colaboradores e Bergström e colaboradores estudaram a alteração da
função pulmonar de bombeiros florestais norte-americanos. Os autores observaram uma redução
no volume expiratório forçado depois do turno, em comparação ao início da jornada de trabalho.
Tzanakis e colaboradores e Ellegard relataram que trabalhar próximo a fornos de alvenaria em
processo de carbonização afetou negativamente a capacidade respiratória dos trabalhadores. Os
mesmos autores mostraram que os sintomas respiratórios também aumentaram após a exposição.
2.4.1. HPAs
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Tabela 6 - Propriedades físico-químicas de alguns HPAs.
HPA Peso Ponto de Ponto de
(Fórmula Molecular) CAS Molecular Fusão Ebulição
(°C) (°C)
Naftaleno
91-20-3 128,17 80,2 218
(C10H8)
Acenaftileno
208-96-8 152,20 96,5 280
(C12H8)
Acenafteno
83-32-9 154,21 93,4 279
(C12H10)
Fluoreno
86-73-7 166,22 115 295
(C13H10)
Fenantreno
85-01-8 178,24 99,2 340
(C14H10)
Antraceno
120-12-7 178,24 215 340
(C14H10)
Fluoranteno
206-44-0 202,26 108 384
(C16H10)
Pireno
129-00-0 202,26 151 404
(C16H10)
Benzo[a]Antraceno
56-55-3 228,29 167 435
(C18H12)
Criseno
218-01-9 228,29 258 448
(C18H12)
Benzo[b]Fluoranteno
205-99-2 252,32 168 481
(C20H12)
Benzo[k]Fluoranteno
207-08-9 252,32 217 480
(C20H12)
Benzo[a]Pireno
50-32-8 252,32 177 495
(C20H12)
Indeno[1,2,3-cd]Pireno
193-39-5 276,34 164 530
(C22H12)
Dibenzo[a,h]Antraceno
53-70-3 278,35 270 524
(C22H14)
Benzo[g,h,i]Perileno 191-24-2 276,34 278 542
(C22H12)
Fonte: LIDE, 2005.
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Naftaleno
Fenantreno Benzo[a]Pireno Dibenzo[a, h]Antraceno
Fluoranteno Antraceno
Benzo[k]Fluoranteno
Benzo[b]Fluoranteno
Indeno[1,2,3-cd]Pireno Fluoreno
Criseno
Benzo[g,h,i]Perileno
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Vários métodos têm sido propostos para a determinação de HPAs na atmosfera, tanto do
ambiente geral como dos ambientes de trabalho. Vários autores têm apresentado grandes
revisões sobre os métodos existentes (ANDRADE, 1986; DAVIS et al, 1987; MIGUEL;
ANDRADE, 1989; ATSDR, 1995; PESQUERO, 2001).
As metodologias mais atuais para a realização de estudos ou monitoramento da qualidade
do ar do ambiente geral e dos ambientes de trabalho envolvem a determinação dos HPAs tanto
no material particulado como na fase gasosa. Para isto, realiza-se a coleta combinada do material
particulado, em filtros de quartzo, fibra de vidro ou teflon, e da fase gasosa, em vários substratos
de coletas propostos. Dentre estes estão os filtros impregnados, os borbulhadores (impingers), os
traps criogênicos e os sólidos adsorventes. Os mais comumente utilizados são os sólidos
adsorventes, tais como, XAD-2® (resina de estireno divinilbenzeno), Tenax-GC e espuma de
poliuretano (PUF) (TUOMINEM et al, 1988; DAVIS et al, 1987; SUBRAMANYAM et al,
1994; NIOSH, 1994; KHALILI et al, 1995; KULJUKKA et al, 1996; NIOSH, 1998a; US EPA,
1999; BARBOSA et al, 2006). Um estudo sobre assinatura de fontes de emissão de HPAs,
inclusive de combustão de madeira, utilizou um cartucho contendo XAD-2® e PUF combinados
(sanduiche) para reduzir as perdas de naftaleno por ocorrência de breakthrough (KHALILI et al,
1995).
O método TO-13A, da US EPA (1999), é destinado às determinações de 19 HPAs no ar
ambiente e envolve a coleta do ar utilizando um amostrador de grande volume de ar (Hi-Vol) e
um sistema combinado contendo um filtro de quartzo de 102 mm de diâmetro e um cartucho de
60 mm de diâmetro interno e 12 mm de comprimento, contendo PUF ou resina XAD-2®. O
tempo de amostragem é de 24 horas e o volume de ar recomendado é de aproximadamente 300
m3. Os filtros e adsorventes são colocados juntos num extrator Soxhlet para a extração dos
HPAs. Isto é feito para melhorar o limite de detecção do método, evitar erros de interpretação e
reduzir custos. O solvente de extração utilizado é o diclorometano puro, quando se utiliza o
XAD-2®, ou uma mistura de 10% de dietil éter em hexano, quando o adsorvente é PUF. O
volume de solvente é de 700 mL e o tempo de extração é 18 de horas. O extrato é concentrado
utilizando um evaporador Kuderna-Danish (K-D). A análise dos HPAs é feita por cromatografia
em fase gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG/EM), utilizando uma coluna capilar
DB-5 (5% de fenil metil silicone), 30 m x 0,25 mm e 0,25 µm (micrômetro) de espessura de
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Aldeídos Cetonas
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Acetaldeído Butanona
2-Pentanona
Propanal
(Metiletilcetona)
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Quadro 2 - Efeitos à saúde e classificação de carcinogenicidade de alguns CC.
Irritante para os olhos, nariz, garganta, trato respiratório e pele; pode causar LINACH e IARC = Grupo 2B(c);
Acetaldeído eritema, necrose e edema pulmonar; causa tosse, dermatites, depressão do NIOSH = C(b); NTP =B(d);
sistema nervoso central. Possível cancerígeno para humanos (nasal) ACGIH (2012) = A3(e)
Afeta os olhos, pele, trato respiratório, sistema nervosa central; Causa
Acetona irritação dos olhos, nariz, garganta; dor de cabeça, tontura, dermatites, NC
depressão do sistema nervoso central.
Irritante para os olhos, pele, mucosas; diminuição da função pulmonar; edema
LINACH e NIOSH = NC;
pulmonar retardado. Provoca asma, principalmente em crianças, rinite,
Acroleína IARC = Grupo 3(f); NTP = NC
broncopneumonia, edema pulmonar, necrose epitelial na região brônquica,
ACGIH (2012) = A4(f)
hemorragia, hiperplasia e metaplasia do epitélio das vias superiores.
Afeta os olhos, pele e o sistema respiratório. Causa irritação dos olhos, pele, LINACH, NTP, NISOH = NC; IARC
Crotonaldeído
trato respiratório superior; dor de cabeça; dermatites. = Grupo 3(f); ACGIH (2012) = A3(e)
Afeta os olhos e o sistema respiratório. Causa irritação dos olhos, nariz, LINACH e IARC = Grupo 1(a)
Formaldeído garganta e sistema respiratório; lacrimejamento, tosse, chiado. Cancerígeno NIOSH = C; NTP = A(a);
para humanos - câncer nasal. ACGIH (2012) = A2(b)
(a) = confirmado ou reconhecido carcinogênico humano; (b) = potencial carcinogênico humano; (c) = possivel carcinogênico humano; (d)
= razoavelmente antecipado carcinogênico humano; (e) = confirmado carcinogênico animal (similar a 2B); (f) = calssificado como não
carcinogênico humano; NC = não classificado.
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Afeta os olhos, pele e o sistema respiratório. Causa irritação dos olhos, pele, LINACH, NTP, NIOSH = NC; IARC
Furfural
trato respiratório superior; dor de cabeça; dermatites. = Grupo 3; ACGIH (2012) = A3
O líquido é irritante para os olhos e a pele (vermelhidão). Os vapores da
Glioxal NC
solução 40% são irritantes para os olhos e mucosa nasal e garganta.
LINACH e NIOSH = NC;
Afeta os olhos, pele, trato respiratório, sistema nervosa central; causa irritação
Metiletilcetona IARC = Grupo 3(f); NTP = NC
dos olhos, pele e nariz; dor de cabeça, enjoo, vômito, dermatites.
ACGIH (2012) = A4(f)
(a) = confirmado ou reconhecido carcinogênico humano; (b) = potencial carcinogênico humano; (c) = possivel carcinogênico humano; (d)
= razoavelmente antecipado carcinogênico humano; (e) = confirmado carcinogênico animal (similar a 2B); (f) = calssificado como não
carcinogênico humano; NC = não classificado.
Fontes: NIOSH, 2011; CDC, 2012; ACGIH, 2012; BRASIL, 2014; NTP, 2014; HSDB, 2014; IARC, 2015.
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2.4.2.2. Limites de exposição ocupacional e padrões de qualidade do ar
Da mesma forma que para os HPAs, no Brasil não existem padrões de emissão para os
CC (MMA, 1989; MMA, 1990a, 1990b). Alguns autores e instituições têm sugerido valores
limites de concentração para alguns compostos carbonílicos, como padrões de qualidade para
ambientes internos e ambiente geral, conforme apresentado na Tabela 10 (BRICKUS; NETO,
1999 apud GIODA; NETO, 2003; WHO, 2010; MOE, 2012).
Tabela 10 - Propostas de valores limites para qualidade do ar, em mg/m3, para ambientes
internos e ambiente geral.
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mg/m3), e no NIOSH, é cerca de 19 vezes mais baixo (0,12 mg/m3). O limite de exposição
recomendado pelo NIOSH para 10 horas (REL-TWA = 0,0196 mg/m3) é o mais baixo de todos
na tabela, chegando a ser 130 vezes mais baixo do que o valor proposto pelo HSE para 8 horas
(WEL-TWA = 2,5 mg/m3), e 20 vezes mais baixo do que o MAK-TWA (8h) proposto pelo DFG
(0,37 mg/m3). Os limites tipo teto devem ter o seu cumprimento avaliado por meio de
determinações das concentrações máximas ou das médias de 15 minutos, conforme seja o
critério da instituição proponente do limite, nos momentos de provável maior exposição. Já os
limites para jornadas de 8 ou 10h, devem ter o seu cumprimento avaliado por meio de
determinações das concentrações representativas da jornada de trabalho.
É interessante observar que o que se denomina de ambiente interno, na maioria das
vezes, se trata de um ambiente de trabalho típico, como escritórios, cozinhas, lanchonetes, lojas,
magazines, hotéis, interiores de veículos, etc., para os quais, do ponto de vista legal, seria cabível
a legislação de segurança e medicina do trabalho, estabelecida pelo Ministério do Trabalho e
Previdência Social do Brasil. Isto pode significar ainda mais conflitos no estabelecimento dos
padrões de qualidade do ar.
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Tabela 11 - Limites de exposição ocupacional, em mg/m3, de alguns CC presentes na fumaça da queima da madeira.
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3. METODOLOGIA
Os métodos empregados são apresentados a seguir de acordo com cada fase de execução
do projeto. As fases foram:
II) Reconhecimento dos riscos à saúde de seus trabalhadores, com ênfase no aparelho
respiratório, por meio de entrevistas estruturadas.
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VIII) Avaliação das concentrações de poeira de carvão vegetal no ar, nas frações total e
respirável, em amostras pessoais coletadas na zona respiratória de trabalhadores que
retiravam o carvão dos fornos.
3.1. Fase I: Reconhecimento do ambiente e das condições de trabalho nas carvoarias da região
nordeste do Estado da Bahia: avaliação qualitativa do ponto de vista da higiene
ocupacional.
jurisdição da GRTE-Camaçari, distantes até 200 km, ao norte de Salvador, nos Municípios de
Água Fria, Alagoinhas, Conde, Entre Rios, Cardeal da Silva, Esplanada, Inhambupe e
Ouriçangas, pertencentes a diferentes empresas carvoeiras ou siderúrgicas. Algumas plantações
de eucalipto e pinho de onde era retirada a madeira, localizadas na mesma região, também foram
visitadas.
Sobre o processo produtivo do carvão foram levantadas informações referentes à
quantidade, tipos e capacidade dos fornos, etapas da produção, número de fornos em
carbonização, leiaute da bateria, tipo de madeira queimada, métodos de transporte e
movimentação da madeira e do carvão. Sobre a mão de obra, foram coletadas informações sobre
número de trabalhadores por função, funções e tarefas realizadas, duração das tarefas, jornadas
de trabalho, momentos e duração da exposição (a fumaça e a poeira de carvão).
Estas informações foram coletadas inicialmente no primeiro semestre de 2001, mas foram
continuamente atualizadas ao longo de todas as visitas e foram registradas por meio de
anotações, fotografias e alguns pequenos vídeos, os quais foram muito úteis na análise das
informações coletadas e situações vistas.
3.2. Fase II: Reconhecimento dos riscos à saúde dos trabalhadores, com ênfase no aparelho
respiratório, por meio de entrevistas estruturadas.
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reação de Jaffé, segundo Heinegard e Tiderstrom (1973). O ajuste por creatinina foi realizado
para compensar as variações no fluxo de urina (DOR et al., 1999).
3.4. Fase IV: Avaliação da susceptibilidade individual em relação à exposição à fumaça, por
meio do polimorfismo genético da glutationa-transferase.
solução alcalina, as placas foram coradas com brometo de etidio. A análise da migração do DNA
foi realizada manualmente, determinando 100 células por individuo e classificando-as em 5
categorias de acordo com o tamanho da cauda. A cada amostra foi atribuído um escore final de
acordo com a proporção de células com danos (TICE et al., 2000).
Todas as amostras biológicas foram coletadas nos locais de trabalho, acondicionados em
recipientes de amostra com material isolante e bolsas térmicas previamente refrigeradas,
protegidas com materiais de absorção de impactos e transportadas no mesmo dia para os
laboratórios. As amostras de urinas foram mantidas congeladas até a realização das análises.
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3.7. Fases VI a VIII: Avaliações das concentrações de compostos carbonílicos, HPAs, benzeno
e poeira (total e respirável) no ar das carvoarias.
Para estas fases os agentes químicos selecionados como prioritários para avaliação foram:
a) Compostos carbonílicos (CC): acetaldeído, acetona, formaldeído, furfural e os
isômeros C4 (butanal + butanona + isobutanal), expressos como butanona;
b) HPAs: naftaleno, acenaftileno, acenafteno, fluoreno, fenantreno, antraceno,
fluoranteno e pireno.
Bahia. Todas elas estão distribuídas às margens das rodovias BA 093 e Linha Verde, a distâncias
entre 100 e 200 km da cidade de Salvador.
As carvoarias visitadas para esta fase do projeto foram as Fazendas Ribeiro, Araticum,
Juruaba, Limoeiro, Buri e Lagoa Nova 1 e 2, pertencentes à FERBASA, e a Fazenda Triunfo,
pertencente à ex-SIBRA. A escolha destas carvoarias se deu em função da localização e
facilidade de acesso, do tamanho da bateria de fornos, do nível da produção de carvão na ocasião
das coletas e da infraestrutura mínima existente para a realização do estudo (sala ou local coberto
para deixar os equipamentos e materiais e para a preparação das coletas).
As amostragens foram realizadas nos seguintes períodos:
a) Compostos carbonílicos: 2º semestre/2003 e 1º semestre/2004.
b) HPAs: 2º semestre/2003; 1º semestre/2004; 1º e 2º semestre/2007; 2º semestre/2012.
c) Benzeno: 2º semestre/2011/2012/2013.
d) Poeira de carvão: 2º semestre/2008/2012.
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(a) (b)
Figura 14 - Bombas de amostragem (a) e suportes de baixa vazão para um ou mais tubos (b).
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EUA). Ao final das coletas, as vazões das bombas foram medidas da mesma maneira que na
calibração, para conhecer o erro na variação das vazões.
Como muitas amostras foram coletadas em condições atmosféricas críticas (por exemplo,
com muita fumaça presente e em temperatura ambiente elevada, como nas coletas estacionárias
próximas aos fornos de carbonização), foram consideradas como válidas todas as amostras cujo
erro na variação da vazão foi menor do que 10%. Esta consideração poderia ter um pequeno
reflexo na exatidão global do método, mas não afetou as conclusões do estudo, não sendo por
isto, considerada como significativa.
A vazão utilizada no cálculo do volume de ar coletado foi o resultado da média aritmética
das vazões inicial e final.
... C n T n
Cmpt C 1 T 1 C 2 T 2 [Eq. 1]
T 1 T 2 ... T n
onde, Cmpt = concentração média ponderada referente ao período total avaliado; C1, C2,
Cn = concentração em cada amostra consecutiva coletada; T1, T2, Tn = tempo de coleta de
cada amostra consecutiva (em minutos ou horas).
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A segunda seção dos tubos adsorventes (chamada de seção backup ou controle) foi
utilizada para avaliar a eficiência da coleta das amostras por meio da verificação da ocorrência
de breakthrough. Este parâmetro é utilizado para indicar a quantidade dos contaminantes
coletados na primeira seção dos tubos (seção principal) que possa ter sido arrastada (ou que
possa ter migrado durante estocagem) para a segunda seção. Esta quantidade é geralmente
expressa como percentagem de breakthrough (%Bt) e o seu cálculo é feito utilizando-se a
Equação (2).
Foram consideradas válidas as amostras que apresentaram %Bt de até 25%, para tubos
cujas seções controle continham 50% da quantidade de adsorvente da seção principal, e de até
50%, nas situações onde tubos idênticos tenham sido conectados em série. Nestes casos, o
segundo tubo assumiu a característica de seção controle. Este critério de validação da amostra
seguiu a orientação do Manual de Métodos Analíticos do NIOSH, no Capítulo E da introdução
(KENNEDY et al., 1998).
Para as amostras que apresentaram %Bt de até 25% as quantidades determinadas nas duas
seções dos tubos foram somadas para o cálculo final da concentração no ar. Para aquelas cujas
%Bt foram superiores a 25%, os resultados de concentração foram expressos como as
concentrações mínimas presentes, com o símbolo “maior do que” (>).
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análise adotados será apresentada a seguir. A relação dos materiais e reagentes utilizados
encontra-se no documento da tese.
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campo e um como branco de meio, para, no máximo, seis amostras coletadas. Os brancos de
campo foram abertos e fechados no mesmo local em que as amostras foram montadas e
identificadas, enquanto os brancos de meio foram colocados juntos com as amostras coletadas
sem, contudo, terem sido abertos após a preparação.
3.7.8. HPAs
NIOSH 5506 e 5515 (ver Figura 16). Inicialmente foram utilizados tubos de vidro contendo
100/50 mg de XAD-2 (Ref. SKC 226-30-04) e em seguida, os de 400/200 mg de XAD-2 (Ref.
SKC 226-30-06). O ar foi aspirado por bombas de amostragem portáteis a vazões ajustadas entre
1 e 2 L/min. Os tubos e cassetes foram enrolados com folha de alumínio, para protegê-los da
ação da luz durante a coleta e foram assim mantidos até o momento da análise. Em cada dia de
coleta, dois a três tubos e a mesma quantidade de filtros foram separados como brancos de
campo, Os mesmos foram abertos e posteriormente fechados, no mesmo local em que os tubos e
filtros de amostras foram preparados.
Após as coletas, as amostras e brancos de campo foram vedados com tampas e fita veda-
rosca e levados para o laboratório em recipiente refrigerado e protegidos da luz. As amostras e
brancos permaneceram refrigerados no laboratório até a análise. Os filtros não foram analisados
e as resinas XAD-2, juntamente com a lã de vidro de cada seção dos tubos, foram removidas,
transferidos para frascos âmbar separados e extraídos com 5 mL de uma solução de
Acetonitrila/Diclorometano 3:1, após sonicação por 30 minutos. Ao final da preparação de cada
amostra coletada havia dois frascos referentes a cada seção dos tubos. As amostras eluídas foram
analisadas imediatamente ou guardadas em geladeira, nos respectivos frascos, por até uma
semana.
(a) (b)
Figura 16 - Sistema de coleta para HPAs: a) tubo XAD-2 + cassete com filtro de teflon, 37 mm
x 2 µm de poro; b) tubos XAD-2 de 400/200 mg, antes e após a coleta.
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Equipamentos e materiais:
Cromatógrafo à gás, CG 3400, da VARIAN INC./EUA;
Espectrômetro de massas SATURNO 2000, da VARIAN INC./EUA, dotado com
detector Ion Trap;
Amostrador automático CP 8200, VARIAN INC./EUA;
Software de aquisição de dados: Saturn GC/MS Workstation, version 5.51;
Biblioteca de identificação de compostos: NIST 98 MS Library Database – Search
Program Ver. 1.7;
Banho de Ultrasom Thornton, modelo T-7, 50 W;
Mistura padrão EPA-610, contendo 16 HPAs, da SUPELCO (Bellefonte, PA, USA).
Acetonitrila, grau HPLC, VETEC;
Diclorometano, grau para análise, VETEC.
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3.7.9. Benzeno
Da mesma forma que para os HPAs, todas as análises de benzeno foram realizadas no
laboratório químico de higiene ocupacional da FUNDACENTRO/CRBA e todos os
equipamentos e materiais necessários, bem como o apoio logístico necessário, também foram
fornecidos pela FUNDACENTRO/CRBA.
Conforme já mencionado anteriormente, as avaliações ambientais de benzeno foram
realizadas em caráter preliminar, visando subsidiar estudos futuros. Foram coletadas apenas
amostras estacionárias, nas proximidades dos fornos em carbonização, para uma estimativa
inicial das concentrações de benzeno no ar, na altura média da zona respiratória, na zona de
circulação de trabalhadores.
As coletas de benzeno foram realizadas de acordo com o método NIOSH 1501, aspirando
o ar através de tubos de vidro contendo 100/50 mg de carvão ativado, da SKC INC/EUA (ref.
226-01). O ar foi aspirado através dos tubos a vazões de, no máximo, 0,2 L/min, utilizando-se
bombas de amostragem portáteis. Em cada dia de coleta, dois a três tubos foram separados como
brancos de campo, tendo sido abertos e posteriormente fechados, no mesmo local em que os
tubos de amostras foram preparados. Após as coletas, os tubos de amostras e de brancos de
campo foram vedados com tampas e fita veda-rosca e levados para o laboratório em recipiente
refrigerado. As amostras e brancos permaneceram refrigerados no laboratório até a análise.
O carvão ativado, a espuma e a lã de vidro dos tubos de amostras e dos brancos foram
removidos manualmente e transferidos para frascos de 5 mL com tampa rosqueada. Ao final da
preparação de cada amostra coletada havia dois frascos referentes a cada seção dos tubos. Em
seguida, foram adicionados 2 mL de dimetilformamida (DMF) a cada frasco e deixados por 30
minutos, com agitação casual em agitador vortex, para completa dessorção dos compostos
coletados. Este procedimento é uma adaptação do método NIOSH 1501, que utiliza o dissulfeto
de carbono (CS2) como solvente de dessorção. O CS2 foi substituído pelo DMF em razão da
menor volatilidade (menor exposição do analista), baixo custo e maior disponibilidade no
mercado deste último (DE ANDRADE et al., 2009; SANTIAGO, 2009).
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Equipamentos e materiais:
Cromatógrafo à gás, CG 3400, da VARIAN INC./EUA (FUNDACENTRO/CRBA);
Espectrômetro de massas SATURNO 2000, da VARIAN INC./EUA, dotado com
detector Ion Trap;
Amostrador automático CP 8200, VARIAN INC./EUA;
Software de aquisição de dados: Saturn GC/MS Workstation, versão 5.51;
Biblioteca de identificação de compostos: NIST 98 MS Library Database – Search
Program, versão 1.7;
Agitador de frascos tipo Vórtex, marca Tcnal, modelo TE 162;
Benzeno, grau para análise, Merck;
Dimetilformamida (DMF), grau para análise, Merck e VETEC.
As coletas de poeira foram realizadas de acordo com os métodos NIOSH 0500 e 0600. As
coletas de poeira total foram realizadas aspirando o ar, a vazões em torno de 1 L/min, através de
filtros de membrana de PVC de 37 mm de diâmetro e 5 micrômetros de poro, contidos em
cassete de poliestireno de mesmo diâmetro (ver Figura 17a). As coletas de poeira respirável
foram realizadas utilizando-se ciclones de nylon e de alumínio acoplados aos cassetes com filtro
de membrana de PVC de 37 mm de diâmetro e 5 micrômetros de poro (ver Figuras 17b e 17c).
As vazões de coleta foram de 1,7 L/min para os ciclones de nylon e de 2,8 L/min para os
ciclones de alumínio da SKC INC/EUA.
Os filtros foram pesados antes e após a amostragem, no laboratório de higiene da
FUNDACENTRO/CRBA, utilizando balança analítica com precisão de 0,01 mg, mantida em
sala com controle de umidade (55%) e temperatura (23 ºC). As determinações gravimétricas
seguiram as orientações da NHO 08 da FUNDACENTRO (2009).
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O processo produtivo encontrado em todas as carvoarias até a fase final do projeto era
predominante empírico e manual. Até o ano de 2003 a mão de obra era totalmente terceirizada
pelas empresas siderúrgicas proprietárias das carvoarias/fazendas. Os poucos processos de
trabalho envolvendo tecnologias mais modernas eram restritos ao uso de algumas gruas para o
deslocamento das toras de madeira, na área do corte ou no interior das carvoarias, e máquinas
enchedeiras para a transferência do carvão para as carretas.
As situações de condições precárias de trabalho e de riscos de acidentes nas carvoarias
foram contempladas, tanto durante as próprias ações fiscais da GRTE-Camaçari, que ocorriam
paralelamente, assim como à medida que iam sendo diagnosticados nos levantamentos
preliminares e nas atividades do projeto. As auditorias do Ministério do Trabalho e Emprego
foram fundamentais para as melhorias implantadas ao longo do tempo.
Nos Quadros 3 e 4 são apresentadas, de forma resumida, as situações ou condições de
riscos para os trabalhadores observadas pelos especialistas da FUNDACENTRO ou relatados
pelos trabalhadores das carvoarias, já publicadas anteriormente em Kato e colaboradores (2005).
As observações iniciais remontam ao inicio do projeto, entre 2001 e 2002, predominantemente,
mas as melhorias incorporadas são de data posterior. Além das condições relatadas nestes
quadros, vale lembrar que as atividades são executadas a céu aberto e os trabalhadores estão
expostos ao sol e calor típicos da região nordeste do Estado da Bahia.
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A fumaça da queima de madeira vem sendo associada a diversas alterações de saúde, que
vão desde irritação ocular (BERRA et al., 2015; MIRABELLI et al., 2009), inflamação e
infecção nas vias aéreas (RAPPOLD et al., 2012; GUARNIERI et al., 2014; BUCHNER;
REHFUESS, 2015), função pulmonar alterada (TZANAKIS et al., 2001; MIRABELLI et al.,
2009; GAUGHAN et al., 2014; LIU et al., 2015), sintomas cardiovasculares (UNOSSON, 2013;
GAUGHAN et al., 2014; RAPPOLD et al., 2014; RUIZ-VERA, 2015; LIU et al, 2015), câncer
esofágico (MOTA et al., 2013), crianças com baixo peso ao nascer (KESSLER, 2012) e
mortalidade (JOHNSTON et al., 2013).
A maioria desses estudos trata de mulheres e crianças expostas à fumaca originária de
fogões e fornos a lenha ou lareiras em casas (BRUCE et al., 2000; GUARNIERI et al., 2014;
RUIZ-VERA et al., 2015), ou na comunidade em geral (JOHNSTON et al., 2013), ou de
exposição ambiental a fumaça resultante de queimadas em florestas e campos (MIRABELLI,
2009; RAPPOLD et al, 2014; LIU et al, 2015; BERRA et al, 2015).
Por sua vez, os estudos ocupacionais tratam de trabalhadores do sexo masculino, em sua
maioria, e exposição em ambientes externos, como no caso de bombeiros florestais (BOOSE et
al., 2004; ADETONA et al., 2011; GAUGHAN et al., 2014). Ainda existem poucos estudos,
além do nosso, sobre exposição de trabalhadores à fumaça em fornos para produção de carvão
vegetal, ou mesmo para a produção de tijolos (TZANAKIS et al. 2001; KAMAL et al, 2014).
Quanto aos efeitos à saúde em decorrência da exposição a partículas de carvão vegetal,
propriamente dito foi encontrado apenas um estudo de caso de De Capitani e colaboradores
(2007), que apresenta um caso de pneumoconiose por exposição à poeira de carvão produzido a
partir da madeira.
madeiras nos membros superiores e inferiores e em outras partes do corpo; ferimentos nos pés e
mãos por lascas de madeira, etc.) e do esforço físico, havia ainda o risco de picadas por animais
peçonhentos, a exposição a agentes biológicos e a material particulado. O transporte por
cambiteiros foi eliminado, passando a ser feito por gruas e caminhões.
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Figura 20 - Carregamento de madeira para caminhão realizado por grua (Foto de 2012).
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(a) (b)
Figura 22 - (a) Operador de motosserra realizando o corte da árvore; (b) Operador realizando a
transferência de gasolina entre vasilhames com auxílio da boca (Foto de 2002).
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Após o enchimento do forno as portas eram fechadas com tijolos e barro e o forneiro
subia ao topo do forno para atear o fogo pelo orifício superior, expondo-se ao risco de queda e
até de desmoronamento do forno (Figuras 24a). Algum tempo após o forno haver entrado em
combustão, o trabalhador era obrigado a subir no topo do mesmo para fechar a abertura por onde
havia colocado o fogo inicial (Figura 24b). Esta atividade de ignição dos fornos pelo topo não
vem mais sendo realizada, passando a ser realizada por um acesso lateral na base dos fornos,
como apresentado na Figura 25.
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(a)
(b)
Figura 24 - (a) Forneiro colocando o fogo inicial no topo do forno; (b) trabalhador caminhando
pelo teto do forno (Fotos de 2002 (a) e 2003 (b)).
Os fornos eram construídos em filas simples ou múltiplas. A disposição dos fornos era
pensada apenas no sentido de facilitar o carregamento com madeira e o descarregamento do
carvão, sem levar em conta a direção dos ventos e a redução da exposição dos forneiros à
fumaça. Muitas vezes os trabalhadores que estavam carregando os fornos com madeira ou
retirando carvão ficavam desnecessariamente expostos à fumaça, pois havia outros fornos ao
lado em pleno início do processo de carbonização. Esta situação era ainda pior quando a direção
de vento era no sentido dos fornos em descarregamento. Não havia um planejamento dos fornos
que seriam esvaziados em relação àqueles em carbonização, de modo a prevenir a exposição dos
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A remoção do carvão deve ser realizada após o resfriamento dos fornos. No entanto,
mesmo que a superfície externa do forno esteja fria, a temperatura interna pode ainda estar
bastante elevada e as brasas ainda existentes podem reacender o fogo após a derrubada da porta.
Algumas vezes, por pressão das siderúrgicas, os trabalhadores eram solicitados a abrirem os
fornos antes que os mesmos tivessem atingido a condição de temperatura adequada (forno frio).
Nestes casos, a nova ignição da pilha de carvão era praticamente inevitável e o risco de
queimaduras e de intoxicação por monóxido de carbono era grande. Durante uma das visitas para
coletas de amostras de, em 2008, na carvoaria Fazenda Limoeiro, presenciamos uma abertura de
um forno antes que o mesmo tivesse atingido a condição de “adequadamente frio” (estava
esfriando há 3,5 dias). A temperatura no interior do forno, medida com um termohigrômetro-
anemômetro, passou dos 67 °C. Solicitamos a interrupção da atividade de retirada do carvão até
que a temperatura atingisse níveis apropriados. A temperatura era tão elevada que
impossibilitava a utilização de instrumentos apropriados para medidas de calor (Índice IBUTG).
Ou seja, se caracterizava, ali, uma situação de risco grave para a saúde dos trabalhadores (calor
excessivo risco de queimaduras e de intoxicação por monóxido de carbono). As empresas foram
orientadas a não abrirem fornos antes de estarem devidamente frios. Mesmo assim, em Setembro
de 2012, durante outra visita, desta vez à carvoaria Fazenda Lagoa Nova, a mesma situação foi
flagrada. A temperatura medida na porta do forno com o termohigrômetro-anemômetro chegou a
atingir 58 ºC, conforme mostrado na Figura 27. Devido à situação de risco grave para a saúde
dos trabalhadores, foi solicitada a suspensão da atividade até que o forno estivesse totalmente
frio, sem riscos de incêndio ou queimaduras, e sem o calor extenuante.
Figura 27 - Medida da temperatura na entrada de um forno aberto para retirar carvão (Foto de
2012).
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O carvão era removido manualmente, com cestas, carrinhos de mão, ancinhos e pás.
Durante esta operação os trabalhadores estão expostos a altas concentrações de poeira de carvão,
ao calor e, muitas vezes, à fumaça proveniente de fornos em carbonização (Figuras 12 e 28). A
foto da Figura 28 foi tirada em 2013. O trabalhador já dispõe de farda e EPIs básicos, mas a
exposição à poeira ainda é inevitável.
Figura 28 - Forneiro retirando carvão do forno utilizando carrinho de mão (Foto de 2013).
Devido ao calor e umidade elevados, tanto dentro como fora do forno, é impossível o uso
de óculos de proteção, pois os mesmos embaçam, impedindo o trabalhador de enxergar. Sem
proteção, os olhos dos trabalhadores são continuamente atingidos pelas partículas de poeira e
pelo próprio suor. Com as mãos sujas do próprio trabalho, o trabalhador muitas vezes esfregava
os olhos na tentativa de aliviar o incômodo e a irritação que o afligia (Figuras 29 a 31). Estas
imagens foram feitas em agosto de 2012, já após a introdução de muitas melhorias em relação à
época inicial do projeto.
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Figura 29 - Forneiro que realizava a retirada de carvão do forno apresentando região dos olhos
totalmente suja pela impossibilidade de utilizar óculos de proteção (Foto de 2012).
Figura 30 - Forneiro coçando os olhos com as mãos suadas e sujas de pó de carvão (Foto
de 2012).
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Figura 31 - Forneiro apresentando sintomas da presença de partículas nos olhos (Foto de 2012).
Inicialmente, o carvão empilhado no pátio, ao lado dos fornos, era recolhido por
trabalhadores que, utilizando cestas ou balaios, tambores plásticos ou sacas nos ombros ou na
cabeça, subiam centenas de vezes escadas de madeira sem qualquer proteção, para fazerem a
transferência do carvão para o caminhão-gaiola. Para cada caminhão o trabalhador subia a
escada cerca de 200 vezes, com o recipiente completamente cheio de carvão apoiado sobre a
cabeça (Figuras 32a a 32d). Uma atividade extenuante e cercada de riscos de acidentes graves e
doenças para os trabalhadores. Apenas as carvoarias Fazendas Araticum e Juruaba (pertencentes
à Ferbasa), possuíam silos que possibilitavam o carregamento mecânico dos caminhões (Figuras
33a e 33b). A carvoaria Fazenda Triunfo, pertencente à ex-Sibra, atual Vale Manganês SA,
adotava uma rampa por onde uma máquina carregadeira subia e enchia as carretas (Figura 33c).
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(a)
(b)
(c)
Figura 33 - Sistemas de silos das Fazendas Juruaba e Araticum (a e b) sob os quais as carretas
recebiam o carvão armazenado entre os anos 2002 e 2013, e de rampa (c), da Fazenda Triunfo,
por onde um trator levava o carvão para as carretas, em 2002.
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Ellegard (1994) refere dores nas costas, o calor e a tosse como principais queixas dos
trabalhadores por ele estudados. De acordo com Dias e colaboradores (2002), assim como em
nosso estudo, houve referencias de muitas fontes de acidentes e queixas sobre dor lombar, dor e
fadigas musculares devido ao peso carregado e movimentos repetitivos. Durante o nosso estudo,
três trabalhadores referiram hérnia inguinal e um com hérnia escrotal.
4.1.4. EPIs
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estavam expostos, tornavam impossível uma proteção eficaz, pois ocorria rápida saturação dos
filtros (Figuras 36 e 37) e não era possível manter as máscaras em condições higiênicas
satisfatórias. Além disso, quando não em uso, as máscaras eram deixadas em locais impróprios
(Figura 38).
Figura 36 - Forneiro utilizando EPR totalmente sujo e impregnado de poeira de carvão (Foto de
2012).
Figura 37 - Filtro utilizado pelos trabalhadores apresentando saturação após 3 dias de uso (Foto
de 2012).
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Na Figura 37, o filtro que apresenta saturação era utilizado por um operador de máquina
que enchia as carretas com carvão. O filtro havia sido substituído há apenas 3 dias. Isto significa
que para um forneiro este tempo de saturação é bem menor. Isto sem considerar a contaminação
total da máscara pela poeira de carvão, misturada com o suor que escorre do rosto do
trabalhador.
A Figura 39 apresenta um filtro mecânico de alta eficiência, classe P3, para poeiras,
fumos e particulados, que foi utilizado simultaneamente com um cartucho químico para vapores
orgânicos e gases ácidos pelo técnico da FUNDACENTRO/BAHIA, durante apenas dois dias de
coleta de amostras. A mancha amarronzada é fruto, principalmente, da contaminação do material
particulado fino presente na fumaça que saia dos fornos. O EPR só foi utilizado durante o
acompanhamento das amostras que estavam sendo coletadas nas proximidades dos fornos. Em
um carbonizador, a carga de partículas sobre o filtro teria sido muito maior, em razão da
quantidade de fornos e da frequência de visitas aos mesmos.
Alguns trabalhadores foram encontrados utilizando máscaras descartáveis para poeira
enquanto estavam expostos à fumaça, como no caso do barrelador (que aplica o barro molhado
nas paredes dos fornos em fase final de carbonização) (Figura 40) e dos próprios encarregados da
produção. Estes últimos, quase nunca utilizavam EPR, apesar de frequentemente estarem
percorrendo a bateria de fornos e participando ou acompanhando atividades como abertura de
portas de fornos, combate a incêndios, etc.
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Figura 39 - Filtro mecânico de alta eficiência, classe P3, para poeiras, fumos e particulados,
apresentando início de saturação após dois dias de uso durante coletas de amostras de ar (Foto de
2013).
Figura 40 - Barrelador exposto à fumaça, mas utilizando máscara descartável para poeira (Foto
de 2012).
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Na fase inicial do projeto, era uma prática comum os trabalhadores não retornarem para
casa após o dia de trabalho e dormirem na carvoaria, em dormitórios bastante precários,
localizados dentro ou bem perto da área de produção, sendo que muitos não passavam de tendas
feitas com lonas de plástico (Figuras 41 e 42). Atualmente, os únicos trabalhadores que
permanecem nas carvoarias durante a noite são os carbonizadores e vigilantes.
No início não havia água encanada ou eletricidade disponível na maioria dos locais de
trabalho e em alojamentos adjacentes. A água potável era trazida periodicamente de zonas
urbanas em caminhão tanque, mas muitas vezes armazenada sem os cuidados mínimos
necessários (Figura 42). Posteriormente as empresas passaram a fornecer garrafões de água
mineral e garrafas térmicas de 5 litros, para que os trabalhadores, principalmente os forneiros,
pudessem dispor de água potável junto ao forno onde trabalhavam, já que não poderiam se
deslocar para as áreas administrativas todas as vezes que sentissem sede. Essas garrafas térmicas
contendo água potável, no entanto, até o ano 2012, ainda eram deixadas no lado de fora dos
fornos onde estavam trabalhando, recebendo poeira e fumaça constantemente. Além disso, o
trabalhador era obrigado a manuseá-la ainda com as mãos sujas e levá-la diretamente à boca.
Como forma de minimizar a contaminação da água mantida nas garrafas térmicas, os
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trabalhadores levavam uma garrafa vazia de água mineral e a utilizam como copo (Figura 43).
Os forneiros relataram que geralmente não consumiam água durante o processo de retirada do
carvão dos fornos, por acreditarem que não seria bom consumir água enquanto se trabalhava no
calor, pois se resfriavam.
Figura 43 - Garrafa térmica contendo água potável para o forneiro. Ao lado, a garrafa de água
que é utilizada em substituição ao copo (Foto de 2012).
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Para outras finalidades, como banho, preparação do barro, ou para apagar incêndios, a
água utilizada era proveniente de lagos e rios encontrados ao redor. Alguns trabalhadores
tomavam banho diretamente nos riachos da região (Figura 44). Estas práticas não foram mais
observadas a partir do fim da terceirização da operação das carvoarias.
Figura 44 - Trabalhador terceirizado de uma carvoaria tomando banho em um riacho local (Foto
de 2002).
manual menciona alojamento para casais, o que nos levou a considerar os casos de carvoarias de
estrutura familiar, onde crianças estão presentes nos alojamentos, como as mencionadas por Dias
e colaboradores (2002). As carvoarias por nós visitadas no estado da Bahia não alojavam
famílias e nem empregavam menores de idade.
4.2. Exposição a fumaça e sua relação com efeitos respiratórios, danos ao DNA no epitélio
nasal e mutagenicidade urinária (Fases II a V)
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Embora esta predominância do sexo masculino nas empresas carvoarias continue, nas
últimas visitas realizadas (em 2012) para a coleta de amostras de ar, algumas mulheres foram
encontradas realizando trabalhos de limpeza das áreas de apoio administrativo e de vestiários.
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Como pode ser visto na Tabela 14, as distribuições dos genótipos GSTM1 e GSTT1 nulos
entre expostos e não expostos não foram estatisticamente diferentes entre si e foram similares
aos de outras populações mulatas no Brasil (GATTÁS; SOARES-VIEIRA, 2000).
Apesar da maior frequência dos sintomas respiratórios entre os expostos à fumaça, a
diferença entre os grupos não foi estatisticamente significante (Tabela 14), como se poderia
esperar a partir dos dados da literatura (TZANAKIS et al., 2001; MIRABELLI et al., 2009;
GUARNIERI et al., 2014; RAPPOLD et al., 2014; LIU et al., 2015; GAUGHAN et al., 2014;
BUCHNER; REHFUESS, 2015), mencionados anteriormente no item 4.1 (pg. 93). E não houve
relato de casos crônicos graves entre os trabalhadores entrevistados. Ellegard (1994) em seu
estudo com carvoeiros artesanais em Zâmbia comentou que, comparada às mulheres que viviam
em zona urbana, os trabalhadores apresentavam menor prevalência de chiado no peito ou
dificuldade de respirar, indicando que aqueles mais suscetíveis à fumaça não exerceriam a
atividade de carvoeiro. O efeito do trabalhador sadio também esteve evidente no nosso estudo e
visível na fala de alguns trabalhadores: “Esse trabalho não é pra qualquer um” ou “Se você não
aguenta a fumaça, você vai procurar outra coisa” (KATO et al., 2005).
A forma de coleta do material nasal, inserindo-se uma escova minúscula pela narina, não
era agradável e em muitos casos, não foi possível concluir o procedimento. Assim, a coleta e
análise foram possíveis em apenas 61 amostras. Os sintomas respiratórios, assim como os
polimorfismos genéticos testados, não estavam associados significativamente à exposição de
fumaça no grupo estudado (IC95% do ORP inclui o valor 1,00, Tabela 14), mas a prevalência de
danos ao DNA no epitélio nasal se mostrou positivamente associado à exposição. Obviamente, o
numero de indivíduos estudados é uma limitação para uma afirmação veemente, mas não
contraria os achados anteriores, como o de Bergström e colaboradores (1997), que encontrou
danos, inclusive inflamação no trato respiratório de bombeiros, e de Calderón-Garcidueñas e
colaboradores (1998), que demonstrou que o dano ao DNA no epitélio nasal pode ser um evento
sentinela dos efeitos de exposição à poluição atmosférica na cidade do México.
O genótipo nulo GSTT1 apresentou associação com o aumento do dano ao DNA no
epitélio nasal e os indivíduos com GSST1 e GSTM1 nulos apresentaram maior prevalência de
danos (ver Tabela 15). O hábito de fumar cigarro não foi um fator de confusão na relação entre a
exposição a fumaça e efeitos, talvez porque a metade da coorte era constituído por não fumantes
e, mesmo entre os fumantes, o consumo de cigarros não era muito alto. Mas aparece como fator
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Tabela 15 – Odds-ratio bruto de prevalência para a associação entre altos níveis de danos de
DNA no epitélio nasal e potenciais fatores causais, estratificados por habito de fumar.
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4.2.2. Avaliação da exposição ocupacional à fumaça na produção de carvão vegetal por
meio de indicadores biológicos de HPAs
Como já apresentado no item 2.4.1.3 (pg. 53) deste relatório, por ser o pireno uma das
substancias semi-voláteis presentes em alta proporção em misturas de HPAs, o seu metabólito,
OH-pireno tem sido a substancia preferida como indicador biológico de exposição ocupacional.
Para o caso específico de fumaça de madeira, o naftaleno está presente em níveis centenas de
vezes maiores do que o do pireno (LARSON; KOENIG, 1994). Mais recentemente, Meeker e
colaboradores (2007) concluíram que o 2 naftol (2-NAP) é melhor indicador do que o 1 naftol,
para casos de exposição ao naftaleno. Nossos estudos iniciais evidenciaram que o naftaleno
estaria presente em maiores níveis que o pireno na fração volátil, o que nos levou a avaliar os
níveis de metabolitos de naftaleno na urina.
A Tabela 16 apresenta os resultados das concentrações urinárias do 2-NAP e do 1-OHP
(média geométrica e desvio padrão geométrico) dos trabalhadores carvoeiros e do corte de
madeira, obtidos no presente estudo no período de 2001 e 2002. Os resultados apresentados em
função da categoria de exposição e do habito de fumar, mostram um aumento dos metabolitos
urinários de acordo com a intensidade da exposição à fumaça, seja da madeira ou do cigarro. Na
população estudada, entre expostos e não expostos, 90% dos níveis urinários de 2-NAP e 1-OHP
estiveram, respectivamente, entre 0,07 e 53,2 µmol/mol creatinina e 0 e 0,46 µmol/mol
creatinina. Apenas 8 amostras (de 253) apresentaram resultados não detectáveis para o 2-NAP,
enquanto que, para o 1-OHP, 11 amostras (de 250), apresentaram resultados não detectáveis. A
média geométrica das concentrações do OH-pireno urinário entre os carvoeiros foi mais alta do
que as encontradas em outras exposições ocupacionais estudadas por Dor e colaboradores (1999)
e por Lee e colaboradores (2001). Mas foi semelhante às encontradas por Caux e colaboradores
(2002) num estudo com bombeiros. Os níveis de 2-NAP encontrados entre os carvoeiros foram
mais elevados do que os relatados para trabalhadores expostos à gasolina de aviação (LEE et al.,
2001) e os de manutenção em navios (KIM et al., 1999), e mais baixos do que os encontrados em
trabalhadores expostos em coquerias (SERDAR et al., 2003). Os níveis de 2-NAP entre os
trabalhadores não expostos à fumaça encontrados nesse estudo foram similares aos valores dos
indivíduos não expostos encontrados no estudo de Bouchard e colaboradores (2001).
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ratio de prevalência para eliminação de metabólitos urinários foi substancialmente maior para os
expostos à fumaça de madeira e portadores do Genótipo GSTM1 nulo. O efeito da fumaça de
madeira foi mais evidente entre os não fumantes (Tabela 17). A relação entre os dois metabólitos
foi moderada, sendo o coeficiente de correlação de Pearson de 0,528 (p < 0,0001) para o grupo
todo, e de 0,592 (p < 0,0001) quando somente o grupo de não fumantes é considerado.
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O teste de Ames tem sido usado comumente para avaliar a qualidade do ar e da água
(BRITO et al., 1999). Este mesmo teste pode ser empregado para avaliar a mutagenicidade
urinaria e monitorar a exposição a agentes carcinogênicos e mutagênicos (CERNÁ et al., 1997;
VERMEULEN et al., 2000; PAVANELLO et al., 2002; SABBIONI et al., 2007). É um teste
quimicamente inespecífico, mas tem a vantagem de estar mais associada a um efeito no
organismo. A dificuldade do teste na urina é a correlação somente com o agente de exposição de
interesse, uma vez que a mutagenicidade observada é resultado proveniente de várias fontes,
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nonsmokers smokers
FIGURA 45. Média geométrica dos valores de mutagenicidade urinária, testadas com
Salmonella TG1041 + S9, segundo níveis de exposição à fumaça de carvoaria, estratificada por
hábito de fumar. Somente a diferença entre os níveis de exposição entre não fumantes foi
significante (P<0,05). FONTE: Figura 3.1, p. 64, em Kato (2003).
A associação entre mutagenicidade e exposição à fumaça dos fornos pode ser modificada
pelo consumo de cigarro, e é provável que o consumo relativamente baixo de cigarros na
população estudada tenha permitido visualizar associação entre a fumaça de madeira e a
mutagenicidade urinária. Um consumo maior de cigarro poderia mascarar a associação entre
mutagenicidade e categorias de exposição à fumaça de madeira.
O consumo de carne (frita, assada ou grelhada) e verduras também foi investigado, pois o
primeiro é fonte de HPAs e o segundo poderia ser fator de proteção contra carcinogênicos. Dada
as condições de moradia da época, e, provavelmente ao hábito alimentar do nordestino, o
consumo de verduras frescas era bem limitado, enquanto que o de carne era bastante comum. De
qualquer forma, essas variáveis não apresentaram associação com a mutagenicidade urinária.
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Os métodos analíticos adotados como referência, citados no item 3.7.2a (pg. 77), após
serem submetidos à avaliação inicial de campo no segundo semestre de 2003, em ambientes de
carvoarias, apresentaram problemas como rápida saturação dos dispositivos de coleta (cartuchos
Sep-Pak®C18 impregnados com 2,4-DNPH) e a dificuldade de separação e quantificação dos
compostos carbonílicos de interesse. A mistura de produtos químicos presentes na fumaça
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contem outros compostos carbonílicos não contemplados em nosso estudo, que também reagem
com a 2,4-DNPH dos cartuchos, contribuindo para o seu rápido consumo. Os tempos de coleta e
a concentração da 2,4-DNPH utilizada na impregnação dos cartuchos de coleta tiveram que ser
dimensionados para aumentar a capacidade de coleta.
Os cartuchos Sep-Pack® C18, originalmente impregnados com solução ácida a 0,05%
(m/v) de 2, 4-DNPH, não suportaram tempos de coleta superiores a 120 minutos. Por conta
disso, os cartuchos passaram a ser impregnados com a solução ácida a 0,2% (m/v). Nesta
condição os tempos de coleta de amostras pessoais foram de até 240 minutos, enquanto que os de
amostras estacionárias foram de até 130 minutos.
Para resolver os problemas de coeluição de algumas substâncias coletadas,
principalmente as duplas acroleína/furfural e propanona/propanal, foram desenvolvidos os
Métodos de Análise “1” e “2” (item 3.7.7.2, pg. 84). Estes métodos permitem a determinação de
17 compostos carbonílicos: formaldeído, acetaldeído, furfural, acroleína propanona (acetona),
propanal, isômeros C4 (isobutanal + butanal, + butanona), ciclopentanona, benzaldeído, 2-
pentenal, cicloexanona, hexenal, 2-etilhexanal e octanal. Os parâmetros de eluição dos
compostos, os cromatogramas de uma mistura padrão e os limites de quantificação de ambos os
métodos estão descritos em Carvalho (2005, 2008), produtos deste estudo. Acroleína, propanal,
ciclopentanona, 2-pentenal e CC acima de oito carbonos não foram detectados nas amostras.
Vários compostos carbonílicos não contemplados neste estudo foram detectados nas amostras
coletadas, mas não puderam ser identificados e quantificados. Seria necessário dispor de mais
padrões cromatográficos e de uma metodologia analítica mais apropriada para a identificação de
compostos, como a cromatografia a líquido acoplada com espectrométrica de massas (CL-EM).
A Figura 45 mostra o cromatograma de uma amostra estacionária coletada na zona de circulação,
nas proximidades de um forno, apresentando vários compostos carbonílicos desconhecidos (D),
que não puderam ser identificados e quantificados pelas razões já citadas.
Isto demonstra que, ainda que tenhamos realizado um estudo inédito sobre a exposição de
trabalhadores carvoeiros a agentes químicos gerados na queima da madeira, os dados que serão
aqui apresentados subestimam a real exposição dos trabalhadores aos compostos carbonílicos.
Em verdade, estimar as concentrações de todos os agentes químicos que são inalados pelos
trabalhadores, em especial os carbonizadores e forneiros, é uma tarefa praticamente impossível.
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(2)
(4)
(1)
2,4-DNPH
(D8)
(D3)
(3)
(5)
(D9)
(D6)
D2
(D4) (D7)
D1
(D5)
Figura 46. Cromatograma de uma amostra real obtido pelo Método “1”. Em ordem de eluição:
D1, D2, formaldeído (1), acetaldeído (2), furfural (3), propanona (4), D3, isômeros C4 (5), D4,
D5, D6, D7, D8, D9. Fonte: CARVALHO, 2005.
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circulação distante cerca de 3 metros dos fornos em carbonização. A fumaça emitida era levada
frequentemente na direção do ponto de coleta. As amostras simultâneas foram coletadas
utilizando-se suportes múltiplos de baixa vazão descritos anteriormente (Fig. 14b, pg. 80). A
coleta de amostras simultâneas possibilitou a confirmação dos resultados obtidos e a avaliação
do comportamento dos cartuchos de coleta quanto ao risco de saturação (ocorrência de
breakthrough).
Tabela 18. Concentrações de CC (µg/m3)a, média pondera no tempo (CMPT), e breakthrough (Bt)
em amostras pessoais (forneiro) e estacionárias coletadas na carvoaria C1 (1º semestre/2004).
Amostras Estacionárias (n = 2) Amostras Pessoais (n = 3)
Tempo de coleta (min) 307 243
Volume (L) 37 - 40 30 - 34
CMPT Bt CMPT CMPT Bt
(faixa) (%) (faixa) Média (DP) (%)
Acetaldeído >69 - > 86 119 - 157 37,9 – 42,2 39,4 (2,4) No
C4b Nd Nd 9,8 – 13,5 11,5 (1,9) No
Formaldeído >61 - >105 915 - 831 22,3 – 26,2 23,8 (2,1) No
Furfural >757 - >957 134 – 154 38,9 – 42,2 40,5 (1,7) No
Propanona >41 - >47 128 - 141 26,0 – 36,7 30,6 (5,5) No
Nd = não detectado; No = não ocorreu; a 25ºC, 1 atm; b butanal+isobutanal+butanona.
Fonte: CARVALHO et al., 2012, Tabela 4.
apenas o formaldeído apresentou concentrações mínimas que indicam que houve violação do
limite recomendado pelo NIOSH para a jornada de trabalho (19,6 µg/m3, ou 0,0196 mg/m3).
Apesar de o tempo total de coleta (307 min) ter sido ligeiramente inferior a 70% da jornada de
8h (336 min), a conclusão provavelmente não seria diferente caso as coletas tivessem duração de
até 8 horas, pois a situação se manteve similar até o final da jornada. As concentrações mínimas
de formaldeído nessas amostras estacionárias indicam ainda que as concentrações reais, mesmo
sendo médias ponderadas de 307 minutos, podem ter superado, inclusive, o limite teto do
NIOSH, que é 123 µg/m3 (ou 0,123 mg/m3). Para este limite, concentrações médias de 15
minutos que não devem superá-lo em momento algum da jornada. Por limitações técnicas, não
foram realizadas determinações de concentrações máximas (picos) ou de curta duração (15
minutos) nos períodos de provável maior exposição, mas os dados obtidos para as amostras
estacionárias já são sugestivos da violação do limite teto do NIOSH. Os limites do NIOSH estão
aqui sendo utilizados para fins de comparação por serem os mais baixos valores de limites dentre
os propostos para o formaldeído, aliado ao fato de ser este um agente cancerígeno humano
confirmado, reconhecido pelo governo brasileiro, que o incluiu no Grupo 1 da LINACH
(BRASIL, 2014). Os demais limites da Tabela 11 não foram superados para nenhum dos CC
coletados.
A faixa de concentração de formaldeído na Tabela 18 (22,3 a 26,2 µg/m3) mostra que em
todas as três amostras pessoais coletadas simultaneamente as concentrações também foram
superiores ao limite de exposição recomendado pelo NIOSH para a jornada de trabalho (19,6
µg/m3). Como o trabalhador permaneceu no mesmo posto durante as 8 horas de trabalho, os
níveis de formaldeído obtidos nas três amostras são uma forte indicação de que o limite do
NIOSH foi superado, ainda que os tempos de coleta das amostras tenham sido de 243 minutos,
ou seja, 50% da jornada de 8 horas. Os resultados de concentração dos demais CC não
superaram nenhum dos limites da Tabela 11.
As Tabelas 19 e 20 apresentam, respectivamente, as concentrações dos CC para as
amostras pessoais e estacionárias coletadas na carvoaria 2 (C2). Oito amostras pessoais foram
coletadas no carbonizador, em duas jornadas típicas de trabalho, sendo cinco amostras
consecutivas na primeira jornada e três na segunda. O mesmo número de amostras estacionárias
consecutivas foi coletado nessas mesmas jornadas de trabalho. Estas amostras foram coletadas na
zona de circulação, a cerca de 10 metros de um forno em carbonização, ou seja, mais distantes
do forno em relação às amostras estacionárias coletadas na carvoaria C1. A coleta de amostras
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De acordo com a Tabela 19, o período total avaliado com as amostras pessoais (383
minutos) foi superior a 70% da jornada de trabalho de 8 horas (336 minutos). Desta forma, os
resultados de CMPT podem ser considerados representativos da jornada inteira. Para as amostras
estacionárias (Tabela 20), o período total avaliado (326 minutos) foi apenas ligeiramente inferior
a 70% da jornada de 8 horas, não impossibilitando considerá-lo como representativo da jornada.
Os resultados de CMPT da Tabela 19 revelaram uma similaridade nos níveis de exposição do
carbonizador nos dois dias avaliados. A única exceção ocorreu com os resultados do
formaldeído, cuja concentração do primeiro dia (66,2 µg/m3) foi cerca de duas vezes superior à
do segundo dia (35,1 µg/m3). Os resultados de CMPT do formaldeído das amostras pessoais e
estacionárias (Tabelas 19 e 20), em ambos os dias, foram superiores ao limite recomendado pelo
NIOSH para a jornada de trabalho (19,6 µg/m3). Uma das amostras consecutivas pessoais
coletadas no primeiro dia apresentou resultado de 139,1 µg/m3, que é superior ao limite teto
recomendado pelo NIOSH (123 µg/m3, 15 minutos). Uma amostra estacionária que foi coletada
simultaneamente à amostra pessoal apresentou resultado de 159,5 µg/m3.
Os resultados de concentração de todos os CC das amostras pessoais coletadas na
carvoaria C2, nos dois dias, foram similares entre si e superiores aos resultados obtidos em uma
única jornada na carvoaria C1. Isto pode ter ocorrido devido ao fato de que havia uma grande
quantidade de fornos em fase inicial de carbonização (emitindo muita fumaça) nos dias das
coletas na carvoaria C2. O carbonizador que foi monitorado se expôs à fumaça mais
intensamente, já que, ao inspecionar os vários fornos em carbonização, teve que se aproximar
por várias vezes dos orifícios por onde saia a fumaça, durante o período da coleta das amostras.
Já o forneiro, que foi monitorado na carvoaria C1 em apenas uma única jornada, realizava as
suas tarefas a cerca de 4 metros do forno em carbonização. Ainda que a pluma da fumaça o
atingisse várias vezes, ele permaneceu distante da fonte de emissão. Os resultados das amostras
estacionárias coletadas na carvoaria C2, nos dois dias, foram muito parecidos, demonstrando um
comportamento similar da bateria de fornos nas duas jornadas avaliadas e reforçando a
similaridade dos níveis de exposição do carbonizador em ambas as jornadas avaliadas. Contudo,
considerando o pequeno número de resultados e que os mesmos foram obtidos em carvoarias
diferentes e em dias diferentes, a conclusão relativa a esta comparação tem caráter preliminar.
Não foi observado breakthrough em nenhuma das amostras, pessoais ou estacionárias,
coletadas nos dois dias na carvoaria C2. A estratégia de coleta de amostras consecutivas por
tempos mais curtos parece ter sido a principal razão. Para as amostras estacionárias somou-se o
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fato de o ponto de coleta ter sido colocado a uma distância maior do forno em carbonização (10
m), do que a adotada na carvoaria C1 (3 m). A ocorrência de breakthrough nas amostras
estacionárias coletadas na carvoaria C1 (Tabela 18) é uma indicação de que os cartuchos Sep-
Pak® C18, impregnados com solução ácida a 0,2% de 2,4-DNPH, não devem ser utilizados para
coletas desse tipo de amostra por tempos longos em ambientes de carvoarias, principalmente se
as coletas tiverem que ser realizadas nas proximidades dos fornos. Nenhuma das amostras
estacionárias coletadas na carvoaria C2 apresentou ocorrência de breakthrough, provavelmente
em decorrência de terem sido coletadas por tempo de até 130 minutos e a uma distância em torno
de 10 metros dos fornos em carbonização.
De modo geral, os resultados de concentração de formaldeído para as amostras pessoais e
estacionárias estiveram abaixo do limite de exposição vigente no Brasil, mas superaram o limite
recomendado pelo NIOSH para esta substância. Apesar do pequeno número de resultados, isto
representa uma preocupação para a saúde dos trabalhadores carvoeiros, pois além de se tratar de
uma substância cancerígena em humanos, a verdadeira exposição dos trabalhadores é
subestimada em razão da infinidade de outras substâncias a que estão expostos de forma
simultânea. Há ainda o agravante de a jornada de trabalho do carbonizador ser de 12 a 24h, que é
muito superior à jornada típica de 8 horas diárias, para a qual os limites de exposição foram
estabelecidos. Nestas situações, estes limites não são úteis na prevenção de danos à saúde do
trabalhador. Além disso, o limite de tolerância brasileiro para o formaldeído não foi revisado
desde o seu estabelecimento, em 1978.
As concentrações das AE coletadas na carvoaria C2 foram maiores do que as das AP.
Mesmo tendo ocorrido breakthrough em todas as amostras estacionárias coletadas na carvoaria
C1, os resultados da Tabela 20 indicam esta mesma tendência. Isto é explicado pelo fato das AE
terem sido coletadas próximo às fontes de emissão, enquanto que os resultados das AP são
influenciados pelos deslocamentos do trabalhador por locais com diferentes concentrações
dentro da carvoaria.
4.3.2. HPAs
Conforme já descrito no item 3.7.8.1, pg. 85, os métodos NIOSH 5506 e 5515 indicam
que a coleta dos HPAs no ar seja feita utilizando-se tubos de vidro contendo de resina XAD-2
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Vazão Tempo
Amostra Observações
(L/min) (min)
1 2,0 219
Amostras coletadas em paralelo, no mesmo local.
2 1,9 219
3 1,9 121
4 1,9 123 Amostras coletadas em paralelo, no mesmo local.
5 1,9 119
6 1,5 289 Amostra 6: dois tubos conectados em série
7 1,4 289 Amostras coletadas em paralelo e no mesmo local.
8 1,0 322 Amostras 8 e 9: dois tubos conectados em série
9 0,99 322 Amostras em paralelo e no mesmo local.
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81%. Nas três amostras coletadas com dois tubos conectados em série (amostras 6, 8 e 9),
ocorreu breakthrough acima de 25% para o naftaleno em ambos os tubos, demonstrando que
mesmo quantidades de 300 mg da resina XAD-2, também não reteriam as quantidades de
naftaleno coletadas nessas mesmas condições. A redução da vazão para 1 L/min e do tempo de
coleta para 120 minutos não representaram qualquer ganho na eficiência de coleta.
Para garantir o maior número possível de resultados quantitativos de naftaleno, os tubos
de XAD-2 contendo 100/50 mg foram substituídos por tubos contendo 400/200 mg de XAD-2
(referência SKC 226-30-06). As coletas com estes tubos foram realizadas com vazões entre 1,4 e
1,9 L/min e por, no máximo, 6 horas. Nestas condições, apenas três amostras pessoais e seis
amostras estacionárias apresentaram breakthrough acima de 25% para o naftaleno.
Os valores das ED dos HPAs utilizados nos cálculos das concentrações no ar estão
apresentados no Quadro 6. Estes valores foram obtidos para o volume de solvente de extração de
5 mL sugerido pelos métodos NIOSH 5506 e 5515. Este volume mostrou-se também adequado
para os tubos contendo 400/200 mg de XAD-2.
Quadro 6. Eficiências de dessorção dos HPAs para os tubos XAD-2 de 150 e 600 mg.
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Tabela 21. Concentrações de HPAs, MPT, em µg/m3, de todas as amostras coletadas nos
carbonizadores entre 2004 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e número
de resultados (n) considerados nos cálculos).
HPA Faixa MA DP na
Naftaleno 10,68 – 422,86 74,90 141,00 8
Acenaftileno 0,91 – 42,80 7,89 11,90 11
Acenafteno 0,14 – 15,93 3,17 5,25 8
Fluoreno 0,67 – 20,82 4,48 5,76 11
Fenantreno 1,23 – 13,99 4,86 3,81 11
Antraceno 0,32 – 4,88 1,58 1,36 11
Fluoranteno 0,18 – 1,30 0,59 0,36 8
Pireno 0,17 – 1,28 0,52 0,37 8
a
Não inclui os resultados abaixo do LQ do método e aqueles com brekthrough acima de 25%.
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139
Tabela 22. Concentrações de HPAs, em µg/m3, MPT, em amostras coletadas nos carbonizadores
entre 2004 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e número de resultados
(n)), considerando as concentrações MPT das amostras coletadas consecutivamente.
HPA Faixa MA DP na
Naftaleno 10,68 – 193,55 59,60 89,40 4
Acenaftileno 0,91 – 42,80 6,64 6,16 7
Acenafteno 0,14 – 6,85 2,22 2,52 6
Fluoreno 0,67 – 9,86 4,01 3,47 7
Fenantreno 1,23 – 8,58 4,55 2,97 7
Antraceno 0,32 – 2,83 1,45 1,04 7
Fluoranteno 0,18 – 0,78 0,49 0,23 6
Pireno 0,17 – 0,78 0,43 0,23 6
a
Não inclui os resultados abaixo do LQ do método e aqueles com brekthrough acima de 25%. Quando
necessário, o valor do LQ foi utilizado para o cálculo da concentração MPT de amostras consecutivas.
Tabela 23. Concentrações de HPAs, em µg/m3, MPT, de todas as amostras coletadas nos
barreladores entre 2004 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e número de
resultados (n)).
HPA Faixa MA DP na
Naftaleno 2,29 – 18,54 8,87 5,80 14
Acenaftileno 0,17 – 2,47 1,17 0,72 14
Acenafteno 0,16 – 0,70 0,49 0,22 5
Fluoreno 0,20 – 1,67 0,73 0,53 14
Fenantreno 0,29 – 2,48 1,11 0,74 14
Antraceno 0,14 – 0,74 0,41 0,22 11
Fluoranteno 0,11 – 0,45 0,27 0,12 8
Pireno 0,04 – 0,38 0,21 0,12 7
a
Não inclui os resultados abaixo do LQ do método e aqueles com brekthrough acima de 25%.
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Tabela 24. Concentrações de HPAs, em µg/m3, MPT, em amostras coletadas nos barreladores
entre 2004 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e número de resultados
(n)), considerando as concentrações MPT das amostras coletadas consecutivamente.
HPA Faixa MA DP na
Naftaleno 2,29 – 18,54 9,41 5,83 9
Acenaftileno 0,32 – 2,47 1,28 0,72 9
Acenafteno 0,13 – 0,70 0,43 0,25 5
Fluoreno 0,25 – 1,67 0,79 0,54 9
Fenantreno 0,32 – 2,48 1,19 0,75 9
Antraceno 0,17 – 0,74 0,42 0,22 7
Fluoranteno 0,12 – 0,45 0,28 0,09 5
Pireno 0,20 – 0,29 0,24 0,04 4
a
Quando necessário, o valor do LQ foi utilizado para o cálculo da concentração MPT de amostras
consecutivas.
Tabela 25. Concentrações de HPAs, em µg/m3, MPT, nas amostras estacionárias coletadas entre
2003 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e número de resultados (n)).
HPA Faixa MA DP na
Naftaleno 9,60 – 569,70 181,00 218,00 6
Acenaftileno 5,15 – 116,95 33,90 35,50 18
Acenafteno 1,52 – 28,04 8,98 9,17 16
Fluoreno 0,60 – 44,07 14,70 13,20 19
Fenantreno 1,02 – 75,20 19,70 18,60 19
Antraceno 0,18 – 17,65 4,98 5,06 19
Fluoranteno 0,05 – 11,24 2,54 3,14 17
Pireno 0,07 – 9,68 2,06 2,68 16
a
Não inclui os resultados abaixo do LQ do método e aqueles cujo brekthrough foi acima de 25%.
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142
Desde 1994 o Brasil não adota limite de exposição ocupacional para o benzeno. O
governo brasileiro, através da Portaria nº 14/1995 (BRASIL, 1995), do antes Ministério do
Trabalho e Emprego e atual Ministério do Trabalho e Previdência Social, reconheceu o benzeno
como um agente cancerígeno confirmado para humanos e retirou a substância da tabela dos
limites de tolerância do Anexo 11, da NR 15. Esta mesma Portaria criou o Anexo 13-A da NR-
15, voltado para as empresas que produzem, transportam, armazenam, utilizam ou manipulam o
benzeno e as misturas líquidas que contenham 1% ou mais, em volume. Para estes segmentos,
foram estabelecidos, de forma temporária, dois valores de referência tecnológicos (VRT), média
ponderada de 8 horas, sendo 2,5 ppm (7,98 mg/m3) para as indústrias siderúrgicas e 1 ppm (ou
3,19 mg/m3) para os demais segmentos abrangidos pelo Anexo. Estes valores não correspondem
aos limites de exposição ocupacional e foram estabelecidos apenas como parâmetros para os
programas de melhoria contínua das empresas abrangidas pelo Anexo 13-A. De acordo com este,
“o cumprimento do VRT é obrigatório e não exclui o risco à saúde”. Também de acordo com
o Anexo 13-A, que segue a mesma orientação da OMS, “o benzeno é uma substância
comprovadamente carcinogênica, para a qual não existe limite seguro de exposição”. Ou
seja, concentrações abaixo dos valores de VRT não excluem o risco à saúde dos trabalhadores.
Mais recentemente, o governo brasileiro incluiu o benzeno na Lista Nacional de Agentes
Cancerígenos para Humanos (LINACH) (BRASIL, 2014).
Desta forma, deduz-se que as concentrações de benzeno medidas nas zonas de circulação
das carvoarias representam risco para a saúde dos trabalhadores carvoeiros e torna ainda mais
complexa a tarefa de conhecer o perfil de exposição desses trabalhadores. Contudo, até a
realização do projeto o benzeno nunca havia sido contemplado nos PPRA e PCMSO das
empresas e nem encontramos informações na literatura consultada a respeito da exposição de
carvoeiros a esta substância. Recomendamos, portanto, que esta substância seja contemplada nos
referidos programas, priorizando os trabalhadores que têm maior contato com a fumaça, como no
caso dos carbonizadores e alguns barreladores. O carbonizador, conforme já alertado
anteriormente, chega muito próximo aos orifícios e chaminés, onde as concentrações de benzeno
medidas atingiram valores acima de 1 ppm. A presença de benzeno na fumaça da queima da
madeira ratifica a necessidade de implantação de sistemas de captação e reaproveitamento da
fumaça proveniente dos fornos, resultando na eliminação ou redução das emissões para a
atmosfera. É a única forma eficaz de prevenir danos à saúde dos trabalhadores. Além disso, as
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144
comunidades vizinhas às baterias de fornos podem estar sendo contaminadas pelo benzeno
emitido para a atmosfera geral.
4.5. Avaliação das concentrações de poeira de carvão vegetal no ar, nas frações total e
respirável, em amostras pessoais coletadas na zona respiratória de trabalhadores que
retiravam o carvão dos fornos (Fase VIII)
Foram coletadas 42 amostras pessoais de poeira total (PT) e 35 de poeira respirável (PR)
de carvão, na zona respiratória de trabalhadores de cinco (5) carvoarias dentre as contempladas
no estudo, no período de 2008 a 2012. As coletas foram realizadas em trabalhadores forneiros
que realizavam a retirada do carvão de dentro dos fornos. Os resultados de concentração média
ponderado no tempo de todas as amostras (corrigidos para 25 ºC e 1 atm), assim como as
respectivas vazões e duração das coletas, encontram-se no APÊNDICE E deste relatório.
Em 16 amostras de PT e 5 de PR ocorreu a saturação do filtro e a presença de partículas
soltas sobre a membrana durante as pesagens. Isto foi resultante das elevadas concentrações de
poeira no ar e do extenuante trabalho de retirada do carvão de dentro dos fornos. Os movimentos
bruscos e fortes do trabalhador durante o processo de enchimento do carrinho de mão com
carvão podem ter contribuído para o desprendimento de partículas da superfície do filtro,
impossibilitando a medida da concentração com a exatidão e precisão requeridas. Nestes casos,
as concentrações medidas representam as concentrações mínimas presente no ar no momento da
coleta. Vale frisar que os tempos de coleta dessas amostras foram relativamente curtos (entre 13
e 70 minutos para PT, e entre 47 e 114 minutos, para PR), justamente como uma estratégia para
reduzir a possibilidade de saturação dos filtros.
A Tabela 26 apresenta as faixas de concentrações, os valores de média e do desvio
padrão, e o número de resultados válidos (excluídos os das amostras saturadas) para as amostras
pessoais de PT e PR coletadas nas cinco carvoarias.
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PT PR
n 26 30
(para poeira total e respirável), ou pela ACGIH para PNOS (poeira respirável), isto indicará um
risco ainda mais elevado para a saúde dos trabalhadores, já que, a poeira de carvão vegetal pode
não atender aos critérios de classificação e, portanto, os limites recomendados podem não ser
apropriados.
Do total de amostras coletadas, em 74% das de PT e 63% das de PR, os resultados foram
superiores aos respectivos PEL da OSHA para PNOR (15 mg/m3 para PT e 5 mg/m3 para PR).
Quando comparado com o valor recomendado pela ACGIH para fração respirável de PNOS (3
mg/m3), 74% das amostras de PR apresentaram concentrações superiores a esse valor. Os valores
das médias dos resultados válidos da Tabela 26, tanto de PT quanto de PR, também foram
superiores aos respectivos PELs da OSHA e ao limite recomendado pela ACGIH para PR.
Dos resultados válidos considerados para o cálculo das médias da Tabela 26, 61,5%
foram superiores ao PEL da OSHA para PT e 48,6% superaram o PEL para PR. Das 16 amostras
de PT que apresentaram saturação do filtro ou presença de partículas soltas, 13 apresentaram
resultados de concentração mínima presente superiores ao PEL da OSHA. Já para as amostras de
PR, todos os 5 resultados de concentração mínima presente foram superiores ao PEL da OSHA e
ao limite recomendado pela ACGIH para fração respirável de PNOS.
O limite recomendado pela ACGIH para fração inalável de PNOS (10 mg/m 3) não foi
adotado na presente discussão em razão de não termos utilizado coletores da fração inalável de
poeira. Os coletores de amostras utilizados atendem ao conceito de poeira total e não ao de
fração inalável, da ACGIH. Já para as amostras de PR os critérios, tanto da OSHA quanto da
ACGIH, são semelhantes. Os coletores de amostras utilizados servem a ambos os critérios.
Estes resultados demonstram que os trabalhadores forneiros estão continuamente
expostos a concentrações extremamente elevadas de poeira de carvão e que, em razão das
características da atividade realizada e do grande e repetitivo esforço físico exigido pela mesma,
é praticamente impossível a existência de um equipamento de proteção individual que ofereça
proteção adequada e prevenia danos à saúde desses trabalhadores. Somente mudanças
tecnológicas no processo, como a retirada mecanizada do carvão, poderão atingir este objetivo.
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Figura 47 – Trator realizando o enchimento com madeira de um dos novos fornos retangulares
da carvoaria Fazenda Limoeiro (Foto de 2012).
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149
Figura 48 – Trator retirando carvão de um dos novos fornos construídos na carvoaria Fazenda
Limoeiro (Foto de 2012).
Em 2015, fomos informados que duas outras carvoarias já haviam adotados estes novos
fornos: as Fazendas Juruaba e Buri. Estes novos fornos também não possuem sistemas de
reaproveitamento dos componentes da fumaça. Apesar do número reduzido de orifícios de saída
de fumaça e de só possuírem uma única chaminé, esta última ainda é baixa o suficiente para
causar a contaminação das zonas de circulação de trabalhadores, como pode ser visto nas Figuras
49 e 50.
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150
Figura 50 – Barrelador realizando sua atividade nos novos fornos da Fazenda Limoeiro, exposto
à fumaça que atinge a zona de circulação (Foto de 2012).
Ainda que nestes novos fornos o carvão seja retirado por tratores, ainda foi constatada a
necessidade da presença de trabalhadores auxiliares do processo de finalização, que ajudam a
empilhar o carvão residual para facilitar o trabalho do trator, ou retiram os “tiços” (pedaços de
madeira não totalmente convertidos a carvão) da pilha de carvão para reaproveitamento em outro
forno. Durante estas atividades, ainda ocorre a exposição à poeira, conforme mostrado nas
Figuras 51 e 52.
A atividade de enchimento das carretas com carvão continua sendo realizada por meio de
tratores. Durante esta atividade, existe a liberação de muita poeira de carvão para os locais de
trabalho, conforme mostrado na Figura 53.
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152
Figura 54 – Plataforma móvel para acesso do carbonizado ao topo das portas dos novos fornos
da Fazenda Limoeiro (Foto de 2012).
Estas novas situações não foram contempladas em nosso estudo e devem estar
contempladas no PPRA e PCMSO das empresas. Outras situações de risco podem ter surgido
com esta nova modalidade de fornos e necessitam de análise e investigação futuras.
Apesar de passados vários anos desde o início do projeto, a maioria das carvoarias
existentes na região e no Estado da Bahia, ainda adota o processo não mecanizado, para os quais
o nosso estudo foi dirigido.
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4.8. Publicações e apresentações de trabalhos em eventos científicos
KATO, M.; LOOMIS, D.; BROKS, L. M.; GATTÁS, G. F. J.; GOMES, L.; CARVALHO, A. B.
DE; REGO. M. A. V.; DEMARINI, D. M. Urinary biomarkers in charcoal workers exposed to
wood smoke in Bahia State, Brazil. Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, [S.I.],
v. 13, n. 6, 1005-1012, 2004.
GATTÁS, G. J.; KATO, M.; SOARES-VIEIRA, J. A.; SIRAQUE, M. S.; KOHLER, P.;
GOMES, L. ET AL. Ethnicity and glutathione S-transferase (GSTM1/GSTT1) polymorphisms in
a Brazilian population. Brazilian Journal of Medical and Biological Research (Impresso), v.
37, p. 451-458, 2004.
CARVALHO, A., B. DE; KATO, M; REZENDE, M., M.; PEREIRA, P., A. de P.; de
ANDRADE, J. B.. Determination of carbonyl compounds in the atmophere of charcoal plants by
HPLC and UV detection. J. Sep. Sci. 31, 1686-1693, 2008. doi: 10.1002/jssc.200800006.
KATO, M.; REGO, M. A. V.. Prevalence of DNA damage in workers exposed to eucalyptus
smoke and charcoal particulate in wood-carbonization plants in Bahia State, Brazil. In:
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154
Environmental Mutagen Society 32nd Annual Meeting, 2001, San Diego, CA. Environ Mol
Mutagen, 2001. v. 37.
GOMES, L.; KATO, M.; GATTÁS, G. F.; REGO, M. A., V. DNA Single strand breaks in nasal
mucous cells and leukocytes of charcoal workers in Brazil. In: 2002 Environmental Mutagenesis
Society Meeting, 2002, Anchorage. Environ Mol Mutagen, 2002. v. 39.
KATO, M.; LOOMIS, D.; BROOKS, L.; CARVALHO, A. B. DE; GOMES, L.; GATTÁS, G.
F.; DEMARINI, D. M. Occupational risks of charcoal production in Bahia State, Brazil. In: 16th
EPICOH Congress on Epidemiology in Occupational Health, 2002, Barcelona. Medicina del
Lavoro. Milano: Medicina del Lavoro, 2002. v. 93.
KATO, M.; DEMARINI, D. M.; BROOKS, L.; CARVALHO, A. B. DE; REGO, M. A. V.;
LOOMIS, D.. Urinary mutagenicity in charcoal workers: a cross-sectional study in Northeastern
Brazil. In: ISEA 2002, 2002, Vancouver. Proccedings of ISEA/ISEE 2002. Vancouver: UBC,
2002.
GATTAS, G, F.; SOARES-VIERIA, J. A.; KATO, M.; REGO, M. A. V.; SIRAQUE, M. S.;
KOHLER, P.; GOMES, L.; BYDLOWSKI, S. P. Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) and
T1(GSTT1) polymorphisms in caucasians, mulattos and blacks from São Paulo and from Bahia,
Brazil. 27th International Congress on Occupational Health, 2003, Foz do Iguaçu/Brasil.
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155
KATO, M.; CARVALHO, A. B. DE; LOOMIS, D.; REGO, M. A. V.; GATTÁS, G. F.;
DEMARINI, D. M. Urinary mutagenicity and biomarkers of exposure to wood smoke among
charcoal workers in Brazil. In: 9th International Conference on Environmental Mutagens & 36th
Annual Meeting of the Environmental Mutagen Society, 2005, San Francisco, EUA. Mutation
Research - Fundamental and Molecular Mechanisms of Mutagenesis, 2005. v. 577s. p. e1-e256.
produção de carvão vegetal em uma carvoaria da Bahia. 2009. In: 32ª Reunião Anual da
Sociedade Brasileira de Química, 2009, Fortaleza. Livro de resumos – 32ª RASBQ, 2009. v.
único.
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157
5. CONCLUSÕES
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158
f) Fornos baixos, cujas alturas das portas dificultavam o acesso do trabalhador, tanto
no carregamento das toras de madeira para o seu interior, como no ato de retirar o
carvão (risco de ferimentos na cabeça e membros superiores);
g) Carregamento de carvão para os caminhões sendo realizados por trabalhadores, os
quais eram obrigados a subir escadas muito inclinadas, sem qualquer proteção,
carregando cestos ou balaios cheios de carvão sobre a cabeça.
A atividade de retirada do carvão dos fornos é extenuante e associada aos elevados níveis
de poeira desprendida durante a movimentação do carvão e ao calor no interior do forno, torna
difícil a tarefa de proteger os olhos e trato respiratório do trabalhador forneiro. O uso de óculos
de proteção é inviabilizado pela transpiração, a qual provoca embaçamento do visor. Ao final de
um processo de retirada do carvão de um forno, os respiradores utilizados pelos trabalhadores
ficam totalmente sujos, necessitando de higienização ou substituição imediata. Foi constatado
que esta situação era ainda mais agravada quando apenas um forneiro realizava o processo de
descarregamento do forno. A intoxicação por monóxido de carbono, chegando à perda de
consciência, foram efeitos relatados pelos trabalhadores, relacionados ao momento de entrada no
forno após sua abertura para a retirada do carvão.
Os efeitos danosos potenciais à saúde desse processo de trabalho são inúmeros e podem
ser causados por quedas de altura, mordida por animias peçonhentos, execução de várias
atividades em posturas inadequadas, excesso de peso, proximidade com fonte de calor, entre
outros.
A tolerancia à irritação dos olhos e trato respiratorio parece ser um dos fatores
determinantes para a permanencia na atividade. Embora os trabalhadores entrevistados tenham
referido sintomas respiratórios, como tosse (15%), nariz entupido (14%) e catarro no peito
(12%), a diferença entre os grupos de expostos e não expostos não foi estatisticamente
significante, indicando a presença do efeito do trabalhador do sadio na população estudada.
A revisão de literatura aqui apresentada evidencia que a fumaça emitida pelos fornos em
carbonização, foco do nosso estudo, contem em sua composição centenas de substâncias
químicas, cuja maioria é irritante para o trato respiratório, para os olhos e pele; outras têm efeito
sobre o sistema nervoso central; algumas já são reconhecidamente cancerígenas para os seres
humanos, enquanto outras são tidas como possivelmente cancerígenas, mas já confirmadas em
animais.Foram observadas associações positivas entre exposição à fumaça e danos ao DNA no
epitélio nasal e mutagenicidade urinária, mesmo quando se considera fatore otros fatores como
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159
b) Cartuchos C18 impregnados com solução ácida a 0,05% (m/v) de 2,4-DNPH não se
mostraram apropriados para o uso em carvoarias em vazões em torno de 0,1 L/min e
tempos de coletas acima de 120 minutos, pois todo o reagente era consumido durante
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de concentração com limites de tolerância de substâncias individualmente, não deve ser utilizada
como parâmetro de julgamento das exposições ocupacionais ou dos níveis de contaminação do ar
nos locais de trabalho, pois, além de se estar subestimando, nada se conhece sobre os possíveis
efeitos aditivos, sinérgicos, ou antagônicos de muitas das substâncias presentes na fumaça
emitida pelos fornos das carvoarias.
As concentrações de naftaleno, tanto nas amostras pessoais como nas estacionárias,
foram sempre muito superiores às do pireno, justificando, assim, o uso do 2-NAP como
indicador biológico de exposição aos HPAs presentes na fumaça. Para os carbonizadores, as
concentrações de naftaleno, MPT, de todas as amostras coletadas ficaram na faixa de 10,68 a
422,86 µg/m3, enquanto que as de pireno ficaram entre 0,17 e 1,28 µg/m3. Para os barreladores,
as concentrações de naftaleno, MPT, ficaram entre 2,29 e 18,54 µg/m3, enquanto que as de
pireno ficaram entre 0,11 e 0,45 µg/m3. Já para as amostras estacionárias, as concentrações de
naftaleno, MPT, ficaram entre 9,6 e 569,7 µg/m3, enquanto que as de pireno ficaram entre 0,05 e
11,24 µg/m3.
A presença de benzeno na fumaça proveniente dos fornos foi confirmada através das
amostras estacionárias coletadas em suas proximidades. As concentrações MPT estiveram na
faixa de 0,045 a 1,21 mg/m3 (0,014 a 0,38 ppm, volume/volume). A concentração MPT de
benzeno atingiu valor de 3,36 mg/m3 (1,05 ppm) em uma amostra coletada a um metro de
distância da chaminé de um forno em fase inicial de carbonização, indicando um elevado risco à
saúde, principalmente para os trabalhadores que realizam atividades junto aos fornos, como os
carbonizadores e barreladores.
Para a poeira total e respirável de carvão vegetal, a legislação brasileira não adota limites
de tolerância, mas a maioria dos resultados obtidos violou os limites propostos pela OSHA/EUA
(PEL-TWA de 15 mg/m3 para poeira total, e de 5 mg/m3 para poeira respirável). Muitas amostras
apresentaram saturação do filtro devido aos elevados níveis de poeira em suspensão no ar
inalado pelos forneiros.
Nos fornos convencionais, os pontos de emissão de fumaça (tatus, baianas e chaminés)
estão distribuídos nos fornos a uma altura, em relação ao solo, muito próxima à da zona
respiratória dos trabalhadores. O mesmo também acontece com os novos fornos retangulares.
Embora estes só possuam uma única chaminé (os convencionais circulares possuem até seis
chaminés), ainda existem orifícios ao longo dos fornos, para fins de controle do processo de
carbonização, que emitem fumaça para o ambiente de trabalho, atingindo, predominantemente,
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6. RECOMENDAÇÕES
b) Devem ser adotados modelos de fornos que permitam a mecanização do enchimento com
a madeira e da retirada do carvão, como já vem sendo praticado na Fazenda Limoeiro.
d) As empresas devem buscar alternativas eficazes de proteção dos olhos dos trabalhadores
forneiros. Respiradores reutilizáveis, da linha facial inteira ou de pressão positiva, são
mais indicados para a proteção respiratória e dos olhos simultaneamente, mas precisam
ser testados nas atividades reais, para avaliar a eficácia dos mesmos.
f) Devem ser proibidas atividades ou situações que geram risco grave de acidentes para os
trabalhadores, tais como: transporte de madeira por meio de carroças (“cambiteiros”);
transporte de trabalhadores em cima das pilhas de madeira, nos caminhões ou tratores;
carregamento e descarregamento manual da madeira nos caminhões ou tratores; ignição
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do forno a partir do topo, quando o trabalhador tiver que subir e caminhar no topo do
mesmo; transferência de gasolina para os vasilhames de combustível dos operadores de
motosserra, utilizando a sucção com a boca; construção de fornos baixos, que dificultem
o acesso do trabalhador carregando as toras de madeira ou retirando o carvão (risco de
ferimentos na cabeça e membros superiores); carregamento de carvão para os caminhões
realizados por trabalhadores transportando cestos ou balaios cheios de carvão sobre suas
cabeças e subindo escadas que dão acesso às gaiolas dos caminhões.
g) A avalição periódica da sáude dos trabalhadores das carvoarias deve incluir avaliação
clínica do trato respiratorio, dos olhos, da pele e função renal, devido à exposição à
fumaça e ao calor, e à atividade física extenuante executada ao ar livre.
i) Deve ser proibida a abertura do forno para a retirada do carvão sem que o mesmo esteja
adequadamente resfriado e isento do risco de nova ignição da pilha de carvão. As
carvoarias devem buscar a instalação de dispositivos de leitura interna da temperatura e
de outros parâmetros que julguem necessário, que as auxiliem na definição do momento
adequado a partir do qual o forno poderá ser aberto.
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TERMO DE CONSENTIMENTO
Para ser lido por ou para todos os participantes: As informações a seguir descrevem o
estudo a ser realizado e o seu papel como participante no estudo. O entrevistador poderá
responder à qualquer questão que você tenha referente ao estudo. Por favor, leia ou ouça com
atenção e não hesite em perguntar.
O objetivo do estudo: Nós estamos convidando você a participar de uma pesquisa que será
realizada aqui no seu local de trabalho sobre a exposição à fumaça de madeira e à poeira do
carvão e da madeira, e sobre a saúde dos trabalhadores na atividade carvoeira. O CESAT, da
Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e a FUNDACENTRO-BA são as instituições que
conduzirão o trabalho em campo. O propósito desta pesquisa é de investigar os possíveis
efeitos à saúde que podem ser encontrados nos trabalhadores de carvoarias. Como parte do
estudo lhe entrevistaremos e faremos exames de material biológico. As respostas de vocês e os
resultados dos exames nos ajudarão a compreender melhor sobre os agentes de risco
ocupacionais presentes nas carvoarias, e assim será possível propor medidas de controles.
Procedimentos: Se você se decidir a participar voluntariamente da pesquisa depois de ter lido
ou ouvido este texto, por favor, assine o protocolo. O entrevistador também o fará. Depois, o
entrevistador lhe fará perguntas sobre sua idade, cidade de origem, ocupações passadas, seus
hábitos, sua percepção sobre as condições de trabalho e sobre sua saúde. A urina você mesmo
coletará num frasco que vamos fornecer. Um pessoal treinado vai coletar amostras de pele,
mucosa nasal, oral e sangue, para ver o nível de exposição e averiguar sua saúde. O sangue
será coletado por punção venosa, as amostras de pele com esparadrapo e as amostras de
mucosa com uma escova própria para tal. A coleta poderá causar dor e desconforto
momentâneos, sem maiores consequências. Espirro e lagrimas podem ocorrer depois da coleta
da mucosa nasal. Recomendamos que você fique imóvel durante o processo da coleta e siga as
instruções do pessoal para que não aconteça nenhum acidente. A função pulmonar será
avaliada com um espirômetro. Você terá que expirar para dentro de um tubo para ver sua
capacidade pulmonar. Embora a possibilidade seja bastante remota, se o procedimento de
coleta induzir algum dano a sua pessoa, o projeto será responsável pelo custo do tratamento,
transporte e medicação necessários para o restabelecimento do participante. O material
biológico coletado será utilizado unicamente para fins desta pesquisa.
Amostras de ar ambiental também serão coletadas para análise. Alguns de vocês podem ser
requisitados para carregara uma bomba de ar na cintura e um amostrador ao redor do pescoço
ou do peito. Neste caso, você deverá continuar normalmente sua rotina de trabalho.
Sigilo e privacidade: Suas respostas às nossas perguntas ou a informação sobre seu exame
médico e as análises de laboratório serão confidenciais e somente você e os pesquisadores
terão acesso a eles. Você não será individualmente identificado em nenhuma de nossos
relatórios ou publicações que resultarão deste estudo. Você receberá os resultados das análises
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realizadas em sua urina, sangue, mucosa nasal e pele. A sua participação ou a não-participação
neste projeto não deverá interferir em sua relação de trabalho.
Se você necessitar de algum outro tipo de avaliação médica, o pessoal em campo poderá lhe
dar indicações de como proceder e onde recorrer. No entanto, o custo dessas avaliações não
serão da responsabilidade do projeto ou das instituições participantes do projeto.
Contatos: Se você vier a ter perguntas sobre sua participação neste estudo ou sobre os seus
direitos como um participante no estudo, por favor entre em contato com os coordenadores do
estudo: Mina Kato, da FUNDACENTRO-BA, (071) 341-1412, ou Dr. Marco Rego, na Fac.
Medicina da UFBA, (71) 237-7353, ou o Comitê de Ética em Pesquisa do Conselho Nacional do
Câncer (CEP/CICAN), 71-357-1624 (ramal 201), coordenador: Antônio Fábio de Medrado
Araújo, ou o Comitê de Ética da Escola de Saúde Pública da Universidade da Carolina do Norte
em Chapel Hill, NC. O endereço dessa última instituição é: Institutional Review Board, School of
Public Health, University of North Carolina at Chapel Hill, NC 26599-7400, Estados Unidos da
América.
Consentimento: Eu ,
_________________________________________________________________ li ou ouvi a
leitura do consentimento informado. Tive a oportunidade de perguntar questões sobre o projeto
e elas foram respondidas para minha completa satisfação. E, sou voluntário em participar do
projeto.
_____________________________________ ___________________
Assinatura do participante ou Digital Data
_____________________________________ ________________
Assinatura da testemunha Data
_____________________________________ ________________
Assinatura da testemunha Data
_____________________________________ ________________
Assinatura do coordenador do projeto Data
Fundacentro-BA ou Cesat-SESAB
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*37. Quantas vezes ao dia você escova os dentes? (0)nsa (1)uma (2)duas (3)três dente
(4)mais de três
*38. Você usa pasta de dente? (0)não, menos de 2 vezes por semana (1)na pastaden
maioria dos dias da semana (2)sempre (8)nsa
39. Sua gengiva (boca) costuma sangrar quando escova os dentes? (0)não gegngiv
(1)de vez em quando (2)na maioria das vezes (3)sempre
40. Você costuma palitar os dentes? (0)não (1)de palita
vez em quando (2)na maioria das vezes (3)sempre
41. Você costuma mastigar palitos ou capim? (0)não capim
(1)de vez em quando (2)na maioria das vezes (3)sempre
SINTOMAS (pele, olhos cabeça)
42. Você tem ou teve algum problema na pele nos últimos 3 meses? pele
Coceira: ? (0) não (1) sim Em que parte do
corpo?________________________
Vermelhidão: ? (0) não (1) sim Em que parte do
corpo?________________________
Ardência ? (0) não (1) sim Em que parte do
corpo?________________________
Infecção com pus: ? (0) não (1) sim Em que parte do
corpo?________________________
outro?_________________________ Em que parte do
corpo?________________________
43. Você costuma ter dor de cabeça ? (0) não (1) sim (7)não cafale
sabe
44. Você teve dores de cabeça nos últimos 3 meses? (0) não (1) cefalatu
sim
*45. Com que freqüência você tem dores de cabeça? (1)Diariamente, na maior cefreq
parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*46. Em que período do dia você sente mais dores de cabeça? (1)de manhã cefepoc
quando acorda (2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:
_______________________ (8)nsa
47. Você costuma ter coceira nos olhos ? (0) não (1) sim sinust
(7)não sabe
48. Você teve coceira nos olhos nos últimos 3 meses? (0) não (1) sinuatu
sim
*49. Com que freqüência você tem coceira nos olhos? (1)Diariamente, na maior sinufreq
parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*50. Em que período do dia você sente mais coceira nos olhos? (1)de manhã tosepoc
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67. Você tem catarro mesmo sem a tosse? (0) não (1) sim catar
68. Você teve catarro nos últimos 3 meses (com ou sem tosse)? (0) não catratu
(1) sim
*69. Com que freqüência você tem catarro sem tosse? (0)nunca catrfreq
(1)diariamente, na maior parte do ano (2)na maioria dos dias, ao menos 3 meses
por ano (3)alguns dias durante o ano (4)só quando faz frio
(5)outro:_______________________ (8)nsa
*70. Em que período do dia você tem mais catarro? (1)de manhã quando catepoc
acorda (2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (8)Outro:
_______________________ (8)nsa
71 Já teve catarro com sangue (com ou sem tosse)? (0) não (1) sim catsang
(7)não sabe
72. Você teve catarro com sangue nos últimos 3 meses? (0) não (1) casatu
sim (7)não sabe
73. Você tem pigarro normalmente? (0) não (1) sim piga
74. Você teve pigarro nos últimos 3 meses? (0) não (1) sim
*75. Com que freqüência você tem pigarro? (1)Diariamente, na maior pigaratu
parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8) nsa
*76. Quando você tem mais pigarro? (1)de manhã quando acorda entuatu
(2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:
_______________________ (8)nsa
77. Você costuma ter o nariz entupido? (0) não (1) sim entup
78. Você teve muito nariz entupido nos últimos 3 meses? (0) não (1) entuatu
sim
*79. Com que freqüência você tem o nariz entupido? (1)Diariamente, na maior entufreq
parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*80. Quando você sente mais o nariz entupido? (1)de manhã quando acorda entepoc
(2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:
_______________________ (8)nsa
81. Você costuma ter o nariz escorrendo? (0) não (1) sim escoatu
82. Você teve o nariz escorrendo nos últimos 3 meses? (0) não (1) sim escatu
*83. Com que freqüência você tem o nariz escorrendo? (1)Diariamente, na escfreq
maior parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ c
*84. Em que período do dia você tem mais nariz escorrendo? (1)de manhã escepoc
quando acorda (2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:
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_______________________ (8)nsa
85. Você costuma ter sinusite? ? (0) não (1) sim (7)não sinust
sabe
86. Você teve sinusite nos últimos 3 meses? (0) não (1) sim sinuatu
*87. Com que freqüência você tem crises (ataques) de sinusite? (1)Diariamente, sinufreq
na maior parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*88. Em que período do dia você sente mais a sinusite? (1)de manhã quando sinepoc
acorda 2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:
_______________________ (8)nsa
89. Você costuma ter piados (chiado) no peito? (0) não (1) sim piado
90. Você teve piados no peito nos últimos 3 meses? (0) não (1) piatu
sim
*91. Com que freqüência você tem chiado no peito? (1)Diariamente, na maior piafreq
parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*92. Em que período do dia você tem mais chiado no peito? (1)de manhã piepoc
quando acorda (2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:
_______________________ (8)nsa
*93. Isto interfere no seu trabalho? ? (0) não (1) sim (7)não piatrab
sabe (8)nsa
94. Você tem dificuldade para respirar? (0) não (1) sim respi
95. Você teve dificuldade para respirar nos últimos 3 meses? (0) não (1) sim respatu
*96. Com que freqüência você tem dificuldade para respirar? (1)Diariamente, na respfreq
maior parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*97. Em que período do dia você sente mais a dificuldade para respirar? respepoc
(1)de manhã quando acorda (2)durante o dia (3)de noite,
antes de dormir (8)Outro: _______________________
(8)nsa
*98. Você tem que parar para respirar quando caminha em um lugar plano? resplan
(0) não (1) sim (8)nsa
*99. Você tem dificuldade para respirar quando caminha depressa ou sobe uma resplad
ladeira?
(0) não (1) sim (8)nsa
*100. Você tem dificuldade para respirar quando caminha com gente de sua respand
idade?
(0) não (1) sim (8)nsa
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101. Você costuma ter tonturas (ficar zonzo)? (0) não (1) sim tontu
102. Você teve tonturas nos últimos 3 meses? (0) não (1) sim tontatu
*103. Com que freqüência você tem tonturas? (1)Diariamente, na maior parte do tontufreq
ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*104. Em que período do dia você tem tonturas? (1)de manhã quando acorda tontepoc
(2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:
_______________________ (8)nsa
105. Você costuma desmaiar? (0) não (1) sim desma
106. Você desmaiou nos últimos 3 meses? (0) não (1) sim desmatu
*107. Com que freqüência você tem desmaios? (1)Diariamente, na maior parte do desmfreq
ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano (3)Alguns dias
durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*108. Em que período do dia você tem mais desmaios? (1)de manhã quando desmepoc
acorda (2)durante o dia (5)de noite, antes de dormir (5)Outro:
_______________________ (8)nsa
109. Você costuma ficar gripado? (0)não (1)sim
*110. Você ficou gripado nos últimos 3 meses ? (0)não
(1)sim
*111. Com que freqüência você fica gripado? (1)Diariamente, na maior parte do
ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano (3)Alguns dias
durante o ano (4)Só quando faz frio (5)outro:_________________
(8)nsa
112. Você tem percebido piora destes sintomas mencionados? Há quanto tempo?
Tosse (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __ piortos
meses piorcat
Catarro (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __ piorcs
meses piorpig
Catarro + sangue (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __ pioratch
meses piorent
Pigarro (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __ pioresc
meses
piorsin
Espirro (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __
meses piorpia
Nariz entupido (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __ piordif
meses piordor
Nariz escorrendo (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __ piorolh
meses piorple
Sinusite (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __ piordesm
meses piorton
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__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
ACIDENTE DE TRABALHO? (0) não (1) sim
118. Tem notícias de câncer na família? (0) não (1) sim cancer
Se sim, qual o tipo e em que membro da família (pai, mãe e irmãos)
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
EXPOSIÇÃO A AGENTES QUÍMICOS
119. Enquanto está trabalhando aqui na empresa, você normalmente usa: lamp1
lampião(candeeiro) a querosene: (0) não (1) sim lenha1
fogo a lenha: (0) não (1) sim carv1
fogo a carvão: (0) não (1) sim vene1
uso de veneno agrícola (aplicação de agrotóxicos): (0) não (1) sim imp1
impermeabilizante: (0) não (1) sim serra1
motoserra (0) não (1) sim
trator (0) não (1) sim
caminhão (0) não (1) sim
algum produto químico?___________________________________________
120 Se voce dorme no local de trabalho: Enquanto você não está trabalhando, lamp2
mas está por aqui na empresa, você normalmente usa: lenha2
lampião(candeeiro) a querosene: (0) não (1) sim carv2
fogo a lenha: (0) não (1) sim vene2
fogo a carvão: (0) não (1) sim imp2
uso de veneno agrícola (aplicação de agrotóxicos): (0) não (1) sim serra2
impermeabilizante: (0) não (1) sim
aplica veneno para insetos (0) não (1) sim
motoserra (0) não (1) sim
trator ou caminhão (0) não (1) sim
algum produto químico?___________________________________________
121. Quando voce nao esta no trabalho nessa empresa, como por exemplo nos dias lamp3
de folga, você normalmente trabalha com ou usa: lenha3
lampião(candeeiro) a querosene: (0) não (1) sim carv3
fogo a lenha: (0) não (1) sim vene3
fogo a carvão: (0) não (1) sim imp3
uso de veneno agrícola (aplicação de agrotóxicos): (0) não (1) sim serra3
impermeabilizante: (0) não (1) sim
aplica veneno para insetos: (0) não (1) sim
motoserra (0) não (1) sim
trator (0) não (1) sim
caminhão (0) não (1) sim
algum produto químico?___________________________________________
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179
HISTÓRIA OCUPACIONAL
122. Quantos anos você tinha quando começou a trabalhar? __ __ anos
123. Qual é a sua função atual? func
__________________________________________________ prod
Descreva as suas tarefas
resumidamente:_____________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
___________
Ganha por produção? (0) não (1) sim
124. Trabalhou em outras funcoes nesta mesma empresa? Qual (is)?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________
126. Quantos anos você tinha quando começou a trabalhar nas empresas de emptime
carvão? _ _ anos
(888)nsa
127. Já trabalhou em outras atividades que não a do carvoejamento (carvão)? noncoal
(0) não (1) sim
Quais? (Se na duvida da atividade, descrever no verso).
Atividade empresa
periodo
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
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__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________
130. Como ou com quem você aprendeu a trabalhar nessa sua ocupação atual?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
131. A empresa em que você trabalha atualmente ofereceu treinamento para você
aprender a trabalhar? (0) não (1) sim
Para fazer o quê?
__________________________________________________________
132. A empresa fornece equipamento de proteção individual para sua atividade? empepi
(0) não (1) sim
Quais?___________________________________________________________
133. Você normalmente usa esses equipamentos? (0) não (1) sim trab
Por que sim ou não?
___________________________________________________________
_________________________________________________________________
134. Alguém da empresa ensinou como usar e guardar esses equipamentos usaepi
(respirador, motoserra, ou outro equipamento)? (0) não
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(1) sim
Se sim, para quais equipamentos?
________________________________________________
135. Você gosta de seu trabalho? (0) não (1) sim gosta
Por que? (Por que não)
_______________________________________________________
136. Se não estivesse trabalhando aqui, que outro emprego ou trabalho teria? alt
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________
137. Você acha que seu trabalho é perigoso? (0) não (1) sim perigo
Por que?
_________________________________________________________________
138. Alguma coisa lhe causa medo no seu trabalho? (0) não (1) sim medo
Se sim, o quê?
_______________________________________________________________
139. Alguma coisa lhe causa preocupação no seu trabalho? (0) não (1) sim preoc
Se sim, o quê?
________________________________________________________________
140. Você acha que seu trabalho é cansativo? (0) não (1) sim cansa
Se sim, por que? ___________________________________________
__________________________________________________________
141. Em seu trabalho você corre risco de sofrer algum tipo de acidente? (0) não aciden
(1) sim
Se sim, qual?
________________________________________________________________
__________________________________________________________________
142. Você se machucou ou sofreu algum acidente enquanto trabalhava, durante o machuc
ultimo mês?
(0) não (1) sim
Se sim, por favor, descreva o machucado ou o
acidente:__________________________________________________________
__________________________________________________________________
143. Em seu trabalho você corre o risco de contrair alguma doença? (0) não (1) doenca
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sim
Se sim, quais?
_______________________________________________________________
144. Você precisa fazer esforço físico PESADO em seu trabalho? (0) não (1) sim pesado
145.*Esse esforço lhe traz algum incômodo? (0) não (1) sim (8) nsa. incomo
Se sim, qual? ________________________________________________
146. Tem algo a dizer sobre o seu trabalho ou a sua saúde? OU algo a comentar
sobre o questionario?
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12/04/2007 19/04/2007
(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.
(**) Valores em negrito e com sinal “>” representam concentrações mínimas em amostras que
apresentaram breakthrough superior a 25%”.
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APÊNDICE C (continuação).
(*) Valores em negrito e com sinal “>” representam concentrações mínimas em amostras que apresentaram breakthrough superior a 25%.
Valores com sinal “<” referem-se às concentrações do Limite de Quantificação (LQ) do método analítico.
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APÊNDICE C (continuação).
(*) Valores com sinal “<” referem-se às concentrações do Limite de Quantificação (LQ) do método analítico.
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APÊNDICE C (continuação)
01/04/2004 26/05/2004
Amostra AE1 AE2 AE3 AE4 AE5 AE6 AE7
Tempo (min) 305 46 319 189 121 123 119
Vazão (L/min) 1,48 1,70 1,68 1,76 1,90 1,90 1,90
Naftaleno 43,78 32,44 9,60 569,70 >33 >74 >75
Acenaftileno 6,06 15,06 ND 15,84 5,15 15,18 16,62
Acenafteno 1,96 ND ND 5,58 1,52 4,79 6,95
Fluoreno 7,14 5,01 0,60 5,89 3,07 8,15 13,08
Fenantreno 7,08 3,28 1,02 75,20 4,38 7,50 9,33
Antraceno 2,54 1,51 0,18 3,98 1,62 2,23 3,11
Fluoranteno 0,59 ND 0,11 4,01 1,36 0,75 0,34
Pireno 0,46 ND 0,14 3,36 1,31 0,67 0,30
(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.
(**) Valores em negrito e com sinal “>” representam concentrações mínimas em amostras que
apresentaram breakthrough superior a 25%. ND = Não Detectada a presença da substância na
amostra nas condições de análise.
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APÊNDICE C (continuação)
01/04/2004 26/05/2004
(*) Valores com sinal “<” referem-se às concentrações do Limite de Quantificação (LQ) do
método analítico.
01/04/2004
Amostra APB1 APB2
Tempo (min) 205 319
Vazão (L/min) 1,61 1,69
Naftaleno 7,18 2,29
Acenaftileno 1,60 0,66
Acenafteno <1,57 <0,97
Fluoreno 0,57 0,25
Fenantreno 0,84 0,32
Antraceno 0,22 <0,09
Fluoranteno <0,29 <0,18
Pireno <0,14 <0,09
(*) Valores com sinal “<” referem-se às concentrações do Limite de Quantificação (LQ) do
método analítico.
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APÊNDICE C (continuação)
Carvoaria C Carvoaria D
11/09/2003 25/03/2004
Amostra AE1 AE2 AE3 AE4 AE5 AE6
Tempo (min) 322 301 165 289 105 103
Vazão (L/min) 0,99 1,00 1,50 1,50 1,46 1,40
Naftaleno >30 >50 >88 >108 135,39 >67
Acenaftileno 7,49 17,01 28,46 27,19 20,70 16,41
Acenafteno 1,81 5,50 <4,86 7,41 2,59 1,61
Fluoreno 3,44 7,07 11,20 14,80 11,28 8,77
Fenantreno 11,17 16,07 23,54 45,53 12,24 11,53
Antraceno 1,35 1,98 3,55 7,28 2,42 2,24
Fluoranteno 0,94 0,65 0,73 5,89 <0,64 0,69
Pireno 0,34 ND ND 2,13 0,38 0,35
(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.
(**) Valores em negrito e com sinal “>” representam concentrações mínimas em amostras que
apresentaram breakthrough superior a 25%. Valores com sinal “<” referem-se às concentrações
do Limite de Quantificação (LQ) do método analítico. ND = Não Detectada a presença da
substância na amostra nas condições de análise.
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(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.
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APÊNDICE D (continuação)
(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.
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APÊNDICE D (continuação)
(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.
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(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.
(**) Resultados em negrito, seguidos do sinal “>” representam a concentração mínima, em razão de
saturação do filtro ou da presença de partículas soltas durante a pesagem do mesmo.
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APÊNDICE E (continuação).
(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.
(**) Resultados em negrito, seguidos do sinal “>” representam a concentração mínima, em razão de
saturação do filtro ou da presença de partículas soltas durante a pesagem do mesmo.
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APÊNDICE E (continuação).
(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.
(**) Resultados em negrito, com o sinal “>” representam a concentração mínima, em razão de saturação
do filtro ou da presença de partículas soltas durante a pesagem do mesmo. Resultados com o sinal “<”
representam a concentração do limite de quantificação do método.
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APÊNDICE E (continuação).
(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.
(**) Resultados em negrito, com o sinal “>” representam a concentração mínima, em razão de saturação
do filtro ou da presença de partículas soltas durante a pesagem do mesmo. Resultados com o sinal “<”
representam a concentração do limite de quantificação do método.
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FUNDACENTRO - FUNDAÇÃO JORGE DUPRAT
FIGUEIREDO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO
TRABALHO
RELATÓRIO FINAL
SALVADOR - BAHIA
Março, 2016