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Relatório - Química Inorgânica I

Título: Metais alcalinos e Metais alcalino-terrosos


Aluno: Víctor Eduardo Barbosa Data: 18/08/2017

Introdução

Segundo Lee (1999) as propriedades físicas e químicas dos elementos do grupo 1 estão
intimamente ligadas com sua estrutura eletrônica e seu tamanho. Todos elementos desse
grupo são metais, excelentes condutores de eletricidade, moles e altamente reativos; tal fato
se dá por possuírem na camada eletrônica mais distante um elétron fracamente ligado ao
núcleo e assim, na maioria das vezes, formar compostos univalentes, iônicos e incolores. Os
elementos dessa família também reagem muito rapidamente com o oxigênio do ar,
necessitando de armazenamento específico, em óleos, para garantir que não haja reações com
o meio.

De acordo com Atkins (2006), os metais alcalinos são os que reagem mais
violentamente. Eles se oxidam facilmente e consequentemente, não são encontrados no
estado livre na natureza e ainda não podem ser extraídos de seus compostos por agentes
redutores comuns. Os metais puros são obtidos pela eletrólise dos sais fundidos, como no
processo eletrolítico de Downs; que, segundo Lee (1999) é constituída de cerca de 40% de
NaCl e 60% de CaCl2. Tal mistura se funde a cerca de 600°C, bem abaixo dos 803°C do NaCl
puro.

Figura 1 – Célula de Downs para a obtenção de Sódio

Fonte: Lee, J.D. Química Inorgânica não tão concisa; Ed. Blucher S.P. 1999; p140

O sódio possui dois fatores que o tornam importantes, segundo Atkins (2009): seu
baixo preço e alta solubilidade em água. O Cloreto de Sódio (NaCl) é facilmente minerado
como halita (sal-gema), um depósito de NaCl resultante da evaporação de antigos oceanos e
pode ser, também, obtido a partir da evaporação da salmoura retirada dos oceanos e lagos
salgados. Tal substância é usada largamente na indústria química e também na produção
eletrolítica de cloro (Cl) e hidróxido de sódio (NaOH) a partir da salmoura.

De acordo com Lee (1999) todos os metais do Grupo 1 reagem com água, liberando
hidrogênio e formando os correspondentes hidróxidos. A reação tende a se tornar mais
vigorosa à medida que se desce o grupo. Assim o lítio reage com uma velocidade moderada; já
o sódio funde na superfície da água e o metal fundido desliza vigorosamente, podendo
inflamar-se, principalmente se estiver parado; já o potássio funde e sempre se inflama.

O sódio metálico é um bom material para se estudar as reações dos metais alcalinos
em água, tendo em vista que todos os elementos dessa família possuem o mesmo efeito,
porém com proporções diferentes.

Objetivo

Verificar a reatividade do sódio metálico em água e em etanol e em seguida verificar a


formação de bases a partir da reação de cloretos diversos com hidróxido de sódio.

Materiais e equipamentos utilizados

 Béquer de 100mL
 Tubos de ensaio
 Espátula
 Proveta de 10mL
 Fenolftaleína
 Sódio metálico
 Solução aquosa de Cloreto de Magnésio 1 mol/L
 Solução aquosa de Cloreto de Cálcio 1 mol/L
 Solução aquosa de Cloreto de Ferro III 1 mol/L
 Solução aquosa de Cloreto de Cobalto II 1 mol/L
 Solução aquosa de Cloreto de Alumínio 1 mol/L
 Solução aquosa de Cloreto de Sódio 2 mol/L
 Álcool etílico

Procedimento experimental, resultados e discussão

Colocou-se 50mL de água destilada em um béquer de 100mL de volume, juntamente


com 3 gotas de fenolftaleína. Após isso, cortou-se o sódio metálico em pequenos pedaços e
acrescentou-se um desses pedaços ao béquer. A reação que ocorre está representada abaixo:

2 H2O + 2 Na H2 + 2 NaOH
A reação ocorre de forma a liberar o gás hidrogênio e formar hidróxido de sódio.
Devido à presença de fenolftaleína no béquer, a solução torna-se rosa, indicando a basicidade
da mesma. A "pedra" de Sódio flutuava sobre o líquido e se movia dentro do béquer soltando
bolhas, sendo consumida, até que se extinguisse.

Colocou-se então, em outro béquer de 100mL de volume, 25mL de etanol. Desta vez,
não acrescentou-se fenolftaleína. A reação está representada abaixo:

2 C2H6O + 2 Na H2 + 2 NaC2H5O

Nesta reação, também há a formação de H2, além da formação de etóxido de sódio. A


fenolftaleína não foi necessária pois não há a formação de compostos básicos, então mesmo
que esta fosse acrescida, a solução permaneceria incolor.

Por fim, na segunda parte do experimento, transferiu-se 5mL das soluções de MgCl2,
CaCl2, FeCl3, CoCl2 e AlCl3, cada um em um respectivo tubo de ensaio. Em seguida, foi
adicionado cerca de 2mL de NaOH 2mol/L. Os resultados observados estão expressos na tabela
abaixo:

Composto Resultado observado


Solução bifásica, sendo a parte de baixo transparente e a de cima, uma
MgCl2
emulsão esbranquiçada
Solução branca com algumas "nuvens" brancas (ao misturar-se,
CaCl2
aparenta aspecto leitoso)
Solução bifásica, sendo a parte de baixo translúcida e amarelada e a de
FeCl3
cima, uma solução opaca e marrom
Solução bifásica, sendo um líquido azulado com corpo de fundo azul-
CoCl2
esverdeado
Solução translúcida, mas que devido a possível contaminação, tornou-se
AlCl3
rosa claro
As reações desses compostos com o NaOH se dão dessa forma:

MgCl2 + 2 NaOH 2 NaCl + Mg(OH)2

CaCl2 + 2 NaOH 2 NaCl + Ca(OH)2

FeCl3 + 3 NaOH 3 NaCl + Fe(OH)3

CoCl2 + 2 NaOH 2 NaCl + Co(OH)2

AlCl3 + 3 NaOH 3 NaCl + Al(OH)3

Nota-se, nas reações de dupla troca acima, a formação de bases que precipitam na
maioria dos casos, além do sal cloreto de sódio.

Conclusão

Tendo como base os resultados do experimento anteriormente relatado, conclui-se


que foi formado gás hidrogênio tanto na reação de sódio com água quanto na reação de sódio
com etanol, o que é possível de ser identificado pela formação de bolhas durante o consumo
do sólido de sódio. Também é possível afirmar que foram formadas com sucesso soluções
salinas e básicas em cada tubo de ensaio, cada qual com sua solubilidade respectiva. Vê-se isto
ao observar como elas se comportam após as reações no tubo de ensaio, com soluções de
diferentes solubilidades e com formação de corpos de fundo.

Referências

Atkins, P. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente / Peter


Atkins, Loretta Jones - 3. ed. - Porto Alegre: Bookman, 2006

Lee, J.D. Química inorgânica não tão concisa / J.D. Lee - 5. ed. - São Paulo: Blucher, 1999

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