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CURITIBA
2010
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CURITIBA
2010
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Curitiba
2010
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DEDICATÓRIA
Dedico esta pesquisa especialmente ao meu avô, Nilson. Se eu cheguei até aqui foi
por ele, e é por ele que eu seguirei em frente (In Memorian). À minha queria avó,
Jessi, e à minha amada mãe, Simara, sem eles nada disso seria possível.
5
AGRADECIMENTOS
pesquisa.
Ao meu querido e amado avô, Nilson, por ter me dado amor e carinho todos os dias
À minha avó, Jessi, pelo amor, carinho e preocupação sempre, torcendo e rezando
À minha mãe, Simara (Mala), que “eu amo do tamanho do mundo inteirinho e muito
mais”, por ter me dado a vida, pelos ensinamentos, pelo esforço, amor, carinho, zelo,
pela garra de ter sido pai e mãe, pela preocupação, orientação, proteção, pelas
brigas e castigos, pelo ombro amigo, pelo colo materno, por seu amor incondicional,
enfim, por tudo, pelo passado, presente e futuro, pelo que tive, tenho e terei, pelo
que fui, sou e serei. E além disso, por ter se mantido firme ao meu lado acreditando,
À Pita, minha amiga-irmã, pelo carinho, pelo cuidado, pela atenção, pelo amor, pela
preocupação e por tudo mais que fez por mim, não só durante esse processo, mas a
vida toda.
Às minha primas, Lívia, Betinha, Nicole, Lúcia, e primo, Fábio, e a toda minha família
À Fátima, uma pessoa muito especial, amiga e parceira de todas as horas, sempre
pronta a ajudar, que esteve comigo todas as horas e em todos os lugares que
6
precisei. Obrigada pelo carinho, pela atenção, preocupação, pelo cuidado e pela
amizade sincera.
Hígor, pela preocupação e ajuda, tendo estado sempre à disposição quando mais
Ao Doutor Jair Marques Mendes, orientador deste estudo, que esteve sempre
Silvério, minha co-orientadora, sem a qual não conseguiria chegar ao final deste
Aos atores e alunos de teatro que se propuseram a participar deste estudo, não só
pela ajuda que deram a mim, mas por sua contribuição à fonoaudiologia.
À Regina e à Dona Ivani, anjos que Deus colocou em meu caminho, as quais me
E a todas as pessoas que não foram nomeadas, mas que de alguma forma, direta
EPÍGRAFE
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 17
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................................... 25
3.1 CASUÍSTICA ...................................................................................... 25
3.2 PROCEDIMENTO ............................................................................................................25
3.3 ANÁLISE DE DADOS ........................................................................... 64
4 RESULTADOS ........................................................................................................... 29
5 DISCUSSÃO .............................................................................................................. 44
6 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 53
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 54
APÊNDICE 1 .............................................................................................. 59
APÊNDICE 2 .............................................................................................. 62
APÊNDICE 3 .............................................................................................. 65
ANEXO 1 .................................................................................................... 68
9
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
The goal of this study is to show vocal habits and vocal health caring issues related
to the professional people who work with their voice, including the presence or
absence of vocal complaints, laryngeal symptoms, voice care, routine of work
environment and an index of quality of life related to voice of professional actors from
the theater. Sixty subjects of both sexes participated and were divided into two
groups: Experimental group (EG) - professional actors for theater and Control Group
(CG) - students of theater without theater experience. Both groups answered a
questionnaire and the V-RQOL (Voice-Related Quality of Life – protocol). After
statistical analysis, we found that most subjects in the EG (93.3%) were involved in a
theatrical show and the proportion of vocal difficulties during school of theater in CG
was higher than during the show in the EG ( p = 0.0210), while most subjects (80%
of EG and 66.7% of CG) did not feel any vocal difficulties in everyday life. All subjects
of both groups have a habit of inappropriate vocal health; most of (96.6% of EG and
70.0% CG) performs some type of exercise to warm up. However, the vocal
difficulties do not affect the quality of life of the EG and CG. Based on these results,
we observe the importance of other studies about the actor's voice from theaters in
order to reduce the risk of voice disorders in this group of professional voice users.
1 INTRODUÇÃO
O teatro e, por consequência, o uso da voz cênica fazem parte da nossa cultura
(VASCONCELLOS, 1987).
O uso da voz de maneira profissional existe desde a Grécia antiga. Iniciou com
oradores famosos e, a partir daí, surgiu a preocupação com o cuidado do uso da voz
não só referente à projeção, mas também com boa modulação, timbre e outros
aspectos que compõem seu som. Assim, o ator grego dedicava-se intensamente ao
trabalho vocal dando início ao surgimento das primeiras técnicas vocais para o ator
Para o ator de teatro, espera-se uma voz flexível, com boa projeção, boa
GUBERFAIN, 2005).
com uso da voz, a fim de buscar uma emissão equilibrada com o menor esforço
possível, evitando abusos e o mau uso vocal, são fundamentais para profissionais
que a utilizam como instrumento de trabalho, a fim de manter sua saúde vocal
elevado, principalmente aos que não fazem uso de algum meio de amplificação
sonora. Portanto, qualquer alteração vocal, mesmo que discreta, pode causar sérias
BEHLAU et al 2001).
expostos a rotinas muitas vezes exaustivas de ensaios que se mantêm intensas até
a estréia do espetáculo, tendo que manter sua qualidade vocal até o final da
al., 2005).
Além do uso vocal excessivo dos atores de teatro, o ambiente teatral a que o
ator está exposto, tanto nos ensaios como também nas apresentações, normalmente
são úmidos, secos, empoeirados, com uma acústica ruim e, por vezes, os atores
dificuldades e manter uma boa qualidade vocal (BEHLAU et al., 2005; LIMA, 2005;
SILVA, 2008).
Cada vez mais profissionais da voz têm apresentado sinais e sintomas clínicos de
com o uso da voz para profissionais que a usam como instrumento de trabalho (ORTIZ
et al., 2004; SILVÉRIO et al., 2008; SPINA et al., 2009; MOTA et al., 2010).
Alguns hábitos vocais podem causar prejuízos à qualidade vocal. Dentre eles, os
mais prejudiciais são: tabagismo, álcool e hábitos como tossir e pigarrear, pois
BEHLAU et al., 2001; MÄRTZ, 2002; GAYOTTO, 2004; BEHLAU et al., 2005;
área da Fonoaudiologia com esse grupo de profissionais, que utiliza a voz como
2004) e, embora exista a preocupação com a saúde vocal e qualidade vocal do ator
OLIVEIRA, 2008).
necessidade cada vez maior de realizar estudos voltados aos cuidados de saúde e
teatro.
17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
dos espetáculos.
dos riscos de alterações vocais para profissionais da voz. Para os autores, os atores
Quinteiro (1995) argumenta que o ator de teatro faz parte dos profissionais que
trabalho.
De acordo com Gayotto et al. (1997), a voz do personagem deve ser bem
projetada em cena, preenchendo todo espaço cênico para que o ator mantenha-se
ligado ao público e, da mesma forma, o público mantenha-se ligado a ele até o final
do espetáculo.
voz, além de afetar outros órgãos ligados à respiração, como o diafragma, por
adequar sua voz à sua profissão, porém nem sempre essa voz escolhida pelo
voltados a uma voz flexível, com boa projeção, boa articulação, qualidade vocal
adequada a cada personagem, sem marcas de alteração, com foco ressonantal alto
Segundo Gayotto (2004), o ator que se preocupa com a criação de uma voz
para seu personagem não modifica simplesmente sua fala; ele busca estímulos que
modifiquem todo seu estado vocal para que consiga passar ao público todas as
caracterizem seus personagens. Além disso, devem adaptar essa voz cênica a cada
tipo diferente de palco, projetando-a para preencher todo espaço cênico e chegar de
enfrentado pelos atores é manter uma boa qualidade vocal mesmo com a
teatrais não adequados aos cuidados necessários para manutenção de uma voz
saudável e, muitas vezes, sem amplificação acústica. Essas são apenas algumas
Segundo Guberfain (2005), os atores de teatro devem sempre estar com corpo
gargalhar, chorar, correr, falar, dentre outras tantas coisas que a peça possa exigir.
Por isso, é importante que o ator seja orientado a aquecer e desaquecer a voz,
caso de atores de teatro, técnicas de apoio vocal auxiliam nas cenas que exigem um
De acordo com Behlau et al. (2005), os atores de teatro não pertencem a uma
com bom desempenho vocal nas atividades teatrais ao final do curso. Os resultados
foram: 39,3% dos alunos não apresentavam qualquer problema vocal; 53,6%
apresentavam algum tipo de restrição vocal; 10,7% achavam que a emissão vocal
apesar das restrições; 17,8% relatavam problemas orgânicos como desvio de septo
nasal, adenóide e outros; 3,6% relatavam problemas funcionais como tensão na voz;
57,1% referiram não possuir nenhum hábito nocivo; 35,7% às vezes bebiam gelado
Segundo Navas (2007), o ator profissional deve ser capaz de dominar sua voz
e expressão vocal tanto quanto suas expressões corporais e faciais para que
para que saiam de forma clara e precisa. Dessa forma, o profissional que trabalha
21
com atores de teatro não deve estar só preparado para atuar na reeducação da fala,
teatro.
pesquisa foi conhecer as diferenças entre vozes de atores e não atores, avaliando
ator” foram maiores para os atores. A mesma análise mostrou que o grau de
projeção e de loudness foi maior para do que para não atores nas três loudness
Ueda, Santos e Oliveira (2008) realizaram uma pesquisa com 100 profissionais
voz em ação preventiva e verificar seu impacto na saúde vocal. Os sujeitos foram
vozes saudáveis. A maior parte dos atores de teatro, 13 (59,1%), referiu ter recebido
Para Ortiz et al. (2004), embora exista uma preocupação quanto aos prejuízos
vocais que podem ocorrer no profissional da voz, as alterações vocais por motivos
Segundo Silvério et al. (2008), cada vez mais profissionais da voz têm
subjetivo, pois depende das experiências de vida e interação com o meio de cada
sujeito.
influência que elas acarretam no seu dia a dia. Esse protocolo é composto por dez
como uma categoria importante para a saúde geral do sujeito, a partir daí, políticas
profissionais da voz.
Segundo Ferreira et al. (2008), para realizar uma coleta de dados mais
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 CASUÍSTICA
bem como aqueles que possuíam graduação em artes cênicas, condições para
profissionais de teatro.
Para o GC, foram incluídos alunos de cursos de teatro que nunca tiveram
3.2 PROCEDIMENTOS
pesquisadora, a qual agendou uma entrevista inicial com cada ator que se propôs
foram contatados por e-mail e diretamente em seus locais de curso de teatro antes
outra atividade exercida com o uso da voz e tipo de atividade, envolvimento atual em
teatro;
enquanto inspira o ar, falar alto, gritar, falar com esforço, imitar vários sons, usar voz
dos ensaios/espetáculos, ingerir bebidas geladas, ficar muito tempo sem ingerir
27
4. cuidados com a voz – uso de exercício vocal para preparar a voz para
questionário do GC).
2009) (Anexo 1). Esse protocolo consiste de dez afirmativas relacionando o quanto
escore total que caracteriza a soma das dez afirmativas que compõem o protocolo.
Teste t de Student. Nas aplicações dos testes, foi utilizado o nível de significância de
0,05 (5%).
29
4 RESULTADOS
aos cuidados com a voz; e a tabela 28 refere-se aos resultados do QVV dos sujeitos
do GE e GC.
N %
De 1 a 3 anos 2 6,7
De 4 a 6 anos 8 26,7
De 7 a 10 anos 11 36,7
11 anos ou mais 9 30,7
Nenhum - -
TOTAL 30 100,0
FONTE: a autora
N % N %
Professor de teatro 7 23,3 - -
Professor de escolas de - - 4 13,3
educação
Comerciais de televisão e 1 3,3 - -
cantar
Ministrar palestras 2 6,6 - -
Locução 6 20,0 1 3,3
Produção 2 6,6 - -
Cantar - - 5 16,6
Cantar e imitar vozes - - 1 3,3
Participação como aluno - - 3 10,0
em oficinas de teatro
Jornalista - - 2 6,6
Operador de telemarketing - - 1 3,3
Nenhum 12 40,0 14 46,6
TOTAL 30 100,0 30 100,0
FONTE: a autora
N % N %
Entre 1 a 2 dias 11 36,6 - -
Entre 3 a 4 dias 14 46,6 - -
Não é consistente 3 10,0 - -
Em processo de - - 13 43,3
montagem
Nenhum 2 6,6 17 56,6
TOTAL 30 100,0 30 100,0
FONTE: a autora
N % N %
De 1 a 3 horas 16 53,3 5 16,6
De 3 a 5 horas 11 36,6 - -
Mais de 5 horas 1 3,3 - -
Em processo de - - 8 26,6
montagem
Nenhum 2 6,6 17 56,6
TOTAL 30 100,0 30 100,0
FONTE: a autora
32
N % N %
Local fechado 30 100,0 15 50,0
Local aberto 5 16,6 11 36,6
Empoeirado 23 76,6 10 33,3
Ventilado 15 50,0 3 10,0
Limpo 9 30,0 3 10,0
Úmido 9 30,0 3 10,0
No mesmo local do 4 13,3 8 26,6
espetáculo
Em local diferente do 26 86,6 7 23,3
espetáculo
Boa acústica 10 33,3 7 23,3
Acústica ruim 19 63,3 10 33,3
Com ar condicionado 2 6,6 - -
Nenhum - - 17 56,6
TOTAL 30 100,0 30 100,0
FONTE: a autora
PROBLEMAS DE GE GC p
VOZ
Não 17 25 0,0242*
Sim 13 5
FONTE: a autora
DIFICULDADE GE GC p
Não 24 20 0,2429
Sim 6 10
FONTE: a autora
N % N %
No final das aulas 1 3,3 - -
Respiração 1 3,3 - -
Voz grossa e pastosa 1 3,3 1 3,3
quando acorda
Dificuldade de dicção 1 3,3 2 6,6
Falar com esforço 1 3,3 - -
Coceira na garganta 1 3,3 - -
Dificuldade de mudar de - - 2 6,6
tom
Dor na região da garganta - - 1 3,3
e perda da voz
Pigarro - - 1 3,3
Rouquidão - - 3 10,0
Nenhum 24 80,0 20 66,6
TOTAL 30 100,0 30 100,0
FONTE: a autora
35
DIFICULDADE GE GC p
Não 9 2 0,0210*
Sim 21 28
FONTE: a autora
QUAL GE % GC % P
DIFICULDADE
Articulação 12 25,5 9 20,0 0,6133
Projeção 7 14,8 16 35,5 0,0697
Respiração 9 19,1 10 22,2 0,7678
Rouquidão 9 19,1 6 13,3 0,5445
Outros 1 3,3 2 4,4 NSP
Nenhum 9 19,1 2 4,4 NSP
FONTE: a autora
NSP = o teste não se aplica
DIFICULDADE GE GC p
Não 22 24 0,3825
Sim 8 6
FONTE: a autora
N % N %
Alterar para cada 1 3,3 - -
personagem
Aumentar o volume 2 6,6 1 3,3
Baixar o volume 1 3,3 1 3,3
Esforço para falar 2 6,6 - -
Gritar - - 1 3,3
Dificuldade entre o meio 2 6,6 1 3,3
termo entre gritar e falar
baixo
Diminuir o volume sem - - 2 6,6
perder a voz
Nenhum 22 73,3 24 80,0
TOTAL 30 100,0 30 100,0
FONTE: a autora
DIFICULDADE GE GC p
Não 18 15 0,4363
Sim 12 15
FONTE: a autora
N % N %
Ir para o agudo 4 13,3 8 26,6
Ir para o grave 5 16,6 2 6,6
Sustentar 1 3,3 - -
Perder projeção 1 3,3 - -
Ir do grave para o agudo - - 5 16,6
Nenhum 19 63,3 15 50,0
TOTAL 30 100,0 30 100,0
FONTE: a autora
MUDANÇA GE GC p
Não sente 8 12 0,2733
Sente depois 22 18
FONTE: a autora
N % N %
Falar sussurrando 7 23,3 3 10,0 NSP
Falar sem respirar 13 43,3 5 16,6 0,0277*
Falar enquanto inspira o ar 9 30,0 - - -
Falar alto 19 63,3 17 56,6 0,5984
Gritar 10 33,3 3 10,0 NSP
Falar com esforço 4 13,3 4 13,3 NSP
Imitar vários sons 21 70,0 14 46,6 0,0712
Usar a voz em posturas 20 66,6 10 33,3 0,0125*
corporais inadequadas
Usar a voz profissional 29 96,6 11 26,6 NSP
quando está gripado
Tossir frequentemente 6 20,0 4 13,3 NSP
Pigarrear 15 50,0 13 43,3 0,6049
Permanecer em ambientes 13 43,3 11 36,6 0,5983
com poluição ou fumaça
Uso de ar condicionado 11 36,6 8 26,6 0,4082
Uso de aquecedor 9 30,0 3 10,0 NSP
Permanecer em local com 19 63,3 11 36,6 0,0431*
poeira, mofo ou pouca
ventilação
Ingerir achocolatado ou 5 16,6 2 6,6 NSP
comer chocolate antes dos
ensaios/espetáculos
Ingerir bebidas geladas 9 30,0 17 56,6 0,0420*
Ficar muito tempo sem 8 26,6 9 30,0 0,7711
ingerir água
Tomar café, chá ou 24 80,0 18 60,0 0,0963
chimarrão frequentemente
Comer alimentos 7 23,3 7 23,3 1,0000
gordurosos ou
condimentados antes do
uso profissional da voz
TOTAL 30 100,0 30 100,0
FONTE: a autora
NSP: o teste não se aplica
N % N %
Cigarro 8 26,6 9 30,0 0,7711
Bebida 16 53,3 16 53,3 1,0000
alcoólica
Auto- 3 10,0 4 13,3 NSA
medicação
Maconha 9 30,0 6 20,0 0,3748
Medicamentos 5 16,6 6 20,0 0,7347
Outros 1 3,3 6 20,0 NSA
Nenhum 7 23,3 10 33,3 0,3934
TOTAL 30 100,0 30 100,0
FONTE: a autora
EXERCÍCIO GE GC p
Não 1 9 0,0061*
Sim 29 21
FONTE: a autora
N % N %
Som de “s”, respiração 24 80,0 3 10,0
com o diafragma, vocal fry
e vogais
Canto, respiração com o 1 3,3 - -
diafragma e vogais
Bocejo e espreguiçar 1 3,3 - -
“v” “s” e “z” 1 3,3 2 6,6
Leitura de texto com o 1 3,3 2 6,6
dedo entre os dentes
Falar vogais e sílabas 1 3,3 4 13,4
articulando
Cantar - - 1 3,3
Exercícios que aquecem a - - 2 6,6
voz
Gritos, leitura em voz alta e - - 1 3,3
respiração
Vocalização, salivação e - - 2 6,6
respiração
Vogais e sílabas - - 2 6,6
articuladas, comer maçã e
beber água
Sugeridos em aula - - 2 6,6
Nenhum 1 3,3 9 30,0
TOTAL 30 100,0 30 100,0
FONTE: a autora
42
TIPO DE EXERCÍCIO GE %
Vibração de língua, 1 3,3
ressonância “m”. Mas é
recente, nem sabia
Água, engolir bastante a 1 3,3
saliva e falar pouco
Bocejo, engolir bastante a 1 3,3
saliva, massagem no
pescoço e falar menos
Não falar muito 1 3,3
Vocais para relaxamento, 1 3,3
mas por pouco tempo
Nenhum 25 83,4
TOTAL 30 100,0
FONTE: a autora
43
GE GC
QVV N1 Média Desvio- N2 Média Desvio- p
padrão padrão
Total 30 91,2 7,4 30 87,1 12,4 0,125824
Emocional 30 95,4 9,8 30 92,9 10,2 0,338315
Físico 30 88,3 9,3 30 83,3 15,5 0,136490
FONTE: a autora
5 DISCUSSÃO
SILVA, 2008).
submetidos, fazem com que haja intenso uso da voz. Stanislavski (1999), Guberfain
rotinas exaustivas de ensaios até a estreia do espetáculo, tendo que manter uma
GE e as aulas de teatro dos sujeitos do GC, os mais citados foram: local fechado
ambiente teatral, a maior parte dos sujeitos do GE não utiliza microfone durante os
45
GC utiliza microfone tanto nos ensaios como nas apresentações. Dados que
corroboram com Behlau et al. (2005), Lima (2005) e Silva (2008), quando afirmaram
que, além do uso intenso da voz, o ambiente teatral a que o ator está exposto
acústica ruim e, muitas vezes, não fazem uso de nenhum meio de amplificação
apresentação.
associadas ao uso excessivo da voz, visto que a maior parte dos sujeitos tanto do
GE como do GC realiza outras atividades com o uso da voz além do uso vocal em
afirma que, com o excessivo uso da voz, a musculatura do ator pode sofrer uma
Para os atores de teatro, o grau de risco para alterações vocais é elevado, por
isso, qualquer dificuldade vocal, mesmo sendo discreta, pode causar sérias
BEHLAU, 2001).
46
como resultados 39,3% dos alunos não apresentavam qualquer problema vocal;
53,6% apresentavam algum tipo de restrição vocal; 10,7% achavam que a emissão
tensão vocal.
(66,6%) não referiu dificuldades vocais no dia a dia, não havendo diferença
Ueda, Santos e Oliveira (2008), com uma amostra de 22 atores de teatro, na qual
GC). Esses resultados levam à reflexão de que os atores profissionais, por terem
mais prática de palco, ao longo da carreira, adquirem mais experiência para lidar
melhor com sua voz e com as dificuldades que encontram durante a atuação
personagem, não sabem ainda como manter a saúde vocal adequada. Tendo que
lidar com questões de projeção, respiração e articulação para ter uma voz eficiente,
reflexão corrobora com Navas (2007), quando afirma que o ator profissional deve ser
capaz de dominar sua voz e expressão vocal para que consiga uma melhor projeção
e articulação do texto.
Espera-se que os atores de teatro tenham uma voz flexível, com boa
projeção, boa articulação, sem marcas de alteração, com foco de ressonância alto e
articulação das palavras durante a atuação teatral. Esse resultado pode estar
personagem. Além disso, os hábitos referidos por eles, como falar sem respirar
durante a cena e usar a voz em postura corporal inadequada, também podem estar
referiram que a voz piora após o ensaio (40,0%) e também após a apresentação
48
(50,0%). Igualmente nos sujeitos do GC, a maior parte (30,0%) referiu piora na
qualidade vocal após as aulas de teatro. As dificuldades foram voz cansada e rouca
profissional da voz em relação aos estudantes de teatro. Esse resultado pode estar
associado ao fato dos atores profissionais realizarem com maior frequência outras
atividades profissionais com o uso da voz, utilizarem a voz cênica muitas vezes em
com poeira, mofo ou pouca ventilação (p=0,0431) do que os sujeitos do GC. Por
voz, muitas vezes em virtude de hábitos vocais inadequados, podendo lhes causar
aquecimento vocal do que os sujeitos do GC (p= 0,0061). Esse resultado pode nos
levar à reflexão de que devido ao fato de os atores de teatro utilizarem mais a voz
mais conhecimento sobre os cuidados com a voz, além dos que aprenderam durante
Os exercícios mais citados neste estudo foram: som de “s”, respiração com o
diafragma, vocal fry e vogais (80,0% do GE e 10,0% do GC); falar vogais e sílabas
dentes (3,33% do GE e 6,66% do GC); sons fricativos “v” “s” “z” (3,33% do GE e
cuidados com o uso da voz antes dos ensaios e das apresentações. Esses
exercícios corroboram com Quinteiro (2007) que sugere que sejam realizados
foco de ressonância. Esse resultado nos leva ainda a refletir sobre o fato de os
técnicas de projeção vocal e articulação das palavras, para que o texto saia de forma
1998).
voz, os exercícios mais citados foram: vibração de língua e ressonância “m”; tomar
água, engolir a saliva e falar pouco; bocejo e massagem no pescoço; vocais para
relaxamento e falar pouco. É importante salientar que cada um dos exercícios foi
citado por um (3,33%) sujeito do GE. Resultados que corroboram com Francato et
vogais /a/, /o/ e /u/, sons nasais e vibrantes. Corroborando também com Quinteiro
(2007), que recomenda repouso vocal e corporal de pelo menos trinta minutos após
gritar, gargalhar, chorar, correr, falar, dentre outras tantas coisas que a peça possa
exigir. Por isso é importante que o ator seja orientado a aquecer e desaquecer a voz,
ambos grupos estudados, não havendo diferença significativa entre eles. Segundo
Penteado e Pereira (2007), a qualidade de vida vem sendo apontada como uma
categoria importante para a saúde geral do sujeito. Esse resultado leva a refletir que,
profissional, isso não interfere na qualidade de vida tanto dos sujeitos do GE como
do GC.
6 CONCLUSÃO
possuem hábitos vocais como: falar sem respirar, usar a voz em postura corporal
teatro (voz cansada e rouca) do que os estudantes de teatro. Além disso, os atores
estudantes de teatro.
Para ambos grupos o ambiente teatral em que estão inseridos é inadequado para
acústica ruim.
desses sujeitos.
54
7 REFERÊNCIAS
2001 p.61.
BEHLAU, M. et al. Avaliação de voz. In: Behlau, M. Voz: o livro do especialista, v.I.
BENNINGER, JACSON e JOHNSON. Vocal arts medicine: the care and prevention
FERREIRA L.P, SOUZA T.M.T . Um século de cuidados com a voz falada e a voz
the Voice-Related Quality of Life (V-RQOL) Measure. J Voice, New York, v.23, n.1,
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teatro: da leitura à partitura. In: Tratado de fonoaudiologia. São Paulo: Roca, 1997,
p. 735-743.
GRILLO, M.H.M.M.; PENTEADO, R.Z. The impact of voice on the quality of life of
p.231-244.
J.L; Gomes, I.C.D. Tópicos em fonoaudiologia. São Paulo: Lovise, 1998, p. 147-67.
MÄRTZ, M.L.; Preparação vocal do ator. In: FERREIRA, L.P. Saúde vocal: práticas
NAVAS, D.M. A voz no teatro. In: PINHO, S.M.R. Temas em voz profissional. Rio de
2004.
PENTEADO, R.Z.; PEREIRA, I.M.T.B. Quality of life and vocal health of teachers.
PINHO S.R. Manual de higiene vocal para profissionais da voz. Carapicuíba: Pró-
Fono, 1997.
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falada. In: MARCHESAN I., ZORZI J., GOMES I. Tópicos em Fonoaudiologia . São
é informação para a ação! Rev. CEFAC, São Paulo, v.11, n.3, jul./set. 2009.
SCARPEL RD, PINHO SR. Aquecimento e desaquecimento vocal. In: PINHO S.R.
graduação. Curitiba.
de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. São Paulo, v.20 n.3, jul./set. 2008.
ativa: falando sobre o profissional da voz. São Paulo: Roca, 2000, p.1-17.
SPINA, A.L. et al. Correlação da qualidade de vida e voz com atividade profissional.
profissional: Avaliando ações. Rev. CEFAC, São Paulo, v.10 n.4, out./dez. 2008.
(APÊNDICE 1)
FINALIDADE DA PESQUISA
Esta pesquisa tem como objetivo avaliar o perfil vocal de atores profissionais
de teatro.
PROCEDIMENTOS
Você passará por entrevista em que responderá um questionário que
RISCOS E BENEFÍCIOS:
Não havendo nenhum risco para a sua saúde, uma vez que serão realizados apenas
preenchimento de questionário. Não contendo assim nenhum procedimento
invasivo.
DESCONFORTO
O desconforto será inexistente, pois a coleta consistirá em gravações de voz e
preenchimento de questionário.
CUSTOS
Você não terá nenhum gasto com a pesquisa, porque ela será custeada pela
pesquisadora.
PARTICIPAÇÃO
Caso você queira desistir de participar da pesquisa, poderá fazê-lo no momento em
que desejar. Todos os participantes da pesquisa serão informados, acompanhados e
tratados pela pesquisadora JULIANA RICHINITTI VILANOVA, fonoaudióloga
formada pelo Centro Universitário Feevale, CRFa 8999, residente na Rua Vitor Silva,
na cidade de Porto Alegre, contato no número (51) 9108.5697.
Durante o decorrer da pesquisa, caso você venha a ter alguma dúvida ou precise de
alguma orientação a mais, use o telefone acima.
PRIVACIDADE E CONFIDENCIALIDADE
Você tem o compromisso dos pesquisadores de que a sua imagem e identidade
serão mantidas em absoluto sigilo. Nos casos de fotografias, elas somente serão
realizadas e expostas com a sua autorização.
61
RESPONSABILIDADE
Caso ocorra algum tipo de dano no decorrer da pesquisa, a pesquisadora
responsável, Juliana Richinitti Vilanova, se responsabilizará pelos eventuais
ressarcimentos. No caso de novas informações no decorrer da pesquisa, elas serão
submetidas à avaliação da Comissão de Ética para um novo parecer.
DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO
Eu,_________________________________________________________,
portador(a) do RG:____________________________, abaixo assinado, concordo
em participar do estudo acima descrito como sujeito. Fui devidamente informado(a) e
esclarecido(a) pelo pesquisador,________________________ sobre a pesquisa, os
procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios
decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu
consentimento a qualquer momento, sem que isso leve a qualquer penalidade ou
interrupção de meu acompanhamento/assistência/tratamento.
Curitiba,____/_____/_____.
_______________________________
Assinatura do Sujeito ou Responsável
________________________________
Assinatura do Pesquisador Responsável
62
(APÊNDICE 2)
Número de identificação:
Dados de Identificação
(APÊNDICE 3)
Número de identificação:
Dados de Identificação
( ) Não ( ) Sim
Qual?_______________________________________________.
Você nota alguma dificuldade vocal no dia a dia?
( ) Não ( ) Sim
Qual?_______________________________________________.
Você acha que manter uma voz saudável faz diferença no trabalho do ator?
( ) Não ( ) Sim
Por quê? ____________________________
Já realizou avaliação Otorrinolaringológica?
( ) Não ( ) Sim
Você já fez algum acompanhamento de prevenção à saúde vocal com
fonoaudiólogo?
( ) Não ( ) Sim
Você acha que manter um acompanhamento vocal com fonoaudiólogo pode trazer
melhoras à sua qualidade vocal?
( ) Não ( )Sim
Por quê? ______________________________
Você usa algum tipo de exercício para preparar sua voz para atuar?
( ) Não ( ) Sim
Quais? __________________________
Você usa algum tipo de exercício para desaquecer sua voz após atuação?
( ) Não ( )sim
Quais?___________________________
Orientado por
( )Fonoaudiólogo ( )Preparador vocal ( )Professor de canto ( )Diretor
( ) Amigos ( )Outros_____________________________.
Você sente alguma dificuldade vocal durante as aulas de teatro?
( ) Não ( ) Sim
Qual? ( )Articulação ( )Projeção ( )Respiração ( )Rouquidão ( )Outras
Tem alguma dificuldade na variação do volume de voz em cena?
( )Não ( )Sim
Qual?______________________________
Tem alguma dificuldade na variação do grave e agudo durante as aulas de teatro?
( ) Não ( ) Sim
67
Qual? _____________________
Sente alguma mudança na sua voz antes ou depois das aulas de teatro?
( ) Não ( ) Antes ( ) Depois
Hábitos vocais e de saúde
( )Tomar achocolatado ou comer chocolate antes do ensaio ou das aulas de
teatro
( )Ingerir bebidas geladas
( )Tossir frequentemente
( )Pigarrear
( )Falar alto
( )Gritar
( )Falar com esforço
( )Permanecer em ambientes com poluição ou fumaça
( )Ar condicionado
( )Aquecedor
( )Ficar muito tempo sem ingerir água
( )Falar sussurrando
( )Falar sem respirar
( )Falar enquanto inspira(puxa) o ar
( )Imitar vários sons
( )Usar voz em posturas corporais inadequadas
( )Usar a voz profissionalmente quando está gripado
( )Permanecer em local com poeira, mofo ou pouca ventilação
( )Tomar café, chá ou chimarrão frequentemente
( )Comer alimentos gordurosos ou condimentados antes do uso profissional
da voz
Você faz uso de algum tipo de droga?
( )Não ( ) Sim
Qual? ( )Cigarro ( )Maconha ( )Bebida alcoólica ( )Medicamento
( )Cocaína ( ) automedicação ( )Outros
Tem problemas alérgicos e/ou respiratórios?
( )Não
( )Rinite ( )Bronquite alérgica ( )Baba noturna ( )Desvio de septo nasal
( )Respiração oral ( )Ronco
( )Sinusite ( )Amigdalite ( )Asma
( )Faringite ( )Laringite
( )Outro:_______________________________
(ANEXO 1)
1 = não é um problema
2 = é um problema pequeno
3 = é um problema moderado/médio
4 = é um grande problema
5 = é um problema muito grande
1. Tenho dificuldades em falar forte (alto) ou ser ouvido em lugares barulhentos 12345
3. Às vezes, quando começo a falar não sei como minha voz vai sair 12345
7. Tenho problemas no meu trabalho ou para desenvolver minha profissão (por causa da minha voz) 12345
10. Tenho me tornado menos expansivo (por causa da minha voz) 12345
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