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Muitos devotos perguntam qual é a evidência do advento de Sri Chaitanya Mahaprabhu no

Srimad Bhagavatam, como podemos compreender que Mahaprabhu foi mencionado no


Bhagavatam?
Nossos acharyas, especialmente Srila Narayana Goswami Maharaj, apresentaram tantas
evidências de como o nome de Sri Chaitanya Mahaprabhu e sua vinda foram mencionados no
Bhagavatam. Quando Sri Gargacharya foi de Mathura para Gokula, e estava executando a
cerimônia de nomes de Krishna e Balarama no goshala de Nanda Maharaja, Gargacharyaji
mencionou disse:
“Ó Nanda Maharaj, teu filho assumiu muitas formas diferentes em outras yugas, em Satya Yuga
Ele assumiu uma forma de cor branca, em Dwapara Yuga Ele assumiu uma forma de cor
vermelha, e o mesmo menino, teu filho, irá no futuro assumir uma forma de cor dourada. Agora
Seu nome será Krishna.”
Então, neste verso todas as Suas formas assumidas outras Yugas foram mencionadas por Sri
Gargacharyaji.
O Bhagavatam também explica quais são as outras evidências da vinda de Mahaprabhu. Há um
verso no Nava Yogendra Sambhanda quando os Nove Yogendras foram ao palácio do rei Nemi,
um dos Yogendras disse: “Ó Senhor Supremo, você deixou a Deusa da Fortuna e a sua grande
opulência, que é muito difícil de ser abandonada, e é buscada até mesmo pelos semideuses para
estabelecer de maneira perfeita os princípios da religiosidade. Você partiu rumo à floresta para
honrar a maldição de um bramane, para libertar as almas pecaminosas que perseguem os
prazeres ilusórios, Você vai atrás delas e as concede o Teu serviço devocional, e ao mesmo
tempo Você está ocupado na busca por Si mesmo, busca por Sri Krishna, que é belíssimo.”
Este verso em geral se atribui ao Senhor Ramachandra, muitos que não estão seguindo a nossa
linhagem Gaudiya Vaishnava, e na Índia aqueles que discursam sobre o Bhagavatam direcionam
esse verso ao Senhor Ramachandra que deixou seu reino e após partir com Sita Devi para a
floresta e executou os deveres estabelecidos pelo Seu pai, foi atrás do cervo dourado. Sita Devi
disse para Rama, “eu quero esse cervo dourado” e Bhagavan Rama satisfez o desejo de Sita
Devi, Ele a deixou e correu para capturar aquele cervo dourado para a satisfação de Sita.
Porém, Shrila Vishvanatha Chakravarti Thakur mostra que esse verso se refere a Sri Chaitanya
Mahaprabhu. Ele diz que a palavra maya-mrgam signfica que Sri Chaitanya Mahaprabhu foi
atrás das almas que estão encobertas por maya, ou o engano, que Mahaprabhu está correndo atrás
de tais almas condicionadas que estão chafurdadas em maya. A palavra maya-mrgam, quando
direcionada a Ramachandra significa que ele correu atrás de Marici, que tomara a forma de um
cervo dourado. Quando aplicadas no caso de Sri Chaitanya Mahaprabhu, as palavras maya-
mrgam anvadhavat significam que “Ele perseguiu aquelas almas que estão na ilusão a fim de
salvá-las. Ele correu em busca das almas caídas como um salvador, a fim de salvá-las de maya, a
ilusão.”
Shrila Vishvanatha Chakravarti Thakur também forneceu uma outra interpretação, ele disse que
o desejo do amado, que significa a busca por Krishna, desta maneira ele identifica duas
qualidades no Avatar Dourado, Ele dá libertação às almas caídas e vai atrás de Krishna no humor
de amante. Mahaprabhu está desfrutando e saboreando, e neste Seu saborear, as almas
condicionadas também estão obtendo benefícios. Inspirado pelo humor de Daiyta, sua amada
Srimati Radharani, ele foi atrás das almas condicionadas para libertá-las. Aqui encontramos uma
referência espiritual, a semente desse conceito. Sri Chaitanya Mahaprabhu está em busca das
almas perdidas, absorto na busca amorosa por Seus amados servos. Durante toda a Sua vida, Sri
Chaitanya Mahaprabhu e seu outro Eu, Nityananda Prabhu fica muito claro que Eles próprios
sendo o Ser Supremo, estão correndo atrás das almas caídas para libertá-las. Esta será a espinha
dorsal da nossa concepção acerca da busca amorosa do Senhor pelos Seus servos. Srila Bhakti
Rakshak Sridhar Goswami Maharaj também explica isto de maneira muito bela, “a busca
amorosa pelo servo perdido”. Então de acordo com o Bhagavatam, quem será a pessoa mais
inteligente em Kali Yuga? Quem é mais inteligente, aquele que está obtendo mais riqueza, ou
alguém que é muito erudito? Alguém que obteve um título de PhD e adquiriu outros títulos
acadêmicos e de reconhecimento social? Nada disso é mencionado, enquanto que na verdade
todas essas qualidades se tornam obstáculos no caminho do processo de Bhakti. Nascer em uma
família elevada, ter uma grande opulência/riqueza, ter um vasto conhecimento das escrituras, e
beleza física. Estes quatro egos intoxicam o indivíduo e ele não pode tornar-se humilde, e não
pode elevar-se em consciência de Krishna. Esses são os obstáculos. Então, possuir tais
qualidades não é um significado direto da inteligência mais elevada. O Srimad Bhagavatam diz:
na Era de Kali, pessoas com grande saldo piedoso e inteligência irão adorar ao Senhor na forma
de Sri Chaitanya Mahaprabhu. Ele irá aparecer em uma forma dourada, mas o que Ele estará
cantando? Ele estará cantando Krishna-nama junto de Seus companheiros e servos. Tal pessoa
será a mais inteligente, aquela que está adorando este Goura Avatar e cantando os nomes que
Mahaprabhu também está cantando. Nós vemos nas canções que Sri Chaitanya Mahaprabhu está
junto de Seus companheiros caminhando pelas ruas de Navadwip-dham antes do nascer do sol,
Ele está cantando com Seus braços erguidos, acompanhado de mrdangas e karatalas, Ele está
cantando. Vemos naquela canção, Udilo Aruna, que antes do nascer do sol, quando o céu está
vermelho, Mahaprabhu levou consigo todos os Seus companheiros e com mrdangas e karatalas e
o que ele está cantando? Ele está cantando os nomes do Senhor. Mukunda Madhava Yadava
Hari. Ele está acordando todas as jivas dormentes, que são aquelas almas caídas e condicionadas,
Mahaprabhu está as acordando e dizendo, “Levantem-se, levantem-se”; jiva jago jiva jago, por
quanto tempo você irá continuar dormindo no colo de maya? Levante-se.
Então Mahaprabhu está cantando os Nomes do Senhor e acordando todas as jivas, levando-as
para o caminho do processo de Bhakti Yoga. Esta é a compaixão de Sri Chaitanya Mahaprabhu.
Assim como Sri Chaitanya Mahaprabhu é compassivo, Seus companheiros também o são, e sua
Navadwip-dhama também o é. Nós vemos que Vraja-dhama possui tantas regras a serem levadas
em consideração no quesito de ofensas a serem evitadas, mas Sri Navadwip-dhama está dando
abrigo para aqueles que cometeram ofensas em Vraja-dhama.
Tente compreender isto, nós estamos cometendo pecados com grande facilidade, como podemos
nos livrar dos pecados? Executando alguma tapasya (austeridade), alguma renúncia, seguindo
algum vrata como o Ekadashi vrata, cantando os Santos Nomes, recitando orações na forma de
stotras e stutis, curvando-se perante Krishna, executando parikrama por Krishna, bebendo
caranamrita de Krishna; fazendo isso facilmente o indíviduo se livra dos pecados e suas reações
negativas. Mas e as ofensas? Há tantos tipos de ofensa, tais como dhama-aparadha (ofensas aos
locais sagrados), nama-aparadha (ofensas aos Santos Nomes), seva-aparadha (ofensas na
adoração é deidade de Krishna), e então há vaishnava-aparadha (ofensas aos Vaishnavas). Então
o que irá acontecer? Se alguém estiver cometendo ofensas ou já tiver cometido, o que pode ser
feito, onde tal pessoa pode encontrar abrigo? Os exemplos ilustram que a toda misericordiosa e
muito compassiva Navadwip-dhama e Gaura Nama dão abrigo àqueles que são ofensores. Por
exemplo, Indra que veio nos passatempos de Sri Krishna e desejou destruir toda a Vraja
Mandala, Indra ficou com o seu ego tão exacerbado pensando “eu sou o controlador e posso
destruir toda a Vraja Mandala”, e então ele enviou muitas torrentes de chuva, e cada uma das
gotas de tal chuva era como o tronco de um elefante, e todos os brajabasis buscando por
proteção, correram de um lado para o outro. Então, finalmente Sri Krishna ergueu a Colina de
Govardana por sete dias e sete noites. Todos os habitantes de Vraja estavam se abrigando na
Colina de Govardhana, e então Indra soube por meio de seus mensageiros que um pequeno
garoto estava segurando a Colina de Gorvardhana por sete dias. Indra ficou muito encabulado e
compreendeu que Krishna não é ninguém menos que o seu Senhor Supremo. Ele ficou tão
embarassado que foi até o Senhor Brahma para pedir perdão, mas Brahmaji disse que não podia
ajudá-lo pois ele havia cometido uma ofensa mais severa que a dele, pois Indra uniu todos os
Brajabasis a Krishna, porém Brahma havia tentado separar os companheiros de Krishna de Sua
presença. Portanto, eu não posso te ajudar mas posso te aconselhar, e meu conselho é que pelo
fato de Krishna ser muito afeiçado às vacas você leve a vaca Surabhi consigo, pois quando
Krishna ver a mãe Surabhi, Seu coração irá derreter-se, e Ele irá perdoar as tuas ofensas.
Indra foi até a vaca Surabhi e então levou-a consigo para Vraja-Mandal; Krishna viu a vaca
Surabhi de longe e ficou extremamente pacificado, Indra então caiu aos pés de lótus de Krishna e
pediu perdão falando uma grande quantidade de stutis, orações, e depois disso ele imediatamente
retornou para a sua morada, Indraloka, os planetas celestiais. Porém, ele não estava satisfeito em
seu coração considerando “eu cometi ofensas a Krishna, mesmo que Ele tenha me perdoado eu
não estou sentindo que Ele o tenha. E então Indra junto da vaca Surabhi tomou abrigo em
Govardhana, e é por isso que durante o parikrama de Nabadwip-dhama sob a guia de Srila
Narayana Goswami Maharaj, todos nós vamos ao Surabhi-kunda onde Indra executou
austeridades e tomou abrigo de Goura Nama (o Santo Nome de Mahaprabhu) e Goura Dhama (o
local sagrado de Sri Chaitanya Mahaprabhu) e lá ele obteve o darshan (visão) de Mahaprabhu e
desta maneira a ofensa de Indra à svarupa (forma) de Krishna foi perdoada. Em outra ocasião,
Brahmaji também ofendeu a Krishna, foi um passatempo de Krishna arranjado por Sua potência
yoga-maya. Brahma roubou as vacas e os vaqueirinhos amigos de Krishna. Após um ano quando
Brahma foi vê-lo novamente, o que ele viu foi que todas as vacas e vaqueirinhos estavam ali
como manifestações das expansões de Narayana. Krishna expandiu-se e Brahma ficou muito
surpreso

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