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A Prática e o Talento como Elementos de Constrangimento da Pesquisa do

Desempenho em Música
César Augustus Diniz Silva
Universidade Federal da Bahia – UFBA
cesaraudiniz@yahoo.com.br

Resumo: Em toda história da humanidade, sempre houveram indivíduos que se destacavam dos
demais em algum domínio e compreender o que torna esses indivíduos proeminentes é uma dúvida
que sempre acompanhou esse fenômeno. No último século, pesquisas empíricas sobre o
desempenho experto começaram a surgir e, nas últimas décadas, o volume de pesquisas sobre o
assunto tem aumentado exponencialmente, e a psicologia é a principal responsável por essa
produção. O presente artigo é parte de uma pesquisa em andamento sobre o desempenho de elite
em música e busca apresentar e brevemente discutir três teorias representativas que abordam de
maneira distinta a relação entre genética (nature) e treinamento (nurture) como elementos
subjacentes ao desempenho de elite em musica.
Palavras-chave: desempenho em música, desempenho de elite, prática, talento, nature/nurture.

Abstract: Throughout human history, there have always been subjects who stood out from others
in some domain and understand what makes these individuals prominent is a question that has
always followed this phenomenon. In the last century, empirical research on expert performance
began to arise and, in recent decades, the volume of research on the subject has increased
exponentially, and psychology is the main responsible for this production. This article is a part of
an ongoing research on elite performance in music and aims to present and briefly discuss three
representative theories that approach differently the relationship between genetics (nature) and
training (nurture) as the underlying elements of musical elite performance.
Key-words: musical performance, elite performance, practice, talent, nature/nurture.

1. Introdução

Entender como indivíduos se tornam peritos em algum domínio é de interesse de


diversos campos da ciência. Desde que a psicologia se entende como um campo de pesquisa
autônomo, psicólogos têm se concentrado em decifrar o que ocorre com estes indivíduos de
elite, como e em quê eles se diferenciam de outros indivíduos menos peritos, bem como das
pessoas em geral. Os domínios que apresentam uma performance como produto (como
música, xadrez e vários esportes) são os mais pesquisados por viabilizarem com maior
facilidade e clareza a mensuração e reprodução laboratorial do desempenho desses indivíduos.
Entretanto, o objetivo dessas pesquisas não é, geralmente, uma contribuição direta para o
desenvolvimento do domínio em questão, mas buscar uma melhor compreenção do ser
humano e de seus limites, através do entendendimento das características e habilidades, do
desenvolvimento e dos métodos de treinamento desses indivíduos de elite (Ericsson &
Charness, 1994; Ericsson & Smith, 1991).
Sir Francis Galton (1822 – 1911), explorador inglês, antropólogo e fundador da
eugenia1, foi o primeiro cientista a realizar uma investigação sistemática sobre homens
“eminentes” em diversos domínios e, através de análises genealógicas, concluiu que estes
indivíduos tendiam a possuir algum parentesco biológico. Galton argumenta que o
desempenho eminente é transmitido hereditariamente, através de características físicas e
mentais (Galton, 1892). Por outro lado, John B. Watson (1878 – 1958), psicólogo
estadunitense e fundador do Behaviorismo, expôs de maneira célebre a visão oposta:
Deêm-me uma dúzia de crianças saudáveis, bem formadas e o mundo específico que
preciso para criá-las e garanto pegar qualquer uma delas aleatoriamente e treiná-la
para se tornar qualquer tipo de especialista que eu escolha – médico, advogado,
artista, comerciante e sim, mesmo pedinte ou ladrão, independentemente de seus
talentos, inclinações, tendências, habilidades, vocações e raça de seus antepassados
(Watson, 1930, p. 82).
Como podemos notar, duas perspectivas bastante distintas foram propostas para abordar
o mesmo evento, resultando numa dicotomia na investigação do desempenho de elite,
confrontando o talento e o treinamento, o herdado e o adquirido, ou como é dito em inglês,
nature and nurture.

2. Nature and Nurture

Por volta das décadas de 1930 e 1940, o debate nature-nurture era o centro das
discussões em psicologia. Já duas ou três décadas depois, Anastasi (1958) considerava este
um assunto morto. Segundo a autora, já se era aceito que todo comportamento era originado
de uma junção entre genética e ambiente (Anastasi, 1958, p. 197). Mas ao que parece, esta
questão estava apenas adormecida. Com o alavancar dos estudos sobre o desempenho de elite
(década de 1980), esta dicotomia é reavivada e volta a mediar as pesquisas na área.
Ackerman (1987, p.3) aponta o cerne da dicotomia:
Quantidades iguais de treinamento fazem um grupo de indivíduos mais parecidos ou
mais diferentes em suas conquistas? Mais exatamente, ele [o treinamento] aumenta
ou diminui a variabilidade num grupo de indivíduos? (...) Se sujeitos convergirem
no desempenho com a prática, a inferência teorética seria que habilidades são
determinadas pelo ambiente. Em constraste, se os indivíduos divergirem no
desempenho com a prática, a inferência seria que habilidades são determinadas
hereditariamente.
Sendo assim, a abordagem experimental (nurture) do desempenho experto busca
identificar princípios gerais que expliquem esse fenômeno ao passo que a abordagem
hereditarianista (nature) busca identificar fatores individuais que expliquem o desempenho de
elite (Hambrick et al., 2013).

2.1. Nature
Esta abordagem busca explicar o desempenho de elite através das diferenças
hereditárias, sendo estas as responsáveis pelo sucesso do indivíduo num domínio específico.
Desde Sir Francis Galton, vários pesquisadores vêm investigando os efeitos da genética
na performance. Recentemente, seu mais influente e abrangente colaborador na área da
música foi Howard Gardner. Gardner em seu livro Frames of Mind: The Theory of Multiple
Intelligences (1983) propôs uma teoria que aborda a inteligência humana como sendo
composta de múltiplas competências autônomas, e, apesar de não ser uma teoria original de
Gardner, foi ele quem mais a desenvolveu, inclusive com evidências empíricas2 e sugeriu a
existência de sete (ou mais) inteligências independentes: linguística, musical, espacial, lógico-
matemática, corpóreo-cinestésica e duas inteligências pessoais, a inter e intrapessoais. As
inteligências seriam, em sua essência, inatas, necessitando apenas que o ambiente apresente as
condições mínimas para seu desenvolvimento, manifestando assim o talento (Gardner 1983,
p. 35). Portanto, possuir um perfil intelectual compatível com o domínio especificado seria
mister para um indivíduo alcançar um desempenho excepcional no domínio segundo este
paradigma.
No caso específico do desempenho em música, Gardner atribui importância ainda maior
ao perfil genético do indivíduo: “se existe uma área da realização humana que mais se
beneficia em possuir um fundo genético adequado ou pródigo, música seria uma candidata
formidável” (Gardner, 1983, p. 112).
A teoria das inteligências múltiplas de Gardner foi objeto de várias críticas (positivas e
negativas) e hoje, 30 anos depois, já se sabe com certa clareza que algumas de suas propostas
não representam a realidade. Klein (2012) vai um pouco mais a fundo e apresenta problemas
conceituais, empíricos, metodológicos e pedagógicos na teoria das inteligências múltiplas.
Todavia, meu objetivo neste momento não é discutir a teoria das inteligências múltiplas; o
foco neste momento é apenas apresentar um panorama geral de sua abordagem como visão
hereditarianista do desempenho em música.

2.2. Nurture

A visão ambientalista aborda a performance sob a perspectiva do treinamento e busca


explicar o desempenho de elite através das habilidades adquiridas pela experiência.
Conforme levantado por Ericsson and Charness (1994), essa abordagem da performance
foi desenvolvida inicialmente por Allen Newell and Hebert Simon em seu clássico livro
Human Problem Solving (1972), mostrando que o desempenho proeminente é resultado do
aumento e desenvolvimento do conhecimento e de habilidades pelo indivíduo devido aos
efeitos extendidos da experiência.
Recentemente, o principal pesquisador da abordagem experimental da performance foi
Dr. K. Anders Ericsson. Dr. Ericsson é reconhecido como um dos mais importantes e
influentes pesquisadores do desempenho em diversas áreas3. Uma de suas mais impactantes
pesquisas, juntamente a Ralph Krampe e Clemens Tesch-Römer, na qual foi exposto pela
primeira vez a visão da prática deliberada, foi justamente sobre música, The Role of
Deliberate Practice in the Acquisition of Expert Performance (1993), na qual Ericsson,
Krampe, and Tesch-Romer (1993) expõem sua hipótese de que a quantidade de tempo que um
indivíduo se dedica à prática deliberada é monotonicamente relacionada ao nível de
desempenho alcançado por esse indivíduo. Logo, as diferenças presentes no desempenho dos
indivíduos seriam resultado de diferentes acúmulos de prática deliberada de acordo com esse
arcabouço.
Algo central na teoria da prática deliberada é o fato de que a simples experiência com
domínio não constitui o tipo de prática necessária para colocar a lei de potência4 em
funcionamento; essa prática - prática deliberada - seria, por sua vez, uma atividade estruturada
da melhor maneira possível com o objetivo único de aprimorar o desempenho do indivíduo,
proporcionando situações ideais para o aprendizado e aquisição de habilidades. O
monitoramento (interno e externo), a motivação e o esforço seriam também premissas
constituintes da prática deliberada (Ericsson & Charness, 1994; Ericsson et al., 1993; Ericsson
& Lehmann, 1996; Krampe & Ericsson, 1996; Lehmann & Ericsson, 1997).
A teoria da prática deliberada foi bastante contundente; suas propostas foram, ora
amplamente aceitas, passando a constituir um novo paradigma de investigação no campo, ora
alvo de duras críticas, principalmente pela universalidade de sua proposta e pela lateralização
do papel do talento para o desempenho de elite (Simonton, 2008; Winner, 2000). Todavia,
conforme dito anteriormente, minha preocupação neste momento não é discutir a teoria da
prática deliberada, mas apenas entender melhor como se coloca, em linhas gerais, a visão
experimental da performance musical.

3. Outras abordagens

Existem ainda outras teorias que abordam a performance de diferentes maneiras, menos
inclinadas a um dos pólos (nature and nurture). Merece destaque a proposta desenvolvida por
Dr. Phillip L. Ackerman inicialmente em 1987, na qual é sugerido que o desempenho de elite
deve ser entendido como um estudo das diferenças inter e intraindividuais. Este arcabouço
parte do princípio de que “talento” deve ser entendido não como uma qualidade inata, mas
como uma qualidade desenvolvida através de uma complexa interação entre genética e
ambiente, e, uma vez desenvolvida, seria razoavelmente estável; o talento seria, portanto, uma
série de traços individuais (cognitivos, afetivos, conativos, etc.) que funcionariam como
fatores de facilitação ou impedimento para o desenvolvimento de conhecimentos e
habilidades em algum domínio. Já a prática seria fundamental, mas não suficiente para
explicar o desenvolvimento da performance de elite (Ackerman, 1988, 2013). As diferenças
individuais e a prática funcionariam como elementos de restrição do desempenho, variando de
importância de acordo com o tipo de tarefa em questão. Ackerman (1987) apresenta um
modelo de atuação das diferenças individuais, do tipo de tarefa e da prática sobre a
performance (ver Figura 1).

Figura 1 – Modelo das relações entre Capacidade e Performance (tradução minha) (Ackerman, 1987, p. 8).

A Figura 1 demonstra os tipos de habilidades associados às diferenças individuais no


desempenho inicial e final para tarefas que diferem na consistência das informações. Para
tarefas consistentes, a capacidade geral e do domínio vão estar associadas às diferenças na
performance inicial (devido à necessidade do controle de recursos para processar novas
informações). Com a prática, esses elementos tendem a ser menos influentes na performance
ao passo que os efeitos da prática são claramente correlacionados à performance final,
independentemente das diferenças individuais (com exceção apenas para algumas capacidades
específicas que tangem as habilidades em questão e os processos que cuidam do
processamento de componentes automáticos). Para tarefas inconsistentes, diferenças
individuais correlacionam com todas as etapas da performance devido à necessidade de
controle do processo (Ackerman, 1987).
Existem, contudo, evidências que divergem da proposta de Ackerman (1987). As
evidências, inicialmente complementares ao fato de que as diferenças individuais
desempenhariam papéis diferentes em diferentes estágios da performance, mostram que
indivíduos de elite, devido à sua extensa experiência no domínio, são capazes de lograr os
limites da memória geral e do processamento de informações, mesmo em tarefas
inconsistentes. Assim sendo, as evidências sugerem que músicos ou quaisquer performers de
elite não são influenciados pelos mesmos elementos que outros indivíduos em seus domínios
(Ericsson et al., 1993; Salthouse, 1991).

4. Considerações finais

Compreender o desempenho de elite em qualquer domínio é almejado por vários


campos da ciência que buscam um melhor entendimento do ser humano, pois tal compreensão
pode prover avanços significativos neste sentido e é justamente por este fato que vários
pesquisadores se dedicam a estudar este fenômeno; os principais domínios nos quais o
desempenho de elite é estudado são a música, o xadrez e os esportes, por apresentarem
desempenhos reproduzíveis e de certa forma, mensuráveis5. Para músicos entretanto, buscar
entender o desempenho de elite vai além, pois pode gerar contribuições diretas para o
desenvolvimento do campo da música.
Neste artigo, foram apresentadas e sucintamente discutidas três teorias que abordam de
maneira distinta a relação entre genética (nature) e treinamento (nurture) como elementos
subjacentes ao desempenho de elite; a primeira, proposta por Howard Gardner, mais inclinada
para o pólo nature, busca entender o desempenho experto como fruto de uma configuração
genética favorável; a segunda, desenvolvida por Dr. K. Anders Ericsson, mais inclinada para
o pólo nurture, visa entender o desempenho de elite como resultado do extenso acúmulo de
prática no domínio em questão; e a última, desenvolvida por Dr. Phillip L. Ackerman, situada
num ponto mais central, busca entender o desempenho proeminente através do estudo de
características individuais diferenciadas, sejam herdadas ou adquiridas.
Cada uma dessas teorias, bem como outras que não foram aqui apresentadas, trouxeram
avanços no sentido da compreensão do fenômeno do desempenho experto, mas,
eventualmente, algumas visões estão mais próximas de representar a realidade do que outras.
Deste modo, analisando profundamente cada uma das teorias, nota-se que existem algumas
visões que tendem a ignorar certas configurações que não convergem com as premissas de sua
abordagem, gerando assim informações que se distanciam da realidade. Não obstante, é
sabido que o processo de formação de um músico (ou qualquer outro indivíduo) de elite é
fruto de uma complexa interação de diversos fatores, genéticos, ambientais e sociais
(Sloboda, 2000).

5. Referências bibliográficas

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Watson, J. B. (1930). Behaviorism (p. 248). London: Kegan Paul, Trench, Trubner & Co.,
Ltd.

1
Ciência falida entre as décadas de 1930 e 1940, principalmente depois que o nazismo usou-a como
argumento para exterminação de pessoas, que previa uma “seleção de características hereditárias desejéveis, a
fim de aprimorar as gerações futuras, tipicamente em referência a seres humanos.” (Wilson, 2013).
2
Principalmente através do estudo de prodígios e idiot savants, por, segundo Gardner (1983, p. 63)
apresentarem a possibilidade de estudar as inteligências humanas em relativo isolamento.
3
Dr. K. Anders Ericsson. 2013. Google Scholar. <http://scholar.google.com/citations?hl=pt-
BR&user=Ym0clGUAAAAJ&pagesize=100&sortby=pubdate&view_op=list_works>. Acessado em 21 de
agosto de 2013.
4
“Uma premissa de nosso arcabouço teorético é que o desempenho aumenta monotonicamente de acordo
com a lei de potência.” (Ericsson, Krampe, & Tesch-Romer, 1993, p. 384).
5
Um aspecto que merece ser levantado aqui são as peculiaridades do desempenho em música em relação
à outros domínios de performance. Uma das grandes dificuldades que o domínio da música oferece está
relacionada à avaliação, necessária para o reconhecimento do desempenho proeminente em caráter científico.
Nos esportes existem parâmetros bastante objetivos de avaliação; o xadrez, por sua vez, é considerado o
“organismo modelo” para estudo da performance, por possuir um sistema de classificação considerado bastante
confiável (Charness et al., 2005), apresentando uma correlação com o desempenho do jogador entre .93 e .96;
música, no entanto, não possui um sistema claro de avaliação, principalmente entre músicos mais experientes,
uma vez que a avaliação de músicos inclui valores artísticos (Sloboda et al., 1996). Logo, medir e comparar
diferenças no desempenho em música, algo particularmente importante para o entendimento sobre os elementos
que influenciam o desempenho, não é uma tarefa simples, principalmente para pesquisas laboratoriais.
Obviamente que existem maneiras de classificar músicos, principalmente no que diz respeito ao domínio técnico
do instrumento e, para isso, pesquisadores já desenvolveram protocolos que capturam peculiaridades do
desempenho; mas a proficiência técnica no instrumento não é o suficiente para tornar um músico proeminente.

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