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Ainda, em uma análise com referência às regiões do país, o Nordeste apresenta a menor
proporção do total de municípios com a presença das duas condições de análise,
enquanto as demais regiões exibem valores superiores à média nacional sobre a
presença das duas condições de análise. Os autores indicam que tais conjunturas
regionais condiz pela situação do conhecimento e desconhecimento da finalidade do uso
dos instrumentos por parte das instituições de planejamento e seus agentes, além do
contexto do planejamento urbano municipal e sua influencia no processo de elaboração
dos PDs compatível à realidade municipal. O contexto de uma elaboração de PDs
“apressada” partir da vigência do EC, sendo que este representou a unificação de
nomenclaturas no território nacional, pela reprodução de textos legais que incluem “a
previsão de instrumentos urbanísticos que não trazem nenhuma especificidade ao
município” (NETO; KRAUSE; BALBIM, 2014, p. 42).
A partir dos dados do MUNIC é possível verificar uma variação positiva entre 2001 e
2009 da presença dos instrumentos em todos os tipos de centros, onde, por exemplo, o
aumento de 2001 a 2009 da presença da condição 1 e 2 nas cidades inseridas na
categoria de área de abrangência de Metrópole. Já para os dados da Rede PDP,
verificam uma maior presença da condição 1 em detrimento da condição 2, além de
observar diferenças são maiores entre os municípios de mais baixa hierarquia e aqueles
na área de abrangência das metrópoles. Segundo os autores, as diferenças entre a
MUNIC 2009 e a pesquisa da Rede PDP podem ser atribuídas ao tipo de informação
prestada pelo agente público em confronto com limitação de conhecimento relativo à
“complexidade setorial das administrações municipais”, o que representa a limitação de
dados (NETO; KRAUSE; BALBIM, 2014, p.43).
Além disso, vale indicar que quanto mais baixa a posição dos municípios na hierarquia
dos centros menor a aplicabilidade dos instrumentos urbanísticos e menos completos
são os PDs dessas cidades. Visto isso, os autores indicam que “não basta estar previsto
em lei” (NETO; KRAUSE; BALBIM, 2014, p.46), os instrumentos deverão possuir as
demais especificações necessárias à sua efetiva aplicação, como especificações relativas
ao local de aplicação dos instrumentos, aos usos dos recursos de OO e às diretrizes para
OUC em comparação com a simples previsão legal desses instrumentos nos PDs.
Em linhas gerais, a análise realizada pelos autores apresenta possíveis dispositivos
metodológicos para as fases da pesquisa, na qual poderia provocar a reflexão sobre as
questões das categorias em conjunturas regionais que se encontram os 15 municípios
(como a relevância à inserção metropolitana), comparações dos textos legais com o EC,
além dos locais, recursos e investimentos referentes à aplicação dos instrumentos.