Você está na página 1de 24

Algures nos corredores do tempo, houve alguém que tomou consciência de si mesmo e

do mundo, para além do movimento cíclico dos dias e das estações. Um de nós
levantou os olhos do chão e descobriu que existia algo a acontecer, havia vida a pulsar
por todo o lado.

Foram várias as culturas ao longo dos séculos que tornaram o ritual e o mito parte
integrante da sua vida e nesse processo, o consciente dialogava com o inconsciente.
A linguagem do inconsciente é um mundo de símbolos e arquétipos.
Quando falamos a linguagem do símbolo, a consciência expande-se para além do
conhecido.

Sabemos que uma larga percentagem do nosso cérebro, assim como do nosso ADN
ainda está por descobrir e a sua função. Existe um universo inexplorado dentro de nós.
Apenas conhecemos a ponta do iceberg de um imenso potencial desconhecido, o
inconsciente, escondido debaixo de água e oculto dentro de cada um de nós.

O nosso desligar do universo provocou um vazio, que desesperadamente procuramos


preencher.
Olhar para além da correria casa/ trabalho/ ganhar dinheiro/ estabilidade.

Precisamos redescobrir os símbolos do inconsciente colectivo ocidental, encontrar os


nossos arquétipos colectivos e pessoais, redescobrir os nossos deuses e mitos, os
nossos heróis e a forma de comunicar com eles.

Encontremos a chave que nos leva numa viagem de descoberta.


Sem preconceitos, sem fundamentalismos, sem ficar presos à ideia mental de como
deve ser isto ou aquilo.

O ocidental tem o desafio de se redescobrir na ligação com o sagrado, procurar as


chaves que abrem a porta para o interior, para que possa preencher a sua vida com a
magia da descoberta de quem é realmente.

Para levantar a cabeça para o céu com os pés na terra, conscientes da vida que pulsa
dentro de nós.
Despertemos para uma aventura, como o herói que vai para além do seu mundo
conhecido e descobre os seus dons, os seus contributos únicos, o seu propósito para a
evolução da humanidade e do próprio universo. Esse herói existe em todos nós!

O QUE É A RODA DE CURA?


A Roda de Cura, ou Roda de Medicina, é um espelho do Universo e cada um de nós é
uma Roda de Medicina viva. Nela estão contidos todos os relacionamentos que existem
entre tudo o que acontece dentro e fora de nós. Cada um de nós é um Universo dentro
do Universo, somos círculos dentro de círculos, sem principio nem fim.
Na Jornada do Jaguar pela Roda de Cura vamos fazer uma viagem pelas suas 7 direções:
Este, Sul, Oeste, Norte, ligação à Terra e ligação aos Céus, e ainda o Centro que é o
ponto de integração.
Todas as 7 direções da Roda de Medicina estão entrelaçadas como uma teia. Na Roda
estão representados elementos e forças da natureza, plantas, minerais, animais de
poder e todos os seus ciclos.

Também dentro de nós somos seiva de plantas nas nossas veias, somos terra nos
minerais dos nossos ossos, somos ar que aviva as nossas células e fogo que nos inspira a
criar. E como o mundo à nossa volta tem os seus ciclos, também nós somos animais
cíclicos. Somos parte do Todo, não estamos separados.
A Roda de Cura reflecte a vida a acontecer, a repetir-se e a reinventar-se, a nascer, a
morrer e a renascer, dentro e fora de nós.

A Roda de Medicina, ou Roda de Cura, vem dos povos nativos de todo o mundo. Nesta
Jornada vamos trabalhar com a Roda dos povos indígenas norte-americanos.

PARA QUEM?
Para todos os que querem sair da zona de conforto, embarcando na jornada do herói,
descobrindo-se e redescobrindo-se para além das limitações, que nos prendem ao
passado ou nos fazem viver ansiosos no futuro. É uma Jornada de Cura de resgate para
o presente.

Para quem gosta de natureza e quer criar uma relação sagrada com todos os aspectos
da Mãe-Terra, da qual somos parte.

Para quem gosta ou sente curiosidade em trilhar um caminho xamânico e práticas


xamânicas no seu dia a dia. Não é necessário experiência em Xamanismo.

COMO?
Sensivelmente de 3 em 3 semanas, em 7 encontros, começando no Outono e
terminando às portas da Primavera. Cada encontro é um dia inteiro de suporte teórico
e práticas xamânicas de cura e desenvolvimento pessoal. Vamos trabalhar com o
TOTEM e os 7 Animais de Poder da Roda de Cura.

PROGRAMA
(sempre das 10h30 às 17h30)
11/11/2018 – Ligação à Terra – Mãe-Terra. O ponto de partida da matéria (Oeste) para
o Espírito (Este). O Propósito e a Base. Segurar. Enraizar.

09/12/2018 – Direção Oeste (Terra) – Outono. Introspeção. A Entrada na Caverna do


Urso. Presença (Oeste) – Entre o passado (Sul) e o futuro (Norte). Sonho, reflexos e
espelhos. A união dos opostos.
06/01/2019 – Direção Norte (AR) – Inverno. Crenças vs. Sabedoria. Encontro com o
padrão. Recapitulação.

27/01/2019 – Direção Sul (ÁGUA) – A Estrada Vermelha de Norte para Sul. A Criança
Emocional. Mergulho e movimento de águas. Resgate de Alma.

17/02/2019 – Direção Este (FOGO) – Shapeshifting – Transmutação. Busca de Visão e


Rito de Passagem. Morte e Renascimento.

03/03/2019 – Ligação às estrelas – Pai-Céu. O Caminho do Espírito (Este) para a matéria


(Oeste). A Criança Cósmica. Inspiração e Co-criação.

24/03/2019 – As 7 Direções da Roda de Medicina – O Ponto de recomeço. Semear a


Primavera. O Centro do teu Universo e a Teia da Vida. Integração e celebração!

CAMINHO DO JAGUAR:
A Jornada do Jaguar é um convite para todos aqueles que querem responder ao
chamado da sua alma, para partir numa aventura, como uma Jornada do Herói, em
busca da sua realização como indivíduo, pertencente ao Todo. É uma aventura em
busca de algo mais que a insatisfação que sente do seu íntimo, em busca de ir além das
suas limitações. É uma jornada para resgatar um pouco mais de compaixão e coração
aberto, com integridade para consigo e para com o mundo.

O Jaguar é um animal que vive na quietude da floresta, mais activo ao nascer do dia e
ao entardecer, no limiar entre a noite e o dia.
Fazer a sua jornada é ir numa viagem por entre a dualidade do dia e da noite, sabendo
que depois da parte mais escura da noite, logo amanhece.

O Jaguar, enquanto Animal de Poder, ajuda todos aqueles que resolvem encarar a sua
sombra. Ele ensina que, se a vida não te corre como queres, se apontas do dedo para
fora, julgando e criticando tudo à tua volta, há algo que ignoras, algo que está no
escuro, está a levar-te para longe de ti e do teu caminho. A sua medicina ensina-te a
usar o teu poder de forma integra, como um guerreiro espiritual que se liberta das
amarras do julgamento e da vitimização.

O Jaguar é um animal que muitas vezes vive em cavernas e que faz o convite para ires
dentro da caverna escura, minar o tesouro que existe por detrás daquilo que mais
receias.
Esta Jornada, com a ajuda do espírito do Jaguar, é um salto de fé, é um convite para
recomeçar, para sentir o Agora!
E o Agora é o maior presente que podes ter na vida, é sentires-te bem na tua pele, é
voltar a casa. É morrer antes de morrer, para poder viver enquanto estás vivo!
Javali:
O significado maior deste arquétipo é perante o medo, perante o perigo, frente a
frente, ele não desvia o seu caminho, ele não foge do que a vida lhe apresenta de
frente. O Javali não adia o encontro.

E se tiveres de encarar o porco selvagem dentro de ti, que tenhas a coragem para
encarar a besta enganosa que alimentaste. Não tens de ter medo do Javali, pois ele
ajuda-te a ver a verdade e convida-te a honrá-la, confrontando os teus medos. Mas
muitas vezes temos medo do que vamos encontrar, pois existe a ideia que a verdade
doí, e por vezes doí, mas só a verdade te libertará e a dor passa e transforma-se em algo
poderoso. O medo transforma-se em coragem!

Quantas vezes abandonamos algo importante para nós, um projecto que amamos, um
trilho excitante e novo que não sabemos onde vai dar, um potencial que fica pelo
caminho? Quantas vezes adiamos a nossa vida por não querermos encarar o medo? E
que medo é esse: O medo de não sermos suficientes, o medo das nossas próprias
fraquezas, o medo das nossas forças, o medo de não sermos especiais, o medo de
encontrarmos aspectos que não gostamos em nós, o medo de sermos humanos?

Quantas vezes é mais simples ficar com a mentira que contamos a nós mesmos, a
mentira do “não consigo”, do “não sei”, do “tenho dúvidas” sem coragem para arriscar
duvidar da veracidade das nossas fraquezas, menosprezando todas as vitórias? Quantas
vezes nos condicionamos, muitas vezes sem nos apercebermos, por situações ao longo
da vida que nos metem medo, para as quais arranjamos desculpas esfarrapadas,
contabilizamos os fracassos, escondemos de nós e dos outros o que mais nos magoa?
Quantas vezes entramos em negação e mentimos para nós mesmos?

A energia do Javali é a energia do guerreiro da luz, que surge dos trilhos internos do
corajoso, que enfrenta o seu lado indomado, o seu lado selvagem, a sua própria
sombra. E se pensas, por um instante, que não tens força suficiente para terminar o
sonho que deixaste para trás, que não tens coragem para encarar o que procrastinaste,
por medo do que ias encontrar, invoca em ti o Javali, poderoso guerreiro corajoso, pois
ele ajuda-te a encarar de frente o que mais receias e ajuda-te a desfazer a ilusão de
fraqueza, ou grandeza, que possas ter sobre ti mesmo.

O Javali ajuda-nos a reclamar a energia do nosso espírito. Ajuda a encarar as nossas


fraquezas, os aspectos em nós que não queremos ver e que preferimos fazer orelhas
moucas, fazer de conta que não existem. Não encarar aspectos “sujos” do nosso
comportamento de porco selvagem, leva-nos a sair do nosso centro, tira-nos poder,
tira-nos presença.

O que andas a procrastinar na tua vida?

O porco selvagem ajuda-te a confrontar, a ter coragem brava de guerreiro, que com a
sua presença inteira sabe a direção a tomar e toma-a. Não a evita, pois o que são os
desafios na nossa vida senão aqueles que nos trazem maior força. Se te negas a
confrontar os desafios, procrastinando os teus sonhos, estás a negar o teu espírito.

Podes bater com os pés e espantar o medo, adiar, adiar, adiar e o tempo passa, mas a
mentira adensa-se. Se o medo é um mecanismo que te afasta de ti, que te guarda de
aceder ao teu verdadeiro ser, ao teu verdadeiro poder, estás a mentir para ti próprio,
estás a escusar-te de viver.

O arquétipo do Javali ajuda-te à confrontação com a verdade, e a verdade torna-te


forte, pois a verdade liberta-te. Só a verdade te liberta!

GOLFINHO:
O Golfinho é um arquétipo ligado às crianças por ser muito brincalhão, navegando as
águas de forma leve, usufruindo do Manna, como uma criança alegre e repleta da
energia de vida.

Está ligado aos elementos da água e do ar, por ser ligado ao mar, mas respirar pelos
pulmões. Eles têm que vir à tona para respirar, ainda que mergulhem na água; e a água
é o elemento das emoções.

O Golfinho pede-te que te ligues à energia de vida, o chamado Manna na tradição


xamânica e prana na tradição Hindu. Manna é a energia de vida, a força do fôlego
divino, que nos sustenta e sem a qual não podemos viver mais que alguns minutos. O
Golfinho traz-nos um convite especial. Um convite para nos ligarmos com a nossa
respiração, indo buscar esta tão necessária nutrição e mergulharmos dentro dos nossos
fluidos, das nossas emoções, sentindo-nos por dentro.

O Golfinho ensina-te a respirar lenta e profundamente, retendo o ar, mergulhando nos


sons, nos ritmos dos teu fluídos, no bater do teu coração e emergindo libertando o ar,
relaxando profundamente dentro do teu oceano.

O Golfinho trota pelas águas, inspira mergulha e conhece cidades submersas, emerge
das águas e solta o ar num sopro profundo.
Inspira mergulha dentro dos fluxos do mar, na fluidez da água e emerge soltando o ar
num sopro profundo.
Inspira mergulha nos ritmos do mar, regido pela lua e emerge mais consciente dos seus
próprios ritmos da tua própria lua!
Deixa que o Prana te nutra, que o Manna chegue a cada orgão, a cada castelo
afundado, a cada célula, a cada grão de areia do fundo do oceano.
Inspira e mergulha no teu corpo e ouve! Ouve-te! Desfruta dessa energia de vida que te
pula nas veias, rios internos do teu Ser e sorri.
Sorri para dentro e deixa a alegria do ar ofertado pelo fôlego do Espírito, ofertada pela
vida, te pulse em cada pedaço do corpo.

Fecha os olhos e sente o vento a beijar-te o pescoço… e sente, inspira-o para dentro de
ti… sente a VIDA e sorri!
Mergulha nas tuas emoções, mas não te esqueças de vir à tona, expirar e sentir o sol.
A força da vida está aí, disponível para ti, grátis.
Sorri e RESPIRA como um Golfinho, alegre como uma criança, pelo milagre de estares
vivo!!

DRAGÕES:
Os Dragões são espíritos que guardam tesouros, em grutas escuras. E quando entras na
tua caverna escura, guerreiro, não tens de matar o Dragão.
Vem em jeito de convite para o guerreiro que tem a coragem de entrar na caverna que
esconde os seus maiores medos e onde o dragão guarda os seus maiores tesouros.

O Dragão não é um monstro, é apenas um reflexo dos teus piores fantasmas. Enfrentar
o Dragão que existe em todos nós é ficar frente a frente com o teu espelho, o reflexo de
ti que mais temes e que escondes a todo o custo, projetando no outro.

Não é o Dragão que te vai fazer mal, o que te faz mal é o medo que te diz “foge!”, é o
medo que te diz “corre!”.

E perante tamanho monstro bafiento e cheio de escamas, vais para casa corrido a
chinelo, porque deste autoridade ao pacto que fizeste com o medo, que te protegeu
um dia.
Ou então lutas contra o Dragão, atacando com toda a tua força os fantasmas que
criaste, que te obrigam a pegar na espada dizendo: “luta! luta ou senão morres! não
pares nunca, senão morres!”
E por cada cabeça que cortas ao Dragão, nascem mais cem, e nunca nada é o suficiente
e não podes parar senão morres! Porque deste autoridade ao pacto que fizeste contra
o medo, que te protegeu um dia.
Mas se ficares parado frente ao medo tempo suficiente, armado com aceitação de que
és humano, frente a frente com o Dragão, que tem a forma dos teus piores pesadelos,
vais descobrir algo novo. Mas só se ficares lá para ver é que vais conseguir ver, o que é
que o medo guarda, com tanto afinco.

E enquanto o monstro bafiento te ameaça com os teus piores defeitos e te mostra o


reflexo do que acreditas ser… Tu ficas!

Tu ficas, frente a frente, armado com a espada da compaixão numa mão e o escudo do
amor na outra, ali ficas, imóvel pela coragem, enquanto os teus fantasmas te ameaçam,
atravessam e aterrorizam.

É um acto de coragem duvidar das projeções da mente e ficar firme, apesar de


inseguro, de pé, imóvel sem fugir, quando as pernas gritam CORRE! Imóvel, quando a
mão tenta erguer a espada e grita LUTA!

E ali ficas, sem saber o que vais encontrar, sem certeza que existe algo para lá da
escuridão bafienta. É um acto de coragem ficar e duvidar se esse bafio é real, pois essa
escuridão que pensas ser, é uma mentira que já compraste há muito tempo.
É um acto de coragem duvidar do espectáculo que a mente espelha naquele Dragão. É
um acto de fé ficar imóvel sem saber, sem controlo, sem certeza do que vai acontecer a
seguir, a duvidar da voz da noite escura, que te diz que vais morrer.

O Dragão não é para matar, é apenas um espírito que guarda tesouros. Só te vai deixar
passar para resgatar o que é teu, a tua verdadeira essência, se estiveres disposto a
abdicar das mentiras que arranjas, para ficares agarrado ao que não queres amar em ti,
e te faz lutar contra ti e contra o outro.

O Dragão só te vai deixar passar para resgatar o teu Eu mais sagrado, se estiveres
disposto a abdicar das mentiras que arranjas para ficares agarrado ao que te faz fugir de
ti e do outro.

E ao ficar, estás a abrir os olhos, pois a coragem faz cair os panos que te tolhem a visão.
Vais ver a ilusão da mentira que contaste a ti mesmo e ao mundo, a esfumar-se que
nem cinzas pelo vento.

Vais ver a verdade, soprada pelo fogo da boca do Dragão. E vais ver que o Dragão é
quem abre as portas para o tesouro; e pode até ser teu aliado.

AHO Dragão, espelho de mudança, guardião dos nossos maiores tesouros, aquele que
só abre a porta a quem vai de coração aberto, disposto a ver a verdade, disposto a
assumir o sua quota parte de sombra… e de luz! AHO!”

PANTERA/JAGUAR
A Pantera Negra é um Jaguar preto que anda pela floresta escura do que não conheces
sobre ti. Apenas os seus olhos amarelos brilhantes se vêm no escuro. São como um
convite, que te olha pelo lado de dentro da alma e te pede que encares a tua sombra.
Os olhos de uma Pantera parecem saber mais sobre ti que tu mesma, e
magneticamente te chamam, para entrares no teu escuro pessoal.

A Pantera convida a entrares no vazio, na quietude de uma floresta escura. Pede-te que
recuses os recorrentes mecanismos de defesa que tentam convencer que “Tudo está
bem!” ou que “Eu não tenho problemas, o outro é que fez isto ou aquilo” ou que “São
apenas coincidências, o problema não existe.” ou ainda que “Foi de não ter bebido café,
ou de não ter dormido bem, ou…” ou ainda, “É o mundo que está podre.”

Se a vida não te corre como queres, se sentes que não estás viva, que apenas
sobrevives. Se estás à espera de algo de fora de ti, do mundo, do outro, do chefe, do
companheiro, da mãe ou do pai, do amigo ou amiga, para te sentires vivo, lamento
dizer que algo que não conheces, algo que ignoras, algo que está no escuro, está a
levar-te para longe de ti e do teu caminho.

A Pantera e o Jaguar ajudam a viver a vida, à beira do precipício, pois muitas vezes nos
esquecemos que a morte é certa e que para viver é aqui e agora. E um guerreiro está
sempre pronto para morrer! Então a vida acontece apenas e só aqui e agora! (Pelo
menos esta vida assim é, e foi nesta que o teu espírito escolheu e escolhe estar).
A Pantera e o Jaguar são da medicina da integridade, são guerreiros espirituais,
daqueles que se perseguem a si próprios e que procuram estar no seu melhor, sempre!

Da medicina das panteras não existe o ego “iluminado” que se perdeu no seu umbigo.
Não existe abuso de poder, influência ou manipulação do outro. Não existe critica ou
julgamento de ninguém, nem de si. Mas existe a chave para lidarmos com esses
desafios. Esta medicina desafia a olhares a tua sombra de frente e tomares a
responsabilidade das tuas escolhas. Não é medicina de culpa, a culpa não é de ninguém.
Existe sim ignorância, escuro, sombra.

Olhar de frente para a sombra não é fácil, encarar a verdade requer uma dose extra de
coragem. Mas no processo, pode ser que descubras que afinal aquilo que mais temias,
era apenas uma mentira que a ignorância da escuridão conta a si mesma, todos os dias.

E a escuridão faz medo, faz sim senhora, mas é sanadora também, pois para aqueles
que estão disponíveis para ir além dos seus medos, vão descobrir a doçura que é
descobrir, que o medo é apenas uma ilusão que te faz acreditar em filmes de terror,
projetando fantasmas e demónios do passado, que já não existem ou ansiedades por
um futuro que ainda não aconteceu.

Afinal nem tudo é preto ou branco, bom ou mau… afinal da sombra nasce luz, afinal a
sombra existe porque existe luz.

Experimentar esse gostinho é entrar de coração corajoso na floresta escura e perseguir


a luz reflectida nos olhos da Pantera… porque já dizia o outro, o que mais temes é o teu
maior tesouro.

Na companhia da pantera, na companhia do jaguar negro, o guerreiro persegue-se a si


mesmo e aquilo que descobre não é dor, é o que está para além da dor. Mas para isso é
preciso atravessar essa dor, deixar que ela aflore das profundezas da noite escura.

O que te posso garantir é que, por mais feia, por mais cabeluda que seja essa dor, senti-
la não te vai matar. Sentir e atravessar pela dor adentro vai deixá-la sair, para
descobrires algo por detrás dela. Esse algo só tu podes provar o gostinho. E garanto que
é gostoso.

A Pantera é um felino mimalho e ronronante. É um gato gigante que te lava a pele, o


pelo e o cabelo e te aconchega no seu colo quente e fofinho. A Pantera é uma mãe
protectora que te mostra o amor incondicional da verdade. Se arriscares entrar na
floresta escura e encarar a sombra de frente, ela não te vai julgar, castigar ou culpar.
Como já disse antes, a culpa não existe, só existe ignorância. E como uma mãe amorosa,
sendo sua filha ou filho, não precisas de mais nada a não ser SER. O escuro da Pantera é
como um útero, é o local mais seguro que podes encontrar. Ali encontras a compaixão
por seres apenas e só humano, com falhas, ali encontras o verdadeiro sentido da
humildade.
A Pantera está disponível para ti se quiseres atravessar a dor que reprimes, ou que
deixaste de sentir. Salta para esta aventura no vazio do escuro, é como voltar ao início
de tudo… e o início de tudo é Agora! E o Agora é o maior presente que podes ter na
vida, é sentires-te bem na tua pele, é voltar a casa. É morrer antes de morrer, para
poder viver enquanto estás viva!

Aho Pantera! Sou grata!

ARANHA:
A aranha é a energia feminina da força criativa e por isto mesmo está relacionada com a
energia da mulher. Para muitas tradições xamânicas ela é dos mais antigos dos seres,
chamada de avó aranha. Foi ela quem sonhou o universo tornado manifesto. Na
tradição xamânica dos índios americanos, foi ela quem criou o alfabeto, assim como
novas formas de expressão e comunicação entre os humanos.

A Aranha mostra-nos que o mundo físico, como o vemos, é apenas o mundo aparente,
uma teia de ilusões, e que é preciso olhar para além do horizonte, do que é aparente ou
visível.

O seu corpo tem a forma de um 8 e tem 8 patas, com as quais cria as possibilidades
infinitas de manifestação de vida. Está ligada com os 4 ventos de mudança e com as 4
direções da roda da vida (cada uma das direcções ligada a 4 corpos: o espiritual,
emocional, físico e mental), o que dá 8. 8 é o número do infinito.

A aranha chama-nos para olharmos para a nossa roda da vida.

Será que estamos equilibrados entre todos os aspectos da nossa vida? Ou estaremos
presos no nosso mental e emocional, na teia da ilusão, e o fuso da tecelã deixou de
rodar?
A roda da vida é como um apanha sonhos tecido pelo fio da aranha!

Será a nossa vida a manifestação dos nossos sonhos, ou dos nossos pesadelos?

Quantas vezes ficamos presos num ciclo vicioso, sem novas possibilidades, onde apenas
tomamos decisões limitadoras, finitas à experiência do ego e à experiência da mente,
que é limitada pela experiência do passado. E como a mente tem um juiz sempre
pronto a tecer julgamentos, é fácil ficar preso entre as polaridades do bem e do mal,
nas crenças do certo e do errado. E entretanto, nem nos questionamos, e até já nos
esquecemos, do porquê ali ficarmos, emaranhados em fios, como se fosse uma teia do
destino.

A aranha mostra-nos que podemos mudar em qualquer altura, podemos tecer novos
fios e novos caminhos para a nossa vida. A aranha diz que realidade é apenas um palco
da criação e nós os criadores do nosso teatro, drama, ou filme, que nada mais é que
isso… um filme, uma ilusão da mente.
Os padrões que a aranha tece na sua teia mostram-nos os padrões que tecemos na
nossa vida. Será que estamos a tecer um apanha sonhos? Ou estaremos consumidos
pelos medos e limitações, presos na teia das ilusões e pesadelos?

Se não usarmos a nossa capacidade criativa para criar a nossa vida, esta fica presa,
emaranhadamente destrutiva e frustrante. Colocamos um travão nos nossos sonhos e
ficamos ressentidos. Esse ressentimento transforma-te numa viúva negra e acaba por
nos consumir por dentro, ficando ressequidos como insectos na teia, e viramos jantar
de aranha.

Torna-se fácil tecer criticas ao outro, quando este consegue criar e avançar em novas
possibilidades. Cair na destruição do outro alimenta o nosso ego, pois através do ataque
ao outro, sentimos-nos melhor connosco mesmos. Mas esse ataque ao outro é apenas
um reflexo de algo que odiamos sobre nós mesmos, e viramos jantar de aranha.

Mas, também acontece que, por vezes ficar envolvido atrás dos nossos sonhos, numa
busca constante, de espada em punho, é fácil ficarmos presos nos nós e nos
pormenores. A excessiva proximidade da teia também nos emaranha e deixamos de ver
bem, e viramos jantar de aranha.

Estaremos a contabilizar e a ver tudo de bom que criamos na nossa vida? Olha bem e vê
para além da auto-crítica, se algo já não deu fruto? Escreve e reescreve, vê e revê, cria e
recria!
A aranha convida-te sempre a ligares-te com a tua energia criativa. Semeia, para dar
fruto, e semear é dar uso ao potencial infinito de uma semente… é criar!

Liga-te às infinitas possibilidades de manifestação do universo, vê para além da teia da


ilusão que é a aparência e procura novas alternativas ao caminho presente.

Traz os sonhos até à realidade, cria uma nova teia e apanha os teus sonhos, tece a tua
própria vida. Cria! Tece!

COBRA:
Crescimento – Renovação – Transmutação
Falar da cobra, ou da serpente não é tarefa fácil. Isto porque há cobras em todo o
mundo, em todos os ecossistemas. Onde está o Homem, a cobra acompanha-o, e desde
tempos remotos que despertou algo dentro de nós.

Há pelo menos 30 mil anos, que o Homem considera a cobra sagrada. Desde a pré-
história que aparece ligada com árvores que crescem, com espirais de movimento, com
os rios e riachos que serpenteiam e nos matam a sede, com o falo que fertiliza a fêmea
e com todas as formas ondulantes e fluidas que criam e regeneram a vida.

snakeA força da natureza que emana destas formas onduladas e esguias é por muitos,
ainda hoje, considerada sagrada.
A Ouroborus, uma serpente ou uma cobra a morder a própria cauda, é um símbolo que
invoca a roda da vida, a continuidade, o eterno retorno, o eterno voltar ao inicio, mas
não o mesmo início e sim um reinício, como algo que nunca acaba e sempre se renova.
A vida que se renova, que nunca tem fim, invocando as estações do ano, o movimento
da Terra, o círculo onde se cria e recria a vida, a infinitude do universo.

A Kundalini, a força primal, energia de vida feminina enrolada na base da coluna


vertebral é também ela uma cobra. Despertar essa cobra interna é despertar do fundo
de nós mesmos, do nosso inconsciente, do nosso corpo, do chakra terra, da energia que
nos deu a vida. A escola de Kundalini Tantra, na Índia, vai mais longe ao atribuir a cobra
ao nosso cérebro, por se encontrar enrolada sobre si mesma (assim aparenta o nosso
cérebro, como uma cobra enrugada). Despertar essa cobra será acender zonas do nosso
cérebro, que não estão a ser utilizadas. É trazer à luz da consciência aquilo que está
inconsciente, aquilo que está no escuro, aquilo que não sabemos, a Kundalini, a cobra é
também o símbolo da expansão da nossa consciência.

Apenas mais recentemente, na história da expulsão do paraíso, a cobra foi retratada de


uma forma negativa, o que lhe valeu má reputação entre nós ocidentais. A influência
que a história da “origem do pecado” tem no nosso inconsciente coletivo tem força,
mas peço-vos que olhem para esse nosso bichinho para além da história, para além da
imagem que ficou plasmada no nosso inconsciente.

A cobra muda a pele para poder crescer. Começa o processo expondo o seu corpo ao
sol (elemento fogo = transmutador) e roçando com a cabeça contra o chão, tentando
romper com formas de ver o mundo. Que nem o herói que sai da sua zona de conforto
e tenta romper com a estagnação, transcendendo os limites. Ligar com o Arquétipo da
cobra é assumir a necessidade de libertar a roupa velha, que está gasta, para que possa
haver novo crescimento, novas manifestações. É assumir que aquela pele se tornou
desconfortável, apertada, limitadora. Alinhar com o arquétipo da cobra é assumir que
queremos poder crescer e para isso precisamos de roupa nova, de nova pele.

Outro aspeto que a cobra nos traz é a possibilidade de ver tudo o que nos acontece na
vida como uma oportunidade de crescimento. Tudo o que acontece na vida, mesmo
que aparente ser mau, mesmo que pareça veneno de cobra, é uma oportunidade para
transformá-lo num antídoto, que tudo cura. É pegar na energia transmutadora do fogo
e fazer alquimia, recriando a nossa existência.

A Cobra é uma parte de nós mesmos e é também parte da nossa natureza. Em nós
existe uma força que nos impele a transmutarmos/transformarmos as nossas vidas, que
nos chama para crescer, expandir os horizontes e acender dentro de nós uma luz que
transcenda crenças e padrões, que não nos servem mais.

A Mulher muda de pele para poder crescer, assim como a cobra! E estamos na altura
ideal do ano para o fazer… aproveitando as peles que a cobra deixa para trás.
1 – Reconhece que há coisas na tua vida que já não fazem mais sentido, É possível que
haja resistências à mudança, mas de facto, para saíres de onde estás, é preciso saíres de
onde estás; e deixar para trás as roupas velhas que tomaram a forma do corpo.

2 – O processo de mudança de pele requer cuidados, requer que te mimes, que te


nutras, que respeites o teu tempo e que faças o luto, a despedida de tudo a que queres
dizer adeus.

3 – Precisas de arranjar formas que soltem melhor a pele.*Podes meditar, fazer


exercícios que te ponham em contacto com as emoções, permitir que o fogo de uma
vela queime coisas velhas…
Perante o poder do fogo, não te esqueças de beber muita água, comer fruta e nutrir de
dentro para fora.

4 – A pele vai cair aos pedaços, mas deves ter a certeza que sai toda, ou pelo menos
toda a que estiver pronta para sair. Não te agarres a pedaços podres que vão virar
pontos fracos ao teu crescimento e trazer desconforto, dando força a eventuais
recaídas.

5 – Se ainda assim te agarrares a pedaços que te limitam e te agarram ao passado, vai lá


visitá-los e verifica porquê eles se agarram. Sente, sente tudo o que puderes, tudo o
que conseguires, deixa que das entranhas venha a força e o poder de trazer à luz a tua
sombra.

6 – Tem compaixão por ti, pelo processo, perdoa… estás a fazer o melhor que sabes,
com o que tens e de acordo com as circunstâncias. Ama-te, abraça-te e pula para
dentro do teu coração.

Dicas extra:
– Deixa o processo acontecer naturalmente, não te culpes, aconteça o que acontecer.

– Acede à tua vulnerabilidade e deixa que aflore a verdade.

– Não entres em pânico, mudar faz parte do processo da vida. Tem coragem para te
desapegares do que foi e não devia ter sido, ou do que não foi e poderia ter sido. Toma
consciência que existe apego às dores do passado.

– Leva o processo a sério, acredita que consegues. Acredita que tens o valor e o poder
de libertar-te de tudo o que não contribui, para seres inteira na tua pele.

– Aproveita a energia do quarto minguante para terminar com o que já desapareceu há


muito.

– Tudo vai ficar bem!


TATU:
O Tatu (Armadillo) é um bichinho um pouco invulgar, pelo menos aqui por Portugal,
pois este apenas existe no continente americano. Usa uma armadura de couro nas
costas, sempre que ele precisa de se defender fecha-se sobre si mesmo e nada, mas
mesmo nada, o penetra.

O Tatu defende o seu território sem grande dificuldade. O mesmo já não acontece com
os humanos… Quantos de nós acreditamos que não podemos dizer “não”? Quantos de
nós dizemos “não” quando queremos dizer “sim”?

O Tatu ensina-nos pela sua fisiologia, que está tudo bem em colocar limites, em
protegermos-nos daquilo que não queremos. A pele do Tatu, dura no exterior, é uma
armadura contra tudo o que possa ser uma ameaça. Mas o seu interior é como uma
esponja que tudo absorve, macia, gentil, acolhedora e vulnerável.

Parece que ao olhar para as características deste bichinho podemos vislumbrar o jogo
dos opostos a acontecer. Pelo exterior, uma armadura que tudo protege e pelo interior
uma pele macia que tudo acolhe.

Este arquétipo ensina-nos a sabedoria de nos fecharmos, protegidos por uma armadura
assim como nos ensina a sabedoria de nos abrirmos ao toque carinhoso e macio da
vida. Esta é uma sabedoria de quem respeita o seu espaço, de quem se protege sem
deixar de acolher o outro; é a sabedoria de quem conhece os seus limites.

E nós humanos, onde perdemos a nossa capacidade de fazer respeitar o nosso espaço e
os nossos limites?

Quem sabe algures na nossa infância, acreditámos que, se negássemos um pedido de


alguém, seriamos rejeitados, ou que deixaríamos de ser amados. Não colocar limites ao
outro pode vir da crença que, para sermos amados, teríamos de ceder, fazer o que o
outro quer; ou que de outra forma ficaríamos excluídos, deixados desamparados. Mas
será isto verdade?

Quantas vezes, pelo medo do abandono ou da rejeição, dizemos “sim”, quando


queremos dizer “não”?

Quantas vezes dizemos “não” por não confiar, com medo ser deixado depois?

Quantas vezes isto acontece sem sequer nos darmos conta?

Ambos os “sim’s” e os “não’s” são mentiras contadas a nós mesmos, para nos proteger
de algo que ainda não aconteceu, mas que já se repetiu no passado.

Quando se diz “sim” a tudo, sem respeitar o nosso sentir, colocamos-nos em risco ser
invadidos, porque acabamos por fazer tudo o que o outro quer. Por acreditarmos que
não podemos dizer “não”, corremos o risco de nos tornar-nos capachos, “pau para todo
o serviço” e ter a porta aberta a tudo e todos, sujeitando-nos a tudo o que vier pela
frente.

Este género de pessoa absorve tudo à sua volta, absorve emoções e pesos que não são
seus (tomando-os como seus). Este género de pessoa, muitas vezes, entra num local
público e absorve como uma esponja tudo o que lá se encontra.

Quando dizemos “não” a tudo, criamos uma armadura invencível, que nos protege de
tudo (seja bom ou mau) e vivemos fechados em nós mesmos, intangíveis, protegidos
por muralhas construídas à nossa volta. Essa sensação de segurança é falsa, pois
vivemos com fantasmas na nossa cabeça, perdendo a oportunidade de nos
conectarmos com o outro e com a vida.

É possível que tenhamos vivido uma destas “histórias” e o mais provável é que
tenhamos vivido ambas as “histórias”:

Pode ter havido uma altura da vida em que nos cansámos de dizer “sim” e gritámos um
“não” e fugimos para dentro de uma redoma, prometendo que iríamos fazer diferente,
que não iríamos nunca mais ser invadidos.

Pode ter havido uma altura da vida em que nos cansámos de lutar, e depois de tantos
“não’s”, pousámos a espada e sucumbimos a tudo o que o outro queria, invadidos no
nosso íntimo, porque nos sentimos profundamente sozinhos.

E o mais certo foi que, ao corrermos para o oposto, tenhamos encontrado mais do
mesmo! Solidão!

O Tatu lembra-nos que existe uma terceira opção, que podemos encontrar um caminho
no meio, entre os opostos. Podemos escolher de acordo com o que realmente
queremos para nós, sem medo de ficar só e sem medo de ser invadido.

O Arquétipo do Tatu convida-nos a escolher o que queremos acolher na nossa vida.


Podemos dizer sim à vida, sim ao contacto com o mundo, sem nos abrirmos demasiado,
nem nos fecharmos demasiado. Podemos usar a armadura que nos protege e ao
mesmo tempo abrir o nosso interior ao outro e mostrar o que sentimos, permitindo-nos
sentir vulnerabilidade.

Existe um ponto de integração entre o “sim” e o “não” que passa por nos abrirmos a
respeitar o que queremos, sem atacar e sem estar na defensiva, sem portas
escancaradas e sem muralhas… sem extremos.

Para isso precisamos encontrar o lugar de equilíbrio, que reflita o respeito por nós
mesmos, pelas nossas necessidades e vontades, um espaço em que conhecemos os
nossos limites e limitações e respeitamos quem somos. Nesse espaço, quer digamos
“sim” ou “não”, somos sempre amados, nunca ficamos sozinhos; pois nesse espaço está
refletido o nosso amor por nós mesmos.
Exercício para acolher o TATU:
Escolha consciente e ponderadamente a quê diz “sim” na sua vida. Desenhe um círculo
numa folha lisa e coloque lá dentro aquilo a quê diz “sim”.

Pode dividir este exercício por temas diferentes na sua vida e colocar no cabeçalho
“relacionamentos” ou “trabalho” ou ainda mais específico “a minha relação com a
pessoa X” ou “o projecto Y”.

No centro do círculo coloque tudo a que diz sim, tudo a que está aberto na sua vida. No
centro do círculo coloque ainda o seu nome.

No exterior do círculo coloque aquilo que está disposto a experimentar, dentro do que
é razoável e necessário.

De tempos a tempos revisite este desenho, pode pintá-lo ou ornamentá-lo, ver quais as
dificuldades que tem em manifestar estes “sim’s”, meditar nele, senti-lo!

ARQUÉTIPOS MULHER
Ao longo do ano solar, a nossa postura, o nosso ritmo interno vai-se alterando,
atendendo aos convites que a natureza nos faz.

Mas mais que isso, para nós mulheres a coisa é mais profunda. O nosso ciclo menstrual
tem uma correspondência com as estações do ano, da dança da Mãe-Terra com o Pai-
Sol e da fluidez das marés que sobem e descem, que moldam os ritmos das nossas
hormonas e fluxos internos e emocionais.

O nosso ciclo interno permite-nos viver a natureza dentro de nós mesmas, como se, a
pequena escala (mais rápida no tempo), no espaço de uma lua, vivêssemos todas as
estações do ano dentro de nós. É uma viagem que é possível fazer, se assim o
desejarmos, conectando-nos com a sabedoria do ciclo menstrual, conectamos-nos com
a natureza, com os ritmos da própria Mãe-Terra. Somos Mãe-terra, em pequena escala.

O nosso ciclo começa com a menstruação, assim como o Inverno é o começo de um ano
novo. No nosso inverno interno existe uma necessidade de maior recolhimento e
descanso, como que entrássemos em hibernação, mergulhando em sonhos e insights
profundos, viajando a outros mundos, outras épocas, ligando-nos com o nosso
inconsciente colectivo e as nossas ancestrais. Este é o arquétipo da Anciã e está ligado
com a lua nova.

Com o despertar do sono, acordamos da hibernação retemperadas e entramos numa


fase de expansão e de energia, em que nos sentimos aventureiras, radiantes, como
tivéssemos um sol interno que nos inspira. Essa é a nossa Primavera. Existe um foco,
uma direção, um bem estar enérgico para a criação de novos projectos e de novas
ideias. Este é o arquétipo da Jovem ou Virgem e corresponde à adolescência e ao
quarto crescente.
Com a ovulação tornamos-nos mais maternais, mais receptivas ao outro e a nossa
sexualidade desponta como os frutos de verão prontos a serem saboreados. E o que é o
óvulo senão um fruto maduro. Nesta altura do mês a partilha, a alegria, a compaixão
expandem-nos como os longos dias de sol. Este é o arquétipo da Mãe e corresponde à
mulher adulta e à lua cheia.

Com o avançar do Outono a Mãe-Terra prepara-se para a morte e convida-nos a viver


essa morte, através do apodrecer dos frutos, do cair da folha, assim como o cair da
noite, cada vez mais cedo.

Esta é a altura do ano em que tradicionalmente estamos mais conectados com os


ancestrais, vividas através de festejos de Samhain (Halloween) ou dos finados e todos os
santos, a escuridão fria de Novembro e inícios de Dezembro, que nos pede para sentir.

Esta fase do nosso ciclo lunar, correspondente ao Outono e ao quarto minguante, está
ligada com a mulher que entra na menopausa, altura em que a sua energia criativa e
sexual se vira para dentro, onde ela começa a descobrir a sua sabedoria e a desenvolver
a sua espiritualidade de uma forma mais profunda.

Este é o arquétipo da Bruxa!


Estudos demonstram que o hemisfério direito do cérebro, correspondente ao nosso
lado mais intuitivo, está mais activo nas fases pré-menstrual e menstrual e existe uma
maior ligação entre ambos os hemisférios. Nesta fase de pré-menstruação e nesta
altura do ano existe uma vaga de informação que nos atravessa, como se o véu entre o
consciente e o inconsciente se tornasse fino, tornamos-nos mais intuitivas, temos
sonhos mais vividos, desejos mais intensos e emoções mais profundas. Temos mais
facilidade em chorar, estamos mais emotivas.

Nesta fase, no nosso Outono interno, existe uma oscilação na energia do nosso corpo,
oscilação do nosso apetite sexual e, no geral, estamos mais intolerantes ao corre corre
do mundo. Estamos naturalmente mais reflexivas, sobre o que corre ou não corre bem
nas nossas vidas. O que nos surge nesta escuta interna da nossa intuição é matéria
prima vinda da nossa psique, sobre as nossas crenças e frustrações e é informação
muito importante para as nossas vidas. Não surgem do nada os nossos rompantes, são
dragões que saem da gruta, em que tudo se torna mais vivido, mais transparente, se
estivermos atentas para ouvir.

Quando não valorizamos o nosso lado intuitivo, não respeitamos as necessidades que o
corpo nos mostra, estamos a perder uma oportunidade de ouro, para olhar para os
vários aspectos da nossa vida que queremos mudar. Nesta fase introspectiva somos
chamadas a parar para ouvir desejos intímos não concretizados, a parar para descobrir
e transformar áreas mais dolorosas da nossa vida.
Quanto mais desligadas estamos do nosso corpo feminino mais tensões pré-menstruais
temos, e quando não paramos um pouco para olhar, ouvir e descobrir, os orgãos gritam
sobre a forma de dor, as emoções tornam-se em fúria e a frustração impera.

Fica o convite para nos recolhermos, neste Outono que avança. Respeitemos as
oscilações do tempo, entre chuva e sol, que são como as oscilações de energia do nosso
próprio corpo e as oscilações das nossas vontades.

Aceitemos que a menstruação é um sistema poderoso de auto-regulação do nosso lado


instintivo e selvagem, é uma força, se for posta em marcha. Abraçar o arquétipo da
bruxa é como uma meditação activa, de escuta e respeito pelo corpo, de afinamento da
nossa intuição. Viver o arquétipo da Bruxa é empoderarmo-nos da nossa ligação
xamânica com o mundo, é expressar a totalidade do nosso feminino, abraçando a nossa
capacidade de cura e de transmutação e força geradora e regeneradora de tudo; nossa
e das mulheres que nos rodeiam. É abraçar a morte para alcançar a vida e viver para
além da dualidade, enquanto criadoras da nosso mundo.

Aceitemos as folhas que se vão desprendendo das nossas árvores, deixemos ir os frutos
que vão apodrecendo, deixemos que chova dos nossos olhos.
Vamos?

E se eu te disser que tudo está relacionado? Que tudo o que te rodeia, que tudo
o que te é externo, é um espelho que te mostra o teu interior?

Esta é uma viagem de descoberta e resgate da sabedoria feminina, de ligação com a


sabedoria do corpo instintivo, físico, emocional, criativo, sexual, como um só, inteiro.

Esta jornada é uma intenção de transcender o véu de limitações que aprendemos


através da vivência da nossa história pessoal e da vivência da história do coletivo. É uma
aventura em busca da nossa verdade, da nossa força de mulher selvagem, para além de
crenças e mecanismos aprendidos, que nos afastam da nossa sabedoria interna e da
verdadeira força de vida que somos.

Como Mulheres-Terra que somos, parte integrante da Mãe-Terra, ciclos em nós


mesmas, existe um património holístico (como um todo) por descobrir, estranho a
muitas de nós. A nossa ferramenta é a nossa ligação inata com a Mãe-Terra, nós somos
Mãe-Terra, dentro de nós. Somos força criativa, fértil e sexual que magnetizamos o
movimento da vida.

A JORNADA
Vamos descobrir o Outono que caí de nós, como a folha que cai e nutre a Mãe-Terra.
Com o cair do Outono entramos no pré-menstrual, de onde vem a putrefação, que nada
mais é que a nutrição que serve de cama à semente, sem Outono não haveria
Primavera.
Vamos descobrir no Inverno a criança Sol que nasce, em promessa de luz, e que nos faz
mergulhar no útero do escuro Inverno. No Inverno mergulhamos no ciclo menstrual,
sem o sangue menstrual não haveria ovulação, sem o Inverno não haveria Verão.

E nesta viagem entramos pelo Outono e pelo Inverno descobrindo a Primavera e o


Verão, mas acima de tudo descobrindo que oportunidades nos oferece esta dualidade,
para sair da roda inconsciente que gira. Descobrimos o espelho que nos rodeia,
rodeando-nos do que sentimos. Ou será ao contrário?

Para nos ajudar a transcender a dualidade e podermos ver de forma cristalina,


contamos com a ajuda das 4 estações, das 4 fases da lua e as 4 fases do nosso ciclo
menstrual e respetivos 4 arquétipos femininos, que nos acompanham a cada lua
interna, a cada ciclo menstrual: Jovem, Mãe, Bruxa e Anciã.

Junto com os ciclos da lua e do sol, das estações e dos arquétipos, vamos mergulhar no
nosso Yin e ver/sentir/experimentar de que forma este se relaciona com o Yang. Esta
relação YIN/YANG acontece tanto dentro como fora de nós, é tanto interna como
externa, e reflete-se nos nossos relacionamentos, com o outro e com o mundo.

Quem quiser juntar-se à viagem irá mergulhar nos aspetos duais da Mulher, explorar as
crenças sobre o feminino e o masculino e transcender as limitações da expressão de
uma mulher inteira, selvagem, que conhece o seu ciclo, a sua sexualidade, a sua força
criadora, a sua força destrutiva, a sua fertilidade, a sua sombra e a sua luz!

COMO?
Fazemos a Jornada dos Arquétipos Femininos entre Novembro e Março. Teremos 4
práticas intensivas, grupos de prática e aprofundamento, culminando num retiro em
Março.
Contamos com várias ferramentas, frutos do meu percurso de formação e percurso
pessoal, entre elas: Tantra Xamânico, Xamanismo Natural, Meditação, trabalho corporal
com exercícios respiratórios (pranayama), postura física (asana), postura de êxtase,
trabalho com tambor e instrumentos sagrados, ritualística e sexualidade sagrada, entre
outros.

DATAS
04 de Novembro de 2017, das 10h às 18h – Workshop “A Bruxa e a Jovem em Nós,
Partir à Descoberta do Corpo”

01 de Dezembro de 2017, das 10h às 18h – Workshop “A Anciã e a Mãe em Nós,


Aventura da Vida e da Morte”

05 e 19 de Janeiro 2018, das 19h30 às 22h30 – Grupo de prática e aprofundamento


(exclusivo para quem está a fazer a Jornada por inteiro)

03 de Fevereiro 2018, das 10h às 18h – Workshop “Renascimento, Purificação e


Renovação”
02 a 04 de Março de 2018 – Retiro “Jornada dos Arquétipos Femininos, o Retorno a
Casa”

TROCA ENERGÉTICA
Inscrições até 21 de Outubro:
– 180 Euros – incluí todas as práticas acima descritas, excepto o retiro + sessão
individual de terapia e acompanhamento personalizado. Deverá pagar uma inscrição de
50 Euros, podendo pagar os restantes 130 Euros até 21 de Novembro de 2017.

Inscrições até 04 de Novembro:


– 195 Euros – incluí todas as práticas acima descritas, excepto retiro + sessão individual
de terapia e acompanhamento personalizado. Deverá pagar uma inscrição de 50 euros,
podendo pagar os restantes 145 Euros até 01 de Dezembro de 2017.

Caso queira participar pontualmente, cada Workshop pontual de 1 dia: 80 Euros


VAGAS LIMITADAS!

https://www.youtube.com/watch?v=Hhk4N9A0oCA

CONSCIENCIA_E_A_J
ORNADA_DO_HEROI.pdf

Você também pode gostar