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A Filosofia nasceu na Grécia, mais propriamente em Mileto, por volta dos inícios do século VI

a.C.

Filosofia = Philos + Sophia

Amizade Sabedoria

Philosophos ≠ Sophos, isto é: filósofo, o que ama o saber, opõe-se ao sábio, o que possui
conhecimentos e que se auto caracteriza de filosofo.

A filosofia é por isso, um amor a saber que nasce da relação que mantemos com o mundo que
nos rodeia e se desenvolve a partir da problematização e do questionamento das crenças que
formamos sobre o mesmo.

Sem se ser filósofo ou filósofa, podemos questionar-nos sobre os problemas do quotidiano,


discutindo-os e desenvolvendo novos modos que conhecer a vida e o mundo (conhecimento
empírico).

Homem Comum Filosofo


Filosofar espontâneo Filosofar sistemático
Sem exigência crítica Pensamento profundo
Pensamento comum Preocupado com o rigor conceptual
Preocupado em resolver questões do dia-a-dia Interrogações radicais

Segundo Karl Jaspers, princípio é diferente de origem. Enquanto o princípio da filosofia se


refere ao seu início, a origem da filosofia refere-se ao impulso que nos leva a filosofar.

Na perspetiva de Karl Jaspers, impulso que nos leva a filosofar pode ser desencadeado por
quatro motivos:

O espanto

A capacidade de nos espantarmos e de nos admiramos com o mundo que nos rodeia está
muito presente nas crianças, para o qual o mundo é uma verdadeira novidade. À medida que
elas crescem, começam a perder-se começando por tomar como garantido aquela curiosidade
e admiração, deixando essas questões “adormecidas” e as suas crenças tendem a cristalizar-se.
O filosofo é aquele que recupera a capacidade de se espantar e de admirar com aquilo que a
maior parte das pessoas toma por garantido, procurando a razão das nossas crenças.

A dúvida

Quando duvidamos daquilo que tomamos por garantido, ou de ideias infundadas e de opiniões
contraditórias, estamos a criar condições para o filosofar. Daí concluímos que nada nos
garante que estejamos certos acerca da veracidade dos factos, pois o conhecimento poderá
ser falso. Perante isto impõe-se a dúvida metódica, provisória e colocada ao serviço da
verdade, e não a dúvida sistemática e definitiva daqueles que duvidam por duvidar (dúvida
cética).

A consciência da fragilidade e do sofrimento

Há muitas situações na vida humana que podem gerar angústia e desespero. São chamadas
“situações-limite”, as quais também se encontram na origem do filosofar. O ser humano
reconhece a sua própria finitude dispondo-se a ultrapassá-la.

A vontade de comunicação autêntica

Karl Jaspers considera que a verdadeira origem da filosofia radica na vontade de comunicação
autêntica. Esta motivação engloba, segundo ele, todas as anteriormente referidas. De facto,
nenhum ser humano pode viver isolado, nem é fora da comunicação com os outros que a
verdade se alcança.

Objeto da filosofia totalidade do real

Objetivo da filosofia conhecer os fins últimos

Para cada um dos problemas que o ato de filosofar suscita, tendemos a formar crenças, isto é,
acreditamos ou desenvolvemos a convicção de que algo é verdadeiro. Quando nos esforçamos
por interrogar a razão de ser de tais crenças, procuramos aceder às nossas crenças
fundamentais, ou seja, aquelas que apenas se baseiam nas nossas convicções.

Filosofar Sistemático traduz-se num pensamento rigoroso em termos conceptuais,


apresentando-se sob forma de argumentação filosofia.

O que é um conceito?

É uma representação mental geral e abstrata das características comuns a todos os indivíduos
da mesma espécie. No conceito abarca a extensão do número de indivíduos.

Abstração é a representação mental destas características comuns.

Crenças/Conhecimentos o homem aceita passivamente sem analisar criticamente

Os sofistas (sábios) acreditam que o Homem não é capaz de chegar à verdade universal e
absoluta. Têm uma atitude cética, isto é, uma atitude pessimista.

Retórica arte de bem falar e de convencer (persuadir).


Em todo o conhecimento há um sujeito e um objeto. O sujeito é o que vai estudar e o objeto é
o é estudado.

Há problemas filosóficos colocados pela Filosofia que as ciências também investigam, mas há
problemas especificamente filosóficos.

A Filosofia e a Ciência são duas formas de saber distintas e complementares.

A ciência procura explicar o funcionamento da realidade, enquanto que a filosofia procura


compreender os princípios que devem orientar a existência e desvendar os fins para que tudo
supostamente caminha.

O ideal de objetividade, isto é, de obtenção d algo universalmente válido e


independentemente dos pontos de vista de diferentes sujeitos. Não se concretiza na filosofia
como nas ciências, porque nela o que há de subjetivo, isto é, relativo ao sujeito individual
pensante e ao seu modo de ser e de interpretar as coisas parece, afinal, inevitável.

Mas a subjetividade inerente à totalidade da pessoa, não equivale a um “vale tudo”. Toda a
visão filosófica do mundo deve assentar no rigor conceptual e argumentativo.

Há duas dimensões na filosofia:

Dimensão teórica: a filosofia procura conhecer a essência da realidade, visando uma


compreensão da totalidade das coisas e dos seres.

Dimensão prática: a filosofia ajuda-nos a orientarmo-nos no mundo e a encontrar uma


finalidade para a vida.

Método da Filosofia/Método Socrático

Diálogo é o primeiro momento do método, usando a ironia para levar as pessoas a terem
consciência da sua própria ignorância. A maiêutica é o segundo momento do método, onde
Sócrates leva as pessoas a refletirem e irem em busca da verdade.
Disciplinas Questões Domínios Exemplos
lógica lógicas A estrutura do A que regras devemos
pensamento e do discurso obedecer para produzir
e a correção e validade argumentos válidos?
dos argumentos
metafísica metafísicas as primeiras causas e os Qual a origem de tudo o
primeiros princípios que existe? Será que Deus
existe?
cosmológica Cosmológicas estrutura da natureza e do Como se originou o
universo Universo?
ontologia ontológicas o ser O que é o ser? Por que
razão existe o ser em vez
do nada?
gnosiologia gnosiológicas o conhecimento Qual o valor (relativo),
qual a origem e qual a
natureza do
conhecimento?
epistemologia epistemológicas as ciências Qual a validade do
conhecimento científico?
filosofia da religião religiosas o sagrado e as crenças Será que Deus existe?
religiosas Haverá vida depois da
morte?
estética estéticas e artísticas o belo e a obra de arte O que é o belo?
ética éticas a ação justa O que são o bem e o mal?
Como se deve agir?
axilogia axiológicas os valores Quais são os valores?
filosofia social e politica sociais e políticas a vida em sociedade Qual o regime político
ideal? Será que possível
alcançar uma sociedade
justa?
antropologia filosófica antropológicas o Homem O que é o Homem?
filosofia da mente relacionadas com a mente a mente O que é a mente? Qual a
sua natureza?
filosofia da existência existenciais o sentido da existência Quem somos? Existirá vida
depois da morte?

As questões filosóficas:

 São relativas às nossas crenças fundamentais;


 Geram controvérsia e discussão
 Originam um avanço na compreensão e aprofundamento do tema;
 Interessam a todos os homens
 Não são resolvidas experimentalmente

A filosofia é útil para…

Resolução de problemas: ajuda a analisar os conceitos, argumentos e problemas,


contribuindo para a organização e flexibilidade mentais, ou seja, a distinguir o essencial do
acessório e a descobrir o que há em comum em posições opostas.
Capacidade de comunicação oral e escrita: a filosofia também contribui para o
desenvolvimento de competências expressivas e comunicativas. Ela oferece a capacidade de
argumentar e identificar os erros dos argumentos, ou seja, ajuda a eliminar ambiguidades e
imprecisões escritas e orais.
Poder de persuasão: ajuda a desenvolver a capacidade de ser convincente, aprende a
defender os próprios pontos de vista e construir bons argumentos e exemplos ilustrativos.

Instrumentos lógicos do pensamento

A nível do pensamento: Ao nível da linguagem:

Conceito termo (expressão verbal do conceito)

Juízo proposições (as frases declarativas)

Raciocínio argumento

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