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Licenciatura em Química
Química Inorgânica Experimental II
Relatório de Experimento: “Reatividade e Identificação dos metais alcalinoterrosos”
1. APRESENTAÇÃO
Este relatório descreve as atividades desenvolvidas por Maria Cristina Azevedo
Marques no curso de licenciatura em química do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Bahia, Campus Porto Seguro, no âmbito da disciplina QUI-041-Quimíca
Inorgânica Experimental II, ministrada pelo Prof. André Rosa Martins, durante o 2º semestre
de 2012.
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M. Cristina A. Marques 1
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Química Inorgânica Experimental II
Relatório de Experimento: “Reatividade e Identificação dos metais alcalinoterrosos”
2. INTRODUÇÃO
Os elementos pertencentes à tabela periódica que se situam no grupo 2 são
denominados metais alcalinoterrosos. Este grupo é constituído pelo Berílio (Be), Magnésio
(Mg), Cálcio (Ca), Estrôncio (Sr), Bário (Ba) e Radio (Ra). Todos os elementos deste grupo
possuem dois elétrons na camada de valência, em razão dessa característica, eles têm a
tendência de perder esses dois elétrons, originando cátions de carga 2+. Em consequência
são mais duros, tem maior energia de ligação, pontos de fusão e pontos de ebulição mais
elevados, porém são menos reativos que os elementos do Grupo 1.[1]
Os átomos são grandes, mas menores do que os do grupo 1 porque a retirada
de dois elétrons aumenta a carga nuclear efetiva, pois a carga adicional do núcleo faz com
que esta atraia mais fortemente os elétrons, de modo que a energia necessária para
remover o primeiro elétron é maior do que dos elementos dos metais alcalinos. A energia
necessária para remover o segundo elétron é quase o dobro daquela necessária para
remover o primeiro. A energia total requerida para obter os íons divalentes gasosos dos
elementos dos metais alcalinos terrosos (primeira energia de ionização + segunda energia
de ionização) é mais de quatro vezes maior que a energia necessária para formar um íon
M+ a partir dos correspondentes elementos metais alcalinos. As energias de hidratação dos
íons do grupo 2 são cerca de quatro vezes maior que as dos íons do grupo 1. Isso se deve
ao menor tamanho e à maior carga, e o valor de ΔHhidr decresce de cima para baixo no
grupo, à medida que aumenta o tamanho dos íons. Como são cátions menores e de maior
carga, geram um campo elétrico maior, que envolve maior quantidade de moléculas de
água. [1]
Os metais alcalinoterrosos ocorrem espalhados na crosta terrestre na forma de
carbonatos, silicatos , fosfatos e sulfatos, sendo o magnésio e cálcio os mais abundantes. O
magnésio e o cálcio são essenciais ao ser humano; o magnésio é um importante constituinte
da clorofila e o cálcio está presente nos ossos. [2]
Os elementos do Grupo 2 formam compostos simples com hidrogênio, oxigênio
e halogênios e também formam vários oxossais. As propriedades dos compostos são
predominantemente iônicas, com exceção dos compostos de berílio que formam compostos
covalentes, pois seu raio é pequeno e tem carga elevada, possui uma eletronegatividade
relativamente alta. Os compostos do Grupo 2 são menos solúveis em água do que aqueles
dos elementos do Grupo 1, embora as entalpias de hidratação sejam mais negativas. A
solubilidade da maioria dos sais diminui com o aumento de seu peso atômico, embora se
observe a tendência inversa no caso dos fluoretos e hidróxidos deste grupo. A solubilidade
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3. OBJETIVOS
- Observar o comportamento dos metais alcalinoterrosos frente à água.
- Identificar elementos do Grupo 2 através de testes de precipitação.
- Avaliar a alteração de solubilidade de diferentes séries de sais dos elementos do Grupo 2.
- Analisar o caráter ácido-base de compostos dos elementos alcalinoterrosos.
4. PARTE EXPERIMENTAL
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5. RESULTADOS
No primeiro procedimento observou-se a aparência metálica da fita de magnésio
e lixou-se para retirar a camada protetora de MgO para acelerar a reação, a seguir colocou-
se a fita de magnésio lixada em contato com a água e a fenolftaleína, após algum tempo
pode-se observar que na solução contida no tubo de ensaio houve reação e a formação de
uma substância alcalina, pois próximo da fita de magnésio constatou-se uma coloração
rosada. Este experimento mostrou a natureza reativa do metal ocorrendo desprendimento
de gás hidrogênio e a formação de hidróxido.
A equação da reação descrita acima é:
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0,25 molL-1 de hidróxido de sódio, recém preparada com água fervida).A tabela a seguir
apresenta os resultados obtidos:
Sulfato de Sódio:
A solubilidade dos sulfatos em água diminui ao descer pelo grupo dos metais
alcalinos terrosos: Be>Mg>Ca>Sr>Ba. Assim, MgSO4 é solúvel, mas o CaSO4 é pouco
solúvel, enquanto que os sulfatos de Sr e Ba, são praticamente insolúveis. A solubilidade
muito maior do MgSO4 é decorrente das elevadas entalpias de solvatação do íon Mg2+, bem
menor que os demais.
Cromato de potássio:
Nota-se que na primeira e na segunda reação os produtos formados são
solúveis, portanto, não há formação de precipitado. Já nas duas reações seguintes, há a
formação de precipitado porque o cromato de metal alcalino-terroso formado é insolúvel, já
que, como os íons envolvidos são muito grandes, é necessária uma energia de hidratação
muito grande para que eles se solubilizem, e a energia de hidratação não supera a ligação
entre os íons, já que como os cátions e o ânion são grandes, ficam estabilizados.
Hidróxido de Sódio:
Os hidróxidos aumentam consideravelmente sua solubilidade com a dimensão
do íon metálico, então o hidróxido mais solúvel é o hidróxido de bário, isto em função da
diminuição da energia de rede. Os óxidos e os hidróxidos dos metais alcalinos terrosos
apresentam caráter básico e a basicidade aumenta com o tamanho do íon metálico, isto é, o
Mg < Ca < Sr < Ba.
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3º Experimento
Tomou-se duas amostras desconhecidas e através de reações com os mesmos
ânions do segundo experimento obteve-se o seguinte resultado:
Tabela 2 – Análise qualitativa dos cátions
Amostra 1 Amostra 2
Sulfato de Sódio Solução límpida Precipitado
Cromato de Potássio Solução amarela Precipitado gel
Hidróxido de sódio Solução turva Solução turva
4º Experimento
Colocou-se em vidros de relógios um pouco de cada um dos nitratos utilizados no
experimento 2, além do produto obtido no primeiro experimento com a queima da fita de
magnésio. Testou-se a condutividade elétrica e foi medido o pH de cada substancia e
obteve-se o seguinte resultado:
Tabela 3 – comportamento dos alcalinoterrosos em água
pH Condutividade
Nitrato de magnésio 4 acendeu
Nitrato de cálcio 5 acendeu
Nitrato de estrôncio 5 acendeu
Cloreto de bário 5 acendeu
Queima da fita de magnésio 8 acendeu
6. DISCUSSÃO
1ª experimento:
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3º experimento:
4º experimento:
No quarto experimento pudemos notar que somente o produto obtido com a queima da fita
de magnésio formou uma solução alcalina.
O nitrato é um íon poliatômico que apresenta carga pequena, –1, e raio iônico de 165 pm.
Essas características lhe conferem uma baixa entalpia de hidratação e entropia
relativamente elevada em água. Se compararmos com o CO32-, constataremos que a
entropia deste íon hidratado é consideravelmente menor. Embora o íon carbonato tenha raio
(164 pm) muito próximo ao do íon nitrato, a carga é duas vezes maior. A elevada relação
carga/raio aumenta a energia reticular dos carbonatos que é compensada pelo aumento da
energia de hidratação deste ânion. Por outro lado, a alta afinidade pela água resulta numa
maior organização das moléculas de água em torno deste íon comparada ao íon NO3-
hidratado, o que desfavorece o processo de dissolução do ponto de vista entrópico.
7. CONCLUSÕES
A partir destes experimentos, pode-se concluir que os metais alcalino-terrosos são
reativos, e a solubilidade dos seus compostos, de forma geral, diminui conforme
aumenta o raio atômico, com exceção dos hidróxidos. Por serem reativos e tenderem
a perder elétrons, atuam como agentes redutores. Reagem com água formando bases,
e com o oxigênio formando óxidos. Reagem de forma altamente espontânea na
presença de compostos que tenham hidrogênio como cátion, como os ácidos, por
exemplo.
alcalinos terrosos em contato com água liberam hidrogênio e formam hidróxidos,
assim como os alcalinos. Porem a velocidade é diferente ( o grupo 2 reage mais
lentamente que o 1)
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8. REFERÊNCIAS
[1] LEE, J.D. Química Inorgânica não tão concisa. 5th Ed., São Paulo: Edgard Blücher Ltda.,
1999. p. 139-145.
[2] RUSSEL, John B., Química Geral, 2.ed, vol.1, São Paulo: Makron, 1994.
[3] SHRIVER, D. F.; ATKINS, P. W. Química Inorgânica, 4 ed., Bookman, Porto
Alegre, 2008. 848p.
[4] SILVA, L. A.; MARTINS C. R.; ANDRADE, J.B.; Porque todos os nitratos são solúveis,
Química Nova na Escola,
9. ANEXOS
2. Quem deve ser maior: o cátion (M+) do metal alcalino ou o cátion (M2+) do metal alcalino-
terroso, de um mesmo período? Explique sua resposta.
O maior é o cátion M+ do metal alcalino porque no cátion M2+ tem dois elétrons a menos o
que aumenta a carga nuclear efetiva.
4. Após consultar uma tabela de potenciais de redução, faça uma previsão da possibilidade
de reação dos metais do grupo 2 com a água e dos produtos que serão formados.
Com exceção do berílio, os metais alcalino-terrosos (M) reagem com água formando
hidrogênio: M (s) + 2H2O → M(OH)2 + H2
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7. Quais são os cátions presentes nas amostras desconhecidas? Justifique sua resposta.
8. Por que dos íons alcalinoterrosos, apenas o Be2+ reage com a água?
O potencial de redução do berílio é muito menor que aqueles dos demais elementos do
grupo. Isso indica que o Berílio é muito menos eletropositivo que os outros elementos do
grupo, e não reage com a água.
A interação é mais forte com o Berílio, pois este possui maior carga líquida e menor raio
(observar a relação carga/raio). O cátion terá
maior interação com a água quanto maior for sua relação carga/raio
9. O que você pode concluir sobre o comportamento dos compostos dos alcalinoterrosos em
água? Discuta sua resposta.
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