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LICITAÇÃO
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SUMÁRIO
1. OBJETIVOS .................................................................................................................................................... 3
1. SUJEITOS ...................................................................................................................................................... 3
Dispensa ................................................................................................................................................... 7
Inexigibilidade ........................................................................................................................................ 15
5.4 Leilão........................................................................................................................................................ 21
6. PROCEDIMENTO ......................................................................................................................................... 22
LICITAÇÃOi
1. OBJETIVOS
Escolher a melhor proposta de forma impessoal, obedecendo ao princípio da isonomia. A Administração usa
a licitação como poder de compra, promovendo o desenvolvimento nacional.
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ: As regras gerais previstas na Lei nº 8.666/93 podem ser flexibilizadas no
Programa Minha Casa Minha Vida, por força do art 4º, parágrafo único, da Lei nº 10.188/2001 desde que se
observem os princípios gerais da administração pública. STJ. 2ª Turma. REsp 1687381-DF, Rel. Min. Francisco Falcão,
julgado em 17/04/2018 (Info 624).
1. SUJEITOS
Todos os entes da Administração Direta estão obrigados a licitar (art. 1º, Lei nº 8.666/93). Além deles, as
autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. A lei fala também de
fundos especiais se referindo à fundação pública ou órgão da administração direta. Também inclui as pessoas
jurídicas controladas pelo Poder Público direta ou indiretamente (recebe dinheiro público e está sujeito a licitação,
por exemplo: entes de cooperação - serviços sociais autônomos, OS, OSCIP). Sobre as organizações sociais, a licitação
está dispensada nos contratos decorrentes dos contratos de gestão (art. 24, XXIV, Lei nº 8.666/93). Os serviços
sociais autônomos normalmente estão obrigados a licitar, mas o TCU entendeu que estão sujeitos ao procedimento
simplificado (TCU 001.620/98-3).
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços,
inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais,
as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades
controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo
(setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura
identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o
número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do
conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente
citados.
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#ATENÇÃO #CUIDADO: Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista – Podem prestar serviços públicos ou
explorar atividades econômicas. Se a empresa presta serviço público, o regime nesse caso é mais público e, por essa
razão, está obrigada a licitar. A Constituição determinou, ainda, que o Estado intervirá na economia se for
imprescindível à segurança nacional e ao interesse coletivo. (art. 173, §1º, III, CF). Nessas hipóteses, por lei
específica, a empresa estatal pode ter um estatuto próprio de licitação (*Lei 13.303/2016).
#OLHAOGANCHO - Situação da Petrobrás: A Lei nº 9.478/97 instituiu a ANP e estabeleceu que a Petrobrás teria um
procedimento simplificado de licitação, definido pelo Presidente da República por decreto. Contudo, esse não era o
objetivo do texto constitucional. O TCU analisou a questão e considerou a lei inconstitucional que não poderia traçar
benefícios apenas para Petrobrás (Acordão nº 39/2006). Após, a Petrobrás leva a discussão ao STF no MS25888 que
decidiu liminarmente que a Petrobrás pode seguir o procedimento simplificado criado. Súmula nº 347 do STF.
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado
só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei.
§ 1º A lei2 estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de
serviços, dispondo sobre:
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração
pública;
Súmula 347: o tribunal de contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos
atos do poder público.
*#OBS: MS 29123 – MC. Quando a súmula foi elaborada se vivia outro momento de controle de constitucionalidade.
Só havia representação de constitucionalidade. Não se justificaria mais a manutenção dessa súmula. Ainda não
houve uma posição do plenário.
*No mesmo sentido foi a decisão monocrática proferida no MS 35.410/DF, pelo Ministro Alexandre de Moraes,
com parecer favorável da Procuradoria da República pela superação da Súmula 347 do STF.
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Lei 13.303/2016 – ver comentários abaixo.
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Todavia, a jurisprudência do STF ainda não é firme quanto à insubsistência da Súmula diante do sistema de controle
de constitucionalidade vigente na Constituição. Não obstante a existência de decisões monocráticas em sentido
contrário, a Súmula ainda encontra-se vigente e não foi formalmente revogada pelo STF.
2. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
De acordo com o Art. 22, XXVII, da CF, compete privativamente a União legislar sobre normas gerais de
licitações e contratos. A União já exerceu essa competência, haja vista as Leis: Lei nº 8.666/93, Lei nº 10.520/02, Lei
nº 8.987/95, Lei nº 11.079/04. Quando a União estabelece normas gerais, estas alcançam âmbito nacional e são
aplicadas a todos os entes. Contudo, a União também pode legislar em normas específicas, nesse caso essa lei será
de âmbito federal, aplicando-se somente aos procedimentos da União.
Se os outros entes federados legislam em normas específicas, estas só serão aplicadas em âmbito estadual
ou distrital, conforme o caso.
O STF reconheceu que alguns dispositivos da Lei nº 8.666/93 revelam normas específicas, aplicando-se
somente no âmbito federal e não nacional (ADI 927: art. 17, I, b; art. 17, II, b, são normas específicas).
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente
justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas
e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na
modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de
governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i;(
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;
Vinculação ao instrumento convocatório (edital): o edital é a lei da licitação e tudo que for relevante com
relação ao procedimento deve estar previsto no edital. O administrador não pode exigir mais nem menos do
que está previsto no edital (não pode dispensar certo requisito depois do início do procedimento).
Julgamento objetivo: o edital deve estabelecer de forma clara e precisa qual o critério de seleção (técnica ou
preço, técnica + preço, art. 45, Lei nº 8.666/93). Não é possível considerar situações estranhas ao edital.
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite
realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e
de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e
pelos órgãos de controle.
Procedimento formal: todas as formalidades previstas em lei devem ser consideradas. O administrador não
pode criar regras novas, deve cumprir a lei quanto às formalidades necessárias.
Sigilo de proposta: as propostas devem vir em envelopes lacrados, as propostas são sigilosas e só devem ser
conhecidas em sessões públicas previamente designadas para isso. A fraude ao sigilo configura crime (art. 93
e 94 da Lei nº 8.666/93) e improbidade administrativa (art. 11 da Lei nº 8.429/92). A única modalidade que
não observa o sigilo de proposta é o leilão, pois os lances são verbais!
4. CONTRATAÇÃO DIRETA3
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*A banca FCC na prova da DPE-BA, em 2016, considerou correta a seguinte alternativa sobre essa temática: “No âmbito da
Administração Pública, questionou-se a possibilidade de se dispensar licitação para a compra de materiais para a manutenção de
fogão industrial. Isso seria juridicamente possível se: a aquisição desses componentes ou peças de origem nacional ou
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Dispensa
A dispensa ocorre nos casos em que a competição é viável, mas a lei libera. Em alguns casos, a licitação é
dispensada (o administrador não tem liberdade, art. 17) ou dispensável (o administrador pode escolher se vai
dispensar ou não a licitação, art. 244). O art. 17 e 24 da Lei nº 8.666/93 estabelece um rol taxativo.
OBS.: A Lei 13.243/2016 procura alterar a legislação com o objetivo de estimular o desenvolvimento científico, a
pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação. Alterou a hipótese de dispensa de licitação prevista no
inciso XXI do art. 24:
LEI 8.666/93
ANTES AGORA
Art. 24. É dispensável a licitação: Art. 24. É dispensável a licitação:
(...) (...)
XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados XXI - para a aquisição ou contratação de produto para
exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras
recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do
ou por outras instituições de fomento a pesquisa valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art.
credenciadas pelo CNPq para esse fim específico; 23;
Art. 24 (...)
§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, quando aplicada a obras e serviços de engenharia,
seguirá procedimentos especiais instituídos em regulamentação específica. (Incluído pela Lei nº 13.243/2016)
§ 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do art. 9º à hipótese prevista no inciso XXI do caput.
(Incluído pela Lei nº 13.243/2016)
Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do
fornecimento de bens a eles necessários:
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;
*#NOVIDADELEGISLATIVA: O decreto nº 9.283 de 7 de fevereiro de 2018 regulamenta o art. 24, § 3º, e o art. 32, §
7º, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 para estabelecer medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica
e tecnológica no ambiente produtivo, com vistas à capacitação tecnológica, ao alcance da autonomia tecnológica e
ao desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional:
estrangeira fosse necessária à manutenção desse equipamento durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor
original, sendo essa condição de exclusividade indispensável para a vigência da garantia.”
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*A prova do TRF4/2016 considerou correta a seguinte alternativa: “É dispensável a licitação quando não acudirem
interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração.”
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DA CONTRATAÇÃO DE PRODUTOS PARA PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
Seção I
Dos procedimentos especiais para a dispensa de licitação de obras e serviços de engenharia enquadrados como
produtos de pesquisa e desenvolvimento
Art. 61. A contratação por dispensa de licitação de obras e serviços de engenharia enquadrados como produtos para
pesquisa e desenvolvimento, limitada ao valor máximo definido em lei, seguirá os procedimentos especiais
instituídos neste Decreto, observado o disposto no art. 24, § 3º, e no art. 26 da Lei nº 8.666, de 1993.
Art. 62. Os processos de contratação por dispensa de licitação para produtos de pesquisa e desenvolvimento serão
instruídos, no mínimo, com as seguintes informações sobre os projetos de pesquisa:
I - Indicação do programa e da linha de pesquisa a que estão vinculados;
II - Descrição do objeto de pesquisa;
III - Relação dos produtos para pesquisa e desenvolvimento a serem adquiridos ou contratados; e
IV - Relação dos pesquisadores envolvidos e suas atribuições no projeto.
Art. 63. O orçamento e o preço total para a contratação de produtos de pesquisa e desenvolvimento serão
estimados com base nos valores praticados pelo mercado, nos valores pagos pela administração pública em
contratações similares ou na avaliação do custo global da obra, aferida mediante orçamento sintético ou
metodologia expedita ou paramétrica.
§ 1º Na elaboração do orçamento estimado na forma prevista no caput, poderá ser considerada taxa de risco
compatível com o objeto da licitação e as contingências atribuídas ao contratado, hipótese em que a referida taxa
deverá ser motivada de acordo com a metodologia definida pelo Ministério supervisor ou pela entidade contratante.
§ 2º A taxa de risco a que se refere o § 1º não integrará a parcela de benefícios e despesas indiretas do orçamento
estimado e deverá ser considerada apenas para efeito de análise de aceitabilidade das propostas ofertadas no
processo licitatório.
Art. 64. No processo de dispensa de licitação para a contratação de obras e serviços de engenharia de que trata
o inciso XXI do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993, a contratante deverá:
I - Obter três ou mais cotações antes da abertura da fase de apresentação de propostas adicionais;
II - Divulgar, em sítio eletrônico oficial, o interesse em obter propostas adicionais, com a identificação completa do
objeto pretendido, dispensada a publicação de edital;
III - Adjudicar a melhor proposta somente após decorrido o prazo mínimo de cinco dias úteis, contado da data da
divulgação a que se refere o inciso II; e
IV - Publicar extrato do contrato em sítio eletrônico oficial, que deverá conter, no mínimo, a identificação do
contratado, o objeto, o prazo de entrega, o valor do contrato e a sua justificativa, as razões de escolha do fornecedor
e o local onde eventual interessado possa obter mais informações sobre o contrato.
§ 1º A escolha da melhor proposta poderá considerar o menor preço, a melhor técnica ou a combinação de técnica
e preço, cabendo ao contratante justificar a escolha do fornecedor.
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§ 2º Desde que o preço seja compatível com aquele praticado no mercado e seja respeitado, no caso de obras e
serviços de engenharia, o valor estabelecido no inciso XXI do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993, a justificativa
de que trata o § 1º poderá considerar todas as características do objeto a ser contratado ou do fornecedor, tais
como:
I - Atributos funcionais ou inovadores do produto;
II - Qualificação E experiência do fornecedor, do executante ou da equipe técnica encarregada;
III - Serviço e assistência técnica pós-venda;
IV - Prazo de entrega ou de execução;
V - Custos indiretos relacionados com despesas de manutenção, utilização, reposição e depreciação; e
VI - Impacto ambiental.
§ 3º A contratante poderá facultativamente adotar as disposições previstas neste artigo para aquisição ou
contratação de outros produtos de pesquisa e desenvolvimento não enquadrados no caput.
Art. 65. É vedada a contratação por dispensa de licitação de pessoa ou de empresa dirigida ou controlada por
pessoa que mantenha relação de parentesco, inclusive por afinidade, até o terceiro grau civil, com o pesquisador
responsável pelo projeto de pesquisa e desenvolvimento.
Art. 66. Nas contratações por dispensa de licitação de obras e serviços de engenharia para produto de pesquisa e
desenvolvimento, é vedada a celebração de aditamentos contratuais que resultem na superação do limite
estabelecido no inciso XXI do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993, exceto nas seguintes hipóteses:
I - Para recomposição do equilíbrio econômico-financeiro decorrente de caso fortuito ou força maior; e
II - Por necessidade de alteração do projeto ou das especificações para melhor adequação técnica aos objetivos da
contratação, a pedido da administração pública, desde que não decorrentes de erros ou omissões por parte do
contratado, observados os limites estabelecidos no § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.
Seção II
Da dispensa da documentação para a aquisição de produtos para pronta entrega
Art. 67. A documentação de que tratam o art. 28 ao art. 31 da Lei nº 8.666, de 1993, poderá ser dispensada, no todo
ou em parte, para a contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, desde que para pronta entrega ou até
o valor previsto na alínea “a” do inciso II do caput do art. 23 da referida Lei, observadas as disposições deste artigo.
§ 1º Caberá ao contratante definir os documentos de habilitação que poderão ser dispensados em razão das
características do objeto da contratação e observadas as seguintes disposições:
I - Na hipótese de fornecedores estrangeiros que não funcionem no País, a prova de regularidade fiscal, ou outro
documento equivalente, do domicílio ou da sede do fornecedor é inexigível;
II - Na hipótese de fornecedores estrangeiros que não funcionem no País, a prova de regularidade fiscal para com a
Fazenda distrital, estadual e municipal do domicílio ou da sede do fornecedor poderá ser dispensada;
III - a regularidade fiscal e trabalhista do fornecedor estrangeiro perante as autoridades de seu País é inexigível; e
Seção III
Disposições gerais sobre a contratação de produtos de pesquisa e desenvolvimento
Art. 68. As informações sobre projetos de pesquisa e desenvolvimento poderão ser classificadas como sigilosas e ter
a sua divulgação restringida quando imprescindível à segurança da sociedade ou do Estado, observado o disposto
na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
§ 1º O sigilo de que trata o caput poderá ser oponível ao próprio contratado responsável pela execução da obra ou
do serviço de engenharia quando não prejudicar a execução do objeto contratual.
§ 2º Na hipótese de a execução do objeto contratual ser prejudicada pela restrição de acesso à informação, a
administração pública poderá exigir do contratado a assinatura de Termo de Compromisso de Manutenção de Sigilo,
nos termos do art. 18, parágrafo único, do Decreto nº 7.845, de 14 de novembro de 2012.
Art. 69. A contratação de obras e serviços de engenharia enquadrados como produtos para pesquisa e
desenvolvimento poderá ocorrer na modalidade integrada, que compreenderá a elaboração e o desenvolvimento
dos projetos básico e executivo, a execução de obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização de testes, a
pré-operação e as demais operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto.
§ 1º A vedação para a contratação do autor do projeto básico ou executivo prevista no inciso I do caput do art. 9º da
Lei nº 8.666, de 1993, não se aplica para a contratação integrada por dispensa de licitação de obras ou serviço de
engenharia referente a produto de pesquisa e desenvolvimento.
§ 2º Na hipótese prevista no caput, cabe à contratante providenciar a elaboração de anteprojeto de engenharia que
contemple os documentos técnicos destinados a possibilitar a caracterização do objeto contratual e que contenha:
*#OUSESABER: É possível que a Administração Pública, no âmbito de um processo licitatório deixe de divulgar aos
pretensos licitantes o orçamento estimado para a referida contratação? Sim. A Lei Geral de Licitações e Contratações
Públicas, no art. 40, §2º, II, determina a apresentação do orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços
unitários. Por sua vez, a Lei do Regime Diferenciado de Contratações (12.462/2011), em seu art. 6º, estabelece que
o orçamento estimado para a contratação será tornado público apenas e imediatamente após o encerramento da
licitação; tal informação terá caráter sigiloso e será disponibilizada estrita e permanentemente aos órgãos de
controle externo e interno. Assim, conclui-se que, caso a contratação esteja sendo desenvolvida com respaldo na lei
12462/2011, cuja adoção afasta as regras da Lei 8666/93, será possível à Administração Pública optar por orçamento
aberto ou fechado, segundo a discricionariedade do gestor.
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http://www.dizerodireito.com.br/2017/10/alteracoes-da-lei-135002017-na-lei.html
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No art. 24 da Lei nº 8.666/93 existem diversos incisos que espelham situações nas quais o administrador pode ou
não realizar a licitação.
Esse rol de situações do art. 24 é taxativo (exaustivo), ou seja, somente são dispensáveis as hipóteses expressamente
previstas ali.
A Lei nº 13.500/2017 acrescentou mais um inciso ao art. 24, criando uma nova hipótese de licitação dispensável.
Veja:
Art. 5º Na contratação de serviços, inclusive os de engenharia, com valor anual acima de R$ 330.000,00 (trezentos e
trinta mil reais), os órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional deverão
exigir da contratada o emprego de mão de obra formada por pessoas presas ou egressos do sistema prisional, nos
termos disposto no § 5º do art. 40 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
I - no edital, como requisito de habilitação jurídica, consistente na apresentação de declaração do licitante de que,
caso seja vencedor, contratará pessoas presas ou egressos nos termos deste Decreto, acompanhada de declaração
emitida pelo órgão responsável pela execução penal de que dispõe de pessoas presas aptas à execução de trabalho
externo; e
II - no edital e na minuta de contrato, como obrigação da contratada de empregar como mão de obra pessoas presas
ou egressos do sistema prisional e de observar o disposto neste Decreto.
§ 2º Na hipótese de ser admitido o emprego de mão de obra de pessoa presa em regime fechado, o edital e a minuta
do contrato deverão prever as seguintes cautelas a serem observadas pela contratada, em atendimento ao disposto
nos art. 35 e art. 36 da Lei nº 7.210, de 1984:
IV - observância do limite máximo de dez por cento do número de presos na prestação do serviço.
I - informar à contratada e oficiar a vara de execuções penais sobre qualquer incidente ou prática de infração por
parte dos empregados, para que adotem as providências cabíveis à luz da legislação penal; e
II - aplicar as penalidades à contratada quando verificada infração a qualquer regra prevista neste Decreto.
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§ 4º A administração pública poderá deixar de aplicar o disposto neste artigo quando, justificadamente, a
contratação de pessoa presa ou egressa do sistema prisional se mostrar inviável.
Art. 6º Para efeito do disposto no art. 5º, a empresa deverá contratar, para cada contrato que firmar, pessoas presas,
em cumprimento de pena em regime fechado, semiaberto ou aberto, ou egressas do sistema prisional, nas seguintes
proporções:
I - três por cento das vagas, quando a execução do contrato demandar duzentos ou menos funcionários;
II - quatro por cento das vagas, quando a execução do contrato demandar duzentos e um a quinhentos funcionários;
III - cinco por cento das vagas, quando a execução do contrato demandar quinhentos e um a mil funcionários; ou
IV - seis por cento das vagas, quando a execução do contrato demandar mais de mil empregados.
§ 1º A efetiva contratação do percentual indicado nos incisos I a IV do caput será exigida da proponente vencedora
quando da assinatura do contrato.
§ 2º A contratada deverá apresentar mensalmente ao juiz da execução, com cópia para o fiscal do contrato ou para o
responsável indicado pela contratante, relação nominal dos empregados, ou outro documento que comprove o
cumprimento dos limites previstos no caput.
§ 3º Havendo demissão, a contratada deverá proceder sua comunicação ao fiscal do contrato ou responsável
indicado pela contratante em até cinco dias.
§ 4º Após a demissão ou outro fato que impeça o comparecimento da mão de obra, a contratada deverá, em até
sessenta dias, providenciar o preenchimento da vaga em aberto para fins de cumprimento dos limites previstos no
caput.
§ 6º Em caso de subcontratação de obra ou serviço, desde que admitida no edital e no contrato, a subcontratada
deverá cumprir os limites previstos no art. 7º.
§ 7º A não observância das regras previstas neste artigo durante o período de execução contratual acarreta quebra
de cláusula contratual e possibilita a rescisão por iniciativa da administração pública federal, além das sanções
previstas na Lei nº 8.666, de 1993.
*OUSESABER #DEOLHONAJURISPRUDENCIA - O STJ entende que a dispensa fraudulenta de licitação gera dano in re
ipsa, presumindo-se, neste caso, o prejuízo ao erário e o consequente ato de improbidade administrativa, vejamos:
“3. A indevida dispensa de licitação, por impedir que a administração pública contrate a melhor proposta, causa
dano in re ipsa, descabendo exigir do autor da ação civil pública prova a respeito do tema. Precedentes da Segunda
Turma. (STJ. REsp 817.921/SP)
*#NOVIDADELEGISLATIVA: Foi publicado o Decreto 9.637/2018 que instituiu a Política Nacional de Segurança da
Informação e alterou o Decreto nº 2.295, de 4 de agosto de 1997, que regulamenta o disposto no art.
24, caput, inciso IX, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e dispõe sobre a dispensa de licitação nos casos que
possam comprometer a segurança nacional:
Art. 1º Ficam dispensadas de licitação as compras e contratações de obras ou serviços quando a revelação de
sua localização, necessidade, característica do seu objeto, especificação ou quantidade coloque em risco objetivos da
segurança nacional, e forem relativas à:
III - aquisição de equipamentos e contratação de serviços técnicos especializados para as áreas de inteligência,
de segurança da informação, de segurança cibernética, de segurança das comunicações e de defesa
cibernética. (Redação dada pelo Decreto nº 9.637, de 2018)
Inexigibilidade
A competição é inviável, de acordo com o art. 25 da Lei nº 8.666/93. Esse rol é exemplificativo
§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade,
decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe
técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e
indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem
solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público
responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
A competição será viável quando presente o pressuposto lógico (pluralidade de fornecedores, produtores
etc.); o pressuposto jurídico (a licitação tem como objetivo proteger o interesse público, se a licitação o prejudicar
será inviável) e pressuposto fático (deve existir interesse de mercado na questão).
Em caso de objeto ou bem singular absoluto: é singular por ter sido produzido apenas um; ou se torna
singular em razão de um evento externo; ou em razão do caráter pessoal (obras artísticas).
Para o serviço ser caracterizado como singular deve estar elencado na lista do art. 13 da Lei nº 8.666/93.
Além disso, é preciso notória especialização (o mercado o reconhece como bom); e singularidade relevante (a
Administração depende e precisa desse serviço). É inevitável subjetividade no assunto. Se for reconhecido pela
crítica especializada e no mercado será um serviço singular.
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a:
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
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VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
§ 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei.
§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente relação de integrantes de seu corpo
técnico em procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação,
ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato.
Para contratação direta é necessário um processo de justificação (art. 26, Lei nº 8.666/93), fundamentando e
legitimando a contratação direta. A fraude configura crime (art. 89 da Lei nº 8666/93) e ato de improbidade
administrativa.
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: Não comete o crime do art. 89 da Lei nº 8.666/93 Secretária de Educação que
faz contratação direta, com base em inexigibilidade de licitação (art. 25, I), de livros didáticos para a rede pública de
ensino, livros esses que foram escolhidos por equipe técnica formada por pedagogos, sem a sua interferência. Vale
ressaltar que havia comprovação, por meio de carta de exclusividade emitida por entidade do setor, de que a
empresa contratada era a única fornecedora dos livros na região. Além disso, não houve demonstração de
sobrepreço. Diante dessas circunstâncias, o STF absolveu a ré por ausência de “dolo específico” (elemento subjetivo
especial). STF. Plenário. AP 946/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 30/8/2018 (Info 913).
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA - CRIMES CONTRA A LEI DE LICITAÇÕES (LEI 8.666/93) Requisitos para a configuração
do crime do art. 89 Para que haja a condenação pelo crime do art. 89 da Lei nº 8.666/93, exige-se a demonstração de
que houve prejuízo ao erário e de que o agente tinha a finalidade específica de favorecimento indevido. Assim,
mesmo que a decisão de dispensa ou inexigibilidade da licitação tenha sido incorreta, isso não significa
necessariamente que tenha havido crime, sendo necessário analisar o prejuízo e o dolo do agente. Art. 89. Dispensar
ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa
ou à inexigibilidade: Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. STF. 2ª Turma. Inq 3731/DF, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 2/2/2016 (Info 813).
* #OLHAOGANCHO #IMPORTANTE:
Elemento subjetivo Para a configuração da tipicidade subjetiva do crime previsto no art. 89 da Lei 8.666/93, exige-se
o especial fim de agir, consistente na intenção específica de lesar o erário ou obter vantagem indevida.
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
18
Exige-se descumprimento de formalidades mais violação aos princípios da Administração Pública O tipo penal
previsto no art. 89 não criminaliza o mero fato de o administrador público ter descumprido formalidades. Para que
haja o crime, é necessário que, além do descumprimento das formalidades, também se verifique que ocorreu, no
caso concreto, a violação de princípios cardeais (fundamentais) da Administração Pública. Se houve apenas
irregularidades pontuais relacionadas com a burocracia estatal, isso não deve, por si só, gerar a criminalização da
conduta. Assim, para que ocorra o crime, é necessária uma ofensa ao bem jurídico tutelado, que é o procedimento
licitatório. Sem isso, não há tipicidade material.
Decisão amparada em pareceres técnicos e jurídicos Não haverá crime se a decisão do administrador de deixar de
instaurar licitação para a contratação de determinado serviço foi amparada por argumentos previstos em pareceres
(técnicos e jurídicos) que atenderam aos requisitos legais, fornecendo justificativas plausíveis sobre a escolha do
executante e do preço cobrado e não houver indícios de conluio entre o gestor e os pareceristas com o objetivo de
fraudar o procedimento de contratação direta. STF. 1ª Turma. Inq 3962/DF, Rel. Min Rosa Weber, julgado em
20/2/2018 (Info 891).
5. Modalidades de Licitação
Considera-se o valor (concorrência, tomada de preços ou convite) ou a natureza do objeto (leilão, concurso
ou pregão). A concorrência também pode avaliar características do objeto, e o leilão também tem parâmetro de
valor.
Existe um prazo mínimo de intervalo entre a publicação do edital até a apresentação das propostas.
*#NOVIDADELEGISLATIVA #ATENÇÃO: O Decreto nº 9.412, de 18 de junho de 2018 atualizou os valores das
modalidades de licitação de que trata o art. 23 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
Art. 1º. Os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput do art. 23 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, ficam
atualizados nos seguintes termos:
5.1 Concorrência
É escolhida em razão do valor quando se tratar de um numerário alto (para obras e serviços de engenharia
acima de 3 milhões e 300 mil reais ou outros contratos acima de 1 milhão, quatrocentos e trinta mil reais – art. 23). A
concorrência também pode ser escolhida em razão do objeto quando se tratar de imóvel (aquisição ou alienação),
quando for hipótese de concessão de direito real de uso de bem público ou na concessão de serviço público, ou, por
fim, na licitação internacional (conta com a participação de empresas estrangeiras).
Contudo, se o imóvel for decorrente de decisão judicial ou dação em pagamento, a modalidade pode ser
concorrência ou leilão.
Em caso de concessão de serviço, a lei traz uma exceção. Se o serviço estiver previsto na política nacional de
desestatização a modalidade vai ser leilão (exemplo: aeroportos, telefonia)!
Na licitação internacional, excepcionalmente, podemos ter tomada de preços quando o valor corresponder
ao estabelecido para a tomada de preços e houver cadastro de empresas estrangeiras. E podemos ter convite
quando o valor corresponder ao estabelecido para o convite e não houver fornecedor no país.
O prazo de intervalo mínimo – se a licitação for do tipo técnica ou técnica + preço, o prazo é de 45 dias
corridos; se for do tipo preço o prazo é de 30 dias corridos.
Para obras e serviços de engenharia acima de 330 mil até 3 (três) milhões e trezentos mil reais e para outros
bens e serviços que não os de engenharia o valor fixado é acima de 176 mil até 1 milhão, quatrocentos e trinta mil.
O prazo de intervalo mínimo – se a licitação for do tipo técnica ou técnica + preço, o prazo é de 30 dias
corridos; se for do tipo preço o prazo é de 15 dias corridos.
Quem participa da modalidade tomada de preços são os licitantes cadastrados. Antecipa-se a fase de
habilitação com o cadastramento. O licitante recebe o certificado de registro cadastral e isso agiliza o procedimento.
E se o licitante não estiver cadastrado como participará da licitação? Podem participar os licitantes que preencham
os requisitos para o cadastramento até o terceiro dia anterior a entrega dos envelopes. Basta fazer um requerimento
para se cadastrar, apresentando os documentos devidos.
5.3 Convite
Para obras e serviços de engenharia até 330 mil reais e para outros bens e serviços que não os de engenharia
abrange até 176 mil reais. Quando o valor é pequeno, a licitação é dispensável, mas pode ser realizada pela
modalidade convite. O instrumento convocatório é a carta-convite que NÃO é publicada no Diário Oficial, apenas
encaminhada aos licitantes. Será também fixada no átrio da repartição.
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
20
Podem participar da modalidade convite os licitantes convidados que devem estar em número mínimo de
três, estejam cadastrados ou não. Se o número for menor que três, basta fundamentar e justificar a razão,
prosseguindo com o procedimento (exemplo: provar que o mercado tem uma restrição, que o convidado não
compareceu).
Podem também participar do convite os licitantes cadastrados que manifestarem interesse de participar com
24 horas de antecedência.
Prazo de intervalo mínimo no convite é de 05 dias úteis.
A comissão de licitação precisa ser composta ao menos por três servidores (art. 51 da Lei nº 9.666/93).
Porém, se o órgão for pequeno e a convocação dos servidores selecionados comprometer o andamento do serviço, é
possível realizar a licitação com um único servidor.
#RESUMO #NOVOSVALORES6:
Tomada de
Convite Concorrência
Preços
até 3 milhões e Acima de 3
Obras e serviços de 0 até 330 mil
300 mil milhões, 300 mil
engenharia reais
reais
0 até 176 mil até 1 milhão 430 Acima de 1
reais mil reais. milhão, 430 mil
Outros bens e serviços
reais
6
Atenção a data de vigência do Decreto 9.412/2018.
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
21
Quando a lei estabelece uma modalidade mais simples, o administrador pode escolher uma modalidade mais
rigorosa. Qualquer alteração tem que ser feita dentro do limite da modalidade de licitação escolhida. Se não
respeitar, não poderá modificar o contrato.
§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras
e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou
fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.
5.4 Leilão
É modalidade de licitação para alienação de bens imóveis na hipótese do art. 19 da lei, decorrente de decisão
judicial ou dação em pagamento (pode usar concorrência ou leilão); alienação de bens móveis inservíveis,
apreendidos ou penhorados. Na verdade, o legislador cometeu uma impropriedade e quis mencionar bens objeto de
penhor; alienação de bens móveis não pode ultrapassar o limite fixado de R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos
e trinta mil reais) (art. 17, §6º).
Art. 17, § 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao
limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão.
5.5 Concurso
É uma modalidade licitatória para escolha de trabalho técnico, artístico ou científico, sendo que a
contrapartida será um prêmio ou remuneração. É diferente do concurso público, pois este tem o objetivo de
provimento de cargo.
O prazo de intervalo mínimo é de 45 dias corridos. A comissão de licitação é especial porque não precisa ser
composta por servidores, qualquer pessoa idônea e com conhecimento na área pode participar dessa comissão.
5.6 Pregão
Modalidade prevista na Lei nº 10.520/2002 que serve para a aquisição para bens e serviços comuns, NÃO
importa o valor. Comuns são aqueles que podem ser definidos no edital com expressão usual de mercado.
O intervalo mínimo é de 8 dias úteis. Quem faz o pregão é o leiloeiro assistido por uma equipe de apoio.
6. PROCEDIMENTO
Fase Interna:
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e
de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei,
o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos
envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta
Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação;
III - sanções para o caso de inadimplemento;
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o local onde possa ser
examinado e adquirido;
VI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de
apresentação das propostas;
VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão fornecidos
elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações
necessárias ao cumprimento de seu objeto;
IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações
internacionais;
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA 2: Se um servidor público for sócio ou funcionário de uma empresa, ela não poderá
participar de licitações realizadas pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado este servidor público (art. 9º, III,
da Lei nº 8.666/93). O fato de o servidor estar licenciado do cargo não afasta a referida proibição, considerando que,
mesmo de licença, ele não deixa possuir vínculo com a Administração Pública. Assim, o fato de o servidor estar
licenciado não afasta o entendimento segundo o qual não pode participar de procedimento licitatório a empresa que
possuir em seu quadro de pessoal servidor ou dirigente do órgão contratante ou responsável pela licitação. STJ. 2ª
Turma. REsp 1.607.715-AL, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 7/3/2017 (Info 602).
Publicação do edital
Impugnação do edital (art. 41): qualquer cidadão tem 5 dias úteis de antecedência da data de entrega das
propostas para impugnar e a Administração Pública tem três dias para decidir. Já o potencial licitante tem o prazo de
2 dias úteis de antecedência, mas não tem prazo para decisão. O ideal é que a comissão julgue o quanto antes. Se
não se manifestar nesse tempo, haverá decadência na via administrativa. A impugnação não tem natureza de
recurso e não tem efeito suspensivo, devendo o processo correr normalmente.
Alteração do edital (art. 21, §4º): aditamento deve ser publicado da mesma forma que o edital. Recebimento
dos envelopes: se for caso de técnica + preço são recebidos três envelopes lacrados.
Habilitação (art. 27): Todos devem rubricar todos os envelopes e documentos entregues.
Requisitos da habilitação (art. 27) – rol taxativo:
a) Habilitação jurídica
b) Qualificação técnica
c) Regularidade fiscal
d) Qualificação econômica e financeira
e) Art. 7º, XXXIII, CF
Trata-se de tema controverso no âmbito doutrinário. Segundo Rafael Carvalho Rezende Oliveira, podem ser
identificadas 3 correntes principais acerca do assunto:
1.º entendimento: A regularidade fiscal refere-se aos tributos federais, estaduais e municipais. Trata-se da
interpretação literal do art. 29, III, da Lei 8.666/1993.
2.º entendimento: A exigência de regularidade fiscal restringe-se aos tributos do Ente federativo que promove a
licitação (ex.: na licitação promovida por determinado Município, a exigência de regularidade fiscal abrange os
tributos municipais, mas não os estaduais e federais). Argumenta-se que o Ente promotor da licitação não pode
utilizar a licitação para constranger o licitante a pagar tributos devidos a outros Entes Federados. Da mesma forma,
seria praticamente impossível apurar se o licitante está em situação regular com todos os demais Entes. Nesse
sentido: Marçal Justen Filho.
3.º entendimento: A regularidade fiscal relaciona-se apenas com os tributos incidentes sobre a atividade do licitante
e o objeto da licitação (ex.: é razoável a exigência de regularidade do ISS na contratação para prestação de serviços,
mas não de IPVA ou IPTU). Nesse sentido: Marcos Juruena Villela Souto, Flávio Amaral Garcia e Jessé Torres Pereira
Junior.
*#OUSESABER: Com efeito, a habilitação é a fase integrante do procedimento licitatório em que os interessados
devem comprovar a satisfação das exigências de qualificação formuladas no instrumento convocatório, conforme
arts. 27 a 33 da Lei n. 8666/93. Nessa senda, cumpre salientar que as exigências editalícias devem ser razoáveis,
observando os princípios da Isonomia, da Legalidade, da Competitividade e da Razoabilidade, insculpidos no art. 37,
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
25
inciso XXI da CF/88. Assim, o TCU entendeu ser ilegítima a exigência de quitação das obrigações fiscais como
requisito para habilitação em licitação pública, bastando a comprovação de regularidade fiscal (o que pode ser
demonstrada, por exemplo, através de CPDEN).
* #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
É inconstitucional lei estadual que exija Certidão negativa de Violação aos Direitos do Consumidor dos interessados
em participar de licitações e em celebrar contratos com órgãos e entidades estaduais. Esta lei é inconstitucional
porque compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitação e contratos (art. 22, XXVII, da
CF/88). STF. Plenário. ADI 3.735/MS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 8/9/2016 (Info 838).
* A divulgação do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS pela CGU tem mero caráter
informativo, não sendo determinante para que os entes federativos impeçam a participação, em licitações, das
empresas ali constantes. STJ. 1ª Seção. MS 21.750-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 25/10/2017
(Info 615)
7
Essa mesma temática foi objeto de questionamento na prova do TRF3/2016: “Em determinado edital de licitação referente a serviços de
engenharia de grande porte constou uma norma que exige, como requisito para os interessados, a comprovação de experiência
anterior em obra similar à licitada. Sobre a referida imposição, em conformidade com o entendimento das Cortes Superiores, é
possível afirmar que: c) Trata-se de imposição viável, porquanto se agasalha no propósito de permitir à Administração Pública a
avaliação da capacidade técnica dos interessados, nos exatos termos do prescrito no inciso II do art. 30 da Lei n. 8.666/93. ”
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
26
úteis para apresentar recurso contra a decisão, salvo no caso do convite que o prazo é de dois duas úteis (art. 109).
Esse recurso é com efeito suspensivo.
*#OUSESABER #JÁCAIUEMPROVA #PGEMA: A dispensa na licitação deserta depende dos seguintes pressupostos: a)
ausência de interessados na licitação anterior; b) motivação: a justificativa deve demonstrar que a repetição do
certame acarretaria prejuízos ao interesse público; e c) manutenção das condições preestabelecidas: o intuito é
evitar a violação aos princípios da moralidade e da impessoalidade, pois a alteração substancial das condições
estabelecidas na licitação anterior poderia atrair o interesse de licitantes, o que exigiria a realização da licitação.”
Trecho de: OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. “Licitações e Contratos Administrativos - Teoria e Prática.”
Após a classificação, segue o julgamento com a escolha da melhor proposta. Se as empresas estiverem
empatadas, segue o desempate previsto no art. 3º, §2º da Lei e no art. 45, §2º da Lei (se os critérios não forem
suficientes para desempatar, fará então sorteio).
Depois da classificação também abre a possibilidade de recurso no prazo de 05 dias úteis, salvo no caso do
convite que o prazo é de 2 dias úteis. Esse recurso tem efeito suspensivo.
Homologação
Verifica-se a regularidade do processo e a autoridade superior homologa o procedimento. Contudo, se existir
um vício ou defeito, o procedimento deverá ser anulado.
Adjudicação
Publicação do resultado oficial. O licitante vencedor tem a garantia de não ser preterido, tem mera
expectativa de direito ao contrato. Se o licitante vencedor não tiver interesse em assinar o contrato vão chamar os
classificados seguintes, mas para cumprir a proposta do licitante vencedor (art. 64, §3º).
O licitante estará vinculado a sua proposta no prazo de 60 dias da entrega de envelopes, salvo se o edital
determinar outro prazo. Se o licitante vencedor não quiser assinar, poderá ser penalizado nos termos do art. 89 da
lei.
*#NOVIDADELEGISLATIVA: REGIME CRIADO – REGRAS GERAIS - LEI 13.303/2016 – Estatuto das Estatais
Sociedades de economia mista: permite-se a participação societária de particulares desde que o controle acionário
se mantenha nas mãos das entidades integrantes do Estado.
LICITAÇÕES
- O processo de inexigibilidade será instruído com a caracterização da situação emergencial ou calamitosa que
justifique a dispensa. Não obstante a desnecessidade do processo de licitação será instaurado um processo
simplificado justificador da situação excepcional.
MODALIDADES:
RG: Pregão (bens e serviços comuns) – art. 32, IV, da Lei. – ele é preferencial e NÃO EXCLUSIVO.
Ex: não se pode utilizar o pregão para a execução ou alienação de bens pelas empresas estatais.
- Atentar-se para a sustentabilidade e acessibilidade para pessoas com deficiência.
Melhor técnica ou a melhor combinação de técnica e preço e CONTRATAÇÃO SEMI-INTEGRADA: mín 45 dias úteis.
REGISTRO DE PREÇOS
- É necessária a observância de algumas condições:
a) pesquisa de mercado
b) seleção de acordo com os procedimentos previstos
c) rotina de controle e atualização periódica dos preços
d) validade do registro
e) inclusão do registro dos licitantes que aceitaram cotar os bens ou serviços com preços iguais ao do licitante
vencedor
GARANTIA
- até 5% (= 8666) do valor do contrato (pode chegar até 10% para as contratações de grande vulto – alta
complexidade técnica e riscos financeiros).
- O particular definirá a forma de prestação da garantia (em dinheiro, seguro garantia ou fiança bancária).
DURAÇÃO DOS CONTRATOS: prazo de 5 anos, pois não se admite contratos por prazo indeterminado.
Exceção: poderá exceder em 2 situações
a) Plano de negócios e investimentos
b) Prática rotineira de mercado
OBS: Não se admite a alteração unilateral. Deve se proceder mediante acordo entre as partes.
É possível a alteração bilateral nos seguintes casos de modificação:
a) do projeto;
b) do valor contratual;
c) substituição da garantia de execução;
d) do regime de execução da obra ou serviço;
e) da forma de pagamento, VEDADA A ANTECIPAÇÃO DO PAGAMENTO sem a correspondente contraprestação de
fornecimento;
f) reestabelecer a relação contratual para a manutenção do equilíbrio econômico financeiro, em caso de força maior,
caso fortuito ou fato do príncipe.
Obs: - art. 81, §2º, da Lei – O contratado poderá aceitar os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras,
serviços ou compras até 25%. Nos contratos de reforma, até 50% - essas alterações dependem sempre do
consentimento do particular contratado.
- É possível a revisão contratual nos casos de fato do príncipe – art. 81, §5º da Lei. O §6º contempla as hipóteses de
fato da Administração, quando o desiquilíbrio do contrato decorrer de atuação do ente estatal dentro da relação
contratual.
SANÇÕES
I – advertência por escrito
II – multa se houver previsão no instrumento convocatório ou no contrato. Não se confunde com o dever de
ressarcir e pode ser aplicada isolada ou cumulativamente.
- A multa será descontada da garantia do respectivo contratado. Sendo o valor superior ao valor da garantia
prestada, responderá o contratado pela diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos
pela Adm. pode também ser cobrada judicialmente.
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
32
III – Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Adm. – prazo máximo de
2 anos.
- Aqui é preciso a instauração de processo administrativo regular, facultada a defesa prévia do interessado, no prazo
de 10 dias úteis.
- A suspensão também poderá ser aplicada nos casos em que as empresas ou profissionais:
a) tenham sofrido condenação definitiva por terem praticado fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
b) tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação
c) demonstrem não possuir idoneidade
SUBCONTRATAÇÃO (art. 78 da Lei) “O contratado poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até
o limite admitido, em cada caso, pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista, conforme previsto no
edital do certame”.
- Desde que seja parcial e mediante autorização da empresa estatal.
- Tem que atender a todas as exigências de qualificação
OBS: Veda-se a subcontratação de empresa ou consórcio que tenha participado:
a) da licitação da qual se originou a contratação
b) direta ou indiretamente, da elaboração de projeto básico ou executivo.
O art. 49 encerra dizendo que, no caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o contraditório e a
ampla defesa, seja na revogação ou anulação, e que tal entendimento se aplica aos atos do procedimento de
dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Ressalta-se, também, o dito na Súmula Vinculante n. 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União
asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão.
C) Requisitos para revogação: fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal
conduta; Requisitos para anulação: ilegalidade. Em ambos os casos é necessário parecer escrito e devidamente
fundamentado do órgão de assessoramento jurídico.
*#OUSESABER: O que se entende por licitação carona? Sempre que a Administração Pública costuma contratar, com
frequência considerável, determinados bens ou serviços, surge o interesse em manter registros de possíveis
fornecedores e respectivos preços. Nesse caso, é possível a realização de licitação apenas para o registro de preços,
no intuito de facilitar eventual contratação futura, conforme prevê o artigo 15, da Lei n. 8.666/93 e o art. 3o do
Decreto 7.892/2010. Confome Marçal Justen Filho: "A licitação carona consiste na contratação fundada num
sistema de registro de preços em vigor, mas envolvendo uma entidade estatal dele não participante
originalmente..."
*#OUSESABER: Certo ou errado? É vedada aos órgãos públicos federais a adesão à ata de registro de preços quando
a licitação tiver sido realizada pela Administração Pública estadual, municipal ou do Distrito Federal, bem como por
entidades paraestatais.
CERTO! O sistema de registro de preços, previsto no artigo 15 da Lei nº 8.666, de 1993, é entendido como “conjunto
de procedimentos para registro formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para
contratações futuras” (art. 2º, inciso I, Decreto nº 7.892, de 2013). O registro de preços permite que a Administração
adquira os bens ou serviços de forma parcelada e conforme suas necessidades. Em regra, desde que devidamente
justificada a vantagem, é permitido que órgãos ou entidades da Administração utilizem a ata de registro de preços de
outros órgãos e entidades. Porém, conforme o art. 22, §8º, do Decreto nº 7.892, de 2013, e a Orientação Normativa
nº 21 da AGU, “é vedada aos órgãos públicos federais a adesão à ata de registro de preços quando a licitação tiver
sido realizada pela Administração Pública estadual, municipal ou do Distrito Federal, bem como por entidades
paraestatais”.
*#NOVIDADELEGISLATIVA #AJUDAMARCINHO:
Foi publicada, no dia 06/06/2017, a Lei nº 13.448/2017, que estabelece diretrizes gerais para prorrogação e
relicitação dos contratos de parceria definidos nos termos da Lei nº 13.334/2016, nos setores rodoviário, ferroviário
e aeroportuário da administração pública federal.
8
http://www.dizerodireito.com.br/2017/06/a-lei-134482017-e-o-instituto-da.html. Acesso em 12/06/2017.
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
35
Sobre a possibilidade de prorrogação ou de relicitação dos contratos de concessões de rodovias, ferrovias e de
aeroportos federais que tenham sido definidos pelo Programa de Parcerias de Investimentos – PPI (Lei nº
13.334/2016).
Obs: as prorrogações aplicam-se apenas aos contratos relacionados com rodovias e ferrovias (aeroportos não).
O que é relicitação?
O Governo percebeu que algumas concessionárias que celebraram contratos de parceria nos setores rodoviário,
ferroviário e aeroportuário não estavam conseguindo cumprir suas obrigações.
Diante disso, abriu-se a possibilidade de haver um desfazimento consensual desses contratos com a imediata
assunção de novas empresas, escolhidas mediante licitação.
Tem-se aí a previsão do instituto da relicitação.
Relicitação é, portanto, a extinção amigável do contrato de parceria (Lei nº 13.334/2016) e a celebração de novo
ajuste negocial para o empreendimento, em novas condições contratuais e com novos contratados, mediante
licitação promovida para esse fim.
A Lei nº 13.448/2017 autorizou que a União faça a relicitação dos contratos de concessão dos setores rodoviário,
ferroviário e aeroportuário nos casos em que a concessionária esteja com dificuldades de cumprir suas obrigações
contratuais. Veja o texto da Lei:
Art. 13. Com o objetivo de assegurar a continuidade da prestação dos serviços, o órgão ou a entidade competente
poderá realizar, observadas as condições fixadas nesta Lei, a relicitação do objeto dos contratos de parceria nos
setores rodoviário, ferroviário e aeroportuário cujas disposições contratuais não estejam sendo atendidas ou cujos
contratados demonstrem incapacidade de adimplir as obrigações contratuais ou financeiras assumidas
originalmente.
O órgão ou entidade competente irá, então, avaliar a necessidade, a pertinência e a razoabilidade da instauração do
processo de relicitação.
A concessionária originalmente contratada e que aderir ao processo de relicitação terá direito a alguma
indenização?
SIM. A concessionária que terá o contrato extinto receberá uma indenização, a ser definida por meio de arbitragem
ou outro mecanismo privado de resolução de conflitos admitido na legislação aplicável (art. 15, III, da Lei nº
13.448/2017).
Caducidade Relicitação
A eventual indenização que ela receba (em A indenização ao concessionário será paga pelo
virtude dos investimentos feitos e não novo contratado, nos termos e limites previstos no
amortizados) será paga por meio de precatório. edital da relicitação.
A empresa poderá receber a pena de A empresa não será punida com a inabilitação de
inabilitação de contratar com a Administração contratar com a Administração Pública. A única
Pública. restrição é que ela não poderá participar do
certame licitatório da relicitação.
Haverá remissão (perdão) das dívidas que a concessionária tiver com o Poder Público concedente?
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
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NÃO. As multas e as demais somas de natureza não tributária devidas pelo anterior contratado ao órgão ou à
entidade competente deverão ser abatidas da indenização que ele irá receber (art. 15, § 2º).
Em outras palavras, as dívidas que a concessionária tiver com o Poder Público serão descontadas da indenização que
ela receberá.
1) A Lei n. 8.666/1993, que estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a
obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos poderes da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios, não guarda pertinência com as questões envolvendo concursos para
preenchimento de cargos públicos efetivos.
2) Ainda que o servidor esteja de licença à época do certame, não é possível a participação de empresa que possua
no seu quadro de pessoal servidor público, efetivo ou ocupante de cargo em comissão/função gratificada, ou
dirigente do órgão contratante ou responsável pela licitação.
3) A previsão indenizatória do art. 42, §2º, da Lei n. 8.987/1995 não se aplica às hipóteses de permissão, mas apenas
aos casos de concessão de serviço público.
4) Não é devida indenização a permissionário de serviço público de transporte coletivo por prejuízos suportados em
face de déficit nas tarifas quando ausente procedimento licitatório prévio.
5) Nos termos do §2º do art. 42 da Lei n. 8.987/1995, a administração deve promover certame licitatório para novas
concessões de serviços públicos, não sendo razoável a prorrogação indefinida de contratos de caráter precário.
6) Extinto o contrato de concessão por decurso do prazo de vigência, cabe ao Poder Público a retomada imediata da
prestação do serviço até a realização de nova licitação, independentemente de prévia indenização, assegurando a
observância do princípio da continuidade do serviço público.
8) A contratação direta, quando não caracterizada situação de dispensa ou de inexigibilidade de licitação, gera lesão
ao erário (dano in re ipsa), na medida em que o Poder Público perde a oportunidade de contratar melhor proposta.
10) A superveniente homologação/adjudicação do objeto licitado não implica a perda do interesse processual na
ação em que se alegam nulidades no procedimento licitatório.
DIPLOMA DISPOSITIVOS