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A globalização é um processo universal, inexorável, irreversível e consumado na sua forma atual, cabendo aos

países do capitalismo periférico se adaptar a esta realidade. Na essência, prega um mundo sem fronteiras que
impeça o livre comércio e as relações afins entre os países.

O contato e eventual aproximação cultural entre países é algo que, até certo ponto, pode ser considerado
benéfico, uma vez que exista uma troca de experiências culturais e portanto um enriquecimento e aprendizagem
de ambos os lados.

Em decorrência das tecnologias oriundas da eletrônica e da informática, os meios de comunicação adquirem


maiores recursos, mais dinamismo, alcances muito mais distantes. Os meios de comunicação em massa,
potenciados por essas tecnologias, rompem ou ultrapassam fronteiras, culturas, idiomas, religiões, regimes
políticos, diversidades e desigualdades sócio-econômicas e hierarquias raciais, de sexo e idade.

A facilidade ao acesso à informação é uma das características do Processo de Globalização. Tal atributo é
interessante por colocar o sujeito em contato com ambientes diferentes do seu de origem. A partir deste ponto,
acontece a conscientização individual da multiplicidade de contextos ao redor do globo, permitindo ao cidadão
comum uma maior percepção da realidade como um todo, tendo sua lógica não mais centrada no indivíduo
como unidade isolada, mas como um agente inserido em um organismo multifacetado e dinâmico.

Para os apologistas da era global, o mais importante é que as modernas tecnologias e seus processos interliguem
pessoas, agilizem negócios, difundam idéias, veiculem informações, criem padrões e desfaçam enigmas.

Se tem os países como principal parâmetro de análise, já que eles englobam direta ou indiretamente inúmeros
aspectos de central importância, tais como elementos culturais, econômicos, políticos, militares, educacionais,
tecnológicos e até mesmo relacionados à saúde e segurança.

O Terceiro Setor é visto por muitos autores, no contexto do Processo de Globalização, como a principal fonte de
iniciativas de resistência aos aspectos negativos acarretados por tal processo. Muitos estudiosos consideram
que: Com a construção de comunidades locais fortes e auto-sustentadas, as sociedades serão capazes de resistir
às forças da globalização que, a despeito de seus numerosos aspectos positivos, podem abalar sobremaneira o
sustento e a sobrevivência de grande parte das famílias.

Não apenas potencializa os efeitos positivos dele, como também age no sentido de adaptar tais efeitos às
realidades locais.

O primeiro dos atores que se deve observar é o próprio governo. Por meio das políticas públicas, a atuação deste
na educação é sentida de forma bastante significativa, sendo o principal responsável pelas mudanças de direção
e objetivos educacionais a nível nacional.

redução de influência governamental como um todo e, analisando em termos diretos, trata-se de uma das
interferências (negativas) do Processo de Globalização

Tendo uma lógica essencialmente voltada para a produção, e fortemente influenciada pela lógica de mercado,
pautada no dinamismo característico das últimas décadas, as empresas agora atuantes no sistema educacional,
seja direta ou indiretamente, tendem a dar preferência para um modelo de educação mais voltado para a
performatividade.

Organizações como o Banco Mundial, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) não raramente fazem recomendações e
exigências para os países no que tange a políticas, objetivos e práticas educacionais, o que apesar de poder
significar um direcionamento para a melhora nos respectivos índices nacionais, também incorre em possíveis
divergências com as diretrizes nacionais anteriormente estabelecidas.

Por fim, é importante falar da influência do terceiro setor na educação. Enquanto setor organizado, diversos
autores consideram a participação de tal setor como a principal ferramenta de contraponto às pressões
negativas provenientes do sistema neoliberal.
3 setor como interventor e potencializador dos elementos positivos, bem como mitigador dos aspectos pouco
favoráveis da presença estatal, tais como a lógica empresarial exacerbada no processo educativo, ou o
estabelecimento de metas de aprovação sem a preocupação com o ensino de fato.

O termo globalização é de fato bastante comum na atualidade, e veio a se tornar especialmente recorrente a
partir dos anos 1990.

Não há um consenso entre os teóricos sobre o momento em que o processo em questão de fato começou, nem
quais práticas foram tomadas logo em seu início. No entanto é inegável que existiram movimentos que
caminharam no sentido da integração de povos e diluição de fronteiras muito antes dos tempos modernos.

A dimensão econômica do Processo de Globalização trata essencialmente de uma maior entrelace de relações
entre expoentes econômicos a nível mundial. Além de ser o fator que impulsionou todo o processo em questão
em seu início, é atualmente o principal incentivador da iniciativa, seja direta ou indiretamente. Crescimento
extraordinário dos fluxos internacionais de produtos e capital, acirramento da concorrência internacional e
maior interdependência entre empresas e economias nacionais.

a globalização é capaz de produzir consideráveis efeitos no âmbito político, sendo o mais evidente deles a
diminuição da soberania dos Estados. O Estado deve intervir o menos possível na sociedade civil, a liberdade
económica se associa à liberdade politica, para o mercado funcionar de acordo com o que é imposto pelo
capitalismo têm de ser criados quadros legais (leis) e tribunais que favoreçam o desenvolvimento do capitalismo.

Menos espaço de manobra para os países decidirem o que fazer. Ao observar a existência de agentes como
empresas, outros Estados, organismos internacionais e blocos diversos, os policymakers devem considerá-los
em seus trâmites decisórios.

Aspectos culturais possam ser adotados e até mesmo completamente assimilados por diversos povos ao redor
do mundo. Dessa forma, preferências, hábitos, costumes, mídia, etc. são capazes de circular pelos Estados
rapidamente e praticamente sem qualquer empecilho significativo, processo este que foi largamente estimulado
pelos meios de comunicação instantânea e transmissão de informação.

A globalização cultural é influenciada diretamente pelo consumo de mídia e entretenimento. Dessa forma, não
é difícil concluir que a supremacia cultural de países e regiões altamente produtores e disseminadores de
produtos com tal fim seja de fato aparente.

“heteronomia cultural”: uma forma de dependência ou dominação externa que ocorre pautada em estruturas
subjetivas, como a organização social, ou no caso, a cultura.

Programas que estimulem a cultura local e eventos e políticas governamentais são importantes pontos a serem
considerados, mas sem, obviamente, renegar aspectos positivos que podem ser aprendidos e assimilados de
culturas exteriores.

Ao avaliarmos algo tendo como base determinados parâmetros de outro objeto ou situação, está sendo
realizado um exercício comparativo entre objetos concretos.

O método comparativo não sistematizado e categorizado como método de fato, remonta às origens da vida
humana em sociedade.

Diversos autores consideram que o início do reconhecimento do método comparativo como metodologia de
pesquisa válida se deu por volta do final da década de 1960.

Metodológica e teoricamente fragmentada, a pesquisa comparativa, como todo campo de pesquisa, é


atravessada por tensões e rupturas. Qualquer ruptura que tenha acontecido ao longo de sua história não diz
respeito a como tal método deve ser executado, mas sim a outras questões, como grau maior ou menor de
racionalidade científica.

Ao colocar os parâmetros em foco, observa-se outro aspecto bastante particular de tal metodologia: a partir do
momento em que determinamos tais aspectos utilizados para o exercício comparativo em detrimento de outros,
a análise como um todo é capaz de mudar de figura completamente. Simplesmente escolhendo o que utilizar
ou não em sua análise leva a diversas ramificações conceituais. Além disso, a seleção dos parâmetros de estudo
ainda é capaz de informar diversos detalhes sobre o pesquisador e seus possíveis interesses.

O que é comparável? Voltemos às maçãs e às peras. São comparáveis ou não? Trata-se de um exemplo fácil.
Mas e pedras e avestruzes, são comparáveis? Provavelmente a maioria responderá que não, mas ser
imediatamente replicado com a objeção: para declarar-los incomparáveis, temos tido, em algum momento, que
compará-los.

A utilização de tal método de pesquisa “decorre da impossibilidade de se aplicar o método experimental das
ciências naturais nas ciências sociais, reproduzindo, em estágios laboratoriais e controlados, os fenômenos que
se pretenderia estudar”.

A primeira das etapas é a seleção de fenômenos possíveis de serem efetivamente comparados entre si. Em tal
análise, é preciso não apenas selecionar casos bem delimitados e habilitados a representar bem o geral, sem
serem específicos demais, mas que também possam gerar casos empíricos capazes de “reproduzir os aspectos
essenciais dos fatos ou fenômenos investigados, selecionadas e coligidas em totalidades coerentes”. O segundo
passo da análise é a seleção dos elementos a serem comparados. Por fim, a terceira etapa é a generalização do
caso estudado. Através da identificação com casos em comum, podem-se criar modelos que serão aproveitados
em outras situações.

O Processo de Globalização, através de suas características de inovação e modernização dos mecanismos de


comunicação e obtenção de informação, afeta de maneira considerável a produção de conhecimento em geral.
A Internet cuidou de ‘mundializar’ todo e qualquer tipo de informação e/ou conhecimento.

Independente da tecnologia utilizada, esta deve ser vista apenas como um meio, uma ferramenta a ser utilizada
para o objetivo final, que é a produção de conhecimento científico. A informação, no final das contas, possui
valor considerável e muitas das vezes estratégico, podendo se traduzir não apenas em grandes lucros para
empresas, mas também em avanços para a humanidade.

Tal centralidade é conferida ao processo de obtenção, criação e transmissão de informações em geral por conta
do atual contexto social. Sociedade da Informação é representada por uma sociedade na qual a informação é
utilizada intensamente como elemento da vida econômica, social, cultural e política, dependendo de um suporte
tecnológico para se propagar, demonstrando que esse processo se tornou um fenômeno social, instaurado
dentro da sociedade. A informação é sua matéria-prima / Os efeitos das novas tecnologias têm alta
penetrabilidade / Predomínio da lógica de redes / Flexibilidade / Crescente convergência de tecnologias.

Grande parte das informações disponibilizadas não possui fontes confiáveis ou carecem de qualquer
confirmação empírica necessária. Filtrar conteúdos. Questão dos direitos autorais – excluem segmentos da
população do acesso à informação.

Em 2000 foi lançado o Livro Verde da Sociedade da Informação, iniciativa do governo brasileiro, que traz diversas
diretrizes sobre a forma com que tal mudança de organização social pode ser utilizada de maneira positiva no
meio público.

No entanto, diversos pontos negativos e desafios a se superar também surgem com tal modelo social. Um deles
diz respeito ao mau uso da cobrança de direitos autorais: tal situação se configura em um problema porque
existem disparidades entre o poder aquisitivo de populações em geral e a nível individual. Segmentar o acesso
a tais materiais / aumentar ainda mais a disparidade entre países centrais e periféricos, cidadãos ricos e pobres.

Na ‘sociedade da informação’ o uso da informação é a peça chave para que um cidadão possa se tornar um
agente ativo dentro da rede. Apesar de o cidadão excluído do processo informacional não deixar de ser um
cidadão per se, ele acaba por perder grande parte de sua relevância.

Independente das implicações positivas ou negativas do fato, não se pode negar, mediante estudos, que a
produção de conhecimento e o Processo de Globalização estão intimamente relacionados, aquele sendo
possibilitado e altamente favorecido por este, configurando-se em uma conexão, de acordo com diversos
autores, bastante sutil, porém claramente visível.
Observando a relevância da informação na organização social atual, pode-se inferir que o ato de pesquisa
também assume papel central na sociedade, dado que essencialmente trata-se do exercício da busca de
informações, sua comparação, valoração, julgamento quanto a pertinência e eventual produção de novos
conhecimentos. Olhando por tal prisma, a pesquisa configura-se em não menos que uma espécie de “motor”
para a Sociedade da Informação.

*terceirização e a flexibilização de direitos trabalhistas

Trocas culturais agem no sentido de transmitir certos “modelos” mundiais, criados sob condições específicas,
que por sua vez também estão carregados de particularidades. Tais modelos reinterpretam, reorganizam e
reproduzem uma realidade sobre certos elementos produzida de acordo com necessidades específicas, o que,
no final das contas, acaba por limitar a visão do indivíduo que assim o adota. A Globalização apesar de ter
aproximado as diferentes realidades em seus âmbitos culturais, também age no sentido de homogeneizar os
fatores que as envolvem diretamente, sobretudo visando construir uma imagem de realidade igualmente
compreensível a ambas.

O fluxo de informações a que a sociedade de maneira geral está submetida permite de fato o acesso a dados
cada vez mais precisos das muitas realidades ao redor do mundo, inclusive por uma perspectiva interna. A
problemática surge quando é necessária a adequação a modelos e parâmetros pré-estabelecidos.

Educação comparada enquanto metodologia acadêmica se deu somente no início do século XIX na França, sendo
que seu reconhecimento oficial e popularização só aconteceriam no século seguinte.

*a preocupação deixa de ser com os elementos e características que devem ser imitadas, como anteriormente,
mas sim com o processo de aprendizado mediante o estudo e a comparação com o caso externo, eventualmente
levando ao melhor proceder com o caso interno.

Seguindo a linha temporal, os estudos mais recentes sobre educação comparada poderiam se segmentar de
acordo com algumas características. Uma delas é a consideração da educação como ciência o mais positivista
que se pudesse, tentando reduzir ou desconsiderar o máximo de elementos subjetivos possíveis. Um segundo
critério seria o utilitarismo, ou seja, a ideia de que tais estudos deveriam atender a demandar concretas da
sociedade, atuando como planejamentos de resolução das mesmas. Um terceiro critério, importante de ser
mencionado e que se configurou em um ponto de inflexão de destaque nos anos 1970, foi quando tais estudos
se revestiram de uma abordagem crítica. Novos pontos seriam adicionados aos estudos na área, como o
imperialismo, a noção de centro e periferia, os interesses de parcelas excluídas dos processos decisórios e as
vozes das minorias.

Por fim, outro elemento que fora adicionado no período mais recente sobre os estudos comparativos foi a
preocupação com a indagação e compreensão completa dos fatos antes de realizar a descrição e a comparação
em si. A partir de tal momento, passa-se a ter uma visão mais voltada para a trajetória dos fatores comparados,
e não somente de seus estados no momento presente.

Estado da Arte: Colocando em termos simples, basicamente trata-se de determinar um recorte temporal e um
assunto específico, e em seguida reunir e analisar os trabalhos científicos produzidos sobre o tema escolhido no
período em questão. Dessa forma, torna-se possível a constatação de tendências, rumos, continuidades e
descontinuidades na pesquisa, tendo em vista propostas de estudos futuros que podem provar-se mais
frutíferos, e até mesmo explorando pontos inéditos, evidenciados justamente por meio da pesquisa em estado
da arte anteriormente realizada.

A proposta de uma pesquisa estilo estado da arte se faz necessária a partir do momento em que se deseja
verificar os rumos futuros da pesquisa e a que pontos eles podem chegar, mediante comparação com seu ponto
de partida. Assim, trata-se de um ato de tornar a pesquisa em si o foco de análise, sendo capaz, dessa forma, de
realizar constatações científicas sobre o próprio processo de produção de conhecimento com o qual se está
atualmente engajado.

Uma das funções essenciais da realização de pesquisas de tal espécie é a identificação de possíveis lacunas,
vieses, pontos inexplorados ou com pouca ênfase, e até mesmo novas oportunidades de áreas para estudos. O
crescimento de produções acadêmicas na área não significa necessariamente evolução qualitativa no conteúdo,
e as pesquisas de estado da arte buscam, em geral, colocar tal relação produção-conteúdo à prova.

A importância de pesquisas do tipo Estado da Arte é observada ao se considerar que, ao iniciar uma pesquisa
sobre qualquer assunto, o indivíduo que visa à produção de conhecimento precisa, inicialmente, fazer um
levantamento de como a situação de tal área se encontra, assim sendo capaz de verificar a pertinência do
assunto ou do questionamento que deseja abordar.

Os resultados a que o autor do estudo irá chegar são capazes de determinar os rumos futuros das produções
acadêmicas, pois ele poupa o trabalho inicial que os futuros autores de fato teriam, oferecendo informações
ainda mais completas e precisas sobre as produções já publicadas.

Apesar de a pesquisa por conteúdo ter ficado consideravelmente mais fácil, a pesquisa em si continua sendo
uma atividade extenuante. As dificuldades hoje presentes não envolvem mais a obtenção de dados para uso, e
sim a triagem e seleção de tais dados.

A elaboração de pesquisas que permitam aos estudiosos não começarem de fato na estaca zero acaba
assumindo uma importância grande, e muitas das vezes decisiva para o financiamento de novas pesquisas na
área.

Análise dos resultados:

A natureza do Estudo Comparativo a nível internacional permite diversos focos e perspectivas de análise,
conferindo liberdade o suficiente para que o pesquisador possa explorar uma situação possivelmente
estrangeira (representada pelo elemento internacional), porém sem necessariamente abandonar uma zona de
conforto mínima (seus métodos usuais de análise e pressupostos teóricos).

Dada a quantidade de referências, especialmente nos artigos, a materiais disponíveis na internet, não se pode
negar que houve uma contribuição considerável de recursos como a internet em sua elaboração. Provavelmente
sem a possibilidade de utilização de tais fontes, o número de estudos seria muito mais limitado.

Há preferência por Estados com características próximas à realidade brasileira, em especial a língua falada. De
fato, a não existência do entrave do idioma diferente facilita a pesquisa, pois permite o acesso simples e rápido
a obras na língua vernácula do outro sem qualquer atraso ou perda de conteúdo relacionados à tradução. A
proximidade idiomática não é o único fator favorável ao decidir qual Estado analisar (ainda que tanto o
português quanto o espanhol derivem da mesma base linguística, o latim), mas a posição geográfica também
conta.

Quanto às áreas de concentração dos estudos analisados, mais da metade delas se aglomerou em três assuntos
principais: políticas educacionais, formação de professores e análises sobre o ensino superior em geral. Há uma
tendência em se abordar temas que permitem um considerável aporte de fontes documentais, dados não
trabalhados e capacidade para a realização de entrevistas com pessoas específicas (leis, projetos e emendas,
documentos e fontes oficiais, entrevistas, testes oficiais nacionais e internacionais).

A grande incidência de pesquisas bibliográficas e documentais em detrimento de técnicas de observação direta,


entrevista, depoimentos e afins (somente 16 estudos utilizaram entrevistas, 4 realizaram questionários e 3
fizeram observação pessoalmente nos locais estudados), pode ser um indício de que o conteúdo não tenha
levado tanto em conta as perspectivas locais em boa parte do material produzido.

O próximo ponto a se considerar é o fato de a maior parte das pesquisas realizadas nos trabalhos ser de natureza
mista, combinando processos quantitativos e qualitativos de obtenção de informações. Uma das constatações
que se pode fazer mediante tal fato é o de que a natureza dos objetos avaliados não permite uma análise que
se atenha a elementos puramente quantitativos. O maior acesso à informação permitiu não apenas um aumento
no material à disposição, mas também caminho livre a outras visões de mundo, outras teorias do conhecimento
e outros modos particulares de interpretação da realidade.
Apenas parte dos trabalhos analisados trouxe uma posição inclusiva robusta no que tange a exprimir a realidade
estrangeira sob o olhar do próprio estrangeiro. Vale lembrar também que todos os trabalhos maiores
(dissertações, teses e livro) fazem isso de forma minimamente satisfatória.

O contexto de globalização influencia, além dos pontos já mencionados, todo o processo de pesquisa e obtenção
de informação. De fato, todo o desenvolvimento tecnológico que favoreceu (e foi favorecido pela) globalização,
não apenas permitiu que as pesquisas e estudos dos mais diversos tipos evoluíssem consideravelmente, mas
também trouxe consigo uma nova gama de valores e paradigmas, que constituem a chamada “Sociedade da
Informação”.

A evolução da sociedade da informação acaba por representar mais do que apenas uma conveniência, mas uma
forma legítima de avançar com as estruturas sociais envolvidas, bem como com o progresso humano em si.

Quando se trata do âmbito internacional, uma aproximação in loco, apesar de mais interessante e, geralmente,
capaz de produzir resultados mais fidedignos, muitas das vezes não é possível, ou ao menos viável.

O Processo de Globalização foi capaz de mitigar tal ponto, uma vez que a aproximação de realidades
geograficamente distantes, tendo como principais veículos os meios de comunicação instantânea e a internet,
possibilitou a coleta de dados em muitos dos trabalhos estudados sem a necessidade de contato direto com a
realidade comparada pelos mesmos. De fato, o grande volume de informações retiradas da internet em diversos
dos itens da amostra traz novas preocupações, especialmente relacionadas à veracidade e precisão.

Apesar de toda a aproximação entre realidades que a globalização vem permitindo, elementos que encurtem a
(já reduzida) distância entre elas, como a língua em comum, são bastante visados nos trabalhos, bem como os
eventuais gastos que uma redução total dessa distância (a presença física do pesquisador no local analisado)
possa implicar.

Sobre os âmbitos de concentração dos estudos analisados, observa-se o foco nas áreas de políticas educacionais,
formação de professores e análises sobre o ensino superior em geral. Tal enfoque pode ser explicado pela
facilidade na obtenção remota das informações necessárias para os trabalhos.

Tal questão também pode ser evidenciada pelo alto número de pesquisas de natureza bibliográfica e
documental, em detrimento de observação direta e outras técnicas.

Além disso, poucos foram os trabalhos que não se valeram de fontes disponíveis na internet. Esse método não
seria possível sem uma estrutura tecnológica de suporte, o que infere que, sem o advento das tecnologias que
as últimas décadas trouxeram, a quantidade de estudos produzidos seria consideravelmente menor.

A aproximação de realidades que o Processo de Globalização possibilitou age como um fator de favorecimento
aos trabalhos qualitativos, uma vez que permite o acesso relativamente fácil a outras visões de mundo, teorias
e pontos de vista do mesmo fato.

Por fim, resta constatar que, ainda que diversos estudos tenham sido estimulados pelo Processo de
Globalização, especialmente por conta da tecnologia e da característica aproximação de realidades, apenas
parte dos trabalhos apresentou uma posição bem desenvolvida no que diz respeito a exprimir a realidade sob a
visão do próprio estrangeiro, denotando que esforços ainda devem ser feitos nesse sentido. Os trabalhos
maiores até conseguem fazer esse trabalho, o que indica que apesar de as altas exigências de produção terem
causado uma queda na preocupação em se retratar tal perspectiva, ela ainda é sanada havendo dedicação para
tanto, sobretudo valendo-se de artifícios como os meios de comunicação e a internet que, diga-se de passagem,
o próprio Processo de Globalização ajudou a inserir no cotidiano.

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