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CICLO COMBINADO
Rio de Janeiro
Lemos, Felipe de Abreu
Análise Exergética de uma usina Termelétrica operando em
um ciclo combinado/ Felipe de Abreu Lemos – Rio de
Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2018.
X, 81 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Nísio de Carvalho Lobo Brum
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/
Curso de Engenharia Mecânica, 2017.
Referências Bibliográficas: p.75.
1. Introdução 2. Conceitos Teóricos. 3. Formulação 4.
Dados do Projeto. 5. Análise Térmica. 6. Análise
Exergética 7. Conclusões 8. Bibliografia I. Nísio de
Carvalho Lobo Brum. II. Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Escola Politécnica, Engenharia Mecânica. III.
Análise Exergética de uma usina termelétrica operando em
ciclo combinado.
iii
“Find a place inside where there’s joy,
and the joy will burn out the pain”
Joseph Campbell
iv
AGRADECIMENTOS
Dedico este trabalho a minha mãe e ao meu pai, pois sem eles nada seria
possível. O apoio de vocês dois foi imprescindível para mim.
Aos meus amigos que conheci antes, no início, durante e depois da faculdade,
meu singelo obrigado pela companhia e amizades queridas. Um agradecimento
especial àqueles amigos que estiveram presentes nos meus momentos de maiores
dificuldades neste ano, vocês sabem quem são, e por esse amparo eu serei
eternamente grato.
Por fim, um agradecimento ao meu orientador Nísio e a todos os outros
professores e colaboradores da Engenharia Mecânica que de certa forma
colaboraram para a realização deste projeto.
v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como
parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.
Março/2018
vi
Summary of the Graduation Project submitted to the Polytechnic school POLI/UFRJ
as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Mechanical Engineer.
March/2018
This project consists of the correct sizing (design) of a thermoelectric power plant
operating in a combined cycle with cogeneration. It was necessary to determine the
thermodynamic properties at the various points of interest that characterize the plant.
The approach of this work is essentially theoretical with the calculations being
made according to the literature presented during the course, without the use of any
external programs.
The exergy analysis of each equipment was made with the objective of identifying
those that present the greater destruction of exergy as well as those that present the greater
and smaller second law efficiencies.
Finally, the ultimate goal of this project is to provide an optimization of the plant’s
operational conditions as well as assisting in the design of new plants.
vii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1
1.1. Objetivo: ............................................................................................................ 2
2. CONCEITOS TEÓRICOS .................................................................................... 3
2.1. Caldeira Recuperadora (HRSG): ..................................................................... 7
2.1.1. Blowdown e Heat Loss: ........................................................................... 9
2.2. Cogeração:.................................................................................................... 11
2.3. Operação da Usina: ....................................................................................... 11
3. FORMULAÇÕES ............................................................................................... 13
3.1. O Conceito de Exergia .................................................................................. 13
3.2. Exergia Termomecânica................................................................................ 14
3.3. Exergia Química ........................................................................................... 16
4. DADOS DO PROJETO ...................................................................................... 18
4.1. Layout da Usina Termelétrica ....................................................................... 18
4.2. Determinação das propriedades termodinâmicas: .......................................... 19
4.2.1. Ciclo a Gás: ........................................................................................... 19
4.2.2. Ciclo a Vapor:........................................................................................ 29
4.2.3. Queima Suplementar:............................................................................. 35
4.2.4. Caldeira Recuperadora (HRSG): ............................................................ 39
5. ANÁLISE TÉRMICA ......................................................................................... 48
5.1. Ciclo a Gás: .................................................................................................. 48
5.2. Ciclo a Vapor:............................................................................................... 50
5.3. Eficiência do Ciclo Combinado:.................................................................... 52
6. ANÁLISE EXERGÉTICA .................................................................................. 54
6.1. Compressor:.................................................................................................. 54
6.2. Câmara de Combustão: ................................................................................. 55
6.3. Turbina a gás: ............................................................................................... 60
6.4. Turbina a Vapor: ........................................................................................... 64
6.4.1. Primeiro Estágio (HP): ........................................................................... 64
6.4.2. Segundo Estágio (LP): ........................................................................... 65
6.5. Condensador: ................................................................................................ 66
6.6. Superaquecedores: ........................................................................................ 67
6.7. Evaporador: .................................................................................................. 69
6.8. Economizador: .............................................................................................. 70
7. CONCLUSÕES: ................................................................................................. 72
8. BIBLIOGRAFIA: ............................................................................................... 75
viii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1: Termoelétrica Leonel Brizola. ..................................................................... 2
Figura 2.1: Ciclo Brayton Aberto. ................................................................................. 3
Figura 2.2: Ciclo Rankine. ............................................................................................ 4
Figura 2.3: Ciclo Combinado. ....................................................................................... 6
Figura 2.4: HRSG com circulação forçada e seus componentes. .................................... 8
Figura 4.1: Layout da Usina Termoelétrica.................................................................. 18
Figura 4.2: Turbina a Vapor. ....................................................................................... 32
Figura 4.3: Condensador de Superfície e suas temperaturas. ........................................ 33
Figura 4.4: Perfil de Temperaturas do condensador. .................................................... 34
Figura 4.5: Perfil de temperaturas da HRSG. ............................................................... 40
Figura 4.6: HRSG e seus componentes. ....................................................................... 41
Figura 4.7: Volume de controle com evaporador e superaquecedores. ......................... 43
Figura 4.8: Volume de controle com apenas os dois superaquecedores. ....................... 46
Figura 5.1: Volume de controle utilizado no cálculo de análise térmica da turbina a gás.
................................................................................................................................... 48
Figura 6.1: Compressor com fluxos de entrada e saída de ar. ....................................... 54
Figura 6.2: Câmara de Combustão. ............................................................................. 56
Figura 6.3: Turbina a gás. ............................................................................................ 61
Figura 6.4: Tipos de exergias existentes na turbina a gás. ............................................ 63
Figura 7.1: Percentuais de Exergia destruída. .............................................................. 73
ix
ÍNDICE DE TABELAS
x
LISTA DE SÍMBOLOS
xi
𝑀𝑀𝑖 – Massa molecular de cada composto
𝑛̇ – Vazão molar
𝑛 – Número de moles
𝑃 – Pressão
𝑃𝐶𝐼 − Poder calorífico inferior do combustível
𝑃𝑖 – Pressão parcial
𝑃𝑟 – Pressão relativa
𝑃𝑟𝑒𝑓 − Pressão de referência
𝑄̇ – Taxa de calor
𝑄̇𝑒𝑐𝑜 − Taxa de calor no economizador
𝑄̇𝐸𝑉𝐴𝑃,𝑆𝐻1,𝑆𝐻2 − Taxa de calor no evaporador, superaquecedores 1 e 2
𝑄̇𝑝𝑟𝑜𝑐 − Taxa de calor gerado na operação do vapor de processo
xii
𝑋̇𝑑𝑒𝑠𝑡 − Taxa de exergia destruída no processo
̇
𝑋𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎 − Taxa de exergia fornecida
𝑋̇𝑝 − Taxa de exergia dos produtos
𝑋̇𝑟 − Taxa de exergia dos reagentes
𝑋̇𝑟𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 − Taxa de exergia recuperada na turbina
𝑋̇𝑠𝑜𝑏𝑟𝑎 − Taxa de exergia na saída dos gases da turbina
𝑤𝑏 − Trabalho da bomba
𝑊̇𝐶𝑉 − Potência no volume de controle
𝑊̇𝐻𝑃 − Potência no primeiro estágio da turbina
𝑊̇𝑙í𝑞 – Potência líquida
𝑊̇𝐿𝑃 − Potência no segundo estágio da turbina
𝑊̇𝑟,𝑐𝑜𝑚𝑝 − Potência real do compressor
𝑊̇𝑟𝑒𝑣 − Potência reversível
𝑊̇𝑇𝐺 − Potência da turbina a gás
𝑊̇𝑇𝑉 − Potência da turbina a vapor
𝑦𝑖 − Fração molar dos componentes da mistura
𝑦𝑖𝑒 − Fração molar dos componentes no ambiente
𝑧 − Altura
∆𝐺 – Função de Gibbs
∆ℎ − Entalpia Específica
∆𝑇𝑒𝑐𝑜 − Variação de temperatura no economizador
𝜂𝑡 − Eficiência da turbina
𝜂 𝑇 − Eficiência térmica do ciclo
𝜂𝐼𝐼 − Eficiência de segunda lei
𝛷 − Fator de cálculo para a exergia química
𝜓 − Exergia de escoamento
xiii
xiv
1. INTRODUÇÃO
A geração de energia elétrica pela movimentação das pás de uma turbina, que
movimentam o eixo da turbina conectado à um gerador elétrico, é utilizada em larga
escala no mundo todo. A turbina e o gerador transformam a energia mecânica (ou térmica)
de um fluido em energia elétrica. A liberação desta energia mecânica de um fluido se dá
pela queima de combustíveis fósseis, ou pela transformação de água em vapor
superaquecido, que são enviados a turbinas a gás e turbinas a vapor, por exemplo. Esse
tipo de geração de eletricidade é empregado nas usinas termelétricas. Especialmente no
Brasil, estas usinas ocupam o posto de segunda maior fonte de geração de energia:
1
No estado do Rio de Janeiro, há seis grandes termelétricas operando atualmente e
que usam gás natural, sendo que quatro destas estão sob gestão da Petrobrás. São elas a
termelétrica Santa Cruz, Norte Fluminense, Leonel Brizola, Mário Lago, Barbosa Lima
Sobrinho e Roberto Silveira (Campos). A Leonel Brizola é a usina de maior geração de
energia com cerca de 1058 MW. (MAPA DE TERMELÉTRICAS DO BRASIL, 2013).
1.1. Objetivo:
2
2. CONCEITOS TEÓRICOS
3
1-2: Compressão Isentrópica (em um compressor)
2-3: Fornecimento de calor a pressão constante (em um trocador de calor)
3-4: Expansão Isentrópica (em uma turbina)
4-1: Rejeição de calor a pressão constante (em um trocador de calor)
Para um ciclo Rankine, o ciclo ideal das usinas de potência à vapor, não
envolvendo nenhuma irreversibilidade interna e consiste nos quatros processos seguintes:
4
(a caldeira também é chamada de gerador de vapor). O vapor de água superaquecido no
estado 3 entra na turbina a vapor, e se expande de forma isentrópica e produz trabalho,
girando o eixo conectado à um gerador elétrico. A pressão e a temperatura neste processo
caem até o estado 4, quando o vapor entra no condensador (no estado 4, geralmente o
fluido é uma mistura líquido-vapor com título elevado). Depois, o vapor é condensado a
pressão constante no condensador, rejeitando calor para um para um meio de resfriamento
como um lago, rio ou a atmosfera. A água então deixa o condensador como líquido
saturado e entra na bomba completando o ciclo.
Finalmente, o ciclo combinado nada mais é que uma combinação do ciclo Brayton
com um ciclo Rankine. SHAPIRO et al. (2006) explica que estão acoplados de tal maneira
que a transferência de calor para o ciclo à vapor é provido pelo ciclo a gás, também
chamado de topping cycle. O ciclo combinado possui a temperatura alta de adição de
calor da turbina a gás e a temperatura baixa de rejeição de calor do ciclo à vapor, fazendo
com que a eficiência térmica seja maior do que se comparada aos dois ciclos
individualmente. Para várias aplicações ciclos combinados são econômicos e estão sendo
usados cada vez mais usados no mundo todo para a geração de energia elétrica.
5
Figura 2.3: Ciclo Combinado.
O layout clássico acima mostra o ciclo a gás acima do ciclo a vapor. Nota-se o
papel da caldeira como o trocador de calor, com os gases da exaustão da turbina sendo
aproveitados na mesma, sendo sua energia recuperada e transferida para o vapor vindo
do ciclo de baixo. Neste projeto, será considerada a entrada na câmara de combustão de
um combustível onde ocorrerá a queima do mesmo com ar comprimido vindo do
compressor. Tal consideração é necessária para o posterior cálculo da exergia dos
componentes, onde alguns (como a câmara de combustão) exigirão a exergia química
para se concluir a análise.
Além da turbina a gás, que é um elemento essencial da usina, as caldeiras tem
papel fundamental na geração de energia. Neste trabalho, a caldeira será estudada da
forma mais específica possível, com todos os seus componentes sendo analisados
individualmente. Mais informações acerca da caldeira são vistas na próxima seção.
6
2.1. Caldeira Recuperadora (HRSG):
Circulação Natural
Circulação Forçada
Monotubulares (Once Through – OTSG)
7
A caldeira deste projeto é classificada como uma caldeira de circulação forçada:
os gases de exaustão da turbina fluem na direção vertical, enquanto que as superfícies de
aquecimento utilizadas possuem tubos horizontais.
Figura 2.4: HRSG com circulação forçada e seus componentes. GANAPATHY (2003).
Na figura 2.4, água de alimentação entra no HRSG próximo à chaminé, passa por
um economizador onde é aquecida, e entra no tubulão. No tubulão, em inglês chamado
de steam drum, ocorre a separação da mistura água-vapor (pode haver certa vaporização
da água no economizador); depois, a água entra no evaporador e sai na forma de vapor
úmido. A bomba de circulação tem a finalidade de garantir o fluxo através dos tubos do
evaporador. Continuando, o vapor sai do evaporador e entra novamente no tubulão, onde
é separado e torna-se vapor saturado seco, que é então direcionado para um
8
superaquecedor, onde é transformado em vapor superaquecido e enviado para uma
turbina a gás. Este é um layout simples para um HRSG, operando apenas com três
superfícies de aquecimento e em um único estado de pressão para a mistura água-vapor.
Existem várias outras utilizações, com múltiplos estágios de pressão e vários
componentes, por exemplo.
Além disso, um HRSG pode possuir uma queima suplementar dos gases da
combustão ou não. Esta queima é um outro modo de garantir uma maior geração de vapor.
Segundo RAYAPROLU (2009), os tipos de queima em um HRSG são:
A caldeira analisada neste trabalho será mostrada na seção 4.2.4, com seus modos
de operação e todos os seus componentes.
9
quantidade de sólidos dissolvidos na água da caldeira em baixas pressões, e a
quantidade de dióxido de silício presente na água em altas pressões.
10
Stack: perdas devido á saída dos gases quentes da combustão para a atmosfera.
Perdas inexplicáveis: devido ao calor sensível nas cinzas, atomização do
vapor, ou outras causas desconhecidas.
Perdas no combustível: uma quantidade pequena do combustível escapa e não
é queimada na câmara de combustão.
2.2. Cogeração:
RAYAPROLU (2009) diz que um ciclo de cogeração é aquele que produz duas
formas de energia utilizável: potência e vapor. Os gases de exaustão da turbina a gás,
abreviada de T.G, são resfriados no HRSG para produzir vapor para processo ou para
potência. Como o requerimento de vapor não está sempre necessariamente ligado a
produção de energia, visto que neste trabalho há um desvio de vapor na turbina a vapor
(T.V) para outros usos, é bastante comum o uso de queima suplementar na entrada do
HRSG para que a usina nunca esteja com níveis de produção de energia e vapor abaixo
do demandado. As eficiências de um ciclo em cogeração podem facilmente chegar à 80%
ao contrário do máximo de 60% do ciclo combinado.
A usina a ser analisada nesse trabalho tem uma caldeira que opera com apenas um
nível de pressão; não são utilizados múltiplos níveis de pressão. Desaeradores aquecem
água de alimentação para cerca de 78°C que é enviada para bombas que elevam a pressão
da água para aproximadamente 12,4 MPa. A água então entra na caldeira à cerca de 80°C
(há uma pequena elevação de temperatura nas bombas) e passa por uma série de
trocadores de calor, começando por um economizador, onde tem sua temperatura elevada,
passa por um evaporador, onde sofre a mudança de fase para vapor, e finalmente é
transformada em vapor superaquecido ao passar por dois superaquecedores. A
temperatura de saída do vapor superaquecido da caldeira é de cerca de 567,4 °C, sendo a
pressão a mesma da entrada na caldeira.
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Este vapor sofre um decréscimo mínimo de pressão e temperatura antes de entrar
na turbina a vapor, estando à 565 °C e 12 MPa. Na turbina, o vapor passa por dois estágios
de expansão, onde no estado de pressão intermediária, cerca de 4,4 MPa, há um desvio
de vapor para outras utilizações industriais. A vazão de vapor desviada varia de 200 t/h à
400 t/h. Um valor intermediário será deduzido ao longo deste trabalho. O vapor, agora
uma mistura líquido-vapor, é descarregado da turbina à 41,39 °C e 0,08 kPa. Após, é
enviado para um condensador de superfície, onde ocorre a transformação para o estado
de líquido saturado, com as mesmas temperaturas e pressões da descarga da turbina. O
condensador troca calor com água de resfriamento proveniente de uma torre de
resfriamento; a temperatura de descarga da água da torre é de cerca de 28°C.
A turbina a gás da usina é o modelo GT 11 N2 da ALSTOM, e tem as seguintes
especificações:
Como visto acima, o combustível usado na turbina é o gás natural, e neste trabalho
a composição dele será considerada somente de gás metano, 𝐶𝐻4 . O metano é usado na
câmara de combustão e também na queima suplementar existente na entrada da caldeira.
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3. FORMULAÇÕES
Pode-se dizer que sempre é necessário realizar a medição de energia de uma fonte
quando esta é descoberta. O potencial de trabalho da fonte é algo que deve ser
determinado, ou seja, a quantidade de energia que se pode retirar de tal fonte como
trabalho útil. É importante notar que qualquer fonte tem uma parcela de energia
indisponível e que sempre será inutilizável.
Um sistema fornece o máximo possível de trabalho ao passar por um processo
reversível do estado inicial especificado para o estado ambiente, também chamado de
estado morto. Isso representa o potencial de trabalho útil do sistema no estado
especificado, e é chamado de exergia. Basicamente, a exergia representa o limite superior
da quantidade de trabalho que um dispositivo pode produzir sem violar nenhuma das leis
termodinâmicas.
Um processo reversível, como é sabido, é um processo onde não há geração de
entropia. Então, o trabalho reversível é definido como o trabalho mínimo que precisa ser
fornecido à medida que um sistema passa pelos estados inicial e final especificados. O
trabalho da vizinhança, é o trabalho realizado pela ou contra a vizinhança em um
processo, sendo a vizinhança tudo que está fora das fronteiras de um sistema. O trabalho
útil é a diferença entre o trabalho real e o trabalho da vizinhança; assim sendo, qualquer
diferença entre o trabalho reversível e o trabalho útil é causado pelas irreversibilidades
em um sistema. Logo, para um processo reversível, o trabalho reversível e o trabalho real
são iguais, e a irreversibilidade é nula. A irreversibilidade é um termo importante porque
é equivalente à quantidade de exergia destruída, ou seja, como se fosse uma oportunidade
perdida de realizar trabalho. Quanto menor for a irreversibilidade associada à um sistema,
maior será o trabalho produzido.
13
3.2. Exergia Termomecânica
𝑉2
𝜓𝑓 = ℎ − ℎ0 − 𝑇0 (𝑠 − 𝑠0 ) + + 𝑔𝑧 (3.2)
2
𝑇0
0 = ∑ (1 − ) 𝑄̇ − 𝑊𝑐𝑣
̇ + ∑ 𝑚̇ 𝑖 𝜓𝑓𝑖 − ∑ 𝑚̇𝑒 𝜓𝑓𝑒 − 𝑋𝑑̇ (3.3)
𝑇𝐽 𝑗
𝑗 𝑖 𝑒
14
Os termos 𝑚̇𝑖 𝜓𝑓𝑖 e 𝑚̇𝑒 𝜓𝑓𝑒 são as taxas de transferência de exergia acompanhando
o fluxo mássico e o fluxo de trabalho na entrada i e na saída e. A equação abaixo é obtida
para os processos reversíveis onde a destruição de exergia é nula:
A eficiência da segunda lei agora pode ser calculada. A eficiência de segunda lei,
denominada de 𝜂𝐼𝐼 , nada mais é que a razão entre a exergia recuperada e a exergia
fornecida. Tais fórmulas variam de acordo com o componente avaliado para o cálculo da
análise, sendo diferente para turbinas, compressores, bombas e trocadores de calor.
𝑊̇𝑠𝑎𝑖 𝑊̇𝑠𝑎𝑖
𝜂𝐼𝐼 = = (3.5)
𝑚̇𝑖,𝑒 (𝜓𝑖 − 𝜓𝑒 ) 𝑊̇𝑟𝑒𝑣
𝑚̇𝑓𝑟𝑖𝑜 (𝜓4 − 𝜓3 )
𝜂𝐼𝐼 = (3.7)
𝑚̇𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝜓1 − 𝜓2 )
15
3.3. Exergia Química
𝑏
(𝑦𝑂𝑒2 )𝑎+ 4
𝑒 𝑐ℎ = −∆𝐺 + 𝑅̅ 𝑇0 ln [ 𝑏]
(3.8)
𝑒 𝑎 𝑒
(𝑦𝐶𝑂2 ) (𝑦𝐻2 𝑂 )2
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A equação acima é um exemplo para um hidrocarboneto com produtos O2, CO2 e
H2O. Nota-se a presença da função de Gibbs negativa e os termos das frações molares ye
para os elementos químicos presentes no ambiente. Os termos a e b são coeficientes
estequiométricos.
Finalmente, SHAPIRO et al. (2006) determina uma equação mais simples para
uma mistura de gases ideais à T0, p0, consistindo somente de substâncias presentes como
gases no ambiente:
𝑦𝑖
𝑒 𝑐ℎ = 𝑅̅ 𝑇0 ∑ 𝑦𝑖 𝑙𝑛 ( )
𝑦𝑖𝑒
𝑖
𝜓𝑓 = ℎ − ℎ0 − 𝑇0 (𝑠 − 𝑠0 ) + 𝑒 𝑐ℎ (3.9)
17
4. DADOS DO PROJETO
3
g1
5
8
Gas Supply
3' 4r
6 7
4r
Gas Supply
Gas Supply
Gas Supply
18
A figura 4.1 evidencia todos os componentes da usina, ficando claro a presença de duas
caldeiras, com dois blocos idênticos fornecendo o vapor necessário à turbina à vapor.
As seguintes considerações iniciais são levadas em conta:
A tabela 2.2 forneceu alguns dados referentes a turbina a gás, porém, a relação de
compressão usada neste trabalho será de 15,9 e a temperatura de descarga da turbina será
de 540°C. Fora isso, todos os outros dados da tabela 2.2 serão levados em conta:
19
Tabela 4.1: Dados do Compressor.
Compressor
Relação de Pressão: 15,9:1
Vazão de ar: 393 [kg/s]
Pressão Atmosférica 100 [kPa]
Pressão de Saída 1590 [kPa]
Câmara de Combustão
Temperatura Gás Natural 25 °C
Pressão de Entrada do Ar 1590 [kPa]
Vazão Gás Natural 6,7 [kg/s]
𝑃6
𝑃𝑟6 = 𝑃𝑟 (4.1)
𝑃5 5
20
𝑇6 = 731 𝐾
𝑘𝐽
ℎ6 = 747,13 (4.3)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝑠6 = 7,0090
𝑘𝑔𝐾
𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑟 𝑘𝑔𝑎𝑟
𝐴𝐹𝑟𝑒𝑎𝑙 = = 58,66 (4.4)
𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝑑𝑒 𝐺á𝑠 𝑁𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙 𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏
𝑎 × (4,76) 𝑘𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟
̅̅̅̅̅̅̅
𝐴𝐹𝑡𝑒𝑜 = = 9,52 (4.6)
𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑒𝑞𝑢𝑖𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙𝑐𝑜𝑚𝑏
21
Transformando a razão ar-combustível teórica para kgar/kgcomb , multiplicando
AFteo pela razão de massa de ar pela massa de combustível:
𝑀𝑎𝑟 𝑘𝑔𝑎𝑟
𝐴𝐹𝑡𝑒𝑜 = ̅̅̅̅̅̅̅
𝐴𝐹𝑡𝑒𝑜 × ( ) = 17,23 (4.7)
𝑀𝑐𝑜𝑚𝑏 𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏
𝐴𝐹𝑟𝑒𝑎𝑙
% 𝑎𝑟 = = 3,4 𝑜𝑢 340% (4.8)
𝐴𝐹𝑡𝑒𝑜
∑ 𝑛𝑒 ℎ𝑒 = ∑ 𝑛𝑖 ℎ𝑖 (4.11)
𝑃 𝑅
22
𝑄̇
= ℎ𝑝 − ℎ𝑟 = 0 (4.12)
𝑛̇ 𝐶𝐻4
∆ℎ)𝑂2 ] (4.13)
Considerando que o ar vindo do compressor está à 458 °C (731K), assim sendo, suas
entalpias de formação são nulas (para o nitrogênio e o oxigênio) e as entalpias específicas
dependem apenas da temperatura de entrada do ar em excesso na câmara de combustão.
𝑘𝐽 𝑘𝐽
Seus valores são ∆ℎ = 12900,79 𝑘𝑚𝑜𝑙 para o nitrogênio, e ∆ℎ = 13533,47 𝑘𝑚𝑜𝑙 para o
𝑘𝐽
ℎ𝑟 = 347027,796 (4.14)
𝑘𝑚𝑜𝑙𝐶𝐻4
23
Como os valores das entalpias de formação de N2 e O2 são nulos, e os valores das
entalpias de formação do CO2 e H2O são -393522 kJ/kmol e -241826 kJ/kmol
respectivamente ((ℎ𝑓° )𝐶𝑂2 𝑒 (ℎ𝑓° )𝐻2𝑂 ), o termo à esquerda da equação (4.15) torna-se:
𝑇𝑃 ≈ 1408,7𝐾 (4.17)
𝑇8 − 𝑇7
𝜂𝑡 = (4.18)
𝑇8𝑠 − 𝑇7
𝜂𝑡 = 0,83
𝑦𝑖 𝑝
𝑠𝑖 (𝑇, 𝑝𝑖 ) = 𝑠𝑖° (𝑇) − 𝑅 ln (4.21)
𝑝𝑟𝑒𝑓
25
𝑘𝐽 𝑘𝐽
𝑘𝐽 ℎ𝑖 [𝑘𝑚𝑜𝑙] 𝑘𝐽 𝑠𝑖 [𝑘𝑚𝑜𝑙 ]
ℎ𝑖 [ ] = 𝑒 𝑠𝑖 [ ] = (4.22)
𝑘𝑔 𝑘𝑔 𝑘𝑔 𝑘𝑔
𝑀𝑀𝑖 [𝑘𝑚𝑜𝑙 ] 𝑀𝑀𝑖 [𝑘𝑚𝑜𝑙]
Onde o sub-índice “i” refere-se à uma substância específica (ar, combustível, CO2,
H2O, N2, O2).
Para a entrada de metano (CH4) na câmara de combustão, utilizando a equação
(4.20), o valor da entalpia específica (∆ℎ) do metano é nulo, pois o mesmo entra à
temperatura ambiente na câmara de combustão. Então, apenas o valor da entalpia de
formação é equivalente ao valor da entalpia de entrada do metano na câmara de
combustão. Recorrendo ao ANEXO V, a entalpia de formação do metano é:
𝑘𝐽
ℎ𝑓° = −74873 (4.23)
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑘𝐽
ℎ6𝐶𝐻4 = −4668 (4.24)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝑠6𝐶𝐻4 = 9,674 (4.25)
𝑘𝑔𝐾
26
de formação do N2 e do O2 são nulas, e os valores das entalpias específicas ∆ℎ de todos
os compostos são determinados à temperatura T 7 = 1400K, pelos ANEXOS IV e V, as
entalpias na base molar de cada componente neste ponto são determinadas. Utilizando a
fórmula (4.21) e levando em conta o termo logarítmico devido à pressão existente no
fluxo de saída, pelos ANEXOS IV e V, as entropias do ponto 7 são determinadas.
Na descarga da turbina, no ponto 8, as entalpias específicas são calculadas à T =
813K e não há entalpia de formação para o N2 e o O2. Deste modo, utilizando a equação
(4.20) e os ANEXOS IV e V, as entalpias neste ponto são calculadas. Para as entropias
do ponto 8, os termos logarítmicos da equação (4.21) são considerados, pois a pressão de
descarga é de cerca de 154 kPa. Então, as entropias são determinadas pelas entropias
absolutas do ANEXO IV e pelas frações molares dos produtos da combustão, 𝑦𝑖 . No final,
os resultados na base molar são transformados para a base mássica com a divisão pelo
peso molecular de cada composto, de acordo com a equação (4.22). Abaixo, seguem
tabelas com os valores calculados para cada ponto:
27
vazões mássicas do ar entrando na mesma e do combustível CH4 entrando são somadas:
𝑘𝑔
𝑚̇ 7 = 399,7 .
𝑠
393 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑀𝑜𝑙𝑠 𝑑𝑒 𝑎𝑟 (𝑣𝑎𝑧ã𝑜 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟): = 13,566 (4.26)
28,97 𝑠
6,7 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑀𝑜𝑙𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝐻4 (𝑣𝑎𝑧ã𝑜 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟): = 0,4177 (4.27)
16,04 𝑠
28
Tabela 4.5:Vazões mássicas do ar, combustível e dos produtos da combustão.
O ciclo a vapor deste trabalho é composto por bombas, uma caldeira para
transformação da água líquida em vapor, uma turbina a vapor com 2 estágios de pressão
e um condensador ligado à uma torre de resfriamento. Ainda, a água antes de passar pelas
bombas, sofre um processo de aquecimento em desaeradores. Vale ressaltar que durante
um dos estágios de expansão da turbina, mais especificamente o estágio de pressão
intermediária, uma parte do vapor é desviado e enviado como vapor de processo para
outras aplicações. A seguir, as entalpias, entropias, temperaturas, pressões e vazões são
determinadas para este ciclo.
Inicialmente, água em estado de líquido saturado é direcionada através de bombas;
os dados são os seguintes para o ponto 1 (consultando o ANEXO VI):
29
𝑘𝐽
ℎ1 = 173,38
𝑘𝑔
𝑚3
𝑃1 = 8 𝑘𝑃𝑎; 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑆𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑣1 = 0,001008 (4.32)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝑠1 = 0,5905
{ 𝑘𝑔𝐾
Para o ponto 2:
𝑘𝐽
𝑤𝑏 = 𝑣1 (𝑃2 − 𝑃1 ) = 12,501 (4.34)
𝑘𝑔
A entalpia é:
𝑘𝐽
ℎ2 = ℎ1 + 𝑤𝑏 = 185,88 (4.35)
𝑘𝑔
Para o ponto 3:
𝑘𝐽
ℎ3 = 3520,56
𝑘𝑔
𝑃3 = 12,41 𝑀𝑃𝑎; 𝑇3 = 567,4 °𝐶 (4.36)
𝑘𝐽
𝑠3 = 6,6951
{ 𝑘𝑔𝐾
No ponto 3’:
𝑘𝐽
ℎ3′ = 3518,44
𝑘𝑔
𝑃3′ = 12 𝑀𝑃𝑎; 𝑇3′ = 565 °𝐶 (4.37)
𝑘𝐽
𝑠3′ = 6,7069
{ 𝑘𝑔𝐾
Para o ponto 4:
30
Supondo uma eficiência isentrópica de 90%, 𝜂𝑡 = 0,90 , para a turbina a vapor:
ℎ3′ − ℎ4𝑟
𝜂𝑡 = (4.38)
ℎ3′ − ℎ4𝑠
Onde os termos h4r e h4s são as entalpias reais e isentrópicas respectivamente. Para
determinar a entalpia isentrópica:
𝑠3′ − 𝑠𝑙
𝑥4𝑟 = (4.40)
𝑠𝑙𝑣
As entropias na fórmula acima são análogas às definições das entalpias da fórmula (4.38).
Os valores de tais entropias são retirados do ANEXO VI, sendo eles 𝑠3′ =
6,7069 𝑘𝐽/𝑘𝑔𝐾,
𝑠𝑙 = 0,5909 𝑘𝐽/𝑘𝑔𝐾, e 𝑠𝑙𝑣 = 7,6403 𝑘𝐽/𝑘𝑔𝐾. Substituindo em (4.40):
Substituindo o valor do título na equação (4.38), com os valores das entalpias retirados
do ANEXO VI:
𝑘𝐽
ℎ4𝑠 = 2096,08 (4.42)
𝑘𝑔
31
Finalmente, com o valor da eficiência isentrópica da turbina e os valores das entalpias no
ponto 3’ e no ponto 4s, usando a equação (4.38):
𝑘𝐽
ℎ4𝑟 = 2238,32 (4.43)
𝑘𝑔
No entanto, é necessário ressaltar que a turbina à vapor desta UTE possui dois estágios
de expansão, sendo que parte do vapor é extraído no primeiro estágio para outras
utilizações. Um pequeno layout da turbina é apresentado a seguir:
𝑘𝐽
ℎ4𝑠 ′ = 3206,36 (4.44)
𝑘𝑔
32
ℎ3′ − ℎ4𝑟 ′
𝜂𝑡 = (4.45)
ℎ3′ − ℎ4𝑠 ′
𝑘𝐽
ℎ4𝑟 ′ = 3237,96 (4.46)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝑠4𝑟 ′ = 6,7197 (4.47)
𝑘𝑔𝐾
𝑘𝐽
𝑠4𝑟 = 7,0865 (4.48)
𝑘𝑔𝐾
33
Figura 4.4: Perfil de Temperaturas do condensador.
vazão de vapor é conhecida, a taxa de calor trocada é dada como 𝑄̇ = 247800 𝑘𝑊. Deste
𝑘𝐽
modo, substituindo o calor específico da água como 𝐶𝑝𝑎 = 4,186 𝑘𝑔𝐾 e sabendo que a
𝑘𝑔
𝑚̇𝑎 = 19760 (4.50)
𝑠
34
𝑘𝐽
ℎ = 2238,32
𝑘𝑔
𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝐶𝑜𝑛𝑑𝑒𝑛𝑠𝑎𝑑𝑜𝑟 (𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑎 𝑇𝑉 ) (4.51)
𝑘𝐽
𝑠 = 7,0865
{ 𝑘𝑔𝐾
𝑘𝐽
ℎ = 173,378
𝑘𝑔
𝑆𝑎í𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝐶𝑜𝑛𝑑𝑒𝑛𝑠𝑎𝑑𝑜𝑟 (4.52)
𝑘𝐽
𝑠 = 0,5910
{ 𝑘𝑔𝐾
𝑘𝐽
ℎ = 117,472
𝑘𝑔
𝑃𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑎1 (4.53)
𝑘𝐽
𝑠 = 0,4091
{ 𝑘𝑔𝐾
𝑘𝐽
ℎ = 130,012
𝑘𝑔
𝑃𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑎2 (4.54)
𝑘𝐽
𝑠 = 0,4510
{ 𝑘𝑔𝐾
Uma última observação é o fato dos fluidos não sofrerem alterações de pressão
durante a troca. O vapor permanece com a mesma pressão de descarga da turbina de 8
kPa, e a água de resfriamento permanece na pressão atmosférica.
Após a saída dos gases de exaustão da turbina a gás, os mesmos passam por mais
um processo de queima, chamada de queima suplementar, assim como descrito na seção
2.2. Os cálculos a seguir visam determinar a temperatura dos gases após esta queima, bem
como suas vazões mássicas. Um processo iterativo para determinar a temperatura
adiabática de chama será utilizado, assim como foi feito para a combustão no combustor.
35
Considerando uma nova vazão de 2,3 𝑘𝑔/𝑠 de metano sendo utilizada nesta
queima, a reação química para este novo processo de combustão é:
𝐶𝐻4 + 𝐶𝑂2 + 2𝐻2 𝑂 + (2,96)(4,8)(𝑂2 + 5,33𝑁2 ) → 𝑎𝐶𝑂2 + 𝑏𝐻2 𝑂 + 𝑐𝑁2 + 𝑑𝑂2 (4.55)
O coeficiente “2,96” utilizado vem do fato de que já havia uma certa quantidade
de excesso de ar dos produtos de combustão da câmara de combustão, logo, com uma
nova vazão de combustível, este excesso de ar precisava ser recalculado, tendo seu valor
diminuído. Este novo valor foi determinado do seguinte modo:
A vazão dos gases da combustão nada mais é do que a soma da vazão de metano
(CH4) entrando na câmara de combustão, com a vazão de ar vindo do compressor: 399,7
kg/s. A nova vazão de metano na queima suplementar é 2,3 kg/s, como especificado
anteriormente. O coeficiente estequiométrico para 340% de excesso de ar é de 6,8; dado
retirado da equação (4.4). O valor 4,76 é a quantidade estequiométrico do ar padrão (1 +
3,76), e MMar e MMCH4 são as massas moleculares do ar e do metano, 28,97 e 16,04
kg/kmol respectivamente. Substituindo todos esses valores, têm-se o novo coeficiente
2,96.
O balanço estequiométrico da equação (4.55) é trivial e não será mostrado, sendo
seus valores dados como: a = 2; b = 4; c = 75,73 e d = 12,21.
Então, fazendo o balanço energético para a equação (4.55):
𝑄̇
= ℎ𝑝 − ℎ𝑅 = 0
𝑛̇ 𝐶𝐻4
° ° ° °
0 = [2 (ℎ𝑓 + ∆ℎ) + 4 (ℎ𝑓 + ∆ℎ) + 75,73 (ℎ𝑓 + ∆ℎ) + 12,21 (ℎ𝑓 + ∆ℎ) ] −
𝐶𝑂2 𝐻2𝑂 𝑁2 𝑂2
° ° ° ° °
[(ℎ𝑓 + ∆ℎ) + (ℎ𝑓 + ∆ℎ) + 2 (ℎ𝑓 + ∆ℎ) + 14,21 (ℎ𝑓 + ∆ℎ) + 75,73 (ℎ𝑓 + ∆ℎ) ]
𝐶𝐻4 𝐶𝑂2 𝐻2𝑂 𝑂2 𝑁2
(4.57)
36
Sabendo que os reagentes estão à T8 = 813K, e que as entalpias de formação do
nitrogênio e do oxigênio são nulas, resolvendo a entalpia dos reagentes resulta em:
𝑘𝐽
ℎ𝑅 = 511295,664 (4.58)
𝑘𝑚𝑜𝑙
º º
511295,664 − 2 (ℎ𝑓 ) − 4 (ℎ𝑓 ) = 2(∆ℎ)𝐶𝑂2 + 4(∆ℎ)𝐻2𝑂 + 75,73(∆ℎ)𝑁2
𝐶𝑂2 𝐻2𝑂
+12,21(∆ℎ)𝑂2 (4.59)
Interpolando:
𝑇𝑃 ≅ 1060𝐾
37
realizar os cálculos para o perfil de temperatura da caldeira, uma vez que os dados de
entrada de água de alimentação, pressão do vapor, temperatura de saída do vapor e vazão
de vapor/água são conhecidos.
Com a queima suplementar, as vazões mássicas de cada produto da combustão
serão alteradas. Para as novas vazões:
𝑚̇𝐶𝐻4 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻4 = = 0,1434 (4.65)
𝑀𝑀𝐶𝐻4 𝑠
𝑘𝑔
𝑚̇𝐶𝑂2 = 12,62 (4.66)
𝑠
𝑘𝑔
𝑚̇𝐻2𝑂 = 10,35 (4.67)
𝑠
𝑘𝑔
𝑚̇𝑁2 = 304,2 (4.68)
𝑠
𝑘𝑔
𝑚̇𝑂2 = 56,03 (4.69)
𝑠
38
4.2.4. Caldeira Recuperadora (HRSG):
Um economizador;
Um evaporador
Dois superaquecedores
39
(1) “pinch point” é a diferença entre a temperatura do gás saindo do evaporador
e a temperatura de saturação:
40
Figura 4.6: HRSG e seus componentes.
A tabela abaixo mostra valores comuns para approach e pinch points, onde a faixa
de temperatura de 650 à 980 °C são valores comuns para HRSG’s com queimas auxiliares
ou suplementares, enquanto que a faixa de 370 até 650 °C é para HRSG’s sem nenhuma
queima.
41
Tabela 4.7:Dados para o pinch point e o approach point GANAPATHY (2003).
𝑇𝑠 = 327,28 °𝐶 (4.73)
42
Figura 4.7: Volume de controle com evaporador e superaquecedores.
Onde:
Para o cálculo do calor específico dos gases, será feita uma média ponderada dos
valores do calor específico para cada um dos componentes dos gases de acordo com sua
fração mássica (Oxigênio, Nitrogênio, Dióxido de Carbono e Vapor d’àgua) na
temperatura média com relação à saída da caldeira no ponto “Tg5” e a entrada dos gases
na caldeira no ponto “Tg1”. Um chute para a temperatura média na caldeira é 565 °C. O
valor do calor específico da mistura de gases então é (ANEXO X):
43
𝑘𝐽
𝐶𝑝𝑔 = 1,1510 (4.77)
𝑘𝑔𝐾
𝑄̇𝐸𝑉𝐴𝑃,𝑆𝐻1,𝑆𝐻2
𝑚̇𝑣 = (4.79)
(ℎ𝑠2 − ℎ𝑤2 ) + 𝑏𝑙𝑑 (ℎ𝑠 − ℎ𝑤2 )
𝑘𝐽
ℎ𝑠2 = 3520,56 (4.80)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
ℎ𝑠 = 2677,51 (4.81)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
ℎ𝑤2 = 1414,82 (4.82)
𝑘𝑔
𝑘𝑔
𝑚̇𝑣 = 92,67 (4.83)
𝑠
44
Sabendo que:
𝑘𝐽
ℎ𝑤1 = 334,88 (4.85)
𝑘𝑔
𝑄̇𝐸𝐶𝑂
∆𝑇𝐸𝐶𝑂 = (4.87)
𝑚̇𝑔 𝐶𝑝𝑔 ℎ𝑙
Então:
45
Figura 4.8: Volume de controle com apenas os dois superaquecedores.
os termos da equação (4.91) são conhecidos, isolando para calcular “Tg3” resulta em:
46
Tabela 4.8:Entalpias e entropias da mistura água-vapor na caldeira.
Fluido de Trabalho Entalpias [kJ/kg] Entropias [kJ/kgK]
Pontos T [°C] Água/Vapor
Tw1 80 334,88 1,0673
Tw2 312,28 1414,82 3,3715
Ts 327,28 2677,51 5,4713
Ts2 567,4 3520,56 6,6951
47
5. ANÁLISE TÉRMICA
48
seguinte equação para o trabalho líquido da figura 5.1 pode ser desenvolvida (já
balanceada com os coeficientes estequiométricos da reação química com o excesso de
ar):
Sabendo que o termo 𝑛̇ 𝐶𝐻4 nada mais é do que a vazão molar do combustível, ou
seja, a vazão mássica sobre a massa molecular, e que as entalpias de formação do oxigênio
e do nitrogênio são nulas (tanto nos reagentes quanto nos produtos), e as entalpias
específicas do oxigênio e do nitrogênio nos reagentes também são nulas, o termo dos
reagentes torna-se apenas:
𝑘𝐽
ℎ𝑅 = (ℎ𝑓° ) = −74873 (5.2)
𝐶𝐻4 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑘𝐽
ℎ𝑃 = − 343271,17 (5.4)
𝑘𝑚𝑜𝑙
49
Sabendo que 𝑛𝐶𝐻4
̇ = 0,41875 𝑘𝑚𝑜𝑙/𝑠 , já que:
𝑚̇𝐶𝐻4
𝑛̇ 𝐶𝐻4 = (5.6)
𝑀𝐶𝐻4
Obtendo os valores das entalpias da tabela 4.3, e o valor da vazão mássica do ar da tabela
4.5, o valor da potência real do compressor é determinado:
A potência bruta da turbina a gás nada mais é do que a soma da potência do compressor
com a potência líquida; tal valor é:
50
𝑘𝑔
𝑚̇𝑣 ′ = 𝑚̇𝑣 + 𝑚̇𝑣 = 185,4 (5.11)
𝑠
𝑘𝑔
𝑚̇𝑣 ′′ = 120,5 (5.14)
𝑠
51
5.3. Eficiência do Ciclo Combinado:
A eficiência total do ciclo é dada pela potência líquida sobre o calor gerado na
câmara de combustão da turbina a gás. A potência líquida total neste caso é a soma das
potências líquidas do ciclo a gás e do ciclo a vapor. Ela é dada pela soma das equações
(5.18) e (5.7). Assim, a eficiência é:
𝑊̇𝑙𝑖𝑞,𝑇𝐺 + 𝑊̇𝑇𝑉
𝜂𝑇 = (5.19)
2 𝑄̇𝑒𝑛𝑡
O calor gerado no ciclo a gás é duplicado devido as duas turbinas a gás existentes
na usina, como visto na figura 4.1. A equação para o seu cálculo é dada pelo produto da
vazão total de combustível utilizado na turbina pelo PCI do combustível:
𝑘𝐽
𝑄̇𝑒𝑛𝑡 = 428238,09 (5.21)
𝑘𝑔
52
𝑄̇𝑝𝑟𝑜𝑐 = 𝑚̇𝑝𝑟𝑜𝑐 ℎ𝑙𝑣 (5.23)
Sabendo que 𝑚̇𝑝𝑟𝑜𝑐 = 64,9 𝑘𝑔/𝑠 e ℎ𝑙𝑣 = 1683,25 𝑘𝐽/𝑘𝑔, a taxa de calor
gerada no processo é:
53
6. ANÁLISE EXERGÉTICA
6.1. Compressor:
A fórmula a ser utilizada para medir a eficiência de segunda lei deste componente
é a seguinte:
𝑊̇𝑟𝑒𝑣
𝜂𝐼𝐼 = (6.1)
𝑊̇𝑟,𝑐𝑜𝑚𝑝
54
exergia química ignorado, e adicionando-se o termo da vazão mássica. A equação então
torna-se:
Com os dados das tabela 4.3 e 4.4 sobre as temperaturas, pressões, entropias e
entalpias para a equação acima, e ainda com os dados da vazão da tabela 4.5:
Neste componente, ocorre a combustão, logo, a exergia química deverá ser levada
em conta. Para tal, a exergia final da câmara de combustão será a soma das contribuições
da exergia termo física e da química. A exergia de escoamento será calculada para os
fluxos de entrada e saída da câmara, seguindo o mesmo modelo da equação (3.7), porém,
desta vez, a vazão mássica de cada componente químico dos reagentes e dos produtos
deverá ser levado em conta, bem como a entalpia e entropia de cada substância. Logo, a
exergia termo física será o somatório do termo
55
𝑣𝑎𝑧ã𝑜 𝑚á𝑠𝑠𝑖𝑐𝑎 𝑥 𝑒𝑥𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 para cada substância, seguindo a fórmula
abaixo:
𝑋̇𝑅,𝑃 = ∑ 𝑚𝑖 𝜓𝑖 (6.7)
𝑖
Nas equações acima, cada termo i representa uma respectiva substância, e o termo
i0 representa o valor de certa propriedade de uma substância específica no estado morto.
Finalmente, a eficiência exergética deste componente será medido pela razão
entre a exergia dos produtos e a exergia dos reagentes:
𝑋̇𝑃
𝜂𝐼𝐼 = (6.9)
𝑋̇𝑅
56
Como explicitado ao longo deste trabalho, no ponto 6 há apenas ar vindo do
compressor, e no ponto 7 existem os produtos da combustão do ar reagindo com o CH4.
Os valores de todas as propriedades dos pontos de entrada e saída encontram-se nas
tabelas (4.3), (4.4) e (4.6). Para os fluxos de entrada, as exergias de escoamento são:
𝑘𝐽
𝜓𝐶𝐻4 = 46996,132 (6.12)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝜓𝑎𝑟 = 405,1 (6.13)
𝑘𝑔
57
Com os valores das tabelas 4.3, 4.4 e 4.6:
𝑘𝐽
𝜓7,𝐶𝑂2 = 721,64 (6.18)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝜓7,𝐻2𝑂 = 1445,86 (6.19)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝜓7,𝑁2 = 952,84 (6.20)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝜓7,𝑂2 = 745,44 (6.21)
𝑘𝑔
Com os valores determinados das fórmulas (6.12) e (6.13) e dados das vazões do
ar e do metano da tabela 4.5:
𝑋̇𝑃 = 𝑚̇,𝐶𝑂2 𝜓7,𝐶𝑂2 + 𝑚̇𝐻2𝑂 𝜓7,𝐻2𝑂 + 𝑚̇𝑁2 𝜓7,𝑁2 + 𝑚̇𝑂2 𝜓7,𝑂2 (6.24)
Com os valores calculados das equações (6.18) à (6.21) e dados das vazões da
tabela (4.5):
58
𝜂𝐼𝐼 = 0,776 ≅ 78% (6.26)
Ainda, é possível observar que a exergia química nos cálculos acima foi baseada
na constante ⌀. Abaixo, uma nova abordagem calculando-se a exergia química será
efetuada. Primeiramente, a taxa de exergia dos reagentes seria:
𝑋̇𝑅 = 𝑋̇𝐶𝐻4
𝑐ℎ
+ 𝑋̇𝑎𝑟 (6.27)
O termo 𝑋̇𝐶𝐻4 na equação acima será calculado através do ANEXO VII, Modelo
II, com os valores da exergia molar padrão para o CH4. Tal valor é:
𝑐ℎ
𝑘𝐽 𝑘𝐽
𝑋𝐶𝐻4 = 824000 ≅ 51500 (6.28)
𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑔
𝑋̇𝐶𝐻4
𝑐ℎ 𝑐ℎ
= 𝑚̇𝐶𝐻4 𝑋𝐶𝐻4 = 345050 𝑘𝑊 (6.29)
1
𝑦𝐶𝑂2 = (6.31)
33,37
2
𝑦𝐻2𝑂 = (6.32)
33,37
25,57
𝑦𝑁2 = (6.33)
33,37
4,8
𝑦𝑂2 = (6.34)
33,37
59
Os termos nos denominadores das funções logarítmicas são as frações molares de
𝑒 𝑒
cada substância no ambiente, e são valores fixados, sendo eles: 𝑦𝐶𝑂2 = 0,0003, 𝑦𝐻2𝑂 =
𝑒 𝑒
0,0303, 𝑦𝑁2 = 0,7576 e 𝑦𝑂2 = 0,2035. Considerando 𝑅 = 0,287 𝑘𝐽/𝑘𝑔𝐾 e
substituindo todos os valores na equação (6.30):
Finalmente, as exergias químicas calculadas são somadas aos termos das exergias
termo físicas. Logo:
E a eficiência é:
A turbina do ciclo a gás proposto neste trabalho fará o trabalho de expansão dos
produtos da combustão resultantes da combustão do combustor. Os gases expandidos
nesta etapa terão a vazão considerada constante desde a entrada até exaustão, e a exergia
química não será considerada.
60
Figura 6.3: Turbina a gás.
Como calculado na seção 4.2.1 deste trabalho, as entalpias e entropias dos pontos
7 e 8 serão consideradas para a determinação da eficiência de segunda lei e da exergia
destruída deste componente. Como feito para o compressor e para a câmara de combustão,
a exergia de escoamento para os fluxos de entrada e de saída será determinada. No
entanto, de forma semelhante ao compressor, a eficiência de segunda lei deste
componente será dada pela fórmula:
𝑊̇𝑠𝑎𝑖 + 𝑋̇𝑠𝑜𝑏𝑟𝑎
𝜂𝐼𝐼 = (6.41)
𝑊̇𝑟𝑒𝑣
Onde 𝑊̇𝑠𝑎𝑖 nada mais é que a potência bruta da turbina, 𝑊̇𝑠𝑎𝑖 = 𝑊̇𝑇𝐺 . Já o termo
da potência reversível 𝑊̇𝑟𝑒𝑣 é calculado pela diferença das exergias de escoamento na
entrada e no estado morto:
61
Pode-se notar que a exergia de escoamento da entrada da turbina é a mesma da
saída da câmara de combustão. Logo, o trabalho reversível da turbina é:
𝑊̇𝑟𝑒𝑣 = 𝑚̇𝐶𝑂2 𝜓7,𝐶𝑂2 + 𝑚̇𝐻2𝑂 𝜓7,𝐻2𝑂 + 𝑚̇𝑁2 𝜓7,𝑁2 + 𝑚̇𝑂2 𝜓7,𝑂2 (6.43)
No entanto, para a turbina a gás, ainda há o fluxo de saída dos gases. Tal fluxo é
a exergia que de certa forma “sobra” depois do processo. A exergia recuperada é a
potência bruta da turbina: 𝑊̇𝑇𝐺 = 𝑋̇𝑟𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 . A exergia fornecida é a potência
̇
reversível: 𝑋𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎 = 𝑊̇𝑟𝑒𝑣 , e a exergia que restou, 𝑋̇𝑠𝑜𝑏𝑟𝑎 , calculada a partir da vazão
de exaustão da turbina, pode ser considerada a exergia que restou do processo de
expansão.
Para o cálculo da exergia destruída, será usada a equação abaixo:
𝑋̇𝑑𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢í𝑑𝑎 = 𝑋𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎
̇ − (𝑋̇𝑟𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 + 𝑋̇𝑠𝑜𝑏𝑟𝑎 ) (6.45)
A figura 6.4 ilustra de forma mais clara a equação (6.45) de acordo com os fluxos
de massa entrando e saindo da turbina e o trabalho bruto gerado pela mesma.
62
Figura 6.4: Tipos de exergias existentes na turbina a gás.
𝑘𝐽
𝜓8,𝐶𝑂2 = (ℎ8𝐶𝑂2 − ℎ0𝐶𝑂2 ) − 𝑇0 (𝑠8𝐶𝑂2 − 𝑠0𝐶𝑂2 ) = 57,68 (6.46)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝜓8,𝐻2𝑂 = (ℎ8𝐻2𝑂 − ℎ0𝐻2𝑂 ) − 𝑇0 (𝑠8𝐻2𝑂 − 𝑠0𝐻2𝑂 ) = 110,8 (6.47)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝜓8,𝑁2 = (ℎ8𝑁2 − ℎ0𝑁2 ) − 𝑇0 (𝑠8𝑁2 − 𝑠0𝑁2 ) = 232,01 (6.48)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝜓8,𝑂2 = (ℎ8𝑂2 − ℎ0𝑂2 ) − 𝑇0 (𝑠8𝑂2 − 𝑠0𝑂2 ) = 100,71 (6.49)
𝑘𝑔
63
𝑋̇𝑠𝑜𝑏𝑟𝑎 = 78607,53 𝑘𝑊 (6.50)
Será considerada a figura 4.2 para a análise exergética da turbina. Cada estágio da
mesma será analisado separadamente.
Da mesma forma como feito anteriormente, a equação (6.5) será utilizada, sendo
a exergia de escoamento sendo calculada para o fluxo de entrada e o fluxo de saída da
turbina. Para o ciclo a vapor, o único fluido de trabalho é o vapor superaquecido, de forma
que os cálculos serão facilitados.
A eficiência de segunda lei para a turbina a vapor é análoga à eficiência da turbina
a gás e é dada por:
𝑊̇𝐻𝑃
𝜂𝐼𝐼 = (6.53)
𝑊̇𝑟𝑒𝑣
64
A exergia de escoamento do fluxo de entrada é:
𝑘𝐽
𝜓3′ − 𝜓4𝑟 ′ = 284,32 (6.56)
𝑘𝑔
A eficiência é então:
𝑊̇𝐿𝑃
𝜂𝐼𝐼 = (6.61)
𝑊̇𝑟𝑒𝑣
65
Neste estágio, porém, existe um desvio do vapor de processo para outros usos
industriais, logo, a vazão de vapor muda. Como calculado na seção 5.2, a nova vazão é
𝑘𝑔
correspondente à 𝑚̇𝑣′′ = 120,5 . A potência reversível é dada por:
𝑠
𝑘𝐽
𝜓4𝑟 ′ − 𝜓4𝑟 = 1160,80 (6.63)
𝑘𝑔
Logo:
A exergia destruída é:
6.5. Condensador:
66
𝑘𝐽
(𝜓𝑎2 − 𝜓𝑎1 ) = (ℎ𝑎2 − ℎ𝑎1 ) − 𝑇0 (𝑠𝑎2 − 𝑠𝑎1 ) = 0,05 (6.68)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
(𝜓1 − 𝜓2 ) = (ℎ1 − ℎ2 ) − 𝑇0 (𝑠1 − 𝑠2 ) = 116,282 (6.69)
𝑘𝑔
Sabendo que as vazões são 𝑚̇𝑣 = 120,5 𝑘𝑔/𝑠 e 𝑚̇𝑎 = 19760 𝑘𝑔/𝑠, a eficiência
é:
A exergia destruída é:
6.6. Superaquecedores:
67
Substituindo com os valores das tabelas 4.8, 4.9, 4.10, acha-se:
𝑘𝐽
𝜓𝐶𝑂2 = 148,31 (6.77)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝜓𝐻2𝑂 = 275,06 (6.78)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝜓𝑁2 = 140,53 (6.79)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝜓𝑂2 = 131,29 (6.80)
𝑘𝑔
Para o vapor passando pelos superaquecedores, com os dados das tabelas 4.8 a
4.10:
𝑘𝐽
(𝜓𝑠2 − 𝜓𝑠 ) = 475,91 (6.83)
𝑘𝑔
68
A exergia destruída é:
6.7. Evaporador:
𝑘𝐽
𝜓𝐶𝑂2 = (ℎ𝐶𝑂2𝑔3 − ℎ𝐶𝑂2𝑔4 ) − 𝑇0 (𝑠𝐶𝑂2𝑔3 − 𝑠𝐶𝑂2𝑔4 ) = 184,31 (6.88)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝜓𝐻2𝑂 = (ℎ𝐻2𝑂𝑔3 − ℎ𝐻2𝑂𝑔4 ) − 𝑇0 (𝑠𝐻2𝑂𝑔3 − 𝑠𝐻2𝑂𝑔4 ) = 341,02 (6.89)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝜓𝑁2 = (ℎ𝑁2𝑔3 − ℎ𝑁2𝑔4 ) − 𝑇0 (𝑠𝑁2𝑔3 − 𝑠𝑁2𝑔4 ) = 178,37 (6.90)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝜓𝑂2 = (ℎ𝑂2𝑔3 − ℎ𝑂2𝑔4 ) − 𝑇0 (𝑠𝑂2𝑔3 − 𝑠𝑂2𝑔4 ) = 167,33 (6.91)
𝑘𝑔
69
Para o vapor:
𝑘𝐽
(𝜓𝑠 − 𝜓𝑤2 ) = (ℎ𝑠 − ℎ𝑤2 ) − 𝑇0 (𝑠𝑠 − 𝑠𝑤2 ) = 633,25 (6.93)
𝑘𝑔
𝑘𝑔
Com o valor da vazão de vapor 𝑚̇𝑣 = 92,67 :
𝑠
A exergia destruída é:
6.8. Economizador:
𝑘𝐽
𝜓𝐶𝑂2 = (ℎ𝐶𝑂2𝑔4 − ℎ𝐶𝑂2𝑔5 ) − 𝑇0 (𝑠𝐶𝑂2𝑔4 − 𝑠𝐶𝑂2𝑔5 ) = 90,69 (6.98)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝜓𝐻2𝑂 = (ℎ𝐻2𝑂𝑔4 − ℎ𝐶𝑂2𝑔5 ) − 𝑇0 (𝑠𝐻2𝑂𝑔4 − 𝑠𝐻2𝑂𝑔5 ) = 173,74 (6.99)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝜓𝑁2 = (ℎ𝑁2𝑔4 − ℎ𝑁2𝑔5 ) − 𝑇0 (𝑠𝑁2𝑔4 − 𝑠𝑁2𝑔5 ) = 94,04 (6.100)
𝑘𝑔
70
𝑘𝐽
𝜓𝑂2 = (ℎ𝑂2𝑔4 − ℎ𝑂2𝑔5 ) − 𝑇0 (𝑠𝑂2𝑔4 − 𝑠𝑂2𝑔5 ) = 86,68 (6.101)
𝑘𝑔
Multiplicando cada uma das exergias de escoamento acima pela vazão mássica de
cada produto da combustão correspondente:
𝑘𝐽
(𝜓𝑤2 − 𝜓𝑤1 ) = (ℎ𝑤2 − ℎ𝑤1 ) − 𝑇0 (𝑠𝑤2 − 𝑠𝑤1 ) = 388,08 (6.103)
𝑘𝑔
A exergia destruída é:
71
7. CONCLUSÕES:
72
Porcentagem de Destruição de Exergia
0.20% 3.59%
3.76%
0.24%
9.11%
5.96%
5.92%
0.37%
70.85%
Uma das grandes dificuldades deste trabalho foi a falta de muitos dados para um
dimensionamento muito mais preciso, fato este evidenciado principalmente na parte da
caldeira recuperadora da planta, onde foi necessário usar um método de off design para a
determinação de algumas propriedades. Tal método é relatado por GANAPATHY (2003),
sendo que com as corretas dimensões dos trocadores de calor dentro da caldeira
(economizador, superaquecedores, evaporador) e as temperaturas nos pontos
intermediários da caldeira, o cálculo exergético seria muito mais preciso.
73
Outro fato é que todos os cálculos aqui feitos foram para apenas um “ponto de
operação” nominal, isto é, vazões, temperaturas e pressões fixadas; caso a planta tenha
outros níveis de operação, os resultados deste projeto podem mudar de forma
significativa.
De qualquer forma, uma ideia para um trabalho futuro seria a de modificações na
planta para aumentar a sua eficiência e o potencial de aproveitamento de energia de cada
componente. Ou ainda, modificações nos níveis operacionais da usina que fizessem com
que a mesma fosse otimizada.
Uma observação a ser feita é a generalização do gás natural feita para efeito de
facilitar nos cálculos químicos, desta forma, a máxima eficiência acabou sendo
considerada. A composição do gás natural geralmente envolve outros compostos como
etano, propano, gás carbônico, nitrogênio e derivados do 𝐶4 . A formação de óxidos do
nitrogênio 𝑁𝑂𝑥 e sua consequente emissão na atmosfera não foi considerada neste
trabalho, fator este de muita importância visto que tais compostos são um dos principais
poluentes da atmosfera. Tal estudo poderia ser considerado em outros projetos.
O condensador, como mostrado na tabela 7.1, teve a menor eficiência de segunda
lei dentre todos os componentes analisados. Isto deve-se à diferenças bem pequenas entre
as temperaturas dos fluido quente e frio, além de um approach para a água da torre de
resfriamento de cerca de apenas 3 graus, o que faz com que a variação da exergia de
escoamento do fluido frio seja extremamente baixa, contribuindo para uma eficiência de
segunda lei bem menor.
74
8. BIBLIOGRAFIA:
ÇENGEL Y., BOLES M., 2013, Termodinâmica, 7 ed. McGraw Hill AMGH
Editora Ltda.
MORAN M., SHAPIRO H., BOETTNER D., BAILEY M., 2006, Princípios de
Termodinâmica para Engenharia, 6ed. LTC – Livros Técnicos e Científicos Ltda e John
Wiley & Sons Inc.
SHAH R., SEKULIC D., 2003, Fundamentals of Heat Exchanger Design, 1 ed.
New Jersey, John Wiley & Sons Inc.
SOARES C., 2008, Gas Turbines: A handbook of air, land and sea applications,
1 ed. Butterworth-Heinemann.
BARCLAY F., 1995, Combined Power and Process: an Exergy Approach, 2 ed.
London, Professional Engineering Published Inc.
RAYAPROLU K., 2009, Boilers for Power and Process, 1 ed. Boca Raton, FL,
CRC Press.
KOTAS TJ., 1985, The Exergy Method of Thermal Plant Analysis, 1 ed.
London, Butterwoth-Heinemann.
75
ANEXO I
ANEXO II
ANEXO III
76
ANEXO IV
ANEXO V
77
ANEXO VI
78
ANEXO VII
ANEXO VIII
79
ANEXO IX
ANEXO X
A soma total é 28,4364. As frações mássicas em relação a esse total são então 0,033;
0,027; 0,794; 0,146; para 𝐶𝑂2 , 𝐻2 𝑂, 𝑁2 𝑒 𝑂2 respectivamente. Os calores específicos são
1,1823 kJ/kgK, 2,1789 kJ/kgK, 1,1301 kJ/kgK, 1,0616 kJ/kgK, para os mesmos gases,
respectivamente. Multiplicando as frações mássicas pelos calores específicos de cada gás,
acha-se o calor específico da mistura:
80
ANEXO XI:
81