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21 anos atrás o vilarejo " " recebeu um jovem forasteiro de 20 e poucos anos, com uma grave

ferida no peito, roupas gastas de uma longa viagem e uma trouxa nas costas contendo apenas
uma armadura bem trabalhada, mas gasta por várias batalhas, uma espada longa de forja
aparentemente nobre e um forte escudo que trazia seu brasão irreconhecível, aparentemente
removido por algum tipo de ácido.

Muitos desconfiaram que o jovem que se apresentara como Bruce, um camponês sem
sobrenome, fosse um ladrão que tinha tais posses como fruto de roubo e algo pior. Indagado
sobre ele disse ser o ex-cavalariço de um Sor que caiu em batalha contra vários orcs, ele
enterrará seu senhor 50km antes do vilarejo e que os corpos podres dos orcs se não houvessem
encontrado já fim no estômago dos abutres ainda jaziam ao redor do túmulo improvisado à seu
senhor.

O jovem recebeu asilo ali e nos meses que se seguiram descobriu que o capitão da milícia era
um tirano que extorquia os moradores além dos impostos estabelecidos pelo lorde de lá e que
até mesmo Lorde " " começava a temer o capital, por seus métodos brutais.

Mas isso teve fim no dia em que John e Anne o velho casal que ofereceu morada a Bruce foram
feridos pelo próprio capitão ao não ter todas as moedas no dia da coleta.

Em combate singular o Jovem Bruce demonstrou maestria com a espada que retirará de um dos
milicianos, sem dificuldades, e deu cabo a vida de impunidade e atrocidades cometidas pelo
capitão. soltará a espada imediatamente e se renderá esperando punição, mas pelo contrário
lhe foi oferecido o cargo de capitão da milícia. Relutante ele aceitou. E foi um bom capitão pelos
3 anos seguintes.

Nesta época levantes de tribos orcs das montanhas desceram varrendo vilarejos de toda a
região. A capital enviou destacamentos, mas os orcs eram demasiados organizados e
numerosos. As milícias dos vilarejos foram chamadas às armas e o que parecia uma revolta
passageira de orcs desorganizados findou numa guerra de meses. Os bons ventos começaram a
soprar quando os elfos da Floresta abandonaram sua reclusão e vieram em auxílio das outras
raças da região.

Em meio a brutalidade da guerra dois mundos se encontraram quando uma emboscada orc
destroçou uma força aliada de humanos e elfos quando a onda selvagem de orcs deixou o
campo de batalha Bruce ainda levou tempo para sair debaixo da pilha de cadáveres que o
soterraram, a visão que teve não foi melhor que a de debaixo da pilha de mortos, humanos e
elfos trucidados, mas na fraca luz da noite, no vento frio que soprava trazendo uma forte chuva
do norte e naquele silêncio que só a morte pode se fazer realizar, um murmúrio por ajuda e
debaixo de um pesado tronco de uma árvore derrubada por alguma poderosa magia e mais
alguns cadáveres, Bruce pode ver um pálido brilho prateado de dois belos olhos élficos.

O nome dela era Valanthe Galanodel, elfa maga de guerra, de longos cabelos louro/dourados,
corpo pequeno e esguio, olhos serenos de uma prateado límpido e um poder arcano pulsante
quase tangente, bela e mortal, mas naquele momento vulnerável e suplicante. Bruce a salvou,
mesmo que o próprio também precisasse ser salvo, conseguiu forças para levar o corpo de
Valanthe até uma caverna, encontravam-se num vale profundo, onde por uma semana
estiveram sozinhos, se curaram, se conheceram e se amaram.

Naquela semana o exército orc encontrou a derrota. Em sua descida desenfreada os orc
destruíram não só vilarejos, mas também vastas áreas de florestas e bosques sagrados, parte
para conseguir manufaturar suas armas, parte pela magia negra que seus xamãs usavam e isso
trouxe fúria ao círculo de druidas da grande floresta, vendo o tempo passar e que as alianças
militares não findaram com os orcs, O arquidruida " " sacrificou-se em ritual sagrado e os deuses
da natureza retribuíram, varrendo os orcs em auxílio a aliança que os combatia. naquela
semana, a chuva que Bruce via o vento trazer do norte era na realidade o prenúncio da fúria dos
deuses da natureza, trazida à tona pelo sacrifício do arquidruida, cantos ainda narram como os
exércitos orcs foram alvejados por raios, como trovões os ensudesceram, rios inundaram
campos de batalha, ventos varreram orcs, e magicamente, apenas orcs, como se eles tivessem
sido marcados pelo poderoso druida.

Quando as tempestades passaram, as feridas estavam curadas e parecia que sairiam daquela
caverna para continuarem a serem felizes numa morada, mas um grande grupo de orcs
dissidentes os atacou, lutaram juntos, como se fossem amantes de décadas, mas os orcs eram
muitos e Valanthe teria seu fim por suas lâminas sujas e enferrujadas, mas mais uma vez seu
amado estava lá para salvá-la e uma horrenda ferida quase abriu a perna de Bruce em duas na
vertical e neste instante luzes douradas reluzem no topo do vales e relâmpagos alvejaram os
orcs, um destacamento élfico irrompeu reverenciando Valanthe ao mesmo tempo que afastava
de Bruce, ela tentou argumentar, mas eles a contiveram e à levam a força mas sem violência e
ele foi deixado pelos elfos para morrer.

Sua morte era certa, mas o pálido brilho prata dos olhos de sua amada em sua mente o
mantiveram vivo e ele conseguiu estancar o sangramento e desmaiou, para acordar
arrastando-se por instinto para fora daquele vale, onde foi encontrado por batedores em busca
de sobreviventes. E voltou para casa.

Recuperou-se das feridas menores, mas as duas maiores o marcaram: a perna nunca mais foi a
mesma e iria mancar para o resto da vida; e o coração dilacerou-se pela perda da amada.

Entregou o comando da milícia para seu segundo e entregou-se a bebida, mas sempre ia até a
margem da floresta na vaga esperança de ela viesse a seu encontro. E os meses passaram e ela
não veio. Mas quase 1 ano se passara e na sua última incursão até a margem da floresta, lá
encontrou num cesto, um bebê de talvez 2 ou 3 meses em um bilhete endereçado a ele: " meu
amado, se eu estivesse contigo, te matariam e se ele estiver comigo o matariam, mas ambos
estão em meu coração e são parte do meu espírito, lave esta angústia e volte a ser o homem
que conheci por ele... por mim. Como seu pai ele é Velkan... eu te amo e sempre te amarei"
ainda com lágrimas nos olhos ele olhou o bebê e ao tomá-lo nos braços a manta que o envolvia
caiu e no peito uma marca de nascença, tão perfeita como se fosse uma tatuagem, a imagem de
um grifo altivo,a mesma que Bruce possuía e sempre um de cada geração de sua família, já há
gerações incontáveis. Era o símbolo dos von Folken, o mesmo símbolo que estava gravado
naquele escudo, escudo de Bruce, pois ele não era o cavalariço ele era o Cavaleiro, Sor Bruce
von Folken. Herdeiro de uma grande casa da capital, mas que abdicou de todo seu destino e
tomou o caminho do anonimato, por motivos que nunca me contou, disse que ainda saberei,
mas esse dia ainda não chegou .

E hoje 17 anos depois daquele dia às margens da floresta aqui estou eu Vekan apenas, Velkan o
filho do Ferreiro, esguio, nem de perto o porte largo de meu bom pai, orelhas levemente
pontiagudas, os cabelos são de meu pai, castanho escuros, um pouco avermelhados
dependendo da luz,como num entardecer de outono, mas nos olhos, carrego minha mãe, num
prata pálido. de meu sobrenome meu pai nunca me contou, sei apenas e apenas para mim, pois
me fez jurar segredo, que ele ja foi um cavaleiro que serviu a uma casa importante no reino.
Depois da floresta meu pai retornou comigo, largou a bebida, suportou as chacotas maldosas de
que ele tinha ficado louco pela bebida, e que eu era uma criança achada na mata e não seu filho,
quando cresci um pouco e os traços do sangue élfico começaram a se mostrar, ele apenas
afirmava que eu era seu filho, mas nunca dava satisfação a ninguém sobre seu amor por minha
mãe ou sobre aquela caverna, aos meus 10 anos ele me contou sobre o que aconteceu lá, sobre
minha mãe e foi daí que comecei a nutrir raiva pelo povo élfico e por um tempo até por minha
mãe, por ter nos abandonado, mas conforme amadureci, deixei esse sentimento ruim por minha
mãe de lado e o substitui por uma ânsia em conhecê-la, em encontrá-la, mas meu pai me dizia
que ele acreditava que no momento certo ela retornaria para nós. Quando ele retornou comigo
e deixou a garrafa, usou de seus conhecimentos até então usados apenas para si, junto da velha
ferraria de John e a restaurou e reabriu, assim nos sustentou e eu sempre o ajudei, me ensinava
um pouco de esgrima também, mas eu não levava muito jeito para ambos, mas ele era paciente
comigo e parecia saber que eu tinha algo mais e que meu destino não era com uma armadura,
escudo e espada. A poucos meses quando coisas meio estranhas começaram a acontecer
comigo: parecia que podia entender os animais às vezes, outras parecia que minhas mãos
esquentavam como brasas, outras quando mergulhava no riu e ficava submerso, era como se eu
fosse feito da própria água. Quando essas coisas começaram a aumentar a sua frequência e isso
culminou com o fim da guerra há poucos meses e o reino precisava de voluntários para proteger
seus domínios e iria treinar esses voluntários, meu pai disse que eu deveria partir e procurar
Feiticeiros, lhes dizer o que vinha acontecendo comigo e contar sua minha mãe, que eles
saberiam me orientar. Não pensei duas vezes, era a oportunidade de orgulhar meu pai com algo
que ele acreditava sobre mim e mais ainda era a oportunidade de me tornar forte para quem
sabe desbravar o mundo em busca de minha mãe e descobrir mais sobre minha linhagem.

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