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O MITO DO LIVRE-ARBÍTRIO

Livre-arbítrio: a expressão usada para significar a “vontade livre de escolha, as


decisões livres”. De acordo com alguns dicionários significa: faculdade de decidir,
de escolher ou determinar, isto é, determinação dependente apenas da vontade.
Podemos já começar por aqui, se ela é “dependente” ela é está sob o poder da
“vontade”, se está sob o poder da vontade ela é “escrava” da vontade. “Quem é
escravo não tem liberdade”.

Lembrando que “vontade” é a capacidade de uma pessoa agir com


intencionalidade definida (aquilo que se pretende fazer).

O livre arbítrio, que quer dizer, o “juízo livre”, é a capacidade de escolha pela
vontade humana entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, conscientemente
conhecidos. Ele é uma crença religiosa ou uma proposta filosófica que defende
que a pessoa tem o poder de decidir suas ações e pensamentos segundo seu
próprio desejo e crença.

A pessoa que faz uma “livre escolha” pode se basear em uma análise relacionada
ao meio ou não, e a escolha que é feita pelo agente pode resultar em ações para
beneficiá-lo ou não. As ações resultantes das suas decisões são subordinadas
somente a vontade consciente do agente.

A expressão, livre-arbítrio, costuma ter conotações objetivistas e subjetivistas.


No primeiro caso as conotações indicam que a “realização de uma ação (física
ou mental)” por um agente consciente não é completamente condicionada por
fatores antecedentes. No segundo caso elas indicam o “ponto de vista da
percepção” que o agente tem de que a ação originou-se na sua vontade. Tal
percepção é chamada algumas vezes de "experiência da liberdade".

A existência do livre-arbítrio tem sido uma questão central na história da


filosofia e religião, e mais recentemente na história da ciência. O conceito de
livre-arbítrio tem implicações religiosas, morais, psicológicas, filosóficas e
científicas.

A maioria das pessoas diz que acredita no “livre arbítrio”. Você tem alguma
ideia do que isso significa? Creio que existe uma boa dose de superstição sobre
este assunto. A vontade é exaltada como a grandiosa capacidade da alma humana
que é completamente livre para dirigir nossas vidas. Mas, do que ela é livre? E
de que ela é capaz?

O MITO DA LIBERDADE CIRCUNSTANCIAL

Ninguém pode negar que o homem tem vontade - que é a faculdade de escolher
o que deseja dizer, fazer e pensar. Mas, já refletiu sobre a lastimável fraqueza
da sua vontade? Embora tenha a capacidade de tomar uma decisão, você não tem
o “poder de realizar o seu propósito”. A “vontade” pode projetar um curso de ação,
mas não tem em si mesma a capacidade de realizar o que intenta.

Os irmãos de José o odiavam e venderam-no como escravo. Mas Deus utilizou o


que eles fizeram para torná-lo um governante sobre eles mesmos. Eles
escolheram, com o seu curso de ação, prejudicar a José, mas Deus, em Seu poder,
dirigiu os acontecimentos para o bem de José, que disse: “Vós bem intentastes
mal contra mim, porém Deus o tornou em bem” (Gênesis 50.2).

Quantas das suas decisões são miseravelmente frustradas?

 Você pode desejar ser um milionário, mas é possível que a providência de


Deus impeça isso.
 Você pode desejar ser um erudito, mas uma saúde comprometida, um lar
instável, ou insuficiência financeira pode frustrar a sua vontade.
 Você pode querer sair de férias, mas um acidente de automóvel pode
mandá-lo para o hospital.

Ao dizer que a verdade é livre, certamente não queremos dizer que ela determina
o curso da sua vida. Você não escolheu a doença, a dor, a guerra e a pobreza que
espoliaram a sua felicidade. Você não optou por ter inimigos. Se a vontade do
homem é tão potente, por que não desejar vivendo sempre e sempre? Mas você
certamente vai morrer. Os principais fatores que moldam sua vida não se devem
à sua vontade. Você não escolheu a sua inteligência, cor da pele, pais, cor dos
olhos, lugar de nascimento...

Uma sóbria reflexão sobre sua própria experiência levará à conclusão que: “O
coração do homem propõe o seu caminho, mas o Senhor lhe DIRIGE os passos”
(Provérbio 16.9). Em vez de exaltarmos a vontade humana, deveríamos
humildemente louvar ao Senhor, cujos propósitos formam as nossas vidas. Assim
como confessou Jeremias: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho,
nem do homem que caminha o dirigir os seus passos” (Jr 10.23).

Sim, você pode escolher e planejar o que tiver vontade. Mas sua vontade não é
livre para realizar nada contrário à vontade de Deus. Nem tem você a capacidade
de alcançar qualquer meta que não seja aquela que Deus permitiu. Da próxima
vez que estiver tão fascinado com a sua vontade, lembre-se da parábola de Jesus
sobre o homem rico que disse: “Farei isto: derribarei os meus celeiros, e
edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus
bens; e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos
anos; descansa, come, bebe, e folga; mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te
pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lucas 12.18-21).
Ele era livre para planejar, mas não para realizar; desse mesmo modo é você.

O MITO DA LIBERDADE ÉTICA


Mas o “livre arbítrio” é citado como um importante fator na tomada de decisões
morais. Diz-se que a vontade do homem é livre para escolher “entre o bem e o
mal”. Mas devemos perguntar novamente: Ela é livre do quê? Ela é livre para
escolher o quê?

A “vontade do homem” é a sua capacidade de escolher entre alternativas. A sua


vontade, de fato, decide qual a sua “ação entre um certo número de opções”.
Você tem a faculdade de dirigir seus próprios pensamentos, palavras e feitos.
Suas decisões não são formadas por uma força externa, mas internas, em você
mesmo. Nenhum homem é compelido a agir contrário à sua vontade, nem forçado
a dizer aquilo que não quer. Sua vontade guia suas ações.

Isso, entretanto, não significa que sua capacidade de decidir está livre de
qualquer influência. Você escolhe com base no “seu entendimento,
sentimentos, gestos e desgostos, e seus anseios”. Em outras palavras: sua
vontade não é livre de você mesmo! Suas escolhas são determinadas pelo seu
próprio caráter básico. Sua vontade não é independente da sua natureza, mas
escrava dela. Sua escolha não forma o seu caráter, mas o seu caráter guia a sua
escolha.

 A vontade é “inclinada àquilo que você conhece, sente, ama e deseja”.


 Você sempre escolhe com base em sua “disposição”, de acordo com a
“condição do seu coração”.

É apenas por esta razão que sua vontade não é livre para fazer o bem. Sua
“vontade” é escrava do seu coração é mau. “Viu o Senhor que a maldade do homem
se havia multiplicado na terra, e que era continuamente mal todo desígnio do seu
coração” (Gênesis 6,5), “Não há quem faça o bem, não há nem um sequer”
(Romanos 3:12), “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e
desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9). Não há força
que obrigue o homem a pecar contra sua vontade, entretanto os descendentes de
Adão são tão maus que sempre escolhem o mal.

As suas “decisões” são moldadas pelo seu “entendimento”, e a Bíblia diz que
todos os homens “se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo
lhes o coração insensato” (Romanos 3.11). Suas concupiscências desejam
ardentemente o pecado; portanto, você não pode escolher a Deus. Escolher a
Deus é contrário à natureza humana. Se você decidisse obedecer a Deus, seria o
resultado de uma compulsão externa. Mas você é livre para escolher, e por isso
“sua escolha está escravizada à sua própria má natureza”.

Se carne fresca e salada fossem colocadas diante de um leão faminto, ele


escolheria a carne. É a sua “natureza que dita qual a sua escolha”. É desse mesmo
modo com o homem. A vontade do homem é livre da força exterior, mas não é
livre dos pendores da natureza humana. E este pendor é contra Deus (Romanos
8:7).

A “capacidade de escolhas do coração do homem é livre para escolher qualquer


coisa que o coração do homem assim ditar”; assim, não existe a possibilidade
de um homem escolher agradar a Deus sem que haja a prévia operação a Sua
graça divina.

Aquilo que a maioria entende por livre arbítrio é a ideia de que o homem é
neutro, e, portanto, capaz de escolher tanto o bem quanto o mal. Isto
simplesmente não é verdade. O arbítrio humano, assim como toda a natureza
humana, é “inclinado” só e continuamente para o mal. Jeremias indagou: “pode
o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Nesse caso também
vós podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal” (Jeremias 13:23). É
impossível. É contrário à natureza. Por isso que os homens precisam
desesperadamente da transformação sobrenatural de suas naturezas, de outro
modo seus desejos estão escravizados na escolha do mal.

A despeito da grande exaltação que é dada ao “livre arbítrio”, temos visto que
a “vontade do homem não é livre para escolher um curso contrário aos
propósitos de Deus, nem livre para agir contrária à sua própria natureza
moral”. Sua vontade não determina nem os acontecimentos nem as
circunstâncias de sua vida. Escolhas éticas não são tomadas por uma mente
neutra, mas são ditadas sempre pelas características de sua personalidade.

O MITO DA LIBERDADE ESPIRITUAL

Entretanto, muitos asseveram que a vontade humana faz a escolha final entre a
vida e a morte espiritual. Aqui a vontade é totalmente livre para escolher ou
rejeitar a vida eterna oferecida por Jesus Cristo. Dizem que Deus concederá um
novo coração a todos que, pelo poder de seu próprio livre arbítrio, desejarem
aceitar a Jesus Cristo.

Não pode haver dúvida que aceitar a Jesus Cristo é um ato da vontade humana.
Isto é frequentemente denominado de “fé”. Mas como podem os homens vir de
boa vontade para receber ao Senhor? É comumente respondido: “pela disposição
de seu próprio livre arbítrio”. Mas como pode ser isso? Jesus é o Profeta, e recebê-
lo significa acreditar em tudo o que Ele diz. Em João 8.41-45 Jesus deixa claro
que você é nascido de Satanás. Este pai maligno odeia a verdade e transmitiu
esta mesma inclinação a seu coração. Por isso disse Jesus: “Porque vos digo a
verdade e não me credes” (João 8:45). Como pode a vontade humana brotar do
homem e decidir naquilo que a mente humana odeia e nega?

Aceitar a Jesus significa, adicionalmente, acolhê-lo como sacerdote - isto é:


recorrer a Ele e Dele depender para obter a paz com Deus pelo Seu sacrifício e
intercessão. Paulo nos diz que a mente com a qual nascemos é hostil a Deus
(Romanos 8.7). Como pode a vontade escapar da influência da natureza humana,
que nasceu com uma violenta inimizade contra Deus? Seria insano para a
vontade escolher a paz quando cada osso e gota de sangue clama por rebelião?
Então, receber a Cristo significa também aclamá-lo como REI. Significa obedecer
a todos os Seus mandamentos, confessar Seu direito de governar, e adorar diante
do Seu trono. Mas a mente, as emoções e os desejos humanos clamam todos:
“Não queremos que este reine sobre nós!” (Lc 19.14). Se todo o meu ser odeia
Sua verdade, odeia Seu governo e odeia a paz com Deus, como pode a minha
vontade ser responsável por receber a Jesus? Como pode tal pecador ter fé?

Não é a vontade humana, mas a graça de Deus que deve ser exaltada por conceder
ao pecador um novo coração. A menos que Deus mude o coração e crie um novo
espírito de paz, em verdade e submissão, o homem não pode decidir-se por Jesus
Cristo e pela vida eterna Nele. É preciso ter um novo coração antes que o homem
possa crer, ou de outro modo a vontade do homem está desesperadamente
escravizada à maligna natureza humana - mesmo quanto à conversão. Jesus
disse: “Não te maravilhes de ter dito: NECESSÁRIO vos é nascer de novo” (Jo
3.7). Se você não o for, jamais verá o Seu Reino.

Leia João 1.12 e 13. Lá é dito que aqueles que creem em Jesus nasceram, não da
“vontade do homem, mas de Deus”. Do mesmo modo que a sua vontade não é a
responsável por você ter vindo ao mundo, ela não é a responsável pelo seu novo
nascimento. É ao seu Criador que você deve ser agradecido por sua vida, e “se
alguém está em Cristo, é nova criatura” (2 Co 5.17). Quem jamais escolheu ter
sido criado? Quando Lázaro ressuscitou da morte ele decidiu responder à
chamada de Cristo, mas não pôde decidir ter vida. Assim disse Paulo em Efésios
2.4,5: “Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente
com Cristo (Pela graça sois salvos)”. A fé é o primeiro ato de uma vontade
tornada nova pelo Santo Espírito. Receber a Cristo é um ato tão humano quanto
a respiração, mas é necessário primeiro que Deus tenha concedido vida.

Não é de admirar que Martinho Lutero tenha escrito um livro intitulado Nascido
Escravo, que ele considerou um de seus mais importantes tratados. A vontade
está presa às cadeias da maligna natureza humana. Você, que exalta o livre
arbítrio como um grande poder, está apegado a uma raiz de soberba. O homem,
como um pecador perdido, está definitivamente sem socorro e esperança. A
vontade do homem não oferece esperança. Foi a vontade de escolher o fruto
proibido que nos atirou na miséria. Somente o poder da graça de Deus pode
oferecer livramento. Lance-se à misericórdia de Deus para a salvação. Rogue ao
Espírito de Graça para que Ele crie um novo espírito dentro de você.

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A Liberdade Humana

por
Rev. Gildásio Reis

“Deus dotou a vontade do homem de tal liberdade, que ele nem é forçado para o
bem ou para o mal, nem a isso é determinado por qualquer necessidade absoluta
da sua natureza” (Confissão de Fé de Westminster, Capítulo IX, seção 1).

Quando estudamos a doutrina do Homem, torna-se inevitável enfrentarmos a


questão da liberdade. Os teólogos reformados, os chamados calvinistas, têm sido
criticados como alguém que não crê que o homem seja livre. Isto não é verdade,
e os membros da IPO que têm acompanhados os últimos estudos, já perceberam
isso. Nós cremos que o homem tem liberdade sim, mas a questão que precisamos
definir muito bem é: O que é ser livre? O que entendemos por liberdade?

Muita confusão já tem sido criada em torno do termo “livre”, e isto porque ele
pode ser visto em vários sentidos.

A maioria dos nossos irmão na fé diz acreditar no “Livre Arbítrio” Contudo, a


maioria não tem a menor idéia do que isto significa.

A vontade, faculdade que todo homem tem, tem sido exaltada como a fantástica
capacidade que a alma tem para discutir sobre coisas, fatos da vida.

Mas as pessoas estão dizendo que o arbítrio (vontade) é livre, precisamos


perguntar: De que a vontade é livre? De que ela é capaz?

Para provar que arbítrio (vontade) não é livre lanço mão de 2 proposições:

1. O Mito da Liberdade Circunstancial:

A vontade pode ser livre para planejar, mas não para executar. Quando se diz
que a vontade é livre, obviamente não quer dizer que ela determina o curso da
nossa vida.
Não escolhemos doença. pobreza ou dor; Não escolhemos nossa condição social,
nossa cor, ou nossa inteligência.

Ninguém pode negar que o homem tem vontade, e que esta faculdade de escolher
o que dizer, fazer, pensar, etc. ... tem nos frustrado bastante. Pensando em nossa
liberdade circunstancial, podemos projetar um curso de ação, mas não podemos
realizar o intento. Em outras palavras, nossa vontade tem a capacidade de tomar
uma decisão, mas não o poder de realizar seu propósito. ( PV 16:9; Jr 10:23; Lc
12:18-21)

Sim. O homem pode escolher e planejar o que tiver vontade. Mas a sua vontade
não é livre para realizar nada contrário à vontade de Deus.

2. O Mito da Liberdade Ética:

Diz-se que a vontade do homem é livre para decidir entre o bem e o mal. Mas é
livre do que? É livre para escolher o que?

A vontade do homem é a sua capacidade de escolher entre alternativas. A sua


vontade, de fato, decide qual a sua ação entre um certo número de opções.

Nenhum homem é compelido a agir contrário à sua vontade, nem forçado a dizer
aquilo que não quer. Sua decisões não são formadas por uma força externa, mas
por forças internas.

A vontade toma decisões, e estas decisões tomadas não estão livres de


influências. O homem escolhe com base nos sentimentos, gostos, entendimentos,
anseios, etc. Em outras palavras, a vontade não é livre do homem mesmo. Suas
escolhas são feitas pelo seu próprio caráter. Sua vontade não é independente de
sua natureza.

A vontade é inclinada àquilo que você sente, ama, deseja e conhece. Você sempre
escolhe com base em sua disposição; de acordo com a condição do seu coração.

A Bíblia diz que nossa vontade não é livre, ao contrário, ela é escrava do coração
- ( Gn 6:5; Rm 3:12; Jr 13:23 ).

A capacidade de escolha do coração do homem é livre para escolher qualquer


coisa que o coração ditar; assim, não existe qualquer possibilidade de um homem
escolher agradar a Deus sem que haja a prévia operação da Graça Divina. Note o
texto bíblico: "Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro " I Jo 4:19

Se carne fresca e salada de tomate fossem colocadas diante de uma leão faminto,
ele escolheria a carne. É a natureza que dita sua escolha (Jr. 13:23)

Por isto não existe livre arbítrio. O arbítrio humano, assim como toda a natureza
humana, é inclinado só e continuamente para o mal. (Jr 13:23).

Não existe livre arbítrio a menos que Deus mude o coração e crie um novo
coração em submissão e verdade, o homem não pode decidir por Jesus para Ter
a vida a vida eterna. (Jo 3:7; Ez 11:19; 36:26; Atos 16:14).

A vontade não é livre. Pelo contrário, ela é escrava, escrava do coração


pervertido; escrava da natureza (Jr. 17:9; 12:2; Mc 7:6,21).

Foi a vontade de escolher o fruto proibido que nos atirou na miséria. Só a vontade
de Deus tem realmente liberdade, e se quiser pode dar vida. (Jo 1:12-13)

A ORIGEM DA VERDADEIRA LIBERDADE

(posse non peccare)

Definição : Liberdade é a capacidade de fazer o que é agradável a Deus.

Quando Adão e Eva foram criados, tinham a capacidade de escolher como a


verdadeira liberdade. Nas palavras de Agostinho, nossos primeiros pais eram
"capazes de não pecar" (posse non peccare). Eles poderiam permanecer no
estado de tentação que a serpente lhes impôs.

Adão tinha o Livre arbítrio, tinha a capacidade de fazer a escolha certa. Possuía
a verdadeira liberdade. Contudo, ainda não era a liberdade perfeita; era
verdadeira, porém não perfeita. Pois havia a possibilidade da queda .

Note as palavras da Confissão de Fé de Westminster, Capítulo IX, seção 2:


“O homem, em seu estado de inocência, tinha a liberdade e o poder de querer e
fazer aquilo que é bom e agradável a Deus, mas mudavelmente , de sorte que
pudesse decair dessa liberdade e poder”.

A VERDADEIRA LIBERDADE É PERDIDA

(non posse non peccare)

Quando nossos primeiros pais ( Adão e Eva ) caíram em pecado, perderam aquela
Liberdade que o Criador lhes havia dado. Perdeu não a capacidade de escolher,
mas a verdadeira liberdade, ou seja, perdeu a capacidade de escolher aquilo que
agrada a Deus.

Novamente fazemos menção do pensamento de Agostinho. Diz ele: podemos


dizer que antes da queda, o homem era "capaz de não pecar". Após a queda é
"não ser capaz de não pecar " ( non posse non peccare)

As Escrituras ensinam de maneira muito clara que a humanidade decaída perdeu


a sua verdadeira liberdade. (João 8:34; Romanos 6:6,17-20 )

A VERDADEIRA LIBERDADE É RESTAURADA

(posse non peccare)

No processo de redenção, o homem decaído começa a restaurar sua liberdade


perdida na queda.

Agostinho chamou o estado do homem regenerado de "posse non peccare" -


posso não pecar, porque a redenção significa libertação da "escravidão vontade".

Vamos dar um olhada em algumas passagens das Escrituras que mostram que a
liberdade para fazer a vontade de Deus, é restaurada na regeneração, operada
pelo Espírito Santo em nós. (Jo 8:34-36; Gl 5:1,12,13; II Co 3:17-18; Rm 6:4-6;
14-18; 22)

A verdadeira liberdade não é licença para pecar ; não significa fazer o que bem
quiser. Segundo o apóstolo Pedro (I Pe 2:16), quem tem liberdade, usa-a para
servir a Deus.
O exercício de nossa liberdade envolve nossa responsabilidade neste processo
que chamamos de santificação.

A VERDADEIRA LIBERDADE APERFEIÇOADA

(non posse peccare).

Em nosso processo de santificação, que é a verdadeira liberdade no processo de


redenção, ainda podemos pecar, mas no estado glorificado, na vida por vir, nossa
liberdade será aperfeiçoada. Então, como disse Agostinho; estaremos no estado
“não posso pecar” (non posse peccare).

Quando estivermos com nossos corpos glorificados, já não seremos mais


impedidos em obedecer a Deus com a perfeição que Ele deseja.

Cf. I Co 15:42-43 ; Ap 21:4

Esta glorificação não será apenas na alma, mas também no físico. A Imago Dei,
(Imagem de Deus) antes ofuscada por causa do pecado de Adão, chegará a sua
perfeição por ocasião da Segunda Vinda de Cristo, quando então, seremos
ressuscitados e habitaremos para sempre com o Senhor (cf. I Tes. 4:13-18).

O estado final dos Santos Glorificados

Na nossa glorificação, seremos restaurados novamente á perfeita imagem de


Deus. Em nosso estado glorificado, vamos poder refletir Deus em sua plenitude.
Reporto-me ao Dr. Van Groningen, que afirmou que Deus ao nos criar á sua
imagem e semelhança nos deu três mandatos que delineiam os deveres pactuais
de Deus com o homem: São eles: os mandatos Espiritual, o Social e o Cultural.

A glorificação (a imagem aperfeiçoada) implica em que :


A. O Homem passará a ter um relacionamento perfeito com Deus. ( Mandato
espiritual )

De acordo com as Escrituras, os remidos na glória vão poder desfrutar da


comunhão plena com Deus; vão Ter uma visão de Deus na face de Cristo (Ap.
22:4); vão desfrutar da completa isenção do pecado; vão adorar plenamente o
Deus verdadeiro (Ap. 19:6,7). Prestarão um genuíno serviço ao Rei das nações
(Ap. 22:3). Tudo isso tinha sido perdido na Queda.

B. O homem passará a Ter um relacionamento perfeito com o próximo (Mandato


Social)

No estado glorificado, ou seja, com a Imagem de Deus aperfeiçoada, os santos


não mais vão se relacionar egoísticamente, não haverá ressentimentos,
mentiras, odio ou manipulações. Amor e comunhão é o que marcará
definitivamente o relacionamento entre todos os irmãos. As diferenças
desaparecerão. Todos os membros desta Família estarão agora e para todo o
sempre na Casa do Pai.

C. O homem passará a Ter um relacionamento perfeito com o cosmos. (Mandato


Cultural ).

Paulo em Romanos 8:21 nos diz que “a própria criação será redimida do cativeiro
da corrupção. ..”. Não apenas o ser humano será redimido, mas também toda a
criação. Não apenas o homem espera por um novo começo, mas também a criação
o espera de forma expectante (Ef 8:19). A glória por vir também receberá uma
criação redimida da corrupção do tempo presente. Em Isaías, Deus já prometeu
criar novos céus e uma nova terra (vv. 22 e 23) para o seu povo se regozijar.

Se com a Queda, o homem perdeu o domínio sobre a criação, agora no estado de


glória, ele vai exercer o domínio, o governo sobre a natureza. Vai herdar a terra.
Não mais vai destruí-la como antes. Pelo contrário, o homem vai cumprir o
mandato e governar sobre toda a terra, (Gênesis 1:27,28) agora redimida do
cativeiro da corrupção.

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