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12362017 1777
revisão review
segundo método dos escores: uma revisão sistemática
Abstract This article describes a systematic re- Resumo O presente artigo tem como objetivo re-
view of the literature on studies that have used the visar de forma sistematizada a literatura relativa
scores method proposed by Fornés et al. (2002) to a estudos que utilizaram o método dos escores pro-
evaluate food consumption and discuss the meth- posto por Fornés e colaboradores, em 2002, para
od from the perspective of food pattern assessment. avaliar o consumo alimentar e discutir o método
The search of the Medline, Lilacs and Scielo data- na perspectiva de avaliação do padrão alimentar.
bases was limited to the English, Portuguese and Foi realizada busca de artigos nas bases de dados
Spanish languages and to articles published from Medline, Lilacs e Scielo. Limitou-se a busca aos
2002 to 2016. The inclusion criterion was studies idiomas inglês, português e espanhol e aos artigos
that used the scores method proposed by Fornés publicados de 2002 até 2016. Os critérios de inclu-
et al. to evaluate food consumption. The original são foram: estudos que utilizaram o método dos es-
search found 8300 items. After reading titles and cores proposto por Fornés et al. para avaliar o con-
abstracts and applying the exclusion criteria, 14 sumo alimentar. Foram encontrados 8.300 artigos
articles were selected. The articles evaluating food na busca inicial. Após leitura de títulos, resumos e
pattern used different groupings and examined aplicação de critérios de exclusão, 14 artigos foram
associations with anthropometric, socioeconomic selecionados. Os artigos avaliaram o padrão ali-
and biochemical variables. It was concluded that mentar adotando diferentes grupos e verificaram
the scores method is able to evaluate food patterns associações com variáveis antropométricas, socio-
and enables associations to be established between econômicas e bioquímicas. Concluiu-se que o mé-
anthropometric, biochemical, socioeconomic and todo dos escores constitui uma ferramenta capaz
clinical variables and the components of the study de avaliar os padrões alimentares e que permite
diet/food grouping to which the individual was verificar associações entre variáveis antropométri-
exposed. cas, bioquímicas, socioeconômicas e clínica com os
Key words Food consumption, Human eating componentes da dieta/grupo alimentar investiga-
1
Laboratório de Nutrição behaviour do aos quais o indivíduo foi exposto.
em Cardiologia, Faculdade Palavras-chave Consumo de alimentos, Huma-
de Nutrição, Universidade nos, Comportamento alimentar
Federal de Alagoas. Av.
Lourival de Melo Mota,
Tabuleiro dos Martins.
57072-970 Maceió AL
Brasil. raphinhacosta2010@
hotmail.com
1778
Ferreira RC et al.
Quadro 1 . Estudos que avaliaram o Padrão de Consumo Alimentar (PCA) a partir do QFA pelo método dos escores idealizado por FORNÉS et al. (2002), publicados* nos últimos 14 anos.
Grupos/Escore de PCA
Variáveis estudadas Objetivo Associações observadas
estabelecidos pelos autores a partir
Fonte* Público-alvo para verificar vs (+) positivas e (-) negativas/
de QFAs e
associações com PCA PCA Principais achados
apresentação dos dados
Fornés et ♂ e ♀, CT, LDL e HDL Analisar o PCA avaliado Grupo/escore I: alimentos de risco (+) Grupo/escore I vs CT e LDL
al., 2002. ≥ 20 anos, vs por meio de escores de para DCV; X de 176,9 mg/dL e 108,8 mg/dL para o QU1, com
Rev Saúde da área metropolitana PCA/QFA consumo e relacionar Grupo/escore II: alimentos protetores. aumento nas X nos QU superiores.
Pública10 de SP semiquantitativo esses escores com os Dados em ∑ Ordenados em quintis (-) Grupo/escore II vs CT
(n=1045) níveis de CT, LDL e HDL. (QU) X decrescem do QU1 ao QU5, c/ diferenças entre os
QU1-QU4 e QU1-QU5. QU1-QU4 em relação ao LDL.
Neumann et ♂ e ♀, Renda e escolaridade Descrever o PCA segundo Grupo/escore I: alimentos Grupo/escore I > entre os indivíduos de escolaridade
al., 2006. >18 anos, funcionários vs alimentos de risco e e/ou preparações de risco para DCV; fundamental e de renda até 3 salários mínimos. Grupo/
Rev. Nutr.17 públicos de SP PCA/QFA qualitativo proteção para DCV e Grupo/escore II: alimentos escore II > entre os de escolaridade superior e renda > 6
(n=1271) verificar associação com e/ou preparações protetores para DCV. salários mínimos.
escolaridade e renda Dados em X ± DP
familiar.
Moraes et ♂ e ♀, Idade e IMC Verificar a associação dos Grupo de alimentos (+) alimentos de risco vs sobrepeso
al., 2006. 5-13 anos, vs escores de consumo de de risco para doença crônica 61,5% dos obesos > escore de PCA de “risco”.
Cad. Saúde de áreas urbanas de PCA/QFA SI alimentos de “risco” com ordenados em tercis de escores de Aumento da frequência de PCA de “risco” à medida que
Pública18 Chilpancingo, México IMC e idade. risco. aumentava a idade.
(n=662) Dados em ∑ Ordenado em tercis (T)
Mondini Crianças, IMC e Verificar a associação dos Grupo/escore I: alimentos “saudáveis”; (+) PCA de alimentos “não saudáveis” vs sobrepeso.
et al., 2007. 6-7 anos da 1ª série procedência escores de consumo de Grupo/escore II: alimentos “não < frequência de PCA de alimentos “saudáveis” (T1) em
Cad. Saúde do ensino público vs alimentos “saudáveis” e saudáveis”. mais de 1/3 das crianças da área urbana.
Pública26 fundamental de um PCA/ QFA SI “não saudáveis” com o Dados em ∑ A frequência elevada (T3) de PCA de alimentos “não
município de SP sobrepeso e fatores sócio- Ordenados em tercis (T) saudáveis” não diferiu entre as áreas urbana e rural.
(n=1014) ambientais.
continua
Quadro 1 . Estudos que avaliaram o Padrão de Consumo Alimentar (PCA) a partir do QFA pelo método dos escores idealizado por FORNÉS et al. (2002), publicados* nos últimos 14 anos.
Grupos/Escore de PCA
Variáveis estudadas Objetivo Associações observadas
estabelecidos pelos autores a partir
Fonte* Público-alvo para verificar vs (+) positivas e (-) negativas/
de QFAs e
associações com PCA PCA Principais achados
apresentação dos dados
Oliveira et ♂ e ♀, IMC e CC Associar o PCA com o Grupo/escore I: leguminosas, frutas e Grupo/escore I: escore entre 3,54-5,53 (T2).
al., 2009. 19-59 anos, de vs excesso de peso gordura hortaliças; Grupo/escore II: escore ≤ 1,30 (T1).
Cad. Saúde Salvador, BA PCA/ QFA SI abdominal segundo sexo. Grupo/escore II: carnes, embutidos, Grupo/escore III: escore 1,44-2,70 (T2).
Pública19 (n=570) leite e derivados; ♂: > prevalência de excesso de peso no T1 do grupo I
Grupo/escore III: cereais e derivados. e no T3 do grupo II e de gordura abdominal no T2 dos
Dados em ∑ grupos/escores I e II.
Ordenados em tercis (T) ♀: >prevalências excesso de peso e de gordura
abdominal no T2 dos grupos/escores I e II.
Saldiva et Crianças, Participação PBF Descrever o PCA de Grupo/escore I:FLV; (+) guloseimas vs crianças beneficiárias do PBF.
al.,2010. Rev. < 5 anos, beneficiárias vs crianças beneficiárias do Grupo/escore II: feijão e carnes;
Nutr.23 (n=85) e não PCA/QFA SI PBF. Grupo/escore III: guloseimas.
beneficiárias (n=74) Dados em ∑
do Programa Bolsa
Família (PBF) de João
Câmara - RN
(n = 164)
Esteves et al., ♀ CQ, RCQ,CC e IMC Avaliar a ingestão de Grupo/escore I: Laticínios; Não verificou-se correlações entre a ingestão diária
2010. Rev. ≥ 25 e ≤ 44 anos, vs cálcio (Ca) dietético Grupo/escore II: Vegetais fontes de Ca; de Ca e os escores I, II e III com os parâmetros de
Nutr.20 residentes em PCA/QFA SI segundo escores de seu Grupo/escore III: Redutores da adiposidade.
Diamantina, MG consumo e sua correlação biodisponibilidade de Ca. Os escores I e II foram significativamente < escore III.
(n = 50) com parâmetros de Dados em X Ordenados em X, MD,
adiposidade. DP, mínimo e máximo.
Silva et ♂ e ♀, Em uso e em não uso Avaliar os escores PCA Grupo/escore I: “Não protetor” para O grupo em TARV apresentou > PCA de alimentos
al., 2010. 20-70 anos, de TARV vs relacionados com DCV DCV; “não protetores” para DCV.
Rev Bras c/ HIV/AIDS, PCA/QFA em pessoas que vivem Grupo/escore II: “Protetor” para DCV.
Epidemiol21 residentes em SP semiquantitativo com HIV/ AIDS, segundo Dados em ∑
(n = 314) o uso de TARV.
continua
1781
Quadro 1 . Estudos que avaliaram o Padrão de Consumo Alimentar (PCA) a partir do QFA pelo método dos escores idealizado por FORNÉS et al. (2002), publicados* nos últimos 14 anos.
Grupos/Escore de PCA
Variáveis estudadas Objetivo Associações observadas
estabelecidos pelos autores a partir
Fonte* Público-alvo para verificar vs (+) positivas e (-) negativas/
de QFAs e
associações com PCA PCA Principais achados
apresentação dos dados
Gimeno et ♂ e ♀, Sexo, faixa etária, Descrever e identificar Grupo/escore I: obesogênico Grupo/escore I: mais ativos, > escolaridade e idade <40
al., 2011. 30 - >60 anos, renda, escolarida- fatores (doces, refrigerantes anos;
Cad. Saúde residentes no de, CC, IMC, CT, HAS, associados ao PCA. e açúcar); Grupo/escore II: mais frequente entre mulheres, sem
Pública 22 Município de Ribeirão AF, glicemia de jejum e Grupo/escore II: saudável excesso de peso, > velhos, com obesidade.
Preto, SP (n=2197) tolerância diminuída a (hortaliças, frutas central, mais ativos e com melhor condição
glicose vs e laticínios desnatados); socioeconômica;
PCA/QFA Grupo/escore III: misto Grupo/escore III: mais frequente entre mulheres, mais
semiquantitativo (frituras, pescados jovens e sem excesso de peso;
e raízes); Grupo/escore IV: mais frequente entre os sem
Grupo/escore IV: popular hipercolesterolemia
(feijão, cereais e e com menor renda familiar.
gordura vegetal).
Dados em ∑ Ordenados em P
Pinho et al., ♂ e ♀, Sexo, idade, Avaliar o consumo de Grupo/escore I: fonte de fibras Escores de PCA:
2012. Rev. 25-59 anos, residentes área geográfica alimentos protetores (protetores); Grupo/ escore II > I e III
Nutr.24 em PE da residência, e preditores de risco Grupo/escore II: CH simples; Grupo/escore III < nos de > idade, de área rural e com
(n = 1580) escolaridade, para DCV e os fatores Grupo/escore III: gorduras saturadas < renda.
renda familiar per associados. (risco Grupo/ escore II > baixo peso.
capita, CC, IMC, para DCV e ganho excessivo de peso). Grupo/escore III > em não fumantes e em
tabagismo, consumo Dados em MD Ordenados em IQ consumidores de álcool.
de álcool e Grupo/escore I > renda e < escolaridade.
AF vs PCA/QFA SI
Azevedo et ♂ e ♀, Sexo, idade, Avaliar o consumo de Grupo/escore I: risco para DCNT; (+)Alimentos protetores vs obesos e %GC elevado
al., 2014. >20 anos, funcionários escolaridade, alimentos de risco e Grupo/escore II: proteção para DCNT. MD de escores de consumo de alimentos de risco =
Ciência da área de saúde de tabagismo, consumo proteção para as DCNT e Dados em MD Ordenados em IQ protetores
& Saúde uma universidade de álcool e sua associação com a GC > MD de escores de PCA de alimentos protetores
Coletiva8 pública de Recife, PE AF, CC, % GC e IMC e IMC. em obesos e com %GC elevado vs eutróficos vs em
(n = 267) vs sobrepeso.
PCA/QFA qualitativo
continua
Quadro 1 . Estudos que avaliaram o Padrão de Consumo Alimentar (PCA) a partir do QFA pelo método dos escores idealizado por FORNÉS et al. (2002), publicados* nos últimos 14 anos.
Grupos/Escore de PCA
Variáveis estudadas Objetivo Associações observadas
estabelecidos pelos autores a partir
Fonte* Público-alvo para verificar vs (+) positivas e (-) negativas/
de QFAs e
associações com PCA PCA Principais achados
apresentação dos dados
Pinho et al., ♂ e ♀, SM segundo critérios Relacionar a SM com Grupo/escore I: alimentos de risco Grupo/escore II > Grupo/escore I nos portadores de
2014. Rev 20-59 anos, c/ e s/ IDF vs o PCA de alimentos para as DCV; SM.
Soc Bras síndrome metabólica PCA/QFA SI de risco e de proteção Grupo/escore II: alimentos protetores
Clin Med.25 (SM) cardiovascular. para as DCV.
Belém, PA Dados em X e DP
(n = 70)
Neto et al., ♂ e ♀, Sexo, classe Verificar a associação Grupo/escore I: alimentos associados >MD de
2015. Rev 10-19 anos, socioeconômica faixa entre o PCA de ao risco de DCV consumo de alimentos de risco nos adolescentes
Paul Pediatr adolescentes de Vitória etária, escolaridade alimentos de risco Grupo/escore II: alimentos protetores com mães de escolaridade >9 anos. MD de PCA de
12
de Santo Antão, PE materna, área e de proteção para Dados em MD Ordenados em IQ alimentos dos grupos risco = proteção. > dispersão no
(n = 2866) residencial, AF, DCV com as variáveis grupo de alimentos protetores vs de risco.
tabagismo e etilismo vs socioeconômicas,
PCA/QFA SI demográficas e de estilo
de vida.
Sotero et al., Mães com filhos de Escolaridade materna, Analisar o padrão de Grupo/escore I: fontes de CH; Grupo caso
2015. Rev até 24 meses atendidos renda, horas/dia diante consumo alimentar Grupo/escore II: fontes de vitaminas > PCA do grupo/escore VI e associação com a
Paul Pediatr na rede pública de da TV, refeições diante de lactentes e sua e fibras; oferta de alimentos veiculados em anúncios de TV,
11
saúde (grupo caso) da TV e oferta de associação com variáveis Grupo/escore III: fonte de proteína e < escolaridade, < renda, famílias faziam refeições e
e em consultórios alimentos veiculados econômicas, culturais e legumes; passavam mais horas em frente à TV.
particulares (grupo na TV vs demográficas maternas. Grupo/escore IV: fonte de cálcio Grupo comparação
comparação) de PCA/QFA qualitativo Grupo/escore V: fonte de açúcar, < PCA do grupo/escore II e associação com famílias
Maceió-AL gordura e óleo; que faziam as refeições e passavam mais horas em
(n = 202) Grupo/escore VI: produtos frente à TV.
processados. > PCA do grupo/escore II e III e associação com >
Dados em MD Ordenados em IQ renda familiar e mães com > escolaridade.
* Medline, Lilacs e Scielo. Legenda: QFA- Questionário de Frequência Alimentar; T- tercil; P- percentil; QU: quintil; IQ- intervalo interquartílico; DCV - doença cardiovascular; HAS – hipertensão arterial sistêmica;
DCNT - doença crônica não transmissível; CT – colesterol total ; LDL – lipoproteína de baixa densidade ; HDL – lipoproteína de alta densidade; TARV - terapia antirretroviral; PCA- Padrão de consumo alimentar; CC –
circunferência da cintura ; CQ – circunferência do quadril ; RCQ – relação cintura quadril; GC – gordura corporal; IMC-Índice de Massa Corporal; CH- carboidrato; FLV-frutas, legumes e verduras; AF: atividade física; SI:
sem informação; X: média; MD: mediana; DP: Desvio Padrão; ∑: somatório; IDF: International Diabetes Federation.
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Consumo Alimentar
avaliado por meio do QFA
Escores
Diário Diário = 1
Anual Anual
Média simples e DP
Ordenados ou não
Mediana em tercis, quartis,
quintis ou percentis
Padrões de
Consumo Alimentar
Figura 1. Fluxograma para aplicação da ferramenta “Método dos Escores” idealizado por Fornés et al. (2002),
para estudo de padrões alimentares com base em QFAs. Os alimentos registrados por meio do QFA podem
estar agrupados em diferentes categorias de frequência de consumo (FC) por período (p) diário semanal,
mensal e anual e número de vezes (p. ex. 1 vez, 1 a 2 vezes, etc.). Para a FC poder ser transformada escores, a
diária corresponde ao escore 1, e para os demais períodos aplica-se as equações ilustradas na figura. Assim, o
pesquisador deve considerar o período (p) adotado e o número de vezes para aquele período, estabelecido no
QFA, para obter o escore do consumo dos alimentos listados no QFA para cada indivíduo. Posteriormente, são
obtidos os escores de cada indivíduo, para cada grupo de alimentos e à partir daí os escores de cada grupo de
alimentos para os grupos de indivíduos estudados. Os escores de consumo alimentar resultantes do somatório
dos pesos na média ponderada dos escores dos alimentos do grupo alimentar por serem expressos em escala
ordinal podem ser apresentados em média simples e desvio padrão ou em mediana, e então esses podem
ser ordenados ou não em tercis, quartis, quintis ou percentis para assim se conhecer os escores de consumo
alimentar dos grupos de alimentos estabelecidos e poder verificar associações entre os escores de consumo e as
variáveis estudadas.
QFA: Questionário de frequência alimentar; FC: Frequência de Consumo; S: score-escore, pontuação; a: número de vezes;
p:período.
1785
Excluídos:
-Duplicidade (n = 28)
-Revisão sistemática (n = 1)
-Tipo de estudo e estudos que
não aplicavam o método dos
Submetidos à leitura do texto escores (n = 333)
completo (n = 91)
Excluídos:
- Tipo de estudo e estudos
que não aplicavam o método
dos escores(n = 81)
Estudos selecionados
(n = 10)
Adicionados a partir
das referências
dos 10 artigos
selecionados
(n = 4)
Estudos incluídos
(n = 14)
definição dos padrões de consumo alimentar (se- Apenas 3 estudos (21,4%)8,22,24 analisaram
gundo risco e proteção para DCV, para DCNT, variáveis antropométricas, sociodemográficas e
como saudáveis e não saudáveis ou ainda grupos econômicas simultaneamente. As variáveis socio-
de alimentos sob diferentes formas de agrupa- demográficas e econômicas mais frequentemente
mento). avaliadas foram idade (n = 5, 35,7%), sexo, esco-
Os periódicos com maior número de artigos laridade e renda (n = 4, 28,5%). A maioria dos
publicados foram o Cadernos de Saúde Pública estudos (n = 8, 57,1%) relacionou o consumo
e a Revista de Nutrição com quatro (28,6%) pu- alimentar com as variáveis antropométricas.
blicações cada um. Embora os grupos estudados Quanto às variáveis antropométricas, as mais
tenham variado de crianças menores de 5 anos utilizadas foram índice de massa corporal (IMC)
até indivíduos maiores de 60 anos, em 71,4% (n e circunferência da cintura (CC). Todos os arti-
= 10) dos estudos, o público-alvo foi composto gos em que os autores utilizaram dados antropo-
de adultos8,10,11,17,19-22,24,25 e por populações “saudá- métricos (n = 8; 57,1%) foram avaliados peso e
veis” (n = 12;85,7%)8-12,17,19,20,22-24,26. Além de des- altura para obtenção do IMC. A CC foi analisada
crever e/ou avaliar os escores de padrão de con- em 6 estudos (42,8%)8,19,20,22,24,25.
sumo alimentar, os objetivos dos estudos foram Atendendo aos pressupostos, pois o método
relacionar esses escores com o estado nutricional, permite isso, foram observadas diferentes distri-
variáveis sociodemográficas, bioquímicas, cultu- buições dos padrões alimentares e denominações
rais, estilo de vida, clínicas e econômicas. dos grupos alimentares, de acordo com o obje-
1786
Ferreira RC et al.
Tabela 1. Qualidade dos estudos revisados segundo os verificado em indivíduos em TARV21, em crian-
critérios do STROBE ças beneficiárias do Programa Bolsa Família 23,
Referência Pontos % Classificação* em mães com melhor nível de escolaridade12, e
Azevedo et al., 20148 15 68 B em mães com menores níveis de escolaridade e
Esteves et al., 201020 12 54,5 B renda familiar11 .
Fornés et al., 200210 13 59,1 B Além disso, como o método possibilita fazer
Gimeno et al., 201122 15,5 70,5 B associações ou correlações com as variáveis do
Mondini et al., 200726 14,5 66 B estudo, observou-se ainda correlação positiva
Moraes et al., 200618 15 68 B entre alimentos de risco para DCV com variá-
Neto et al., 201512 18 81,8 A veis bioquímicas (lipídeos séricos)10,22, tolerância
Neumann et al., 200617 15,5 70,5 B à glicose diminuída22, antropométricas (excesso
Oliveira et al., 200919 15 68 B de peso)18,22 e sociodemográficas (procedência da
Pinho et al., 201224 17,5 79,5 B área urbana24 e menor faixa etária22).
Pinho et al., 201425 13,5 61,4 B
Saldiva et al., 201023 16,5 75 B
Silva et al., 201021 12 54,5 B Discussão
Sotero et al., 201511 14 63,6 B
STROBE: Strengthening the Reporting of Observational Studies in Método dos escores
Epidemiology
*Mataratzis et al. - A: > 80% dos critérios estabelecidos no
STROBE; B: 50%- 80% dos critérios do STROBE; e C: < 50% dos
O método de avaliação do padrão de consu-
critérios estão preenchidos. mo alimentar, por meio de escores, além de ser
utilizado na verificação de dietas como prática de
risco cardiovascular10,12,17,21,24,25, uma vez que teve
sua origem em estudo do potencial aterogênico
tivo de cada estudo (Quadro 1). Em metade dos de dietas e como prática de risco cardiovascu-
estudos os alimentos foram reunidos em 2 gru- lar10, abre a possibilidade de agrupar alimentos
pos (n = 7; 50%)8,10,12,17,21,25,26 com as denomina- segundo um padrão que se queira investigar, haja
ções “de risco” e “ de proteção” para DCV (n = vista a diversidade de possibilidade apresentada
6; 42,8%)10,12,17,21,24,25, para DCNT (n = 1; 7,1%)8 nos estudos revisados. Além de caracterizar um
e “saudáveis” e “não saudáveis” (n = 1; 7,1%)26. padrão alimentar, o uso dos escores apresenta a
Em 21,4% (n = 3)19,20,23 os alimentos foram divi- vantagem de possibilitar análises estatísticas para
didos em 3 grupos sob diferentes denominações. avaliação da qualidade da dieta, uma vez que per-
Gimeno et al.22, dividiram em 4 grupos (obeso- mite fazer associações com as variáveis explicati-
gênico, saudável, misto e popular); Sotero et al.11, vas relacionadas aos hábitos alimentares.
por sua vez, classificaram em 6 grupos segundo A OMS sugere que a avaliação do consumo
fontes de nutrientes, de açúcar, gordura e óleo alimentar das populações estaria melhor repre-
e um grupo incluindo produtos processados e sentada pelo padrão alimentar5, considerando
Moraes et al.18, preferiram separar em apenas 1 que os indivíduos não consomem nutrientes
grupo (alimentos de risco para doença crônica). nem alimentos isoladamente27. Nesse sentido, é
Na presente revisão, os percursos de análises crescente o interesse nessa linha de investigação
foram os mais diversos: os autores utilizaram o sobre o consumo de grupos de alimentos consi-
somatório dos valores de ponderação (Sp) per derados definidores de padrões alimentares sau-
si21,23, ordenaram estes Sp em tercis18,19,26, quin- dáveis e não saudáveis28.
tis10 e percentis22; Sp em mediana e subsequen- Sabe-se que os padrões alimentares podem
temente em intervalos interquartílicos8,11,12,24; Sp ser bem diferentes entre as diversas populações e
em mediana e média e desvio padrão20 e Sp em por esse motivo de difícil generalização, sendo re-
média e desvio padrão17,25. sultado da complexa interação de características
Os estudos revelaram com a aplicação do mé- multidimensionais, que incluem fatores ambien-
todo dos escores um maior consumo de alimen- tais, demográficos, sociais, econômicos e cultu-
tos “protetores/saudáveis/cardioprotetores’’ entre rais22. A identificação de padrões alimentares tem
indivíduos obesos8,22; entre crianças com maior sido foco de estudos que objetivam discutir essa
renda familiar e mães com maior nível de esco- complexidade à luz da relação entre dieta e desfe-
laridade11; e entre portadores de síndrome me- chos em saúde1,29,30.
tabólica25. Por outro lado, o maior consumo de A associação de padrões alimentares com fa-
alimentos “não protetores/de risco para DCV” foi tores associados às DCNT tem sido objeto de in-
1787
um dos artigo desta revisão11. Estudos que inves- natados, peixes, aves e carnes magras, com conte-
tigam o aparecimento precoce da obesidade dão údo reduzido de doces e bebidas ricas em açúcar,
suporte à importância da influência do ambien- diminui a pressão arterial inclusive em indivídu-
te familiar sobre o risco de a criança tornar-se os saudáveis50. Paula et al.51, adotando este padrão
obesa. Atitudes da família em relação à compra alimentar em diabéticos tipo II verificaram uma
e apresentação dos alimentos, os hábitos de ali- redução dos níveis de pressão arterial, quando
mentação e de atividade física e o apoio oferecido comparados a indivíduos com diabetes mellitus
para a promoção de atividades de lazer podem tipo 2 sem esse tipo de dieta.
influenciar o padrão de alimentação e de ativida- O Nurse’s Health Study identificou dois pa-
de física da criança44,45. drões alimentares em mulheres (entre 38 e 63
A aterogenidade da dieta verificada por anos): um deles, o padrão alimentar “prudente”
Fornés et al.10 corrobora a conhecida, clássica e (composto por frutas, vegetais, legumes, peixes
tradicional relação causa efeito, pois o nível de e grãos), adotado por mulheres que fumavam
colesterol sérico é influenciado pela quantidade menos, utilizavam mais suplementos vitamíni-
de colesterol e principalmente pela quantida- cos, consumiam mais fibras e proteínas e menos
de de gordura saturada e trans da dieta; pessoas gorduras saturadas. Em contrapartida, mulheres
que consomem maiores quantidades de gordura que consumiam o padrão “ocidental” (constituí-
de origem animal têm níveis mais elevados de do por carnes vermelhas e processadas, doces, so-
colesterol sérico e uma maior incidência de ate- bremesas e grão refinados) apresentavam hábitos
rosclerose coronariana46, independente de países, de saúde menos saudáveis52.
culturas e etnia. No Brasil, um dos primeiros estudos de iden-
Olinto et al.47, verificaram associação positiva tificação de padrões alimentares a posteriori com
de padrão alimentar “processado” (hot dog, chee- base nos dados da Pesquisa Nacional de Amos-
seburguer, cerveja, carne bovina, embutidos, sal- tragem Domiciliar (1995) foi desenvolvido por
gados, refrigerante, pizza, churrasco, batata frita Sichieri53. A pesquisa observou a existência de
e salgadinhos) com marcadores bioquímicos de dois padrões alimentares: um “tradicional” com
risco cardiovascular (HDL baixo, colesterol e a predominância de alimentos típicos da cultura
LDL elevados). brasileira como o arroz e o feijão, e um “ociden-
Em relação ao aspecto clínico, um estudo com tal” caracterizado pelo consumo de alimentos
indivíduos em TARV geralmente acompanhada industrializados. Observou-se associação inver-
de lipodistrofia e, portanto, portadores de DCNT, sa entre o padrão “tradicional” e o aumento do
apresentou padrão de consumo de alimentos não IMC, indicando que este padrão é protetor para
protetores para DCV e, em outro, Moraes et al.18 obesidade52.
observaram o aumento da frequência de tais ali- Em 2012, Weber et al.54 publicaram os acha-
mentos a medida que aumentava a idade. dos do estudo piloto com a dieta cardioprotetora
Adicionalmente, na pesquisa de Eyken e Mo- brasileira (DICA-Br), conduzido no Hospital do
raes48, encontraram que quanto maior a faixa etá- Coração (HCOR) em São Paulo, para a aplicação
ria, maior a proporção de sedentários e maior o em estudo multicêntrico. Um dos objetivos do
uso de cigarro, destacando que durante a idade estudo era adaptar a dieta do Mediterrâneo a um
mais avançada a chance de aumentar os fatores padrão brasileiro, estimulando o consumo de ali-
de risco DCV/DCNT é bem mais acentuada, ne- mentos regionais e acessíveis a boa parte da nos-
cessitando dessa forma a avaliação constante dos sa população. O ensaio clínico foi realizado com
fatores associados. Com esses dados, é evidencia- indivíduos em prevenção secundária para DCV,
da a importância de estudos com amostras repre- acompanhados durante 12 semanas. Aqueles que
sentativas com o intuito de estabelecer padrões constituíram o grupo DICA-Br se beneficiaram
alimentares e fazer as associações destes com os com maiores diminuições na pressão arterial, gli-
fatores de risco ou de proteção para DCV/DCNT. cemia e IMC, quando comparados àqueles que
receberam orientações gerais conforme as dire-
Outras formas de estabelecer padrões trizes brasileiras para DCV. Tais resultados foram
alimentares atribuídos principalmente à inclusão de alimen-
tos protetores para DCV, amplamente disponí-
O estudo DASH (Dietary Approaches to Stop veis em nosso país e evidencia que adaptação do
Hypertension), realizado em 1995, por Sacks et padrão alimentar “mediterrâneo” é possível, se
al.49, revelou que um padrão dietético em frutas, faz necessária e tem impacto positivo sobre indi-
verduras, legumes e grãos, leite e derivados des- víduos de alto risco coronariano.
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Colaboradores
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