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FUNDACENTRO - FUNDAÇÃO JORGE DUPRAT FIGUEIREDO DE SEGURANÇA E

MEDICINA DO TRABALHO - CENTRO REGIONAL DA BAHIA (CRBA) - Laboratório


Químico de Higiene Ocupacional

RELATÓRIO FINAL DO PROJETO AVALIAÇÃO DE AGENTES


CARCINOGÊNICOS/MUTAGÊNICOS EM AMBIENTES DE TRABALHO - Exposição de
Trabalhadores a Agentes Cancerígenos e Irritantes em Carvoarias não Mecanizadas na Bahia.

Classificação de segurança: sem restrições.

EQUIPE TÉCNICA

 Albertinho Barreto de Carvalho – Doutor em Química, Tecnologista Sênior –


FUNDACENTRO/CRBA (coordenação).
 Mina Kato – Farmacêutica Bioquímica, Mestre em Toxicologia, Doutora em
Epidemiologia - Tecnologista Sênior – FUNDACENTRO/CRBA (coordenação).
 Anaide Vilasboas de Andrade – Enga. Civil e de Segurança do Trabalho, Tecnologista
Sênior – FUNDACENTRO/CRBA.
 Ana Soraya Vilasboas Bomfim – Mestre em Ciências Sociais - Analista de Ciência e
Tecnologia – FUNDACENTRO/CRBA.
 Mariângela Rezende Mascarenhas Santos – Farmacêutica. Convênio
FUNDACENTRO/FUNDUNESP.
 Marco Antônio Vasconcelos Rego – Médico, Doutor em Epidemiologia –
CESAT/SESAB.

COOPERAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA/COLABORAÇÃO/PARCERIA

 Superintendência Regional do Trabalho e Emprego da Bahia, Gerência Regional do


Trabalho e Emprego de Camaçari - Parceria.
 Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador (CESAT) da Secretaria de Saúde do Estado
da Bahia (SESAB) - Cooperação técnico-científica.
Av. Tancredo Neves, S/Nº - Rua Alceu Amoroso Lima, Nº 142 - Centro Metropolitano de Salvador-Ba - CEP: 41820-770
Telefone: (071) 3272-8850 - Fax: (071) 3272-8877 -CGC: 62.428.073/0017-01 - Inscrição Estadual: Isenta
 Laboratório de Pesquisa Química (LPQ), Departamento de Química Geral e Inorgânica,
Instituto de Química, Universidade Federal da Bahia (UFBA) - Cooperação técnico-
científica.
 Departamento de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública da UNIVERSIDADE DA
CAROLINA DO NORTE, Chapel Hill (EUA) - Cooperação técnico-científica, por meio
de Bahia - Carolina Fellowship (Fogarty International).
 Divisão de Carcinogênese Ambiental da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (US
EPA), em Durham (NC) - Cooperação técnico-científica.
 Departamento de Medicina Legal, Ética Médica, Medicina Social e do Trabalho,
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Cooperação técnico-científica.

APOIO ADMINISTRATIVO

 Equipe de motoristas da FUNDACENTRO/CRBA e do CESAT.


 João Luiz M. Silva – FUNDACENTRO/CRBA – Assistente em Ciência e Tecnologia -
trabalhos de campo.
 Josildo Marcelo Murici Silva – Assistente em Ciência e Tecnologia -
FUNDACENTRO/CRBA - trabalhos de campo.
 Daniel Martins da Silva - FUNDACENTRO/CRBA – Assistente em Ciência e
Tecnologia - trabalhos de campo.

AGRADECIMENTOS

 Aos profissionais das áreas de produção e de Segurança e Saúde no Trabalho, bem como,
os trabalhadores das carvoarias pertencentes às empresas FERBASA e SIBRA.
 A Jaílson Bittencourt de Andrade e Pedro Afonso de P. Pereira, professores - doutores do
Laboratório de Pesquisa Química (LPQ) do Departamento de Química Geral e
Inorgânica, Instituto de Química – UFBA.
 A David DeMarini e seus colaboradores, da Divisão de Carcinogênese Ambiental da
Agencia de Proteção Ambiental dos EUA (US EPA).
 A Leticia Nobre, coordenadora do CESAT, SESAB.

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 A Gilka J. F. Gattás e Leni Gomes da Silva, do Departamento de Medicina Legal Ética
Médica Medicina Social e do Trabalho, Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo.
 A Gisela de Aragão Umbuzeiro, professora e pesquisadora da Faculdade de Tecnologia
da UNICAMP.
 A Dana Loomis no Departamento de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública da
Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, EUA.
 À equipe de estudantes de Medicina, internos do CESAT/SESAB, que participaram da
coleta de dados.
 A Lúcia Maria Rocha Lima Nunes e Maria Lúcia Pizzolato de Lucena, auditoras fiscais
do trabalho da Gerência Regional do Trabalho e Emprego/Camaçari/Bahia.

Salvador, Bahia

Março, 2016

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Qualquer parte deste relatório pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.

Projeto vinculado ao Programa de Segurança Química da FUNDACENTRO.

Projeto atualmente identificado pelo código 87.08.172

Identificações anteriores: 87.08.003 e 87.08.107.

Para a realização da presente pesquisa foram utilizados os recursos materiais do Laboratório


Químico de Higiene Ocupacional do Centro Regional da Bahia (Lab-CRBA) e do Laboratório de
Pesquisas Químicas (LPQ) do Departamento de Química Geral e Inorgânica, Instituto de
Química, Universidade Federal da Bahia (UFBA). Os recursos financeiros foram oriundos da
FUNDACENTRO e do Bahia - Carolina Fellowship (Fogarty International).

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APRESENTAÇÃO

Este relatório final apresenta os resultados do estudo realizado pela FUNDACENTRO –


Centro Regional da Bahia (FUNDACENTRO/CRBA) durante o período de 2001 a 2013, sobre a
exposição de trabalhadores a produtos químicos irritantes e cancerígenos emitidos durante o
processo de produção de carvão vegetal, em carvoarias não mecanizadas, na Bahia.
O estudo foi realizado em atendimento a uma demanda da ex-Delegacia Regional do
Trabalho (DRT), Subdelegacia de Camaçari/Bahia, atualmente, Superintendência Regional do
Trabalho e Emprego da Bahia (SRTE-BA) e Gerência Regional do Trabalho e Emprego (GRTE)
de Camaçari, que vinha realizando uma ação fiscal nas carvoarias de sua jurisdição. A ação fiscal
fazia parte do Projeto Inspeção dos Ambientes e Condições do Trabalho, subprojeto Diagnóstico
e Melhoria das Condições de Trabalho na Área do Reflorestamento e das Carvoarias
Pertencentes à Jurisdição da Subdelegacia de Camaçari, coordenados pelas Auditoras Fiscais
Lúcia Maria Rocha Lima Nunes e Maria Lúcia Pizzolato de Lucena.
O estudo proposto foi então inserido no Projeto Avaliação de Agentes
Carcinogênicos/Mutagênicos no Ar, da FUNDACENTRO-CRBA, que fazia parte do Programa
Trabalho Seguro e Saudável, do Ministério do Trabalho e Emprego, coordenado pela
FUNDACENTRO.
As carvoarias nas quais os trabalhos de campo foram realizados estavam localizadas na
região de jurisdição da GRTE-Camaçari, distantes até 200 km, ao norte de Salvador.

Albertinho Barreto de Carvalho


Coordenação

Mina Kato
Coordenação

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RESUMO

A FUNDACENTRO/CRBA concebeu e executou a investigação das condições de


trabalho e consequências à saúde dos trabalhadores em várias carvoarias não mecanizadas
localizadas na região de jurisdição da GRTE-Camaçari, ao Norte de Salvador, de 2001 a 2013,
como parte do projeto “Avaliação de agentes carcinogênicos/mutagênicos em ambientes de
trabalho”. Foram identificadas várias situações de risco de acidentes e à saúde do trabalhador
nessas plantas como quedas de altura, mordida por animias peçonhentos, acidentes com tratores
e caminhões, execução de várias atividades em posturas inadequadas, excesso de peso,
proximidade com fonte de calor, entre outros. A fumaça da queima de madeira, foco de nosso
estudo, pode causar problemas nos olhos e no aparelho respiratorio, intoxicação por monóxido
de carbono etc. Dentre os seus inúmeros componentes irritantes e carcinogenicos, alguns
(compostos carbonílicos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, benzeno) e material
particulado foram avaliados nos ambientes de trabalho de carvoarias. Os metabólitos dos
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos 1-hidroxipireno e 2-naftol foram determinados na urina
dos trabalhadores. O último se mostrou um indicador mais sensível para avaliar a exposição à
fumaça de madeira.
As concentrações dos agentes químicos emitidos na fumaça dos fornos, determinados no
presente estudo, não superaram os limites de tolerância existentes na legislação brasileira. No
entanto, os níveis de formaldeído, tanto nas amostras pessoais (12,3 a 139,1 µg/m3) quanto nas
estacionárias (23,6 a 159,5 µg/m3), foram predominantemente superiores ao limite de exposição
recomendado pelo NIOSH/EUA.
Concentrações de benzeno determinadas há 2 metros de distância de fornos em
carbonização e há 1,6 m do solo, estiveram na faixa de 0,014 a 0,38 ppm. Duas amostras
coletadas há um metro da chaminé apresentaram concentrações de 0,65 e 1,05 ppm.
Concentrações de naftaleno e pireno determinadas em todas as amostras pessoais
coletadas nos carbonizadores estiveram, respectivamente, nas faixas de 10,68 a 422,86 µg/m3 e
0,17 a 1,28 µg/m3. Nos barreladores, estas concentrações estiveram nas faixas de 2,29 a 18,54
µg/m3 e 0,11 a 0,45 µg/m3. Nas amostras estacionárias, as concentrações de naftaleno e pireno
estiveram, respectivamente, nas faixas de 9,60 a 569,7 µg/m3 e 0,05 a 11,24 µg/m3.
A maioria dos resultados obtidos na avaliação da exposição de trabalhadores forneiros à
poeira total e respirável de carvão vegetal superaram os limites propostos pela OSHA/EUA
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(PEL-TWA de 15 mg/m3 para poeira total, e de 5 mg/m3 para poeira respirável). Muitas amostras
apresentaram saturação do filtro devido aos elevados níveis de poeira em suspensão no ar
inalado pelos forneiros.
A discussão sobre as situações de risco encontradas são ilustradas com fotos tiradas nas
carvoarias durante o periodo do estudo, muitas delas acompanhadas de recomendações para
modificações no processo.

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LISTA DE SÍMBOLOS, UNIDADES E ABREVIATURAS

1. ACGIH® = American Conference of Governmental Industrial Hygienist (EUA)


2. CLAE = Cromatografia Líquida de Alta Eficiência
3. CC = Compostos Carbonílicos
4. CESAT = Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador
5. CG = Cromatografia em fase Gasosa
6. CG/DCE = Cromatógrafo a Gás com Detector de Captura de Elétrons
7. CG/DIC = Cromatógrafo a Gás com Detector de Ionização em Chama
8. CG/DFI = Cromatógrafo a Gás com Detector de Fotoionização
9. CG/DNP = Cromatógrafo a Gás com Detector de Nitrogênio e Fósforo
10. CG/EM = Cromatografia em fase gasosa acoplada à Espectrometria de Massas
11. CIPATR = Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural
12. CMPT = Concentração Média Ponderada no Tempo
13. CONAMA = Conselho Nacional de Meio Ambiente
14. COVs = Compostos Orgânicos Voláteis
15. CRBA = Centro Regional Bahia, da FUNDACENTRO (FUNDACENTRO/CRBA)
16. CTN = Centro Técnico Nacional, da FUNDACENTRO (FUNDACENTRO/CTN)
17. DFG = Deutsche Forschungsgemeinschaft (Alemanha)
18. DMF = Dimetilformamida
19. 2,4-DNPH = 2,4- Dinitrofenilhidrazina
20. 2,4-DNPHo = 2,4-Dinitrofenilhidrazona
21. DSST = Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho
22. EM = Espectrometria de Massas
23. EPA = Environmental Protection Agency (Irlanda)
24. EPI = Equipamento de Proteção Individual
25. EPR = Equipamento de Proteção Respiratória
26. FSB = Fração Solúvel em Benzeno
27. FSC = Fração Solúvel em Cicloexano
28. HPA = Hidrocarboneto Policíclico Aromático
29. HPAs = Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos
30. HSE = Health and Safety Executive (Reino Unido)
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31. IARC = International Agency for Research on Cancer
32. IBE = Indicador Biológico de Exposição
33. IBE-Bz = Indicador Biológico de Exposição ao Benzeno
34. IBMP = Índice Biológico Máximo Permitido (NR 7)
35. INSHT = Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo (Espanha)
36. L = litro
37. L/min = litro por minuto
38. LT = Limite de Tolerância (NR 15)
39. m3 = metro cúbico ( = 1000 litros)
40. mg = miligrama
41. mL = mililitro
42. mm = milímetro
43. mg/m3 = miligrama por metro cúbico
44. MAK = “maximale Arbeitsplatz-Konzentration” = Concentração Máxima no Local de
Trabalho (DFG/Alemanha)
45. MEC = Metil Etil Cetona
46. MIBC = Metil Isobutil Cetona
47. MPT = Média Ponderada no Tempo
48. µm = micrômetro (0,000001 m);
49. µg/m3 = micrograma por metro cúbico
50. ng = nanograma
51. nm = nanômetro
52. NIOSH = National Institute for Occupational Safety and Health (EUA)
53. OSHA = Occupational Safety and Health Administration (EUA)
54. ppb = partes por bilhão, em volume
55. ppm = partes por milhão, em volume.
56. PCMSO = Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
57. PEL = Permissible Exposure Limits (OSHA/EUA)
58. PNOR = Particulates Not Otherwise Regulated (PNOR) (OSHA/EUA)
59. PNOS = Particles (insoluble or poorly soluble) Not Otherwise Specified (ACGIH/EUA)
60. PPRA = Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
61. PTFE = Politetrafluoretileno
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62. REL = Recommended Exposure Limit (NIOSH/EUA)
63. STEL = Short Time Exposure Limit
64. TLVs® = Threshold Limit Values
65. TWA = Time Weighted Average
66. UFBA = Universidade Federal da Bahia
67. UNC = University of North Carolina (EUA)
68. US EPA = United States Environmental Protection Agency (EUA)
69. UV = Ultra Violeta
70. V = Volume
71. VLA = Valor Limite Ambiental
72. WEL = Workplace Exposure Limit (HSE)

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Produtos da carbonização de madeira anidra. 33


Tabela 2 - Constituintes principais dos gases não condensáveis e do líquido pirolenhoso. 33
Tabela 3 - Composição química da fumaça da queima de madeira. 35
Tabela 4 - Emissões atmosféricas de compostos orgânicos presentes na fumaça de 36
madeira.
Tabela 5 - Substâncias identificadas na fumaça da queima de eucalipto para produção de 40
carvão vegetal em estudo piloto na UFMS.
Tabela 6 - Propriedades físico-químicas de alguns HPAs. 47
Tabela 7 - Classificação de carcinogenicidade para humanos de alguns HPAs, misturas 50
complexas, processos produtivos e atividades.
Tabela 8 - Limites de exposição ocupacional, em mg/m3, para alguns HPAs e misturas 52
complexas que os contém.
Tabela 9 - Propriedades físico-químicas de alguns compostos carbonílicos (CC) 59
presentes na fumaça da queima da madeira.
Tabela 10 - Propostas de valores limites para qualidade do ar, em mg/m3, para ambientes 63
internos e ambiente geral.
Tabela 11 - Limites de exposição ocupacional, em mg/m3, de alguns CC presentes na 65
fumaça da queima da madeira.
Tabela 12 - IBEs para alguns CC propostos pela ACGIH e DFG. 66
Tabela 13 - Algumas características sócio-demográficas dos trabalhadores de fornos de 117
carvão e corte da região nordeste da Bahia, 2001-2002.
Tabela 14 - Número de trabalhadores (N) e odds-ratios bruto de prevalência (ORP) para 118
genótipo e para efeitos ou sintomas da exposição à fumaça, segundo a exposição.
Tabela 15 - Odds-ratio bruto de prevalência para a associação entre altos níveis de danos 120
de DNA no epitélio nasal e potenciais fatores causais, estratificados por habito de fumar.

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LISTA DE TABELAS (continuação)

Tabela 16 - Concentrações urinárias de 2-NAP e 1-OHP (MG e DPG em µmol/mol 122


creatinina) em trabalhadores carvoeiros e do corte de madeira, em função da categoria
de exposição à fumaça de madeira e do hábito de fumar cigarro (Período, 2001-2002).

Tabela 17- Odds-ratio de prevalência (ORP e IC95%) de níveis altos de 2-NAP e 1-OHP 123

urinários em trabalhadores carvoeiros e do corte de madeira, em função da categoria de


exposição e genótipo GSTM1 (Período, 2001-2002).

Tabela 18 - Concentrações de CC (µg/m3)a, média pondera no tempo (CMPT), e 131

breakthrough (Bt) em amostras pessoais (forneiro) e estacionárias coletadas na carvoaria


C1 (1º semestre/2004).

Tabela 19 - Concentrações de CC (µg/m3)a, média pondera no tempo (CMPT), em 133

amostras pessoais coletadas no carbonizador, na carvoaria C2 (1º semestre/2004).


Tabela 20 - Concentrações de CC (µg/m3)a, média pondera no tempo (CMPT), em 133
amostras estacionárias coletadas na carvoaria C2 (1º semestre/2004).
Tabela 21 - Concentrações de HPAs, MPT, em µg/m3, de todas as amostras coletadas 138
nos carbonizadores entre 2004 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão
(DP) e número de resultados (n) considerados nos cálculos).
Tabela 22 - Concentrações de HPAs, em µg/m3, MPT, em amostras coletadas nos 139
carbonizadores entre 2004 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e
número de resultados (n)), considerando as concentrações MPT das amostras coletadas
consecutivamente.
Tabela 23 - Concentrações de HPAs, em µg/m3, MPT, de todas as amostras coletadas 139
nos barreladores entre 2004 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e
número de resultados (n)).
Tabela 24 - Concentrações de HPAs, em µg/m3, MPT, em amostras coletadas nos 140
barreladores entre 2004 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e
número de resultados (n)), considerando as concentrações MPT das amostras coletadas
consecutivamente.

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LISTA DE TABELAS (continuação)

Tabela 25 - Concentrações de HPAs, em µg/m3, MPT, nas amostras estacionárias 140


coletadas entre 2003 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e
número de resultados (n)).
Tabela 26 - Concentrações de PT e PR de carvão, em mg/m3, MPT, das amostras 145
pessoais válidas, coletadas em 5 carvoarias entre 2008 e 2012, acompanhadas da faixa,
média, desvio padrão e número de resultados (n).

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Fórmulas estruturais de alguns CC presentes na fumaça da queima da 58


madeira.
Quadro 2 - Efeitos à saúde e classificação de carcinogenicidade de alguns CC. 61
Quadro 3 - Situações ou condições de risco para os trabalhadores das carvoarias 94
(forneiro, carbonizador, barrelador), encontradas na região nordeste da Bahia no inicio
da década de 2000.
Quadro 4 - Situações ou condições de riscos para os trabalhadores do corte e do 95
transporte de madeira para as carvoarias (operador de motosserra, ajudante de operador,
cambiteiro, carregador e motorista de caminhão/carreta) na região nordeste da Bahia no
inicio da década de 2000.
Quadro 5 – Parâmetros de coleta das amostras utilizadas para a determinação de %Bt. 136
Quadro 6 - Eficiências de dessorção dos HPAs para os tubos XAD-2 de 150 e 600 mg. 137

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Fluxograma simplificado do processo de produção do carvão vegetal. 28


Figura 2 - Forno de alvenaria, cilíndrico, apresentando os orifícios e chaminés por onde 30
sai a fumaça e realiza-se o controle da carbonização (Foto de 2002).
Figura 3 - Forno de alvenaria, semicircular, apresentando os orifícios e chaminés por 31
onde sai a fumaça e realiza-se o controle da carbonização (Foto de 2002).
Figura 4 - Forno emitindo fumaça nas tonalidades branca, parda e azul, após estar 32
carbonizando por um ou dois dias (Foto de 2002).
Figura 5 - Forno carbonizando há mais de dois dias (Foto de 2002). 32
Figura 6 - Estrutura dos HPAs mais conhecidos (NIOSH, 1998). 48
Figura 7 - Fórmula geral dos compostos carbonílicos. 56
Figura 8 - Fórmula estrutural do formaldeído (CH2O). 57
Figura 9 - Distinção entre aldeídos e cetonas. 57
Figura 10 - Fórmula estrutural da acetona. 57
Figura 11 - Coleta de amostra pessoal de ar em um trabalhador (Foto de 2003). 78
Figura 12 - Trabalhadores removendo carvão do forno utilizando camisetas e cintos 79
fornecidos pela FUNDACENTRO para possibilitar a coleta de amostras pessoais (Foto
de 2002).
Figura 13 - Coleta de amostra estacionária (ponto fixo) em zona de circulação. 79
Figura 14 - Bombas de amostragem (a) e suportes de baixa vazão para um ou mais tubos 80
(b).
Figura 15 - Sistema de coleta de compostos carbonílicos com armadilha para ozônio. 83
Figura 16 - Sistema de coleta para HPAs: a) tubo XAD-2 + cassete com filtro de teflon, 86
37 mm x 2 µm de poro; b) tubos XAD-2 de 400/200 mg, antes e após a coleta.

Figura 17 - Sistemas de coleta de poeira total (a) e respirável (b) e (c). 92

Figura 18 - Trabalhador “cambiteiro” realizando o descarregamento das toras de 97


madeira (Foto de 2002).

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LISTA DE FIGURAS (continuação)

Figura 19 - Trabalhadores realizando o descarregamento de madeira em área de fornos 98


(Foto de 2002).

Figura 20 - Carregamento de madeira para caminhão realizado por grua (Foto de 2012). 98

Figura 21 - Descarregamento da madeira em área dos fornos, realizado por grua 99


adaptada ao próprio caminhão de transporte (Foto de 2012).

Figura 22 - (a) Operador de motosserra realizando o corte da árvore; (b) Operador 99


realizando a transferência de gasolina entre vasilhames com auxílio da boca (Foto de
2002).

Figura 23 - Trabalhador transportando madeira para o interior de um forno baixo (Foto 100
de 2002).

Figura 24 - (a) Forneiro colocando o fogo inicial no topo do forno; (b) trabalhador 101
caminhando pelo teto do forno (Fotos de 2002 (a) e 2003 (b)).
Figura 25 - Forno com ignição por baixo, na lateral (Foto de 2003). 102

Figura 26 - Forneiro exposto à fumaça enquanto realizava o carregamento de madeira 102


para o interior do forno (Foto de 2002).

Figura 27 - Temperatura medida na entrada de um forno aberto para retirar carvão (Foto 103
de 2012).

Figura 28 - Forneiro retirando carvão do forno utilizando carrinho de mão (Foto de 104
2013).

Figura 29 - Forneiro que realizava a retirada de carvão do forno apresentando região dos 105
olhos totalmente suja pela impossibilidade de utilizar óculos de proteção (Foto de 2012).

Figura 30 - Forneiro coçando os olhos com as mãos suadas e sujas de pó de carvão (Foto 105
de 2012).
Figura 31 - Forneiro apresentando sintomas da presença de partículas nos olhos (Foto de 106
2012).

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LISTA DE FIGURAS (continuação)

Figura 32 - Trabalhadores realizando o carregamento de caminhões com carvão 107


utilizando escadas, sem qualquer proteção, para o acesso às gaiolas dos caminhões
(Fotos de 2002).

Figura 33 - Sistemas de silos das Fazendas Juruaba e Araticum (a e b) sob os quais as 108
carretas recebiam o carvão armazenado entre os anos 2002 e 2013, e de rampa (c), da
Fazenda Triunfo, por onde um trator levava o carvão para as carretas, em 2002.

Figura 34 - Trator realizando a transferência do carvão para a carreta (Foto de 2012). 109

Figura 35 - Trabalhadores sem uniforme adequado e calçado de segurança (Fotos de 110


2002).

Figura 36 - Forneiro utilizando EPR totalmente impregnado de poeira de carvão. Foto de 111
2012.
Figura 37 - Filtro utilizado pelos trabalhadores apresentando saturação após 3 dias de 111
uso (Foto de 2012).

Figura 38 - Máscara de proteção deixada pendurada em carrinho de mão (Foto de 2012). 112

Figura 39 - Filtro mecânico de alta eficiência, classe P3, para poeiras, fumos e 113
particulados, apresentando início de saturação após dois dias de uso durante coletas de
amostras de ar (Foto de 2013).

Figura 40 - Barrelador exposto à fumaça, mas utilizando máscara descartável para poeira 113
(Foto de 2012).

Figura 41 - Dormitórios encontrados no início do projeto e das ações da 114


GRTE/Camaçari (Foto de 2002).

Figura 42 - Alojamentos improvisados com lonas plásticas. Situação encontrada no 115


início do projeto e das ações da GRTE/Camaçari (Foto de 2002).

Figura 43 - Garrafa térmica contendo água potável para o trabalhador forneiro. Ao lado, 115
a garrafa de água que é utilizada em substituição ao copo (Foto de 2012).

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LISTA DE FIGURAS (continuação)

Figura 44 - Trabalhador terceirizado de uma carvoaria tomando banho em riacho local 116
(Foto de 2002).
Figura 45 - Média geométrica dos valores de mutagenicidade urinária, testadas com 126
Salmonella TG1041 + S9, segundo níveis de exposição à fumaça de carvoaria,
estratificada por hábito de fumar. Somente a diferença entre os níveis de exposição entre
não fumantes foi significante (P<0,05).
Figura 46 - Cromatograma de uma amostra real obtido pelo Método “1”. Em ordem de 130
eluição: D1, D2, formaldeído (1), acetaldeído (2), furfural (3), propanona (4), D3,
isômeros C4 (5), D4, D5, D6, D7, D8, D9.

Figura 47 - Trator realizando o enchimento com madeira de um dos novos fornos 148
retangulares da carvoaria Fazenda Limoeiro (Foto de 2012).
Figura 48 - Trator retirando carvão de um dos novos fornos construídos na carvoaria 149
Fazenda Limoeiro (Foto de 2012).
Figura 49 - Zona de circulação entre os novos fornos da Fazenda Limoeiro apresentando 149
contaminação por fumaça proveniente da chaminé de um forno (Foto de 2012).
Figura 50 - Barrelador realizando sua atividade nos novos fornos da Fazenda Limoeiro, 150
exposto à fumaça que atinge a zona de circulação (Foto de 2012).
Figura 51 - Trabalhadores expostos à poeira de carvão durante a atividade de auxílio no 150
enchimento da pá carregadeira do trator, na Fazenda Limoeiro (Foto de 2012).
Figura 52 - Trabalhadores expostos à poeira de carvão durante a atividade de retirada 151
dos “tiços” das pilhas de carvão, na Fazenda Limoeiro (Foto de 2012).
Figura 53 - Contaminação das zonas de circulação da nova bateria de fornos da Fazenda 151
Limoeiro, pela poeira de carvão emitida durante o enchimento dos caminhões pelo trator
(Foto de 2012).
Figura 54 - Plataforma móvel para acesso do carbonizado ao topo das portas dos novos 152
fornos da Fazenda Limoeiro (Foto de 2012).

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 23
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 27
2.1. Processo de produção do carvão vegetal 27
2.1.1. Os fornos 29
2.1.2. Processo de carbonização e composição química da fumaça 29
da queima da madeira
2.2. Emissões para a atmosfera e contaminação do ambiente de trabalho 34
2.3. Riscos à saúde por exposição à fumaça da madeira 44
2.4. HPAs e compostos carbonílicos 46
2.4.1. HPAs 46
2.4.1.1. Efeitos à saúde - carcinogenicidade 49
2.4.1.2. Limites de exposição ocupacional e padrões de qualidade do ar 51
2.4.1.3. Monitoramento biológico da exposição 53
2.4.1.4. Métodos de determinação no ar 54
2.4.2. Compostos carbonílicos 56
2.4.2.1. Efeitos à saúde – carcinogenicidade 60
2.4.2.2. Limites de exposição ocupacional e padrões de qualidade do ar 63
2.4.2.3. Monitoramento biológico da exposição 64
2.4.2.4. Métodos de determinação no ar 66
3. METODOLOGIA 67
3.1. Fase I: Reconhecimento do ambiente e das condições de trabalho nas 70
carvoarias da região nordeste do Estado da Bahia: avaliação qualitativa do ponto
de vista da higiene ocupacional
3.2. Fase II: Reconhecimento dos riscos à saúde dos trabalhadores, com ênfase no 71
aparelho respiratório, por meio de entrevistas estruturadas

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3.3. Fase III: Avaliação da exposição de trabalhadores a fumaça, na produção de 72
carvão vegetal por meio de determinação de indicadores biológicos de HPAs
3.4. Fase IV: Avaliação da susceptibilidade individual em relação à exposição à 73
fumaça, por meio do polimorfismo genético da glutationa-transferase
3.5. Fase V: Avaliação dos efeitos genotóxicos e mutagênicos da exposição à 73
fumaça da queima da madeira em trabalhadores de carvoarias, por meio de
investigação de danos no DNA do epitélio nasal e mutagenicidade urinária
3.6. Análise estatística das fases II a V 75
3.7. Fases VI a VIII: Avaliações das concentrações de compostos carbonílicos, 76
HPAs, benzeno e poeira (total e respirável) no ar das carvoarias
3.7.1. Locais e períodos das coletas de amostras 76
3.7.2. Métodos analíticos adotados como referência 77
3.7.3. Amostras pessoais e estacionárias 77
3.7.4. Bombas de amostragem de ar: vazão e calibração 80
3.7.5. Duração das coletas e cálculo de concentração. 81
3.7.6. Eficiência de coleta – ocorrência de breakthrough 82
3.7.7. Compostos carbonílicos 82
3.7.7.1. Método de coleta 83
3.7.7.2. Método de análise 84
3.7.8. HPAs 85
3.7.8.1. Método de coleta 85
3.7.8.2. Método de análise 87
3.7.9. Benzeno 89
3.7.9.1. Método de coleta 89
3.7.9.2. Método de análise 89
3.7.10. Coleta e análise de poeira total e poeira respirável de carvão vegetal 91

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 93
4.1. Condições de trabalho e do ambiente nas carvoarias da região: avaliação 93
qualitativa do ponto de vista da Higiene Ocupacional (Fase I)
4.1.1. Corte e transporte de madeira 96
4.1.2. O trabalho nos fornos 100
4.1.3. Transporte do carvão 106
4.1.4. EPIs 109
4.1.5. Condições das instalações, dormitórios e áreas de vivências nas 114
carvoarias
4.2. Exposição a fumaça e sua relação com efeitos respiratórios, danos ao DNA no 117
epitélio nasal e mutagenicidade urinária (Fases II a V)
4.2.1. Sintomas e efeitos respiratórios, danos ao DNA no epitélio nasal e 118
exposição à fumaça da queima de madeira
4.2.2. Avaliação da exposição ocupacional à fumaça na produção de carvão 121
vegetal por meio de indicadores biológicos de HPAs
4.2.3. Mutagenicidade urinária e exposição à fumaça da queima da madeira 124
4.2.4. Limitações e atualidade do estudo 126
4.3. Avaliação das concentrações de compostos carbonílicos e HPAs, em amostras 128
pessoais, coletadas na zona respiratória de trabalhadores, e estacionárias, coletadas
em zonas de circulação entre fornos em processo de carbonização (Fase VI)
4.3.1. Compostos carbonílicos 128
4.3.1.1. Ajustes nas metodologias de coleta e de análise 128
4.3.1.2. Concentrações de CC nas amostras pessoais e estacionárias 130
4.3.2. HPAs 135
4.3.2.1. Ajustes na metodologia de coleta 135
4.3.2.2. Eficiência de dessorção (ED) dos HPAs 137
4.3.2.3. Concentrações de HPAs nas amostras pessoais e estacionárias 138

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4.4. Avaliação das concentrações de benzeno no ar em amostras estacionárias 142
coletadas na zona de circulação entre fornos em processo de carbonização (Fase
VII)
4.5. Avaliação das concentrações de poeira de carvão vegetal no ar, nas frações 144
total e respirável, em amostras pessoais coletadas na zona respiratória de
trabalhadores que retiravam o carvão dos fornos (Fase VIII)
4.6. Limitações e atualidade do estudo, no tocante às avaliações ambientais 147
4.7. Alterações tecnológicas recentes em algumas plantas de produção de carvão 148
vegetal na região onde foi realizado o estudo
4.8. Publicações e apresentações de trabalhos em eventos científicos 153
5. CONCLUSÕES 157
5.1. Condições de trabalho, efeitos à saúde e monitoramento biológico da 157
exposição
5.2. Avaliação ambiental dos agentes químicos 159
5.3. Equipamentos de proteção coletiva e individual 162
6. RECOMENDAÇÕES 163
APÊNDICES 166
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Informado 166
APÊNDICE B – Questionário respondido pelos trabalhadores das carvoarias 168
APÊNDICE C – Resultados de concentrações de HPAs no ar, de todas as 183
amostras pessoais e estacionárias coletadas
APÊNDICE D – Resultados de concentração de benzeno de todas as amostras 189
estacionárias coletadas
APÊNDICE E – Resultados de concentração de poeira de carvão de todas as 192
amostras pessoais coletadas (poeira total e poeira respirável)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 196

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23

1. INTRODUÇÃO

De acordo com a FAO - Food and Agriculture Organization (FAO, 2014), cerca de 52
milhões de toneladas de carvão vegetal são produzidas anualmente no mundo a partir da queima
de madeira. Os principais produtores são países em desenvolvimento, localizados principalmente
na África, América Latina e Caribe. O Brasil, mesmo apresentando uma queda de produção de
12,5 milhões de toneladas no ano de 2002 para 7,6 milhões de toneladas em 2013, ainda aparece
como o maior produtor de carvão vegetal, sendo responsável por 73% da produção da América
do Sul e 14,7% da produção mundial. Em 2012, segunda dados da Agência Brasil (Agência
Brasil, 2012), oito estados responderam por mais de 95% da produção de carvão vegetal do país,
sendo o Estado do Mato Grosso do Sul o principal produtor, seguido pelo Maranhão, Minas
Gerais e Piauí. O Estado da Bahia apareceu como o quinto maior produtor, seguido pelo Pará,
Goiás e o Mato Grosso.
O carvão vegetal produzido destina-se, principalmente, às indústrias siderúrgicas de
ferro-gusa, de ferro-ligas e de aço, que o utiliza como combustível redutor. Estas indústrias,
juntas, respondem por 88,2% do consumo do carvão vegetal do país. O maior consumidor do
Brasil é o Estado de Minas Gerais, responsável por mais de 60% do consumo, enquanto que o
Estado da Bahia responde por um consume entre 1 e 2% (Medeiros, 1999; Zuchi, 2002; SBS,
2008).
Associadas à produção de carvão vegetal estão as atividades de reflorestamento (plantio,
manutenção e corte das árvores) e de transporte (da madeira e do próprio carvão), geralmente
realizadas por empresas terceirizadas. Em 2001, a mão-de-obra total envolvida, desde o corte da
madeira até o transporte do carvão para as siderurgias, era de aproximadamente 65.000
trabalhadores diretos e 280.000 indiretos (ABRACAVE, 2001 apud SBS, 2001). Dados mais
recentes (ABRAF, 2013) mostram que em 2012 o número de empregos no segmento da
Siderurgia a Carvão Vegetal associado às florestas plantadas foi de cerca de 15.000 diretos e
157.000 indiretos. Vale ressaltar que as metodologias adotadas pelas instituições citadas
(ABRACAVE e ABRAF) nas estimativas da mão de obra empregada foram diferentes, podendo
dificultar a comparação desses números. Os números da ABRAF não contemplam, por exemplo,
a mão de obra envolvida na produção de carvão a partir de florestas nativas.
A madeira utilizada para a produção de carvão é proveniente de áreas de reflorestamento
(florestas plantadas com eucalipto ou pinho) e de florestas nativas, neste último caso,

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24

contribuindo para um aumento no desequilíbrio ecológico e na produção de gases do efeito


estufa, haja vista que a maioria das áreas desmatadas é convertida em pasto para a criação de
gado e não são reflorestadas. Em 1980, 85,9% do carvão vegetal produzido eram provenientes de
florestas nativas. Este número caiu para 25% em 1997, mas voltou a subir vertiginosamente
chegando a quase 50% entre 2004 e 2008. Em 2005 o Estado da Bahia foi o maior produtor de
carvão vegetal proveniente de florestas nativas (26,9%), seguido do Mato Grosso do Sul
(18,8%), Maranhão (16,9%), Goiás (10,8%) e Minas Gerais (10,4%) (ABRAF, 2013; Uhlig et
al. 2008; AMS, 2009).
Em 1999, dando continuidade a um trabalho realizado em 1993, a então Subdelegacia
Regional do Trabalho de Camaçari, Bahia, atual Gerência Regional do Trabalho e Emprego
(GRTE) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), retomou a ação fiscal nas carvoarias de
sua jurisdição como parte do projeto Inspeção dos Ambientes e Condições do Trabalho e sub-
projeto Diagnóstico e Melhoria das Condições de Trabalho na Área do Reflorestamento e
das Carvoarias Pertencentes à Jurisdição da Subdelegacia de Camaçari, ambos coordenados
pelas Auditoras Fiscais Lúcia Maria Rocha Lima Nunes e Maria Lúcia Pizzolato de Lucena. A
ação fiscal foi realizada nos Municípios de Água Fria, Alagoinhas, Conde, Entre Rios,
Esplanada, Inhambupe e Ouriçangas, situados na região nordeste do Estado. Nesta região, há
uma extensa área plantada, predominantemente com eucalipto, que vai desde a linha verde até o
recôncavo baiano, e cuja produção de madeira era dirigida para as indústrias de celulose e para
as carvoarias de duas grandes indústrias siderúrgicas, que produziam ferro-ligas e aço,
localizadas nos Municípios de Pojuca e de Simões Filho: a FERBASA Cia de Ferro Ligas da
Bahia e a SIBRA Eletrosiderúrgica, atual Vale Manganês SA. As duas siderúrgicas eram, em
geral, as proprietárias das baterias de fornos, mas a produção do carvão, desde o corte da madeira
até o transporte, era feita com mão de obra terceirizada. No ano 2001, 17 empresas
subcontratadas que foram fiscalizadas eram responsáveis pela atividade de plantio, corte e
transporte da madeira e da produção de carvão, e empregavam cerca de 1.473 trabalhadores,
divididos em pequenos grupos que cobriam todas as áreas (DRT-BA, 2002?).
Apesar da maior parte do carvão produzido ser destinada aos fornos das indústrias
siderúrgicas, as condições de trabalho nas carvoarias eram bastante precárias. Faltavam energia,
água potável, alojamento, instalações sanitárias e refeitórios. Na maioria das áreas de corte de
madeira e das carvoarias os trabalhadores dormiam em alojamentos, alguns improvisados com
madeiras cortadas no próprio local, cobertos com lonas plásticas e só retornavam para as suas

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25

casas nos finais de semana, de 15 em 15 dias, ou até mesmo mensalmente. Os empregadores,


sejam eles contratantes ou subcontratados, não forneciam os equipamentos de proteção
individual básicos, como luvas, botas, capacetes, máscaras contra pó, filtros contra gases, e não
realizavam os exames médicos e biológicos periódicos nos trabalhadores, conforme previsto em
lei. Também não haviam implantado as CIPATR – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
do Trabalho Rural e nem possuíam Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA),
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e nem Programa de Proteção
Respiratória (PPR). Até 1993 ainda existia nesta região o trabalho infantil e o trabalho escravo.
Nas auditorias realizadas a partir de 1999, o trabalho infantil não foi mais encontrado nesta
região (DRT-BA, 2002?).
O processo de produção envolve, entre outras etapas, o enchimento dos fornos, a queima
ou carbonização da madeira em ambiente com pouca presença de ar e a retirada do carvão
produzido. Todo o processo era realizado de forma manual, demandando muito esforço físico
por parte dos trabalhadores e o controle da carbonização era realizado de forma totalmente
empírica, baseando-se na observação visual da coloração da fumaça. Nesta fase, várias
substâncias químicas são emitidas para a atmosfera na forma de gases, vapores e de material
particulado, provocando a contaminação do ar e a consequente exposição dos trabalhadores. Já
durante a retirada do carvão ocorre muita geração de poeira em suspensão no ar, a qual, em razão
do grande esforço físico requerido pela atividade, é inevitavelmente inalada pelos trabalhadores
envolvidos na atividade. As partículas de poeira podem conter, adsorvidas em sua superfície e
em seus poros, substâncias orgânicas voláteis e semi-voláteis, tóxicas para os seres humanos,
tornando ainda mais complexa a caracterização da verdadeira exposição dos trabalhadores.
A exposição dos trabalhadores carvoeiros aos agentes químicos, associada à precariedade
das condições de trabalho e à ausência dos programas de prevenção dos riscos e de vigilância da
saúde (PPRA, PCMSO, PPR), chamou a atenção dos auditores fiscais do trabalho. Os auditores
também não encontraram na legislação brasileira e nem na literatura mundial, informações sobre
a exposição ocupacional de trabalhadores carvoeiros a agentes químicos, os efeitos sobre a saúde
e parâmetros de vigilância (exames clínicos, indicadores biológicos de exposição e efeito).
Diante deste cenário, a GRTE/MTE - Camaçari solicitou à FUNDACENTRO/CRBA a
realização de uma investigação sobre o tema. Ficou logo claro que mesmo na literatura
internacional havia uma lacuna de conhecimento cientifico e falta de divulgação de informações

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26

técnicas em relação ao processo de produção do carvão ligada à indústria siderúrgica e a saúde


de trabalhador.
A FUNDACNETRO, então, propõe um estudo, inserido no Projeto Avaliação de
Agentes Carcinogênicos/Mutagênicos em Ambientes de Trabalho, pertencente ao Programa de
Segurança Química da FUNDACENTRO, cujos objetivos foram:

1) Conhecer o ambiente, as condições de trabalho e os fatores de riscos para a saúde dos


trabalhadores, nas carvoarias da região.

2) Avaliar os efeitos genotóxicos e mutagênicos da exposição à fumaça da queima da


madeira em trabalhadores das carvoarias da região.

3) Avaliar a exposição de trabalhadores a agentes químicos carcinogênicos e irritantes,


em carvoarias da região.

Este relatório apresenta o conhecimento acumulado e os resultados do estudo realizado


pela FUNDACENTRO/CRBA durante o período de 2001 a 2013 em carvoarias não mecanizadas
localizadas na região de jurisdição da GRTE/MTE – Camaçari, Bahia.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Processo de produção do carvão vegetal

Apesar do fato da produção de carvão vegetal ser um processo antigo, praticado desde a
Era do Ferro, a falta de literatura técnico-cientifica disponível na época especifica sobre
ambiente de trabalho na produção de carvão vegetal no Brasil e no mundo foi um dos grandes
incentivos para se iniciar o projeto. A produção pode ter uma escala bem pequena para consumo
do carvão na cozinha ou no aquecimento de residências (GIRARD, 2002; SMITH et al, 1999),
ou ter uma escala mais industrial e fazer parte da produção do ferro-gusa (ROSILLO-CALLE et
al., 1996). Esta revisão tem como foco esta última forma de produção do carvão vegetal, no
Brasil.
As principais fontes bibliográficas que versam sobre as condições de trabalho nesse
processo são posteriores à data do início do projeto. Dentre eles, tratam especificamente das
carvoarias brasileiras, a tese de mestrado “A evolução na produção de carvão vegetal e suas
repercussões na produtividade e qualidade do carvão, nas condições de trabalho e no meio
ambiente: estudo comparativo” (ZUCHI, 2001) e os artigos “Das carvoarias às plantas de
carbonização: O que mudou na Segurança e Saúde dos Trabalhadores” (ZUCHI, 2002) e
“Processo de trabalho e saúde dos trabalhadores na produção artesanal de carvão vegetal em
Minas Gerais, Brasil” (DIAS et al., 2002) que tratam das carvoarias no estado de Minas Gerais e,
o artigo, fruto já do projeto, “Charcoal producing industries in northeastern Brazil” (indústrias
produtoras de carvão do nordeste brasileiro) (KATO et al., 2005).
As árvores, sejam elas provenientes de florestas nativas ou de áreas plantadas, são
cortadas, desgalhadas (retirada dos galhos) e retalhadas em troncos de tamanhos apropriados
para os fornos, após o que são transportados para as carvoarias. Os troncos são inicialmente
empilhados nas proximidades dos fornos para, em seguida, serem transportados e arrumados,
manualmente e com grande esforço físico, dentro dos mesmos. As portas dos fornos são
fechadas com tijolos e com barro (argila), após o que é realizada a ignição, colocando-se fogo
em uma abertura localizada no topo ou na lateral dos mesmos, a depender do tipo de forno
adotado. A combustão incompleta da madeira é a condição básica para a produção do carvão e é
chamada de carbonização (SMITH et al., 1999; DIAS et al., 2002; ZUCHI, 2001; ZUCHI, 2002;
KATO et al.,2003). Finda a combustão, após o resfriamento do forno, o carvão é removido
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manualmente e empilhado na parte externa, onde ficará aguardando ser carregado para os
caminhões que farão o transporte para o seu destino final. O fluxograma simplificado do
processo de produção de carvão vegetal está representado na Figura 1.

Corte da Madeira

Transporte e Empilhamento na Porta 4.1.1.a.1.1.1


dos Fornos

Abastecimento dos Fornos

Carbonização e Resfriamento

Retirada do Carvão de dentro dos Fornos

Transporte do Carvão para as Siderúrgicas

Figura 1 - Fluxograma simplificado do processo de produção do carvão vegetal

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2.1.1. Os Fornos
No passado, os fornos eram predominantemente construídos no solo, em covas
retangulares, próximas à área que estava sendo explorada. Estes processos ainda podem ser
encontrados em algumas regiões carentes do Brasil, África e Ásia. Têm baixo rendimento e
agridem severamente as raízes das árvores, matando-as por aquecimento do solo. Também eram
muito comuns os modelos de fornos construídos de barro, conhecidos como “rabo quente”
(GIRARD, 2002). Atualmente, a maioria dos fornos é de alvenaria, construídos com tijolos e
com barro (argila do próprio local) e pode ter formato cilíndrico ou semicircular (Figuras 2 e 3).
O diâmetro interno varia de 3 a 8 metros, sendo os de 5 metros os mais comuns. A altura no
centro do forno é variável, dependendo da capacidade de produção e da tecnologia adotada,
sendo os de 2,15 metros os mais comuns. Todos os fornos de alvenaria são dotados de orifícios,
chamados de tatus e baianas, distribuídos ao longo das paredes e no topo dos fornos, por onde sai
a fumaça oriunda da queima da madeira. Também possuem chaminés localizadas nas laterais e
esta é uma opção que garante a produção de um carvão de melhor qualidade. Os fornos do tipo
“rabo quente” não possuem chaminés. No Estado de Minas Gerais existem carvoarias onde os
fornos são retangulares e comportam a entrada de gruas ou caminhões, para a colocação da
madeira e descarga do carvão. Esses fornos contam com câmara de combustão externa e/ou
sistemas recuperadores de alcatrão (ZUCHI, 2001; ZUCHI, 2002; FERREIRA, 2000; SMITH et
al., 1999). Esta condição, no entanto, ainda não existia nas carvoarias do Estado da Bahia no
início do estudo.

2.1.2. Processo de carbonização e composição química da fumaça da queima da madeira

A composição química da fumaça proveniente da queima da madeira já tem sido alvo de


alguns estudos e publicações, a maioria deles realizado em escala piloto, em laboratório e
relacionado com o uso da madeira em lareiras e fogões à lenha residenciais (LARSON &
KOENIG, 1994; LEMIEUX, et al., 1999; SCHAUER et al., 2001). Alguns autores brasileiros,
como Rezende e colaboradores (1994), Ferreira (2000) e Pimenta e colaboradores (2000),
realizaram estudos laboratoriais utilizando condições similares às adotadas em carvoarias. Todos
os estudos aqui referidos revelaram que a fumaça é constituída por uma mistura bastante
complexa de centenas de substâncias químicas, incluindo muitos hidrocarbonetos oxigenados, e
policíclicos aromáticos, conforme será visto adiante. Exceto o trabalho de Zuchi (2001), não
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30

foram encontrados na literatura outros estudos que tenham sido realizados em ambientes de
trabalho reais de carvoarias.

O processo de carbonização pode ser dividido em quatro fases (FERREIRA, 2000):


a) secagem da madeira, com vaporização da água;
b) pré-carbonização, fase ainda endotérmica em que se obtém uma fração do líquido
pirolenhoso e pequena quantidade de gases não condensáveis;
c) carbonização, reação rápida e exotérmica, na qual parte da madeira é carbonizada e
a maioria do alcatrão solúvel e do ácido pirolenhoso são liberados;
d) carbonização final, com a formação da maior parte do carvão.

Orifício superior; onde se


coloca o fogo inicial. Orifícios (tatús e
baianas).

Chaminé

Figura 2 - Forno de alvenaria, cilíndrico, apresentando os orifícios e chaminés por onde sai a
fumaça e realiza-se o controle da carbonização (Foto de 2002).

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Orifício superior; onde se


coloca o fogo inicial.

Orifícios (tatús e
Chaminé baianas).

Figura 3 - Forno de alvenaria, semicircular, apresentando os orifícios e chaminés por onde sai a
fumaça e realiza-se o controle da carbonização (Foto de 2002).

O controle do processo de carbonização é feito visualmente por um trabalhador


(denominado de carbonizador) que vai fechando gradativamente os orifícios com barro, à medida
que a fumaça emitida, que inicialmente era esbranquiçada, se torna azulada (Figuras 4 e 5).
Quando todos os orifícios estão fechados, inclusive as chaminés, o forno já está em processo de
resfriamento. Um trabalhador, denominado de “barrelador”, realiza o processo de revestimento
(“barrelamento”) das paredes, portas e frestas do forno, com uma mistura de barro (argila) e
água, para facilitar o processo de resfriamento de todos os fornos nesta condição. Todo o
processo da queima até o resfriamento e descarga dura de cinco a nove dias, a depender se a
madeira está seca ou úmida e do tamanho do forno. Os fornos de 5 m de diâmetro produzem até
25 m3 de carvão por fornada, dependendo da eficiência da carbonização. A eficiência real é
bastante inferior à teórica, principalmente por não haver recuperação do alcatrão e não serem
usados os gases não condensáveis na maioria das instalações (REZENDE et al., 1994;
FERREIRA, 2000; DIAS et al., 2002).

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Fumaça
Branca

Fumaça
Azul

Fumaça
Parda

Figura 4 - Forno emitindo fumaça nas tonalidades branca, parda e azul, após estar carbonizando
por um ou dois dias (Foto de 2002).

Fumaça
Branca

Fumaça
Azul Fumaça
Parda

Figura 5 - Forno carbonizando há mais de dois dias (Foto de 2002).

Na Tabela 1 encontram-se os produtos de carbonização, obtidos em laboratório, do


Eucalyptus grandis, uma das espécies mais utilizadas na produção de carvão vegetal. A Tabela 2
apresenta as composições do líquido pirolenhoso, dos gases não condensáveis e do alcatrão
vegetal.

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33

Tabela 1 - Produtos da carbonização de madeira anidra.

Produto (% massa)
Carvão com 86% de carbono fixo 33,0 - 35,0
Líquido pirolenhoso 33 - 35,5
(ou Ácido pirolenhoso)
Alcatrão vegetal insolúvel 6,5 - 7
Gases não condensáveis 25,0

Fonte: REZENDE et al., 1994; FERREIRA, 2000.

Tabela 2 - Constituintes principais dos gases não condensáveis e do líquido pirolenhoso.

Produto Composição (% massa)


Hidrogênio 0,63
Monóxido de Carbono (CO) 33 - 34
Gases não condensáveis Dióxido de Carbono (CO2) 57- 62
Metano 2,4 - 8
Etano 0,13
Água 80
Ácido Acético 9,3
Ácido Fórmico 0,3
Ácidos Superiores 0,4
Ácido pirolenhoso Metanol 3,3
Acetona 0,8
Acetato de Metila 0,5
Alcatrão Dissolvido 5,0
Outros 0,5
Água 20
Piche 50
Ácido acético 2,0
Alcatrão vegetal Fenóis 0,6
Guaiacóis 5,5
Cresóis 1,5
Siringóis 14,5
Outros 5,9

Fonte: REZENDE et al., 1994; FERREIRA, 2000.

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A composição da matéria volátil gerada nos fornos depende fortemente da temperatura de


carbonização, da espécie da madeira e da idade da árvore. As classes de compostos químicos
presentes no alcatrão vegetal são típicas de estruturas moleculares dos vegetais. Apesar de
possuírem alguns constituintes em comum, como os fenóis e cresóis, o alcatrão vegetal apresenta
composição e características totalmente diversas do alcatrão mineral, gerado no processo de
produção de coque de carvão mineral. Como exemplo, a presença de estruturas de
Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) no alcatrão vegetal é menor do que no alcatrão
mineral, predominando no primeiro as estruturas do guaiacol e siringol, interligadas por
estruturas alifáticas (REZENDE et al., 1994; FERREIRA, 2000). Vários HPAs já foram
identificados diretamente no alcatrão vegetal gerado na combustão de eucalipto em estudos
laboratoriais (PIMENTA et al., 2000).
Larson e Koenig (1994) relatam a presença de guaiacol (e derivados), siringol (e
derivados), metoxi fenóis, metoxi benzenos, fenóis, catecóis, benzeno e alquil benzenos, como
produto da combustão da madeira e apresentam uma extensa revisão da literatura sobre os
constituintes da fumaça gerada na queima. A Tabela 3 apresenta alguns dos principais compostos
relatados. Além do naftaleno, outros 19 HPAs foram descritos, incluindo o benzo[a]pireno, o
benzo[a]antraceno e o benzo[b]fluoranteno, mas em quantidades bem menores.

2.2. Emissões para a atmosfera e contaminação do ambiente de trabalho

Emissões com altas concentrações de benzeno, metanol e particulados totais foram


encontradas durante a queima de uma variedade de carvalho em um forno experimental. As
emissões de benzeno estavam na ordem de 2 g/kg de madeira inicial. Tolueno e estireno estavam
presentes no fumo na ordem de décimos de g/kg. Entre as substâncias orgânicas semi-voláteis o
fenol e o naftaleno, estavam entre os componentes mais abundantes, seguidos do acenaftileno, do
2-metil naftaleno e do fenantreno. A quantidade de particulados total emitida foi da ordem de
10g/Kg de madeira convertida a carvão e 60 a 75% das partículas tinham um diâmetro
aerodinâmico inferior a 2,5 m. O autor conclui que, na prática, é possível que a quantidade de
material particulado emitida seja bem maior, devido ao fato de que as temperaturas atingidas nos
testes foram mais elevadas do que as condições típicas de um ambiente real (LEMIEUX et al.,
1999). Larson e Koenig (1994), contudo, relataram que os estudos conduzidos por vários
pesquisadores sobre a distribuição de tamanho das partículas na fumaça da madeira não

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encontraram partículas maiores do que 1m, justificado pelo fato de a maior parte desse material
particulado ser gerada por condensação.

Tabela 3 - Composição química da fumaça da queima de madeira.

Produto (g/kg de madeira)


Monóxido de carbono 80 - 370
Metano 14 - 25
C2 – C7 7 - 27
Formaldeído 0,1 - 0,7
Acroleína 0,02 - 0,1
Propionaldeído 0,1 - 0,3
Butiraldeído 0,01 - 1,7
Acetaldeído 0,03 - 0,6
Furfural 0,2 - 1,6
Benzeno 0,6 – 4,0
Tolueno 0,15 – 1,0
Ácido acético 1,8 – 2,4
Naftaleno 0,24 – 1,6
Fenol (e derivados) 0,2 – 0,8

Fonte: LARSON; KOENIG, 1994.

Schauer e colaboradores (2001) mediram as emissões para a atmosfera, na fase gasosa e


no material particulado, de cerca de 175 compostos orgânicos contendo de um a 29 carbonos (C1
a C29), provenientes da combustão de três tipos de madeiras utilizadas em lareiras residenciais:
carvalho, pinho e eucalipto. As principais substâncias identificadas na fase gasosa e no material
particulado estão apresentadas na Tabela 4. Dentre as substâncias identificadas estão compostos
carbonílicos, como o acetaldeído, o formaldeído, hidrocarbonetos aromáticos, como o benzeno e
o tolueno, hidrocarbonetos alifáticos, como o 1,3-butadieno, e HPAs, como o naftaleno, todos de
relevante interesse nos estudos envolvendo a saúde dos trabalhadores.

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Tabela 4 - Emissões atmosféricas de compostos orgânicos presentes na fumaça de madeira.

(mg/kg de madeira)
Produto Pinho Eucalipto Carvalho
FG* MP** FG MP FG MP
Aldeídos e Cetonas
(Compostos carbonílicos)
Acetaldeído 1704 - 1021 - 823 -
Acetona 749 - 79 - 462 -
Acroleína 63 - 56 - 44 -
Benzaldeído 49 - 21 - 16 -
Biacetil 89 - 73 - 73 -
Butanal/Isobutanal 96 - 31 - 62 -
Butanona 215 - 77 - 115 -
Coniferil aldeído - 230 - 19,3 - 15,1
Crotonaldeído 276 - 198 - 177 -
2,5-Dimetilbenzaldeído 12 - 50 - 20 -
Formaldeído 1165 - 599 - 759 -
Furfural 111 - 161 - 200 -
Glioxal 670 - 616 - 439 -
Guaiacil acetona 88,6 118 143 29,0 123 33,7
Heptanal 419 - 626 - 77 -
Hexanal 418 - 189 - 90 -
Hidroxibenzaldeídos 12,1 7,91 11,4 0,32 14,1 0,53
Hidroximetilfurfural 142 62,3 439 30,8 145 64,5
Metilglioxal 943 - 520 - 321 -
2-Oxobutanal 241 - 337 - 194 -
Pentanal 32 - 28 - 88 -
Propanal 255 - 155 - 153 -

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Tabela 4 - Emissões atmosféricas de compostos orgânicos presentes na fumaça de madeira


(continuação).
(mg/kg de madeira)
Produto Pinho Eucalipto Carvalho
FG* MP** FG MP FG MP
Hidrocarbonetos
Alifáticos
Acetileno 702 - Nd*** Nd Nd Nd
1,3 – Butadieno 117 - Nd Nd Nd Nd
Etano 428 Nd Nd Nd Nd
Eteno 1120 Nd Nd Nd Nd
Metano 4120 - Nd Nd Nd Nd
Propeno 429 - Nd Nd Nd Nd
Outros 627 4,2 1,0 0,47 1,5 0,83
Hidrocarbonetos
Aromáticos
Benzeno 383 - Nd Nd Nd Nd
Etilbenzeno 22,9 - Nd Nd Nd Nd
Tolueno 158 - Nd Nd Nd Nd
Xilenos (o+p+m) 78,1 - Nd Nd Nd Nd
HPAs
Acenafteno 2,0 - 0,9 - 1,2 -
Acenaftileno 18,6 - 10 - 10,8 -
Antraceno 3,4 0,22 1,76 0,006 2,13 0,02
Benzo[a]antraceno - 1,22 0,03 0,53 - 0,63
Benzo[a]pireno - 0,71 - 0,30 - 0,24
Benzo[b]fluoranteno - 0,79 - 0,33 - 0,40
Benzo[k]fluoranteno - 0,67 - 0,29 - 0,30
Benzo[g,h,i]perileno - 0,44 - 0,17 - -
Fenantreno 15,7 0,67 8,1 0,07 9,2 0,07
Fluoranteno 3,0 3,95 3,75 0,51 3,61 1,2

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Tabela 4 - Emissões atmosféricas de compostos orgânicos presentes na fumaça de madeira


(continuação).

(mg/kg de madeira)
Produto Pinho Eucalipto Carvalho
FG* MP** FG MP FG MP
Fluoreno 4,4 - 2,6 - 3,8 -
Indeno[1,2,3-cd]pireno - 0,52 - 0,17 - -
Metilantraceno 1,1 0,30 0,52 - 0,68 0,04
Metilfenantrenos (soma) 6,8 1,8 3,4 - 4,6 0,26
Metilnaftalenos (soma) 39,4 - 17,2 - 27,5 -
Naftaleno 227 - Nd - Nd -
Pireno 1,9 3,8 1,4 0,3 2,4 1,2
Outros HPAs 6,8 23,2 2,6 3,6 5,2 7,0
Outros compostos
Ácidos n-alcanóicos 2,4 68,5 - 49,3 - 52,9
Ácidos n-alcenóicos - 77,9 - 35,3 - 23,4
Fenóis e fenóis substituídos 1447 123 785 61 805 260
Guaiacóis 1243 168 480 2,8 536 4,1
HPAs Cetonas 24,5 7,2 12,3 1,8 19,8 1,5
Levoglucosan - 1375 - 1940 - 706
Outros açúcares - 403 - 77 - 75
Outros ácidos - 309 - 0,42 - 7,3
Siringóis 0,79 - 555 448 837 352
* FG = Fase Gasosa ** MP = Material Particulado ***Nd = não determinado
Fonte: SCHAUER et al., 2001.

No início do projeto foram encontradas três publicações brasileiras relacionadas com a


composição química da fumaça da queima de madeira (eucalipto) em fornos de carvoarias. Essas
publicações foram produzidas a partir de um estudo, também realizado em escala piloto, em um
único forno construído no próprio campus da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.
Foram identificadas mais de 130 substâncias químicas na fumaça produzida na carbonização de
eucalipto, conforme mostrado na Tabela 5. Os autores destacaram a presença de HPAs, alquil-
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HPAs, oxi-HPAs, metoxifenois e fenóis e alertaram para o risco para a saúde dos trabalhadores
de carvoarias, enfatizando a necessidade de se estender os estudos para outros tipos de madeira,
no sentido de avaliar o risco de câncer e determinar as concentrações de HPAs e de outras
substâncias às quais os trabalhadores carvoeiros estejam expostos (RÉ-POPPI; SANTIAGO-
SILVA, 2001; RÉ-POPPI; SANTIAGO-SILVA, 2002; BARBOSA, 2002).
Utilizando o mesmo forno de alvenaria da UFMS, Barbosa e colaboradores (2006)
determinaram as concentrações de 16 HPAs, nas fases gasosa e de material particulado, emitidos
durante a queima da mesma espécie de eucalipto (Eucalyptus sp). Os 16 HPAs determinados
foram: naftaleno, acenaftileno, acenafteno, fluoreno, fenantreno, antraceno, fluoranteno, pireno,
benzo[a]antraceno, criseno, benzo[b]fluoranteno, benzo[k]fluoranteno, benzo[a]pireno,
indeno[1,2,3-cd]pireno, benzo[g,h,i]perileno e dibenzo[a,h]antraceno. Apesar de não ter sido
conduzido em um ambiente de trabalho real, o estudo determinou as concentrações atmosféricas
dos 16 HPAs em amostras estacionárias coletadas a uma altura de 1,6 m do solo, ou seja, na
altura média da zona respiratória, e a uma distância de 1,5 m do forno, que corresponde a uma
zona de circulação de pessoas, no sentido da pluma da fumaça. As amostras foram coletadas em
períodos de 8h, período idêntico ao da jornada típica de trabalho no Brasil e durante 30h de
carbonização de 6 m3 de madeira. Os autores afirmam que detectaram todos os 16 HPAs
emitidos na fumaça. Os mais abundantes foram os oito primeiros (de naftaleno a pireno), sendo
que o naftaleno representou cerca de 50% da quantidade total dos HPAs. O naftaleno só foi
detectado na fase gasosa, em concentrações variando entre 0,8 e 34 µg/m3 (microgramas por
metro cúbico), com média de 11 µg/m3. As maiores concentrações de naftaleno ocorreram nas
primeiras 8h de carbonização. As concentrações médias totais dos 16 HPAs estiveram em torno
de 24 µg/m3 na fase gasosa e 3 µg/m3 no material particulado, respectivamente. Esta foi a
primeira publicação relatando as concentrações atmosféricas de 16 HPAs emitidos durante a
carbonização de eucalipto para a produção de carvão vegetal, determinadas na altura média da
zona respiratória.

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40

Tabela 5 - Substâncias identificadas na fumaça da queima de eucalipto para produção de carvão


vegetal em estudo piloto na UFMS.
Pico Pico
Substância Provável Substância Provável
N° N°
1 o-cresol 78 4-etilfenantreno
2 m,p-cresol 79 3-etilfenantreno ou isômero
3 2-metoxifenol (o-guaiacol) 80 9-etilfenantreno ou
3,6-dimetilfenantreno, ou
isômero
4 3- ou 2-etilfenol ou dimetilfenol 81 não identificado
5 dimetilfenol (2,5-,ou 2,6-, ou 2,4- 82 1-etilfenantreno ou isômero
xilenol)
6 dimetilfenol (?) 83 3,5-dimetilfenatreno ou
isômero
7 dimetilfenol (?) 84 não identificado
8 dimetilfenol (?) 85 dihidropireno ou isômero
9 4-metilguaiacol 86 fluoranteno
10 1,2-benzenodiol (o-catecol) ou 87 4,9-/4,10-/1,9-
isômero dimetilfenantreno
11 naftaleno 88 não identificado
12 2,4,6-trimetilfenol ou isômero 89 acefenantrileno
13 2-ethyl-5-methylphenol or isômero 90 pireno
14 trimetilfenol ou metil-etil-fenol 91 benzonaftofurano (?)
15 -metil-1,2-benzenodiol 92 benzonaftofurano (?)
16 3-metoxipirocatecol 93 metilpireno ou isômero
17 trimetilfenol ou isômero 94 metilfluoranteno ou
metilacefenantrileno
18 2,3,5-trimetilfenol ou isômero 95 não identificado
19 p-etilguaiacol 96 metilfluoranteno ou
metilpireno
20 1-indanona 97 benzo[a]fluoreno

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41

Tabela 5 - Substâncias identificadas na fumaça da queima de eucalipto para produção de carvão


vegetal em estudo piloto na UFMS (continuação).
Pico Pico
Substância Provável Substância Provável
N° N°
21 4-metilcatecol 98 não identificado
22 -metil-1,2-bezenodiol 99 benzo[b]fluoreno
23 2-metilnaftaleno 100 2-metilpireno ou isômero
24 2,6-dimetoxifenol (siringol) 101 não isômero
25 4-alilguaiacol (p-eugenol) 102 metilpireno ou isômero
26 2-metoxy-4-propilfenol 103 1-metilpireno
(p-propilguaiacol)

27 -dimetil-1,2-benzenodiol (C2-catecol) 104 não identificado


28 1,1’bifenil ou isômero 105 dihidrocriseno ou isômero
29 4-hidroxi-3-metoxibenzaldeído 106 dimetilpireno ou
dimetilfluoranteno
30 cis-4-propenilguaiacol (isoeugenol) 107 2,7-dimetilpireno
31 1,2,3-trimetoxibenzeno (metilsiringol) 108 7H-benzo[c]fluoreno-7-one
ou isômero
32 4-propenilguaiacol (trans-isoeugenol) 109 benzo[c]fenantreno
33 acenaftileno 110 benzo[g,h,i]fluoranteno
34 4-acetil-2-metoxifenol (acetovanilona) 111 11H-benzo[b]fluoreno-11-
one
35 difenilmetano or metilbifenil 112 ciclopenta[cd]pireno
36 acenafteno 113 benzo[a]antraceno
37 naftalenocarboxaldeído 114 criseno + trifenileno
38 etilsiringol 115 7H-benzo[de]antraceno-7-
one
39 acetonilguaiacol 116 metilbenzo[a]antraceno ou
isômero

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42

Tabela 5 - Substâncias identificadas na fumaça da queima de eucalipto para produção de carvão


vegetal em estudo piloto na UFMS (continuação).
Pico Pico
Substância Provável Substância Provável
N° N°
40 trimetilnaftaleno 117 metilcriseno ou isômero
41 fenaleno 118 11-metilbenzo[a]antraceno
42 dibenzofurano 119 2-metilbenz[a]antraceno
43 fluoreno 120 metilbenzo[a]antraceno ou
isômero
44 4-allylsyringol 121 dimetilbenzo[a]antraceno ou
isômero
45 metilfluoreno 122 4H-ciclopenta[def]criseno ou
isômero
46 metilnaftol 123 binaftaleno ou isômero
47 metilacenaftileno 124 4H-ciclopenta[def]trifenileno
ou isômero
48 metilnaftol 125 4-metilcriseno
49 dimetilbifenil 126 binaftaleno ou isômero
50 cis-propenilsiringol 127 1-metilcriseno
51 metildibenzofurano 128 2,2’-binaftaleno ou isômero
52 siringaldeído 129 benzo[b]fluoranteno
53 metildibenzofurano 130 benzo[k]fluoranteno
54 metildibenzofurano 131 benzo[a]fluoranteno
55 trans-propenilsiringol 132 dibenzonaftofurano ou
isômero
56 m-,or p-hidroxibifenil 133 não identificado
57 metilfluoreno (?) 134 benzo[e]pireno
58 metilfluoreno (?) 135 dibenzonaftofurano ou
isômero

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Tabela 5 - Substâncias identificadas na fumaça da queima de eucalipto para produção de carvão
vegetal em estudo piloto na UFMS (continuação).
Pico Pico
Substância Provável Substância Provável
N° N°
59 metilfluoreno ou 136 benzo[a]pireno
dihidroantraceno
60 4-acetilsiringol 137 dibenzonaftofurano
61 9,10-dihidrofenantreno 138 perileno
62 9-fluorenona 139 benzo[g]criseno ou isômero
63 2-hidroxidibenzofurano 140 dibenzo[a,j]antraceno
64 fenantreno 141 indenopireno ou isômero
65 antraceno 142 indeno[1,2,3-cd]pireno
66 1-fenilnaftaleno 143 dibenzo[a,h]antraceno
67 metilfenantreno ou 144 benzo[b]criseno
metilantraceno (?)
68 metilfenantreno ou 145 Benzo[g,h,i]perileno
metilantraceno (?)
69 1H-fenaleno-1-ona 146 Dibenzo[def,mmo]criseno
70 3-metilfenantreno ou isômero
71 4H-ciclopenta[def]fenantreno
72 2-metilfenantreno ou isômero
73 2-metilantraceno ou isômero
74 ácido n-hexadecanóico
75 metilfenantreno ou
metilantraceno (?)
76 2-fenilnaftaleno
77 4,5,9,10-tetrahidropirene

Fonte: RÉ-POPPI; SANTIAGO-SILVA, 2002.

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No estudo conduzido por Zuchi (2001), concentrações de poeira respirável foram


determinadas na zona respiratória dos trabalhadores durante o ciclo completo de
descarregamento de carvão dos fornos de superfície e retangulares. Seu objetivo foi avaliar o
potencial silicótico da poeira de carvão a partir da determinação dos teores de sílica livre
cristalizada na fração respirável da poeira coletada. Segundo o autor, a sílica livre poderia ser
originária do solo pela movimentação das máquinas fora do forno, quando ocorre a poeira em
suspensão. As concentrações de poeira respirável medidas estiveram entre 0,9 e 7,2 mg/m3
(miligramas por metro cúbico de ar), mas apenas uma das 5 amostras coletadas apresentou teor
de sílica livre de 1,1%. O mesmo autor também determinou as concentrações de monóxido de
carbono (CO) em diferentes situações durante a carbonização em fornos de superfície sem
câmara de combustão e encontrou concentrações variando entre 10 e 120 ppm (partes por
milhão, em volume). O autor alerta para a possibilidade de as concentrações de CO
ultrapassarem o Valor Máximo Permitido (58,5 ppm) pela legislação brasileira vigente, para
picos de concentração, caracterizando-se uma situação de Risco Grave e Iminente (BRASIL,
1978).
Ellegard (1994) determinou concentrações médias ponderadas no tempo de poeira
respirável e concentrações instantâneas de monóxido de carbono (CO) em produtores de carvão
vegetal da Zâmbia que utilizavam fornos com capacidade em torno de 15 m3 de madeira, ou seja,
menores do que os existentes na região abrangida pelo nosso estudo. As concentrações de poeira
respirável estiveram na faixa de 0 a 6,7 mg/m3, enquanto que as de CO estiveram entre 0 e 82
ppm. Contudo, não foi possível concluir quais atividades foram contempladas durante as coletas
de amostras de poeira e medições das concentrações de CO.

2.3. Riscos à saúde por exposição à fumaça da madeira

Vários compostos emitidos na queima da madeira são agentes mutagênicos ou


carcinogênicos para seres humanos e, ou, animais, como benzeno, formaldeído, acetaldeído,
furfural, naftaleno, benzopirenos, benzoantracenos, criseno, benzofluorantenos,
dibenzoantracenos e dioxinas. Outros são reconhecidos agentes irritantes para os olhos, pele e
trato respiratório: óxido de nitrogênio, óxido de enxofre, aldeídos e cetonas, ácido fórmico,
fenóis, metoxifenois, metoxibenzenos e naftaleno (ACGIH, 2012; US EPA, 2015; IARC, 2015;
CDC, 2012; BRASIL, 2014). Conforme demonstrado por Schauer e colaboradores (2001), as
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substâncias estão presentes predominantemente na fase gasosa da fumaça, mas existem outras
que se distribuem entre a fase gasosa e o material particulado, e as que são encontradas apenas
no material particulado.
A mutagenicidade do material particulado gerado na combustão da madeira ou de plantas
como o tabaco é geralmente aceita, embora se conheça pouco sobre as potências das diferentes
fontes (PUTNAM et al., 1999). Nardini e colaboradores (1994) observaram atividades
mutagênicas elevadas em salmonelas expostas aos extratos de fumaça provenientes da queima de
carvão ou de madeira de ambientes domésticos. Pimenta e colaboradores (2000) avaliaram a
toxicidade aguda e a genotoxicidade do condensado do fumaça do Eucalyptus grandis com
bioensaios que usam Photobacterium phosphoreum e Vibrio fisheri, respectivamente. A fração
fenólica mostrou toxicidade aguda mais intensa, enquanto que apenas a fração que contém HPAs
(extrato de pirólise total) foi positivo para o teste de genotoxicidade.
A maioria dos estudos disponíveis se refere à exposição ambiental a fumaça de madeira
gerada por fontes domésticas, principalmente nos países em desenvolvimento. Vários
pesquisadores, incluindo Dossing e al-Rabiah (1994), Dutt e colaboradores (1996), Perez-Padilla
e colaboradores (1999), Robin e colaboradores (1996), Ellegard (1996), Dennis e colaboradores
(1996), Behera (1997), Bruce e colaboradores (1998), Pintos e colaboradores (1998), Naeher e
colaboradores (2000), avaliaram os efeitos à saúde das crianças e mulheres, resultantes da
exposição a fumaças geradas em fogões a lenha, lareiras ou fornos. Apenas alguns realizaram
medidas quantitativas de material particulado (LARSON; KÖENIG, 1994; DUTT et al., 1996;
PEREZ-PADILLA et al., 1999; ROBIN et al., 1996; ELLEGARD, 1996; DENNIS et al., 1996;
NAEHER et al., 2000). Nenhum componente carcinogênico ou irritante foi quantificado nesses
trabalhos. Os efeitos adversos descritos nos artigos mencionados foram: alteração da função
pulmonar, bronquite crônica, catarata, irritação de olho e pele, mortalidade perinatal, tuberculose
pulmonar, espirro, tosse e expectoração. Mulheres expostas à fumaça de madeira doméstica têm
um risco até cinco vezes maior de bronquite crônica e doença pulmonar obstrutiva crônica
quando comparadas às não-expostas. Crianças expostas mostraram prevalência mais alta de
doença pulmonar obstrutiva crônica e de infecções respiratórias agudas (LARSON, KÖENIG,
1994; PEREZ-PADILLA et al., 1999; BRUCE et al., 2000). Cânceres de trato respiratório e
digestivo superior também foram relatados por Pintos e colaboradores (1998) e Bruce e
colaboradores (2000).

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Apesar de uma literatura extensa em relação aos efeitos à saúde por exposição à fumaça
de madeira ou plantas de modo geral, os únicos artigos encontrados abordando os efeitos da
exposição ocupacional a fumaça da queima de madeira no início do estudo foram de Betchley e
colaboradores (1997), Bergström e colaboradores (1997), Tzanakis e colaboradores (2001) e
Ellegard (1994). Betchley e colaboradores e Bergström e colaboradores estudaram a alteração da
função pulmonar de bombeiros florestais norte-americanos. Os autores observaram uma redução
no volume expiratório forçado depois do turno, em comparação ao início da jornada de trabalho.
Tzanakis e colaboradores e Ellegard relataram que trabalhar próximo a fornos de alvenaria em
processo de carbonização afetou negativamente a capacidade respiratória dos trabalhadores. Os
mesmos autores mostraram que os sintomas respiratórios também aumentaram após a exposição.

2.4. HPAs e compostos carbonílicos

A seguir, serão apresentadas informações atualizdas sobre propriedades físico-químicas,


efeitos à saúde e métodos de determinação no ar para HPAs e compostos carbonílicos, que foram
focos desse estudo de interesse para a saúde do trabalhador, com especial relevância em higiene
do trabalho. A exposição à fumaça, porém, extrapola à exposição de substancias indivuduais e
suas consquencias à saúde podem variar grandemente, dependendo das condições da fonte, do
ambiente e da susceptibilidade individual.

2.4.1. HPAs

Os HPAs, também chamados de hidrocarbonetos polinucleares, são grupos de compostos


orgânicos constituídos por dois ou mais anéis benzênicos condensados, sendo o mais simples
deles o naftaleno, que é constituído por dois anéis benzênicos. Podem ser encontrados na
atmosfera tanto em fase vapor como adsorvidos no material particulado, a depender do ponto de
ebulição dos mesmos. Estes compostos são sólidos à temperatura ambiente e podem sublimar
após serem emitidos na forma de vapor e entrarem em contato com a atmosfera na temperatura
ambiente (NETO et al., 2000). Na Tabela 6 estão apresentadas algumas propriedades físico-
químicas dos HPAs mais importantes (LIDE, 2005). As estruturas desses HPAs encontram-se
representadas na Figura 6.

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Tabela 6 - Propriedades físico-químicas de alguns HPAs.
HPA Peso Ponto de Ponto de
(Fórmula Molecular) CAS Molecular Fusão Ebulição
(°C) (°C)
Naftaleno
91-20-3 128,17 80,2 218
(C10H8)
Acenaftileno
208-96-8 152,20 96,5 280
(C12H8)
Acenafteno
83-32-9 154,21 93,4 279
(C12H10)
Fluoreno
86-73-7 166,22 115 295
(C13H10)
Fenantreno
85-01-8 178,24 99,2 340
(C14H10)
Antraceno
120-12-7 178,24 215 340
(C14H10)
Fluoranteno
206-44-0 202,26 108 384
(C16H10)
Pireno
129-00-0 202,26 151 404
(C16H10)
Benzo[a]Antraceno
56-55-3 228,29 167 435
(C18H12)
Criseno
218-01-9 228,29 258 448
(C18H12)
Benzo[b]Fluoranteno
205-99-2 252,32 168 481
(C20H12)
Benzo[k]Fluoranteno
207-08-9 252,32 217 480
(C20H12)
Benzo[a]Pireno
50-32-8 252,32 177 495
(C20H12)
Indeno[1,2,3-cd]Pireno
193-39-5 276,34 164 530
(C22H12)
Dibenzo[a,h]Antraceno
53-70-3 278,35 270 524
(C22H14)
Benzo[g,h,i]Perileno 191-24-2 276,34 278 542
(C22H12)
Fonte: LIDE, 2005.

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Naftaleno
Fenantreno Benzo[a]Pireno Dibenzo[a, h]Antraceno

Fluoranteno Antraceno
Benzo[k]Fluoranteno
Benzo[b]Fluoranteno

Acenaftileno Acenafteno Benzo[a]Antraceno


Pireno

Indeno[1,2,3-cd]Pireno Fluoreno
Criseno
Benzo[g,h,i]Perileno

Figura 6 - Estrutura dos HPAs mais conhecidos (NIOSH, 1998a).

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49

2.4.1.1. Efeitos à saúde – carcinogenicidade

Os HPAs são um grupo importante de compostos de carcinogênicos, mutagênicos e


genotóxicos. Eles podem ser absorvidos pelas vias respiratórias e digestivas, como também
através da pele (WARSHAWSKY, 1999). O benzo[a]pireno tem sido o composto mais estudado
e, por isso, é frequentemente utilizado como um marcador de exposição aos HPAs (BOFFETTA
et al., 1997; WARSHAWSKY, 1999).
O Programa Nacional de Toxicologia (NTP) dos Estados Unidos lista 15 HPAs como
suspeitos de serem carcinógenos humanos baseado em evidências experimentais de
carcinogenicidade em animais. A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) e o
governo brasileiro, este último através da Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para
Humanos (LINACH), publicada pelos Ministérios do Trabalho e Emprego, da Saúde e da
Previdência Social, classificam vários HPAs como confirmados ou suspeitos de serem
carcinogênicos em seres humanos (Grupos 1, 2A e 2B). Algumas misturas contendo HPAs, bem
como processos produtivos e atividades profissionais com estes relacionados, também são
incluídos nas respectivas listas, conforme apresentado na Tabela 7 (BRASIL, 2014; NTP, 2014;
IARC, 2015). A atividade de produção de carvão vegetal ainda não está incluída nesta lista,
certamente em virtude da escassez de estudos sobre exposição ocupacional na mesma, mas as
emissões da combustão de biomassa, principalmente madeira, já estão classificadas no Grupo 2A
(provavelmente cancerígeno para humanos).
Vários HPAs têm demonstrado que são mutagênicos em bioensaios in vitro e em testes in
vivo. Existe evidência suficiente de atividade genotóxica de curto tempo para alguns HPAs
como, benzo[a]antraceno, benzo[a]pireno, dibenzo[a,h]antraceno, entre outros (ATSDR, 1995;
IARC, 1973-1985).

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Tabela 7 - Classificação de carcinogenicidade para humanos de alguns HPAs, misturas


complexas, processos produtivos e atividades (BRASIL, 2014; NTP, 2014; IARC, 2015).

HPAs, Processos Produtivos e LINACH IARC NTP


Misturas (grupo) (grupo) (grupo)
Alcatrão de hulha (coal tar pitch) 1a 1 Ad
Óleos minerais (pouco ou não
1 1 A
refinados)
Óleo de xisto 1 1 -
Fuligem 1 1 A
Produção de alumínio 1 1 -
Gaseificação de carvão 1 1 -
Produção de coque 1 1 -
Emissões de fornos de coque - - A
Fundição de ferro e aço 1 1 -
Benzo[a]Pireno 1 1 Be
Exaustão de motores a diesel 1 2Ab B
Refino de petróleo 2A 2A -
Creosoto (do alcatrão de hulha) 2A 2A -
Betumes e suas emissões 2A e 2B 2A e 2Bc -
Dibenzo[a,h]Antraceno 2A 2A B
Exposição ocupacional como
2B 2B -
bombeiro
Benzo[a]Antraceno 2B 2B B
Negro de fumo 2B 2B -
Criseno 2B 2B -
Benzo[b]Fluoranteno 2B 2B B
Benzo[k]Fluoranteno 2B 2B B
Indeno[1,2,3-cd]Pireno 2B 2B B
Naftaleno 2B 2B B
HPAs - - B
a
1: confirmado carcinogênico humano; b2A: provavelmente carcinogênico humano; c2B: possivelmente
carcinogênico humano; dA: reconhecido carcinogênico humano; eB: razoavelmente antecipado
carcinogênico humano.
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2.4.1.2. Limites de exposição ocupacional e padrões de qualidade do ar

A Organização Mundial da Saúde (OMS), considera que não é possível recomendar um


nível de concentração seguro para a exposição aos HPAs e orienta que as concentrações desses
compostos no ar sejam mantidas em níveis, os mais baixos possíveis. Também afirma que não
existe nenhum limite reconhecidamente tolerável para o efeito cancerígeno para o
benzo[a]pireno, o mais estudado dos HPAs, e não existe nenhuma mistura de HPAs no ambiente
que não o contenha, assim como outras substâncias com evidências suficientes de
carcinogenicidade em animais (WHO, 1987; WHO, 2000).
Algumas agências e instituições internacionais, a exemplo da ACGIH, NIOSH e OSHA,
apesar de concordarem que as concentrações das substâncias cancerígenas devam ser mantidas
nos níveis mais baixos possíveis, propõem valores de limites de exposição ocupacional para
alguns HPAs ou misturas que os contenham, conforme apresentado na Tabela 8.
A Norma Regulamentadora n° 15 não estabelece Limites de Tolerância para HPAs. Trata
apenas do direito ao pagamento do adicional de insalubridade aos trabalhadores que se incluem
em algumas atividades nas quais os HPAs estão presentes (BRASIL, 1978).
O Brasil não adota padrões de qualidade do ar para HPAs (MMA, 1989, 1990a, 1990b).
A Agência de Proteção Ambiental Americana (US EPA) também não propõe nenhum padrão
nacional de qualidade do ar ambiental para os HPAs. No entanto classifica as emissões de fornos
de coque (coque oven emissions) como reconhecidamente carcinogênicas para humanos, grupo
A, e utiliza modelos matemáticos, baseados em estudos com animais, para estimar a
probabilidade de uma pessoa desenvolver câncer por inalação do ar em uma atmosfera contendo
uma especificada concentração da mistura. A US EPA estima que, se uma pessoa respirou
continuamente o ar de uma atmosfera contendo emissões de forno de coque com concentração
média de 0,002 g/m3 (2 x 10-6 mg/m3), ela tem uma chance aumentada de desenvolver câncer
por esta exposição contínua, não superior a 1/1.000.000. Essas chances aumentariam em uma
ordem de grandeza de 10 vezes se as concentrações no ar fossem aumentadas na mesma ordem
de grandeza, ou seja, 1/100.000 para 0,02 g/m3 e 1/10.000 para 0,2 g/m3 (US EPA, 2013,
2015). Vale ressaltar que as emissões de forno de coque são misturas de vários compostos,
dentre eles alcatrão, HPAs, benzeno, tolueno e xilenos, todos eles presentes na fumaça da
queima da madeira.

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52

Tabela 8 - Limites de exposição ocupacional, em mg/m3, para alguns HPAs e misturas


complexas que os contém.

ACGIH OSHA NIOSH


Substâncias, Processos Produtivos
(ACGIH, 2012) (OSHA, 2006) (NIOSH, 2011)
e Misturas TLV®-TWAa PEL-TWA REL-TWA
0,2 (8 h)
Alcatrão de hulha (coal tar pitch) 0,2 (FSBb) (8 h) 0,1 (FSCc) (10 h)
1,0 (Máx.)
0,5 (I)d (8 h)
Asfalto (Betume) - fumos - 5 (15 min)
2,5 (I)d (Máx.)
Emissões de fornos de coque - 0,15 (FSB) (8 h) 0,2 (10 h)
Exaustão de motores a diesel - - L
Negro de fumo - 3,5 (8 h) 0,1 (FSC) (10 h)
Óleos minerais (pouco ou não 5 (10 h)
Le 5 (8 h)
refinados) 10 (15 min)
Antraceno - 0,2 (FSB) (8 h) 0,1 (FSC) (10 h)
Benzo[a]Pireno - 0,2 (FSB) (8 h) 0,1 (FSC) (10 h)
Criseno - 0,2 (FSB) (8 h) 0,1 (FSC) (10 h)
Fenantreno - 0,2 (FSB) (8 h) 0,1 (FSC) (10 h)
Fluoranteno - 0,2 (FSB) (8 h)
23,8 (8 h)
Indeno - 45 (10 h)
119 (Máx.)
52,4 (8 h) 50 (10 h)
Naftaleno 50 (8 h)
262 (Máx.) 75 (15 min)
Pireno - 0,2 (FSB) (8 h) 0,1 (FSC) (10 h)
a
TWA = Time Weigthed Average (Média Ponderada no Tempo)
b
FSB = Fração Solúvel em Benzeno
c
FSC = Fração Solúvel em Cicloexano
d
(I) = Fração inalável
e
L = Concentração mais baixa possível

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53

2.4.1.3. Monitoramento biológico da exposição

O monitoramento biológico da exposição aos HPAs tem sido feito através da


determinação da concentração de seus metabólitos (indicadores biológicos, ou bioindicadores) na
urina ou através do acompanhamento de um efeito bioquímico resultante da sua presença no
organismo. Dentre os metabólitos urinários sugeridos na literatura, o mais amplamente utilizado,
tanto em estudos em ambientes urbanos como em ambientes de trabalho, é o hidroxipireno (1-
OHP), uma vez que o pireno é um dos componentes geralmente presente em alta proporção nas
misturas de HPAs. Outros bioindicadores urinários, como o 1-naftol (1-NAP), o 2-naftol (2-
NAP), o hidroxifenantreno e o 3-hidroxibenzo[a]pireno, têm sido propostos uma vez que, como
o pireno está presente em alimentos crus ou cozidos, o 1-OHP urinário pode não refletir
selectivamente a exposição aos HPAs no ar (JONGENEELEN, 1997; YANG et al. 1999; DOR
et al., 1999; KIM et al., 1999; HOLLENDER et al., 2000; KIM et al., 2001; LEE et al., 2001;
JONGENEELEN, 2001).
Amostras de urina de 24 horas, como também a comparação entre amostras obtidas antes
e depois da jornada de trabalho, são usadas para avaliar a exposição aos HPAs. O aumento da
excreção de 1-OHP está na ordem de unidades a dezenas de mol/mol de creatinina e o acúmulo
durante uma semana de exposição poderia alcançar 4 a 6 vezes a concentração inicial deste
metabólito na urina. A meia-vida principal do 1-OHP devido à inalação de HPAs está ao redor
de 20 horas (6 a 35 horas) (DOR et al., 1999).
A determinação de metabólitos excretados através da urina não fornece informações
exatas sobre o risco carcinogênico, sendo este melhor avaliado através do uso de outros
bioindicadores, tais como os adutos formados por reação com o DNA, RNA, ou proteínas. Os
HPAs absorvidos por um organismo são transformados em compostos mais reativos que se ligam
covalentemente com as macromoléculas das proteínas, RNA, e DNA, formando os adutos. Os
adutos HPA-DNA têm sido estudados por serem considerados como o passo chave para a
iniciação da carcinogênese química e a determinação desses compostos tem servido como
bioindicador precoce para câncer ou para quantificar o risco carcinogênico (NETO et al., 2000;
JONGENEELEN et al., 1997; DOR et al., 1999). Embora estes adutos possam existir em
qualquer tecido exposto aos HPAs, a sua determinação é frequentemente realizada em células da
mucosa do trato respiratório ou do digestivo e nas células do sangue (PELUSO et al., 1997;
VAN DELFT et al., 1998; NIA et al., 2000).
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54

2.4.1.4. Métodos de determinação no ar

Vários métodos têm sido propostos para a determinação de HPAs na atmosfera, tanto do
ambiente geral como dos ambientes de trabalho. Vários autores têm apresentado grandes
revisões sobre os métodos existentes (ANDRADE, 1986; DAVIS et al, 1987; MIGUEL;
ANDRADE, 1989; ATSDR, 1995; PESQUERO, 2001).
As metodologias mais atuais para a realização de estudos ou monitoramento da qualidade
do ar do ambiente geral e dos ambientes de trabalho envolvem a determinação dos HPAs tanto
no material particulado como na fase gasosa. Para isto, realiza-se a coleta combinada do material
particulado, em filtros de quartzo, fibra de vidro ou teflon, e da fase gasosa, em vários substratos
de coletas propostos. Dentre estes estão os filtros impregnados, os borbulhadores (impingers), os
traps criogênicos e os sólidos adsorventes. Os mais comumente utilizados são os sólidos
adsorventes, tais como, XAD-2® (resina de estireno divinilbenzeno), Tenax-GC e espuma de
poliuretano (PUF) (TUOMINEM et al, 1988; DAVIS et al, 1987; SUBRAMANYAM et al,
1994; NIOSH, 1994; KHALILI et al, 1995; KULJUKKA et al, 1996; NIOSH, 1998a; US EPA,
1999; BARBOSA et al, 2006). Um estudo sobre assinatura de fontes de emissão de HPAs,
inclusive de combustão de madeira, utilizou um cartucho contendo XAD-2® e PUF combinados
(sanduiche) para reduzir as perdas de naftaleno por ocorrência de breakthrough (KHALILI et al,
1995).
O método TO-13A, da US EPA (1999), é destinado às determinações de 19 HPAs no ar
ambiente e envolve a coleta do ar utilizando um amostrador de grande volume de ar (Hi-Vol) e
um sistema combinado contendo um filtro de quartzo de 102 mm de diâmetro e um cartucho de
60 mm de diâmetro interno e 12 mm de comprimento, contendo PUF ou resina XAD-2®. O
tempo de amostragem é de 24 horas e o volume de ar recomendado é de aproximadamente 300
m3. Os filtros e adsorventes são colocados juntos num extrator Soxhlet para a extração dos
HPAs. Isto é feito para melhorar o limite de detecção do método, evitar erros de interpretação e
reduzir custos. O solvente de extração utilizado é o diclorometano puro, quando se utiliza o
XAD-2®, ou uma mistura de 10% de dietil éter em hexano, quando o adsorvente é PUF. O
volume de solvente é de 700 mL e o tempo de extração é 18 de horas. O extrato é concentrado
utilizando um evaporador Kuderna-Danish (K-D). A análise dos HPAs é feita por cromatografia
em fase gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG/EM), utilizando uma coluna capilar
DB-5 (5% de fenil metil silicone), 30 m x 0,25 mm e 0,25 µm (micrômetro) de espessura de

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filme. Compostos como naftaleno, acenaftileno e acenafteno têm demonstrado elevado


breakthrough quando se utiliza PUF como adsorvente. Para estes compostos a resina XAD-2® é
mais recomendada.
O método de extração Soxhlet dos HPAs é muito trabalhoso e demorado, variando entre 6
e 48 horas, e exige um grande consumo de solvente (100-700 mL). Por isso, procedimentos
alternativos foram pesquisados e os mais utilizados atualmente empregam o uso de ultrassom à
temperatura ambiente, durante um curto período de tempo (MIGUEL; ANDRADE, 1989;
ANDRADE, 1986; NIOSH, 1994; NIOSH, 1998a; VASCONCELOS et al, 2003).
Mais recentemente, vários métodos têm utilizado, com sucesso, misturas de solventes
como, acetonitrila/cloreto de metileno, 3:1, diclorometano/metanol, 4:1, ou mesmo acetonitrila e
diclorometano, puros, em volumes ainda menores do que os utilizados inicialmente (ex.: 4 - 5
mL) (NIOSH, 1994, 1998a; PEREIRA et al, 2001, 2002; RÉ-POPPI; SANTIAGO-SILVA,
2002).
Os métodos NIOSH 5506 e 5515 (NIOSH, 1994, 1998a) se destinam à determinação de
17 HPAs no ar em ambientes de trabalho. Em ambos os métodos, a coleta das amostras de ar é
feita utilizando-se bombas de amostragem portáteis, calibradas à vazão de 2 L/min ±5%,
conectadas a um sistema composto de um cassete com filtro de membrana de
politetrafluoretileno (PTFE), de 37 mm de diâmetro e 2 µm de tamanho de poro, e um tubo de
vidro contendo 150 mg de XAD-2®, em seções separadas por lã de vidro (100 mg na seção
principal, ou front e 50 mg na seção secundária). No método 5506 as amostras (filtros e
adsorventes) são extraídas com 5 mL de acetonitrila, submetidas à sonicação por 30 a 60
minutos, filtradas com filtros de PTFE de 25 mm de diâmetro e 0,45 µm de poro e analisadas por
cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), com coluna de 250 x 4,6 mm de C18, 5 µm e
com detectores de ultravioleta UV (λ = 254 nm) e fluorescência (λexcitação = 340 nm; λemissão
= 425 nm) em série. No método 5515 os filtros são extraídos com 5 mL de solventes como
benzeno, cloreto de metileno, ou outros que realizem a extração o mais eficientemente possível
da matriz da amostra, determinada em testes preliminares, sonicadas por 15 a 20 minutos e
filtradas em filtros de PTFE de 25 mm e 0,45 µm de poro. A resina XAD-2® é retirada dos tubos
de vidro, sendo cada seção transferida para tubos de cultura separados e, em seguida extraída
com 5 mL de tolueno durante 30 minutos, com agitação casual. O extrato é, então, filtrado em
filtros de PTFE de 25 mm de diâmetro e 0,45 µm de poro. Finalmente as amostras são analisadas
por cromatografia em fase gasosa (CG), com coluna capilar DB-5 (5% de fenil metil silicone),
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30 m x 0,25 mm e 1 µm de espessura de filme e com detecção por ionização em chama. Em


ambos os métodos as duas seções dos tubos de XAD-2® são analisadas separadamente para se ter
uma avaliação da eficiência de coleta.
Outros métodos, como o NIOSH 5042 (NIOSH, 1998b), são indicados para avaliação do
material particulado total e da fração solúvel em benzeno (FSB), em atmosferas onde os
trabalhadores estão expostos a emissões de fumos de asfalto, de fornos de coque ou outras
emissões onde possam ocorrer misturas complexas de HPAs. Nestes métodos apenas o material
particulado é coletado utilizando-se, para isto, bomba de amostragem pessoal, calibrada na vazão
de 2 L/min ± 5% e um cassete com filtro de membrana de PTFE, de 37 mm de diâmetro e 2 µm
de tamanho de poro. Para a determinação do particulado total os filtros de membrana são
pesados, antes e após a coleta, em balança com precisão de 0,001 mg. Para a determinação da
FSB, os filtros, após haverem sido pesados para a determinação do PT, são extraídos com 3 mL
de benzeno e sonicação durante 20 minutos. O extrato é transferido para outro recipiente limpo e
o filtro de membrana é descartado. O recipiente é pesado da mesma forma que os filtros, o
extrato é evaporado a 40 °C, sob vácuo, durante cerca de 2 horas, após o que o recipiente é
novamente pesado, para se obter, por diferença, o peso da FSB.

2.4.2. Compostos Carbonílicos (CC)

Os compostos carbonílicos são todas as substâncias orgânicas que possuem em sua


fórmula um átomo de carbono (C) ligado a um átomo de oxigênio (O), por meio de uma ligação
dupla (C = O). Este grupamento é denominado de carbonila. A fórmula geral dos compostos
carbonílicos encontra-se na Figura 7.

Figura 7 - Fórmula geral dos compostos carbonílicos.

As combinações dos grupos ligados à função carbonila produzem as diversas variedades


de compostos carbonílicos. Dentre estes estão os aldeídos, as cetonas, os ácidos carboxílicos, os

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ésteres, os anidridos, os halogenetos de acila e as amidas. O composto carbonílico mais simples é


o formaldeído, um gás muito solúvel em água, cuja fórmula está mostrada na Figura 8.

Figura 8 - Fórmula estrutural do formaldeído (CH2O).

Os aldeídos e cetonas são as classes de compostos carbonílicos de maior interesse para o


presente estudo em função da sua abundância na fumaça da queima da madeira, conforme
mostrado na Tabela 4. O que diferencia os aldeídos das cetonas é que nos aldeídos, o grupo
carbonila (CO) pode estar ligado a dois átomos de hidrogênio (H) (Figura 8), ou a um átomo de
hidrogênio e um radical aromático (Arila - Ar) ou alifático (Alquila - R). Já nas cetonas, o grupo
carbonila não aparece ligado ao hidrogênio, mas sim a dois radicais alquila, ou arila, ou a ambos
(Figura 9). O aldeído mais simples é o formaldeído (Figura 8), enquanto que a cetona mais
simples é a acetona (ou propanona), na qual o grupo carbonila está ligado a dois radicais alquila,
no caso, a metila (CH3) (Figura 10) (GUARDADO et al., 2006).

Aldeídos Cetonas

Figura 9 - Distinção entre aldeídos e cetonas.

Figura 10 - Fórmula estrutural da acetona (propanona).

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No Quadro 1 estão apresentadas as fórmulas estruturais de outros compostos carbonílicos


presentes na fumaça da queima da madeira (GUARDADO et al., 2006).

Quadro 1 - Fórmulas estruturais de alguns CC presentes na fumaça da queima da madeira.


Nome Fórmula estrutural Nome Fórmula estrutural

Acetaldeído Butanona

2-Pentanona
Propanal
(Metiletilcetona)

Butanal Ácido acético

O acetaldeído e o formaldeído são os mais abundantes e também os mais estudados na


atmosfera, tanto nos ambientes externos, como nos ambientes internos e de trabalho. Outros
compostos como acetona, acroleína, glioxal, e metil etil cetona têm despertado interesse mais
recentemente. Na Tabela 9 estão os nomes, sinônimos e algumas propriedades físico-químicas de
vários CC que têm sido alvo de estudos, seja no ambiente geral, nos ambientes internos ou nos
ambientes de trabalho e que podem ser encontrados na fumaça da queima da madeira.

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Tabela 9 - Propriedades físico-químicas de alguns compostos carbonílicos (CC) presentes na


fumaça da queima da madeira.
CC Peso Ponto de
[Fórmula Sinônimos CAS Molecular Ebulição
Molecular] (°C)
Acetaldeído Aldeído acético; Etanal; Etil aldeído;
75-07-0 44,05 20,1
[C2H4O] Aceteldeído
Acetona 2-Propanona; Propanona; Dimetil cetona;
67-64-1 58,08 56,2
[C3H6O] Metil cetona; Dimetil formaldeído
Acroleína Propenal; Propenaldeído; 2-Propenal;
107-02-8 56,06 52,7
[C3H4O] Aldeído acrílico; Acrilaldeído; Biocide
Biacetil Dimetil glioxal; Diacetil; Butanodiona; 2,3-
431-03-8 86,09 88
[C4H6O2] Butanodiona; Dimetil dicetona; Butadiona
Crotonaldeído 2-Butenal; Butenal; Crotonal; Aldeído
4170-30-3 70,1 102
[C4H6O] crotônico; Metil acroleína; But-2-enal
Aldeído fórmico; Formol; Formalina;
Formaldeído Metanal; Metil aldeído; Óxido de metileno;
50-00-0 30,03 -19,5
[CH2O] Metileno glicol; Lisoforme; Formalina ;
Fannoforme; Karsan
2-Formil furano; 2-Furaldeído; Fural;
Furfural
2-Furanaldeído; 2-Furfural; Óleo artificial 98-01-1 96,08 167
[C5H4O2]
de formiga; 2-Furil metanal
Glioxal 1,2-Etanodiona; Biformal; Biformil; Etano- 107-22-2
58,04 51
[C2H2O2] 1,2-diona; Glioxaldeído; OXAL
Heptanal n-Heptil aldeído; Enantal; Enantaldeído;
111-71-7 114,19 153
[C7H14O] Aldeído C-7
Hexanal Hexaldeído; n-Hexil aldeído; 1-Hexanal;
66-25-1 100,16 131
[C6H12O] Aldeído capróico; Caproaldeído
Hidroximetil 5-(Hidroximetil)-2-furfural; 5-
furfural (Hidroximetil)-2-furaldeído; HMF; 5- 67-47-0 126,11 115
[C6H6O3] Hidroximetil furaldeído
Isobutanal; Isobutil aldeído; 2-Metil
propanal; Isopropil aldeído; 2-Metil-1-
Isobutiraldeído
propanal; 2-Metilpropanal; Aldeído 78-84-2 72,11 64
[C4H8O]
isobutírico; Isopropil formaldeído; Alfa-
metilpropionaldeído; Isobutaldeído
Metiletilcetona 2-Butanona; Butanona; MEC; Metil
78-93-3 72,11 79,6
[C4H8O] acetona; Butano-2-ona; 2-Oxobutano;
Metilglioxal 2-Oxopropanal; Propanodiona; Aldeído
78-98-8 72,06 72
[C3H4O2] pirúvico; Acetilformaldeído; Piruvaldeído
2-Oxobutanal(*) Etilglioxal; 2-Oxobutanaldeído; Butanal, 2-
4417-81-6 86,09 91,8± 9
[C4H6O2] oxo; alfa-Cetobutanal.
Propionaldeído Aldeído propiônico; Propanal; Aldeído
123-38-6 58,08 49
[C3H6O] propílico; Propaldeído; Metil acetaldeído
Fonte: HSDB, 2014, exceto (*), ChemSpider, 2015.

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2.4.2.1. Efeitos à saúde - carcinogenicidade

Os CC têm despertado interesse nos estudos da poluição atmosférica devido a vários


fatores: a) a ação irritante e carcinogênica de alguns deles; b) são produtos da oxidação
fotoquímica dos hidrocarbonetos presentes na atmosfera; c) são precursores de radicais livres, de
ozônio, de nitrato de peroxi acetila (PAN), de nitrato de peroxi benzila (PBN) e dos ácidos
orgânicos atmosféricos, que contribuem para a chuva ácida e a acidificação de lagos; d) têm sido
os principais poluentes atmosféricos de ambientes internos, não industriais, juntamente com
outros compostos voláteis, sendo corresponsabilizado pelo efeito danoso à saúde dos
trabalhadores desses ambientes conhecido como Síndrome do Edifício Doente (SED)
(ANDRADE et al., 2002; GROSJEAN et al., 1996; GIODA; NETO, 2003; PIRES; DE
CARVALHO, 1999; BRICKUS; NETO, 1999).
Os CC penetram no organismo humano por inalação, por ingestão e por absorção
cutânea. A inalação é a forma mais comum de exposição humana aos CC gasosos e voláteis,
como formaldeído, acetaldeído, acroleína, acetona, butanal, glioxal, propanal, etc.
Praticamente todos os CC são irritantes para as vias respiratórias superiores, os olhos e a
pele. Alguns são depressores do sistema nervoso central e outros são potencialmente
carcinogênicos e mutagênicos para os seres humanos. O Quadro 2 apresenta um resumo dos
efeitos à saúde e classificação de carcinogenicidade para alguns CC encontrados na fumaça
proveniente da queima da madeira (NIOSH, 2011; CDC, 2012; ACGIH, 2012; BRASIL, 2014;
NTP, 2014; HSDB, 2014; IARC, 2015). O termo Não Classificado (NC) significa que o produto
químico não aparece na lista de classificação das instituições citadas.

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Quadro 2 - Efeitos à saúde e classificação de carcinogenicidade de alguns CC.

CC Efeitos à saúde Classificação de carcinogenicidade

Irritante para os olhos, nariz, garganta, trato respiratório e pele; pode causar LINACH e IARC = Grupo 2B(c);
Acetaldeído eritema, necrose e edema pulmonar; causa tosse, dermatites, depressão do NIOSH = C(b); NTP =B(d);
sistema nervoso central. Possível cancerígeno para humanos (nasal) ACGIH (2012) = A3(e)
Afeta os olhos, pele, trato respiratório, sistema nervosa central; Causa
Acetona irritação dos olhos, nariz, garganta; dor de cabeça, tontura, dermatites, NC
depressão do sistema nervoso central.
Irritante para os olhos, pele, mucosas; diminuição da função pulmonar; edema
LINACH e NIOSH = NC;
pulmonar retardado. Provoca asma, principalmente em crianças, rinite,
Acroleína IARC = Grupo 3(f); NTP = NC
broncopneumonia, edema pulmonar, necrose epitelial na região brônquica,
ACGIH (2012) = A4(f)
hemorragia, hiperplasia e metaplasia do epitélio das vias superiores.
Afeta os olhos, pele e o sistema respiratório. Causa irritação dos olhos, pele, LINACH, NTP, NISOH = NC; IARC
Crotonaldeído
trato respiratório superior; dor de cabeça; dermatites. = Grupo 3(f); ACGIH (2012) = A3(e)
Afeta os olhos e o sistema respiratório. Causa irritação dos olhos, nariz, LINACH e IARC = Grupo 1(a)
Formaldeído garganta e sistema respiratório; lacrimejamento, tosse, chiado. Cancerígeno NIOSH = C; NTP = A(a);
para humanos - câncer nasal. ACGIH (2012) = A2(b)
(a) = confirmado ou reconhecido carcinogênico humano; (b) = potencial carcinogênico humano; (c) = possivel carcinogênico humano; (d)
= razoavelmente antecipado carcinogênico humano; (e) = confirmado carcinogênico animal (similar a 2B); (f) = calssificado como não
carcinogênico humano; NC = não classificado.

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Quadro 2 - Efeitos à saúde e classificação de carcinogenicidade de alguns CC (continuação).

CC Efeitos à saúde Classificação de carcinogenicidade

Afeta os olhos, pele e o sistema respiratório. Causa irritação dos olhos, pele, LINACH, NTP, NIOSH = NC; IARC
Furfural
trato respiratório superior; dor de cabeça; dermatites. = Grupo 3; ACGIH (2012) = A3
O líquido é irritante para os olhos e a pele (vermelhidão). Os vapores da
Glioxal NC
solução 40% são irritantes para os olhos e mucosa nasal e garganta.
LINACH e NIOSH = NC;
Afeta os olhos, pele, trato respiratório, sistema nervosa central; causa irritação
Metiletilcetona IARC = Grupo 3(f); NTP = NC
dos olhos, pele e nariz; dor de cabeça, enjoo, vômito, dermatites.
ACGIH (2012) = A4(f)
(a) = confirmado ou reconhecido carcinogênico humano; (b) = potencial carcinogênico humano; (c) = possivel carcinogênico humano; (d)
= razoavelmente antecipado carcinogênico humano; (e) = confirmado carcinogênico animal (similar a 2B); (f) = calssificado como não
carcinogênico humano; NC = não classificado.
Fontes: NIOSH, 2011; CDC, 2012; ACGIH, 2012; BRASIL, 2014; NTP, 2014; HSDB, 2014; IARC, 2015.

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2.4.2.2. Limites de exposição ocupacional e padrões de qualidade do ar

Da mesma forma que para os HPAs, no Brasil não existem padrões de emissão para os
CC (MMA, 1989; MMA, 1990a, 1990b). Alguns autores e instituições têm sugerido valores
limites de concentração para alguns compostos carbonílicos, como padrões de qualidade para
ambientes internos e ambiente geral, conforme apresentado na Tabela 10 (BRICKUS; NETO,
1999 apud GIODA; NETO, 2003; WHO, 2010; MOE, 2012).

Tabela 10 - Propostas de valores limites para qualidade do ar, em mg/m3, para ambientes
internos e ambiente geral.

Brickus e Neto, (1999) WHO, (2010) MOE, (2012)


CC
(ambiente interno) (ambiente interno) (ambiente geral)

Acetaldeído - - 0,5 (24h e ½ h)

Acetona - - 11,9 (24h)

0,100 (não especifica


Formaldeído 0,100 (30 min) 0,065 (24h)
tempo)

Furfural - - 1,0 (1h)

MEC - - 1,0 (24h)

Já para os ambientes de trabalho, a legislação brasileira, através da NR-15, Anexo 11,


estabelece Limites de Tolerância, Média Ponderada no Tempo, para 8 horas por dia e 48 horas
semanais, para alguns CC (BRASIL, 1978). Organismos governamentais e instituições
internacionais, como o NIOSH, a OSHA, o DFG e a ACGIH, têm propostos limites para alguns
CC. Alguns desses limites estão apresentados na Tabela 11. A discrepância entre vários dos
valores mostrados é notória e demonstra a falta de consenso internacional na definição dos
limites de exposição ocupacional, deixando a saúde dos trabalhadores em situação de
vulnerabilidade. Por exemplo, a NR 15, Anexo 11, ainda estabelece um limite de tolerância,
valor teto (concentração máxima que não pode ser ultrapassada em momento algum da jornada)
de 2,3 mg/m3, enquanto que na ACGIH, o mesmo limite teto é cerca de 6 vezes mais baixo (0,37

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mg/m3), e no NIOSH, é cerca de 19 vezes mais baixo (0,12 mg/m3). O limite de exposição
recomendado pelo NIOSH para 10 horas (REL-TWA = 0,0196 mg/m3) é o mais baixo de todos
na tabela, chegando a ser 130 vezes mais baixo do que o valor proposto pelo HSE para 8 horas
(WEL-TWA = 2,5 mg/m3), e 20 vezes mais baixo do que o MAK-TWA (8h) proposto pelo DFG
(0,37 mg/m3). Os limites tipo teto devem ter o seu cumprimento avaliado por meio de
determinações das concentrações máximas ou das médias de 15 minutos, conforme seja o
critério da instituição proponente do limite, nos momentos de provável maior exposição. Já os
limites para jornadas de 8 ou 10h, devem ter o seu cumprimento avaliado por meio de
determinações das concentrações representativas da jornada de trabalho.
É interessante observar que o que se denomina de ambiente interno, na maioria das
vezes, se trata de um ambiente de trabalho típico, como escritórios, cozinhas, lanchonetes, lojas,
magazines, hotéis, interiores de veículos, etc., para os quais, do ponto de vista legal, seria cabível
a legislação de segurança e medicina do trabalho, estabelecida pelo Ministério do Trabalho e
Previdência Social do Brasil. Isto pode significar ainda mais conflitos no estabelecimento dos
padrões de qualidade do ar.

2.4.2.3. Monitoramento biológico da exposição

As informações sobre o metabolismo e os indicadores biológicos de exposição e de


efeito para os CC são bastante limitadas e praticamente restritas a alguns deles, como acetona,
metiletilcetona (MEC) e metilisobutil cetona (MIBC). A legislação brasileira, através da Norma
Regulamentadora n° 7, que institui o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO), só propõe indicador biológico de exposição para a MEC. Para este composto a NR 7
indica que a própria MEC seja determinada na urina do trabalhador, no final da jornada semanal
de trabalho e adota como Índice Biológico Máximo Permitido (IBMP) o valor de 2 mg/L
(BRASIL, 1978).
A Tabela 12 apresenta os únicos Indicadores Biológicos de Exposição (IBEs) propostos
pela ACGIH (EUA) e DFG (Alemanha) para os CC. Para os demais CC não listados na Tabela
12 não foram encontradas indicações de possíveis biomarcadores de exposição estabelecidos
pelas principais instituições que atuam em saúde dos trabalhadores.

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Tabela 11 - Limites de exposição ocupacional, em mg/m3, de alguns CC presentes na fumaça da queima da madeira.

NR 15-Anexo 11 ACGIH DFG NIOSH OSHA HSE


CC (Brasil, 1978) (ACGIH, 2012) (DFG, 2014) (NIOSH, 2011) (OSHA, 2006) (HSE, 2011)
LT TLV® MAK REL PEL WEL
140 (8h) 91 (15 min) 37 (8h)
Acetaldeído 45 (Teto) - 360 (8h)
175 (Máx.) 180 (Máx.) 92 (15 min)
1870 (8h) 1187 (8h) 1200 (8h) 1210 (8h)
Acetona 590 (10h) 2400 (8h)
2057 (Máx.) 1781 (15 min) 2400 (15 min) 3620 (15 min)
0,25 (10h)
Acroleína - 0,23 (Teto) - 0,25 (8h) -
0,8 (15 min)
Crotonaldeído - 0,86 (Teto) - 6 (10h) 6 (8h) -
0,37 (8h)
0,0196 (10h) 0,92 (8h) 2,5 (8h)
Formaldeído 2,3 (Teto) 0,37 (Teto) 0,74 (15 min)
0,123 (15 min) 2,46 (15 min) 2,5 (15 min)
1,2 (Máx.)
7,86 (8h) 8 (8h)
Furfural - - - 20 (8h)
39,3 (Máx.) 20 (15 min)
0,1 (8h)
Glioxal - - - -
0,5 (Máx.)
460 (8h) 590 (8h) 590 (10h) 600 (8h)
MEC 600 (8h) 590 (8h)
575 (Máx.) 885 (15 min.) 885 (15 min) 899 (15 min)

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Tabela 12 - IBEs para alguns CC propostos pela ACGIH e DFG.

CC ACGIH, (2012) DFG, (2014)

Acetona Acetona na urina Acetona na urina


Ácido 3-Hydroxipropil
Acroleina -
mercaptúrico na urina
Cicloexanol ou 1,2 Cicloexanodiol na urina Cicloexanodiol
Cicloexanona
(Intenção de mudança - 2003) (após hidrólise) na urina
Furfural Ácido furóico total na urina -

MEC MEC na urina MEC na urina

MIBC MIBC na urina MIBC na urina


2,5-hexanodiona + 4,5-
Metil n-butil
2,5-hexanodiona na urina dihidroxi-2-exanona na
cetona
urina

2.4.2.4. Métodos de determinação no ar

Alguns autores têm apresentado revisões sobre as metodologias analíticas empregadas na


determinação dos CC na atmosfera (VAIRAVAMURTHY et al., 1992; LITEPLO et al., 2002).
O procedimento mais utilizado na atualidade para a determinação dos CC no ar, tanto nas
avaliações do ambiente geral, como dos ambientes internos e de trabalho, é o que envolve a
coleta dos CC com cartuchos Sep-Pak® de C18 ou de sílica gel, impregnados com solução ácida
de 2,4-dinitrofenilhidrazina (2,4-DNPH). Após a coleta, realiza-se a eluição das hidrazonas com
um volume de 2 a 5 mL de acetonitrila e posterior quantificação por cromatografia líquida de
alta eficiência (CLAE), utilizando diferentes sistemas de detecção, principalmente o de Ultra
Violeta (UV), em comprimentos de onda () na faixa de 350 a 450 nm, sendo 360 nm o valor
mais usual. Os cartuchos de sílica gel e de C18 foram utilizados pela primeira vez para a coleta
de CC no ar, no início da década de 1980 (VAIRAVAMURTHY, 1992). Esta metodologia tem
sido amplamente utilizada nos Estados Unidos e em outros países, inclusive no Brasil (DE
ANDRADE et al., 1995; GROSJEAN et al., 1996; GARCÍA-ALONSO; PÉREZ-PASTOR,
1998; PIRES & CARVALHO, 1999; US EPA, 1999; CHRISTENSEN, 2000; SANDNER et al.,

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2001; GROSJEAN; GROSJEAN, 2002). O método TO-11A, da US EPA (1999), é um exemplo


dessa metodologia.
Os métodos NIOSH 2016 e 2018, respectivamente para formaldeído e aldeídos alifáticos,
adotam os cartuchos de sílica gel impregnados com a 2,4-DNPH, já disponíveis comercialmente
(NIOSH, 2003a, 2003b).
Métodos mais antigos que empregam tubos contendo resina XAD-2 impregnada com 2-
(hidroximetil) piperidina, como os métodos OSHA 068, OSHA 52, NIOSH 2529, NISOH 2539,
NIOSH 2541, NIOSH 2538, disponíveis nos sites da OSHA
(https://www.osha.gov/dts/sltc/methods/toc.html) e do NIOSH
(http://www.cdc.gov/niosh/docs/2003-154/default.html), têm sido criticados pelo fato de
aldeídos não reativos de C3 a C5 não serem coletados quantitativamente e ácidos voláteis
reduzirem a capacidade de coleta (WU; HEE, 1995).
Mais informações sobre essas metodologias, estudos comparativos e procedimentos
operacionais podem ser encontradas em Carvalho (2005).

3. METODOLOGIA

Os métodos empregados são apresentados a seguir de acordo com cada fase de execução
do projeto. As fases foram:

I) Reconhecimento do ambiente e das condições de trabalho nas carvoarias da região


nordeste do Estado da Bahia: avaliação qualitativa do ponto de vista da higiene
ocupacional.

II) Reconhecimento dos riscos à saúde de seus trabalhadores, com ênfase no aparelho
respiratório, por meio de entrevistas estruturadas.

III) Avaliação da exposição de trabalhadores a fumaça, na produção de carvão vegetal por


meio de determinação de indicadores biológicos de HPAs.

IV) Avaliação da susceptibilidade individual em relação à exposição à fumaça, por meio do


polimorfismo genético da glutationa-transferase.

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V) Avaliação dos efeitos genotóxicos e mutagênicos da exposição à fumaça da queima da


madeira em trabalhadores de carvoarias, por meio de investigação de danos no DNA do
epitélio nasal e mutagenicidade urinária.

VI) Avaliação das concentrações de compostos carbonílicos e de HPAs no ar em amostras


pessoais, coletadas na zona respiratória de trabalhadores, e estacionárias, coletadas na
zona de circulação entre fornos em processo de carbonização.

VII) Avaliação das concentrações de benzeno no ar em amostras estacionárias coletadas na


zona de circulação entre fornos em processo de carbonização.

VIII) Avaliação das concentrações de poeira de carvão vegetal no ar, nas frações total e
respirável, em amostras pessoais coletadas na zona respiratória de trabalhadores que
retiravam o carvão dos fornos.

Na etapa inicial foram realizadas as seguintes atividades:

 Reunião na Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Camaçari,


envolvendo os representantes dos empregadores das carvoarias (contratantes e
contratadas), dos trabalhadores (SINDIFLORA), técnicos do CESAT e da
FUNDACENTRO, e auditores fiscais do trabalho, durante a qual foi acordada
a realização do projeto pela FUNDACENTRO/CRBA. Cerca de 50 pessoas
estiveram presentes nesta reunião (1º semestre/2001).
 Oficina de trabalho com a equipe técnica constituída. A oficina propiciou a
que a equipe técnica discutisse os passos iniciais do projeto, nivelando as
informações entre os representantes das instituições parceiras (GRTE, CESAT
e FUNDACENTRO-CRBA) (1º semestre/2001).

As fases I a V foram contempladas na pesquisa de doutorado da servidora Mina Kato, da


FUNDACENTRO/CRBA, defendida em 2003, intitulada “CHARCOAL WORKERS IN
BAHIA, BRAZIL: OCCUPATIONAL HAZARDS AND URINARY BIOMARKERS OF
EXPOSURE TO WOOD SMOKE” (Trabalhadores Carvoeiros na Bahia, Brasil: Riscos
Ocupacionais e Biomarcadores Urinários da Exposição à Fumaça de Madeira) (KATO, 2003).
Esta pesquisa de doutorado foi realizada em conjunto com a Universidade da Carolina do Norte
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(UNC), EUA e contou com ajuda financeira da Bahia-Carolina Fellowship (Fogarty


International) e US EPA. O CESAT - Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e o LACEN,
ambos da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, deram importante apoio ao projeto
fornecendo carro para as viagens e realizando ou fornecendo material para sumario de urina e
hemograma para os trabalhadores participantes do estudo. Esses exames foram realizados com o
intuito de detectar indivíduos com alterações de saúde, independentemente do foco nos efeitos
genotóxicos ou mutagênicos. Para viabilizar esta pesquisa, foram realizadas as seguintes
atividades:

 Treinamento de entrevistadores e técnicos do projeto para aplicação do questionário


apresentado no Anexo 1 e coleta das amostras biológicas. Foram treinados estudantes-
estagiários de medicina, farmácia e terapia ocupacional, bem como outros servidores
da FUNDACENTRO (2º semestre/2001).
 Visitas às carvoarias e áreas do corte de madeira para reconhecimento do processo
produtivo e da mão de obra (2º semestre/2001). Esta atividade também está
relacionada com as fases VI a VIII.
 Reuniões com os trabalhadores carvoeiros e do corte de madeira para divulgação do
projeto e obtenção do consentimento esclarecido, através do Termo de Consentimento
Esclarecido, apresentado no Anexo 2 (2º semestre/2001).
 Trabalhos de campo para realização de entrevistas com os trabalhadores e coleta de
amostras biológicas (sangue, urina e mucosa nasal) e do ar da zona respiratória dos
mesmos (2º semestre/2001 e 1º semestre/2002).
 Realização de análises das amostras biológicas em laboratórios da US EPA (1º e 2º
semestre/2002).
 Entrega de resultados de hemograma e sumário de urina aos trabalhadores (2º
semestre/2002).
 Elaboração e defesa da tese de doutorado (1º semestre/2003).

A avaliação das concentrações de compostos carbonílicos, parte da fase VI, foi


contemplada na pesquisa de doutorado do servidor Albertinho Barreto de Carvalho, da
FUNDACENTRO/CRBA, defendida em 2005, intitulada “COMPOSTOS CARBONÍLICOS NO
AR EM AMBIENTES DE TRABALHO DE CARVOARIAS NA BAHIA”, junto ao Instituto de
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Química da Universidade Federal da Bahia (UFBA) (CARVALHO, 2005). As avaliações das


concentrações de HPAs, benzeno e poeiras de carvão, que compreendem as fases VI a VIII,
foram realizadas como atividades do Laboratório Químico de Higiene Ocupacional da
FUNDACENTRO/CRBA. As atividades compreenderam:

 Coletas de amostras de ar, pessoais e estacionárias (2002 a 2012);


 Ajustes das metodologias analíticas para CC e HPAs (2002 a 2004);
 Realização das análises de compostos carbonílicos nas amostras coletadas (2002 a
2004);
 Realização das análises de HPAs, benzeno e poeira de carvão nas amostras coletadas
(2003 a 2012);
 Elaboração e defesa da tese de doutorado (1º semestre/2005).

Durante os levantamentos de campo, a equipe do projeto era sempre acompanhada pelos


encarregados das baterias de fornos. Nos últimos 5 anos, técnicos de segurança do trabalho da
FERBASA passaram a acompanhar e apoiar as atividades de campo.

3.1. Fase I: Reconhecimento do ambiente e das condições de trabalho nas carvoarias da região
nordeste do Estado da Bahia: avaliação qualitativa do ponto de vista da higiene
ocupacional.

A avaliação qualitativa é uma etapa imprescindível para se iniciar qualquer investigação


na área de saúde do trabalhador na qual é necessário conhecer as situações no ambiente de
trabalho que ocasionam a exposição dos trabalhadores aos diversos agentes de risco.
Foram realizadas visitas iniciais às várias carvoarias para identificação das suas
localizações e para coleta de informações sobre o processo produtivo, instalações e infraestrutura
existentes, e mão de obra. A infraestrutura foi avaliada para dimensionar o apoio logístico
necessário às atividades do projeto. As localizações foram obtidas junto aos auditores fiscais da
GRTE-Camaçari, às empresas siderúrgicas, ao sindicato dos trabalhadores, o SINDIFLORA, e
aos moradores dos povoados vizinhos. As informações sobre o processo produtivo foram
fornecidas pelos encarregados das carvoarias e pelos próprios trabalhadores das mesmas
(forneiros, barreladores, carbonizadores, transportadores e operadores de máquinas). As
carvoarias nas quais os trabalhos de campo foram realizados estavam localizadas na região de
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jurisdição da GRTE-Camaçari, distantes até 200 km, ao norte de Salvador, nos Municípios de
Água Fria, Alagoinhas, Conde, Entre Rios, Cardeal da Silva, Esplanada, Inhambupe e
Ouriçangas, pertencentes a diferentes empresas carvoeiras ou siderúrgicas. Algumas plantações
de eucalipto e pinho de onde era retirada a madeira, localizadas na mesma região, também foram
visitadas.
Sobre o processo produtivo do carvão foram levantadas informações referentes à
quantidade, tipos e capacidade dos fornos, etapas da produção, número de fornos em
carbonização, leiaute da bateria, tipo de madeira queimada, métodos de transporte e
movimentação da madeira e do carvão. Sobre a mão de obra, foram coletadas informações sobre
número de trabalhadores por função, funções e tarefas realizadas, duração das tarefas, jornadas
de trabalho, momentos e duração da exposição (a fumaça e a poeira de carvão).
Estas informações foram coletadas inicialmente no primeiro semestre de 2001, mas foram
continuamente atualizadas ao longo de todas as visitas e foram registradas por meio de
anotações, fotografias e alguns pequenos vídeos, os quais foram muito úteis na análise das
informações coletadas e situações vistas.

3.2. Fase II: Reconhecimento dos riscos à saúde dos trabalhadores, com ênfase no aparelho
respiratório, por meio de entrevistas estruturadas.

Durante o período de Agosto de 2001 a Junho de 2002 foram contatados 169


trabalhadores, de um total de 250, em oito empresas visitadas na região nordeste do Estado da
Bahia. Após a apresentação do projeto e obtenção do consentimento formal (Termo de
Consentimento, ANEXO A), 162 trabalhadores (97,6%) responderam a um questionário
(ANEXO B) aplicado por pessoas treinadas. Também foram coletadas amostras de mucosa nasal
para avaliar os danos ao DNA causados pela fumaça, e de sangue para determinar o genótipo em
relação às GSTM1 e GSTT1, coletadas por técnicos treinados. As amostras de urina para avaliar
os níveis dos metabólitos de HPAs foram coletadas em um frasco pelos próprios trabalhadores.
A frequência de colaboração para fornecimento do material biológico (urina, sangue e raspado
de mucosa nasal) para análise foi de 83,3%.
O questionário com perguntas abertas e estruturadas solicitava dados demográficos, além
de informações sobre dieta da ultima semana, habito de fumar e beber, saúde em geral e
acidentes de trabalho ocorridos. O questionário de sintomas respiratórios foi baseado no estudo

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de pneumoconioses entre trabalhadores de carvão mineral do Departamento de Saúde dos


Estados Unidos (USDHHS). Informações sobre habito de fumar foram traduzidas do
questionário auto aplicado para adultos do CDC para avaliação de asma (ATS-DLD-78-A). Estes
questionários foram escolhidos por terem um formato que permite uma avaliação quantitativa ou
porque foram já aplicados em trabalhadores (ATS, 1978; USDHHS, 2001). O consumo de álcool
foi calculado de acordo com WHO (2000).
Para fins do estudo, os trabalhadores recrutados foram classificados qualitativamente em
expostos (carbonizadores e forneiros), pouco expostos (trabalhadores do transporte e
carregamento de madeira de tratores e caminhões, supervisores de área e carregadores de carvão)
e não expostos (trabalhadores do corte da madeira que não tinham contato com a fumaça dos
fornos) por higienistas ocupacionais, baseados na avaliação qualitativa anteriormente citada
(Fase I).

3.3. Fase III: Avaliação da exposição de trabalhadores a fumaça, na produção de carvão


vegetal por meio de determinação de indicadores biológicos de HPAs.

Além da classificação qualitativa de exposição, foi realizada a avaliação da exposição


ocupacional à fumaça de madeira, focalizando em alguns compostos carcinogênicos. Em função
do alto conteúdo de pireno e naftaleno na fumaça, seus metabólitos urinários, respectivamente 1-
hidroxipireno (1-OHP) e 2-naftol (2-NAP), foram os escolhidos, pois já vinham sendo utilizados
ou propostos como bioindicadores de dose interna.
As amostras de urina foram coletadas após o terceiro dia da semana de trabalho e foram
mantidas refrigeradas a -20 ºC até a hidrólise enzimática. Os compostos orgânicos forma eluídos
em metanol após adsorção em 500 mg de resina C18 previamente tratados com 10 ml de metanol
e 10 ml de água destilada/deionizada. Os extratos metanólicos foram utilizados para o teste de
mutagenicidade e para a determinação de metabólitos urinários. Alguns trabalhadores não
conseguiram doar um volume de urina suficiente para análise e, para um subgrupo de
trabalhadores, foram coletadas amostras repetidas.
As determinações do 1-OHP e de 2-NAP foram realizadas utilizando um cromatógrafo
líquido de alta eficiência da Waters™ equipado com um amostrador automático, uma bomba de
gradiente e um detector de fluorescência de raios X (Millipore, Milford Mass). O método
analítico foi adaptado de Kim e colaboradores (1999) e Hollender e colaboradores (1999). A
creatinina na urina foi determinada por análise colorimétrica, que é uma versão modificada da
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reação de Jaffé, segundo Heinegard e Tiderstrom (1973). O ajuste por creatinina foi realizado
para compensar as variações no fluxo de urina (DOR et al., 1999).

3.4. Fase IV: Avaliação da susceptibilidade individual em relação à exposição à fumaça, por
meio do polimorfismo genético da glutationa-transferase.

O processo de biotransformação das substancias absorvidas no organismo está a cargo de


uma série de enzimas, e tem como objetivo de transformá-las em compostos mais hidrossolúveis
e mais facilmente eliminados pela urina. Há vários grupos de enzimas, cuja eficiência no
processo depende de características genéticas. As variações nos genes que codificam as enzimas
são denominadas polimorfismos e já estão bem conhecidas para o grupo de enzimas do
citocromo P450 (CYP1A1, CYP2E1), das acetilatransferases (NAT1, NAT2) e das glutationas
transferases (GSTM1, GSTT1, entre outros). A deleção dos genes para GSTM1 e GSTT1,
denominadas respectivamente de GSTM1nulo e GSTT1nulo, impede a produção da enzima e
reduz a capacidade de reação do organismo para produzir metabolitos conjugados à glutationa
que são bem solúveis na urina. Juntamente com as características de outros genes codificador de
enzimas, resulta num perfil geral de metabolizador mais ou menos rápido ou eficiente. O
conhecimento dessas características serve, portanto, para se conhecer a susceptibilidade do
individuo a medicamentos, contaminantes ambientais, ou a alimentos, e indicar a propensão para
se desenvolver doenças, como câncer (WUNSCH FILHO; GATTÁS, 2001).
Para fins de estudo foram somente analisadas os polimorfismos para dos genes para
GSTM1 e GSTT1. Para esta finalidade, as amostras de sangue venoso foram coletadas em tubos
evacuados contendo EDTA. A extração do DNA do genoma a partir de linfócitos obtidos de 5
ml de sangue seguiu o método proposto por Miller e colaboradores (1988) e amplificação
realizada por polimerização em cadeia (PCR) (ABDEL-RAHMAN et al., 1996). Os
trabalhadores foram classificados dicotomicamente em portador do polimorfismo nulo (GSTM1
nulo e GSTT1 nulo) ou positivo, quando pelo uma das cópias do gene estava presente.

3.5. Fase V: Avaliação dos efeitos genotóxicos e mutagênicos da exposição à fumaça da


queima da madeira em trabalhadores de carvoarias, por meio de investigação de danos no
DNA do epitélio nasal e mutagenicidade urinária.

Com o intuito de se avaliar as consequências da exposição à fumaça da queima de


madeira, contendo substancias carcinogênicas, foram realizadas os teste de mutagenicidade
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urinaria e a determinação do dano ao DNA no epitélio nasal, considerando-se que as substancias,


sendo voláteis são inaladas e o nariz é o primeiro ponto de contato, e sofrem um processo de
biotransformação no organismo terminando por ser excretadas pela urina, predominantemente.
A avaliação da carga de agentes mutagênicos no organismo, tendo a urina do trabalhador
como amostra biológica, foi feita através do teste de Ames, um bioensaio que utiliza diferentes
linhagens de Salmonella typhimurium e detecta mutações no DNA da bactéria. Esta avaliação
pode ser usada como indicador de dose interna, mas como se relaciona com a carga mutagênica
que o organismo suporta decorrente de todos os compostos carcinogênicos provenientes de
diversas fontes, tem uma relação mais direta com o efeito genotóxico ou carcinogênico,
podendo, assim, ser também utilizada como indicador de efeito precoce.
Extratos hidrolisados de urina foram redissolvidos em dimetilsulfóxido (150X) e
aplicados em culturas de Salmonella typhimurium YG1041 (hisD3052, rfa, uvrB, pKM101) com
adição de extrato de fígado de rato induzido com Aroclor (MARON; AMES, 1983). As doses de
extratos urinários variaram entre 0,35 e 15 ml-equivalentes (ml-eq) por placa (DeMARINI et al.,
1997). A potência mutagênica (em revertentes/ml-equivalente) foi calculada usando a porção
linear de uma curva dose-resposta e corrigida por níveis de creatinina (DeMARINI et al., 1997;
ZEIGER, 1997).
Para avaliar danos ao DNA no epitélio nasal, foi adotado o ensaio do cometa ou de
eletroforese em célula única (SCGE - single cell gell electrophoresis), que pode ser utilizado com
células nucleadas de qualquer tecido e é prático por não requerer muito material, não necessitar
de cultura, além de ser relativamente simples e rápido (TICE et al., 2000). As quebras de DNA
são detectadas por se deslocarem com maior rapidez do que o DNA intacto na eletroforese, e o
que se observa é uma cauda semelhante ao de um cometa. O artigo de Maluf (2004) apresenta as
vantagens deste e de outros ensaios para detecção de danos ao DNA com detalhes.
As células de mucosa nasal obtidas esfregando-se uma escovinha na fossa nasal (ROJAS
et al., 1999; GLÜCK; GEBBERS, 2000) foram conservadas a 4 oC em pH fisiológico. Após
centrifugação, o sobrenadante foi removido e adicionado solução salina. A amostra então foi
analisada pelo ensaio do Cometa (ROJAS et al., 1999; TICE et al, 2000). Em resumo, a célula
em suspensão foi misturada a agarose com baixo ponto de ebulição e colocada numa placa de
vidro para microscópio. As placas de vidro foram imersas em uma solução para lise celular por
pelo menos uma hora e, a seguir imersa em solução alcalina para desenrolar o DNA, e, ainda,
submetidas a uma correte de 15 volts por 20 minutos para eletroforese. Após neutralização da
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solução alcalina, as placas foram coradas com brometo de etidio. A análise da migração do DNA
foi realizada manualmente, determinando 100 células por individuo e classificando-as em 5
categorias de acordo com o tamanho da cauda. A cada amostra foi atribuído um escore final de
acordo com a proporção de células com danos (TICE et al., 2000).
Todas as amostras biológicas foram coletadas nos locais de trabalho, acondicionados em
recipientes de amostra com material isolante e bolsas térmicas previamente refrigeradas,
protegidas com materiais de absorção de impactos e transportadas no mesmo dia para os
laboratórios. As amostras de urinas foram mantidas congeladas até a realização das análises.

3.6. Análise estatística das fases II a V

Os resultados das fases II a V foram analisados estatistiscamente utilizando o programa


SAS, versão 8. As variáveis contínuas foram avaliadas como tais ou como categóricas.
Para análise dos sintomas respiratorios e dos danos ao DNA no epitelio nasal e categorias
de exposição, a equivalência entre as medias foi avaliada com o teste não paramétrico de
Wilcoxon-Mann-Whitney. Para o cálculo de odds ratio de prevalência (ORP), as variáveis
contínuas foram dicotomizadas tendo a media como ponto de corte. Os potenciais confundidores
e modificadores de efeito, que foram neste caso os hábitos de fumar e beber, o polimorfismo
GST, sintomas nasais (nariz escorrendo e entupido) e consumo de carne, foram avaliadas através
de análise estratificada (teste de Mantel Haenzel) ou em modelagem multivariada (regressão
logística). O nível de significância foi de p > 0,05. A avaliação da modificação do efeito foi
realizada com o teste de Breslow-Day para homogeneidade dos odds ratios.
Para analise da mutagenicidade urinaria e metabolitos urinários, os valores foram
corrigidos pela excreção de creatinina e log-transformados, sendo os parâmetros de dispersão
expressos em média geométrica (MG) e desvio padrão geométrico (DPG). A equivalência entre
as média foi determinada com o teste F ou de Wicoxon para duas mostras. Essas variáveis foram
também dicotomizadas em escala log para estimar os odds ratio de prevalência (ORP). O ORP
para apresentar níveis de mutagenicidade urinaria maior que a mediana foi estimada usando
regressão logística incondicional. Para os metabolitos, GEE (generalizes estimating equation) foi
a de escolha por levar em conta amostras repetidas. Para comparação entre as amostras continuas
foram utilizadas modelos lineares generalizados e modelos mistos.

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3.7. Fases VI a VIII: Avaliações das concentrações de compostos carbonílicos, HPAs, benzeno
e poeira (total e respirável) no ar das carvoarias.

Para estas fases os agentes químicos selecionados como prioritários para avaliação foram:
a) Compostos carbonílicos (CC): acetaldeído, acetona, formaldeído, furfural e os
isômeros C4 (butanal + butanona + isobutanal), expressos como butanona;
b) HPAs: naftaleno, acenaftileno, acenafteno, fluoreno, fenantreno, antraceno,
fluoranteno e pireno.

Para os agentes acima, foram determinadas as concentrações em amostras pessoais,


coletadas em trabalhadores expostos à fumaça, e estacionárias, na zona de circulação de
trabalhadores, nas proximidades dos fornos em fase de carbonização.
Posteriormente às determinações dos CC e HPAs, em razão das evidências na literatura e
das observações de campo, foram realizadas, em caráter preliminar, avaliações das
concentrações de benzeno e de poeiras (total e respirável) de carvão vegetal.
Esses agentes químicos foram selecionados levando-se em conta a composição química
da fumaça da madeira, as fontes de emissão nos locais de trabalho, a relevância em termos de
riscos à saúde dos trabalhadores (efeitos cancerígeno e irritante), a viabilidade técnica, a
disponibilidade de padrões analíticos nos laboratórios da FUNDACENTRO/CRBA e do Instituto
de Química da UFBA, a limitação dos recursos financeiros e a carência de recursos humanos do
Laboratório da FUNDACENTRO/CRBA. Conforme já visto nos itens anteriores deste relatório,
os agentes químicos selecionados acima, não representam a totalidade de substâncias irritantes e
cancerígenas presentes na fumaça da queima da madeira. Além disso, devido a limitações
técnicas e operacionais, só foi possível determinar as concentrações de HPAs na fase gasosa do
ar coletado. Por esta razão, os HPAs acima do pireno, os quais estão presentes
predominantemente na fração do material particulado, não foram determinados. Tanto os CC
selecionados em nosso estudo como o próprio benzeno, não foram detectados no material
particulado da fumaça da queima de eucalipto, analisado por Schauer e colaboradores (2001).

3.7.1. Locais e períodos das coletas de amostras

As coletas de amostras de ar foram realizadas em carvoarias localizadas nos Municípios


de Pojuca, Entre Rios, Cardeal da Silva, Conde e Eunápolis, na região Nordeste do Estado da
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Bahia. Todas elas estão distribuídas às margens das rodovias BA 093 e Linha Verde, a distâncias
entre 100 e 200 km da cidade de Salvador.
As carvoarias visitadas para esta fase do projeto foram as Fazendas Ribeiro, Araticum,
Juruaba, Limoeiro, Buri e Lagoa Nova 1 e 2, pertencentes à FERBASA, e a Fazenda Triunfo,
pertencente à ex-SIBRA. A escolha destas carvoarias se deu em função da localização e
facilidade de acesso, do tamanho da bateria de fornos, do nível da produção de carvão na ocasião
das coletas e da infraestrutura mínima existente para a realização do estudo (sala ou local coberto
para deixar os equipamentos e materiais e para a preparação das coletas).
As amostragens foram realizadas nos seguintes períodos:
a) Compostos carbonílicos: 2º semestre/2003 e 1º semestre/2004.
b) HPAs: 2º semestre/2003; 1º semestre/2004; 1º e 2º semestre/2007; 2º semestre/2012.
c) Benzeno: 2º semestre/2011/2012/2013.
d) Poeira de carvão: 2º semestre/2008/2012.

3.7.2. Métodos analíticos adotados como referência

a) Compostos carbonílicos: método TO-11A/US EPA (US EPA, 1999), De Andrade et


al. (1995) e Grosjean et al. (1996).
b) Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs): métodos TO-13A/US EPA (US
EPA, 1999), NIOSH 5506 (NIOSH, 1998a) e NIOSH 5515 (NIOSH, 1994);
c) Hidrocarbonetos Aromáticos: Método NIOSH 1501 (NIOSH, 2003c), modificado
(solvente de dessorção, DMF);
d) Poeiras total e respirável de carvão vegetal. Métodos NIOSH 0500 e 0600 para
particulados não regulamentados de outra maneira (NIOSH, 2014).

3.7.3. Amostras pessoais e estacionárias

Amostras pessoais foram coletadas fixando-se o sistema de coleta na gola da camisa do


trabalhador e a bomba de amostragem na cintura do mesmo, conforme mostrado na Figura 11.
Para alguns dos trabalhadores tivemos que fornecer camisa (alguns ainda trabalhavam nus da
cintura para cima – não eram fornecidas fardas e calçados de segurança) e cinturão, para que
fosse possível prender a bomba de amostragem e o sistema de coleta nos mesmos (Figura 12).

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As amostras pessoais foram coletadas com o objetivo de avaliar qualitativa e


quantitativamente os compostos selecionados, inalados pelos trabalhadores durante o exercício
de suas atividades.
Para os compostos carbonílicos e os HPAs, as amostras pessoais foram coletadas,
principalmente, em trabalhadores que exerciam a função de carbonizador, por serem estes os
mais expostos à fumaça. Algumas amostras de HPAs foram coletadas em trabalhador que
exercia a função de barrelador. As amostras de poeira foram coletadas nos trabalhadores com
função de forneiro.

Figura 11 - Coleta de amostra pessoal de ar em um trabalhador (Foto de 2003).

Amostras estacionárias foram coletadas fixando-se a bomba de amostragem e o sistema


de coleta em suportes tipo tripé, na altura média equivalente à zona de respiração, ou seja, a
cerca de 1,60 m do solo (Figura 13). Essas amostras foram coletadas com o objetivo de obter
uma estimativa do nível de contaminação de algumas zonas de circulação de trabalhadores, nas
proximidades dos fornos que estivessem, preferencialmente, na fase inicial de carbonização, isto
é, entre o primeiro e o terceiro dia de carbonização. Nessa fase é quando os compostos mais
voláteis são emitidos em maiores quantidades.

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Figura 12 - Trabalhadores removendo carvão do forno utilizando camisetas e cintos fornecidos


pela FUNDACENTRO para possibilitar a coleta de amostras pessoais (Foto de 2002).

Figura 13 - Coleta de amostra estacionária (ponto fixo) em zona de circulação.

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As determinações de benzeno foram feitas em amostras estacionárias (de ponto fixo)


coletadas nas zonas de circulação, nas proximidades dos fornos em fase inicial de carbonização.
Os resultados poderão subsidiar estudos futuros sobre a exposição dos trabalhadores de
carvoarias a essa substância, que é um agente cancerígeno confirmado em seres humanos.

3.7.4. Bombas de amostragem de ar: vazão e calibração

Em todas as coletas de amostras foram utilizadas bombas de amostragem portáteis,


modelos Air Check 2000 e 224-PCXR-3, com suportes de baixa vazão para um ou mais tubos,
todos da SKC INC (EUA) (Figuras 14a e 14b).

(a) (b)

Figura 14 - Bombas de amostragem (a) e suportes de baixa vazão para um ou mais tubos (b).

As coletas dos compostos carbonílicos e de benzeno e tolueno no ar foram realizadas


utilizando bombas de amostragem portáteis, modelos Air Check 2000 e 224-PCXR-3, da SKC
INC (EUA), com suportes de baixa vazão para um ou mais tubos, também da SKC INC (EUA),
e dispositivos controladores de pressão (para as bombas Air Check 2000). As coletas de HPAs e
de poeiras total e respirável, por utilizarem altas vazões (acima de 1 L/min), foram realizadas
com as mesmas bombas de amostragem, mas sem a necessidade dos suportes para baixa vazão e
dispositivos controladores de pressão.
As bombas de amostragem foram calibradas antes do início de cada coleta de amostra
utilizando-se um sistema idêntico ao da própria amostragem conectado entre a bomba de
amostragem e o calibrador digital (calibrador digital de vazão, modelo AccuFlow, da SKC INC,

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EUA). Ao final das coletas, as vazões das bombas foram medidas da mesma maneira que na
calibração, para conhecer o erro na variação das vazões.
Como muitas amostras foram coletadas em condições atmosféricas críticas (por exemplo,
com muita fumaça presente e em temperatura ambiente elevada, como nas coletas estacionárias
próximas aos fornos de carbonização), foram consideradas como válidas todas as amostras cujo
erro na variação da vazão foi menor do que 10%. Esta consideração poderia ter um pequeno
reflexo na exatidão global do método, mas não afetou as conclusões do estudo, não sendo por
isto, considerada como significativa.
A vazão utilizada no cálculo do volume de ar coletado foi o resultado da média aritmética
das vazões inicial e final.

3.7.5. Duração das coletas e cálculo de concentração

Quando possível, para obtenção de amostras representativas da jornada de trabalho de 8


horas, os tempos totais de coleta foram de, no mínimo, 70% da jornada, ou seja, 5,6 horas (336
minutos) (LEIDEL et al., 1977). Quando necessário, para reduzir o risco de saturação do sistema
de coleta e a consequente perda de amostra, amostras consecutivas de tempos menores foram
coletadas ao longo da jornada. A concentração média ponderada no tempo para o agente químico
foi obtida a partir das concentrações das amostras consecutivas, utilizando-se a Equação 1.

  ...  C n T n
Cmpt  C 1 T 1 C 2 T 2 [Eq. 1]
T 1  T 2  ...  T n

onde, Cmpt = concentração média ponderada referente ao período total avaliado; C1, C2,
Cn = concentração em cada amostra consecutiva coletada; T1, T2, Tn = tempo de coleta de
cada amostra consecutiva (em minutos ou horas).

A coleta de amostras consecutivas foi aplicada para os compostos carbonílicos, os HPAs


e as poeiras de carvão (total e respirável). Para o benzeno foram coletadas amostras únicas
durante tempos que variaram entre 4 e 7 horas. Nestes casos, a concentração média ponderada
pelo tempo já era fornecida diretamente pelo laboratório. Todos os resultados foram corrigidos
para as condições normais de temperatura e pressão (1 atm e 25 ºC).

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3.7.6. Eficiência de coleta – ocorrência de breakthrough

A segunda seção dos tubos adsorventes (chamada de seção backup ou controle) foi
utilizada para avaliar a eficiência da coleta das amostras por meio da verificação da ocorrência
de breakthrough. Este parâmetro é utilizado para indicar a quantidade dos contaminantes
coletados na primeira seção dos tubos (seção principal) que possa ter sido arrastada (ou que
possa ter migrado durante estocagem) para a segunda seção. Esta quantidade é geralmente
expressa como percentagem de breakthrough (%Bt) e o seu cálculo é feito utilizando-se a
Equação (2).

Foram consideradas válidas as amostras que apresentaram %Bt de até 25%, para tubos
cujas seções controle continham 50% da quantidade de adsorvente da seção principal, e de até
50%, nas situações onde tubos idênticos tenham sido conectados em série. Nestes casos, o
segundo tubo assumiu a característica de seção controle. Este critério de validação da amostra
seguiu a orientação do Manual de Métodos Analíticos do NIOSH, no Capítulo E da introdução
(KENNEDY et al., 1998).
Para as amostras que apresentaram %Bt de até 25% as quantidades determinadas nas duas
seções dos tubos foram somadas para o cálculo final da concentração no ar. Para aquelas cujas
%Bt foram superiores a 25%, os resultados de concentração foram expressos como as
concentrações mínimas presentes, com o símbolo “maior do que” (>).

3.7.7. Compostos carbonílicos

A pesquisa intitulada “COMPOSTOS CARBONÍLICOS NO AR EM AMBIENTES DE


TRABALHO DE CARVOARIAS NA BAHIA”, tema da tese de doutorado em Química do
servidor da FUNDACENTRO/CRBA (CARVALHO, 2005) teve como metas: 1) o
desenvolvimento de uma metodologia analítica para a determinação dos compostos carbonílicos
de interesse ocupacional em atmosferas dos ambientes de trabalho de carvoarias; 2) a
determinação das concentrações desses compostos carbonílicos na zona respiratória de
trabalhadores carvoeiros, expostos à fumaça. Uma descrição resumida dos métodos de coleta e

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análise adotados será apresentada a seguir. A relação dos materiais e reagentes utilizados
encontra-se no documento da tese.

3.7.7.1. Método de coleta

Os compostos carbonílicos foram coletados aspirando-se o ar ambiente a vazões de 0,1


L/min, com o auxílio de bombas de amostragem portáteis, fazendo-o passar através de dois
cartuchos Sep-Pak® C18 de 360 mg, da Waters/EUA, impregnados com a solução ácida de 2,4-
Dinitrofenilhidrazina (2,4-DNPH), conectados em série. O segundo cartucho serviu para avaliar
a ocorrência de breakthrough. Na extremidade do segundo cartucho foi conectado um cassete
contendo dois filtros de celulose impregnados com solução de Iodeto de Potássio (KI) 5%, que
atuaram como armadilha de ozônio (Figura 15).

Figura 15 - Sistema de coleta de compostos carbonílicos com armadilha para ozônio.


Fonte: CARVALHO, 2005; CARVALHO et al., 2008.

As temperaturas e umidades relativas do ar foram medidas utilizando-se um


termohigrômetro, marca Pacer, modelo DH 300 e um termohigrômetro-anemômetro, marca
Kestrel, modelo 3000.
Após as coletas, o cartucho principal e o de controle foram separados, fechados com
tampa e fita teflon, enrolados em folhas de papel alumínio, colocados em sacos plásticos com
fecho hermético e mantidos refrigerados até a eluição e análise.
Cartuchos impregnados, preparados no mesmo lote que os utilizados nas coletas, foram
separados como brancos de campo e de meio (do substrato dos cartuchos), visando identificar
possíveis contaminações das amostras. Inicialmente separou-se um cartucho como branco de

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campo e um como branco de meio, para, no máximo, seis amostras coletadas. Os brancos de
campo foram abertos e fechados no mesmo local em que as amostras foram montadas e
identificadas, enquanto os brancos de meio foram colocados juntos com as amostras coletadas
sem, contudo, terem sido abertos após a preparação.

3.7.7.2. Método de análise

As análises dos compostos carbonílicos aconteceram no Laboratório de Pesquisa em


Química (LPQ) do Instituto de Química da UFBA e envolveu duas etapas: a) eluição dos
cartuchos Sep-Pak C18 das amostras e dos brancos de campo e de meio; b) análises dos extratos
eluídos por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), em um sistema gradiente munido de
bomba de eluição de solvente binária e detector de UV/Visível. O sistema cromatográfico foi
constituído de um cromatógrafo líquido de alta eficiência, marca Perkin Elmer, série 200, com
detector de UV/Vis e bomba de eluição de solvente binária (do IQ/UFBA), coluna
cromatográfica LICHROSPHER®100, RP18, 25cm x 4,6 mm DI x 5 µm, da Merck (do
IQ/UFBA), e um integrador eletrônico marca VARIAN/Intralab, modelo 4290 (da
FUNDACENTRO/CRBA).
Foram desenvolvidos três métodos cromatográficos, denominados aqui de Método “0”,
Método “1” e Método “2”. O Método “0” foi utilizado na fase inicial do estudo, nos testes de
campo. Os Métodos “1” e “2” resultaram da otimização do Método “0” e passaram a ser
utilizados na quantificação e confirmação das substâncias presentes na amostra. Os parâmetros
cromatográficos de ambos os métodos estão apresentados a seguir. Detalhes sobre o Método “0”
estão disponíveis em Carvalho (2005). Também foi publicado um artigo em revista
internacional, onde podem ser encontrados detalhes dos Métodos “1” e “2” (CARVALHO et al.,
2008).

Parâmetros cromatográficos para a quantificação (Método “1”):


 Volume de amostra injetado = 20 µL;
 Fase móvel: fase A, acetonitrila/água 75/25% (v/v); fase B, acetonitrila 100%;
 Vazão de eluição = 0,8 mL/min;
 Programação do gradiente: 0 a 6 minutos, 100% A; do 6º ao 11º minuto, 90% B; do 11º
ao 20º minuto, 90% de B; do 20º ao 25º minuto, 100% de A;
 Detector de UV operando em sensibilidade de 0,05 AUFS e λ = 365 nm.
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Parâmetros cromatográficos para a confirmação (Método “2”):


 Volume de amostra injetado = 20 µL
 Fase móvel: fase A, metanol/acetonitrila/água 74,5/0,5/25% (v/v/v); fase B, metanol
100%;
 Vazão de eluição = 0,8 mL/min;
 Programação do gradiente: 0 a 12 minutos, 100% A; do 12º ao 20º minuto, 90% de B; do
20º ao 26º minuto, 90% de B; do 26º ao 32º minuto, 100% de A;
 Detector de UV operando em sensibilidade de 0,05 AUFS e λ = 365 nm.

As hidrazonas dos compostos carbonílicos formadas nos cartuchos (2,4-DNPHo) foram


eluídas com acetonitrila para um volume final de 5 mL, aferido em balão volumétrico. A
acetonitrila foi passada através dos cartuchos a uma vazão máxima de 5 mL/min, utilizando-se
seringas de vidro de 5 mL, previamente limpas com acetonitrila. A eluição foi feita em direção
oposta à da amostragem, isto é, a partir da extremidade mais longa dos cartuchos. As amostras
eluídas, quando não analisadas de imediato, foram armazenadas em freezer, nos próprios balões
volumétricos, que foram vedados com fita teflon e envoltos em papel alumínio. O tempo de
armazenagem foi de, no máximo, duas semanas. Após as análises, as amostras eluídas foram
transferidas para frascos de vidro âmbar e estocadas em freezer, tomando-se os mesmos cuidados
adotados para com os balões volumétricos.
As concentrações dos compostos carbonílicos foram calculadas pelo método da
padronização externa, através das curvas de calibração dos métodos, considerando-se as alturas
dos picos cromatográficos. Padrões de calibração foram analisados antes e entre as amostras,
para avaliação da estabilidade das curvas analíticas. Quando se mostrou necessário, as curvas
foram corrigidas e os cálculos das amostras foram realizados com base nestas novas curvas.

3.7.8. HPAs

3.7.8.1. Método de coleta

As coletas dos HPAs foram realizadas fazendo o ar passar através de um sistema


composto por um tubo de vidro contendo resina XAD-2 lavada, precedido de um cassete
contendo um filtro de membrana de politetrafluoretileno (PTFE) de 37 mm de diâmetro e
porosidade de 2 micrômetros (Ref. SKC 225-17-07), conforme recomendado nos métodos
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NIOSH 5506 e 5515 (ver Figura 16). Inicialmente foram utilizados tubos de vidro contendo
100/50 mg de XAD-2 (Ref. SKC 226-30-04) e em seguida, os de 400/200 mg de XAD-2 (Ref.
SKC 226-30-06). O ar foi aspirado por bombas de amostragem portáteis a vazões ajustadas entre
1 e 2 L/min. Os tubos e cassetes foram enrolados com folha de alumínio, para protegê-los da
ação da luz durante a coleta e foram assim mantidos até o momento da análise. Em cada dia de
coleta, dois a três tubos e a mesma quantidade de filtros foram separados como brancos de
campo, Os mesmos foram abertos e posteriormente fechados, no mesmo local em que os tubos e
filtros de amostras foram preparados.
Após as coletas, as amostras e brancos de campo foram vedados com tampas e fita veda-
rosca e levados para o laboratório em recipiente refrigerado e protegidos da luz. As amostras e
brancos permaneceram refrigerados no laboratório até a análise. Os filtros não foram analisados
e as resinas XAD-2, juntamente com a lã de vidro de cada seção dos tubos, foram removidas,
transferidos para frascos âmbar separados e extraídos com 5 mL de uma solução de
Acetonitrila/Diclorometano 3:1, após sonicação por 30 minutos. Ao final da preparação de cada
amostra coletada havia dois frascos referentes a cada seção dos tubos. As amostras eluídas foram
analisadas imediatamente ou guardadas em geladeira, nos respectivos frascos, por até uma
semana.

(a) (b)

Figura 16 - Sistema de coleta para HPAs: a) tubo XAD-2 + cassete com filtro de teflon, 37 mm
x 2 µm de poro; b) tubos XAD-2 de 400/200 mg, antes e após a coleta.

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87

3.7.8.2. Método de análise

Todas as análises de HPAs foram realizadas no laboratório químico de higiene


ocupacional da FUNDACENTRO/CRBA. Todos os equipamentos e materiais necessários, bem
como o apoio logístico necessário, também foram fornecidos pela FUNDACENTRO/CRBA.
As amostras eluídas foram analisadas por cromatografia em fase gasosa acoplada a um
espectrômetro de massas munido com detector Ion Trap. O sistema cromatográfico e os
parâmetros de análise foram os seguintes:

Equipamentos e materiais:
 Cromatógrafo à gás, CG 3400, da VARIAN INC./EUA;
 Espectrômetro de massas SATURNO 2000, da VARIAN INC./EUA, dotado com
detector Ion Trap;
 Amostrador automático CP 8200, VARIAN INC./EUA;
 Software de aquisição de dados: Saturn GC/MS Workstation, version 5.51;
 Biblioteca de identificação de compostos: NIST 98 MS Library Database – Search
Program Ver. 1.7;
 Banho de Ultrasom Thornton, modelo T-7, 50 W;
 Mistura padrão EPA-610, contendo 16 HPAs, da SUPELCO (Bellefonte, PA, USA).
 Acetonitrila, grau HPLC, VETEC;
 Diclorometano, grau para análise, VETEC.

Parâmetros cromatográficos e de espectrometria de massas


 Colunas cromatográficas (5% fenil, 95% dimetilpolisiloxano): CP-SIL 8 CB Low
Bleed/MS, 30m x 0,25 mm de DI x 0,5 µm de filme; CP-SIL 8 CB Low Bleed/MS, 30m
x 0,25 mm de DI x 0,25 µm de filme; ou VF-5 MS (Factor Four), 30m x 0,25 mm de DI
x 0,25 µm de filme;
 Temperaturas: Injetor = 300 ºC; Transferline = 295 ºC; Trap = 195 °C; Manifold = 40 °C
Coluna = T1 = 90°C; HT = 0 min; T2 = 220 ºC; Rampa = 8ºC/min; HT = 2 min; T3 = 310
ºC; Rampa = 8ºC/min; HT = 13 min. Total = 42, 5 min;
 Pressão na coluna = 17 psi (29,1 cm/s, a 150ºC);
 Modo de injeção = splitless; Volume injetado = 2 µL;
 Solvente de lavagem da microsseringa = acetonitrila/DCM 3:1;
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 Vazão do vent do split = 30 mL/min;


 Método EM = segmento 1(Fill/Mul Delay) de 0 a 5,5 min; segmento 2 (Nafs, Acfs,
fluorenos) de 5,5 a 15,5 min; segmento 3 (Fen, Antr, Flteno, Pir) de 15,5 a 24 min;
segmento 4 (BaAntr, criseno) de 24 a 29 min; segmento 5 (Bbf, Bkf, BaP) de 29 a 35
min; segmento 6 (Ind 123, BghiP) de 35 a 42,5 min;
 Parâmetros do massas: modo MRM; corrente de emissão = 30 µA, TARGET = 5000,
Max. Ionization Time = 25000, Scan time = 0,5 segundos/scan, para todos os segmentos;
Multiplicadora Off Set = 150 no segmento 4 e 200 nos segmentos 5 e 6;
 Fragmentos de massas (tabela de compostos): naftaleno (128); acenaftileno (152);
acenafteno (152+153); fluoreno (165); fenantreno (178); antraceno (178); fluoranteno
(202); pireno (202); benzo[a]antraceno (228); criseno (228); benzo[b+k]fluoranteno
(252); benzo[a]pireno (252); indeno[1,2,3-cd]pireno+dibenzo[a,h]antraceno (276+278);
benzo[g,h,i]perileno (276).

As concentrações dos HPAs foram calculadas pelo método da padronização externa,


através das curvas de calibração para cada HPA, considerando-se as áreas dos picos
cromatográficos. Padrões de calibração foram analisados antes e entre as amostras, para
avaliação da estabilidade das curvas analíticas. Os padrões foram preparados a partir da mistura
padrão EPA-610, contendo 16 HPAs, de naftaleno a benzo[g,h,i]perileno, da SUPELCO (PA,
USA). Quando se mostrou necessário, as curvas foram corrigidas e os cálculos das amostras
foram realizados com base nestas novas curvas. As quantidades de cada HPA quantificadas nas
amostras foram corrigidas pelas respectivas eficiências de dessorção (ED). Estas últimas foram
determinadas conforme descrito nos métodos NIOSH 5506 (1998a) e 5515 (1994).
Resumidamente, foram\ adicionadas quantidades conhecidas de cada HPA, em mistura, sobre o
leito da camada principal de tubos de XAD-2 idênticos aos utilizados nas coletas. Os tubos
foram deixados por uma noite inteira e, no dia seguinte, analisados de forma idêntica às
amostras. As eficiências de dessorção foram calculadas através da relação entre as quantidades
determinadas e as adicionadas nos tubos.

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3.7.9. Benzeno

Da mesma forma que para os HPAs, todas as análises de benzeno foram realizadas no
laboratório químico de higiene ocupacional da FUNDACENTRO/CRBA e todos os
equipamentos e materiais necessários, bem como o apoio logístico necessário, também foram
fornecidos pela FUNDACENTRO/CRBA.
Conforme já mencionado anteriormente, as avaliações ambientais de benzeno foram
realizadas em caráter preliminar, visando subsidiar estudos futuros. Foram coletadas apenas
amostras estacionárias, nas proximidades dos fornos em carbonização, para uma estimativa
inicial das concentrações de benzeno no ar, na altura média da zona respiratória, na zona de
circulação de trabalhadores.

3.7.9.1. Método de coleta

As coletas de benzeno foram realizadas de acordo com o método NIOSH 1501, aspirando
o ar através de tubos de vidro contendo 100/50 mg de carvão ativado, da SKC INC/EUA (ref.
226-01). O ar foi aspirado através dos tubos a vazões de, no máximo, 0,2 L/min, utilizando-se
bombas de amostragem portáteis. Em cada dia de coleta, dois a três tubos foram separados como
brancos de campo, tendo sido abertos e posteriormente fechados, no mesmo local em que os
tubos de amostras foram preparados. Após as coletas, os tubos de amostras e de brancos de
campo foram vedados com tampas e fita veda-rosca e levados para o laboratório em recipiente
refrigerado. As amostras e brancos permaneceram refrigerados no laboratório até a análise.

3.7.9.2. Método de análise

O carvão ativado, a espuma e a lã de vidro dos tubos de amostras e dos brancos foram
removidos manualmente e transferidos para frascos de 5 mL com tampa rosqueada. Ao final da
preparação de cada amostra coletada havia dois frascos referentes a cada seção dos tubos. Em
seguida, foram adicionados 2 mL de dimetilformamida (DMF) a cada frasco e deixados por 30
minutos, com agitação casual em agitador vortex, para completa dessorção dos compostos
coletados. Este procedimento é uma adaptação do método NIOSH 1501, que utiliza o dissulfeto
de carbono (CS2) como solvente de dessorção. O CS2 foi substituído pelo DMF em razão da
menor volatilidade (menor exposição do analista), baixo custo e maior disponibilidade no
mercado deste último (DE ANDRADE et al., 2009; SANTIAGO, 2009).
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As amostras eluídas foram analisadas por cromatografia em fase gasosa no mesmo


sistema CG/EM utilizado para os HPAs, já descrito no item anterior. As concentrações de
benzeno foram calculadas pelo método da padronização externa, através das curvas de
calibração, considerando-se as áreas dos picos cromatográficos. Padrões de calibração foram
analisados antes e entre as amostras, para ajustes das curvas analíticas. Os padrões para a curva
de calibração foram preparados a partir de benzeno puro, grau para análise, diluído em DMF. As
quantidades de benzeno quantificadas nas amostras foram corrigidas quanto à eficiência de
dessorção (ED). Esta foi determinada conforme descrito no método NIOSH 1501 (2003c)117.
Resumidamente, foram\ adicionadas quantidades conhecidas de benzeno sobre o leito da camada
principal de tubos de carvão ativado idênticos aos utilizados nas coletas. Os tubos foram
deixados por uma noite inteira e, no dia seguinte, analisados de forma idêntica às amostras. As
eficiências de dessorção foram calculadas através da razão entre as quantidades medidas e as
adicionadas nos tubos.
O sistema cromatográfico e os parâmetros de análise foram os seguintes:

Equipamentos e materiais:
 Cromatógrafo à gás, CG 3400, da VARIAN INC./EUA (FUNDACENTRO/CRBA);
 Espectrômetro de massas SATURNO 2000, da VARIAN INC./EUA, dotado com
detector Ion Trap;
 Amostrador automático CP 8200, VARIAN INC./EUA;
 Software de aquisição de dados: Saturn GC/MS Workstation, versão 5.51;
 Biblioteca de identificação de compostos: NIST 98 MS Library Database – Search
Program, versão 1.7;
 Agitador de frascos tipo Vórtex, marca Tcnal, modelo TE 162;
 Benzeno, grau para análise, Merck;
 Dimetilformamida (DMF), grau para análise, Merck e VETEC.

Parâmetros cromatográficos e de espectrometria de massas


 Colunas cromatográficas (5% fenil, 95% dimetilpolisiloxano): CP-SIL 8 CB Low
Bleed/MS, 30m x 0,25 mm de DI x 0,5 µm de filme; CP-SIL 8 CB Low Bleed/MS, 30m
x 0,25 mm de DI x 0,25 µm de filme; ou VF-5 MS (Factor Four), 30m x 0,25 mm de DI
x 0,25 µm de filme;
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 Pressão na coluna = 12 psi (44,1 cm/s, a 40°C);


 Temperaturas: Injetor = 190 ºC; Transferline = 190 ºC; Trap = 170 °C; Manifold = 40 °C;
Coluna = T1 = 40°C; HT = 6,5 min; T2 = 80 ºC; Rampa = 10ºC/min; HT = 1 min; T3 =
200 ºC; Rampa = 45ºC/min; HT = 0 min. Total = 14,6 min;
 Modo de injeção = split; Volume injetado = 1 µL;
 Solvente de lavagem da microsseringa = acetonitrila (45 s);
 Vazão do vent do split = 50 mL/min;
 Método EM = segmento 1(Fil/Mul Delay) de 0 a 2,8 min; segmento 2 (Bz) de 2,8 a 5,5
min; segmento 3 (Tol) de 5,5 a 8,5 min; segmento 4 (Fil/Mul/Delay) de 8,5 a 10,6 min;
segmento 5 (X+EtBz) de 10,6 a 13,5 min;
 Parâmetros do massas: modo EI Auto; corrente de emissão = 20 µA para todos os
segmentos; TARGET = 30000, Max. Ionization Time = 25000, Scan time = 1,0
segundos/scan, Multiplicadora Off Set = +100 no segmento 2; TARGET = 20000, Max.
Ionization Time = 25000, para segmentos 3 e 5; Fragmentos de massas (tabela de
compostos): Benzeno (78) e tolueno (91).

3.7.10. Coleta e análise de poeira total e poeira respirável de carvão vegetal

As coletas de poeira foram realizadas de acordo com os métodos NIOSH 0500 e 0600. As
coletas de poeira total foram realizadas aspirando o ar, a vazões em torno de 1 L/min, através de
filtros de membrana de PVC de 37 mm de diâmetro e 5 micrômetros de poro, contidos em
cassete de poliestireno de mesmo diâmetro (ver Figura 17a). As coletas de poeira respirável
foram realizadas utilizando-se ciclones de nylon e de alumínio acoplados aos cassetes com filtro
de membrana de PVC de 37 mm de diâmetro e 5 micrômetros de poro (ver Figuras 17b e 17c).
As vazões de coleta foram de 1,7 L/min para os ciclones de nylon e de 2,8 L/min para os
ciclones de alumínio da SKC INC/EUA.
Os filtros foram pesados antes e após a amostragem, no laboratório de higiene da
FUNDACENTRO/CRBA, utilizando balança analítica com precisão de 0,01 mg, mantida em
sala com controle de umidade (55%) e temperatura (23 ºC). As determinações gravimétricas
seguiram as orientações da NHO 08 da FUNDACENTRO (2009).

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(a) (b) (c)

Figura 17 - Sistemas de coleta de poeira total (a) e respirável (b) e (c).

Fonte: FUNDACENTRO, 2009.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados aqui apresentados e discutidos foram obtidos no ambiente de trabalho real


das carvoarias, acompanhando e ouvindo os trabalhadores. Referem-se à realidade observada no
período entre os anos 2001 e 2013 nas carvoarias não mecanizadas localizadas nas vizinhanças
das rodovias BA 093 e Linha Verde, em áreas da jurisdição da Gerência Regional do Trabalho e
Emprego de Camaçari. Os agentes químicos avaliados nunca foram antes determinados no ar
inalado por trabalhadores de empresas produtoras de carvão vegetal.

4.1. Condições de trabalho e do ambiente nas carvoarias da região: avaliação qualitativa do


ponto de vista da Higiene Ocupacional (Fase I)

O processo produtivo encontrado em todas as carvoarias até a fase final do projeto era
predominante empírico e manual. Até o ano de 2003 a mão de obra era totalmente terceirizada
pelas empresas siderúrgicas proprietárias das carvoarias/fazendas. Os poucos processos de
trabalho envolvendo tecnologias mais modernas eram restritos ao uso de algumas gruas para o
deslocamento das toras de madeira, na área do corte ou no interior das carvoarias, e máquinas
enchedeiras para a transferência do carvão para as carretas.
As situações de condições precárias de trabalho e de riscos de acidentes nas carvoarias
foram contempladas, tanto durante as próprias ações fiscais da GRTE-Camaçari, que ocorriam
paralelamente, assim como à medida que iam sendo diagnosticados nos levantamentos
preliminares e nas atividades do projeto. As auditorias do Ministério do Trabalho e Emprego
foram fundamentais para as melhorias implantadas ao longo do tempo.
Nos Quadros 3 e 4 são apresentadas, de forma resumida, as situações ou condições de
riscos para os trabalhadores observadas pelos especialistas da FUNDACENTRO ou relatados
pelos trabalhadores das carvoarias, já publicadas anteriormente em Kato e colaboradores (2005).
As observações iniciais remontam ao inicio do projeto, entre 2001 e 2002, predominantemente,
mas as melhorias incorporadas são de data posterior. Além das condições relatadas nestes
quadros, vale lembrar que as atividades são executadas a céu aberto e os trabalhadores estão
expostos ao sol e calor típicos da região nordeste do Estado da Bahia.

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Quadro 3 - Situações ou condições de riscos para os trabalhadores das carvoarias (forneiro,


carbonizador, barrelador), encontradas na região nordeste da Bahia no inicio da década de 2000.

Atividade Situação ou condição de risco Consequências à saúde


 Madeira empilhada, sem  Ferimentos e fraturas por quedas
proteção. de alturas, cortes e perfurações
 Desmoronamento da pilha de com lascas de madeiras,
madeira. esmagamento de mãos e pés.
 Presença de animais  Envenenamento por picadas de
Carregamento do
peçonhentos. cobras, escorpiões, aranhas, etc.
forno
 Excesso de peso, movimentos,  Fadiga muscular, dor nas costas,
repetitivos, posições incomodas. hérnias, LER/DORT.
 Exposição à poeira e fumaça.  Irritação de olhos e garganta,
 Altura inadequada de alguns sinusite e outros efeitos associados
fornos (muito baixos). aos componentes da fumaça.
 Desmoronamento do forno ou  Ferimentos e queimaduras em
Ignição do forno por
queda durante a subida ao topo. razão de queda da escada ou do
cima.
topo do forno.
 Fumaça e calor do forno.  Irritação dos olhos e garganta,
Carbonização e
 Poeira do barro seco. sinusite.
barrelamento do
 Exposição a agentes irritantes e  Outros efeitos associados aos
forno.
cancerígenos da fumaça. componentes da fumaça.
 Exposição ao calor excessivo,  Desidratação, queimaduras.
aos gases e vapores e à poeira de  Irritação dos olhos e garganta,
Abertura e carvão. sinusite e outros efeitos associados
descarregamento do  Acesso a espaço confinado. aos componentes da fumaça.
forno com a  Reativação da chama (incêndio).  Asfixia por falta de oxigênio.
temperatura acima  Excesso de peso (quando o  Intoxicação por monóxido de
da apropriada para o carvão está encharcado pela água carbono.
trabalho. utilizada para apagar as chamas),  Fadiga muscular, dor nas costas,
movimentos repetitivos, posições hérnias, LER/DORT.
incomodas.
 Subindo escadas para alcançar a  Fraturas, ferimentos, devido a
carroceria do caminhão. quedas de alturas.
 Exposição a poeira do carvão.  Irritação dos olhos e garganta,
Carregamento de
 Carvão molhado – peso sinusite e outros efeitos no trato
caminhão
excessivo. respiratório e pulmões.
 Movimentos repetitivos, posição  Fadiga muscular, dor nas costas,
incômoda. hérnias, LER/DORT.

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QUADRO 4 - Situações ou condições de riscos para os trabalhadores do corte e do transporte de


madeira para as carvoarias (operador de motosserra, ajudante de operador, cambiteiro,
carregador e motorista de caminhão/carreta) na região nordeste da Bahia no inicio da década de
2000.

Atividade Situação ou condição de risco Consequências à saúde

 Peso, ruído e vibração da  Dano no aparelho auditivo e


motosserra. circulatório, fadiga muscular,
 Ingestão e aspiração da gasolina LER/DORT.
durante o abastecimento da  Danos aos olhos, cortes e
motosserra, devido à prática de uso mutilações.
de mangueira e sucção com a boca.  Danos no sistema nervoso
Cortadores de  Exposição a fumaça e vapores da periférico pela vibração.
madeira – gasolina, gerados pela motosserra.  Dano no trato digestivo e
operadores de
 Exposição à poeira de madeira. respiratório por ingestão ou
motosserra.
 Acidentes com pedaços de madeira aspiração de gasolina.
ou galhos de árvores.  Danos do trato respiratório e
 Queda de árvores. outros efeitos associados à
 Animais peçonhentos e agentes fumaça da motosserra.
biológicos.  Esmagamento de partes do corpo.
 Envenenamento por picadas de
cobras, escorpiões, aranhas, etc.
 Trabalhadores em cima das pilhas  Fraturas, ferimentos e risco de
de madeira. morte.
 Desmoronamento da pilha de  Cortes e perfurações com lascas
Carregamento e madeira. de madeira, esmagamento de
descarregamento
 Animais peçonhentos. mãos e pés pelas toras.
dos caminhões.
 Excesso de peso, movimentos  Envenenamento por picadas de
repetitivos, posições incomodas. aranhas, cobras e escorpiões.
 Exposição a poeira, agentes  Fadiga muscular, dor nas costas,
biológicos e fumaça. hérnias, LER/DORT.
 Condições inadequadas do veículo  Acidentes de trajeto em geral.
ou da estrada.  Ferimentos por quedas de alturas.
Transporte da  Trabalhador transportado Risco de morte.
madeira. indevidamente no topo da pilha de  Irritação dos olhos e trato
madeira. respiratório e demais efeitos
 Exposição a fumaça proveniente devido à exposição a emissões de
do motor a diesel. diesel.

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A fumaça da queima de madeira vem sendo associada a diversas alterações de saúde, que
vão desde irritação ocular (BERRA et al., 2015; MIRABELLI et al., 2009), inflamação e
infecção nas vias aéreas (RAPPOLD et al., 2012; GUARNIERI et al., 2014; BUCHNER;
REHFUESS, 2015), função pulmonar alterada (TZANAKIS et al., 2001; MIRABELLI et al.,
2009; GAUGHAN et al., 2014; LIU et al., 2015), sintomas cardiovasculares (UNOSSON, 2013;
GAUGHAN et al., 2014; RAPPOLD et al., 2014; RUIZ-VERA, 2015; LIU et al, 2015), câncer
esofágico (MOTA et al., 2013), crianças com baixo peso ao nascer (KESSLER, 2012) e
mortalidade (JOHNSTON et al., 2013).
A maioria desses estudos trata de mulheres e crianças expostas à fumaca originária de
fogões e fornos a lenha ou lareiras em casas (BRUCE et al., 2000; GUARNIERI et al., 2014;
RUIZ-VERA et al., 2015), ou na comunidade em geral (JOHNSTON et al., 2013), ou de
exposição ambiental a fumaça resultante de queimadas em florestas e campos (MIRABELLI,
2009; RAPPOLD et al, 2014; LIU et al, 2015; BERRA et al, 2015).
Por sua vez, os estudos ocupacionais tratam de trabalhadores do sexo masculino, em sua
maioria, e exposição em ambientes externos, como no caso de bombeiros florestais (BOOSE et
al., 2004; ADETONA et al., 2011; GAUGHAN et al., 2014). Ainda existem poucos estudos,
além do nosso, sobre exposição de trabalhadores à fumaça em fornos para produção de carvão
vegetal, ou mesmo para a produção de tijolos (TZANAKIS et al. 2001; KAMAL et al, 2014).
Quanto aos efeitos à saúde em decorrência da exposição a partículas de carvão vegetal,
propriamente dito foi encontrado apenas um estudo de caso de De Capitani e colaboradores
(2007), que apresenta um caso de pneumoconiose por exposição à poeira de carvão produzido a
partir da madeira.

4.1.1. Corte e transporte da madeira

O corte das árvores (predominantemente eucalipto e alguns pinhos remanescentes) era


feito por trabalhadores que utilizavam motosserras. As toras de madeira eram então transportadas
em carroças puxadas por animais (jegues), as quais eram conduzidas por um trabalhador
terceirizado, chamado de “cambiteiro” (Figura 18), para áreas onde máquinas e caminhões
pudessem recolhê-las e transportá-las até as áreas dos fornos. Este mesmo trabalhador realizava
o carregamento e descarregamento das madeiras na carroça. Geralmente não eram fornecidos
EPIs para esses trabalhadores. Os poucos EPIs encontrados (botas e luvas) estavam em estado de
total deterioração e sujeira. Além dos riscos de acidentes variados (impactos das toras de
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madeiras nos membros superiores e inferiores e em outras partes do corpo; ferimentos nos pés e
mãos por lascas de madeira, etc.) e do esforço físico, havia ainda o risco de picadas por animais
peçonhentos, a exposição a agentes biológicos e a material particulado. O transporte por
cambiteiros foi eliminado, passando a ser feito por gruas e caminhões.

Figura 18 - Trabalhador “cambiteiro” realizando o descarregamento das toras de madeira (Foto


de 2002).

Os tratoristas e motoristas de caminhões e seus ajudantes realizavam a tarefa de


carregamento dos veículos e descarregamento nas áreas dos fornos (Figura 19). Muitas vezes
esses ajudantes faziam todo o trajeto da área do corte para a área dos fornos em cima das pilhas
de madeira nos caminhões ou tratores. O risco de queda era grande. Foram relatados acidentes
com quedas de trabalhadores do alto das pilhas de madeira devido ao desmoronamento das
mesmas. Esta atividade de carregamento e descarregamento manual das toras de madeira para
tratores ou caminhões foi eliminada, passando a ser realizada também por gruas, como as
mostras nas Figuras 20 e 21.

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Figura 19 - Trabalhadores realizando o descarregamento de madeira em área de fornos


(Foto de 2002).

Figura 20 - Carregamento de madeira para caminhão realizado por grua (Foto de 2012).

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99

Figura 21 - Descarregamento da madeira em área dos fornos, realizado por grua


adaptada ao próprio caminhão de transporte (Foto de 2012).

Os operadores de motosserra apresentavam exposição a poeira de madeira e a compostos


voláteis orgânicos provenientes das emissões da queima de gasolina das motosserras (Figura
22a). Durante o abastecimento das motosserras havia ainda a exposição inalatória e por contato à
gasolina, além do risco de ingestão, já que era uma prática retirar a gasolina do vasilhame com
auxílio de mangueiras e sucção com a boca (Figura 22b). Estas situações, depois de observadas e
notificadas pelas ações das auditorias do Ministério do Trabalho e Emprego, passaram a não ser
mais observadas.

(a) (b)

Figura 22 - (a) Operador de motosserra realizando o corte da árvore; (b) Operador realizando a
transferência de gasolina entre vasilhames com auxílio da boca (Foto de 2002).

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4.1.2. O trabalho nos fornos

Os fornos encontrados na região eram cilíndricos, com diâmetro variando de 3 a 8 metros


e altura de até 3 metros. Os mais comumente encontrados possuíam 5 metros de diâmetro e 2,15
metros de altura. Estes últimos possuíam a entrada muito baixa e dificultavam o acesso do
trabalhador durante o transporte das pesadas toras de madeira para o interior dos mesmos (Figura
23), obrigando-os a realizar um grande esforço físico, com postura inadequada e risco de
acidente por impacto da cabeça na entrada do forno. Estes fornos menores estavam sendo
gradualmente substituídos pelos fornos maiores, com entradas mais altas.

Figura 23 - Trabalhador transportando madeira para o interior de um forno baixo (Foto


de 2002).

Após o enchimento do forno as portas eram fechadas com tijolos e barro e o forneiro
subia ao topo do forno para atear o fogo pelo orifício superior, expondo-se ao risco de queda e
até de desmoronamento do forno (Figuras 24a). Algum tempo após o forno haver entrado em
combustão, o trabalhador era obrigado a subir no topo do mesmo para fechar a abertura por onde
havia colocado o fogo inicial (Figura 24b). Esta atividade de ignição dos fornos pelo topo não
vem mais sendo realizada, passando a ser realizada por um acesso lateral na base dos fornos,
como apresentado na Figura 25.

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101

(a)

(b)
Figura 24 - (a) Forneiro colocando o fogo inicial no topo do forno; (b) trabalhador caminhando
pelo teto do forno (Fotos de 2002 (a) e 2003 (b)).

Os fornos eram construídos em filas simples ou múltiplas. A disposição dos fornos era
pensada apenas no sentido de facilitar o carregamento com madeira e o descarregamento do
carvão, sem levar em conta a direção dos ventos e a redução da exposição dos forneiros à
fumaça. Muitas vezes os trabalhadores que estavam carregando os fornos com madeira ou
retirando carvão ficavam desnecessariamente expostos à fumaça, pois havia outros fornos ao
lado em pleno início do processo de carbonização. Esta situação era ainda pior quando a direção
de vento era no sentido dos fornos em descarregamento. Não havia um planejamento dos fornos
que seriam esvaziados em relação àqueles em carbonização, de modo a prevenir a exposição dos
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forneiros à fumaça. Em consequência, os forneiros se expunham tanto à poeira do carvão quanto


à fumaça proveniente desses fornos vizinhos em processo de carbonização (Figura 26).

Figura 25 - Forno com ignição por baixo, na lateral (Foto de 2003).

Figura 26 - Forneiro exposto à fumaça enquanto realizava o carregamento de madeira para o


interior do forno (Foto de 2002).
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103

A remoção do carvão deve ser realizada após o resfriamento dos fornos. No entanto,
mesmo que a superfície externa do forno esteja fria, a temperatura interna pode ainda estar
bastante elevada e as brasas ainda existentes podem reacender o fogo após a derrubada da porta.
Algumas vezes, por pressão das siderúrgicas, os trabalhadores eram solicitados a abrirem os
fornos antes que os mesmos tivessem atingido a condição de temperatura adequada (forno frio).
Nestes casos, a nova ignição da pilha de carvão era praticamente inevitável e o risco de
queimaduras e de intoxicação por monóxido de carbono era grande. Durante uma das visitas para
coletas de amostras de, em 2008, na carvoaria Fazenda Limoeiro, presenciamos uma abertura de
um forno antes que o mesmo tivesse atingido a condição de “adequadamente frio” (estava
esfriando há 3,5 dias). A temperatura no interior do forno, medida com um termohigrômetro-
anemômetro, passou dos 67 °C. Solicitamos a interrupção da atividade de retirada do carvão até
que a temperatura atingisse níveis apropriados. A temperatura era tão elevada que
impossibilitava a utilização de instrumentos apropriados para medidas de calor (Índice IBUTG).
Ou seja, se caracterizava, ali, uma situação de risco grave para a saúde dos trabalhadores (calor
excessivo risco de queimaduras e de intoxicação por monóxido de carbono). As empresas foram
orientadas a não abrirem fornos antes de estarem devidamente frios. Mesmo assim, em Setembro
de 2012, durante outra visita, desta vez à carvoaria Fazenda Lagoa Nova, a mesma situação foi
flagrada. A temperatura medida na porta do forno com o termohigrômetro-anemômetro chegou a
atingir 58 ºC, conforme mostrado na Figura 27. Devido à situação de risco grave para a saúde
dos trabalhadores, foi solicitada a suspensão da atividade até que o forno estivesse totalmente
frio, sem riscos de incêndio ou queimaduras, e sem o calor extenuante.

Figura 27 - Medida da temperatura na entrada de um forno aberto para retirar carvão (Foto de
2012).
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O carvão era removido manualmente, com cestas, carrinhos de mão, ancinhos e pás.
Durante esta operação os trabalhadores estão expostos a altas concentrações de poeira de carvão,
ao calor e, muitas vezes, à fumaça proveniente de fornos em carbonização (Figuras 12 e 28). A
foto da Figura 28 foi tirada em 2013. O trabalhador já dispõe de farda e EPIs básicos, mas a
exposição à poeira ainda é inevitável.

Figura 28 - Forneiro retirando carvão do forno utilizando carrinho de mão (Foto de 2013).

Devido ao calor e umidade elevados, tanto dentro como fora do forno, é impossível o uso
de óculos de proteção, pois os mesmos embaçam, impedindo o trabalhador de enxergar. Sem
proteção, os olhos dos trabalhadores são continuamente atingidos pelas partículas de poeira e
pelo próprio suor. Com as mãos sujas do próprio trabalho, o trabalhador muitas vezes esfregava
os olhos na tentativa de aliviar o incômodo e a irritação que o afligia (Figuras 29 a 31). Estas
imagens foram feitas em agosto de 2012, já após a introdução de muitas melhorias em relação à
época inicial do projeto.

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Figura 29 - Forneiro que realizava a retirada de carvão do forno apresentando região dos olhos
totalmente suja pela impossibilidade de utilizar óculos de proteção (Foto de 2012).

Figura 30 - Forneiro coçando os olhos com as mãos suadas e sujas de pó de carvão (Foto
de 2012).

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Figura 31 - Forneiro apresentando sintomas da presença de partículas nos olhos (Foto de 2012).

É comum um único trabalhador descarregar cada forno, consumindo-lhe um dia inteiro de


trabalho, a depender do volume do forno. Este mesmo trabalhador também é responsável pelo
enchimento de um forno com madeira no dia anterior, completando, assim, um ciclo extenuante
de trabalho.

4.1.3. Transporte do carvão

Inicialmente, o carvão empilhado no pátio, ao lado dos fornos, era recolhido por
trabalhadores que, utilizando cestas ou balaios, tambores plásticos ou sacas nos ombros ou na
cabeça, subiam centenas de vezes escadas de madeira sem qualquer proteção, para fazerem a
transferência do carvão para o caminhão-gaiola. Para cada caminhão o trabalhador subia a
escada cerca de 200 vezes, com o recipiente completamente cheio de carvão apoiado sobre a
cabeça (Figuras 32a a 32d). Uma atividade extenuante e cercada de riscos de acidentes graves e
doenças para os trabalhadores. Apenas as carvoarias Fazendas Araticum e Juruaba (pertencentes
à Ferbasa), possuíam silos que possibilitavam o carregamento mecânico dos caminhões (Figuras
33a e 33b). A carvoaria Fazenda Triunfo, pertencente à ex-Sibra, atual Vale Manganês SA,
adotava uma rampa por onde uma máquina carregadeira subia e enchia as carretas (Figura 33c).

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Figura 32 - Trabalhadores realizando o carregamento de caminhões com carvão utilizando


escadas, sem qualquer proteção, para o acesso às gaiolas dos caminhões (Fotos de 2002).

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(a)

(b)

(c)
Figura 33 - Sistemas de silos das Fazendas Juruaba e Araticum (a e b) sob os quais as carretas
recebiam o carvão armazenado entre os anos 2002 e 2013, e de rampa (c), da Fazenda Triunfo,
por onde um trator levava o carvão para as carretas, em 2002.

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O carregamento manual de carvão para os caminhões foi abolido nas carvoarias da


região, passando a ser realizado por máquinas como mostrado na Figura 34, nas carvoarias onde
não existem silos. O sistema de rampa não foi mais encontrado.

Figura 34 - Trator realizando a transferência do carvão para a carreta (Foto de 2012).

Ellegard (1994) refere dores nas costas, o calor e a tosse como principais queixas dos
trabalhadores por ele estudados. De acordo com Dias e colaboradores (2002), assim como em
nosso estudo, houve referencias de muitas fontes de acidentes e queixas sobre dor lombar, dor e
fadigas musculares devido ao peso carregado e movimentos repetitivos. Durante o nosso estudo,
três trabalhadores referiram hérnia inguinal e um com hérnia escrotal.

4.1.4. EPIs

No início dos estudos (início da década de 2000), os equipamentos de proteção e fardas


não estavam disponíveis na maioria das empresas e os trabalhadores tampouco recebiam
treinamento para a conservação e uso dos poucos EPIs fornecidos. Havia poucos equipamentos
de proteção respiratória (EPR) e, assim mesmo, inapropriados para a finalidade. Alguns
trabalhadores forneiros chegavam a usar tiras de pano na face numa tentativa de evitar a inalação
de poeira de carvão durante a remoção do mesmo dos fornos, e muitos trabalhavam descalços ou
com sandálias plásticas de dedo, sem camisa ou de bermuda. Os carbonizadores, que se

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expunham continuamente à fumaça, não possuíam equipamentos de proteção respiratória. Todos


esses aspectos estão mostrados nas Figuras 11, 12, 22, 23, 24, 26, 32, 35a e 35b.

Figura 35 - Trabalhadores sem uniforme adequado e calçado de segurança (Fotos de 2002).

Mesmo após o fornecimento de EPR para os trabalhadores, no caso dos forneiros,


observou-se que as próprias condições de trabalho (temperatura e umidade elevadas e grande
movimentação e esforço físico) e os elevados níveis de poeira aos quais estes trabalhadores
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estavam expostos, tornavam impossível uma proteção eficaz, pois ocorria rápida saturação dos
filtros (Figuras 36 e 37) e não era possível manter as máscaras em condições higiênicas
satisfatórias. Além disso, quando não em uso, as máscaras eram deixadas em locais impróprios
(Figura 38).

Figura 36 - Forneiro utilizando EPR totalmente sujo e impregnado de poeira de carvão (Foto de
2012).

Figura 37 - Filtro utilizado pelos trabalhadores apresentando saturação após 3 dias de uso (Foto
de 2012).
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Figura 38 - Máscara de proteção deixada pendurada em carrinho de mão (Foto de 2012).

Na Figura 37, o filtro que apresenta saturação era utilizado por um operador de máquina
que enchia as carretas com carvão. O filtro havia sido substituído há apenas 3 dias. Isto significa
que para um forneiro este tempo de saturação é bem menor. Isto sem considerar a contaminação
total da máscara pela poeira de carvão, misturada com o suor que escorre do rosto do
trabalhador.
A Figura 39 apresenta um filtro mecânico de alta eficiência, classe P3, para poeiras,
fumos e particulados, que foi utilizado simultaneamente com um cartucho químico para vapores
orgânicos e gases ácidos pelo técnico da FUNDACENTRO/BAHIA, durante apenas dois dias de
coleta de amostras. A mancha amarronzada é fruto, principalmente, da contaminação do material
particulado fino presente na fumaça que saia dos fornos. O EPR só foi utilizado durante o
acompanhamento das amostras que estavam sendo coletadas nas proximidades dos fornos. Em
um carbonizador, a carga de partículas sobre o filtro teria sido muito maior, em razão da
quantidade de fornos e da frequência de visitas aos mesmos.
Alguns trabalhadores foram encontrados utilizando máscaras descartáveis para poeira
enquanto estavam expostos à fumaça, como no caso do barrelador (que aplica o barro molhado
nas paredes dos fornos em fase final de carbonização) (Figura 40) e dos próprios encarregados da
produção. Estes últimos, quase nunca utilizavam EPR, apesar de frequentemente estarem
percorrendo a bateria de fornos e participando ou acompanhando atividades como abertura de
portas de fornos, combate a incêndios, etc.
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Figura 39 - Filtro mecânico de alta eficiência, classe P3, para poeiras, fumos e particulados,
apresentando início de saturação após dois dias de uso durante coletas de amostras de ar (Foto de
2013).

Figura 40 - Barrelador exposto à fumaça, mas utilizando máscara descartável para poeira (Foto
de 2012).

No Manual Carvoaria Saudável, do Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do


Sul (24ª Região/MS), publicado em 2009 (MATO GROSSO DO SUL, 2009), existe a
recomendação de uso de Respirador tipo PFF2 como EPR para os forneiros e carbonizadores.
Estes respiradores, no entanto, são muito inferiores, em termos de proteção, aos apresentados nas
Figuras 36 a 39 e não são indicados para estas funções, pois a exposição se dá a múltiplos
agentes químicos.

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4.1.5. Condições das instalações, dormitórios e áreas de vivências nas carvoarias

Na fase inicial do projeto, era uma prática comum os trabalhadores não retornarem para
casa após o dia de trabalho e dormirem na carvoaria, em dormitórios bastante precários,
localizados dentro ou bem perto da área de produção, sendo que muitos não passavam de tendas
feitas com lonas de plástico (Figuras 41 e 42). Atualmente, os únicos trabalhadores que
permanecem nas carvoarias durante a noite são os carbonizadores e vigilantes.

Figura 41 - Dormitórios encontrados no início do projeto e das ações da GRTE/Camaçari, em


2002 (Foto de 2002).

No início não havia água encanada ou eletricidade disponível na maioria dos locais de
trabalho e em alojamentos adjacentes. A água potável era trazida periodicamente de zonas
urbanas em caminhão tanque, mas muitas vezes armazenada sem os cuidados mínimos
necessários (Figura 42). Posteriormente as empresas passaram a fornecer garrafões de água
mineral e garrafas térmicas de 5 litros, para que os trabalhadores, principalmente os forneiros,
pudessem dispor de água potável junto ao forno onde trabalhavam, já que não poderiam se
deslocar para as áreas administrativas todas as vezes que sentissem sede. Essas garrafas térmicas
contendo água potável, no entanto, até o ano 2012, ainda eram deixadas no lado de fora dos
fornos onde estavam trabalhando, recebendo poeira e fumaça constantemente. Além disso, o
trabalhador era obrigado a manuseá-la ainda com as mãos sujas e levá-la diretamente à boca.
Como forma de minimizar a contaminação da água mantida nas garrafas térmicas, os

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trabalhadores levavam uma garrafa vazia de água mineral e a utilizam como copo (Figura 43).
Os forneiros relataram que geralmente não consumiam água durante o processo de retirada do
carvão dos fornos, por acreditarem que não seria bom consumir água enquanto se trabalhava no
calor, pois se resfriavam.

Figura 42 - Alojamentos improvisados com lonas plásticas. Situação encontrada no início do


projeto e das ações da GRTE/Camaçari (Foto de 2002).

Figura 43 - Garrafa térmica contendo água potável para o forneiro. Ao lado, a garrafa de água
que é utilizada em substituição ao copo (Foto de 2012).

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Para outras finalidades, como banho, preparação do barro, ou para apagar incêndios, a
água utilizada era proveniente de lagos e rios encontrados ao redor. Alguns trabalhadores
tomavam banho diretamente nos riachos da região (Figura 44). Estas práticas não foram mais
observadas a partir do fim da terceirização da operação das carvoarias.

Figura 44 - Trabalhador terceirizado de uma carvoaria tomando banho em um riacho local (Foto
de 2002).

Os trabalhadores executavam quase todas as atividades ao ar livre e a exposição na área


dos fornos à fumaça dependia das condições meteorológicas (direção dos ventos) e da
quantidade de fornos em carbonização. O calor do ambiente se somava ao calor dos fornos em
carbonização e o trabalho dos forneiros, sempre realizando muito esforço físico, se tornava
bastante extenuante. Dependendo da direção do vento e do nível de produção da carvoaria, todos
os trabalhadores se expunham à fumaça. As áreas de refeitório, de alojamento e salas de
treinamento também eram frequentemente atingidas pela fumaça, pois não havia preocupação
quanto à disposição das baterias de fornos em relação às demais áreas das carvoarias (leiaute).
O Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul, em seu manual, também
apresenta uma proposta de leiaute para carvoarias de pequeno porte, com separação entre as
zonas de produção e as de vivência, com destaque para a recomendação quanto ao
posicionamento desta última em relação à bateria de fornos. A recomendação é clara quanto ao
fato de que os ventos predominantes devem sempre ser no sentido da área de vivência para a área
dos fornos, e nunca ao contrário (MATO GROSSO DO SUL, 2009). Por outro lado, o mesmo
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manual menciona alojamento para casais, o que nos levou a considerar os casos de carvoarias de
estrutura familiar, onde crianças estão presentes nos alojamentos, como as mencionadas por Dias
e colaboradores (2002). As carvoarias por nós visitadas no estado da Bahia não alojavam
famílias e nem empregavam menores de idade.

4.2. Exposição a fumaça e sua relação com efeitos respiratórios, danos ao DNA no epitélio
nasal e mutagenicidade urinária (Fases II a V)

Os resultados das fases II a V que são aqui apresentados e discutidos conjuntamente


foram anteriormente publicados no artigo de Kato e colaboradores (2004), fruto do projeto.
Os trabalhadores entrevistados para o estudo foram do sexo masculino, com idade
variando entre 19 e 65 anos (média = 34,05; desvio padrão = ± 10,47 anos), tanto expostos
quanto não expostos à fumaça. Metade do grupo era de fumantes e somente 7% fumavam mais
do que 10 cigarros por dia. Somente 9% informaram não fazer uso de bebidas alcoólicas. As
características sócio-demográficas dos trabalhadores entrevistados estão resumidas na Tabela 13.

Tabela 13 - Algumas características sócio-demográficas dos trabalhadores de fornos de carvão e


do corte de madeira da região nordeste da Bahia, 2001-2002.

Característica Fração (%) ou


Média aritmética (desvio padrão)

Sexo masculino 100%


Idade > 35 anos 49%
Consumidor de bebida alcoólica 91%
Dorme no trabalho 63%
Casado 60%
Fumante 50%
Idade 34 (10) anos
Consumo diário de cigarro 4,1 (0,5) cigarros
Consumo diário de bebida alcoólica 19 (24) g etanol
Renda mensal R$ 240,23 (9,47)
Educação formal 2,8 (0,2) anos

Fonte: Tabela 2.1, p. 35 em Kato (2003).

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Embora esta predominância do sexo masculino nas empresas carvoarias continue, nas
últimas visitas realizadas (em 2012) para a coleta de amostras de ar, algumas mulheres foram
encontradas realizando trabalhos de limpeza das áreas de apoio administrativo e de vestiários.

4.2.1. Sintomas e efeitos respiratórios, danos ao DNA no epitélio nasal e exposição à


fumaça da queima de madeira

Os sintomas respiratórios investigados através do questionário foram dor de garganta,


tosse, presença de catarro, chiado ou dor no peito, nariz entupido ou escorrendo, dificuldade de
respirar (respiração curta) e resfriado/gripe nos últimos 3 meses. Os sintomas mais referidos
foram tosse (15%), nariz entupido (14%) e catarro no peito (12%). Nenhum dos sintomas foi
associado com o hábito de fumar. A prevalência de tosse entre os não fumantes foi associada
com a exposição à fumaça da madeira. Outros efeitos relatados pelos trabalhadores devido à
exposição à fumaça foram irritação nos olhos, intoxicação por monóxido de carbono (CO) e
perda de consciência ao entrar no forno após a abertura do mesmo para a retirada do carvão.
A Tabela 14 mostra a prevalência dos efeitos ou sintomas decorrentes da exposição à
fumaça, em odds-ratio bruto de prevalência (ORP), em relação à classificação da exposição.

Tabela 14 - Número de trabalhadores (N) e odds-ratios bruto de prevalência (ORP) para


genótipo e para efeitos ou sintomas da exposição à fumaça, segundo a exposição.
Não exposto Exposto
Efeito ou sintoma ORP (95% CI)*
N(%) N(%)
Sintomas respiratórios 26 (35,62) 33 (40,74) 1,24 (0,65 - 2,39)
em geral
Sintomas nasais** 19 (26,03) 22 (27,16) 1,06 (0,52 - 2,17)
Danos ao DNA no 6 (26,09) 27 (71,05) 7,00 (2,17 - 22,30)
epitélio nasal
Genótipo GSTM1 nulo 25 (40,98) 19 (27,94) 1,79 (0,86 - 3,74)
Genótipo GSTT1 nulo 17 (27,87) 15 (22,06) 1,37 (0,61 - 3,04)
* 95% CI = intervalo de confiança de 95% para o ORP; ** nariz entupido ou escorrendo
FONTE: Tabela 2.3, p. 36 em Kato (2003).

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119

Como pode ser visto na Tabela 14, as distribuições dos genótipos GSTM1 e GSTT1 nulos
entre expostos e não expostos não foram estatisticamente diferentes entre si e foram similares
aos de outras populações mulatas no Brasil (GATTÁS; SOARES-VIEIRA, 2000).
Apesar da maior frequência dos sintomas respiratórios entre os expostos à fumaça, a
diferença entre os grupos não foi estatisticamente significante (Tabela 14), como se poderia
esperar a partir dos dados da literatura (TZANAKIS et al., 2001; MIRABELLI et al., 2009;
GUARNIERI et al., 2014; RAPPOLD et al., 2014; LIU et al., 2015; GAUGHAN et al., 2014;
BUCHNER; REHFUESS, 2015), mencionados anteriormente no item 4.1 (pg. 93). E não houve
relato de casos crônicos graves entre os trabalhadores entrevistados. Ellegard (1994) em seu
estudo com carvoeiros artesanais em Zâmbia comentou que, comparada às mulheres que viviam
em zona urbana, os trabalhadores apresentavam menor prevalência de chiado no peito ou
dificuldade de respirar, indicando que aqueles mais suscetíveis à fumaça não exerceriam a
atividade de carvoeiro. O efeito do trabalhador sadio também esteve evidente no nosso estudo e
visível na fala de alguns trabalhadores: “Esse trabalho não é pra qualquer um” ou “Se você não
aguenta a fumaça, você vai procurar outra coisa” (KATO et al., 2005).
A forma de coleta do material nasal, inserindo-se uma escova minúscula pela narina, não
era agradável e em muitos casos, não foi possível concluir o procedimento. Assim, a coleta e
análise foram possíveis em apenas 61 amostras. Os sintomas respiratórios, assim como os
polimorfismos genéticos testados, não estavam associados significativamente à exposição de
fumaça no grupo estudado (IC95% do ORP inclui o valor 1,00, Tabela 14), mas a prevalência de
danos ao DNA no epitélio nasal se mostrou positivamente associado à exposição. Obviamente, o
numero de indivíduos estudados é uma limitação para uma afirmação veemente, mas não
contraria os achados anteriores, como o de Bergström e colaboradores (1997), que encontrou
danos, inclusive inflamação no trato respiratório de bombeiros, e de Calderón-Garcidueñas e
colaboradores (1998), que demonstrou que o dano ao DNA no epitélio nasal pode ser um evento
sentinela dos efeitos de exposição à poluição atmosférica na cidade do México.
O genótipo nulo GSTT1 apresentou associação com o aumento do dano ao DNA no
epitélio nasal e os indivíduos com GSST1 e GSTM1 nulos apresentaram maior prevalência de
danos (ver Tabela 15). O hábito de fumar cigarro não foi um fator de confusão na relação entre a
exposição a fumaça e efeitos, talvez porque a metade da coorte era constituído por não fumantes
e, mesmo entre os fumantes, o consumo de cigarros não era muito alto. Mas aparece como fator

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de modificação, pois a diferença de grau de dano ao DNA entre os trabalhadores expostos e os


não expostos foi mais acentuada entre os não fumantes.

Tabela 15 – Odds-ratio bruto de prevalência para a associação entre altos níveis de danos de
DNA no epitélio nasal e potenciais fatores causais, estratificados por habito de fumar.

Fator N* ORP IC95% **


Fumaça de madeira (FM) 61 6.95 2.17 - 22.30
FM em não fumantes 33 22.75 3.55 - 145.80
FM em fumantes 28 1.86 0.35 - 9.80
GSTT1 nulo 59 5.47 1.36 - 22.02
GSTT1 nulo em não fumantes 31 1.58 0.29 - 8.61
GSTT1 nulo em fumantes 28 25.71 1.31 - 505.49
Sintomas nasais em geral (SN)*** 61 0.22 0.07 - 0.76
SN em não fumantes 33 0.26 0.054 - 1.26
SN em fumantes 28 0.18 0.032 - 1.00
* N = numero de trabalhadores; ** IC95% = intervalo de confiança 95%; *** nariz entupido e
nariz escorrendo
FONTE: Tabela 2.4, p. 36 em Kato (2003).

Para fins de monitoramento da saúde do trabalhador, por meio de um indicador de efeito,


o ideal é escolher uma alteração precoce que seja facilmente reversível, depois de cessada a
exposição. É também importante que o material biológico seja de fácil obtenção. O artigo de
Pivetta e colaboradores (2001) faz uma discussão interessante sobre o uso desses indicadores na
prática da Saúde Pública e do Trabalhador. No nosso estudo, os indicadores de efeito foram
utilizados para se evidenciar o efeito toxico nessa população, uma vez que não foram
encontrados estudos anteriores a esse respeito. Mas, os problemas para a coleta do meio
biológico demonstraram que os indicadores testados não seriam adequados para um
monitoramento biológico rotineiro do trabalhador.

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4.2.2. Avaliação da exposição ocupacional à fumaça na produção de carvão vegetal por
meio de indicadores biológicos de HPAs

Como já apresentado no item 2.4.1.3 (pg. 53) deste relatório, por ser o pireno uma das
substancias semi-voláteis presentes em alta proporção em misturas de HPAs, o seu metabólito,
OH-pireno tem sido a substancia preferida como indicador biológico de exposição ocupacional.
Para o caso específico de fumaça de madeira, o naftaleno está presente em níveis centenas de
vezes maiores do que o do pireno (LARSON; KOENIG, 1994). Mais recentemente, Meeker e
colaboradores (2007) concluíram que o 2 naftol (2-NAP) é melhor indicador do que o 1 naftol,
para casos de exposição ao naftaleno. Nossos estudos iniciais evidenciaram que o naftaleno
estaria presente em maiores níveis que o pireno na fração volátil, o que nos levou a avaliar os
níveis de metabolitos de naftaleno na urina.
A Tabela 16 apresenta os resultados das concentrações urinárias do 2-NAP e do 1-OHP
(média geométrica e desvio padrão geométrico) dos trabalhadores carvoeiros e do corte de
madeira, obtidos no presente estudo no período de 2001 e 2002. Os resultados apresentados em
função da categoria de exposição e do habito de fumar, mostram um aumento dos metabolitos
urinários de acordo com a intensidade da exposição à fumaça, seja da madeira ou do cigarro. Na
população estudada, entre expostos e não expostos, 90% dos níveis urinários de 2-NAP e 1-OHP
estiveram, respectivamente, entre 0,07 e 53,2 µmol/mol creatinina e 0 e 0,46 µmol/mol
creatinina. Apenas 8 amostras (de 253) apresentaram resultados não detectáveis para o 2-NAP,
enquanto que, para o 1-OHP, 11 amostras (de 250), apresentaram resultados não detectáveis. A
média geométrica das concentrações do OH-pireno urinário entre os carvoeiros foi mais alta do
que as encontradas em outras exposições ocupacionais estudadas por Dor e colaboradores (1999)
e por Lee e colaboradores (2001). Mas foi semelhante às encontradas por Caux e colaboradores
(2002) num estudo com bombeiros. Os níveis de 2-NAP encontrados entre os carvoeiros foram
mais elevados do que os relatados para trabalhadores expostos à gasolina de aviação (LEE et al.,
2001) e os de manutenção em navios (KIM et al., 1999), e mais baixos do que os encontrados em
trabalhadores expostos em coquerias (SERDAR et al., 2003). Os níveis de 2-NAP entre os
trabalhadores não expostos à fumaça encontrados nesse estudo foram similares aos valores dos
indivíduos não expostos encontrados no estudo de Bouchard e colaboradores (2001).

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Tabela 16 - Concentrações urinárias de 2-NAP e 1-OHP (MG2 e DPG3, em mol/mol


creatinina) em trabalhadores carvoeiros e do corte de madeira, em função da categoria de
exposição à fumaça de madeira e do hábito de fumar cigarro (Período, 2001-2002).

CATEGORIA DE N1 2-NAP N 1-OHP


EXPOSIÇÃO MG2 (DPG)3 MG (DPG)
(mol/mol creatinina) (mol/mol creatinina)

Sem fumaça e não 43 0,91 (1,31) 43 0,01 (1,34)


fumantes
Fumaça de Madeira
Não exposto 67 1,35 (1,33) * 66 0,03 (1,32)**
Pouco exposto 86 4,51 (1,23) 84 0,06 (1,19)
Exposto 100 7,17 (1,24) 100 0,13 (1,15)
Cigarro
Não fumante 126 2,80 (1,24) * 124 0,04 (1,28)*
Fumante 116 5,17 (1,22) 115 0,08 (1,23)

Todos 253 4,01 (1,55) 250 0,07 (1,14)


1
N = número de trabalhadores; 2MG = média geométrica; 3DPG = desvio padrão geométrico; ; * = P<0,05
para diferença entre as médias. ** = P<0,07 para diferença entre as médias.
FONTE: KATO, 2003; KATO et al., 2004.

Em concordância com Pavanello e colaboradores (2002), para os quais o habito de fumar


cigarro é uma das fontes não ocupacionais da eliminação urinaria de 1-OHP e 2-NAP, os níveis
dos metabólitos determinados em nosso estudo foram maiores para o grupo dos fumantes
(Tabela 16). Mas, na a análise multivariada este hábito não se manifestou como fator de
confusão para a associação entre categorias de exposição à fumaça e níveis de metabólitos
urinários. Como citado anteriormente, o baixo consumo de cigarro entre os trabalhadores pode
ter sido uma explicação para o obscurecimento de seu impacto.
Os níveis mais elevados de 2-NAP encontrados pertenciam a trabalhadores mais
expostos. Os níveis dos dois metabólitos na urina aumentaram com o nível de exposição à
fumaça de madeira e com o consumo de cigarros (Tabela 16). Na análise multivariada, o odds-
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ratio de prevalência para eliminação de metabólitos urinários foi substancialmente maior para os
expostos à fumaça de madeira e portadores do Genótipo GSTM1 nulo. O efeito da fumaça de
madeira foi mais evidente entre os não fumantes (Tabela 17). A relação entre os dois metabólitos
foi moderada, sendo o coeficiente de correlação de Pearson de 0,528 (p < 0,0001) para o grupo
todo, e de 0,592 (p < 0,0001) quando somente o grupo de não fumantes é considerado.

Tabela 17 - Odds-ratio de prevalência (ORP e IC95% ) de níveis altos de 2-NAP e 1-OHP


urinários em trabalhadores carvoeiros e do corte de madeira, em função da categoria de
exposição e genótipo GSTM1 (Período, 2001-2002).

VARIAVEL 2-NAP 1-OHP


Todos (n= 209) Não fumantes Todos (n= 209) Não fumantes
(n=126) (n=126)
Sem exposição à 1,00 1,00 1,00 1,00
fumaça de madeira
Baixa exposição à 4,60 10,17 3,67 6,79
fumaça de madeira, (1,80 – 11,77) (3,00 – 34,50) (1,74 – 7,73) (2,16 – 21,38)
Alta exposição à 17,13 17,35 11,55 12,36
fumaça de madeira (6,91 – 42,44) (5,43 – 55,45) (5,32 – 25,08) (4,58 – 33,35)
GSTM1 positivo 1,00 1,00 1,00 1,00
GSTM1 nulo 2,39 1,57 2,84 2,30
(1,24 – 5,41) (0,56 – 4,37) (1,60 – 5,02) (1,08 – 4,90)
FONTE: KATO, 2003; KATO et al., 2004.

Apesar de ambos os metabólitos terem possibilitado discriminar os trabalhadores


expostos à fumaça da queima de madeira daqueles não expostos, os valores do 2-NAP foram
mais distintos entre as categorias de exposição e apresentaram uma melhor relação dose/resposta,
demonstrando que o 2-NAP é um biomarcador mais apropriado de exposição à fumaça da
madeira do que o 1-OHP.
Recentemente, outros indicadores urinários têm sido propostos para monitorar a
exposição à fumaça de madeira. Os metoxifenois urinários foram propostos por Neitzel e
colaboradores (2008) na avaliação ocupacional de bombeiros florestais expostos à fumaça da
queima de madeira. O levoglucosan, um produto da queima da celulose, tem sido usado como

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uma substancia de interesse para diferenciar a fumaça da queima de madeira da fumaça de


combustão de outros produtos, como o plástico (RADA et al., 2012). Assim, o levoglucosan na
urina surgiu também como indicador deste tipo de exposição (WALLNER et al., 2012;
NAEHER et al., 2013). O uso de metabolitos de HPA, embora não seja especifica para a fumaça
da combustão de madeira, tem a vantagem de se correlacionar diretamente com os compostos
carcinogênicos, e continua sendo utilizado (KAMAL et al., 2014; ADETONA et al., 2015; LI et
al., 2015; RUIZ-VERA et al., 2015; MOTORYKIN et al., 2014). No estudo de Adetona e
colaboradores (2015), o 4-hidroxi-fenantreno se mostrou um bom candidato para indicador de
exposição.
Os indicadores biológicos da exposição se mostraram um recurso útil para avaliar a
exposição dos trabalhadores, uma vez que neste tipo de atividade, fatores como, ambiente aberto,
sujeito às variações climáticas locais (velocidade de vento, temperatura e umidade do ar) e
intermitência das atividades com variações intensas de exposição, podem dificultar a avaliação
através do monitoramento do ar do ambiente de trabalho. Vale lembrar, no entanto, que o
indicador biológico de exposição representa o acumulado recente do agente químico
correlacionado, não apenas da exposição por via inalatória, mas também por ingestão ou outras
fontes não ocupacionais. A coleta do material biológico nem sempre é simples, mesmo que seja
urina. Dentre os trabalhadores participantes no estudo, muitos não tomavam água durante suas
atividades expostas ao calor e suas urinas eram muito concentradas ao final da jornada. Além
disso, o transporte e o armazenamento de amostras biológicas requerem sempre mais cuidados
do que a maioria das amostras de ar.

4.2.3. Mutagenicidade urinária e exposição à fumaça da queima de madeira

O teste de Ames tem sido usado comumente para avaliar a qualidade do ar e da água
(BRITO et al., 1999). Este mesmo teste pode ser empregado para avaliar a mutagenicidade
urinaria e monitorar a exposição a agentes carcinogênicos e mutagênicos (CERNÁ et al., 1997;
VERMEULEN et al., 2000; PAVANELLO et al., 2002; SABBIONI et al., 2007). É um teste
quimicamente inespecífico, mas tem a vantagem de estar mais associada a um efeito no
organismo. A dificuldade do teste na urina é a correlação somente com o agente de exposição de
interesse, uma vez que a mutagenicidade observada é resultado proveniente de várias fontes,

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como habito de fumar, certos medicamentos e alimentos (SHAUGHNESSY et al., 2011) e é


dependente das variabilidades decorrentes dos polimorfismos genéticos.
A mutagenicidade e a toxicidade aguda dos condensados da fumaça da queima de
Eucalyptus grandis já haviam sido evidenciadas por Pimenta e colaboradores (2000): a fração de
compostos fenólicos apresentou maior toxicidade, enquanto que a fração contendo somente os
HPA se mostrou genotóxica. O carvão vegetal per se não é, no entanto, mutagênico para
Salmonella. Assim, a mutagenicidade observada nesse estudo é devida à exposição à fumaça e
não à poeira do carvão.
Os valores de potência genotóxica na urina variaram de 0 a 30,57 rev/mol creatinina,
com a média geométrica e desvio padrão geométrico de, respectivamente, 4,54 e 2,82 rev/mol
creatinina. Apenas sete amostras não apresentaram potência genotóxica, sendo elas pertencentes
a indivíduos não fumantes, três dos quais não expostos, três pouco expostos e dois expostos. As
diferenças entre as médias das categorias de exposição à fumaça e ao cigarro foram
estatisticamente significativas e foi observado um incremento da potência com o aumento da
exposição à fumaça, como se pode observar na Figura 45. A diferença entre as categorias de
expostos à fumaça de madeira não foi estatisticamente significativa entre os fumantes.
Os níveis de mutagenicidade urinária apresentados nesta população não foram tão altos
como aqueles observados por Cerná e colaboradores (1997) entre trabalhadores expostos a
combustão de combustíveis fósseis, ou Vermeulen e colaboradores (2000), entre trabalhadores
de uma empresa de pneus. As médias geométricas entre os níveis de exposição à fumaça assim
como entre fumantes e não fumantes foram estatisticamente diferentes (p < 0,03) no nosso
estudo, quando consideradas separadamente. Mas a diferença entre grupos de exposição à
fumaça é significante apenas no grupo de não fumantes, quando há o ajuste pelo hábito de fumar.
A análise utilizando modelo linear generalizado mostrou que os níveis de mutagenicidade
urinária aumentam com a exposição à fumaça da carvoaria. Não foi observado nenhum efeito
dos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 sobre a mutagenicidade urinária.

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GM urine mutagenicity (rev/mcmol creat) 8


7
6
5
4
3
2
1
0
no low high

wood smoke exposure

nonsmokers smokers

FIGURA 45. Média geométrica dos valores de mutagenicidade urinária, testadas com
Salmonella TG1041 + S9, segundo níveis de exposição à fumaça de carvoaria, estratificada por
hábito de fumar. Somente a diferença entre os níveis de exposição entre não fumantes foi
significante (P<0,05). FONTE: Figura 3.1, p. 64, em Kato (2003).

A associação entre mutagenicidade e exposição à fumaça dos fornos pode ser modificada
pelo consumo de cigarro, e é provável que o consumo relativamente baixo de cigarros na
população estudada tenha permitido visualizar associação entre a fumaça de madeira e a
mutagenicidade urinária. Um consumo maior de cigarro poderia mascarar a associação entre
mutagenicidade e categorias de exposição à fumaça de madeira.
O consumo de carne (frita, assada ou grelhada) e verduras também foi investigado, pois o
primeiro é fonte de HPAs e o segundo poderia ser fator de proteção contra carcinogênicos. Dada
as condições de moradia da época, e, provavelmente ao hábito alimentar do nordestino, o
consumo de verduras frescas era bem limitado, enquanto que o de carne era bastante comum. De
qualquer forma, essas variáveis não apresentaram associação com a mutagenicidade urinária.

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4.2.4. Limitações e atualidade do estudo

As vantagens e as limitações dos parâmetros estudados, referente às fases II a V, ou seja,


os indicadores biológicos urinários, a mutagenicidade urinária, os danos ao DNA no epitélio
nasal e os sintomas respiratórios, foram sendo apresentadas a cada item. Mas vale ressaltar que,
o número relativamente pequeno de trabalhadores avaliados é uma das limitações do estudo,
especialmente no caso de danos ao DNA, mas os achados evidenciam a exposição a
determinados compostos na fumaça de madeira e indicam efeitos nocivos em decorrência dessa
exposição. O fato de não terem sido reportados efeitos crônicos severos nesta população do
ponto de vista do aparelho respiratório na época levou a cogitar que o efeito irritante da fumaça
teria sido fator preponderante para a permanência na função. Aqueles mais suscetíveis à fumaça,
não continuariam na atividade, e evidenciaria o efeito do trabalhador sadio no estudo.
Outra limitação é inerente ao estudo do tipo longitudinal, que não possibilita provar a
relação causa-efeito e observa apenas associações entre eventos. E como o foco do trabalho foi
sobre o trato respiratório e investigação de irritantes e carcinogênicos, não possibilitou a
avaliação de outros efeitos devido à exposição ou tipo de atividade, tais como danos aos olhos
devido ao excesso de calor, problemas renais por falta de reposição de água exposição ao calor,
questões ergonômicas, ou prevalência de câncer ou outras doenças na população já aposentada,
deixando em aberto muitas possibilidades de estudo em futuras pesquisas.
Na época de sua realização, e ainda hoje, este estudo se mostra original e inédito, no
sentido de ser o primeiro e o único a avaliar a exposição à fumaça da queima da madeira com o
uso de indicadores biológicos de HPAs em empresas produtoras de carvão vegetal, e algumas de
suas consequências à saúde dos trabalhadores nessa atividade.

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4.3. Avaliação das concentrações de compostos carbonílicos e HPAs, em amostras


pessoais, coletadas na zona respiratória de trabalhadores, e estacionárias, coletadas
em zonas de circulação entre fornos em processo de carbonização (Fase VI)

Os resultados aqui apresentados, sejam referentes a amostras pessoais ou estacionárias,


foram inéditos até a presente data, por serem os primeiros obtidos em um ambiente trabalho real
de carvoarias e em zona respiratória de trabalhadores.
A escolha dos momentos de coleta das amostras não seguiu nenhum planejamento
estatístico, mas foi influenciada por fatores tais como, disponibilidade de veículo da
FUNDACENTRO, necessidades frequentes de manutenção dos equipamentos analíticos dos
laboratórios, disponibilidade de recursos financeiros para aquisição de materiais de consumo e
peças para os equipamentos analíticos, pagamento de diárias e de combustível para o veículo,
nível de produção de carvão das baterias de fornos e carência de recursos humanos no
laboratório da FUNDACENTRO/CRBA. Pelas mesmas razões, os momentos escolhidos também
não contemplaram, na maioria das vezes, as jornadas de trabalho da semana nas quais havia a
maior quantidade de fornos em carbonização. Em várias oportunidades os trabalhadores
questionaram o motivo de a coleta não ter sido realizada no dia em que havia mais fornos em
fase de carbonização. Os trabalhadores eram então informados das limitações técnicas e
operacionais que envolviam o processo de coleta de amostras. Também não era possível
permanecer em campo por mais de dois dias, em razão da necessidade de preservação das
amostras que já haviam sido coletadas, principalmente aquelas para CC e HPAs.

4.3.1. Compostos carbonílicos

Os resultados aqui apresentados e discutidos constam da tese de Carvalho (2005) e dos


artigos publicados por Carvalho e colaboradores, (2008, 2012).

4.3.1.1. Ajustes na metodologia de coleta e análise

Os métodos analíticos adotados como referência, citados no item 3.7.2a (pg. 77), após
serem submetidos à avaliação inicial de campo no segundo semestre de 2003, em ambientes de
carvoarias, apresentaram problemas como rápida saturação dos dispositivos de coleta (cartuchos
Sep-Pak®C18 impregnados com 2,4-DNPH) e a dificuldade de separação e quantificação dos
compostos carbonílicos de interesse. A mistura de produtos químicos presentes na fumaça
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contem outros compostos carbonílicos não contemplados em nosso estudo, que também reagem
com a 2,4-DNPH dos cartuchos, contribuindo para o seu rápido consumo. Os tempos de coleta e
a concentração da 2,4-DNPH utilizada na impregnação dos cartuchos de coleta tiveram que ser
dimensionados para aumentar a capacidade de coleta.
Os cartuchos Sep-Pack® C18, originalmente impregnados com solução ácida a 0,05%
(m/v) de 2, 4-DNPH, não suportaram tempos de coleta superiores a 120 minutos. Por conta
disso, os cartuchos passaram a ser impregnados com a solução ácida a 0,2% (m/v). Nesta
condição os tempos de coleta de amostras pessoais foram de até 240 minutos, enquanto que os de
amostras estacionárias foram de até 130 minutos.
Para resolver os problemas de coeluição de algumas substâncias coletadas,
principalmente as duplas acroleína/furfural e propanona/propanal, foram desenvolvidos os
Métodos de Análise “1” e “2” (item 3.7.7.2, pg. 84). Estes métodos permitem a determinação de
17 compostos carbonílicos: formaldeído, acetaldeído, furfural, acroleína propanona (acetona),
propanal, isômeros C4 (isobutanal + butanal, + butanona), ciclopentanona, benzaldeído, 2-
pentenal, cicloexanona, hexenal, 2-etilhexanal e octanal. Os parâmetros de eluição dos
compostos, os cromatogramas de uma mistura padrão e os limites de quantificação de ambos os
métodos estão descritos em Carvalho (2005, 2008), produtos deste estudo. Acroleína, propanal,
ciclopentanona, 2-pentenal e CC acima de oito carbonos não foram detectados nas amostras.
Vários compostos carbonílicos não contemplados neste estudo foram detectados nas amostras
coletadas, mas não puderam ser identificados e quantificados. Seria necessário dispor de mais
padrões cromatográficos e de uma metodologia analítica mais apropriada para a identificação de
compostos, como a cromatografia a líquido acoplada com espectrométrica de massas (CL-EM).
A Figura 45 mostra o cromatograma de uma amostra estacionária coletada na zona de circulação,
nas proximidades de um forno, apresentando vários compostos carbonílicos desconhecidos (D),
que não puderam ser identificados e quantificados pelas razões já citadas.
Isto demonstra que, ainda que tenhamos realizado um estudo inédito sobre a exposição de
trabalhadores carvoeiros a agentes químicos gerados na queima da madeira, os dados que serão
aqui apresentados subestimam a real exposição dos trabalhadores aos compostos carbonílicos.
Em verdade, estimar as concentrações de todos os agentes químicos que são inalados pelos
trabalhadores, em especial os carbonizadores e forneiros, é uma tarefa praticamente impossível.

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130

(2)
(4)
(1)
2,4-DNPH

(D8)

(D3)

(3)
(5)

(D9)
(D6)
D2
(D4) (D7)
D1
(D5)

Figura 46. Cromatograma de uma amostra real obtido pelo Método “1”. Em ordem de eluição:
D1, D2, formaldeído (1), acetaldeído (2), furfural (3), propanona (4), D3, isômeros C4 (5), D4,
D5, D6, D7, D8, D9. Fonte: CARVALHO, 2005.

4.3.1.2. Concentrações de CC nas amostras pessoais e estacionárias

Para a determinação das concentrações de CC foram coletadas onze amostras pessoais e


dez amostras estacionárias em duas carvoarias dentre as abrangidas pelo estudo, em três jornadas
típicas de trabalho, durante o primeiro semestre/2004. Os resultados obtidos em cada amostra
estão disponíveis na tese de doutorado de Carvalho (2005).
A Tabela 18 apresenta as concentrações, média ponderada no tempo, dos compostos
carbonílicos (CC) para as amostras pessoais e estacionárias coletadas na primeira carvoaria (C1),
em uma jornada típica de trabalho. Foram coletadas três amostras pessoais, simultaneamente, em
um mesmo forneiro que realizava suas atividades a cerca de 4 metros de um forno que estava em
carbonização há um dia, e duas amostras estacionárias, também simultâneas, numa zona de

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131

circulação distante cerca de 3 metros dos fornos em carbonização. A fumaça emitida era levada
frequentemente na direção do ponto de coleta. As amostras simultâneas foram coletadas
utilizando-se suportes múltiplos de baixa vazão descritos anteriormente (Fig. 14b, pg. 80). A
coleta de amostras simultâneas possibilitou a confirmação dos resultados obtidos e a avaliação
do comportamento dos cartuchos de coleta quanto ao risco de saturação (ocorrência de
breakthrough).

Tabela 18. Concentrações de CC (µg/m3)a, média pondera no tempo (CMPT), e breakthrough (Bt)
em amostras pessoais (forneiro) e estacionárias coletadas na carvoaria C1 (1º semestre/2004).
Amostras Estacionárias (n = 2) Amostras Pessoais (n = 3)
Tempo de coleta (min) 307 243
Volume (L) 37 - 40 30 - 34
CMPT Bt CMPT CMPT Bt
(faixa) (%) (faixa) Média (DP) (%)
Acetaldeído >69 - > 86 119 - 157 37,9 – 42,2 39,4 (2,4) No
C4b Nd Nd 9,8 – 13,5 11,5 (1,9) No
Formaldeído >61 - >105 915 - 831 22,3 – 26,2 23,8 (2,1) No
Furfural >757 - >957 134 – 154 38,9 – 42,2 40,5 (1,7) No
Propanona >41 - >47 128 - 141 26,0 – 36,7 30,6 (5,5) No
Nd = não detectado; No = não ocorreu; a 25ºC, 1 atm; b butanal+isobutanal+butanona.
Fonte: CARVALHO et al., 2012, Tabela 4.

Todas as amostras estacionárias coletadas apresentaram elevados níveis de breakthrough


(119 a 915%), e a 2,4-DNPH dos cartuchos principal e controle foi totalmente consumida. Isto
ocorreu, provavelmente, em razão da quantidade de fumaça que atingia frequentemente o ponto
de coleta das amostras e aos elevados níveis de temperatura e de vapor d’água no ar. Apesar de
não terem validade quanto ao caráter quantitativo da determinação, os resultados obtidos nessas
amostras podem ser assumidos como as concentrações mínimas dos CC na atmosfera, já que,
parte do que passou pelos cartuchos de coleta foi arrastado pela sucção da bomba. Ou seja, as
concentrações atmosféricas reais foram superiores aos valores encontrados. Dessa forma, se nas
amostras que apresentaram elevado nível de breakthrough, as concentrações mínimas medidas
superaram o limite de exposição, obviamente os valores verdadeiros das concentrações também
o superou. Em nosso caso, considerando os limites de exposição para CC da Tabela 11 (pg. 65),
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apenas o formaldeído apresentou concentrações mínimas que indicam que houve violação do
limite recomendado pelo NIOSH para a jornada de trabalho (19,6 µg/m3, ou 0,0196 mg/m3).
Apesar de o tempo total de coleta (307 min) ter sido ligeiramente inferior a 70% da jornada de
8h (336 min), a conclusão provavelmente não seria diferente caso as coletas tivessem duração de
até 8 horas, pois a situação se manteve similar até o final da jornada. As concentrações mínimas
de formaldeído nessas amostras estacionárias indicam ainda que as concentrações reais, mesmo
sendo médias ponderadas de 307 minutos, podem ter superado, inclusive, o limite teto do
NIOSH, que é 123 µg/m3 (ou 0,123 mg/m3). Para este limite, concentrações médias de 15
minutos que não devem superá-lo em momento algum da jornada. Por limitações técnicas, não
foram realizadas determinações de concentrações máximas (picos) ou de curta duração (15
minutos) nos períodos de provável maior exposição, mas os dados obtidos para as amostras
estacionárias já são sugestivos da violação do limite teto do NIOSH. Os limites do NIOSH estão
aqui sendo utilizados para fins de comparação por serem os mais baixos valores de limites dentre
os propostos para o formaldeído, aliado ao fato de ser este um agente cancerígeno humano
confirmado, reconhecido pelo governo brasileiro, que o incluiu no Grupo 1 da LINACH
(BRASIL, 2014). Os demais limites da Tabela 11 não foram superados para nenhum dos CC
coletados.
A faixa de concentração de formaldeído na Tabela 18 (22,3 a 26,2 µg/m3) mostra que em
todas as três amostras pessoais coletadas simultaneamente as concentrações também foram
superiores ao limite de exposição recomendado pelo NIOSH para a jornada de trabalho (19,6
µg/m3). Como o trabalhador permaneceu no mesmo posto durante as 8 horas de trabalho, os
níveis de formaldeído obtidos nas três amostras são uma forte indicação de que o limite do
NIOSH foi superado, ainda que os tempos de coleta das amostras tenham sido de 243 minutos,
ou seja, 50% da jornada de 8 horas. Os resultados de concentração dos demais CC não
superaram nenhum dos limites da Tabela 11.
As Tabelas 19 e 20 apresentam, respectivamente, as concentrações dos CC para as
amostras pessoais e estacionárias coletadas na carvoaria 2 (C2). Oito amostras pessoais foram
coletadas no carbonizador, em duas jornadas típicas de trabalho, sendo cinco amostras
consecutivas na primeira jornada e três na segunda. O mesmo número de amostras estacionárias
consecutivas foi coletado nessas mesmas jornadas de trabalho. Estas amostras foram coletadas na
zona de circulação, a cerca de 10 metros de um forno em carbonização, ou seja, mais distantes
do forno em relação às amostras estacionárias coletadas na carvoaria C1. A coleta de amostras
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133

consecutivas foi preferida para prevenir a ocorrência de breakthrough. As concentrações médias


ponderadas no tempo (CMPT) foram calculadas utilizando-se a Equação 1, pg. 81, deste relatório.

Tabela 19. Concentrações de CC (µg/m3)a, média pondera no tempo (CMPT), em amostras


pessoais coletadas no carbonizador, na carvoaria C2 (1º semestre/2004).
Dia 1 (n = 5) Dia 2 (n = 3)
Tempo de coleta (min) Faixa Total Faixa Total
56 – 116 384 121 – 132 383
Volume (L) 6 – 13 13 - 14
Faixa CMPT Faixa CMPT
Acetaldeído 52,8 – 164,8 106,9 92,0 – 145,5 119,5
C4b 62,8 – 132,4 83,5 65,9 – 115,0 87,8
Formaldeído 12,3 – 139,1 66,2 15,0 – 65,0 35,1
Furfural 77,6 – 107,1 78,2 52,7 – 113,7 80,2
Propanona 135,8 – 483,0 288,3 231,5 – 363,3 298,1
a
25ºC, 1 atm; b butanal+isobutanal+butanona.
Fonte: CARVALHO et al., 2012, Tabela 1.

Tabela 20. Concentrações de CC (µg/m3)a, média pondera no tempo (CMPT), em amostras


estacionárias coletadas na carvoaria C2 (1º semestre/2004).
Dia 1 (n = 5) Dia 2 (n = 3)
Tempo de coleta (min) Faixa Total Faixa Total
56 – 71 326 71 – 131 326
Volume (L) 6–8 8 - 14
Faixa CMPT Faixa CMPT
Acetaldeído 118,6 – 203,2 156,8 110,8 – 283,6 237,2
b
C4 120,5 – 176,1 136,4 100,0 – 164,2 144,4
Formaldeído 27,4 – 159,5 59,8 23,6 – 104,8 63,1
Furfural 81,8 – 136,9 121,1 69,9 – 162,9 121,9
Propanona 327,5 – 496,6 400,1 408,9 – 643,6 559,2
a
25ºC, 1 atm; b butanal+isobutanal+butanona.
Fonte: CARVALHO et al., 2012, Tabela 2.

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De acordo com a Tabela 19, o período total avaliado com as amostras pessoais (383
minutos) foi superior a 70% da jornada de trabalho de 8 horas (336 minutos). Desta forma, os
resultados de CMPT podem ser considerados representativos da jornada inteira. Para as amostras
estacionárias (Tabela 20), o período total avaliado (326 minutos) foi apenas ligeiramente inferior
a 70% da jornada de 8 horas, não impossibilitando considerá-lo como representativo da jornada.
Os resultados de CMPT da Tabela 19 revelaram uma similaridade nos níveis de exposição do
carbonizador nos dois dias avaliados. A única exceção ocorreu com os resultados do
formaldeído, cuja concentração do primeiro dia (66,2 µg/m3) foi cerca de duas vezes superior à
do segundo dia (35,1 µg/m3). Os resultados de CMPT do formaldeído das amostras pessoais e
estacionárias (Tabelas 19 e 20), em ambos os dias, foram superiores ao limite recomendado pelo
NIOSH para a jornada de trabalho (19,6 µg/m3). Uma das amostras consecutivas pessoais
coletadas no primeiro dia apresentou resultado de 139,1 µg/m3, que é superior ao limite teto
recomendado pelo NIOSH (123 µg/m3, 15 minutos). Uma amostra estacionária que foi coletada
simultaneamente à amostra pessoal apresentou resultado de 159,5 µg/m3.
Os resultados de concentração de todos os CC das amostras pessoais coletadas na
carvoaria C2, nos dois dias, foram similares entre si e superiores aos resultados obtidos em uma
única jornada na carvoaria C1. Isto pode ter ocorrido devido ao fato de que havia uma grande
quantidade de fornos em fase inicial de carbonização (emitindo muita fumaça) nos dias das
coletas na carvoaria C2. O carbonizador que foi monitorado se expôs à fumaça mais
intensamente, já que, ao inspecionar os vários fornos em carbonização, teve que se aproximar
por várias vezes dos orifícios por onde saia a fumaça, durante o período da coleta das amostras.
Já o forneiro, que foi monitorado na carvoaria C1 em apenas uma única jornada, realizava as
suas tarefas a cerca de 4 metros do forno em carbonização. Ainda que a pluma da fumaça o
atingisse várias vezes, ele permaneceu distante da fonte de emissão. Os resultados das amostras
estacionárias coletadas na carvoaria C2, nos dois dias, foram muito parecidos, demonstrando um
comportamento similar da bateria de fornos nas duas jornadas avaliadas e reforçando a
similaridade dos níveis de exposição do carbonizador em ambas as jornadas avaliadas. Contudo,
considerando o pequeno número de resultados e que os mesmos foram obtidos em carvoarias
diferentes e em dias diferentes, a conclusão relativa a esta comparação tem caráter preliminar.
Não foi observado breakthrough em nenhuma das amostras, pessoais ou estacionárias,
coletadas nos dois dias na carvoaria C2. A estratégia de coleta de amostras consecutivas por
tempos mais curtos parece ter sido a principal razão. Para as amostras estacionárias somou-se o
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fato de o ponto de coleta ter sido colocado a uma distância maior do forno em carbonização (10
m), do que a adotada na carvoaria C1 (3 m). A ocorrência de breakthrough nas amostras
estacionárias coletadas na carvoaria C1 (Tabela 18) é uma indicação de que os cartuchos Sep-
Pak® C18, impregnados com solução ácida a 0,2% de 2,4-DNPH, não devem ser utilizados para
coletas desse tipo de amostra por tempos longos em ambientes de carvoarias, principalmente se
as coletas tiverem que ser realizadas nas proximidades dos fornos. Nenhuma das amostras
estacionárias coletadas na carvoaria C2 apresentou ocorrência de breakthrough, provavelmente
em decorrência de terem sido coletadas por tempo de até 130 minutos e a uma distância em torno
de 10 metros dos fornos em carbonização.
De modo geral, os resultados de concentração de formaldeído para as amostras pessoais e
estacionárias estiveram abaixo do limite de exposição vigente no Brasil, mas superaram o limite
recomendado pelo NIOSH para esta substância. Apesar do pequeno número de resultados, isto
representa uma preocupação para a saúde dos trabalhadores carvoeiros, pois além de se tratar de
uma substância cancerígena em humanos, a verdadeira exposição dos trabalhadores é
subestimada em razão da infinidade de outras substâncias a que estão expostos de forma
simultânea. Há ainda o agravante de a jornada de trabalho do carbonizador ser de 12 a 24h, que é
muito superior à jornada típica de 8 horas diárias, para a qual os limites de exposição foram
estabelecidos. Nestas situações, estes limites não são úteis na prevenção de danos à saúde do
trabalhador. Além disso, o limite de tolerância brasileiro para o formaldeído não foi revisado
desde o seu estabelecimento, em 1978.
As concentrações das AE coletadas na carvoaria C2 foram maiores do que as das AP.
Mesmo tendo ocorrido breakthrough em todas as amostras estacionárias coletadas na carvoaria
C1, os resultados da Tabela 20 indicam esta mesma tendência. Isto é explicado pelo fato das AE
terem sido coletadas próximo às fontes de emissão, enquanto que os resultados das AP são
influenciados pelos deslocamentos do trabalhador por locais com diferentes concentrações
dentro da carvoaria.

4.3.2. HPAs

4.3.2.1. Ajustes na metodologia de coleta

Conforme já descrito no item 3.7.8.1, pg. 85, os métodos NIOSH 5506 e 5515 indicam
que a coleta dos HPAs no ar seja feita utilizando-se tubos de vidro contendo de resina XAD-2
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lavada, separadas em duas seções (100 mg na seção principal e 50 mg na seção controle),


precedido de filtros de PTFE de 37 mm de diâmetro e 5 micrômetros de poro (ver Figura 16a,
pg. 86). A vazão de coleta recomendada pelos métodos é de 2 L/min e o volume máximo de
amostra de ar, 1000 L. Isto corresponde a um tempo de coleta de até 500 minutos, ou seja,
suficiente para a coleta durante uma jornada inteira de trabalho de 8 horas.
Para avaliar a eficiência de coleta dos tubos de XAD-2 adquiridos (referência SKC 226-
30-04), foram realizados testes iniciais (Anos, 2003 e 2004) em atmosferas reais de carvoarias.
Foram coletadas 9 amostras, na zona de circulação de trabalhadores, a uma altura em torno de
1,6 m do solo e a uma distância de cerca de 2 m de fornos em fase inicial de carbonização (um
dia). As duas seções dos tubos foram analisadas separadamente, determinando-se a quantidade
de cada HPA presente em cada seção. A percentagem de breakthrough (eficiência de coleta) de
cada tubo foi calculada a partir da Equação 2 (pg. 82).
No Quadro 5 estão apresentados as vazões e tempos de coleta de cada amostra coletada
para fins de determinação da percentagem de breakthrough (%Bt). A temperatura do ar durante
as coletas variou entre 30 e 35 ºC, e a umidade do ar entre 60 e 90%.

Quadro 5. Parâmetros de coleta das amostras utilizadas para determinação da %Bt.

Vazão Tempo
Amostra Observações
(L/min) (min)
1 2,0 219
Amostras coletadas em paralelo, no mesmo local.
2 1,9 219
3 1,9 121
4 1,9 123 Amostras coletadas em paralelo, no mesmo local.
5 1,9 119
6 1,5 289 Amostra 6: dois tubos conectados em série
7 1,4 289 Amostras coletadas em paralelo e no mesmo local.
8 1,0 322 Amostras 8 e 9: dois tubos conectados em série
9 0,99 322 Amostras em paralelo e no mesmo local.

Todas as nove amostras coletadas apresentaram ocorrência de breakthrough para o


naftaleno em níveis muito acima de 25%. Os valores de %Bt do naftaleno variaram entre 38 e

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81%. Nas três amostras coletadas com dois tubos conectados em série (amostras 6, 8 e 9),
ocorreu breakthrough acima de 25% para o naftaleno em ambos os tubos, demonstrando que
mesmo quantidades de 300 mg da resina XAD-2, também não reteriam as quantidades de
naftaleno coletadas nessas mesmas condições. A redução da vazão para 1 L/min e do tempo de
coleta para 120 minutos não representaram qualquer ganho na eficiência de coleta.
Para garantir o maior número possível de resultados quantitativos de naftaleno, os tubos
de XAD-2 contendo 100/50 mg foram substituídos por tubos contendo 400/200 mg de XAD-2
(referência SKC 226-30-06). As coletas com estes tubos foram realizadas com vazões entre 1,4 e
1,9 L/min e por, no máximo, 6 horas. Nestas condições, apenas três amostras pessoais e seis
amostras estacionárias apresentaram breakthrough acima de 25% para o naftaleno.

4.3.2.2. Eficiência de dessorção (ED) dos HPAs

Os valores das ED dos HPAs utilizados nos cálculos das concentrações no ar estão
apresentados no Quadro 6. Estes valores foram obtidos para o volume de solvente de extração de
5 mL sugerido pelos métodos NIOSH 5506 e 5515. Este volume mostrou-se também adequado
para os tubos contendo 400/200 mg de XAD-2.

Quadro 6. Eficiências de dessorção dos HPAs para os tubos XAD-2 de 150 e 600 mg.

HPAs Tubos XAD-2, 100/50 mg Tubos XAD-2, 400/200 mg


(ref. SKC, 226-30-04) (ref. SKC, 226-30-06)

Naftaleno 0,94 0,93

Acenaftileno 0,94 0,89

Acenafteno 0,92 0,88

Fluoreno 0,97 0,89

Fenantreno 0,92 0,89

Antraceno 0,99 0,89

Fluoranteno 0,91 0,85

Pireno 0,90 0,83

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4.3.2.3. Concentrações de HPAs nas amostras pessoais e estacionárias

Foram coletadas 25 amostras pessoais e 19 amostras estacionárias em quatro carvoarias


dentre as listadas no item 3.7.1, em diversas jornadas de trabalho distribuídas ao longo dos anos
2003, 2004 e 2007. As amostras pessoais foram coletadas nos trabalhadores com função de
carbonizador (11) e de barrelador (14), devido ao fato de suas atividades envolverem a
aproximação de fornos em fase de carbonização. A maior parte das amostras (61,4%) foi
coletada durante o ano de 2007, em uma das quatro carvoarias.
Os resultados individuais de cada amostra e as respectivas vazões e duração de coleta
estão apresentados no APÊNDICE C deste relatório. Todos os resultados foram calculados para
a condição de 1 atm e 25 ºC. A Tabela 21 apresenta as faixas de concentrações médias
ponderadas no tempo, as médias aritméticas, os desvios padrões e o número de resultados
considerados nos cálculos, para todas as amostras pessoais coletadas no carbonizador. Não estão
incluídos os resultados abaixo do limite de quantificação do método e aqueles das amostras que
apresentaram breakthrough superior a 25%. A Tabela 22 apresenta os mesmos parâmetros, mas
inclui as concentrações MPT calculadas a partir de amostras coletadas consecutivamente.

Tabela 21. Concentrações de HPAs, MPT, em µg/m3, de todas as amostras coletadas nos
carbonizadores entre 2004 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e número
de resultados (n) considerados nos cálculos).

HPA Faixa MA DP na
Naftaleno 10,68 – 422,86 74,90 141,00 8
Acenaftileno 0,91 – 42,80 7,89 11,90 11
Acenafteno 0,14 – 15,93 3,17 5,25 8
Fluoreno 0,67 – 20,82 4,48 5,76 11
Fenantreno 1,23 – 13,99 4,86 3,81 11
Antraceno 0,32 – 4,88 1,58 1,36 11
Fluoranteno 0,18 – 1,30 0,59 0,36 8
Pireno 0,17 – 1,28 0,52 0,37 8
a
Não inclui os resultados abaixo do LQ do método e aqueles com brekthrough acima de 25%.

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Tabela 22. Concentrações de HPAs, em µg/m3, MPT, em amostras coletadas nos carbonizadores
entre 2004 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e número de resultados
(n)), considerando as concentrações MPT das amostras coletadas consecutivamente.

HPA Faixa MA DP na
Naftaleno 10,68 – 193,55 59,60 89,40 4
Acenaftileno 0,91 – 42,80 6,64 6,16 7
Acenafteno 0,14 – 6,85 2,22 2,52 6
Fluoreno 0,67 – 9,86 4,01 3,47 7
Fenantreno 1,23 – 8,58 4,55 2,97 7
Antraceno 0,32 – 2,83 1,45 1,04 7
Fluoranteno 0,18 – 0,78 0,49 0,23 6
Pireno 0,17 – 0,78 0,43 0,23 6
a
Não inclui os resultados abaixo do LQ do método e aqueles com brekthrough acima de 25%. Quando
necessário, o valor do LQ foi utilizado para o cálculo da concentração MPT de amostras consecutivas.

As Tabelas 23 e 24 apresentam os mesmos parâmetros para as amostras coletadas no


barrelador, enquanto que a Tabela 25 apresenta os resultados obtidos nas amostras estacionárias.

Tabela 23. Concentrações de HPAs, em µg/m3, MPT, de todas as amostras coletadas nos
barreladores entre 2004 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e número de
resultados (n)).

HPA Faixa MA DP na
Naftaleno 2,29 – 18,54 8,87 5,80 14
Acenaftileno 0,17 – 2,47 1,17 0,72 14
Acenafteno 0,16 – 0,70 0,49 0,22 5
Fluoreno 0,20 – 1,67 0,73 0,53 14
Fenantreno 0,29 – 2,48 1,11 0,74 14
Antraceno 0,14 – 0,74 0,41 0,22 11
Fluoranteno 0,11 – 0,45 0,27 0,12 8
Pireno 0,04 – 0,38 0,21 0,12 7
a
Não inclui os resultados abaixo do LQ do método e aqueles com brekthrough acima de 25%.

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140

Tabela 24. Concentrações de HPAs, em µg/m3, MPT, em amostras coletadas nos barreladores
entre 2004 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e número de resultados
(n)), considerando as concentrações MPT das amostras coletadas consecutivamente.

HPA Faixa MA DP na
Naftaleno 2,29 – 18,54 9,41 5,83 9
Acenaftileno 0,32 – 2,47 1,28 0,72 9
Acenafteno 0,13 – 0,70 0,43 0,25 5
Fluoreno 0,25 – 1,67 0,79 0,54 9
Fenantreno 0,32 – 2,48 1,19 0,75 9
Antraceno 0,17 – 0,74 0,42 0,22 7
Fluoranteno 0,12 – 0,45 0,28 0,09 5
Pireno 0,20 – 0,29 0,24 0,04 4
a
Quando necessário, o valor do LQ foi utilizado para o cálculo da concentração MPT de amostras
consecutivas.

Tabela 25. Concentrações de HPAs, em µg/m3, MPT, nas amostras estacionárias coletadas entre
2003 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e número de resultados (n)).

HPA Faixa MA DP na
Naftaleno 9,60 – 569,70 181,00 218,00 6
Acenaftileno 5,15 – 116,95 33,90 35,50 18
Acenafteno 1,52 – 28,04 8,98 9,17 16
Fluoreno 0,60 – 44,07 14,70 13,20 19
Fenantreno 1,02 – 75,20 19,70 18,60 19
Antraceno 0,18 – 17,65 4,98 5,06 19
Fluoranteno 0,05 – 11,24 2,54 3,14 17
Pireno 0,07 – 9,68 2,06 2,68 16
a
Não inclui os resultados abaixo do LQ do método e aqueles cujo brekthrough foi acima de 25%.

Todas as amostras pessoais (carbonizadores e barreladores) foram coletadas com os tubos


XAD-2 de 400/200 mg. Não foi observador breakthrough nas amostras coletadas nos

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141

barreladores e apenas três amostras coletadas em carbonizadores apresentaram o fenômeno para


o naftaleno. Isto demonstra que os tubos contendo 400/200 mg de XAD-2 foram eficazes na
coleta de naftaleno em amostras pessoais.
Das 19 amostras estacionárias, 12 foram coletadas com os tubos XAD-2 de 400/200 mg.
Destas, seis apresentaram breakthrough para o naftaleno superior a 25%, demonstrando que
estes tubos ainda não garantem uma eficiência de coleta apropriada nas condições de coleta
adotadas (vazão da bomba e duração da coleta) para as amostras estacionárias. Há que se
considerar, contudo, que a redução drástica destes parâmetros compromete a sensibilidade do
método, já que os volumes de ar coletados seriam muito menores. Já com os tubos XAD-2
100/50 mg, todas as sete amostras estacionárias coletadas apresentaram breakthrough para o
naftaleno superior a 25%.
O naftaleno foi o HPA mais abundante em todas as amostras, concordando com os
achados de Barbosa e colaboradores (2006) (ver pg. 39 deste relatório), e as suas concentrações
foram dezenas ou centenas de vezes superiores às de pireno, justificando a adoção do metabólito
do naftaleno, o 2-NAP, como indiciador biológico da exposição à fumaça da madeira em lugar
do metabólito do pireno, o 1-OHP. As concentrações de naftaleno nas amostras estacionárias em
nosso estudo foram superiores às determinadas por Barbosa e colaboradores, certamente devido
ao fato de esses autores terem conduzido um estudo piloto, com um único forno, enquanto que o
nosso estudo foi conduzido em um ambiente real de carvoarias, nas quais vários fornos estavam
em carbonização, simultaneamente. Todas as concentrações de naftaleno ficaram muito abaixo
dos limites de exposição ocupacional da Tabela 8 (pg. 52). Os demais HPAs determinados não
possuem limites de exposição ocupacional com os quais se possa fazer alguma comparação.
Ressaltamos que os HPAs determinados não representam a totalidade dos HPAs presentes na
fumaça da madeira e, portanto, no ar inalado pelos trabalhadores. Também não foi determinada a
fração desses hidrocarbonetos presentes no material particulado (fração solúvel em benzeno ou
em cicloexano), principalmente o benzo[a]pireno, o HPA mais estudado e reconhecidamente
cancerígeno. Por esta razão, não é prudente concluir que a exposição dos trabalhadores a esses
compostos não oferece riscos à saúde dos mesmos, principalmente considerando o que diz a
OMS sobre não ser possível recomendar um nível de concentração seguro para a exposição aos
HPAs e que, por isto, suas concentrações devem ser mantidas nos níveis mais baixos possíveis
(ver item 2.4.1.2, pg 51).

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Considerando os dados da Tabela 4 (pg. 36, deste relatório), a exposição dos


trabalhadores a HPAs foi ainda maior no passado, quando as carvoarias queimavam
prioritariamente o pinho, ao invés de eucalipto. Segundo os autores do estudo (SCHAUER et al.,
2001), os teores de HPAs na fumaça de pinho eram superiores aos encontrados na fumaça de
eucalipto.

4.4. Avaliação das concentrações de benzeno no ar em amostras estacionárias coletadas na


zona de circulação entre fornos em processo de carbonização (Fase VII)

Foram coletadas 43 amostras estacionárias para a determinação das concentrações de


benzeno em duas das carvoarias listadas no item 3.7.1. As amostras foram coletadas a cerca de
1,6 m do solo e entre um e dois metros de distância de fornos em fase inicial de carbonização, na
zona de circulação de trabalhadores. Várias amostras foram coletadas paralelamente (lado a
lado), com o auxílio do suporte de baixa vazão para múltiplos tubos apresentado na Figura 14b,
para confirmação dos resultados obtidos. Para estes casos, foram calculadas as médias das
concentrações das amostras coletadas em paralelo. Os resultados obtidos em cada amostra
encontram-se no APÊNDICE D deste relatório, expressos em mg/m3 e em ppm, acompanhados
dos respectivos parâmetros de coleta (vazão e duração da coleta) e das médias das concentrações
das amostras paralelas. As concentrações estão corrigidas para a eficiência de dessorção do
benzeno, determinada no DMF utilizado como solvente (0,84), e para as condições normais de
temperatura e pressão (1 atm e 25 ºC).
As concentrações (média ponderada no tempo) de benzeno estiveram na faixa de 0,045
mg/m3 (0,014 ppm) a 1,21 mg/m3 (0,38 ppm), com média aritmética de 0,42 mg/m3 (0,13 ppm) e
desvio padrão de 0,25 mg/m3 (0,080 ppm). Foram considerados 17 resultados de concentração
média ponderada no tempo, já incluindo as médias das concentrações das amostras coletadas
paralelamente. Desses, 12 resultados apresentaram concentrações maiores do que 0,1 ppm.
Quatro amostras, sendo dois pares de amostras paralelas (amostras AE14/AE15 e
AE16/AE17, APÊNDICE D), foram coletadas a um metro do solo e a um metro da chaminé de
um forno em fase inicial e carbonização para caracterizar a fonte de emissão de benzeno para a
atmosfera do ambiente de trabalho. As concentrações médias de cada par de amostras paralelas
foram, respectivamente, 3,36 mg/m3 (1,05 ppm) e 1,05 mg/m3 (0,65 ppm). Os resultados dessas
amostras não foram incluídos no cálculo da média das concentrações das amostras coletadas a
1,6 m do solo e entre um e dois metros de distância do forno.
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143

Desde 1994 o Brasil não adota limite de exposição ocupacional para o benzeno. O
governo brasileiro, através da Portaria nº 14/1995 (BRASIL, 1995), do antes Ministério do
Trabalho e Emprego e atual Ministério do Trabalho e Previdência Social, reconheceu o benzeno
como um agente cancerígeno confirmado para humanos e retirou a substância da tabela dos
limites de tolerância do Anexo 11, da NR 15. Esta mesma Portaria criou o Anexo 13-A da NR-
15, voltado para as empresas que produzem, transportam, armazenam, utilizam ou manipulam o
benzeno e as misturas líquidas que contenham 1% ou mais, em volume. Para estes segmentos,
foram estabelecidos, de forma temporária, dois valores de referência tecnológicos (VRT), média
ponderada de 8 horas, sendo 2,5 ppm (7,98 mg/m3) para as indústrias siderúrgicas e 1 ppm (ou
3,19 mg/m3) para os demais segmentos abrangidos pelo Anexo. Estes valores não correspondem
aos limites de exposição ocupacional e foram estabelecidos apenas como parâmetros para os
programas de melhoria contínua das empresas abrangidas pelo Anexo 13-A. De acordo com este,
“o cumprimento do VRT é obrigatório e não exclui o risco à saúde”. Também de acordo com
o Anexo 13-A, que segue a mesma orientação da OMS, “o benzeno é uma substância
comprovadamente carcinogênica, para a qual não existe limite seguro de exposição”. Ou
seja, concentrações abaixo dos valores de VRT não excluem o risco à saúde dos trabalhadores.
Mais recentemente, o governo brasileiro incluiu o benzeno na Lista Nacional de Agentes
Cancerígenos para Humanos (LINACH) (BRASIL, 2014).
Desta forma, deduz-se que as concentrações de benzeno medidas nas zonas de circulação
das carvoarias representam risco para a saúde dos trabalhadores carvoeiros e torna ainda mais
complexa a tarefa de conhecer o perfil de exposição desses trabalhadores. Contudo, até a
realização do projeto o benzeno nunca havia sido contemplado nos PPRA e PCMSO das
empresas e nem encontramos informações na literatura consultada a respeito da exposição de
carvoeiros a esta substância. Recomendamos, portanto, que esta substância seja contemplada nos
referidos programas, priorizando os trabalhadores que têm maior contato com a fumaça, como no
caso dos carbonizadores e alguns barreladores. O carbonizador, conforme já alertado
anteriormente, chega muito próximo aos orifícios e chaminés, onde as concentrações de benzeno
medidas atingiram valores acima de 1 ppm. A presença de benzeno na fumaça da queima da
madeira ratifica a necessidade de implantação de sistemas de captação e reaproveitamento da
fumaça proveniente dos fornos, resultando na eliminação ou redução das emissões para a
atmosfera. É a única forma eficaz de prevenir danos à saúde dos trabalhadores. Além disso, as

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144

comunidades vizinhas às baterias de fornos podem estar sendo contaminadas pelo benzeno
emitido para a atmosfera geral.

4.5. Avaliação das concentrações de poeira de carvão vegetal no ar, nas frações total e
respirável, em amostras pessoais coletadas na zona respiratória de trabalhadores que
retiravam o carvão dos fornos (Fase VIII)

Foram coletadas 42 amostras pessoais de poeira total (PT) e 35 de poeira respirável (PR)
de carvão, na zona respiratória de trabalhadores de cinco (5) carvoarias dentre as contempladas
no estudo, no período de 2008 a 2012. As coletas foram realizadas em trabalhadores forneiros
que realizavam a retirada do carvão de dentro dos fornos. Os resultados de concentração média
ponderado no tempo de todas as amostras (corrigidos para 25 ºC e 1 atm), assim como as
respectivas vazões e duração das coletas, encontram-se no APÊNDICE E deste relatório.
Em 16 amostras de PT e 5 de PR ocorreu a saturação do filtro e a presença de partículas
soltas sobre a membrana durante as pesagens. Isto foi resultante das elevadas concentrações de
poeira no ar e do extenuante trabalho de retirada do carvão de dentro dos fornos. Os movimentos
bruscos e fortes do trabalhador durante o processo de enchimento do carrinho de mão com
carvão podem ter contribuído para o desprendimento de partículas da superfície do filtro,
impossibilitando a medida da concentração com a exatidão e precisão requeridas. Nestes casos,
as concentrações medidas representam as concentrações mínimas presente no ar no momento da
coleta. Vale frisar que os tempos de coleta dessas amostras foram relativamente curtos (entre 13
e 70 minutos para PT, e entre 47 e 114 minutos, para PR), justamente como uma estratégia para
reduzir a possibilidade de saturação dos filtros.
A Tabela 26 apresenta as faixas de concentrações, os valores de média e do desvio
padrão, e o número de resultados válidos (excluídos os das amostras saturadas) para as amostras
pessoais de PT e PR coletadas nas cinco carvoarias.

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Tabela 26. Concentrações de PT e PR de carvão, em mg/m3, MPT, das amostras pessoais


válidas, coletadas em 5 carvoarias entre 2008 e 2012, acompanhadas da faixa, média, desvio
padrão e número de resultados (n).

PT PR

Faixa 0,53 – 213,8 0,25 – 35,6

Média 34,8 8,71

Desvio padrão 45,9 8,61

n 26 30

Até a presente data, a legislação brasileira não estabeleceu limites de exposição


ocupacional para poeiras de carvão vegetal com os quais os resultados aqui apresentados possam
ser comparados diretamente. Também não foram encontradas propostas de limites para este
agente químico na literatura internacional. A ACGIH (2012) recomenda que as concentrações da
fração inalável das Partículas Não Especificadas de Outra Maneira (PNOS) não ultrapassem a 10
mg/m3 e as da fração respirável, a 3 mg/m3, ambas como média ponderada de 8 horas. A OSHA
(2006) estabelece que as concentrações de poeira total de Partículas Não Regulamentadas de
Outra Maneira (PNOR) não ultrapassem o Limite de Exposição Permissível (PEL-TWA-8h) de
15 mg/m3 e as de poeira respirável, o de 5 mg/m3. A ACGIH estabelece critérios mínimos para
que um agente químico possa ser classificado como PNOS, dentre eles, que as partículas sejam
insolúveis, que os teores de sílica livre cristalizada sejam inferiores a 1% e que não haja a
presença de fibras de amianto. No passado, as partículas que obedeciam a esses critérios eram
denominadas de “Poeiras Incômodas”. Não temos informações suficientes que nos garantam que
a poeira de carvão vegetal possa ser classificada como PNOS e nem que a mesma seja uma
poeira inerte ou apenas incômoda, segundo o critério da OSHA para PNOR. Além disso, o
carvão vegetal possui algum grau de afinidade e poder de adsorção para muitas das substâncias
químicas geradas na combustão incompleta da madeira. Ou seja, a poeira de carvão inalada pelos
trabalhadores pode estar associada a outros agentes químicos tóxicos (cancerígenos e irritantes)
que podem causar danos à saúde dos trabalhadores. Contudo, iremos assumir que se as
concentrações medidas forem superiores aos valores recomendados pela OSHA para PNOR
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(para poeira total e respirável), ou pela ACGIH para PNOS (poeira respirável), isto indicará um
risco ainda mais elevado para a saúde dos trabalhadores, já que, a poeira de carvão vegetal pode
não atender aos critérios de classificação e, portanto, os limites recomendados podem não ser
apropriados.
Do total de amostras coletadas, em 74% das de PT e 63% das de PR, os resultados foram
superiores aos respectivos PEL da OSHA para PNOR (15 mg/m3 para PT e 5 mg/m3 para PR).
Quando comparado com o valor recomendado pela ACGIH para fração respirável de PNOS (3
mg/m3), 74% das amostras de PR apresentaram concentrações superiores a esse valor. Os valores
das médias dos resultados válidos da Tabela 26, tanto de PT quanto de PR, também foram
superiores aos respectivos PELs da OSHA e ao limite recomendado pela ACGIH para PR.
Dos resultados válidos considerados para o cálculo das médias da Tabela 26, 61,5%
foram superiores ao PEL da OSHA para PT e 48,6% superaram o PEL para PR. Das 16 amostras
de PT que apresentaram saturação do filtro ou presença de partículas soltas, 13 apresentaram
resultados de concentração mínima presente superiores ao PEL da OSHA. Já para as amostras de
PR, todos os 5 resultados de concentração mínima presente foram superiores ao PEL da OSHA e
ao limite recomendado pela ACGIH para fração respirável de PNOS.
O limite recomendado pela ACGIH para fração inalável de PNOS (10 mg/m 3) não foi
adotado na presente discussão em razão de não termos utilizado coletores da fração inalável de
poeira. Os coletores de amostras utilizados atendem ao conceito de poeira total e não ao de
fração inalável, da ACGIH. Já para as amostras de PR os critérios, tanto da OSHA quanto da
ACGIH, são semelhantes. Os coletores de amostras utilizados servem a ambos os critérios.
Estes resultados demonstram que os trabalhadores forneiros estão continuamente
expostos a concentrações extremamente elevadas de poeira de carvão e que, em razão das
características da atividade realizada e do grande e repetitivo esforço físico exigido pela mesma,
é praticamente impossível a existência de um equipamento de proteção individual que ofereça
proteção adequada e prevenia danos à saúde desses trabalhadores. Somente mudanças
tecnológicas no processo, como a retirada mecanizada do carvão, poderão atingir este objetivo.

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4.6. Limitações e atualidade do estudo, no tocante às avaliações ambientais

As avaliações ambientais realizadas neste estudo não contemplaram todos os agentes


químicos e nem mesmo, todos os compostos carbonílicos e HPAs, emitidos na fumaça dos
fornos e através de outras fontes, como por exemplo, as emissões dos veículos e máquinas que
circulam pelas carvoarias. Também não foram determinadas as concentrações dos compostos
carbonílicos e dos HPAs no material particulado proveniente da fumaça. Foram escolhidos
alguns agentes químicos carcinogênicos e irritantes para os quais havia metodologia analítica e
infraestrutura laboratorial, disponíveis.
As avaliações ambientais realizadas serviram para caracterizar a presença dos agentes
químicos no ar dos locais de trabalho e estimar os níveis das concentrações no ar inalado pelos
trabalhadores e não substituem os monitoramentos ambientais que as empresas devem realizar
como parte dos seus PPRAs.
Devido a dificuldades de logística, os períodos de coleta de amostras não cobriram
necessariamente os dias em que havia o maior número de fornos em carbonização. Por isso, não
é possível afirmar que as piores situações de exposição ocupacional ou de contaminação
atmosférica foram contempladas pelo estudo. Nestas circunstâncias, os resultados de
concentração poderiam ser ainda mais elevados do que os valores encontrados em nosso estudo.
Mesmo com as limitações acima relatadas, os resultados apresentados evidenciam ao
público, ainda que de forma subestimada, a contaminação dos locais de trabalhos e a exposição
dos trabalhadores das carvoarias a agentes químicos carcinogênicos e irritantes. Nos dias de hoje
o estudo ainda se mostra original e inédito, e mostra a iminente necessidade de mudanças
tecnológicas apropriadas no processo de produção do carvão vegetal, como única alternativa para
eliminar alguns cenários de exposição ocupacional e prevenir danos à saúde dos trabalhadores e
ao meio ambiente.

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4.7. Alterações tecnológicas recentes em algumas plantas de produção de carvão vegetal na


região onde foi realizado o estudo

Durante as visitas realizadas em setembro de 2011 à carvoaria Fazenda Limoeiro, foram


encontrados vários fornos de alvenaria, retangulares, com tetos curvos, alguns em construção e
muitos já em operação. Estes fornos tinham capacidade de cerca de 300 m3 de carvão, ou seja,
cerca de dez vezes o volume dos fornos cilíndricos geralmente encontrados durante o período de
execução do projeto; dispensavam o trabalho manual de enchimento com madeira e de retirada
do carvão, pois possibilitavam o acesso de tratores (com garras ou enchedeiras) ao seu interior
para realizar esses trabalhos; os “tatus” e “baianas” (orifícios por onde sai a fumaça e se controla
a carbonização) eram distribuídos apenas nas partes inferior e superior das paredes laterais, e;
possuíam apenas uma única chaminé. Alguns destes aspectos estão apresentados nas Figuras 47
e 48.

Figura 47 – Trator realizando o enchimento com madeira de um dos novos fornos retangulares
da carvoaria Fazenda Limoeiro (Foto de 2012).

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Figura 48 – Trator retirando carvão de um dos novos fornos construídos na carvoaria Fazenda
Limoeiro (Foto de 2012).

Em 2015, fomos informados que duas outras carvoarias já haviam adotados estes novos
fornos: as Fazendas Juruaba e Buri. Estes novos fornos também não possuem sistemas de
reaproveitamento dos componentes da fumaça. Apesar do número reduzido de orifícios de saída
de fumaça e de só possuírem uma única chaminé, esta última ainda é baixa o suficiente para
causar a contaminação das zonas de circulação de trabalhadores, como pode ser visto nas Figuras
49 e 50.

Figura 49 – Zona de circulação entre os novos fornos da Fazenda Limoeiro apresentando


contaminação por fumaça proveniente da chaminé de um forno (Foto de 2012).

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Figura 50 – Barrelador realizando sua atividade nos novos fornos da Fazenda Limoeiro, exposto
à fumaça que atinge a zona de circulação (Foto de 2012).

Ainda que nestes novos fornos o carvão seja retirado por tratores, ainda foi constatada a
necessidade da presença de trabalhadores auxiliares do processo de finalização, que ajudam a
empilhar o carvão residual para facilitar o trabalho do trator, ou retiram os “tiços” (pedaços de
madeira não totalmente convertidos a carvão) da pilha de carvão para reaproveitamento em outro
forno. Durante estas atividades, ainda ocorre a exposição à poeira, conforme mostrado nas
Figuras 51 e 52.

Figura 51 – Trabalhadores expostos à poeira de carvão durante a atividade de auxílio no


enchimento da pá carregadeira, na Fazenda Limoeiro (Foto de 2012).
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151

Figura 52 – Trabalhadores expostos à poeira de carvão durante a atividade de retirada dos


“tiços” das pilhas de carvão, na Fazenda Limoeiro (Foto de 2012).

A atividade de enchimento das carretas com carvão continua sendo realizada por meio de
tratores. Durante esta atividade, existe a liberação de muita poeira de carvão para os locais de
trabalho, conforme mostrado na Figura 53.

Figura 53 – Contaminação das zonas de circulação da nova bateria de fornos da Fazenda


Limoeiro, pela poeira de carvão emitida durante o enchimento dos caminhões pelo trator (Foto
de 2012).

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152

O carbonizador ainda realiza as atividades de acompanhamento do processo de


carbonização, tendo que se aproximar bastante de orifícios, chaminé e frestas das portas dos
fornos, por onde sai a fumaça, para fechá-las com barro. Devido à altura dos novos fornos,
plataformas móveis foram criadas para facilitar o acesso do carbonizador à parte superior das
portas dos fornos, conforme mostrado na Figura 54.

Figura 54 – Plataforma móvel para acesso do carbonizado ao topo das portas dos novos fornos
da Fazenda Limoeiro (Foto de 2012).

Estas novas situações não foram contempladas em nosso estudo e devem estar
contempladas no PPRA e PCMSO das empresas. Outras situações de risco podem ter surgido
com esta nova modalidade de fornos e necessitam de análise e investigação futuras.
Apesar de passados vários anos desde o início do projeto, a maioria das carvoarias
existentes na região e no Estado da Bahia, ainda adota o processo não mecanizado, para os quais
o nosso estudo foi dirigido.

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4.8. Publicações e apresentações de trabalhos em eventos científicos

a) Artigos publicados que foram produzidos ou apoiados pelo projeto

KATO, M.; LOOMIS, D.; BROKS, L. M.; GATTÁS, G. F. J.; GOMES, L.; CARVALHO, A. B.
DE; REGO. M. A. V.; DEMARINI, D. M. Urinary biomarkers in charcoal workers exposed to
wood smoke in Bahia State, Brazil. Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, [S.I.],
v. 13, n. 6, 1005-1012, 2004.

GATTÁS, G. J.; KATO, M.; SOARES-VIEIRA, J. A.; SIRAQUE, M. S.; KOHLER, P.;
GOMES, L. ET AL. Ethnicity and glutathione S-transferase (GSTM1/GSTT1) polymorphisms in
a Brazilian population. Brazilian Journal of Medical and Biological Research (Impresso), v.
37, p. 451-458, 2004.

KATO, M.; DEMARINI, D. M; CARVALHO, A. B. DE; REGO. M. A. V.; ANDRADE, A. V.


DE; BOMFIM, A. S. V; LOOMIS, D. World at work: Charcoal producing industries in
northeastern Brazil. Occup Environ Med, [S.I.], v. 62, p. 128-132, 2005.

CARVALHO, A., B. DE; KATO, M; REZENDE, M., M.; PEREIRA, P., A. de P.; de
ANDRADE, J. B.. Determination of carbonyl compounds in the atmophere of charcoal plants by
HPLC and UV detection. J. Sep. Sci. 31, 1686-1693, 2008. doi: 10.1002/jssc.200800006.

CARVALHO, A. B. de; KATO, M; REZENDE, M. M. R.; PEREIRA, P. A. P.; de ANDRADE,


J. B. Exposure to carbonyl compounds in charcoal production plants in Bahia, Brazil. Environ.
Sci. Pollut Res. 2012. doi: 10.1007/s11356-012-1243-z.

ANUNCIAÇÃO, D. S.; SOUSA, E. T.; CARVALHO, A. B. DE, PEREIRA, P. A. P. Emission


profiles of carbonyl compounds at a Brazilian charcoal plant. J. Braz. Chem. Soc. (Impresso), v.
23, p. 1606-1613, 2012.

b) Apresentações em congressos - resumos publicados em anais

KATO, M.; REGO, M. A. V.. Prevalence of DNA damage in workers exposed to eucalyptus
smoke and charcoal particulate in wood-carbonization plants in Bahia State, Brazil. In:

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154

Environmental Mutagen Society 32nd Annual Meeting, 2001, San Diego, CA. Environ Mol
Mutagen, 2001. v. 37.

GOMES, L.; KATO, M.; GATTÁS, G. F.; REGO, M. A., V. DNA Single strand breaks in nasal
mucous cells and leukocytes of charcoal workers in Brazil. In: 2002 Environmental Mutagenesis
Society Meeting, 2002, Anchorage. Environ Mol Mutagen, 2002. v. 39.

KATO, M.; LOOMIS, D.; BROOKS, L.; CARVALHO, A. B. DE; GOMES, L.; GATTÁS, G.
F.; DEMARINI, D. M. Occupational risks of charcoal production in Bahia State, Brazil. In: 16th
EPICOH Congress on Epidemiology in Occupational Health, 2002, Barcelona. Medicina del
Lavoro. Milano: Medicina del Lavoro, 2002. v. 93.

KATO, M.; DEMARINI, D. M.; BROOKS, L.; CARVALHO, A. B. DE; REGO, M. A. V.;
LOOMIS, D.. Urinary mutagenicity in charcoal workers: a cross-sectional study in Northeastern
Brazil. In: ISEA 2002, 2002, Vancouver. Proccedings of ISEA/ISEE 2002. Vancouver: UBC,
2002.

ANDRADE, A. V.; KATO, M.; BOMFIM, A. S. V.; CARVALHO, A. B. DE; REGO, M. A. V.


Lesões relatadas por trabalhadores do carvão vegetal na Bahia, Brasil. In: 27º Congresso
Internacional sobre Saúde Ocupacional, 2003, Foz do Iguaçu, Brasil.

BOMFIM, A. S. V.; KATO, M.; CARVALHO, A. B. DE; ANDRADE, A. V.; REGO, M. A. V.


Trabalhadores do carvoejamento no Nordeste da Bahia: características sociodemográficas e
condições de trabalho. In: 27º Congresso Internacional de Saúde Ocuapcional, 2003, Foz do
Iguaçu. 27th International Congress on Occuaptional Health, 2003.

GATTAS, G, F.; SOARES-VIERIA, J. A.; KATO, M.; REGO, M. A. V.; SIRAQUE, M. S.;
KOHLER, P.; GOMES, L.; BYDLOWSKI, S. P. Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) and
T1(GSTT1) polymorphisms in caucasians, mulattos and blacks from São Paulo and from Bahia,
Brazil. 27th International Congress on Occupational Health, 2003, Foz do Iguaçu/Brasil.

KATO, M.; CARVALHO, A. B. DE; BOMFIM, A. S. V.; ANDRADE, A. V.; REGO, M. A. V.


Condições de trabalho e moradia dos trabalhadores de carvoarias no nordeste baiano. In: VI

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155

Congresso Brasileiro de Epidemiologia, 2004, Recife. Rev. Bras. de Epidemiologia, Livro de


Resumos VI Congresso Brasileiro de Epidemiologia, 2004.

KATO, M.; BOMFIM, A. S. V.; ANDRADE, A. V.; REGO, M. A. V.; MASCARENHAS, M.


R.; CARVALHO, A. B. DE; DEMARINI, D. M. Uso de biomarcadores para avaliação de
exposição a produtos carcinogênicos e mutagênicos. O caso da exposição à fumaça da queima de
madeira entre os carvoeiros na BAHIA. In: VI Congresso Brasileiro de Epidemiologia da
ABRASCO, 2004, Recife. Livro de resumos do VI Congresso Brasileiro de Epidemiologia, Rev.
Bras. de Epidemiologia, 2004.

CARVALHO, A. B. DE; MASCARENHAS, M. R.; KATO, M.; ANDRADE, J. B.; PEREIRA,


P. A. P. Concentrações de compostos carbonílicos no ar na produção de carvão vegetal na Bahia.
In: 28ª. Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2005, Poços de Caldas. Anais da 28ª
Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2005. Poços de Caldas, 2005.

CARVALHO, A. B. DE; MASCARENHAS, M. R.; KATO, M.; PEREIRA, P. A. P.; DE


ANDRADE, J. B. Determinação de compostos carbonílicos no ar em carvoarias utilizando
CLAE e eluição por gradiente de solventes. In: 28ª. Reunião Anual da Sociedade Brasileira de
Química, 2005, Poços de Caldas. Anais da 28ª. Reunião Anual da Sociedade Brasileira de
Química. Poços de Caldas, 2005.

KATO, M.; CARVALHO, A. B. DE; LOOMIS, D.; REGO, M. A. V.; GATTÁS, G. F.;
DEMARINI, D. M. Urinary mutagenicity and biomarkers of exposure to wood smoke among
charcoal workers in Brazil. In: 9th International Conference on Environmental Mutagens & 36th
Annual Meeting of the Environmental Mutagen Society, 2005, San Francisco, EUA. Mutation
Research - Fundamental and Molecular Mechanisms of Mutagenesis, 2005. v. 577s. p. e1-e256.

ANUNCIACAO, D. S.; SOUSA, E. T.; KATO, M.; CARVALHO, A. B. DE; PEREIRA, P. A.


P.; DE ANDRADE, J. B. Determinação de compostos carbonílicos (CC) no ar de uma carvoaria
na Bahia durante a produção de carvão vegetal. In: IV Encontro Nacional de Química
Ambiental, 2008, Aracaju. Livro de resumos - IV ENQAmb, 2008. v. único.

ANUNCIACAO, D. S.; SOUSA, E. T.; CARVALHO, A. B. DE; PEREIRA, P. A. P.; DE


ANDRADE, J. B. Perfis de emissão de compostos carbonílicos (CC) em fase gasosa durante a
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156

produção de carvão vegetal em uma carvoaria da Bahia. 2009. In: 32ª Reunião Anual da
Sociedade Brasileira de Química, 2009, Fortaleza. Livro de resumos – 32ª RASBQ, 2009. v.
único.

ANUNCIACAO, D. S.; SOUSA, E. T.; CARVALHO, A. B. DE; PEREIRA, P. A. P.; DE


ANDRADE, J. B. Aplicação de LC-MS na Separação Especial e Quantificação de Compostos
Carbonílicos Emitidos durante a Produção de Carvão Vegetal. In: 15 Encontro Nacional de
Química Analítica e 3º Congresso Iberoamericano de Química Analítica, 2009, Salvador. Livro
de resumos – 15º ENQA e 3º CIAQA, 2009. v. único.

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157

5. CONCLUSÕES

A FUNDACENTRO/CRBA realizou a investigação das condições de trabalho e


consequências à saúde dos trabalhadores em várias carvoarias não mecanizadas localizadas na
região de jurisdição da GRTE-Camaçari, ao Norte de Salvador, no período de 2001 a 2013,
como parte do projeto “Avaliação de agentes carcinogênicos/mutagênicos em ambientes de
trabalho”.
Durante o tempo de execução do projeto, as ações fiscais do Ministério do Trabalho
produziram melhorias nas condições de trabalho e culminou com o fim da terceirização nas
atividades de produção de carvão; as carvoarias voltaram a ser administradas e operadas por
trabalhadores contratados diretamente pela siderúrgica FERBASA; os trabalhadores passaram a
dispor de alimentação e transporte diário para o trajeto casa – carvoaria e também passaram a
receber EPIs e fardamento com maior regularidade. A outra companhia siderúrgica, a Vale
Manganês (ex-SIBRA), deixou de produzir o carvão vegetal na região. Houve melhorias
acentuadas nas instalações de sanitários, banheiros, vestiários, refeitórios e escritórios.
A pesquisa registrou e trouxe ao conhecimento da comunidade tecnico-cientifica a
realidade ocupacional até então inédita do trabalhador em carvoarias.

5.1. Condições de trabalho, efeitos à saúde e monitoramento biológico da exposição

Durante o período do estudo foram identificadas as seguintes atividades e situações com


risco grave de acidentes para os trabalhadores nas carvoarias da região:

a) Transporte de madeira por meio de carroças (“cambiteiros”);


b) Transporte de trabalhadores em cima das pilhas de madeira, nos caminhões e
tratores;
c) Carregamento e descarregamento manual da madeira nos caminhões e tratores;
d) Ignição do forno a partir do topo, quando o trabalhador era obrigado a subir e
caminhar no mesmo;
e) Transferência de gasolina para os vasilhames de combustível utilizados pelos
operadores de motosserra, com auxílio da sucção com a boca;

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158

f) Fornos baixos, cujas alturas das portas dificultavam o acesso do trabalhador, tanto
no carregamento das toras de madeira para o seu interior, como no ato de retirar o
carvão (risco de ferimentos na cabeça e membros superiores);
g) Carregamento de carvão para os caminhões sendo realizados por trabalhadores, os
quais eram obrigados a subir escadas muito inclinadas, sem qualquer proteção,
carregando cestos ou balaios cheios de carvão sobre a cabeça.
A atividade de retirada do carvão dos fornos é extenuante e associada aos elevados níveis
de poeira desprendida durante a movimentação do carvão e ao calor no interior do forno, torna
difícil a tarefa de proteger os olhos e trato respiratório do trabalhador forneiro. O uso de óculos
de proteção é inviabilizado pela transpiração, a qual provoca embaçamento do visor. Ao final de
um processo de retirada do carvão de um forno, os respiradores utilizados pelos trabalhadores
ficam totalmente sujos, necessitando de higienização ou substituição imediata. Foi constatado
que esta situação era ainda mais agravada quando apenas um forneiro realizava o processo de
descarregamento do forno. A intoxicação por monóxido de carbono, chegando à perda de
consciência, foram efeitos relatados pelos trabalhadores, relacionados ao momento de entrada no
forno após sua abertura para a retirada do carvão.
Os efeitos danosos potenciais à saúde desse processo de trabalho são inúmeros e podem
ser causados por quedas de altura, mordida por animias peçonhentos, execução de várias
atividades em posturas inadequadas, excesso de peso, proximidade com fonte de calor, entre
outros.
A tolerancia à irritação dos olhos e trato respiratorio parece ser um dos fatores
determinantes para a permanencia na atividade. Embora os trabalhadores entrevistados tenham
referido sintomas respiratórios, como tosse (15%), nariz entupido (14%) e catarro no peito
(12%), a diferença entre os grupos de expostos e não expostos não foi estatisticamente
significante, indicando a presença do efeito do trabalhador do sadio na população estudada.
A revisão de literatura aqui apresentada evidencia que a fumaça emitida pelos fornos em
carbonização, foco do nosso estudo, contem em sua composição centenas de substâncias
químicas, cuja maioria é irritante para o trato respiratório, para os olhos e pele; outras têm efeito
sobre o sistema nervoso central; algumas já são reconhecidamente cancerígenas para os seres
humanos, enquanto outras são tidas como possivelmente cancerígenas, mas já confirmadas em
animais.Foram observadas associações positivas entre exposição à fumaça e danos ao DNA no
epitélio nasal e mutagenicidade urinária, mesmo quando se considera fatore otros fatores como
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159

hábito de fumar e alimenatção, evidenciando que a os componentes carcinogênicos da fumça


causam alteração no trato respiratório e são absorvidos pelo organismo.
O 2-naftol (2-NAP) demonstrou ser um indicador biológico de exposição à fumaça de
madeira mais sensível do que o 1-hidroxipireno. Os resultados do 2-NAP foram mais distintos
entre as categorias de exposição e apresentaram uma melhor relação dose/resposta. Embora não
represente a totalidade da dose de todas as substâncias químicas provenientes da fumaça e
inaladas pelos trabalhadores, este indicador pode ser muito útil para situações onde a avaliação
ambiental não é possível, ou quando se busca avaliar se os equipamentos de proteção foram
eficazes.

5.2. Avaliação ambiental dos agentes químicos

Foi realizada a avaliação da contaminação dos ambientes de trabalho e da exposição de


trabalhadores a formaldeído, acetaldeído, acroleína, furfural, acetona,
butanal/isobutanal/butanona (mistura C4), naftaleno, acenaftileno, acenafteno, fluoreno,
antraceno, fenantreno, fluoranteno, pireno e benzeno. Dentre estas substâncias, o formaldeído e
o benzeno são reconhecidos como cancerígenos humanos, tanto pela legislação brasileira
(LINACH) como pela IARC, enquanto que o acetaldeído e o naftaleno estão classificados como
possivelmente cancerígenos para humanos nas mesmas listas.
As metodologias analíticas inicialmente adotadas para a determinação de CC e HPAs,
não apresentaram desempenho satisfatório nos métodos de coleta e de análise, quando testadas
em atmosfera real de carvoarias e, por isso, tiveram que passar por ajustes. Os principais fatores
que influenciaram negativamente o desempenho das metodologias foram o elevado número de
substâncias químicas presentes na fumaça proveniente dos fornos e a temperatura (28 a 35ºC)
nos momentos de coletas. Os principais ajustes foram:

a) Devido à falta de instrumentação analítica apropriada para a identificação dos CC


presentes nas amostras, como a cromatografia à líquido acoplada è espectrometria de
massas, foi necessário desenvolver dois métodos de análise cromatográfica, para
melhorar a confirmação e os fenômenos de coeluição de alguns CC de interesse;

b) Cartuchos C18 impregnados com solução ácida a 0,05% (m/v) de 2,4-DNPH não se
mostraram apropriados para o uso em carvoarias em vazões em torno de 0,1 L/min e
tempos de coletas acima de 120 minutos, pois todo o reagente era consumido durante

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160

a coleta, não permitindo a quantificação dos CC. Os mesmos cartuchos, quando


impregnados com a solução ácida a 0,2% (m/v) permitiram a coleta quantitativa dos
CC na vazão de coleta de 0,1 L/min e quando a duração das coletas foi de até 240
minutos, para amostras pessoais, e até 130 minutos, para as amostras estacionárias;

c) Os tubos contendo 100/50 mg de XAD®-2, sugeridos pelos métodos NIOSH 5506 e


5515 para a determinação de HPAs, não foram apropriados para a determinação
quantitativa do naftaleno, pois apresentaram breakthrough muito acima de 25% para
este composto em todas as condições de vazão (1,0 a 2,0 L/min) e de tempo de coleta
(120 a 320 minutos) testadas. Tubos similares aos dos métodos do NIOSH, mas
contendo 400/200 mg de XAD®-2, permitiram a coleta quantitativa do naftaleno em
vazões entre 1,4 e 2,0 L/min e por até 6 horas de coleta de amostras pessoais. Para as
amostras estacionárias coletadas nas proximidades dos fornos, o melhor desempenho
desses tubos foi atingido com vazões em torno de 1,5 L/min e duração de coleta de
até 4 horas. Nestas condições, o breakthrough, quando ocorreu, foi inferior a 25%;

d) A dessorção dos tubos contendo 400/200 mg de XAD®-2 pode ser realizada


satisfatoriamente com o mesmo volume de solvente (5 mL) sugerido pelos métodos
NIOSH para os tubos de 100/50 mg, nas faixas de concentração determinadas. Para
concentrações mais elevadas é necessário realizar novos testes de verificação do
volume de solvente necessário para a completa dessorção dos HPAs adsorvidos sobre
a resina XAD®-2.

As concentrações dos agentes químicos emitidos na fumaça dos fornos, determinados no


presente estudo, não superaram os limites de tolerância existentes na legislação brasileira. No
entanto, os níveis de formaldeído, tanto nas amostras pessoais (12,3 a 139,1 µg/m3) quanto nas
estacionárias (23,6 a 159,5 µg/m3), foram predominantemente superiores ao limite de exposição
recomendado pelo NIOSH/EUA. Isto representa uma preocupação, haja vista tratar-se de uma
substância reconhecida como cancerígena para humanos, tanto pela legislação brasileira
(LINACH) como pela IARC. Além de o formaldeído ser um carcinogênico humano, é ainda
mais preocupante o fato dessa substância estar continuamente presente em mistura com centenas
de outras substâncias, sendo várias delas também cancerígenas. Nem a legislação brasileira e
nem a literatura internacional apresentam limites de exposição ocupacional que contemplem
tantas substâncias presentes em mistura. Desta forma, apenas a simples comparação dos valores
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161

de concentração com limites de tolerância de substâncias individualmente, não deve ser utilizada
como parâmetro de julgamento das exposições ocupacionais ou dos níveis de contaminação do ar
nos locais de trabalho, pois, além de se estar subestimando, nada se conhece sobre os possíveis
efeitos aditivos, sinérgicos, ou antagônicos de muitas das substâncias presentes na fumaça
emitida pelos fornos das carvoarias.
As concentrações de naftaleno, tanto nas amostras pessoais como nas estacionárias,
foram sempre muito superiores às do pireno, justificando, assim, o uso do 2-NAP como
indicador biológico de exposição aos HPAs presentes na fumaça. Para os carbonizadores, as
concentrações de naftaleno, MPT, de todas as amostras coletadas ficaram na faixa de 10,68 a
422,86 µg/m3, enquanto que as de pireno ficaram entre 0,17 e 1,28 µg/m3. Para os barreladores,
as concentrações de naftaleno, MPT, ficaram entre 2,29 e 18,54 µg/m3, enquanto que as de
pireno ficaram entre 0,11 e 0,45 µg/m3. Já para as amostras estacionárias, as concentrações de
naftaleno, MPT, ficaram entre 9,6 e 569,7 µg/m3, enquanto que as de pireno ficaram entre 0,05 e
11,24 µg/m3.
A presença de benzeno na fumaça proveniente dos fornos foi confirmada através das
amostras estacionárias coletadas em suas proximidades. As concentrações MPT estiveram na
faixa de 0,045 a 1,21 mg/m3 (0,014 a 0,38 ppm, volume/volume). A concentração MPT de
benzeno atingiu valor de 3,36 mg/m3 (1,05 ppm) em uma amostra coletada a um metro de
distância da chaminé de um forno em fase inicial de carbonização, indicando um elevado risco à
saúde, principalmente para os trabalhadores que realizam atividades junto aos fornos, como os
carbonizadores e barreladores.
Para a poeira total e respirável de carvão vegetal, a legislação brasileira não adota limites
de tolerância, mas a maioria dos resultados obtidos violou os limites propostos pela OSHA/EUA
(PEL-TWA de 15 mg/m3 para poeira total, e de 5 mg/m3 para poeira respirável). Muitas amostras
apresentaram saturação do filtro devido aos elevados níveis de poeira em suspensão no ar
inalado pelos forneiros.
Nos fornos convencionais, os pontos de emissão de fumaça (tatus, baianas e chaminés)
estão distribuídos nos fornos a uma altura, em relação ao solo, muito próxima à da zona
respiratória dos trabalhadores. O mesmo também acontece com os novos fornos retangulares.
Embora estes só possuam uma única chaminé (os convencionais circulares possuem até seis
chaminés), ainda existem orifícios ao longo dos fornos, para fins de controle do processo de
carbonização, que emitem fumaça para o ambiente de trabalho, atingindo, predominantemente,
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as zonas de circulação de trabalhadores, na altura média da zona respiratória dos mesmos. As


suas chaminés, apesar de serem bem mais altas do que as dos fornos circulares convencionais,
não tem altura suficiente para evitar que a fumaça atinja as zonas de circulação de trabalhadores.
A jornada de trabalho do carbonizador é diferente dos demais trabalhadores, pois os
fornos em pirólise necessitam de atenção contínua. As jornadas eram de 24 horas contínuas por
72 horas de descanso. Como consequência, o carbonizador se expunha à fumaça por um tempo
muito superior a 8 horas/dia, que é a jornada diária padrão na NR 15, Anexos 11 e 12. Mesmo
que a jornada semanal seja inferior a 48 horas, a jornada diária é considerada excessiva para os
padrões da legislação brasileira de SST, não sendo possível aplicar diretamente os limites de
exposição atualmente vigentes na NR 15.

5.3. Equipamentos de proteção coletiva e individual

Em nenhuma das carvoarias visitadas durante o estudo os fornos havia sistemas de


controle ou recuperação dos gases, vapores e partículas emitidos durante o processo de
carbonização, a exemplo do que já existe em carvoarias mecanizadas em outros estados do país,
como no caso de Minas Gerais. Toda a carga de poluentes químicos era emitida diretamente para
a atmosfera dos ambientes de trabalho e do ambiente geral, expondo os trabalhadores e as
comunidades vizinhas. Isto também se aplica aos novos fornos retangulares que passaram a ser
construídos a partir de 2011.
Os equipamentos de proteção respiratória (EPR) que passaram a ser fornecidos aos
trabalhadores não ofereciam proteção adequada para a gama de contaminantes presentes no ar
(gases ácidos e irritantes, vapores orgânicos, fumos e outras partículas finas provenientes da
fumaça, e poeiras de carvão).
As condições de trabalho dos forneiros e os elevados níveis de poeira no exercício de
suas atividades provocavam rápida saturação dos filtros e não era possível manter as máscaras
em condições higiênicas satisfatórias. Quando não em uso, as máscaras eram deixadas em locais
impróprios, em atmosferas contaminadas.

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6. RECOMENDAÇÕES

a) As carvoarias devem adotar o princípio das tecnologias limpas, visando à prevenção de


danos à saúde dos trabalhadores e a proteção do meio ambiente e comunidades vizinhas.
Para isso, devem implantar sistemas de recuperação de gases e vapores e do alcatrão,
emitidos pelos fornos em processo de carbonização, a exemplo do que já vem sendo
praticado em algumas carvoarias do Estado de Minas Gerais.

b) Devem ser adotados modelos de fornos que permitam a mecanização do enchimento com
a madeira e da retirada do carvão, como já vem sendo praticado na Fazenda Limoeiro.

c) As empresas devem providenciar a higienização dos EPR dos trabalhadores. Os EPR


devem ser higienizados e armazenados em local apropriado. Os trabalhadores devem
receber os equipamentos devidamente higienizados (diariamente, no caso dos forneiros).
Os profissionais responsáveis pela higienização dos EPR devem ser treinados pelos
fornecedores dos equipamentos.

d) As empresas devem buscar alternativas eficazes de proteção dos olhos dos trabalhadores
forneiros. Respiradores reutilizáveis, da linha facial inteira ou de pressão positiva, são
mais indicados para a proteção respiratória e dos olhos simultaneamente, mas precisam
ser testados nas atividades reais, para avaliar a eficácia dos mesmos.

e) Os EPR a serem fornecidos aos trabalhadores devem ser adequadamente definidos


considerando-se as atividades realizadas pelos mesmos. Por exemplo, para trabalhadores
que só se expõem à fumaça (ex.: o carbonizador), o EPR deve protegê-los da exposição a
gases ácidos e irritantes, a vapores orgânicos e ao material particulado fino (poeiras e
fumos). Estes equipamentos geralmente são providos de um cartucho químico combinado
com filtro mecânico de alta eficiência. As empresas devem ficar atentas para o fato de
que a saturação do filtro mecânico pode se dar antes da saturação do cartucho químico.
Um Programa de Proteção Respiratória deve ser implantado de modo a contemplar todas
estas situações.

f) Devem ser proibidas atividades ou situações que geram risco grave de acidentes para os
trabalhadores, tais como: transporte de madeira por meio de carroças (“cambiteiros”);
transporte de trabalhadores em cima das pilhas de madeira, nos caminhões ou tratores;
carregamento e descarregamento manual da madeira nos caminhões ou tratores; ignição

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164

do forno a partir do topo, quando o trabalhador tiver que subir e caminhar no topo do
mesmo; transferência de gasolina para os vasilhames de combustível dos operadores de
motosserra, utilizando a sucção com a boca; construção de fornos baixos, que dificultem
o acesso do trabalhador carregando as toras de madeira ou retirando o carvão (risco de
ferimentos na cabeça e membros superiores); carregamento de carvão para os caminhões
realizados por trabalhadores transportando cestos ou balaios cheios de carvão sobre suas
cabeças e subindo escadas que dão acesso às gaiolas dos caminhões.

g) A avalição periódica da sáude dos trabalhadores das carvoarias deve incluir avaliação
clínica do trato respiratorio, dos olhos, da pele e função renal, devido à exposição à
fumaça e ao calor, e à atividade física extenuante executada ao ar livre.

h) As carvoarias devem incluir no PCMSO o uso de indicadores biológicos de exposição à


fumaça, principalmente para aqueles trabalhadores mais diretamente expostos. Os
metabolitos do naftaleno (1-NAP + 2-NAP) e do pireno (1-OHP), que já são propostos
pela ACGIH, poderiam ser utilizados como indicadores de exposição à fumaca de
madeira. O ácido s-fenilmercaptúrico, também sugerido pela ACGIH, tem se mostrado
um indicador biológico de exposição mais aproporiado para baixas concentrações de
benzeno.

i) Deve ser proibida a abertura do forno para a retirada do carvão sem que o mesmo esteja
adequadamente resfriado e isento do risco de nova ignição da pilha de carvão. As
carvoarias devem buscar a instalação de dispositivos de leitura interna da temperatura e
de outros parâmetros que julguem necessário, que as auxiliem na definição do momento
adequado a partir do qual o forno poderá ser aberto.

j) As áreas administrativas e de convivência (escritórios, salas de treinamento, refeitórios,


vestiários, sanitários, banheiros, etc.) devem ser construídas em locais que não recebam a
pluma da fumaça proveniente dos fornos em carbonização.

k) As empresas devem planejar as atividades de enchimento dos fornos com madeira e de


retirada do carvão de modo que estes locais não estejam recebendo a fumaça proveniente
dos fornos em carbonização. Se necessário, deve buscar um novo leiaute da planta da
carvoaria.

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165

l) As empresas devem buscar meios de possibilitar aos trabalhadores forneiros o acesso à


água potável em condições higiênicas adequadas. Deve haver próximo aos fornos, local
para lavar as mãos e um bebedouro, ou ainda para a guarda das garrafas térmicas e copos,
sem que os mesmos tenham que ficar no chão, em área aberta. Outros trabalhadores que
realizam suas atividades distantes das áreas administrativas ou de vivência, também
devem ser contemplados.

m) Enquanto os sistemas mecanizados de descarregamento do forno não forem adotados, a


pilha de carvão deve ser molhada o suficiente para minimizar a geração de poeira durante
o enchimento dos carrinhos.
n) Não deve ser permitido que um único forneiro realize o enchimento ou descarregamento
dos fornos. Além de tornar-se mais extenuante do que já é, a exposição aos agentes
químicos é maior e agravada pelo esforço físico realizado. O trabalho em duplas é
também uma medida de segurança para a prevenção de acidentes.

o) No descarregamento dos fornos por duplas de forneiros, deve haver revezamento


frequente e sistemático das atividades, de modo que um deles não permaneça maior parte
do tempo dentro do forno. A maior permanência no interior do forno gera maior
exposição ocupacional aos agentes químicos e ao calor.

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166

1. APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador - CESAT/DEVISA/SESAB


Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO/MTE

PROJETO EFEITOS À SAÚDE ENTRE TRABALHADORES DA PRODUÇÃO DE


CARVÃO NO ESTADO DA BAHIA, BRASIL.

TERMO DE CONSENTIMENTO

Para ser lido por ou para todos os participantes: As informações a seguir descrevem o
estudo a ser realizado e o seu papel como participante no estudo. O entrevistador poderá
responder à qualquer questão que você tenha referente ao estudo. Por favor, leia ou ouça com
atenção e não hesite em perguntar.

O objetivo do estudo: Nós estamos convidando você a participar de uma pesquisa que será
realizada aqui no seu local de trabalho sobre a exposição à fumaça de madeira e à poeira do
carvão e da madeira, e sobre a saúde dos trabalhadores na atividade carvoeira. O CESAT, da
Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e a FUNDACENTRO-BA são as instituições que
conduzirão o trabalho em campo. O propósito desta pesquisa é de investigar os possíveis
efeitos à saúde que podem ser encontrados nos trabalhadores de carvoarias. Como parte do
estudo lhe entrevistaremos e faremos exames de material biológico. As respostas de vocês e os
resultados dos exames nos ajudarão a compreender melhor sobre os agentes de risco
ocupacionais presentes nas carvoarias, e assim será possível propor medidas de controles.
Procedimentos: Se você se decidir a participar voluntariamente da pesquisa depois de ter lido
ou ouvido este texto, por favor, assine o protocolo. O entrevistador também o fará. Depois, o
entrevistador lhe fará perguntas sobre sua idade, cidade de origem, ocupações passadas, seus
hábitos, sua percepção sobre as condições de trabalho e sobre sua saúde. A urina você mesmo
coletará num frasco que vamos fornecer. Um pessoal treinado vai coletar amostras de pele,
mucosa nasal, oral e sangue, para ver o nível de exposição e averiguar sua saúde. O sangue
será coletado por punção venosa, as amostras de pele com esparadrapo e as amostras de
mucosa com uma escova própria para tal. A coleta poderá causar dor e desconforto
momentâneos, sem maiores consequências. Espirro e lagrimas podem ocorrer depois da coleta
da mucosa nasal. Recomendamos que você fique imóvel durante o processo da coleta e siga as
instruções do pessoal para que não aconteça nenhum acidente. A função pulmonar será
avaliada com um espirômetro. Você terá que expirar para dentro de um tubo para ver sua
capacidade pulmonar. Embora a possibilidade seja bastante remota, se o procedimento de
coleta induzir algum dano a sua pessoa, o projeto será responsável pelo custo do tratamento,
transporte e medicação necessários para o restabelecimento do participante. O material
biológico coletado será utilizado unicamente para fins desta pesquisa.
Amostras de ar ambiental também serão coletadas para análise. Alguns de vocês podem ser
requisitados para carregara uma bomba de ar na cintura e um amostrador ao redor do pescoço
ou do peito. Neste caso, você deverá continuar normalmente sua rotina de trabalho.

Sigilo e privacidade: Suas respostas às nossas perguntas ou a informação sobre seu exame
médico e as análises de laboratório serão confidenciais e somente você e os pesquisadores
terão acesso a eles. Você não será individualmente identificado em nenhuma de nossos
relatórios ou publicações que resultarão deste estudo. Você receberá os resultados das análises
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167

realizadas em sua urina, sangue, mucosa nasal e pele. A sua participação ou a não-participação
neste projeto não deverá interferir em sua relação de trabalho.
Se você necessitar de algum outro tipo de avaliação médica, o pessoal em campo poderá lhe
dar indicações de como proceder e onde recorrer. No entanto, o custo dessas avaliações não
serão da responsabilidade do projeto ou das instituições participantes do projeto.

Participação voluntária: Sua participação na pesquisa é voluntária. Você pode recusar a


participar ou pode desistir de participar a qualquer momento. Você não precisa responder a
todas as questões durante a entrevista. Você receberá uma cópia deste termo de
consentimento. Você não será responsabilizado por nenhum custo relacionado a esta pesquisa.

Contatos: Se você vier a ter perguntas sobre sua participação neste estudo ou sobre os seus
direitos como um participante no estudo, por favor entre em contato com os coordenadores do
estudo: Mina Kato, da FUNDACENTRO-BA, (071) 341-1412, ou Dr. Marco Rego, na Fac.
Medicina da UFBA, (71) 237-7353, ou o Comitê de Ética em Pesquisa do Conselho Nacional do
Câncer (CEP/CICAN), 71-357-1624 (ramal 201), coordenador: Antônio Fábio de Medrado
Araújo, ou o Comitê de Ética da Escola de Saúde Pública da Universidade da Carolina do Norte
em Chapel Hill, NC. O endereço dessa última instituição é: Institutional Review Board, School of
Public Health, University of North Carolina at Chapel Hill, NC 26599-7400, Estados Unidos da
América.

Consentimento: Eu ,

_________________________________________________________________ li ou ouvi a
leitura do consentimento informado. Tive a oportunidade de perguntar questões sobre o projeto
e elas foram respondidas para minha completa satisfação. E, sou voluntário em participar do
projeto.

_____________________________________ ___________________
Assinatura do participante ou Digital Data

Nome da testemunha: ____________________________________________

_____________________________________ ________________
Assinatura da testemunha Data

Nome da testemunha: ____________________________________________

_____________________________________ ________________
Assinatura da testemunha Data

_____________________________________ ________________
Assinatura do coordenador do projeto Data
Fundacentro-BA ou Cesat-SESAB

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2. APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO RESPONDIDO PELOS TRABALHADORES DAS


CARVOARIAS.

Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho -


FUNDACENTRO/MTb
Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador - CESAT/SUVISA/SESAB

EFEITOS À SÀUDE ENTRE TRÀBÀLHÀDORES DE CÀRVOÀRIÀS

1. Questionário número: _ _ _ ques _ _ _


2. Data: _ _ / _ _ / _ _ data _ _/_ _/_
_
3. Início da entrevista: _ _: _ _ h
4. Entrevistador: entdor
5. Empresa: empr
6. Localidade: local
7. Bateria: bat
DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS
8. Nome do entrevistado: nome
9. Data de nascimento: _ _ / _ _ / _ _ nasc
10. Idade: __ __anos completos idade
11. Local de nascimento: cidade__________________________________ estado nat
__ __
12. Estado civil atual: (1)solteiro (2)casado (3)com companheira civil
(4)viúvo (5)separado/divorciado/desquitado
13. Onde você dorme a maior parte do tempo? (1)no local de mora
trabalho(alojamento da empresa) (2)casa de família(mulher e
filhos) (3)casa de parentes (outros familiares)
(4)outro:___________________
14. Qual a sua cor? (auto referida): (1)branco (2)mulato claro (3)mulato cor
escuro (4)negro (5)índio (6)outra: ________________
15. Cor segundo o entrevistador: (1)branco (2)mulato claro (3)mulato color
escuro (4)negro (5)índio (6)outra: ________________
16. Até que ano (série) você estudou na escola? escola _ _
Completei o (a) _____ano (série) do ________________ na escola.
17. Qual sua religião? (0)sem religião (1)Católica relig
(2)protestante/crente/evangélico (3)espírita (4)candomblé/umbanda
(5)outra_______________ (8)não sabe
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18. Qual a sua renda média atual? R$________________ OU __ __ Salários- salar


mínimos
CONSUMO DE TABACO
19. Você masca fumo? (0)sim, ainda fuma (99)não/nunca sim, mas masca _ _
parou há __anos
20. Você já fumou?: (0)sim, ainda fuma (99)não/nunca sim, mas fuma _ _
parou há __anos
*21. Há quantos anos você fuma ou durante quantos anos você fumou? há _ _ fumanos _ _
anos OU durante _ _ anos (88)nsa
*22. O que você fuma ou fumou MAIS? (1)cigarro comercial (2)cigarro de cigarro
palha (3)charuto (4)cachimbo (5)outro:___________________
(8)nsa
*23. Quantos CIGARROS em média você fuma ou fumava por dia ou por fumquan _ _
semana?
__ __ cigarros/dia OU ___ ___cigarros/semana (8)nsa
*24. Se já parou de fumar, por que você parou?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
___ (8)nsa
CONSUMO DE BEBIDA ALCOÓLICA
25. Você bebe ou bebia bebida alcoólica? (0)sim, bebe (99)não, bebe _ _
nunca bebeu bebia, mas não bebe mais há _ _ anos
*26. Com que idade você começou a beber? _ _ anos (8)nsa bebquan _ _
*27. Há quanto anos você bebe(bebeu)? _ _anos (8)nsa bebano _ _
*28. Qual bebida você costuma(va) beber mais freqüentemente? (1)cerveja bebque
(2)cachaça (3)vinho (4)uísque/conhaque
(5)outra:___________________ (8)nsa
*29. Qual a quantidade média dessas bebidas que você costuma(va) beber por álcool -_ _ _
semana? (inclui o fim de semana)
Cerveja: __ __copos/semana OU __ __ garrafas/semana
Cachaça __ __copos/semana OU __ __ doses/semana OU __ __
garrafas/semana
outra:_______________ __ __copos(garrafas, doses)/semana
(888)nsa
*30. Se parou de beber, por que você
parou?____________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
___________________________________________________________(8)nsa
CONSUMO DE ALIMENTOS

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31. O que você BEBEU e COMEU durante o dia de ontem?


manhã:____________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
tarde:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
noite:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
32. Durante esta semana que passou, incluindo ontem e o final de semana, você
comeu: carne _ _
Carne grelhada, frita ou assada/churrasco/espeto na brasa: ___ ___ vezes por peixe _ _
semana agriao _ _
Peixe grelhado, frito ou assado: ___ ___ vezes por semana tomate _ _
Agrião cru: __ __ vezes por semana cenoura _ _
Tomate cru: ___ ___ vezes por semana outrau _ _
Cenoura crua: __ __ vezes por semana abobo
Outra (crua) _____________________: ___ ___ vezes por semana couve
Outra (crua) _____________________: ___ ___ vezes por semana outraz:
Abóbora ou cenoura cozida: __ __ vezes por semana fruta _ _
Couve cozida ou frita: __ __ vezes por semana
Espinafre, couve-flor ou brocoli (cozidos): __ __ vezes por semana
Outra (cozida) _____________________: ___ ___ vezes por semana
Outra (cozida) _____________________: ___ ___ vezes por semana
Frutas frescas: ___ ____vezes por semana.
Quais?__________________________________
__________________________________________________________________
__________
HÁBITOS DE HIGIENE
33. Você normalmente toma banho todos os dias depois do trabalho? (0)não, banhotra
menos de 2 vezes por semana (1)na maioria dos dias da semana (2)sempre
34. Você geralmente toma outro banho durante o dia além desse que depois do banhout
trabalho? (0)não (1)sim, um outro banho (2)sim, mais de um
outro banho
35. Você usa sabonete no banho? (0)não (1)de vez sabonete
em quando (2)na maioria das vezes (3)sempre
36. Você escova os dentes todos dias? (0)não (1)sim
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*37. Quantas vezes ao dia você escova os dentes? (0)nsa (1)uma (2)duas (3)três dente
(4)mais de três
*38. Você usa pasta de dente? (0)não, menos de 2 vezes por semana (1)na pastaden
maioria dos dias da semana (2)sempre (8)nsa
39. Sua gengiva (boca) costuma sangrar quando escova os dentes? (0)não gegngiv
(1)de vez em quando (2)na maioria das vezes (3)sempre
40. Você costuma palitar os dentes? (0)não (1)de palita
vez em quando (2)na maioria das vezes (3)sempre
41. Você costuma mastigar palitos ou capim? (0)não capim
(1)de vez em quando (2)na maioria das vezes (3)sempre
SINTOMAS (pele, olhos cabeça)
42. Você tem ou teve algum problema na pele nos últimos 3 meses? pele
Coceira: ? (0) não (1) sim Em que parte do
corpo?________________________
Vermelhidão: ? (0) não (1) sim Em que parte do
corpo?________________________
Ardência ? (0) não (1) sim Em que parte do
corpo?________________________
Infecção com pus: ? (0) não (1) sim Em que parte do
corpo?________________________
outro?_________________________ Em que parte do
corpo?________________________
43. Você costuma ter dor de cabeça ? (0) não (1) sim (7)não cafale
sabe
44. Você teve dores de cabeça nos últimos 3 meses? (0) não (1) cefalatu
sim
*45. Com que freqüência você tem dores de cabeça? (1)Diariamente, na maior cefreq
parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*46. Em que período do dia você sente mais dores de cabeça? (1)de manhã cefepoc
quando acorda (2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:
_______________________ (8)nsa
47. Você costuma ter coceira nos olhos ? (0) não (1) sim sinust
(7)não sabe
48. Você teve coceira nos olhos nos últimos 3 meses? (0) não (1) sinuatu
sim
*49. Com que freqüência você tem coceira nos olhos? (1)Diariamente, na maior sinufreq
parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*50. Em que período do dia você sente mais coceira nos olhos? (1)de manhã tosepoc
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quando acorda 2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:


_______________________ (8)nsa
51. Você costuma ter os olhos irritados? (0) não (1) sim olhos
(7)não sabe
52. Você teve os olhos irritados nos últimos 3 meses? (0) não (1) olhatu
sim
*53. Com que freqüência você tem os olhos irritados? (1)Diariamente, na maior olhofreq
parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*54. Em que período do dia você sente os olhos mais irritados? (1)de manhã olhepoc
quando acorda 2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:
_______________________ (8)nsa
55. Você costuma lacrimejar (ficar com os olhos cheios d´água)? (0) não (1) lavrim
sim (7)não sabe
56. Você lacrimejou nos últimos 3 meses? (0) não (1) sim lacratu
*57. Com que freqüência você fica com os olhos cheios d´água? (1)Diariamente, lacfreq
na maior parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*58. Em que período do dia você sente mais os olhos lacrimejando? (1)de lacrepoc
manhã quando acorda 2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:
________________ (8)nsa
SINTOMAS RESPIRATÓRIOS
59. Você costuma espirrar muito? (0) não (1) sim espir
60. Você espirrou muito nos últimos 3 meses? (0) não (1) sim espiatu
61. Você costuma tossir? (0) não (1) sim tosse
62. Você teve tosse nos últimos 3 meses? (0) não (1) sim tosatu
*63. Com que freqüência você tosse? (1)Diariamente, na maior parte do ano tosfreq
(2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano (3)Alguns dias durante o
ano (4)Só quando faz frio (5)outro:_____________________________
(8)nsa
*64. Em que período do dia você tosse mais? (1)de manhã quando acorda tosepoc
(2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:
_______________________ (8)nsa
*65. Você tem catarro (escarro) quando tosse? (0)não (1)de catos
vez em quando (2)na maioria das vezes (3)sempre (5)não
sabe (8)nsa
*66. Se você tem tosse com catarro, isto ocorre mais pela manhã quando você catosman
acorda?
(0) não (1) sim (7)não sabe (8)nsa

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67. Você tem catarro mesmo sem a tosse? (0) não (1) sim catar
68. Você teve catarro nos últimos 3 meses (com ou sem tosse)? (0) não catratu
(1) sim
*69. Com que freqüência você tem catarro sem tosse? (0)nunca catrfreq
(1)diariamente, na maior parte do ano (2)na maioria dos dias, ao menos 3 meses
por ano (3)alguns dias durante o ano (4)só quando faz frio
(5)outro:_______________________ (8)nsa
*70. Em que período do dia você tem mais catarro? (1)de manhã quando catepoc
acorda (2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (8)Outro:
_______________________ (8)nsa
71 Já teve catarro com sangue (com ou sem tosse)? (0) não (1) sim catsang
(7)não sabe
72. Você teve catarro com sangue nos últimos 3 meses? (0) não (1) casatu
sim (7)não sabe
73. Você tem pigarro normalmente? (0) não (1) sim piga
74. Você teve pigarro nos últimos 3 meses? (0) não (1) sim
*75. Com que freqüência você tem pigarro? (1)Diariamente, na maior pigaratu
parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8) nsa
*76. Quando você tem mais pigarro? (1)de manhã quando acorda entuatu
(2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:
_______________________ (8)nsa
77. Você costuma ter o nariz entupido? (0) não (1) sim entup
78. Você teve muito nariz entupido nos últimos 3 meses? (0) não (1) entuatu
sim
*79. Com que freqüência você tem o nariz entupido? (1)Diariamente, na maior entufreq
parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*80. Quando você sente mais o nariz entupido? (1)de manhã quando acorda entepoc
(2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:
_______________________ (8)nsa
81. Você costuma ter o nariz escorrendo? (0) não (1) sim escoatu
82. Você teve o nariz escorrendo nos últimos 3 meses? (0) não (1) sim escatu
*83. Com que freqüência você tem o nariz escorrendo? (1)Diariamente, na escfreq
maior parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ c
*84. Em que período do dia você tem mais nariz escorrendo? (1)de manhã escepoc
quando acorda (2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:

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174

_______________________ (8)nsa
85. Você costuma ter sinusite? ? (0) não (1) sim (7)não sinust
sabe
86. Você teve sinusite nos últimos 3 meses? (0) não (1) sim sinuatu
*87. Com que freqüência você tem crises (ataques) de sinusite? (1)Diariamente, sinufreq
na maior parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*88. Em que período do dia você sente mais a sinusite? (1)de manhã quando sinepoc
acorda 2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:
_______________________ (8)nsa
89. Você costuma ter piados (chiado) no peito? (0) não (1) sim piado
90. Você teve piados no peito nos últimos 3 meses? (0) não (1) piatu
sim
*91. Com que freqüência você tem chiado no peito? (1)Diariamente, na maior piafreq
parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*92. Em que período do dia você tem mais chiado no peito? (1)de manhã piepoc
quando acorda (2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:
_______________________ (8)nsa
*93. Isto interfere no seu trabalho? ? (0) não (1) sim (7)não piatrab
sabe (8)nsa
94. Você tem dificuldade para respirar? (0) não (1) sim respi
95. Você teve dificuldade para respirar nos últimos 3 meses? (0) não (1) sim respatu
*96. Com que freqüência você tem dificuldade para respirar? (1)Diariamente, na respfreq
maior parte do ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*97. Em que período do dia você sente mais a dificuldade para respirar? respepoc
(1)de manhã quando acorda (2)durante o dia (3)de noite,
antes de dormir (8)Outro: _______________________
(8)nsa
*98. Você tem que parar para respirar quando caminha em um lugar plano? resplan
(0) não (1) sim (8)nsa
*99. Você tem dificuldade para respirar quando caminha depressa ou sobe uma resplad
ladeira?
(0) não (1) sim (8)nsa
*100. Você tem dificuldade para respirar quando caminha com gente de sua respand
idade?
(0) não (1) sim (8)nsa

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175

101. Você costuma ter tonturas (ficar zonzo)? (0) não (1) sim tontu
102. Você teve tonturas nos últimos 3 meses? (0) não (1) sim tontatu
*103. Com que freqüência você tem tonturas? (1)Diariamente, na maior parte do tontufreq
ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano
(3)Alguns dias durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*104. Em que período do dia você tem tonturas? (1)de manhã quando acorda tontepoc
(2)durante o dia (3)de noite, ao dormir (5)Outro:
_______________________ (8)nsa
105. Você costuma desmaiar? (0) não (1) sim desma
106. Você desmaiou nos últimos 3 meses? (0) não (1) sim desmatu
*107. Com que freqüência você tem desmaios? (1)Diariamente, na maior parte do desmfreq
ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano (3)Alguns dias
durante o ano (4)Só quando faz frio
(5)outro:_____________________________ (8)nsa
*108. Em que período do dia você tem mais desmaios? (1)de manhã quando desmepoc
acorda (2)durante o dia (5)de noite, antes de dormir (5)Outro:
_______________________ (8)nsa
109. Você costuma ficar gripado? (0)não (1)sim
*110. Você ficou gripado nos últimos 3 meses ? (0)não
(1)sim
*111. Com que freqüência você fica gripado? (1)Diariamente, na maior parte do
ano (2)Na maioria dos dias, ao menos 3 meses por ano (3)Alguns dias
durante o ano (4)Só quando faz frio (5)outro:_________________
(8)nsa
112. Você tem percebido piora destes sintomas mencionados? Há quanto tempo?
Tosse (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __ piortos
meses piorcat
Catarro (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __ piorcs
meses piorpig
Catarro + sangue (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __ pioratch
meses piorent
Pigarro (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __ pioresc
meses
piorsin
Espirro (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __
meses piorpia
Nariz entupido (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __ piordif
meses piordor
Nariz escorrendo (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __ piorolh
meses piorple
Sinusite (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __ piordesm
meses piorton

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176

Piados (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __


meses
Dificuldade de respirar (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __
meses
dor de cabeça (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __
meses
problemas nos olhos (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __
meses
problemas na pele (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __
meses
desmaios (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __
meses
tonturas (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __
meses
gripe (0) não (7)não sabe (1) sim, há __ __
meses
113. Nos últimos 3 meses, você usou remédio de farmácia, remédio caseiro ou
chás por causa de: remtos
tosse (0) não (1) sim. Qual? ____________________ remcat
catarro (0) não (1) sim Qual?____________________ remcs
catarro + sangue (0) não (1) sim Qual?____________________ rempig
pigarro (0) não (1) sim Qual?____________________ rement
nariz entupido (0) não (1) sim Qual?____________________ remesc
nariz escorrendo (0) não (1) sim Qual?____________________ remsun
sinusite (0) não (1) sim Qual?____________________ rempia
piados (0) não (1) sim Qual?____________________ remdif
dificuldade de respirar (0) não (1) sim Qual?____________________ remdor
dor de cabeça (0) não (1) sim Qual?____________________ remolh
problemas nos olhos (0) não (1) sim Qual?____________________ remple
problemas na pele (0) não (1) sim Qual?____________________ remdesm
desmaios (0) não (1) sim Qual?____________________ remton
tonturas (0) não (1) sim Qual?____________________
gripe (0) não (1) sim Qual?____________________
114. Já precisou procurar um médico ou hospital por causa de:
tosse (0) não (1) sim E curou? (0) não medtos
(1) sim medcat
catarro (0) não (1) sim E curou? (0) não medcs
(1) sim medsin
catarro + sangue (0) não (1) sim E curou? (0) não medpia
(1) sim medif
sinusite (0) não (1) sim E curou? (0) não medor
(1) sim
medolh
piados (0) não (1) sim E curou? (0) não
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177

(1) sim medpel


dificuldade de respirar (0) não (1) sim E curou? (0) não medesm
(1) sim meton
dor de cabeça (0) não (1) sim E curou? (0) não
(1) sim
problemas nos olhos (0) não (1) sim E curou? (0) não
(1) sim
problemas na pele (0) não (1) sim E curou? (0) não
(1) sim
desmaios (0) não (1) sim E curou? (0) não
(1) sim
tonturas (0) não (1) sim E curou? (0) não
(1) sim
gripe (0) não (1) sim E curou? (0) não
(1) sim
ENFERMIDADES
115. Você já teve algumas destas doenças diagnosticados por um médico?
Anemia (0) não (1) sim anemia
Asma (0) não (1) sim asma
Bronquite (0) não (1) sim bronqit
Sinusite (0) não (1) sim sinusite
Tuberculose (0) não (1) sim tubercul
Água na pleura (0) não (1) sim agapleur
Pneumonia (0) não (1) sim pneumon
Doença do fígado (0) não (1) sim figado
Doença de chagas (0) não (1) sim chagas
Diabetes (0) não (1) sim diabet
Parasitoses (verme) (0) não (1) sim QUAL (quais)? parasit
________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Outra(s)
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_______
116. Já fez alguma cirurgia? (0) não (1) sim cirur
Se sim, qual(quais)?
_________________________________________________________
________________________________________________________________
117. Você já foi para um hospital por que sofreu um acidente? (0) não hospit
(1) sim
Se sim, por que?
___________________________________________________________
_________________________________________________________________
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178

__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
ACIDENTE DE TRABALHO? (0) não (1) sim
118. Tem notícias de câncer na família? (0) não (1) sim cancer
Se sim, qual o tipo e em que membro da família (pai, mãe e irmãos)
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
EXPOSIÇÃO A AGENTES QUÍMICOS
119. Enquanto está trabalhando aqui na empresa, você normalmente usa: lamp1
lampião(candeeiro) a querosene: (0) não (1) sim lenha1
fogo a lenha: (0) não (1) sim carv1
fogo a carvão: (0) não (1) sim vene1
uso de veneno agrícola (aplicação de agrotóxicos): (0) não (1) sim imp1
impermeabilizante: (0) não (1) sim serra1
motoserra (0) não (1) sim
trator (0) não (1) sim
caminhão (0) não (1) sim
algum produto químico?___________________________________________
120 Se voce dorme no local de trabalho: Enquanto você não está trabalhando, lamp2
mas está por aqui na empresa, você normalmente usa: lenha2
lampião(candeeiro) a querosene: (0) não (1) sim carv2
fogo a lenha: (0) não (1) sim vene2
fogo a carvão: (0) não (1) sim imp2
uso de veneno agrícola (aplicação de agrotóxicos): (0) não (1) sim serra2
impermeabilizante: (0) não (1) sim
aplica veneno para insetos (0) não (1) sim
motoserra (0) não (1) sim
trator ou caminhão (0) não (1) sim
algum produto químico?___________________________________________
121. Quando voce nao esta no trabalho nessa empresa, como por exemplo nos dias lamp3
de folga, você normalmente trabalha com ou usa: lenha3
lampião(candeeiro) a querosene: (0) não (1) sim carv3
fogo a lenha: (0) não (1) sim vene3
fogo a carvão: (0) não (1) sim imp3
uso de veneno agrícola (aplicação de agrotóxicos): (0) não (1) sim serra3
impermeabilizante: (0) não (1) sim
aplica veneno para insetos: (0) não (1) sim
motoserra (0) não (1) sim
trator (0) não (1) sim
caminhão (0) não (1) sim
algum produto químico?___________________________________________
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179

HISTÓRIA OCUPACIONAL
122. Quantos anos você tinha quando começou a trabalhar? __ __ anos
123. Qual é a sua função atual? func
__________________________________________________ prod
Descreva as suas tarefas
resumidamente:_____________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
___________
Ganha por produção? (0) não (1) sim
124. Trabalhou em outras funcoes nesta mesma empresa? Qual (is)?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________

125. Dê os nomes das empresas PRODUTORAS DE CARVÃO em que já


trabalhou:
Função/atividade Empresa ou localidade, Município
Período
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
________________________________________________________________

126. Quantos anos você tinha quando começou a trabalhar nas empresas de emptime
carvão? _ _ anos
(888)nsa
127. Já trabalhou em outras atividades que não a do carvoejamento (carvão)? noncoal
(0) não (1) sim
Quais? (Se na duvida da atividade, descrever no verso).
Atividade empresa
periodo
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
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__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________

Coferir se o tempo de trabalho referido nas perguntas acima corresponde ao


tempo de trabalho de toda hisotira ocupacional. Se nao, completar.
SELEÇÃO DA ATIVIDADE / PERCEPÇÃO DE RISCO
128. Por que escolheu a sua ocupação(profissão) atual? Por que trabalha nessa
ocupação?
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

129. Outras pessoas de sua família já trabalharam ou trabalham nas empresas do


carvão?
Se sim, quem e fazendo o que?
_________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________

130. Como ou com quem você aprendeu a trabalhar nessa sua ocupação atual?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

131. A empresa em que você trabalha atualmente ofereceu treinamento para você
aprender a trabalhar? (0) não (1) sim
Para fazer o quê?
__________________________________________________________

132. A empresa fornece equipamento de proteção individual para sua atividade? empepi
(0) não (1) sim
Quais?___________________________________________________________

133. Você normalmente usa esses equipamentos? (0) não (1) sim trab
Por que sim ou não?
___________________________________________________________
_________________________________________________________________

134. Alguém da empresa ensinou como usar e guardar esses equipamentos usaepi
(respirador, motoserra, ou outro equipamento)? (0) não

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(1) sim
Se sim, para quais equipamentos?
________________________________________________

135. Você gosta de seu trabalho? (0) não (1) sim gosta
Por que? (Por que não)
_______________________________________________________

136. Se não estivesse trabalhando aqui, que outro emprego ou trabalho teria? alt
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________

137. Você acha que seu trabalho é perigoso? (0) não (1) sim perigo
Por que?
_________________________________________________________________

138. Alguma coisa lhe causa medo no seu trabalho? (0) não (1) sim medo
Se sim, o quê?
_______________________________________________________________

139. Alguma coisa lhe causa preocupação no seu trabalho? (0) não (1) sim preoc
Se sim, o quê?
________________________________________________________________

140. Você acha que seu trabalho é cansativo? (0) não (1) sim cansa
Se sim, por que? ___________________________________________
__________________________________________________________
141. Em seu trabalho você corre risco de sofrer algum tipo de acidente? (0) não aciden
(1) sim
Se sim, qual?
________________________________________________________________
__________________________________________________________________

142. Você se machucou ou sofreu algum acidente enquanto trabalhava, durante o machuc
ultimo mês?
(0) não (1) sim
Se sim, por favor, descreva o machucado ou o
acidente:__________________________________________________________
__________________________________________________________________

143. Em seu trabalho você corre o risco de contrair alguma doença? (0) não (1) doenca
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182

sim
Se sim, quais?
_______________________________________________________________

144. Você precisa fazer esforço físico PESADO em seu trabalho? (0) não (1) sim pesado
145.*Esse esforço lhe traz algum incômodo? (0) não (1) sim (8) nsa. incomo
Se sim, qual? ________________________________________________
146. Tem algo a dizer sobre o seu trabalho ou a sua saúde? OU algo a comentar
sobre o questionario?

147. Final da entrevista (hora) : __ __h tempo _ _ _


min
148. Assinatura do entrevistador

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183

APÊNDICE C – Resultados de concentrações de HPAs no ar, em µg/m3, de todas as


amostras pessoais e estacionárias coletadas

1 - Amostras coletadas na Carvoaria A.

a) Amostras Estacionárias (AE).

Amostras coletadas no mesmo ponto

12/04/2007 19/04/2007

Amostra AE1 AE2 AE3 AE4 AE5 AE6

Tempo (min) 253 34 165 134 165 128

Vazão (L/min) 1,74 1,78 1,84 1,84 1,76 1,76

Naftaleno >62 295,76 >428 >580 >452 >601


Acenaftileno 10,09 33,58 71,01 116,95 72,48 115,25
Acenafteno 2,99 7,19 19,06 28,00 18,75 28,04
Fluoreno 6,71 24,28 30,96 41,63 31,41 44,07
Fenantreno 9,48 10,33 22,53 37,24 25,56 40,44
Antraceno 3,08 2,83 9,78 16,05 11,18 17,65
Fluoranteno 1,34 0,05 1,93 5,78 6,75 11,24
Pireno 1,36 0,07 1,59 4,66 6,08 9,68

(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.

(**) Valores em negrito e com sinal “>” representam concentrações mínimas em amostras que
apresentaram breakthrough superior a 25%”.

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APÊNDICE C (continuação).

b) Amostras Pessoais no Carbonizador (APC).

12/04/2007 19/04/2007 08/05/2007 21/08/2007 28/11/2007


Amostra Amostras Amostras Amostras Amostras
única consecutivas consecutivas consecutivas consecutivas
Amostra APC1 APC2 APC3 APC4 APC5 APC6 APC7 APC8 APC9
Tempo (min) 230 165 196 140 104 122 212 108 161
Vazão (L/min) 1,78 1,76 1,76 1,74 1,74 1,77 1,76 1,76 1,76
Naftaleno >81 42,02 >56 23,21 422,86 51,24 >37 18,35 10,28
Acenaftileno 8,27 5,07 7,68 2,06 42,80 7,66 4,32 3,09 2,16
Acenafteno 3,20 1,37 2,12 <0,11 15,93 1,16 0,91 <0,14 0,50
Fluoreno 7,59 3,26 4,41 1,71 20,82 3,48 3,04 1,73 0,92
Fenantreno 8,58 4,31 6,00 3,04 13,99 6,06 4,89 1,93 1,23
Antraceno 2,83 1,51 2,36 0,83 4,88 1,71 1,35 0,69 0,46
Fluoranteno 0,39 0,48 0,95 0,54 <0,39 1,30 0,48 <0,38 <0,25
Pireno 0,26 0,35 0,85 0,44 <0,39 1,28 0,49 <0,19 <0,13

(*) Valores em negrito e com sinal “>” representam concentrações mínimas em amostras que apresentaram breakthrough superior a 25%.
Valores com sinal “<” referem-se às concentrações do Limite de Quantificação (LQ) do método analítico.

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185

APÊNDICE C (continuação).

c) Amostras Pessoais no Barrelador (APB).

12/04/2007 19/04/2007 21/08/2007


Amostras Amostras Amostras Amostras Amostras Amostras
únicas consecutivas consecutivas consecutivas consecutivas consecutivas
Amostra APB1 APB2 APB3 APB4 APB5 APB6 APB7 APB8 APB9 APB10 APB11 APB12
Tempo (min) 323 310 180 181 169 201 96 150 176 209 172 208
Vazão (L/min) 1,78 1,76 1,78 1,78 1,77 1,77 1,76 1,76 1,79 1,79 1,72 1,73
Naftaleno 18,54 17,69 15,78 8,98 16,91 5,46 5,93 6,01 3,55 3,97 3,70 8,20
Acenaftileno 2,04 2,47 1,84 1,21 1,90 0,90 1,28 1,06 0,20 0,42 0,17 0,67
Acenafteno 0,70 0,68 0,43 <0,16 0,47 <0,15 <0,15 <0,10 <0,08 <0,07 <0,09 0,16
Fluoreno 1,52 1,67 1,41 0,77 1,40 0,50 0,35 0,52 0,23 0,31 0,20 0,57
Fenantreno 2,20 2,48 2,07 0,99 1,91 0,67 0,73 1,10 0,39 0,63 0,29 0,94
Antraceno 0,62 0,74 0,66 0,37 0,68 0,25 <0,39 0,33 0,14 0,20 <0,11 0,27
Fluoranteno 18,54 17,69 0,35 0,22 0,45 0,15 <0,41 <0,27 <0,09 0,15 <0,09 0,11
Pireno 2,04 2,47 0,29 0,13 0,38 0,04 <0,42 <0,27 <0,11 0,10 <0,12 <0,10

(*) Valores com sinal “<” referem-se às concentrações do Limite de Quantificação (LQ) do método analítico.

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186

APÊNDICE C (continuação)

2 - Amostras coletadas na Carvoaria B.

a) Amostras Estacionárias (AE).

01/04/2004 26/05/2004
Amostra AE1 AE2 AE3 AE4 AE5 AE6 AE7
Tempo (min) 305 46 319 189 121 123 119
Vazão (L/min) 1,48 1,70 1,68 1,76 1,90 1,90 1,90
Naftaleno 43,78 32,44 9,60 569,70 >33 >74 >75
Acenaftileno 6,06 15,06 ND 15,84 5,15 15,18 16,62
Acenafteno 1,96 ND ND 5,58 1,52 4,79 6,95
Fluoreno 7,14 5,01 0,60 5,89 3,07 8,15 13,08
Fenantreno 7,08 3,28 1,02 75,20 4,38 7,50 9,33
Antraceno 2,54 1,51 0,18 3,98 1,62 2,23 3,11
Fluoranteno 0,59 ND 0,11 4,01 1,36 0,75 0,34
Pireno 0,46 ND 0,14 3,36 1,31 0,67 0,30

(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.
(**) Valores em negrito e com sinal “>” representam concentrações mínimas em amostras que
apresentaram breakthrough superior a 25%. ND = Não Detectada a presença da substância na
amostra nas condições de análise.

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187

APÊNDICE C (continuação)

b) Amostras Pessoais no Carbonizador (APC).

01/04/2004 26/05/2004

Amostra APC1 APC2


Tempo (min) 199 425
Vazão (L/min) 1,70 1,68
Naftaleno 20,54 10,68
Acenaftileno 2,75 0,91
Acenafteno <1,53 0,14
Fluoreno 1,65 0,67
Fenantreno 2,21 1,27
Antraceno 0,47 0,32
Fluoranteno 0,37 0,18
Pireno 0,28 0,17

(*) Valores com sinal “<” referem-se às concentrações do Limite de Quantificação (LQ) do
método analítico.

c) Amostras Pessoais no Barrelador (APB).

01/04/2004
Amostra APB1 APB2
Tempo (min) 205 319
Vazão (L/min) 1,61 1,69
Naftaleno 7,18 2,29
Acenaftileno 1,60 0,66
Acenafteno <1,57 <0,97
Fluoreno 0,57 0,25
Fenantreno 0,84 0,32
Antraceno 0,22 <0,09
Fluoranteno <0,29 <0,18
Pireno <0,14 <0,09
(*) Valores com sinal “<” referem-se às concentrações do Limite de Quantificação (LQ) do
método analítico.

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188

APÊNDICE C (continuação)

3 - Amostras Coletadas nas Carvoarias C e D.

a) Amostras Estacionárias (AE).

Carvoaria C Carvoaria D
11/09/2003 25/03/2004
Amostra AE1 AE2 AE3 AE4 AE5 AE6
Tempo (min) 322 301 165 289 105 103
Vazão (L/min) 0,99 1,00 1,50 1,50 1,46 1,40
Naftaleno >30 >50 >88 >108 135,39 >67
Acenaftileno 7,49 17,01 28,46 27,19 20,70 16,41
Acenafteno 1,81 5,50 <4,86 7,41 2,59 1,61
Fluoreno 3,44 7,07 11,20 14,80 11,28 8,77
Fenantreno 11,17 16,07 23,54 45,53 12,24 11,53
Antraceno 1,35 1,98 3,55 7,28 2,42 2,24
Fluoranteno 0,94 0,65 0,73 5,89 <0,64 0,69
Pireno 0,34 ND ND 2,13 0,38 0,35

(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.
(**) Valores em negrito e com sinal “>” representam concentrações mínimas em amostras que
apresentaram breakthrough superior a 25%. Valores com sinal “<” referem-se às concentrações
do Limite de Quantificação (LQ) do método analítico. ND = Não Detectada a presença da
substância na amostra nas condições de análise.

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189

APÊNDICE D: Resultados de concentrações de benzeno no ar, em mg/m3 e ppm, de todas


as amostras estacionárias coletadas.

1 – Amostras coletadas na carvoaria A, em 22/09/2011 e 01/08/2012.

Vazão Tempo Média


Amostra mg/m3 ppm Observações
(mL/min) (min) mg/m3 ppm
22/09/2011
AE1 179 242 0,544 0,170
Coletadas em paralelo,
AE2 98,8 242 0,506 0,158 0,530 0,166
mesmo local.
AE3 62,4 332 0,542 0,170
AE4 158 252 0,368 0,115
0,360 0,112 Idem
AE5 150 252 0,352 0,110
01/08/2012
AE6 171 332 0,615 0,192
AE7 168 332 0,559 0,175 0,572 0,179 Idem
AE8 159 332 0,544 0,170
AE9 168 309 1,35 0,423
1,20 0,376 Idem
AE10 185 309 1,05 0,328

(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.
.

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190

APÊNDICE D (continuação)

2 – Amostras coletadas na carvoaria B, em 20 e 21/11/2013.

Vazão Tempo Média


Amostra mg/m3 ppm Observações
(mL/min) (min) mg/m3 ppm
20/11/2013
AE1 191 383 0,630 0,197 Coletadas em paralelo,
0,600 0,188
AE2 200 383 0,569 0,178 mesmo local
AE3 176 381 0,314 0,098 0,314 0,098 -
AE4 200 429 0,689 0,216
AE5 141 429 0,594 0,186 0,627 0,196 idem
AE6 102 429 0,660 0,207
21/11/2013
AE7 198 431 0,513 0,161
Coletadas em paralelo,
AE8 108 431 0,383 0,120 0,427 0,134
mesmo local
AE9 101 431 0,386 0,120
Coletada em sentido
AE10 154 430 0,045 0,014 0,045 0,014
contrário ao vento
AE11 162 416 0,176 0,055
Coletadas em paralelo,
AE12 145 416 0,143 0,045 0,166 0,052
mesmo local
AE13 139 416 0,180 0,056

(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.

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191

APÊNDICE D (continuação)

3 – Amostras coletadas na carvoaria B, em 10 e 11/12/2013.

Vazão Tempo Média


Amostra mg/m3 ppm Observações
(mL/min) (min) mg/m3 ppm
10/12/2013
AE14 181 243 3,26 1,02 Paralelas, coletadas a 1 m do
3,36 1,05
AE15 184 243 3,46 1,08 solo e a 1 m da chaminé
AE16 201 266 2,06 0,646 Paralelas, coletadas a 1,6 m
2,06 0,646
AE17 197 266 2,07 0,647 do solo e a 1 m da chaminé
AE18 185 406 0,314 0,098
Coletadas em paralelo,
AE19 174 406 0,359 0,112 0,339 0,106
mesmo local
AE20 186 406 0,343 0,107
AE21 188 402 0,383 0,120 0,383 0,120 Idem
AE22 202 274 0,448 0,140
AE23 191 274 0,509 0,159 0,435 0,136 Idem
AE24 192 274 0,348 0,109
11/12/2013
AE25 190 255 0,236 0,074
0,229 0,072 Idem
AE26 171 255 0,221 0,069
AE27 207 242 0,307 0,096
0,344 0,108 Idem
AE28 188 242 0,382 0,120
AE29 194 232 0,217 0,068 0,217 0,068 Idem
AE30 174 146 0,360 0,113 0,360 0,113 Idem

(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.

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192

APÊNDICE E: Resultados de concentrações de poeira de carvão, em mg/m3, de todas as


amostras pessoais coletadas.

1 – Amostras pessoais (AP) de poeira total (n = 42)

Amostra Vazão Tempo mg/m3 Carvoaria Data


(L/min) (min)
L179-04 1,01 54,0 >110 A 27/08/2008
L179-07 1,06 68,0 >33 A 27/08/2008
L179-08 1,01 72,0 >56 A 27/08/2008
L179-09 1,01 38,0 >51 A 27/08/2008
L179-10 1,01 49,0 >17 A 27/08/2008
L179-12 1,01 23,0 93,29 A 27/08/2008
L179-13 1,01 20,0 >98 A 27/08/2008
L179-14 1,01 19,0 114,01 A 27/08/2008
L91445-02 1,06 15,0 213,84 A 01/08/2012
L91445-06 1,06 52,0 >40 A 01/08/2012
L91445-07 1,04 37,0 0,53 B 07 e 08/08/2012
L91445-08 1,04 52,0 >24 B 07 e 08/08/2012
L91445-09 1,04 38,0 28,39 B 07 e 08/08/2012
L91445-11 1,04 48,0 17,69 B 07 e 08/08/2012
L91445-18 1,07 13,0 >28 B 07 e 08/08/2012
L91445-19 1,07 23,0 21,07 B 07 e 08/08/2012
L21684-22 1,04 18,0 >52 B 07 e 08/08/2012
L21684-25 1,71 37,0 0,56 B 07 e 08/08/2012
L91445-22 1,08 46,0 >8 C 21 e 22/08/2012
L91445-24 1,06 50,0 9,14 C 21 e 22/08/2012
L91445-25 1,08 20,0 9,85 C 21 e 22/08/2012
L91445-26 1,08 22,0 >16 C 21 e 22/08/2012
L91445-29 1,06 109,0 14,50 C 21 e 22/08/2012
L91445-30 1,08 63,0 >13 C 21 e 22/08/2012
L91445-31 1,05 70,0 4,12 C 21 e 22/08/2012

(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.
(**) Resultados em negrito, seguidos do sinal “>” representam a concentração mínima, em razão de
saturação do filtro ou da presença de partículas soltas durante a pesagem do mesmo.

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APÊNDICE E (continuação).

1 – Amostras pessoais (AP) de poeira total (n = 42) (continuação).

Amostra Vazão Tempo mg/m3 Carvoaria* Data


(L/min) (min)
L91445-34 1,04 26,0 >49 D 19 e 20/09/2012
L91445-36 1,18 83,0 35,63 D 19 e 20/09/2012
L91445-37 1,18 50,0 23,39 D 19 e 20/09/2012
L91445-38 1,18 60,0 15,92 D 19 e 20/09/2012
L91445-40 1,08 19,0 >40 D 19 e 20/09/2012
L91445-41 1,08 20,0 56,33 D 19 e 20/09/2012
L91445-42 1,18 200,0 1,36 D 19 e 20/09/2012
L91445-43 1,08 19,0 66,80 D 19 e 20/09/2012
L91445-44 1,03 26,0 >33 D 19 e 20/09/2012
L91445-45 1,03 25,0 27,40 D 19 e 20/09/2012
L23660-03 1,03 79,0 38,17 D 19 e 20/09/2012
L23660-05 1,03 43,0 24,03 D 19 e 20/09/2012
L23660-07 1,03 61,0 19,01 D 19 e 20/09/2012
L35903-01 1,04 201,0 1,00 D 19 e 20/09/2012
L35903-05 1,07 61,0 14,75 D 19 e 20/09/2012
L35903-06 1,07 43,0 17,41 D 19 e 20/09/2012
L35903-07 1,07 76 35,75 D 19 e 20/09/2012

(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.
(**) Resultados em negrito, seguidos do sinal “>” representam a concentração mínima, em razão de
saturação do filtro ou da presença de partículas soltas durante a pesagem do mesmo.

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APÊNDICE E (continuação).

2 – Amostras pessoais (AP) de poeira respirável (n = 35).

Amostra Vazão Tempo mg/m3 Carvoaria Data


(L/min) (min)

L179-01 1,70 40,0 8,09 A 27/08/2008


L179-02 1,73 74,0 >25 A 27/08/2008
L179-03 1,72 48,0 0,25 A 27/08/2008
L179-05 2,80 121,0 4,38 A 27/08/2008
L179-06 2,81 90,0 8,77 A 27/08/2008
L179-11 2,76 62,0 8,30 A 27/08/2008
L91445-01 1,73 41,0 9,50 A 01/08/2012
L91445-03 1,73 26,0 4,84 A 01/08/2012
L91445-04 1,73 16,0 4,94 A 01/08/2012
L91445-05 1,71 50,0 8,59 A 01/08/2012
L21864-21 1,71 29,0 1,43 A 01/08/2012
L91445-10 1,68 13,0 <0,92 B 07 e 08/08/2012
L91445-12 1,71 48,0 >16 B 07 e 08/08/2012
L91445-13 1,68 44,0 2,18 B 07 e 08/08/2012
L91445-14 1,70 20,0 3,85 B 07 e 08/08/2012
L91445-16 1,70 47,0 >12 B 07 e 08/08/2012
L91445-20 1,70 12,0 14,55 B 07 e 08/08/2012
L21684-23 1,70 58,0 >9 B 07 e 08/08/2012
L21684-24 1,68 35,0 11,37 B 07 e 08/08/2012

(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.
(**) Resultados em negrito, com o sinal “>” representam a concentração mínima, em razão de saturação
do filtro ou da presença de partículas soltas durante a pesagem do mesmo. Resultados com o sinal “<”
representam a concentração do limite de quantificação do método.

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195

APÊNDICE E (continuação).

2 – Amostras pessoais (AP) de poeira respirável (n = 35) (continuação).

Amostra Vazão Tempo mg/m3 Carvoaria* Data


(L/min) (min)
L91445-21 1,72 78,0 2,26 C 21 e 22/08/2012
L91445-23 1,71 43,0 9,64 C 21 e 22/08/2012
L91445-27 1,72 81,0 0,58 C 21 e 22/08/2012
L91445-28 1,71 114,0 >16 C 21 e 22/08/2012
L91445-33 1,70 22,0 12,02 D 19 e 20/09/2012
L91445-35 1,70 84,0 5,79 D 19 e 20/09/2012
L91445-39 1,70 46,0 6,50 D 19 e 20/09/2012
L23660-01 1,73 95,0 0,87 D 19 e 20/09/2012
L23660-02 1,71 35,0 24,07 D 19 e 20/09/2012
L23660-04 1,71 36,0 21,49 D 19 e 20/09/2012
L23660-06 1,73 143,0 1,32 D 19 e 20/09/2012
L35903-02 1,69 203,0 0,61 D 19 e 20/09/2012
L35903-04 1,71 57,0 5,23 D 19 e 20/09/2012
L31968-01 1,71 43,0 25,36 E 22/11/2012
L31968-02 1,71 15,0 35,55 E 22/11/2012
L91445-46 1,71 16,0 17,98 E 22/11/2012

(*) A identificação das carvoarias por letras maiúsculas do alfabeto refere-se apenas ao quantitativo de
carvoarias. Não quer dizer que sejam as mesmas dos demais APÊNDICES.
(**) Resultados em negrito, com o sinal “>” representam a concentração mínima, em razão de saturação
do filtro ou da presença de partículas soltas durante a pesagem do mesmo. Resultados com o sinal “<”
representam a concentração do limite de quantificação do método.

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FUNDACENTRO - FUNDAÇÃO JORGE DUPRAT
FIGUEIREDO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO
TRABALHO

CENTRO REGIONAL DA BAHIA (CRBA)


Laboratório Químico de Higiene Ocupacional

PROJETO AVALIAÇÃO DE AGENTES


CARCINOGÊNICOS/MUTAGÊNICOS EM AMBIENTES
DE TRABALHO

Exposição de Trabalhadores a Agentes Cancerígenos e Irritantes em


Carvoarias não Mecanizadas da Bahia

RELATÓRIO FINAL

SALVADOR - BAHIA

Março, 2016

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