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F atores que influenciam as estratégias

empresariais de investimento externo


direto em países emergentes

Cláudia Wirz Leite Sá


Doutoranda em Administração pela FGV– SP
Salvador, BA [Brasil]
clwirz@yahoo.com.br

Janann Joslin Medeiros


Professora Adjunta, programa de Pós-graduação em
Administração pela Universidade de Brasília.
Hong Kong, HK [China]
janmedeiros@gmail.com

O objetivo geral deste estudo é propor um modelo


de análise de fatores que influenciam as estratégias
empresariais de investimento externo direto (IED)
em mercados emergentes. Para isso, este trabalho
foi realizado em duas partes: identificação dos
fatores considerados relevantes pela revisão da
literatura de IED, nas economias emergentes, e
proposição de modelo de análise. O modelo de-
senvolvido inclui fatores externos (mecanismos
propulsores) e internos (mecanismos de alavanca-
gem). Os externos se subdividem em duas dimen-
sões: macroambiental (vantagens de localização)
e microambiental (vantagens de internalização).
Os fatores internos refletem as características
das próprias empresas investidoras (vantagens
de propriedade). O modelo criado é aplicável em
indústrias e segmentos específicos.

Palavras-chave: Estratégia empresarial interna-


Artigos

cional. Investimento externo direto.


Países em desenvolvimento.

Revista Gerenciais, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 45-53, 2007. 45


1 Introdução integração (terceirização global), seja por meio
de formas integrativas complexas (redes regio-
Neste trabalho, investigam-se os fatores que nais) de produção, de pesquisa e desenvolvimen-
influenciam a estratégia de investir diretamente to, de planificação da estratégia, de marketing,
em países em desenvolvimento. Dada a impor- de comercialização internacional. Para Dunning
tância do investimento externo para os países (1994a), essa transição ocorreu como resultado
emergentes, e visto que as oportunidades de do nível de educação, de capacitação da força
investimento em economias estáveis são menos de trabalho, de adequação e do custo de infra-
arriscadas (HILL; JONES, 1995), é relevante estrutura física e técnica. A busca de capacida-
analisar os fatores que influenciam na escolha des tecnológicas locais (ativos criados) nos países
empresarial da estratégia de IED em países em em desenvolvimento e o tamanho dos mercados
desenvolvimento. Esse objetivo de pesquisa se tornam-se mais importantes que a procura dos
justifica pelo fato de o assunto “investimento recursos naturais.
externo direto” ser tratado, em nível acadêmi- O esquema de análise das estratégias
co, de forma genérica, sobretudo quanto às suas das empresas transnacionais utilizado por
estratégias empresariais em países emergentes. Chudnovsky, Lopéz e Freylejer (1999) segue o
Isso significa que estudos referentes a esse tema, “paradigma eclético” desenvolvido por Dunning
em geral, focalizam a questão em nível macroe-
(2000). Para Chudnovsky, Lopéz e Freylejer
conômico, tratando, principalmente, de fluxos de
(1999) e Dunning, (1994b), a exploração dos re-
investimento. Existe ainda o aspecto prático da
cursos e dos mercados faz com que as relações
possível relevância dos resultados deste estudo
da matriz com as filiais assumam determinadas
para utilização na orientação de políticas públi-
características. Uma das possibilidades é uma
cas de atração de recursos para países em desen-
estratégia puramente doméstica, aproveitando-
volvimento, dada sua insuficiência doméstica de
se apenas do potencial do mercado doméstico
investimento, sobretudo na área de infra‑estru-
dos países em que a empresa investe, sem pro-
tura, segundo Unctad (2000).
curar a geração de exportações significativas.
Nos investimentos feitos nas filiais que visam ao
fortalecimento da sua competitividade por meio
2 Empresas transnacionais,
de integração internacional, desenvolvem-se re-
investimento externo direto
lações de cooperação entre empresa, fornecedo-
e países em desenvolvimento
res, clientes e competidores, e descentralização
A partir dos anos 1990, ocorre o crescimen- de atividades estratégicas de desenvolvimento
to rápido dos fluxos de IED, aumentando a im- de inovação. Procura-se que a filial participe
portância das atividades das empresas transna- mais ativamente dos fluxos produtivos da cadeia
cionais tanto no comércio quanto na economia global (integração simples) ou incorpore funções
internacional. Na visão de Chudnovsky, Lopéz produtivas, tecnológicas e de gestão estratégi-
e Freylejer (1999), essas mudanças no fluxo de ca da cadeia (integração complexa). A visão de
IED refletiram tanto no aumento de volume de Chudnovsky, Lopéz e Freylejer (1999) é bastante
investimento quanto na modificação das estraté- similar à apresentada pela Unctad (2000).
gias e no modo de atuação das empresas trans- Na visão da Unctad (1999), as tendências de
nacionais. As estratégias deixaram de explorar IED para países emergentes refletem, basicamen-
os recursos naturais, voltando-se mais para o te, as políticas adotadas pelos governos desses
atendimento do mercado receptor e utilizan- países, para atender às demandas das empresas
do-se de estruturas semelhantes às da matriz. transnacionais com relação aos fatores externos
Diante disso, as subsidiárias passaram a se inte- (vantagens de localização), principalmente na mo-
grar mais estreitamente às regras determinadas delagem dos ambientes favoráveis: econômico,
pela matriz, seja por meio de formas simples de político-legal, sociocultural e tecnológico.

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Desde a década de 1970, observa-se uma croeconômica, podem abranger também esfor-
modificação importante na postura dos países em ços deliberados para melhorar o capital humano
desenvolvimento em relação às empresas trans- e a infra-estrutura física e social como maneiras
nacionais. A atitude hostil da década de 1970 se de aumentar a qualidade do IED que os países
transmudou num interesse crescente na atração atraem, conforme Unctad (1999).
desses capitais por parte dos governos. Até A distribuição dos fluxos de IED não é ho-
meados da década de 1980, muitos governos des- mogênea, havendo uma concentração maior
confiavam das empresas transnacionais e tendiam em alguns países (CHUDNOVSKY; LOPÉZ;
a restringir sua liberdade de ação por meio de proi- FREYLEJER, 1999). O IED direcionado a mer-
bições, limitações na indústria em que operavam, cados emergentes, uma proporção crescente do
restrições de remessa de lucros, repatriação de total, concentra-se em alguns poucos países da
capital ou fortalecimento das imposições de re- Ásia e América Latina. No Brasil, o início da pri-
querimento de desempenho. Em contraste, todos vatização levou à indução de grandes fluxos de
os países em desenvolvimento que, atualmente, IED (UNCTAD, 1999).
dão boas-vindas ao IED liberalizaram considera- Outra tendência importante que surgiu no
velmente suas regras a esse respeito (UNCTAD, IED nos anos 1990 foi o aumento dos fluxos de in-
1994; 1995). Tal mudança de comportamen- vestimento das empresas transnacionais – oriun-
to pode ser notada pela desregulamentação e dos de países em desenvolvimento –, principal-
redução de restrições a essas empresas, além de mente para outros países em desenvolvimento
incentivos crescentes a sua instalação, não apenas (UNCTAD, 1993; 1997). Algumas firmas latino-
em países em desenvolvimento, mas também em americanas também começaram a fazer grande
países desenvolvidos (CHUDNOVSKY, LOPÉZ, investimento fora de suas fronteiras de origem, so-
FREYLEJER, 1999). bretudo em outros países da região. Companhias
A tendência à liberalização resulta na que desenvolveram ativos específicos da empresa
redução de obstáculos para operação das em- têm liderado esse processo. Também existem
presas transnacionais no fortalecimento dos casos de investimento em mercados finais para
padrões de tratamento das filiais, nos esforços dar suporte às exportações das empresas inves-
para garantir o funcionamento adequado dos tidoras. Essa tendência embrionária pode ser ob-
mercados, em especial pelo uso de políticas de servada na integração da produção para os mer-
competição. Na maioria dos países em desen- cados regionais, particularmente no contexto do
volvimento, as empresas transnacionais têm Mercosul (UNCTAD, 1999).
permissão para operar na maior parte das indús- A partir do momento que o sistema de pro-
trias. Além disso, as limitações às remessas de dução internacional passa a desempenhar papel
lucro, repatriação de capital e outras transferên- relevante no cenário econômico, torna-se funda-
cias de fundos têm sido reduzidas ou relaxadas mental entender as estratégias de IED das empre-
de forma significante. A prática de imposições sas transnacionais e suas afiliadas internacionais.
de requerimentos de desempenho (UNCTC,
1991; UNCTAD, 1999), geralmente na forma de
contrapartida para isenções fiscais, também se 3 Marco conceitual
tem tornado menos importante. e modelo analítico
Geralmente, mudanças nos regimes de IED
fazem parte de uma gama maior de reformas, Para embasar este estudo, foi realizada
que compreendem a abertura da economia para uma revisão da literatura, a partir da qual se
o comércio exterior, com grande ênfase no de- fez um levantamento dos fatores principais que
senvolvimento de estratégias para ganhar com- influenciariam a escolha pela participação em
petitividade internacional. Além da liberalização mercados emergentes por meio de IED. Dessa
Artigos

do regime de IED, incluindo políticas relacionadas revisão resultou a elaboração de um modelo de


ao comércio, taxas de câmbio e estabilidade ma- análise composto de três dimensões inter-re-

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lacionadas: fatores externos macroambientais Subdimensões Variáveis
(vantagens de localização) – fontes competitivas Possibilidades de retorno do investimento de
proporcionadas por características do país/região acordo com as variáveis que o compõem,
Ambiente grau de desenvolvimento econômico, acesso
alvo do investimento; fatores externos microam-
econômico* à infra-estrutura e a mercados, tamanho e
bientais (vantagens de internalização) – fontes crescimento de mercado, taxa de juros, taxa de
competitivas proporcionadas por características inflação, taxa de câmbio e integração regional.
da indústria em que se pretende investir naquele Existência de uma política clara e aplicada que
favoreça o IED, tendo como variáveis: política
país/região, e fatores internos (vantagens de pro-
fiscal, de comércio exterior, de IED, industrial
priedade) – fontes competitivas proporcionadas Ambiente e tecnológica, educacional, ambiental e
pela alavancagem de características ou ativos da político‑legal** de mercado, além da promoção da cultura
de investimento e da poupança, promoção
própria empresa. da ética e competitividade, risco político,
Rio (1997) e Richardson (1999) destacam a instabilidade política, leis e regulamentos.
importância do modelo conceitual. Ao mesmo Comportamento da população
Ambiente
tempo, apontam que, para realizar uma investi- em relação a estas variáveis:
sociocultural***
cultura local e mudanças sociais.
gação empírica, não é suficiente definir concei-
Clareza da política e capacidade de
tos, sendo essencial também operacionalizá-los. acompanhar tendências mundiais de
Isso significa decompor conceitos em dimensões, Ambiente acordo com as seguintes variáveis: grau
subdimensões e variáveis para poder investigar tecnológico**** de desenvolvimento tecnológico e de
industrialização, mudanças tecnológicas,
suas interações. Por falta de espaço, resumiu-se meios de transporte, energia, comunicações.
o trabalho realizado nesse sentido, nos quadros
seguintes, em que estão identificados os fatores Quadro 1: Fatores externos macroambientais
Fonte: Elaborado com base nos conceitos dos seguintes autores: Caves (1984);
considerados na literatura consultada como inter- Chudnovsky, Lopéz e Freylejer (1999); Daft (2001); Dunning (1994a; 1996);
Dunning e Lundan (1998), e Dunning e McKaig-Berliner (2002); Eiteman, Stonehill
venientes ou determinantes na escolha estratégica e Moffett (2002); Fahey e Narayanan (1986); Hill e Jones (1995); OECD (2001b);
para realizar IED. Lall (2002); Porter (1989); Robson (1993); Unctad (1995; 1999); Yip (1989).

Seguindo o modelo conceitual, os fatores ex-


ternos se dividem em duas dimensões: macro e mi- Subdimensões Variáveis
croambientais. O desdobramento do modelo em Características oferecidas pelo mercado,
subdimensões de análise macroambientais e em Acesso a com relação a recursos naturais abundantes,
recursos e recursos tecnológicos criados, mão-de-obra
variáveis se dá da seguinte maneira: Quadro 1. ativos de baixo custo e abundante e mão-de-obra
Os elementos do ambiente macroambiental qualificada e profissional.
consistem em fatores presentes no país alvo de Recursos Os recursos gerenciais criados são
possível investimento e que oferecem o potencial gerenciais constituídos por capacidade organizacional,
criados expertise gerencial e habilidades relacionais.
de afetar, positiva ou negativamente, a vantagem
Características do mercado consumidor, em
competitiva de locação naquele país. Demanda do razão de melhoria da qualidade do produto,
Já as subdimensões de análise e variáveis mi- consumidor inovação de produto para redução de custo e
croambientais são detalhadas a seguir: Quadro 2. para diferenciação.

Os elementos do ambiente microambiental Ambiente competitivo, no qual a empresa


Rivalidade
está inserida de acordo com o grau de
consistem em fatores determinados, característi- entre firmas
competição das empresas na indústria.
cos da indústria na qual a empresa pretende inves- Ligação com
Possibilidade de parcerias e alianças
tir no país específico, sob consideração para inves- empresas e
estratégicas: relacionamento com outras
timento, em termos de seu potencial de oferecer instituições
empresas e com universidades e outras
estrangeiras e
vantagens competitivas na internalização, ou seja, instituições de pesquisa.
domésticas
na realização interna à empresa de atividade(s) de
agregação de valor naquele país. Quadro 2: Fatores externos microambientais
Fonte: Elaborado com base nos conceitos dos seguintes autores: Caves
Por fim, apresentam-se as subdimensões de (1984); Davis, Desai e Francis (2000); Dunning (1994a; 1996); Dunning e
Lundan (1998); Dunning e McKaig-Berliner (2002); Eiteman, Stonehill e
análise e variáveis que compõem as características Moffett (2002); Hill e Jones (1995); Porter (1989); OECD (2001b); Robson
organizacionais. Quardo 3. (1993); Unctad (1995; 1999; 2000; 2004b); Yip (1989).

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Subdimensões Variáveis petitivas proporcionadas por características da
Característi- Intensidade tecnológica da indústria: alta, indústria em que se pretende investir naquele
cas/tecnologia média ou baixa tecnologia. país/região, e fontes competitivas proporcio-
Concentração de atividades fora do país nadas pela alavancagem de características ou
de origem em termos de concentração de
ativos da própria empresa.
Transnaciona- ativos, de mão-de‑obra (força de trabalho e
lidade profissional), de p&d, da atividade de valor Uma diferença importante entre o modelo
agregado, do faturamento, da tomada de aqui proposto e os que serviram de base para
decisão e do marketing.
sua construção reside no fato de a sua aborda-
A flexibilidade estratégica pode ser
gem estar contida na área de administração, e
Flexibilidade decomposta de acordo com os movimentos
estratégica competitivos, a integração da produção não na área econômica. Existe preocupação com
internacional e os custos de transação. escolhas empresariais e não com fluxos de inves-
As formas seriam consideradas variáveis timento. Além disso, até os autores pesquisados
Formas neste estudo, dadas as suas diferentes
de entrada implicações: joint venture, fusão e aquisição e
que focalizam escolhas empresariais abordam-
greenfield venture. nas de maneira diferente. Porter (1989), por
Os tipos de IED constituiriam as variáveis exemplo, foca principalmente as diferenças entre
Orientação dessa categoria, ou seja, orientação a o país de origem e o mercado de destino para
do IED recursos, a mercado, à eficiência e a
recursos estratégicos. medir suas respectivas vantagens competitivas.
Já Dunning (2000) procura incorporar novos ele-
Quadro 3: Fatores internos mentos à análise com o seu paradigma eclético
Fonte: Elaborado com base nos conceitos dos seguintes autores: Buckley e OLI (sigla inglesa para propriedade, localização
Casson (1976); Caves (1984); Cepal (2005); Daft (2001); Davis, Desai e Francis
(2000); Dunning (1988; 1996; 2000); Dunning e Lundan (1998); Dunning e e internalização), mas, ainda assim, em seu tra-
McKaig-Berliner (2002); Eiteman, Stonehill e Moffett (2002); Foster (2000); Hill balho, os fatores industriais são pouco focados.
e Jones (1995); Lall (1993; 2002); OECD (2001a); Porter (1989; 1991); Sauvant
e Mallampally (1993); Unctad (1994; 1995; 1999; 2000; 2004c); Unctc (1989); O modelo proposto tenta resolver o problema ao
Yip (1989); Yoshino e Rangan (1996). levar em conta, ao mesmo tempo, não apenas
as diferenças entre países (macroambiente), mas
também as características da indústria do país
Os fatores internos são características da
de destino (microambiente) e as organizacio-
própria empresa que podem ser alavancados
nais como fatores determinantes de escolha de
para propiciar vantagem competitiva no novo
entrada em países emergentes, via IED. Dessa
mercado.
forma, conclui-se que o modelo proposto não
As variáveis associadas a cada subdimensão
estão desdobradas a seguir: Quadro 4. somente é mais abrangente, como também mais
complexo, englobando dimensões, subdimensões
e variáveis não contidas nos demais.
4 Considerações finais Tendo em vista os poucos estudos existen-
tes sobre as estratégias de IED que integram as
Neste artigo, sugere-se um modelo analí- três dimensões estabelecidas neste trabalho e a
tico adequado para avaliação de estratégias de complexidade do tema estudado, vislumbra-se ser
IED em países em desenvolvimento. Conclui-se, pertinente a continuação da investigação iniciada
com base na literatura revisada, que a decisão bem como da aplicação do modelo em indústrias e
de investir em país emergente depende das setores específicos.
potenciais vantagens competitivas propicia- Ressalta-se a relevância de focalizar a
das pelo investimento. O modelo apresentado questão de IED em economias emergentes, já
nos quadros 1 a 4 aponta três dimensões de que os modelos conceitual e de operacionalização
fatores relevantes, duas externas e uma interna aqui delineados, diferentes dos da literatura con-
à empresa investidora: vantagens competitivas sultada para a elaboração desses modelos, foram
Artigos

proporcionadas por características do país/ concebidos para servir de referência a estudos


região alvo do investimento; vantagens com- sobre IED em países em desenvolvimento.

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Conceitos Dimensões Subdimensões Variáveis
Grau de desenvolvimento econômico
Acesso à infra-estrutura
Acesso a mercados
Tamanho de mercado
Ambiente econômico Crescimento de mercado
Taxa de juros
Taxa de inflação
Taxa de câmbio
Integração regional
Política monetária
Política fiscal
Política de comércio exterior
Política de IED
Política industrial e tecnológica
Macroambiente: Política educacional
fatores externos, fontes de
vantagens competitivas de Política ambiental
Ambiente político-legal
locação Política de mercado
Promoção da cultura de investimento e
poupança
Promoção da ética e competitividade
Risco político
Instabilidade política
Fatores externos:
Leis e regulamentos
Mecanismos
propulsores Cultura local
Ambiente sociocultural
Mudanças sociais
Grau de desenvolvimento tecnológico
Grau de industrialização
Mudanças tecnológicas
Ambiente tecnológico
Meios de transporte
Energia
Comunicações
Recursos naturais abundantes
Recursos tecnológicos criados
Acesso a recursos e ativos
Mão-de-obra de baixo custo e abundante
Mão-de-obra qualificada e profissional
Capacidade organizacional
Recursos gerenciais criados Expertise gerencial
Microambiente:
Habilidades relacionais
fatores externos, fontes de
vantagens competitivas de Melhoria da qualidade do produto
internalização Demanda do consumidor Inovação de produto para redução de custo
Inovação de produto para diferenciação
Grau de competição das empresas na
Rivalidade entre empresas
indústria
Relacionamento com outras empresas
Ligação com empresas e instituições
estrangeiras e domésticas Relacionamento com universidades e outras
instituições de pesquisa

Quadro 4: Operacionalização de conceitos

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Conceitos Dimensões Subdimensões Variáveis
Alta
Tecnologia Média
Baixa
Concentração de ativos
Concentração de mão-de-obra (força de
trabalho e profissional)
Concentração de pesquisa e desenvolvimento
Transnacionalidade
Concentração da atividade de valor agregado
Concentração do faturamento
Característica da organiza- Concentração da tomada de decisão
Fatores internos:
ção: fatores internos, fontes Concentração do marketing
mecanismos de
de vantagens competitivas
alavancagem Caráter dos movimentos competitivos
de propriedade
Flexibilidade estratégica Integração da produção internacional
Custos de transação
Joint venture
Formas de entrada Fusão e aquisição
Greenfield venture
Recursos
Mercado
Orientação do IED
Eficiência
Recursos estratégicosa

(Continuação) Quadro 4: Operacionalização de conceitos


Fonte: As autoras.

Factors that influence business analysis of industries as a whole or to specific


strategies of direct foreign industrial segments, in terms of their attractive-
investment in emerging ness to foreign direct investment.
countries Key words: International business strategy.
The purpose in this article is to propose an Developing countries. Direct Foreign
analytical model of the factors that influence Investment.
business strategies of direct foreign investment
in emerging markets. To this end, a literature
review was conducted to identify the factors
considered relevant to business investment in Referências
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Recebido em: 15 set. 2006 / aprovado em: 24 jan. 2007


Para referenciar este texto
SÁ, C. W. L.; MEDEIROS, J. J. Fatores que
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Artigos

investimento externo direto em países emergentes.


Revista Gerenciais, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 45-53,
2007.

Revista Gerenciais, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 45-53, 2007. 53

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