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Dalrymple
Vale lembrar, contudo, que originalmente (nos idos do sec. XVIII) o termo
‘sentimental’ tinha conotações positivas e que identificariam uma pessoa
sensível e compassiva (p. 75). E, portanto, não é contra a expressão dos
sentimentos e nem as emoções que Dalrymple faz sua crítica. O que
Dalrymple critica é a ação de ventilar emoção em público (p. 101). Ele
critica a visibilidade desnecessária que as emoções adquiriram atualmente
(p. 121).
Nem tudo que é mensurável é importante, ao passo que nem tudo que é
importante é mensurável (Einstein) [p. 63]. Isso não significa que, às
vezes, alguém que não expressou publicamente seu pesar ou imensa
alegria, não se importava. Podia importar-se, mas no privado.
Não existe corrupção solitária (Mobutu Sese Seko) [p. 151]. Isso significa
que nós todos, em alguma medida, somos atingidos pela pressão midiática,
pelo sentimentalismo tóxico. A conclusão lógica que Dalrymple chega
indubitavelmente é que Somos sentimentais do berço ao túmulo (p.74). O
que fazer em vista disso, então?