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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO - PROPESP


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ADMINISTRAÇÃO - PPGADM

A referida aula teve como tema a Perspectiva do Materialismo Histórico


Dialético e a Teoria Critica nos Estudos Organizacionais. A Perspectiva do Materialismo
Histórico Dialético representa o paradigma do Estruturalismo Radical, baseado na visão
marxista, da abordagem materialista e objetivista de Karl Marx. Ele defendia que a
força das estruturas sociais é que determina a realidade, assim para acontecer mudanças
na sociedade seria necessário que os operários tomassem os meios de produção: Uni-vos
e Lutai-vos. Para Marx, entre a lógica formal e a dialética, ele defendia a dialética
proposta por Sócrates, na qual a o conflito de ideias e a contradição é interpretada como
o meio para se gerar reflexão, para se chegar a verdade.
Para explicar a Perspectiva do Materialismo Histórico Dialético, foi colocada a
“Metáfora da Dominação”, de Morgan, que embora pertença ao Paradigma
Interpretativista, ilustra como ocorre a dominação na sociedade. Isto é, ela define que as
organizações são sistemas de poder/controle social, para beneficiar poucos por meio do
trabalho de muitos, causando até mesmo danos a seus empregados, ao ambiente e à
sociedade. A dominação permeia toda a história, onde é possível sempre observar o
mesmo padrão nas organizações, da sobreposição dos interesses da elite sobre o
interesse dos trabalhadores. Portanto, a metáfora explica importantes atitudes, crenças e
práticas em diversas organizações, ajudando a entender o porquê de conflitos entre a
administração e trabalhadores.
Já a Teoria Critica representa o Paradigma Humanista Radical, caracterizado
como nominalista, relacionado ao idealismo e subjetivismo, já que considera que os
sujeitos são criadores da sua história e podem encontrar meios de emancipação das
condições de dominação, da alienação e “crise da racionalidade”. Se olha mais pra
questão subjetiva, o controle cognitivo por meio da igreja, da escola, família,
organizações, etc. Sua origem é da Escola de Frankfurt e estudiosos como Adorno,
Horkheimer, Marcuse, Benjamin, Fromm, Pollock, dentre outros. Ela foi criada em
1924, na Alemanha, sendo que baseia-se no pensamento marxista, mas também critica
determinados “marxismos” (mecanicistas, naturalistas, versões fisicalistas da história
elaborada pelos leninistas, entre outros), propondo um modelo de marxismo como
alternativa às concepções que dividiam o marxismo (retomar a tradição do marxismo),
principalmente no que tange as divergências quanto ao caminho e aos meios para se
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chegar ao poder, se são pelas reformas ou pela revolução. Eles também dialogam com
Freud, Weber e outros pensadores não marxistas, ampliando análises.
A Teoria Critica pretendia denunciar a repressão, controle social e a indústria
cultural a partir da constatação de que uma sociedade sem exploração é a única
alternativa para que se estabeleçam os fundamento da justiça, da liberdade e da
democracia. Horkheimer considera que por detrás da pura lei econômica, da lei do
mercado e do lucro, encontra-se a pura lei do poder de uma minoria, baseada na posse
dos instrumentos materiais de produção, sendo necessário investigar mais do que as
racionalidades instrumentais, que as estratégias, que as instituições, que os
comportamento e que as políticas, mas também o mundo do poder as formas de controle
psicossocial, com uma abordagem crítica capaz de responder às questões que afetam a
vida cotidiana dos sujeitos. Essa reflexão crítica por parte dos sujeitos podem
proporcionar meios de emancipação, no qual se valoriza mais o sujeito do que as
organizações em que trabalham. Aqui as organizações também são vistas como sistemas
de poder/controle, mas considera que são sujeitos racionais que tomam decisões e as
organizações são construções sociais e históricas, que fazem a mediação entre os
interesses dos sujeitos com os objetivos para os quais foi criada (enquanto no
estruturalismo radical defendia-se que a dominação acontece de maneira intrínseca a
organização).

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