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ANIMAIS SINANTRÓPICOS

Animais sinantrópicos são aqueles que se adaptaram a viver junto ao homem, a despeito
da vontade deste. Diferem dos animais domésticos, os quais o homem cria e cuida com as
finalidades de companhia (cães, gatos, pássaros, entre outros), produção de alimentos ou
transporte (galinha, boi, cavalo, porcos, entre outros).
Destacamos, dentre os animais sinantrópicos, aqueles que podem transmitir doenças,
causar agravos à saúde do homem ou de outros animais, e que estão presentes na nossa cidade,
tais como:
 Abelha  Lacraia ou centopéia  Rato
 Aranha  Morcego  Taturana
 Barata  Mosca  Tunga-penetrans
 Carrapato  Mosquito (Bicho-de-pé)
 Escorpião  Pombo  Vespa
 Formiga  Pulga

Os animais sinantrópicos, como todo ser vivo, necessitam de três fatores para sua
sobrevivência: água, alimento e abrigo. A água não é fator limitante no nosso meio, mas
podemos interferir nos outros dois fatores - alimento e abrigo - de modo que espécies
indesejáveis não se instalem ao nosso redor.
Para tanto, é necessário conhecermos o que serve de alimento e abrigo para cada espécie
que se pretende controlar e adotarmos as medidas preventivas, de forma a alcançar esse
controle, mantendo os ambientes que frequentamos mais saudáveis e evitando o uso de
produtos químicos (os quais poderão eliminar não somente espécies indesejáveis, como
também espécies benéficas, além de contaminar a água e o solo), que por si só não evitarão
novas infestações.

RIO GRANDE : Programa Municipal de Zoonoses e Vetores

O Programa Municipal de Zoonoses e Vetores foi implantado em julho de 2001, com a


finalidade de dividir tarefas e agilizar ações. O Programa é dirigido pela Unidade de Zoonoses e
Vetores da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
O objetivo geral do Programa é o controle e vigilância de zoonoses, vetores e animais
sinantrópicos no município do Rio Grande.
Entre as atividades desenvolvidas, está a vigilânca e controle de tunga (bicho-do-pé),
roedores e outros vetores e animais sinantrópicos de interesse em saúde pública, através do
controle, orientação à comunidade e identificação destes; controle e vigilância ambiental de
zoonoses de notificação compulsória, como Leptosprose, Doenças de Chagas, Hantavirose e
Raiva; observação de cães e gatos agressores e encaminhamento de amostras de animais
suspeitos ao laboratório de Referência para Raiva no Rio Grande do Sul, a fim de efetivar a
vigilância da Raiva; responsabilidade técnica do Canil Municipal, que tem por objetivo a
vigilância da Raiva e outras zoonoses e o controle da população canina.
O Programa realiza também ações educativas, desenvolvidas através de palestras,
participação em eventos e distribuição de material informativo e educativo. Destacam-se as
ações que visam o controle da superpopulação de cães no município, como confecção de
cartilhas intituladas "Cuide do seu melhor amigo", que são distribuídas nas escolas municipais
em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC), com a finalidade de
transmitir aos alunos, conceitos básicos de posse responsável e formas de prevenção de
zoonoses e de infestações por tunga e carrapato. Registro de Cães com proprietários e incentivo
à adoção de cães abandonados, com finalidade de diminuir a população de cães soltos em via
pública.
O Programa funciona na rua Marechal Floriano, 05 – 2º andar. Contatos pelo telefone:
30358478 Ramal: 8211 ou pelos e-mails: macelosms@riogrande.rs.gov.br e
lizabethsms@riogrande.rs.gov.br.

CONTROLE E PREVENÇÃO DE INFESTAÇÕES

CARRAPATOS

Hábitos: Os carrapatos não são insetos. São artrópodes pertencentes à classe Arachinida, como
as aranhas e escorpiões.
Os carrapatos ocorrem em quase todos os continentes. São ectoparasitos (parasitas externos)
de vertebrados (mamíferos, répteis, aves e anfíbios), ocorrendo em animais silvestres,
domésticos e mesmo o homem, alimentando-se do sangue (hematófagos).

Existem 2 fases de vida: fase de parasitismo (no hospedeiro) e fase de vida livre (solo, tocas,
buracos, ninhos e vegetação)

Ciclo de vida: Os carrapatos possuem ciclo de vida que inclui as fases de: ovo - larva - ninfa e
adulto.
Após ingerir sangue de um hospedeiro, a fêmea se desprende do mesmo e deposita milhares de
ovos, geralmente no ambiente, morrendo em seguida.
Em condições satisfatórias de temperatura e umidade, ocorre a incubação (entre 30 a 40 dias,
aproximadamente) e, após este período, as larvas eclodem.
As larvas oportunamente fixam-se em um hospedeiro (normalmente de pequeno porte),
realizam repasto sangüíneo, desprendem-se deste, caem no ambiente e após 10 dias, em média,
realizam a ecdise (muda) para o estágio de ninfa.
Após cerca de 3 semanas, as ninfas já estão prontas para alimentação em hospedeiro de
pequeno porte.
Quando alimentadas, estas ninfas caem no solo e realizam ecdise transformando-se em adultos.
Em um hospedeiro (normalmente de grande porte), macho e fêmea adultos acasalam e a fêmea
alimenta-se de sangue, iniciando um novo ciclo.

Agravos à Saúde: Os carrapatos hospedam e transmitem diversos agentes patogênicos (vírus,


bactérias, riquétsias e protozoários) ao homem (hospedeiro acidental) e aos animais.
Os microrganismos são transmitidos através da saliva dos carrapatos, que é injetada no local da
picada, e que por sua vez apresenta toxinas, substâncias anestésicas e anticoagulantes.
Entre as doenças transmitidas ao homem, podemos citar: febre maculosa brasileira e borreliose
de Lyme.
Existem outras doenças transmitidas por carrapatos, que só atingem animais.

Medidas preventivas: Aparar e cortar a vegetação rasteira, utilizando roupas de mangas longas,
botas, calça comprida com a parte inferior dentro das botas. As roupas devem ser claras para
facilitar a visualização dos carrapatos;
Vistoriar o corpo após freqüentar áreas de mata ou conhecidamente infestadas por carrapatos;
Evitar caminhar ou freqüentar áreas infestadas por carrapatos;
Remover o lixo ou restos alimentares expostos, a fim de evitar que estes sirvam de alimento
para animais;
Os animais devem ser vistoriados semanalmente e, quando apresentarem carrapatos, devem
ser tratados com indicação de médico veterinário e mantidos em local restrito;
Quando for retirar carrapatos, não se deve utilizar fósforo acesso ou outros objetos aquecidos,
bem como produtos químicos. Deve-se girar levemente o corpo do carrapato até que se
desprenda. Não puxar ou pressionar o carrapato.

TUNGA PENETRANS

Hábitos: É a pulga da areia, sendo a fêmea o "bicho do pé", pois depois de fecundada parasita a
pele do homem.
É a menor das pulgas, tendo o inseto adulto 1mm de comprimento. Como é característico das
pulgas, tem ausência de asas e o corpo achatado látero-lateralmente, além da fronte
terminando em ponta aguda, favorecendo a penetração na pele do hospedeiro.
Adultos (machos e fêmeas virgens) vivem em lugares de solo arenoso, quentes e secos, sendo
abundantes em chiqueiros de porcos e peridomícilio. São exclusivamente hematófagas.

Ciclo de vida: A fêmea grávida penetra na pele do porco (ou homem), deixando apenas a
extremidade posterior em contato com a atmosfera para respirar. Com o acúmulo de ovos seu
abdômen se expande, atingindo o tamanho de um grão de ervilha. Em torno de 100 ovos são
expelidos, os quais, em chão úmido e sombreado, darão origem às larvas e pupas. Depois de uns
15 dias, o corpo da fêmea é expulso pela reação inflamatória da pele. As localizações
preferenciais da fêmea parasita são a sola dos pés, espaços interdigitais e sob as unhas.

Agravos à Saúde: Os sintomas variam desde ligeiro prurido até reação inflamatória que
prejudica a deambulação. Pode ocorrer infecção secundária após saída do adulto por
Clostridium tetani (tétano), Clostridium perfringens e outras espécies (gangrena gasosa) ou
fungos (Paracoccidioides brasiliensis).

Medidas preventivas: O tratamento consiste na extirpação dos parasitas em condições


assépticas, limpeza do ferimento, vacina antitetânica. Prevenção através do uso de calçados,
tratamento dos animais domésticos infestados e aplicação de inseticidas no ambiente.

RATOS

Hábitos: A característica principal dos roedores é a presença dos dentes incisivos com
crescimento contínuo, daí a necessidade de roer para gastar a dentição. Dessa forma, estragam
muito mais alimentos do que realmente necessitam.
São animais de hábitos noturnos por ser mais seguro saírem de seus abrigos à noite, à procura
de alimento.
Possuem várias habilidades físicas, como nadar, subir em locais altos se houver base de apoio,
saltar, equilibrar-se em fios e mergulhar, entre outras.
Encontram principalmente no lixo doméstico o seu alimento. Escolhem aqueles alimentos que
estão em condições de serem ingeridos, pois, por meio do seu olfato e paladar apurados
separam os alimentos de sua preferência e ainda não estragados. São considerados onívoros,
isto é, alimentam-se de tudo o que serve de alimento ao homem.

Ciclo de vida: A vida média da ratazana é de 2 anos, do rato de telhado 1 ano e meio e o
camundongo vive cerca de 1 ano. A partir do 3º mês de vida já podem procriar, sendo que o
tempo de gestação é, em média, de 19 a 22 dias e o número de filhotes por cria é de 5 a 12, na
dependência da oferta de alimento e abrigo.

Agravos à saúde: Os ratos urbanos têm papel importante na transmissão de várias doenças
como a leptospirose, a peste bubônica, o tifo murino e salmoneloses, entre outras. São
freqüentes ainda os acidentes causados pela mordedura desses animais. No Brasil, até o
momento, as Hantaviroses estão associadas aos roedores silvestres.

Medidas preventivas: A infestação de ratos num local pode ser verificada através da observação
dos seguintes sinais:
 Fezes: sua presença é um dos melhores indicadores de infestação. As fezes podem levar à
identificação da espécie presente;
 Trilhas: sua aparência é de um caminho bem batido, com 5 a 8 cm de largura, sendo encontradas
geralmente nas proximidades de muros, junto às paredes, atrás de materiais empilhados, sob
tábuas e em áreas de gramados;
 Manchas de gordura: deixadas em locais fechados, por onde passam constantemente como, por
exemplo, nas paredes e vigas;
 Roeduras: os ratos roem (mas não ingerem) principalmente materiais como madeira, cabos de
fiação elétrica e embalagens de alimentos para gastar sua dentição e como forma de transpor
barreiras para alcançar os alimentos;
 Tocas: são encontradas junto ao solo, junto aos muros, entre plantas e normalmente indica
infestação por ratazanas;

A prevenção é possível através da adoção de um conjunto de medidas que chamamos de


antirratização:
 Acondicionamento correto do lixo: dentro de sacos plásticos, em latas com tampas
apropriadamente fechadas e limpas periodicamente, de preferência sobre estrado, para que não
fiquem diretamente em contato com o solo;
 Dispor o lixo na rua somente na hora que o coletor passa para recolher;
 Nunca jogar lixo a céu aberto ou em terrenos baldios;
 Acondicionamento correto dos alimentos: em recipientes bem fechados;
 Inspecionar periódica e cuidadosamente caixas de papelão, caixotes, atrás de armários, gavetas
e todo tipo de material que adentre ao ambiente e possa estar servindo de transporte ou abrigo
a camundongos;
 Vedar frestas ou vãos que possam servir de porta de entrada aos ratos para os ambientes
internos;
 Colocar telas (com menos de 1 cm de vão de diâmetro), grelhas, ralos do tipo "abre-fecha", sacos
de areia ou outros artifícios que impeçam a entrada desses animais através de ralos,
encanamentos ou outros orifícios;
 Evitar o acúmulo de entulho ou materiais inservíveis que possam constituir abrigo aos ratos;
 Manter terrenos baldios limpos e murados;
 Manter limpas as instalações de animais domésticos e não deixar a alimentação destes exposta
onde os ratos possam ter acesso, principalmente à noite;
 Vistoriar e manter limpos garagens e sótãos.

De importância fundamental é a parceria da comunidade do entorno, que deve ter informação


e compreensão adequada do problema para eliminação de hábitos e costumes que possam
contribuir para a proliferação dos ratos, tais como jogar lixo e entulho em córregos, praças,
terrenos baldios, bueiros, etc.

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