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OAB/PR nº 95.159
Graça Cabral , 71 anos, mãe do requerente, ocorrido no Pronto Atendimento Hospital
Municipal Dr Amadeu Puppi, no dia 08/05/2019.
1 - PRELIMINARMENTE
A Requerente JOSEANE era dependente de sua mãe, ora falecida, motivo pelo
qual se propõe esta ação, e não confere renda, sobrevivendo apenas com Auxílio-Doença,
uma vez que incapacitada para o trabalho. (comprovante em anexo)
Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, requer a V Exa. a
concessão do benefício da gratuidade de justiça, nos termos do
Art. 5º, LXXIV da Constituição Federal e dos Arts. 98 e 99 do CPC/2015.
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prova será crucial para comprovar que a Sra. Maria já chegou ao pronto socorro em estado
grave e demorou mais de 2h para ser achada MORTA dentro do banheiro.
2 – DOS FATOS
No dia 08/05/2019, a Sra. Maria da Graça Cabral dirigia-se até a Agência Bancária
para fazer o saque de sua aposentadoria. Ocorre que, após começar a sentir-se mal, uma
vez que apresentava enfisema pulmonar (laudos em anexo), dirigiu-se até o Pronto Socorro
do Hospital Dr. Amadeu Puppi para que fosse atendida.
Chegando ao local, a Sra. Maria dirigiu-se ao balcão e relatou que não estaria se
sentindo bem, e solicitou uma senha para atendimento. Uma vez que esta já apresentava
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problemas pulmonares, é importante ressaltar que o atendimento deveria ter sido
prioritário.
3 – DO DIREITO
Felizmente, têm sido refutados pela melhor doutrina tanto o argumento de que as
normas constitucionais de caráter programático não teriam aplicabilidade imediata, se
limitando a meras recomendações a serem cumpridas quando da elaboração de lei
pertinente, quanto aquele que inclui entre tais normas o direito à saúde, direito social.
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SERVIÇOS. RESOLUÇÃO 283/91 DO EXTINTO INAMPS. O
art. 196 da Constituição Federal estabelece como dever do Estado
a prestação de assistência à saúde e garante o acesso universal e
igualitário do cidadão aos serviços e ações para sua promoção,
proteção e recuperação. O direito à saúde, como está assegurado
na carta, não deve sofrer embaraços impostos por autoridades
administrativas, no sentido de reduzi-lo ou de dificultar o acesso a
ele. (...)” (grifo nosso) (STF, RE 226835-RS/1999, Min. Ilmar
Galvão)
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INTERPRETAÇÃO DA NORMA PROGRAMÁTICA NÃO
PODE TRANSFORMÁ-LA EM PROMESSA
CONSTITUCIONAL INCONSEQÜENTE. O caráter
programático da regra inscrita no art. 196 da Carta Política – que
tem por destinatários todos os entes políticos que compõem, no
plano institucional, a organização federativa do Estado brasileiro –
não pode converter-se em promessa constitucional inconseqüente,
sob pena de o Poder Público, fraudando justas expectativas nele
depositadas pela coletividade, substituir, de maneira ilegítima, o
cumprimento de seu impostergável dever, por um gesto
irresponsável de infidelidade governamental ao que determina a
própria Lei Fundamental do Estado. (...)” (grifo nosso) (STF,
AGRRE 271286-RS/1999, Min. Celso Mello)
Por todo o até aqui exposto, não restam dúvidas de que o Município de Ponta
Grossa está, então, legal e constitucionalmente obrigado a fornecer um serviço de saúde
integral, igualitário e eficaz para todos os seus cidadãos - onde obviamente está incluindo o
atendimento - sob pena de ser instado judicialmente a fazê-lo.
Além disso, sua morte ocorreu de forma abrupta, surpreendendo seus familiares e
principalmente sua filha JOSEANE a qual percebe auxílio-doença e era dependente da Sra.
Maria. Tanto é verdade que se colaciona aos autos deferimento de prorrogação de auxílio
doença, uma vez que a mesma não se encontra apta para o trabalho.
Com efeito, a situação de fato que gerou o trágico evento narrado neste processo
põe em evidência a configuração, no caso, de todos os pressupostos primários que
determinam o reconhecimento da responsabilidade civil objetiva da entidade
estatal ora Requerida.
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de conduta negativa (omissão) daqueles investidos da representação do Estado, consoante
enfatiza o magistério da doutrina1:
1(HELY LOPES MEIRELLES, “Direito Administrativo Brasileiro”, p. 650, 31ª ed., 2005, Malheiros; SERGIO
CAVALIERI FILHO, “Programa de Responsabilidade Civil”, p. 248, 5ª ed., 2003, Malheiros; JOSÉ CRETELLA
JÚNIOR, “Curso de Direito Administrativo”, p. 90, 17ª ed., 2000, Forense; YUSSEF SAID CAHALI,
“Responsabilidade Civil do Estado”, p. 40, 2ª ed., 1996, Malheiros; TOSHIO MUKAI, “Direito Administrativo
Sistematizado”, p. 528, 1999, Saraiva; CELSO RIBEIRO BASTOS, “Curso de Direito Administrativo”, p. 213, 5ª ed.,
2001, Saraiva; GUILHERME COUTO DE CASTRO, “A Responsabilidade Civil Objetiva no Direito Brasileiro”, p.
61/62, 3ª ed., 2000, Forense; MÔNICA NICIDA GARCIA, “Responsabilidade do Agente Público”, p. 199/200,
2004, Fórum, v.g.), cabendo ressaltar, no ponto, a lição expendida por ODETE MEDAUAR (“Direito Administrativo
Moderno”, p. 430, item n. 17.3, 9ª ed., 2005, RT)
2RTJ 163/1107-1109, Rel. Min. CELSO DE MELLO; AI 299.125/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO; RE
385.943/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.
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oficialidade da atividade causal e lesiva imputável a agente do Poder Público, que,
nessa condição funcional, tenha incidido em conduta comissiva ou omissiva,
independentemente da licitude, ou não, do seu comportamento funcional e(4) a ausência
de causa excludente da responsabilidade estatal.
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DOUTRINA – JURISPRUDÊNCIA - RECURSO DE AGRAVO
IMPROVIDO.
Termos em que,
Pede o deferimento.
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Karine Corrêa
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