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UNISERRA – Unidade de Ensino Superior de Tangará da Serra LTDA

FAEST- Faculdade de Educação de Tangará da Serra

Práticas Pedagógicas no Ensino da EJA


Durante o semestre, tive meu primeiro contato com o estudo mais
aprofundado da Educação de Jovens e Adultos (e também do Ensino de
Jovens e Adultos). Em um primeiro momento, voltamos no tempo e vimos o
processo de implantação do (a) EJA, processo este que foi longo e dividido
pela ajuda de diversos propulsores como, por exemplo, Paulo Freire, grande
escritor brasileiro que, através de seus estudos, instituiu um novo modelo de
educação que é estudado até a atualidade em universidades renomadas á
nível mundial, á exemplo de Harvard.

Os primeiros vestígios da instrução primária instituída para “todos” os


cidadãos aparecem no ano de 1824, no Brasil Império. Através de uma
constituição outorgada, a carta constitucional deu acesso á educação para
apenas a menor parte da população, evidentemente, a Elite com maior poder
aquisitivo. O método Lancaster e Bell (Ou também conhecido como ensino
mútuo). Foi um método utilizado para substituir a escassez de professores. Já
o golpe de misericórdia que prejudicou de vez a educação brasileira vem no
Ato Adicional de 1834, essa reforma descentraliza o ensino, atribuindo á coroa
a função de promover e regulamentar o ensino superior, enquanto as
províncias (os futuros estados) são destinadas á escola elementar e á
secundária. Dessa forma, a educação da Elite fica á cargo do poder central e a
do povo, confiada às províncias. (ARANHA, 1996, P.152).

Um ato que teve grande alvoroço e, de tal forma, causou grandes


problemas foi a instituição da Lei Saraiva, que garantia o direito do Alfabetismo
aos de maior poder aquisitivo, colocando a parte não elitista como escanteio, e
outra vez fugindo a responsabilidade do poder central, tal lei se estendeu um
pouco mais á frente e passou pelo começo do Brasil República. A Lei Saraiva
foi um dispositivo de preconceito utilizado afim de julgar o analfabetismo como
incompetência, sendo aqueles que não fosse alfabetizados, seriam julgados
como inúteis. O analfabetismo, por estar associado á noção de incapacidade,
tornou-se a justificativa para a exclusão de uma grande contingente social do
exercício do direito fundamental da cidadania.

Vargas trouxe com seu governo o plano de alimentar novamente a pátria


com educação e, formando assim, sujeitos para as responsabilidades da
cidadania. A oferta do Ensino Básico gratuito acolhia vários setores. No ano de
1938 foi criado o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos – Inep, o que
permitiu a inclusão do Ensino Supletivo para Jovens e Adultos. Através da
criação da UNESCO, foi promovida uma educação voltada para a paz dos
povos e a educação de adultos como forma de contribuir para o
desenvolvimento das nações, discussões estas que foram sumamente

Tangará da Serra,
2019
UNISERRA – Unidade de Ensino Superior de Tangará da Serra LTDA
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necessárias e decisivas para a implementação de ações referentes ao


Analfabetismo, ao EJA, e às Desigualdades mundiais.

Em 1964, o Plano Nacional de Alfabetização, criado próximo ao Sistema de


Paulo Freire, foi extinto pelo golpe civil e militar de 64, sendo substituído pela
Cruzada ABC, modelo importado dos Estados Unidos. No ano de 1967, foi
criado o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização), essencial para o
andamento do Ensino de Jovens e Adultos, porém logo sendo extinto o ano de
1983, dando lugar a Fundação Educar.

20 de Dezembro de 1996, neste dia foi sancionada a Lei de Diretrizes e Bases


da Educação Nacional (LDBEN), a qual completa o movimento de reforçar a
Educação de Jovens e Adultos como uma educação de segunda classe.
Comparada a LDB de 1961 e de 1971, a LDBEN de 1996 representa um marco
na história do EJA, pois abrangia o público de jovens e adultos de forma
especial e objetiva, não apenas tratando essa modalidade de ensino como um
Ensino Supletivo. Apesar de todo este longo processo e da aparentemente
haver uma preocupação maior com a EJA, ainda é demasiadamente
perceptível o descaso em volta desta modalidade de Ensino.

Em meu ver, como profissional de educação atuante na Educação de Jovens e


Adultos, teria um grande desafio em minhas mãos, todavia, o orgulho de poder
realizar o sonho de uma pessoa, um estudante, de poder ler e escrever se
torna maior que qualquer desafio ou obstáculo. Atualmente ainda temos
milhões de jovens e adultos em situação de analfabetismo e, sendo assim,
devemos reforçar ainda mais o sentimento de compaixão e de determinação
para que possamos erradicar esses números e termos um país alfabetizado e
orgulhoso de si. Determinação, este seria um dos sentimentos mais fiéis ao
assumir uma turma de Ensino de Jovens e Adultos, a determinação de que
todos possam conquistar seus sonhos e se sentirem realizados em poder ler,
escrever e, cada vez mais, aprender.

Leonardo Matheu Almeida da Silva


3º Semestre em Pedagogia
Educação e Ensino de Jovens e Adultos
Profª Margareti Soprano Hunhoff

Terça-feira, 02 de Julho de 2019.

Tangará da Serra,
2019

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