Você está na página 1de 5

PROVA DE IBÉRICA I - TEXTOS

PIERRE VILAR (O tempo do "Quixote")

Entre 1598 e 1620, a Espanha entra em crise. Entre a grandeza e a decadência. Há a peste bulbônica,
demografia desgastada, aumento nos preços, a mercadoria das Índias chega mais cara e há uma
invasão de mercadorias estrangeiras. O Cervantes retrata a sociedade espanhola nessa época.

⤷ No último terço do século XV ocorrem mudanças sociais no ocidente da Europa. Houve um aumento
do número de habitantes, extensão da cultura, novas técnicas e uma valorização ao gêneros raros e aos
metais preciosos. O resultado disso foi a busca de novos territórios.
A primeira "corrida" Portugal ganhou, depois a Espanha ganhou duas a frente: Granada (último reduto
mouro), incursões à África e a descoberta das Ilhas, o que já oferecia bastante coisa à Coroa. Depois
veio a descoberta da América e das minas. E ainda, os Habsburgos adicionaram Milão e os Países
Baixos.

⤷ Por que decaiu? A conquista espanhola funda uma sociedade nova porque institui o mercado
mundial e porque permite a acumulação primitiva de capital. Esta sociedade só pode se desenvolver
com novas relações sociais associadas a essas mudanças. Contudo, realiza-se a conquista do Novo
Mundo à maneira feudal. Ocupar terras, reduzir os homens à servidão, retirar os tesouros, tudo isso
não prepara o "investimento". Uma burguesia poderia tê-lo feito, contudo ela não era forte,
experimentou primeiro o capitalismo instável, através de feiras, por exemplo. O imperialismo
espanhol foi a "etapa suprema" da sociedade que ele próprio contribuiu para destruir.

PERRY ANDERSON (Linhagens do Estado absolutista - Espanha)

A primazia espanhola se conferiu à monarquia Habsburgo um papel de consolidação do sistema


relativo ao absolutismo ocidental em seu conjunto. O absolutismo espanhol nasceu da União de Castela
e Aragão com o casamento de Isabel I e Fernando II em 1469 (não houve uma fusão administrativa,
longe de criarem um reino unificado). O dinamismo político e militar do novo Estado dual logo se
revelaria com as conquistas externas.
Carlos I: formou uma nova corte, constituída basicamente por exilados flamengos, borgonheses e
italianos. Houve revoltas que foram derrotadas pelos reis, dando um passo na consolidação do
absolutismo espanhol. Ele delegava poderes através de Conselhos e vice-reis, porém, esses vice-reis
tinham poderes limitados e ainda, na Europa, eles tinham que se entender com as aristocracias
residentes (siciliana, valenciana ou napolitana) que reivindicavam cargos públicos. Daí resultava um
bloqueio a qualquer unificação real. As economias atlânticas (América) e mediterrânea nunca se
reuniram num sistema comercial único. A divisão entre os dois reinos originais da União dentro da
Espanha era, na prática, reforçada pelas possessões ultramarinas a elas anexadas. Essa dispersão do
império ajudou a deter o processo de centralização administrativa. Sempre dividido no aspecto
administrativo, o império espanhol herdade pelo Filipe II no Velho Mundo começava a tornar-se
economicamente insustentável em meados do século: caberia ao Novo Mundo reabastecer o seu
tesouro e prolongar sua desunião.
A descoberta das minas de Potosí aumentara agora enormemente o fluxo do tesouro colonial para
Servilha. O suprimento de imensas quantidades de prata das Américas tornou-se de agora em diante
uma "facilidade" decisiva para o Estado espanhol em amos os sentidos do termo. Isso significava que o
absolutismo na Espanha poderia ainda continuar,, por muito tempo, a prescindir d lenta unificação
fiscal e administrativa que constituía uma condição prévia para o absolutismo de outros países: a
persistente desobediência de Aragão era compensada pela tolerância ilimitada do Peru. As colônias,
em outras palavras, podiam atuar como substituto estrutural das províncias. A contribuição colonial
aos rendimentos reais constituía, por si só, um fator decisivo para a condução da política externa
espanhola e para a natureza do Estado espanhol. Contudo, esse grande vínculo às colônias produziu
um parasitismo que impediu um desenvolvimento das manufaturas, a Espanha se tornou um
escoadouro para mercadorias estrangeiras. Para piorar a situação, as colônias estavam conseguindo se
autossustetar. Começou a haver um decréscimo espanhol na economia, nos mares, e viu-se a ascensão
das potências protestantes: Inglaterra e Holanda.
O absolutismo espanhol tinha se expandido muito rápido, cedo demais, devido à sua fortuna
ultramarina, sem ter jamais consolidado as suas fundações metropolitanas.

LUIZ FELIPE DE ALENCASTRO (A economia política dos descobrimentos)

Ele fala sobre os motivos geopolíticos, decorrentes da rivalidade luso-espanhola da expansão


ultramarina portuguesa. O caráter não econômico do colonialismo lusitano.
A expansão e a conquista de novos territórios para Portugal significava uma garantia de autonomia
perante à Espanha. A Coroa lusitana engendra um expansionismo preventivo.
Quanto mais os espanhóis avançavam, mais os portugueses se precaviam, indo atrás de novos
territórios, ocupando portos, fixando feitorias ao longo da rota Goa - Macau, etc. Um exemplo é a ilha
da Madeira. Devido à expedição espanhola em direção à Madeira no ano de 1402, Portugal ocupou
aquela ilha preventivamente nos anos de 1418-26. Foi ainda o expansionismo preventivo que soprou
as velas portuguesas sobre toda a extensão do litoral sul atlântico - americano.
A expansão portuguesa se apodera de pontos chaves, rotas estratégicas do globo: Açores, São Tomé,
Cabo Verde, Brasil, Goa, Ormuz, Malaca, Macau, etc.
Por muito tempo não houve uma integração econômica portuguesa no interior do Brasil, aparecendo
apenas como um território insular.
Na tributação há as sisas, que é um imposto sobre a venda e compra de mercadorias. Isso mostra que
as receitas régias se baseiam na circulação de riquezas, que aumentam com as Descobertas.
A monarquia desenvolveu um sistema fiscal de atribuição, vendendo concessões de comércio e a
arrematação tributária nos seus domínios do ultramar. A venda do monopólio régio a contratadores e
arrematadores privados não se apresenta como um ato unilateral do poder monárquico, mas como
uma contrapartida dos direitos consagrados da monarquia: o rei evangeliza os pagãos das terras
distantes, abrindo, ao mesmo tempo, novas áreas de comércio para a Europa. Encontra-se ai o
Padroado. Para que isso funcione, é preciso que haja uma correlação com as esferas políticas: para
evitar um enfrentamento com a classe senhorial e as confrarias religiosas, o poder monárquico extrai
renda e se associa ao comércio externo.
Alguns homens portugueses saiam da sua pátria para pelejar nos cinco mares. Em Peregrinação
(1614) - Fernão Mendes Pinto - mostra-se uma crítica à expansão, fala-se que a Coroa tem uma cobiça
em busca de novos rendimentos, assim como a pouca justiça e a pobreza da metrópole, impulsionam a
expansão ultramarina.
Na Ásia há uma rede de feitorias e portos, diferente das possessões do "tipo atlântico" (Brasil e
Angola). Engenhos para a fortificação da ocupação territorial são instalados no Brasil, e na Angola há
uma rede de trocas e um domínio sobre uma camada de mercadores nativos, para que se o tráfico
negreiro tenha êxito.
Para Antônio Vieira, a expansão ultramarina devia garantir bens muito mais preciosos que a
evangelização dos pagãos ou as rendas do tesouro régio. Ele estava preocupado com a ameaça
internacional gerada pela restauração, bens maiores seriam a "a liberdade, o reino, as conquistas". As
colônias servem para sermos livres, não para sermos ricos.
[Para resolver a questão fronteiriça com a Espanha, Portugal pede o apoio de Londres, e então criam-
se alianças de comércio com os portugueses em seus territórios ultramarinos e assim se efetiva a
independência portuguesa].

LUÍS FILIPE THOMAZ (A "política oriental" de D. Manuel I e suas contracorrentes)

Pelo menos no século XV a expansão foi concebida como um meio de atenuar a crise interna em
Portugal. De início, o projeto inicial que sustentou a expansão portuguesa foi a conquista de Marrocos,
este primeiro projeto expansionista nunca foi completamente executado. Até o desastre do Alcácer-
Quivir, este projeto foi visto como um "projeto reserva" à expansão no Oriente.
A partir deste projeto se desenvolveu outro no século XV: a conquista de todo o Norte da África e
Jerusalém, esta era uma ideia de D. Manuel (D. Manuel pareceu ter sido influenciado por um
messianismo dos seus educadores. A sua própria subida ao trono dava a ideia de que ele era um
escolhido, pois ele só conseguiu ser rei devido a morte de seis candidatos melhor colocados para o
trono.). Contudo, a expansão da costa ocidental africana tinha evoluído, e o comércio pareceu ser uma
forma mais segura do que a guerra.
Os projetos de expansão marítima e mercantil evoluíram em dois sentidos: fortalecer a talassocracia
portuguesa no Atlântico e estender a rede portuguesa ao Oceano índico. Nas fases iniciais o interesse
pelas especiarias asiáticas parece estar ausente, as principais preocupações eram o outro, os escravos
e outras mercadorias africanas.
D. João II queria dominar os caminhos para os mercados das Índias, preferindo a rota do Cabo. Ele
queria fazer uma aliança com o Preste João (Imperador da Etiópia) para a conquista do Norte da África
e participar no comércio do Oceano Índico. E tais eram os objetivos da expedição de Vasco da Gama
enviada por D. Manuel.
D. Manuel não queria conquistar militarmente a Ásia, depois da tomada de Jerusalém, ele queria se
tornar Imperador. Ele se sentia incumbido de uma missão universal de manter a justiça, a paz e a
supremacia cristã.
As conquistas na Ásia no início do século XV não foram por iniciativa do rei, mas por Afonso de
Albuquerque. Ele faz isso, primeiro, porque percebe que para usar a Índia como um trampolim para o
Próximo Oriente mulçumano era preciso um posição bem segura da Índia, e segundo porque o
comércio inter-regional traria lucros maiores e seria mais seguro do que a rota do Cabo. Ele fez com
que houvesse uma presença definitiva de Portugal no Oceano Índico.

SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA (América Portuguesa e Índias de Castela em Visão do Paraíso)

A Coroa portuguesa institui um monopólio, mas impede que se construa um império universal, a
feitoria se opõe a uma ideia de império. Só no XVII tenta-se integrar esse todo, havendo assim um
império português. Ele nega que havia desde o início um controle do território brasileiro.
Há uma tradição e uma certa vocação imperial nos espanhóis. Ele lembra do "império" asturo-leonês,
depois leonês-castelhano que tentou uma restauração visigótica. Depois o Sérgio mostra que o Carlos
V tem um caso moderno, ele inventou algo novo, não é algo como imperador medieval, embora os
contemporâneos achem que ele está reconstruindo a ideia de império da idade Média. O Carlos V quis
germanizar a Espanha. E ainda mostra que quando Carlos V ascendera ao trono, as Índias Ocidentais
não iam além de um grupo de ilhas, onde as autoridades reais mal podiam conter as fúria e cobiça dos
aventureiros ali estabelecidos como colonos. Fernão Cortez queria que o Carlos V agregasse ao seu
título o título das Índias de Castela. Ideia de agregar o Império Americano ao seu título de imperador.
O imperador não seguiu a sugestão do conquistador, porque para ele, as Índias são mero instrumento
de sua política europeia e mediterrânea. Para Sérgio, o Carlos I dos espanhóis foi o verdadeiro
iniciador do moderno colonialismo.
Alguns historiadores costumam dizer que os espanhóis foram mais cruéis com os nativos da América,
mas o Sérgio não concorda com isso, os lusitanos não era mais isento de culpas do que o espanhol.
Sérgio expõe a ideia de Hugo Grócio, a qual era que "descobrir" era tomar posse, para utilizar essa
palavra de domínio era preciso que houvesse possessão. Então, os portugueses não tiveram posse nas
Índias Orientais, mas sim postos fortificados. Já a Espanha confere um senhorio efetivo sobre o seu
território.
Para ele não é verdade que Portugal não construiu um império como a Espanha devido à população
escassa e à falta de recursos em comparação com os espanhóis, pois quando se analisa isto se
considera a Espanha como um bloco unificado, quando, na verdade, as terras transoceânicas eram
exclusivamente de Castela.
A colonização espanhola foi eminentemente popular, predominou o esforço privado, individual,
enquanto Portugal tinha, no Brasil e nas Índias Orientais, uma presença ativa da Coroa, prova disso é a
busca de um povoamento litorâneo permitindo um fácil contato com a metrópole. Aliás, no regimento
de Tomé de Souza, primeiro governador geral do Brasil, não se pode ir para o interior sem autorização.
Enquanto Lisboa tende a impedir o estabelecimento de pessoas no sertão para favorecer a ocupação
no litoral, os espanhóis fazem o contrário, aconselham que se povoe o interior. Contudo, é preciso
lembrar que nada disso foi uma imposição das coroas, na verdade, impôs-se naturalmente essas
características que hoje, olhando para trás, nós conseguimos identificar.
As colônias espanholas eram mais descentralizadas, "livres", o que era reflexo da falta de uma unidade
nacional da própria metrópole. Já Portugal tem uma centralização maior, o que se espelha na colônia.
As duas coroas têm estratégias diferentes da colonização da América.
SEMELHANÇAS

⤷ Padroado (eles podiam cristianizar).

⤷ Enquadramento marxista: pioneiros à expansão e ao acúmulo primitivo de capitais.

⤷ Expansão levada em nome da cristandade, papado como pilar do absolutismo.

⤷ Tese weberiana: Estado centralizado monopolizador. Raimundo Faoro.

⤷ Tese mais discutida nos 90's: o rei é limitado e dependente, Estado feudal com uma monarquia
corporativa, só no XVIII há centralização. Hespanha.

⤷ Portugal e Espanha: exemplos precoces da formação do Estado moderno e da expansão ultramarina?


Há teses que dizem que sim e há as que dizem que não (período de uma longa Idade Média - Estado
policêntrico, Idade Moderna só com o despotismo)

⤷ O Humanismo ibérico (racionalização, tornaram a religião um elemento do Estado) e a função do


papel da língua na expansão (alavanca do humanismo ibérico: tradutores e intérpretes). Acaba com a
Inquisição (censura)

⤷ Jesuítas no contexto expansionista: conhecimentos astronômicos, farmacológicos, cartográficos, etc.

⤷ PIERRE VILLAR: "Motivos" para a expansão: aumento do número de habitantes, extensão da


cultura, novas técnicas e uma valorização ao gêneros raros e aos metais preciosos. Resultado: busca de
novos territórios. Espanha: Granada (último reduto mouro), incursões à África e a descoberta das
Ilhas. Depois: América e minas. Habsburgos adicionaram Milão e os Países Baixos.

CONCLUSÃO

PIERRE VILLAR: 1598 - 1620, crise espanhola. Peste, diminuição demográfica, aumento dos preços. A
conquista espanhola funda uma sociedade nova com o acúmulo primitivo de capital, etc. Mas para que
essa sociedade nova funcione, é preciso que as relações sejam também novas, associadas a essas
mudanças, contudo, realiza-se a conquista do Novo Mundo à maneira feudal o que não preparou o
investimento, por isso que houve essa crise.

Já Portugal começou a controlar mais o Brasil depois da restauração, havia um medo da Espanha, eles
pediram apoio aos ingleses, com os quais assinaram vários tratados, acordos, etc. Esse medo é posto
como exemplo no texto do ALECASTRO, quando ele fala sobre o ANTÔNIO VIEIRA que diz que as
colônias não servem para dar riqueza, mas para um bem maior: "a liberdade, o reino, as conquistas", as
colônias servem para sermos livres.
DIFERENÇAS

Portugal Espanha
Reinos: coesão e Unificação territorial Unificação de coroas, sem uma
unificação coesão/unidade. Inquisição (Perry
Anderson)
Manuel I: ligado às cruzadas, achava que Carlos V: governava os reinos por
era um escolhido, influenciado por um Conselhos e vice-reinos que
messianismo. Ideia de conquista brigavam com a aristocracia local,
Carlos V X Manuel I Jerusalém e se declarar Imperador. (LUIZ atrapalhou mais ainda uma
(os dois THOMAZ) unificação. As possessões
representam a ultramarinas reforçavam essa
faceta do descentralização, mas as riquezas
imperialismo que vinham de lá reforçavam o
nascente) absolutismo. Essas riquezas
impediram do desenvolvimento de
manufaturas na Espanha. (PERRY
ANDERSON)
Por feitorias: escambo/extrato. Expansão Territorialização. Senhorio efetivo
e conquista de territórios a fim de se sobre o território. Incursões na
defender da Espanha: "expansionismo África, Ilhas, América e minas,
preventivo". Peregrinação - Fernão Madrid, Países Baixos.
Mendes Pinto: crítica à expansão. (ALENCASTRO)
(ALENCASTRO). Expansão para atenuar
Tipo de a crise interna. Projeto inicial: Marrocos -
expansionismo ñ foi completamente executado.
Interesse inicial: escravos e metais. D.
João II: queria conquistar o Norte da
África, achar caminhos para o Oriente
através da rota do Cabo. Conquistas na
Ásia no XV: Afonso de Albuquerque.
(LUIZ THOMAZ)
A Coroa portuguesa institui um Tradição e vocação dos espanhóis
monopólio, mas impede que haja um para construir um Império,
império universal, as feitorias se opõe à exemplos: impérios asturo-leonês
ideia de Império. Alguns historiadores e depois leonês-castelhano. Carlos
dizem que Portugal não se tornou um V: ideia nova de império, não são
Império como a Espanha devido à como os medievais; o verdadeiro
escassa população. Sérgio Buarque não iniciador do colonialismo moderno.
concorda com isso: a "Espanha" não é (SÉRGIO BUARQUE)
unificada, ele lembra que as terras
Ideia de Império ultramarinas eram exclusivamente de
Castela, não de todos os outros reinos.
Então, se for fazer a comparação da
população de Castela com a de Portugal,
não se enxerga este contraste com o
número populacional. (SÉRGIO
BUARQUE)
Maior controle. Prova: ocupação Popular. Predominou o esforço
Tipo de colonização litorâneo, regimento de Tomé de Souza. privado. Aconselha ir para o
Lisboa não aconselha ir para o interior. interior. Coroa descentralizada:
Coroa centralizada: reflexo do império. reflexo do império. (SÉRGIO
(SÉRGIO BUARQUE) BUARQUE)

Você também pode gostar