e por que você está errado"! MAIA, Cesar. Tudo o que você pensa que sabe sobre política... e por que você está errado. E-mail recebido em 14 de abril de 2010. 1. Em 2000, foi publicado mais esse livro de Kathleen Jamieson (KJ). KJ é dos mais impor- tantes autores, pesquisadores e analistas do processo de comunicação política nos EUA. Nesse livro, ela realiza, a partir da Universidade da Pensilvânia, uma ampla pesquisa, usando cinco mil pesqui- sadores, levantando detalhadamente e analisando as campanhas presidenciais desde Kennedy a Clinton e todas as formas de comunicação dos candidatos. Isso gerou uma tabulação sobre o que era mais e menos eficiente na comunicação dos candidatos a presidente dos EUA. Analisou, simultane- amente, o tipo de cobertura das campanhas por parte dos meios de comunicação. 2. Em resumo, KJ conclui que os comerciais na TV mais eficientes e que geram maior adesão e memória são os comerciais de "contraste", onde um candidato, ao dizer que pensa as- sim sobre algo, diz que o adversário pensa o contrário. Depois os comerciais negativos, onde se ataca o adversário. KJ diz que o comercial negativo gera uma reação no momento em que é vis- to, mas isso passa e a memória fica. Finalmente, o que chama de comercial defensivo, ou seja, quando um político fala do que fez, exalta o que fez. KJ diz que esses são de longe os comerciais menos eficientes, seja pelo impacto, seja pela memória. 3. KJ analisa a cobertura das campanhas pelos meios de comunicação. Conclui que os meios de comunicação reclamam antes e durante as campanhas que os candidatos não são programáticos, não expõem claramente suas ideias sobre os problemas do país e sobre o que pretendem fazer. Mas as coberturas das campanhas não tratam nem destacam isso que criticam. A cobertura é sem- pre das estratégias de campanha. 4. Quando sai uma pesquisa, analisam o que os candidatos devem mudar e por que obtive- ram esses resultados. Escolhem fotos de tristeza e alegria. As matérias são sempre de erros e acertos em campanha, expressões usadas, escorregões, caras, bocas, roupas, fotos, companhias... E são es- ses pontos que ocupam grande parte dos espaços e do tempo na imprensa. 5. Agora em 2010, esse início de campanha presidencial no Brasil só confirma as conclusões de KJ. As candidaturas procuram o contraste como prioridade de comunicação. Serra: currícu- lo comparado. Dilma: comparação de governos Lula x FHC. Essa insistência aponta para o uso dos comerciais de contraste quando a TV estiver aberta, para os comerciais partidários e depois eleito- rais. 6. Igualmente a imprensa, que destaca uma brincadeira que Dilma fez em Minas com a combinação de seu nome com um da oposição, uma declaração infeliz em relação aos exilados polí- ticos, o atropelo a legislação eleitoral..., e por parte de Serra, suas inaugurações incompletas, as ra- zões da aproximação de Dilma em pesquisas, a escolha de seu vice... 7. Garante KJ que será assim por toda a campanha: a imprensa pede programas de gover- no em seus editoriais e análises, mas cobre mesmo é estratégia em seu noticiário. Opinião Pública e Propaganda Prof. Artur Araujo – e-mail: artur.araujo@puc-campinas.edu.br site: http://docentes.puc-campinas.edu.br/clc/arturaraujo/ Página 1 de 1