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1. DEFINIÇÕES
1.1. Limitação crônica ao fluxo aéreo que não é totalmente reversível;
1.2. Piora progressiva;
1.3. Associada a resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas ou
gases nocivos;
1.4. Limitação na realização de atividades diárias;
1.5. Impacto psicossocial negativo;
1.6. Morbidade capaz de ser prevenida;
1.7. Efeitos sistêmicos adversos (estágios avançados): baixo índice de massa corporal e
repercussões sobre a musculatura esquelética;
1.8. Maior prevalência: Infarto agudo do miocárdio, angina, osteoporose, diabetes,
infecções respiratórias, glaucoma, distúrbios do sono e neoplasia pulmonar.
2. ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
2.1. Interação entre fatores ambientais e do hospedeiro;
Etiologia da DPOC
Hospedeiro Ambiental
Genético (deficiência de alfa-1- Tabagismo
antitripsina, bronquite crônica)
Asma/Hiper-responsividade brônquica Poeira ocupacional (borracha, plástico,
têxtil, grãos etc.)
Crescimento pulmonar reduzido Infecções respiratórias graves (na
infância, tuberculose)
Desnutrição (status socioeconômico) Irritantes químicos
Prematuridade Poluição aérea extra e intradomiciliar
(aquecedores, fogão a lenha)
2.2. Inflamação crônica das vias aéreas centrais e periféricas, parênquima e vasos
pulmonares;
2.2.1. Resposta à inalação de partículas e gases nocivos;
2.2.2. Acúmulo de macrófagos, neutrófilos e linfócitos T (CD8+);
2.2.3. Liberação de mediadores inflamatórios: leucotrieno B4, interleucina 8, fator de
necrose tumoral alfa etc.;
2.2.4. Lesão às estruturas pulmonares;
2.2.5. Manutenção do padrão de inflamação neutrofílico;
2.2.6. Processo cíclico de destruição e reparação.
2.3. Vias aéreas centrais:
2.3.1. Infiltração de células inflamatórias no epitélio;
2.3.2. Hipertrofia e hiperplasia das glândulas mucosas (hipersecreção de muco);
2.3.3. Redução do número de cílios.
2.4. Vias aéreas periféricas (< 02mm):
2.4.1. Ciclos repetidos de lesão e reparo;
2.4.2. Formação de tecido cicatricial e deposição de colágeno (remodelamento
estrutural);
2.4.3. Aumento da musculatura lisa;
2.4.4. Obstrução fixa do lúmen.
2.5. Destruição do parênquima pulmonar:
2.5.1. Inicialmente das regiões superiores, evoluindo para todo o pulmão;
2.5.2. Incluindo leito capilar pulmonar;
2.5.3. Desequilíbrio entre proteinases (céls. inflamatórias) e anti-proteinases (céls.
epiteliais);
2.5.4. Estresse oxidativo.
2.6. Vasculatura pulmonar:
2.6.1. Espessamento da camada íntima;
2.6.2. Hipertrofia da musculatura lisa;
2.6.3. Infiltração de células inflamatórias e colágeno na parede dos vasos.
2.7. Fatores de obstrução ao fluxo aéreo:
2.7.1. Espessamento da parede brônquica;
2.7.2. Fibrose peribronquiolar;
2.7.3. Aumento da quantidade de muco intralumial;
2.7.4. Alterações das pequenas vias aéreas;
2.7.5. Perda de retração elástica pulmonar;
2.7.6. Perda dos pontos de fixação das vias aéreas terminais aos alvéolos.
2.8. Tosse e expectoração crônica:
2.8.1. Hipersecreção de muco;
2.8.2. Disfunção ciliar.
2.9. Redução da capacidade pulmonar para trocas gasosas:
2.9.1. Espirometria – limitação ao fluxo aéreo;
2.9.2. Hipoxemia e hipercapnia;
2.9.3. Destruição do parênquima e alterações vasculares.
2.10. Complicações cardiovasculares:
2.10.1. Hipertensão pulmonar (principal);
2.10.2. Cor pulmonale;
2.10.3. Pior prognóstico.
2.11. Infecções:
2.11.1. Principal causa de exacerbações;
2.11.2. Agravamento da inflamação;
2.11.3. Piora do padrão respiratório;
2.11.4. Maior redução do fluxo aéreo;
2.11.5. Represamento de ar intrapulmonar;
2.11.6. Hiperinsuflação;
2.11.7. Hipoxemia.
2.12. Fatores agravantes ou mimetizantes de uma exacerbação:
2.12.1. Pneumonia;
2.12.2. Tromboembolismo pulmonar;
2.12.3. Insuficiência cardíaca.
2.13. Sintomas sistêmicos:
2.13.1. Decorrentes de mediadores inflamatórios circulantes;
2.13.2. Perda de massa muscular e caquexia;
2.13.3. Contribuem para: insuficiência coronariana, insuficiência cardíaca, osteoporose,
anemia, diabetes, síndrome metabólica e depressão.
3. QUADRO CLÍNICO
3.1. Manifestações clínicas ocorrem quando a função pulmonar já está bem comprometida
(VEF1 < 50%);
4. HISTÓRIA CLÍNICA
4.1. Exposição aos fatores de risco;
4.2. Inicialmente tosse e expectoração crônicas;
4.3. A tosse evolui de intermitente para constante;
4.4. Dispneia com evolução progressiva:
4.4.1. Limitação funcional, piora da qualidade de vida e do prognóstico;
Escala da dispneia do Medical Research Council (MRC)
0 Dispneia apenas para exercícios extenuantes.
1 Dispneia quando apressa o passo ou para subir escadas ou ladeiras.
2 Anda mais lentamente do que a pessoa da mesma faixa etária ou precisa para quando anda
no próprio passo.
3 Precisa parar quando caminha 100m no plano ou após poucos minutos no plano.
4 Dispneia para se vestir ou tomar banho sozinho ou tem dispneia que o impede de sair de
casa.
4.5. Sibilância;
4.6. Sensação de opressão torácica;
4.7. Emagrecimento e redução do apetite (fases avançadas);
5. EXAME CLÍNICO
5.1. Normal ou pouco alterado;
5.2. Função pulmonar comprometida:
5.2.1. Tórax enfisematoso (aumento do diâmetro anteroposterior);
5.2.2. Redução da mobilidade pulmonar;
5.2.3. Hiper-sonoridade à percussão;
5.2.4. Frêmito toracovocal e murmúrio vesicular diminuídos difusamente;
5.3. Sinais e sintomas tardios:
5.3.1. Taquipneia;
5.3.2. Respiração com lábios semicerrados;
5.3.3. Utilização de musculatura acessória.
5.4. Expiração prolongada;
5.5. Ausculta de estertores finos durante toda a inspiração;
5.6. Bulhas cardíacas normo ou hipofonéticas;
5.7. Cor pulmonale:
5.7.1. Turgência jugular;
5.7.2. Hepatomegalia;
5.7.3. Edema de membros inferiores;
5.7.4. Hipertensão pulmonar – segunda bulha cardíaca hiperfonética (foco pulmonar).
6. DIAGNÓSTCO
6.1. História de exposição aos fatores de risco + limitação parcialmente irreversível ao fluxo
aéreo;
6.2. Espirometria:
6.2.1. Realizada na fase estável da doença;
6.2.2. VEF1/CVF < 70% após broncodilatação = limitação do fluxo aéreo;
6.2.3. VEF1 após broncodilatação determina, isoladamente, o estágio da doença;
6.2.4. Velocidade de redução anual do VEF1 é fator prognostico fidedigno;
Classificação da Doença
Estágio Definição
1 (DPOC leve) VEF1/CVF < 70%;
VEF1 pós-BD ≥ 80% do normal previsto;
Com ou sem sintomas crônicos.
2 (DPOC VEF1/CVF < 70%;
moderada) 50% ≤ VEF1 pós-BD < 80% normal previsto;
Com ou sem sintomas crônicos.
3 (DPOC grave) VEF1/CVF < 70%;
30% ≤ VEF1 pós-BD < 50% normal previsto;
Com ou sem sintomas crônicos.
4 (DPOC muito VEF1/CVF < 70%;
grave) VEF1 pós-BD < 30% ou
VEF1 pós-BD < 50% + Insuficiência respiratória crônica¹.
¹Pa02 < 60 mmHg em ar ambiente e a nível do mar.
BD: Broncodilatação; CVF: capacidade vital forçada; PaO2: pressão arterial de
oxigênio; VEF1: Volume expiratório forçado no primeiro segundo.
6.3. Outros fatores prognósticos:
6.3.1. Intensidade da dispneia e dos sintomas;
6.3.2. Capacidade de realizar atividades físicas;
6.3.3. Impactos sobre a qualidade de vida;
6.3.4. Exacerbações;
6.3.5. Comorbidades associadas.
6.4. Gasometria arterial:
6.4.1. Indicações: saturação periférica de oxigênio < 90% (oximetria de pulso);
6.4.2. Oximetria de pulso – periódica e sempre que houver exacerbações;
6.5. Radiografia de tórax:
6.5.1. Raramente diagnóstica;
6.5.2. Método para afastar suspeita de neoplasias malignas;
6.5.3. Achados na doença avançada:
Hipertransparência dos campos pulmonares;
Pobreza de trama broncovascular que acentua-se do hilo para a periferia;
Rebaixamento e retificação dos hemidiafragmas (perfil é complementar);
Alargamento dos espaços intercostais;
Silhueta cardíaca menor e verticalizada;
Aumento do espaço aéreo retroesternal > 2,5 cm (perfil);
Aumento do diâmetro anteroposterior do tórax (perfil);
Pouca modificação da posição do diafragma comparando radiografias em
inspiração e expiração.
6.6. Tomografia Computadorizada de Tórax: para situações de dúvida ou procedimento
cirúrgico programado;
6.7. Dosagem da alfa-1-antitripsina, indicações:
6.7.1. Enfisema pulmonar antes dos 45 anos;
6.7.2. Enfisema predominante em região basal, associado ou não a bronquiectasias;
6.7.3. Ausência de fatores de risco para DPOC;
6.7.4. História familiar da doença.
Classificação da gravidade
Muito
Passos Avaliação Variáveis Leve Moderada Grave
Grave
Dispneia
0/1 2 3 4
(mMRC)
Passo Grau de
01 obstrução
> 80 80-50 50-30 <30
(%FEV1 pós-
Gravidade BD)
Exacerbações
e ≥ 2 exacerbações ou ≥ 1
Passo História de
hospitalizaçõ hospitalização por
02 exacerbações
es (últimos exacerbação¹
12 meses)
Insuficiência cardíaca congestiva, arritmias, cardiopatias
Passo
Comorbidades isquêmicas, diabete, ansiedade, câncer, cirrose, doença
03
úlcero-péptica, fibrose pulmonar
Passo
Prognóstico Índice BODE 0-6 7-10
04
¹Exacerbações moderadas/graves (que requerem o uso de corticosteroides sistêmicos
e/ou antibióticos).
6.8. Avaliação pré-operatória ou dúvida diagnóstica:
6.8.1. Aumento da Capacidade Pulmonar Total (CPT), do Volume Residual (VR) e da
Capacidade Residual Funcional (CRF);
6.8.2. Redução da Capacidade de Difusão do Monóxido de Carbono (DLCO).
6.9. Eletrocardiograma e ecocardiograma:
6.9.1. Suspeita de hipertensão pulmonar;
6.9.2. Cor pulmonale;
6.9.3. Desenvolvimento tardio e pior prognóstico.
6.10. Acompanhamento anual:
6.10.1. Espirometria com teste de broncodilatação + Radiografia de tórax + Gasometria
arterial.
6.11. Subgrupos de pacientes:
6.11.1. Enfisematoso-hiperinsuflado;
6.11.2. Bronquítico crônico;
6.11.3. Exacerbador frequente;
6.11.4. Associação/sobreposição de asma e DPOC.
7. TRATAMENTO DA DPOC ESTÁVEL
7.1. Avaliação individualizada da gravidade da doença e da resposta ao tratamento;
Manejo da DPOC estável, de acordo com estadiamento e sintomas
Estágio Tratamento proposto
1 (DPOC Evitar exposição aos fatores de risco/cessação do tabagismo;
leve) Vacina anti-influenza e antipneumocócica;
Manter atividade física;
Broncodilatador de curta duração (agonista beta-adrenérgico e/ou
anticolinérgico) conforme a necessidade, se sintomas eventuais;
Broncodilatador de longa duração, se sintomas persistentes.
2 (DPOC Semelhante ao estágio 1 +;
moderada) Broncodilatador de longa duração (agonista beta-adrenérgico e/ou
anticolinérgico);
Atividade física ou reabilitação pulmonar.
3 (DPOC Semelhante ao estágio 2 +;
grave) Corticosteroide inalatório (VEF1 < 50% pós-BD + ≥ 2 exacerbações/ano).
4 (DPOC Semelhante ao estágio 3+;
muito Oxigenoterapia (se insuficiência respiratória crônica);
grave) Considerar ventilação não invasiva com pressão positiva na presença de
hipercapnia crônica grave;
Considerar tratamento cirúrgico (bulectomia, cirurgia redutora de volume
pulmonar ou transplante pulmonar).
7.2. Uso progressivo das possibilidades medicamentosas disponíveis;
7.3. Fatores influentes no tratamento:
7.3.1. Nível educacional do paciente;
7.3.2. Condições socioculturais;
7.3.3. Aderência ao esquema recomendado;
7.3.4. Disponibilidade dos medicamentos.
7.4. Geralmente não é possível a redução terapêutica após atingido o controle da doença
(dependência);
7.5. Objetivos:
7.5.1. Evitar a progressão da doença;
7.5.2. Promover alívio dos sintomas;
7.5.3. Aumentar tolerância ao exercício;
7.5.4. Evitar e tratar complicações e exacerbações;
7.5.5. Reduzir a mortalidade.
7.6. Redução dos fatores de risco:
7.6.1. Reduzir a exposição ao tabagismo: única medida capaz de reduzir o declínio
funcional;
Terapia cognitivo-comportamental individualizada ou em grupo;
1
Reposição de nicotina (adesivo transdérmico e/ou goma de mascar);
Antidepressivos (bupropiona ou nortriptilina);
Vareniclina (agonista parcial do receptor nicotínico de acetilcolina).
7.6.2. Evitar a exposição a substâncias ocupacionais e químicas, poluentes intra e
extradomiciliares;
7.7. Broncodilatadores:
7.7.1. Alívio sintomático;
1
Indicações para tratamento medicamentoso: ≥ 20 cigarros/dia; 1º cigarro até 30 minutos após acordar e ≥
10/dia; para os que tentaram por meio da terapia, mas não conseguiram.
7.7.2. Via inalatória – ação direta nas vias aéreas, menor frequência de efeitos
adversos, maior atenção à técnica de administração;
7.7.3. 1ª Escolha: agonista beta-adrenérgico ou anticolinérgico isoladamente;
7.7.4. 2ª Escolha: associação entre agonista beta-adrenérgico e anticolinérgico;
7.7.5. Agentes de longa duração: efeito aditivo na melhora da função pulmonar, mais
efetivos, convenientes, reduzem o número de exacerbações, melhora a qualidade
de vida e a tolerância ao exercício, porém são mais caros;
7.7.6. Agentes de curta duração: redução sintomática;
7.7.7. Agonistas beta-adrenérgicos: fenoterol e salbutamol (curta ação), formoterol e
salmeterol (longa ação), indacaterol, olodaterol e vilanterol (ultralonga ação);
7.7.8. Anticolinérgicos: brometo de ipratrópio (curta ação), brometo de tiotrópio e
brometo de glicopirrônio (longa ação);
7.7.9. 3ª Escolha: Metilxantinas (aminofilina, teofilina e bamifilina);
7.7.10. Metilxantinas: efeito broncodilatador inferior e maior toxicidade (monitorar
níveis séricos e efeitos adversos);
7.8. Corticosteroides inalatórios:
7.8.1. Indicados quando VEF1 < 50% após BD + ≥ 2 exacerbações/ano com
necessidade de antibióticos ou corticosteroide oral;
7.8.2. Reduz o número de exacerbações;
7.9. Inibidores da fosfodiesterase:
7.9.1. Roflumilaste: inibidor da fosfodiesterase 4 reduz inflamação pela inibição da
degradação do AMPc intracelular;
7.9.2. 1x/dia, VO, reduz exacerbações e promove discreto aumento de VEF1;
7.9.3. Melhor indicado para DPOC subtipo exacerbadores com bronquite crônica.
7.10. Vacinação:
7.10.1. Anti-influenza (outono);
7.10.2. Antipneumocócica.
7.11. Reabilitação pulmonar:
7.11.1. Indicada para todos os estágios de DPOC;
7.11.2. Reduz o número de exacerbações, internações e dias de internamento;
7.11.3. Melhora a sensação de dispneia, a qualidade de vida e a capacidade de realizar
exercícios;
7.11.4. Tempo mínimo: 8 semanas;
7.11.5. Sintomas retornam 18 meses após sua interrupção;
7.11.6. Alternativa: estimular a manter atividade física condizente com a gravidade da
doença.
Tratamento farmacológico da DPOC por estratificação da gravidade
Leve Moderada Grave Muito Grave
Dispneia
(escala 0-1 2 3 4
mMRC)
Obstrução
(VEF1%, Pós- ≥ 80 < 80 > 50 < 50 > 30 < 30
BD)
Terapia tripla (LAMA+LABA+CI)
Terapia dupla broncodilatadora (LAMA+LABA)
Tratamento
Monoterapia
farmacológico
broncodilatadora
(LAMA/LABA)
≥ 2 exacerbações ou
≥ 1 hospitalização
Exacerbações ou hospitalizações por
Dispneia 3-4
exacerbação (último ano) Dispneia 0-2 ou
ou VEF1 <
VEF1 > 50%
50%
Terapia tripla
associada a
Roflumilaste
Tratamento farmacológico Terapia dupla broncodilatadora
(LAMA+LABA) Terapia
combinada (LAMA+CI)
Monoterapia (LAMA)
Para o tratamento da dispneia e limitação da capacidade física
Broncodilatador
de curta duração Iniciar beta-2-
Iniciar beta-2-
se necessário agonista ou
agonista ou
(beta-2-agonista teofilina de
teofilina de ações
ou ações
prolongadas
anticolinérgico prolongadas
ou teofilina)
Se persistente Reavaliar em
Se persistente associar beta-2- 30 dias,
associar agonista ou persistindo
fármacos teofilina de ações associar
prolongadas tiotrópio
Se necessidade Associar
Se persistir
de uso crônico: corticoide
associar
beta-2-agonista inalatório,
teofilina de
ou teofilina de reavaliar após 30
ação
ações dias, suspender se
prolongada
prolongadas melhorar
Para pacientes
com
exacerbações
frequentes
acrescentar
corticoide
inalatório
(quando VEF1
pós-BD <
50% e ≥ 2
exacerbações
no último ano)
Dispneia
persistente:
Teste
terapêutico
com 40mg/dia
por 15 dias,
considerar
corticosteroide
inalatório
7.12. Oxigenoterapia:
7.12.1. Aumento da sobrevida a longo prazo com administração por mais de 15h/dia
(incluindo 12h noturnas);
7.12.2. Melhora a capacidade de realização de exercícios e evita a progressão da
hipertensão pulmonar;
7.12.3. Possibilidade de associar a broncodilatadores;
7.12.4. Usuários crônicos – pior pontuação na qualidade de vida e índices de avaliação
da dispneia;
7.12.5. Indicações:
55mmHg < PaO2 < 60mmHg ou 88% < SaO2 < 90%, evidência de hipertensão
pulmonar, edema periférico sugestivo de cor pulmonale e/ou policitemia
(hematócrito > 55%);
Medições realizadas com o indivíduo acordado e em repouso.
7.12.6. Aumento do fluxo durante à noite (1l/min), exercícios e viagens aéreas (1-
2l/min);
7.12.7. Se prescrito após exacerbação – reavaliar indicação após 30-90 dias com
gasometria arterial;
7.12.8. Prescrição – fonte de oxigênio suplementar (gás ou líquido), sistema de liberação
(cilindros, concentradores ou oxigênio líquido), duração, fluxo ao repouso,
exercícios e sono;
7.12.9. Limitantes – Alto custo, disponibilidade e dificuldade de aceitação.
7.13. Tratamento cirúrgico:
7.13.1. Cirurgia redutora de volume pulmonar – Enfisema predominante em lobos
superiores e baixa capacidade de exercícios após programa de reabilitação
pulmonar;
7.13.2. Bulectomia – Redução da dispneia e melhora da função pulmonar pela
reexpansão de uma região pulmonar comprimida pela presença de bolhas;
7.13.3. Transplate pulmonar – VEF1 < 25%, PaO2 < 60mmHg, PaCO2 < 50mmHg,
hipertensão pulmonar secundária, sem outras alternativas clínicas/cirúrgicas, sem
outras doenças associadas, < 65 anos, boa condição psicossocial/familiar e vontade
de viver.
7.14. Tratamento do Cor Pulmonale crônico e da hipertensão pulmonar
7.14.1. Oxigenoterapia;
7.14.2. Diuréticos, se edema – Cuidado com a redução do débito cardíaco e da perfusão
renal e o aumento da viscosidade sanguínea;
7.14.3. Digitálicos e vasodilatadores são ineficáveis;
7.14.4. Flebotomia (hematócrito < 55%) – se houver falha das outras medidas.
8. MANEJO DAS EXACERBAÇÕES
8.1. Piora sustentada da condição clínica do paciente de início agudo;
8.2. Piora transitória da função pulmonar, com recuperação em semanas;
8.3. Causas: Infecção respiratória e poluição do ar;
8.4. Situações que pioram, mas não caracterizam-se como exacerbações:
8.4.1. Pneumonia, insuficiência cardíaca, pneumotórax, derrame pleural, embolia
pulmonar, arritmia cardíaca, IAM e uso de sedativos.
8.5. Infecção respiratória:
8.5.1. Restrita à mucosa brônquica;
8.5.2. Sem febre, leucocitose e alterações radiológicas;
8.5.3. Principal característica – Alteração no aspecto e/ou quantidade de expectoração
(purulenta, associada ao aumento da dispneia);
8.5.4. Dois terços dos agentes etiológicos são bactérias;
8.5.5. Principais agentes etiológicos – Haemophilus influenzae, Streptococcus
pneumoniae e Moraxella Catarrhalis;
8.5.6. VEF1 < 50% - Haemophilus influenzae e Pseudomonas aeruginosa;
8.5.7. Cultura do escarro e antibiograma só são solicitados em caso de falha da
terapêutica instituída;
8.5.8. Principais agentes etiológicos virais – Rinovírus, influenza, vírus sincicial
respiratório e adenovírus;
8.6. Objetivos do tratamento à exacerbação:
8.6.1. Melhorar oxigenação (saturação de pulso da oxiemoglobina entre 90-92%);
8.6.2. Reduzir resistência das vias aéreas com broncodilatadores, corticosteroides
sistêmicos e fisioterapia respiratória;
8.6.3. Nutrição adequada.
8.7. Tratamento domiciliar:
8.7.1. Broncodilatadores inalatórios – Aumentar dose/frequência dos de curta duração;
8.7.2. Costicosteroides sistêmicos – Prednisona, 40mg, por 7-10 dias;
8.7.3. Antibióticos – Indicados quando houver piora da dispneia, aumento do volume
da expectoração ou caso torne-se purulenta;
Tratamento antibiótico ambulatorial recomendado
Grupo Patógenos mais Tratamento recomendado
frequentes
DPOC com VEF1 H. influenzae, M. Betalactâmicos + inibidor de batalactamase;
> 50% e sem catarrhalis, S. cefuroxima; azitromicina/claritromicina
fatores de risco pneumoniae, C.
pneumoniae, M.
pneumoniae
DPOC com VEF1 H. influenzae, M. Os anteriores mais:
> 50% e com catarrhalis, S. moxifloxacino/gatifloxacina/levofloxacina
fatores de risco pneumoniae resistente à
penicilina
DPOC com 35% < H. influenzae, M. Moxifloxacino/gatifloxacina/levofloxacina;
VEF1 < 50% catarrhalis, S. Betalactâmicos + inibidor de batalactamase
pneumoniae resistente à
penicilina, gram-
negativos entéricos
DPOC com VEF1 H. influenzae, M. Moxifloxacino/gatifloxacina/levofloxacina;
< 35% catarrhalis, S. ciprofloxacina na suspeita de P. aeruginosa,
pneumoniae resistente à Betalactâmicos + inibidor de batalactamase (se
penicilina, gram- alergia a quinolonas)
negativos entéricos, P.
aeruginosa
8.8. Oxigenoterapia:
8.8.1. Manter saturação de pulso da hemoglobina 90-92%;
8.8.2. PaO2 entre 60-65mmHg, sem retenção de CO2 ou acidose.
8.9. Broncodilatadores inalatórios:
8.9.1. Agonista beta-adrenérgico inalatório de curta duração, 20/20min até três doses
na primeira hora, seguindo com 4/4h associado ao brometo de ipratrópio a cada 4h
até estabilização;
8.9.2. Quadros graves – associar metilxantina oral ou endovenosa, controlando níveis
séricos e efeitos adversos.
8.10. Corticosteroides sistêmicos:
8.10.1. Hidrocortisona ou metilprednisolona, EV, por até 72h;
8.10.2. Seguindo com prednisona, VO, de 10-14 dias.
8.11. Ventilação mecânica não invasiva com pressão positiva (VNIPP):
8.11.1. Reduz necessidade de intubação orotraqueal, tempo de permanência da UTI e a
ocorrência de pneumonia associada à ventilação mecânica e à mortalidade;
8.11.2. Opção como modo de desmame;
8.11.3. Viável nos pacientes que apresentaram falha no teste de respiração espontânea.
8.11.4. Indicações para a ventilação mecânica não invasiva:
Dispneia moderada a grave, uso de musculatura acessória e movimento
abdominal paradoxal;
pH sérico entre 7,25-7,35 e hipercapnia (PaCO2>45mmHg);
Frequência respiratória entre 25-35 por minuto.
8.12. Indicações para ventilação mecânica invasiva:
8.12.1. Frequência respiratória acima de 35 por minuto;
8.12.2. Hipoxemia grave (PaO2 < 40mmHg);
8.12.3. Acidose grave (pH<7,25) e hipercapnia grave (PaCO2>60mmHg);
8.12.4. Parada respiratória;
8.12.5. Alteração do nível de consciência (sonolência, letargia, coma);
8.12.6. Instabilidade hemodinâmica;
8.12.7. Falha ou contraindicação à VNIPP – alto risco de aspiração, paciente pouco
cooperativo, cirurgia facial recente ou gastroesofágica, trauma craniofacial;
8.13. Suporte clínico geral:
8.13.1. Reposição volêmica;
8.13.2. Nutrição adequada;
8.13.3. Heparinização profilática (imobilizados, policitêmicos ou desidratados).
8.14. Indicações de hospitalização:
8.14.1. Insuficiência respiratória aguda grave (aumento acentuado da dispneia, distúrbio
de conduta ou hipersonolência, incapacidade para se alimentar, dormir ou
deambular);
8.14.2. Aparecimento de cianose e edema periférico;
8.14.3. Hipoxemia refratária, hipercapnia com acidose;
8.14.4. Tromboembolismo pulmonar, pneumonia, pneumotórax, arritmias ou infarto
agudo do miocárdio;
8.14.5. Insuficiência cardíaca descompensada ou descompensação de outra condição
associada (ex.: diabetes);
8.14.6. Ausência de condição socioeconômica para tratamento ambulatorial;
8.14.7. Situações de dúvida diagnóstica;
8.14.8. Ausência de resposta ao tratamento inicial.
8.15. Indicações de admissão imediata na UTI:
8.15.1. Dispneia intensa que não responde ao tratamento inicial;
8.15.2. Confusão, letargia, coma;
8.15.3. Hipoxemia persistente ou em piora progressiva (PaO2<40mmHg) e/ou
hipercapnia persistente ou em piora progressiva (PaCO2>60mmHg) e/ou acidose
respiratória persistente ou em piora progressiva, apesar da suplementação de
oxigênio e de ventilação não invasiva com pressão positiva;
8.15.4. Instabilidade hemodinâmica;
8.15.5. Necessidade de ventilação mecânica invasiva.