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LIDERANÇA,
GESTÃO E
TECNOLOGIAS
PARA A MELHORIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
PARCERIA
PUC-SP MICROSOFT
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LIDERANÇA,
GESTÃO E
TECNOLOGIAS
LIDERANÇA
GESTÃO E
TECNOLOGIAS
PARA A MELHORIA DA EDUCAÇÃO NO
BRASIL
COORDENAÇÃO:
PARCERIA:
PUC-SP MICROSOFT
LIDERANÇA, GESTÃO E TECNOLOGIAS
©COPYRIGHT 2006 PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO -
PUC-SP / MICROSOFT
É permitida a reprodução total ou parcial deste livro por qualquer meio ou sistema.
Coordenação geral
Ana Teresa Ralston
Fernando José de Almeida
Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida
Coordenação editorial
Mônica Gardelli Franco
Assessoria administrativa
Maria Cecilia Villarinhos
Projeto editorial, edição e redação
Fernando Rios
Preparação de textos e revisão
Sylmara Beletti e Dora Helena Feres
Projeto gráfico e capa
Fernando Rios e Filipe Rios
Editoração Eletrônica
Filipe Rios
Fotos
Capa: pregnolato & kusuki estúdio fotográfico
Aberturas de partes e capítulos: Ali Karakas; produção: Criax
Capas internas e dentro dos textos: acervo Microsoft
Agradecemos a participação dos gestores, professores e alunos dos seguintes estabelecimentos educacionais da cidade de São Paulo: EE
Zuleica de Barros, EE Padre Manoel da Nóbrega, EE Simão Mathias, EE Isaac Scharaiber, EE Osvaldo Aranha, EE Adolfo Gordo.
O conhecimento e o bem
precisam ser espalhados aos
quatro ventos e a todos. Eles
LIDERANÇA. GESTÃO E TECNOLOGIAS
não podem ficar confinados nas paredes ou nas bibliotecas das ins-
tituições, ou ainda no interior das casas ou das cidades; eles devem
ser acessíveis a todos, como uma tarefa de humanização.
Assim, a PUC-SP, a Microsoft e as 11 Secretarias de Estado da
Educação se reuniram para divulgar conhecimentos e produzi-los a
partir de um rico caldo de cultura que reúne saberes escolares, prá-
ticas e tecnologias de gestão rnais atualizadas e aplicáveis. Para isso.
revolvemos e tornamos disponíveis nossas rnais caras descobertas,
nossos rnais criativos especialistas, nossas rnais avançadas tecnolo-
gias para toda a rede pública das escolas brasileiras, na figura de
seus gestores. Seus números mostram nossa ousadia: 35 mil gesto-
res em dois anos de atividade!
Esse trabalho vem sendo desenhado há rnais de seis anos no inte-
rior de nossos cursos de formação de mestres e doutores da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP, especial-
mente do Programa de Pós-graduação em Educação: Currículo, e
significa a criação de uma metodologia de formação - em serviço,
número e eficácia - que pode vir a ser uma forma paradigmática
para concretizar políticas públicas de formação de educadores.
Currículos inovadores, participação democrática, análises e diagnós-
ticos, indicadores confiáveis, avaliação, inovações tecnológicas
superando fossos regionais de carências, tudo isso está disponível
como um desenho mágico, para que esta figura central da escola -
o gestor - equipe-se a fim de cumprir seu papel e sua tarefa.
A reunião em parcerias inusitadas, como a feita entre a PUC-SP, a
Microsoft e as Secretarias de Educação, com essa dimensão de
números e de resultados, é algo totalmente novo e promissor.
Cada vez rnais, a consciência social percebe que só o Estado não dá
conta de todas as suas tarefas numa sociedade tão massiva, caren-
te, exigente e merecedora de urgentes soluções. Por isso, a reunião
II. MULTIPLICAR O BEM E O CONHECIMENTO
III
ALAVANCA
PARA UM
SALTO DE
QUALIDADE
EDUARDO O C CHAVES
rogressiva
mente,nas duas
últimas décadas, as
organizações escolares
ganharam visibilidade em
decorrência da "crise"
mundial da escola e da
necessidade de se rever a qualidade
educativa,
em função das demandas contemporâneas. As reformas educacio-
nais, desencadeadas em quase todos os países, trouxeram novas
perspectivas curriculares e, no seu bojo, a necessidade de modelos
de gestão rnais participativos - e, conseqüentemente, rnais demo-
cráticos - que configurassem uma escola rnais autônoma em rela-
ção aos sistemas centralizadores.
Nesse contexto, parece emergir um novo paradigma organizacional
em que se alinham inovações de toda ordem, incluindo-se novas
relações institucionais em parcerias inusitadas, cooperação técnica e
absorção de voluntariado corporativo ou comunitário. Novas lingua-
gens, ferramentas e novos interlocutores que, nem sempre, foram
aceitos de imediato pelos educadores.
Apesar de lentas, algumas mudanças podem ser identificadas, entre
elas, o aumento de investimentos em políticas públicas de formação
de gestores educacionais. São esses novos gestores que poderão
criar um novo local de trabalho, onde venham a liderar mudanças e
a partilhar informações e poder, com o uso de novas tecnologias,
num modelo organizacional que promova a qualidade educativa.
Entretanto, a essa relevância, em termos de discussão e de influência,
não correspondem um repertório maciço e aprofundado de estudos
VI. ORGANIZAÇÃO ESCOLAR E GESTÃO EDUCACIONAL
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
XI
LIDERANÇA
COMO
PRESTAÇÃO DE
SERVIÇO
FERNANDO JOSÉ DE ALMEIDA
iderança é a capacidade de
servir com vistas ao bem-
comum. É o poder de servir e
ser reconhecido nesse serviço.
Este é um livro sobre a
liderança do gestor e sobre
LIDERANÇA. GESTÃO E TECNOLOGIAS
ANALFABETOS PORCENTAGEM
DA POPULAÇÃO
1920 17.555.000 11 400.000 64%
FASES DO PROGRAMA
FASE 1 MODALIDADE CARGA DURAÇÃO
HORÁRIA
Módulo I Presencial, no ITAC 16 horas 2 dias
em Campinas
Oficina Aprender em Presencial, nos 16 horas * 2 dias
Parceria 1 estados
Oficina Aprender em Presencial, nos 16 horas * 2 dias
Parceria 2 estados
Módulo II Distância, solução 24 horas 6 semanas
Microsoft
Módulo III Presencial, nos 16 horas 2 dias
estados
FASE II DO PROGRAMA
ESTRATÉGIAS DE DISSEMINAÇÃO
O humanismo e a tecnologia
0 humanismo foi um movimento que deixou marcas na história da
cultura ocidental, seja pelo avanço que possibilitou no momento his-
tórico em que apareceu, seja pela forma com que retorna de tempos
em tempos. Muitas vezes, há um apelo ao ideal humanista, equivoca-
do e superficial ou com alguns vieses liberais que distorcem seu signi-
ficado. Diversas são suas concepções, e aqui me referirei à rnais ele-
mentar delas, à sua célula básica advinda de uma frase de Protagoras
(V a.C): "O homem - o ser humano -é a medida de todas as coisas".
Inseriremos esta célula de pensamento humanista no contexto do libe-
ralismo que defende a democracia, a liberdade e a propriedade como
seus fundamentos. O que seria o humanismo neste modelo liberal?
Não é a tecnologia, a medida de todas as coisas. A medida é o ser
humano e é ele, também, que deve nortear os valores liberais na
sociedade em que vivemos. Se a sociedade ideologicamente é libe-
ral, como levar os valores à tecnologia para que o homem continue
como medida?
A primeira resposta - um pouco simplificada - é que podemos fazer
isso pela maximização humanista dos valores e práticas liberais,
levando-as todas às suas últimas conseqüências. Se a liberdade é um
valor, então, que todos a tenham! A liberdade não apenas como um
ato de posse determinado pela compra de coisas, nem meramente
a possibilidade teórica de ir e vir, de se expressar ou viver, e, sim, a
liberdade como espaço social de diálogo, auto-estima, identidade,
educação. Concretos. Inclusive no sentido do título do livro de Paulo
Freire - o direito à educação de qualidade como uma das formas
sociais da prática da liberdade.
Defendemos que a liberdade vá se desenvolvendo de um direito
para um fato. Não apenas que as pessoas possam, teoricamente, e
perante a lei, ser livres, como também que todos o sejam de fato.
XI. LIDERANÇA COMO PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
NOTA
(*) O debate e o aprofundamento sobre ética e competência são trabalha-
dos, com mais detalhes, nos livros: Ética e competência, de Terezinha
Azeredo Rios, Cortez , São Paulo, 1993; e Ética para meu filho, de Fernando
Savater, Martins Fontes, São Paulo, 1993.
udanças em educação
demandam não apenas a
formulação de políticas
públicas, como também
parcerias, recursos financeiros,
competências diversificadas,
intenções, objetivos e metas,
LIDERANÇA. GESTÃO F. TECNOLOGIAS
QUADRO 1
PROJETO GESTÃO ESCOLAR E TECNOLOGIAS
TURMAS E ALUNOS
2o SEM. 1o SEM. 2o SEM. 1o SEM.
2005 2006
NOTAS
'Para outras informações sobre o Prolnfo-SEED/MEC, consultar:
http://www.proinfo.mec.gov.br/.
2
NTE: Núcleo de Tecnologia Educacional, criado a partir da parceria entre o
Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo) da SEED, do MEC,
com as secretarias estaduais de educação. Os NTE são unidades descentra-
lizadas, nas quais atuam professores multiplicadores, encarregados de pre-
parar educadores para o uso pedagógico das TIC, assessorar as escolas nos
aspectos técnicos e pedagógicos envolvidos no uso das TIC e capacitar alu-
nos para auxiliar na manutenção de equipamentos e softwares.
XII. O PROJETO GESTÃO ESCOLAR E TECNOLOGIAS
3
Este Programa, concebido pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação
(Consed), desenvolve-se em diversos estados do país, que a ele aderiram, com
a finalidade de formar lideranças comprometidas com a democratização da
escola pública e o sucesso escolar de seus alunos. Para informações rnais
detalhadas, consultar: http://www.consed.org.br/.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
m todas as sociedades,
produtividade é sinônimo de
prosperidade. Mas a
revolução industrial trouxe
consigo novos valores, novos
conceitos e práticas de
LIDERANÇA. GESTÃO E
TECNOLOGIAS
As origens
Há dois grupos de questões que circundaram a elaboração da con-
cepção do curso. O primeiro grupo está relacionado à função e à
concepção do papel do gestor escolar; o segundo é focado no
desenvolvimento das habilidades tecnológicas mínimas, suficientes
para propiciar autonomia ao gestor no uso dos recursos disponíveis
na escola, a fim de facilitar e potencializar suas ações.
Assim, o curso emergiu destas problematizações:
• quem é este gestor, qual a sua formação e quais as habilidades
tecnológicas que ele já tem?
• quais as suas necessidades tanto de fundamentação quanto de
apropriação dos recursos existentes?
• em qual contexto ele atua?
• para qual realidade a escola onde ele atua se dirige?
• para quem e para que fazer gestão?
• como fazer uma gestão para a mudança?
Em função desses tópicos, considerou-se que o curso deveria:
• atender ao gestor de escola pública, procurando despertar-lhe o
desejo de que a sua instituição seja um espaço de transformação
e mudança;
• considerar a sua prática e realidade como elementos fundadores
das ações transformadoras;
• prepará-lo para enfrentar os desafios impostos pela sociedade
pós-moderna;
• favorecer a sua inclusão digital;
• contribuir para que ele seja um agente que atue com o objetivo
da melhoria da educação para sua comunidade;
• propiciar condições para que ele reflita sobre a contribuição da
tecnologia no processo de ensino-aprendizagem e, assim, propor-
cione condições, aos alunos e professores, para que ela seja incor-
porada à rotina pedagógica escolar.
Xlll. NOVOS TEMPOS. NOVAS FORMAS DE APRENDER. ENSINAR E FAZER GESTÃO
FIGURA 1
REFLEXÃO E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Esta tela tem por objetivo introduzir os alunos no grande foco do Programa: a
criação de uma rede dinâmica, por meio da utilização das TIC, para a reflexão e
solução dos problemas cotidianos.
XIII NOVOS TEMPOS NOVAS FORMAS DE A P R E N D E R E N S I N A R E FAZER GESTÃO
FIGURA 2
ESTIMULAR O DEBATE
Ao final do último módulo, com a institucionalização da rede dinâmica,
pretende-se que se ampliem as possibilidades de debates para aumentar as
trocas de reflexões e experiências.
LIDERANÇA. GESTÃO E TECNOLOGIAS
tá-lo para uma leitura da sua função como uma ação coletiva e con-
junta, exercida por todos que compõem o quadro administrativo da
escola, aliados à comunidade escolar e liderada por um articulador.
Assim, conforme apresentamos nas Figuras 3, 4 e 5, algumas ativi-
dades ou leituras propostas nos módulos propiciam ao gestor uma
reflexão pessoal, revelando um pouco rnais sobre o seu perfil, e uma
introdução à temática central do curso: um novo jeito de fazer ges-
tão de forma coletiva, democrática e compartilhada, potencializada
pelo uso das tecnologias.
LIDERANÇA, GESTAO E TECNOLOGIAS
FIGURA3
UM NOVO GESTOR PARA UMA NOVA ORGANIZAÇÃO Esta tela faz
referência aos profissionais que devem participar do curso. As diversas
instâncias envolvidas representam niveis diferentes de gestão da educação.
O objetivo de trazer os profissionais que atuam em setores diferentes da
gestão para o curso é para que se concretize um trabalho coletivo e
conjunto, tanto entre os profissionais da gestão dentro da escoia, quanto
dentro da Secretaria e, ainda, entre Secretaria e Escola. O envolvimento do
profissional de tecnologia não só é necessário para apoio e suporte
tecnológico, como também para que todos compreendam a nova
organização que se pretende criar.
FIGURA 4
RECONHECIMENTO MÚTUO
O objetivo desta atividade é permitir que o gestor reflita sobre sua trajetória escolar e
profissional. Por esse registro, é possível, ao professor e aos colegas da turma,
conhecerem-se um pouco rnais, fazerem considerações sobre suas concepções e
contribuírem com as produções uns dos outros. Algumas habilidades tecnológicas
começam a ser desenvolvidas nesta atividade.
LIDERANÇA. GESTÃO E TECNOLOGIAS
FIGURA 5
DIFICULDADES, AVANÇOS E REFLEXÕES
A atividade "Memorial Reflexivo" permite ao gestor pensar sobre as questões
com as quais ele trabalhou desde o início do curso. Ela se repete em três
o o o
módulos - no 1 , no 2 e no 4 . O objetivo é que, ao registrar suas dificuldades,
avanços e reflexões, o gestor possa observar as suas conquistas tecnológicas,
assim como as contribuições que o curso está oferecendo para sua formação e
atuação. Por meio dessa atividade, é possível observar o movimento de
mudança, tanto no que diz respeito à sua concepção original quanto à sua
atuação.
Quais os seus desafios, suas necessidades,
competências e habilidades?
Conhecer o perfil do gestor, assim como as concepções subjacen-
tes a essa função, contribui para a compreensão do público-alvo
do curso. No entanto, é preciso considerar vários aspectos envol-
vidos, como suas necessidades, desafios e competências. Para um
curso que se propõe discutir duas questões articuladas - gestão e
tecnologias - pensar nesses aspectos repercute também em
ambas as questões.
Durante todo o curso, pequenos desafios tecnológicos vão sendo
apresentados. A começar pela estrutura semipresencial, que exige o
acesso ao computador para realizar as atividades propostas. A maio-
ria delas deve ser desenvolvida em recursos como: editor de texto
(Word), software de apresentação (Power Point), editor de páginas
para a Internet (Front Page), planilhas eletrônicas (Excel) ou outros.
A idéia não é que o gestor faça um curso sobre tecnologia, mas que
a use para fazer o curso, e, assim, dela se aproprie ao mesmo tempo
que realiza ações relacionadas ao seu trabalho.
Para isso, apresentam-se informações básicas sobre tecnologia,
que, além da contribuição pessoal, permitem ao participante refletir
sobre esse recurso como um facilitador da sua ação como gestor.
As Figuras 6, 7 e 8 propõem pequenos "exercícios" que pos-
sibilitam a sua familiarização com os recursos do ambiente -bate-
papo, portfólio, agenda, fórum, e-professor e correio - e com os
recursos tecnológicos, necessários à realização das atividades
(Word, Power Point, Front Page, Excel), assim como uma reflexão
sobre a relação entre tecnologia e educação.
LIDERANÇA. GESTÃO E TECNOLOGIAS
FIGURA 6
EXCLUSÃO DIGITAL E ACESSO À INFORMAÇÃO PELA INTERNET Esta tela
apresenta, ao gestor, a discussão sobre o grande desafio da sociedade atual - a
exclusão digital - e o introduz em uma temática de grande relevância para a
educação: o acesso à informação pela Internet. Nesse momento, ele se depara
com questões que impactam diretamente o papel social da escola e o seu
compromisso como educador.
FIGURA 7
CONEXÃO À REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES
Esta atividade propõe, como exercício, a conexão à rede mundial de computadores
por meio da criação de e-mail. O e-mail, pessoal e intransferível, é imprescindível
para a participação no curso. É por intermédio dele e de uma senha pessoal que o
participante tem acesso a todo o conteúdo, atividades e ferramentas. Embora, para
ter acesso a essa tela do curso, o gestor já tenha tido que cadastrar seu e-mail, é
importante que ele conheça quais os procedimentos para a sua criação, pois
poderá auxiliar as outras pessoas da sua comunidade escolar a adquirirem
endereço eletrônico próprio.
LIDERANÇA. GESTÃO E TECNOLOGIAS
FIGURA 8
ACESSAR CONTEÚDOS. CONHECER SITES E EXPERIÊNCIAS BEM-SUCEDIDAS
Fazer uma pesquisa na Internet possibilita inúmeras reflexões aos gestores. Do
ponto de vista pedagógico, ele identifica as possíveis contribuições trazidas às
aulas por este recurso, caso seja usado adequadamente. Com relação à prática
de gestão, ele pode verificar a facilidade em acessar conteúdos, como os Diários
Oficiais, consultar sites de outras escolas, encontrar experiências bem-
sucedidas e divulgar as suas experiências.
Do ponto de vista da gestão escolar, os desafios se apresentam dia-
riamente, minuto a minuto. Muitas são as decisões a tomar, as res-
ponsabilidades sobre o uso de verbas, a disciplina dos alunos, a ges-
tão do corpo docente, dos funcionários, do uso do espaço e dos
recursos escolares. Embora ciente da necessidade do acesso às tec-
nologias, muitas vezes o gestor sente dificuldade em definir o uso
rnais adequado dos recursos.
Como mostram as Figuras de 9 a 20, alguns desses desafios, extraí-
dos de experiências reais, são ilustrados nos conteúdos das telas dos
seis cenários apresentados no Módulo 2 do curso. O intuito é pro-
piciar uma reflexão sobre as estratégias possíveis para enfrentá-los.
Também se pretende mostrar experiências concretas, das quais
emergem aspectos provocadores para a conscientização de que,
com liderança, flexibilidade e criatividade, o gestor pode encontrar,
com sua equipe, caminhos que minimizem as dificuldades.
As situações apresentadas são fundamentadas por textos que
ampliam o entendimento sobre a gestão escolar, por meio de exem-
plos das contribuições que as tecnologias podem trazer para a ativi-
dade: organizar prontuários; registrar o histórico escolar de todos os
alunos; informatizar o conselho de classe; disponibilizar as informa-
ções sobre horários, reuniões, convocações, planejamentos, calen-
dários, cronogramas etc. por meio de um sistema de comunicação
digital, o qual pais, professores e comunidade possam acessar pela
Internet; entre outros.
As questões são debatidas entre os participantes nos fóruns de dis-
cussão, abertos no ambiente. É um momento rico de entendimento
e colaboração, em que são levantadas inúmeras possibilidades de
uso das TIC na organização e administração, no processo de ensino
e aprendizagem, na avaliação e no processo comunicativo da esco-
la, na formação dos profissionais da escola e da comunidade e tam-
bém no uso e valorização do patrimônio tecnológico.
LIDERANÇA. GESTÃO E TECNOLOGIAS
FIGURA 9
DESAFIOS, ESTRATÉGIAS E ENCAMINHAMENTOS
A série de telas de 9 a 13 descreve uma situação comum nas escolas públicas:
com a chegada dos computadores, o gestor sente dificuldade em definir o seu
uso. Para cada desafio ilustrado nos cenários, são apresentados estratégias e
encaminhamentos que reforçam a concepção de gestão participativa e
democrática, marcada pela liderança do gestor em iniciar um projeto de inclusão
digital de seus professores, possibilitando a criação de uma rêde de
comunicação.
XIII. NOVOS TEMPOS. NOVAS FORMAS DE APRENDER, ENSINAR E FAZER GESTÃO
FIGURA 10
LIDERANÇA. GESTÃO E TECNOLOGIAS
FIGURA 11
FIGURA 12
LIDERANÇA. GESTÃO E TECNOLOGIAS
FIGURA 13
XIII. NOVOS TEMPOS. NOVAS FORMAS DE APRENDER, ENSINAR E FAZER GESTÃO
FIGURA 14
CONTRIBUIÇÃO TEÓRICA
Além da descrição de exemplos característicos da rotina escolar, são apresentados textos de
apoio que trazem uma contribuição teórica importante à reflexão e à proposição de uma nova
prática. Para facilitar a consulta, estes textos estão disponibilizados nas telas do curso ou na
biblioteca do ambiente.
LIDERANÇA. GESTÃO E TECNOLOGIAS
FIGURA 15
REVISÃO CRÍTICA DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO As telas de 15 a
19 registram que os desafios encontrados pelos gestores das escolas públicas
são muito semelhantes. Alguns exemplos de sucesso contribuem para que os
gestores olhem para sua própria prática, o seu modo de fazer gestão e revejam
suas formas de relação com a comunidade, com os professores e com os
alunos. Nesse momento, a equipe pensa conjuntamente, as lideranças se
destacam e se complementam com um único objetivo: fazer da sua instituição
uma escola melhor para seus alunos, professores e comunidade. A saida para as
dificuldades é construida no coletivo, o que a torna rnais legítima e pertencente à
escola.
143
FIGURA 16
LIDERANÇA. GESTÃO E TECNOLOGIAS
FIGURA 17
FIGURA 18
LIDERANÇA. GESTÃO E TECNOLOGIAS
FIGURA 19
FIGURA 20
EMERGE UMA REDE DE COLABORAÇÃO
Esta atividade é proposta no fórum para que os participantes discutam a realidade
de sua escola, a partir das reflexões que emergem dos cenários e dos textos que
os fundamentam. Neste espaço, as descobertas são reveladas e as dúvidas,
apresentadas. Muitos questionamentos a respeito das dificuldades reais
encontradas no dia-a-dia da escola também são feitos e o próprio grupo traz
sugestões, possibilitando que uma rede de colaboração comece a ganhar seu
próprio contorno.
LIDERANÇA. GESTÃO E TECNOLOGIAS
FIGURA 24
REGISTRO DE ETAPAS E AVALIAÇÃO DO PROCESSO
Algumas atividades contribuem para que a equipe gestora, os demais grupos e o
formador possam acompanhar o desenvolvimento da ação durante a etapa a
distância. É um instrumento que permite que as etapas sejam registradas e que
haja uma avaliação continua do processo. Assim, ao retomá-lo, a equipe pode
reorientar suas ações futuras.
LIDERANÇA. GESTÃO E TECNOLOGIAS
FIGURA 25
A IMPORTÂNCIA DE COMPARTILHAR PROCEDIMENTOS
Ao socializar sua experiência, o gestor expõe práticas que podem auxiliar os
outros. Ao relatá-la, ele está compartilhando procedimentos que podem ser
úteis em outras instituições ou trazer novas idéias sobre a questão.
XIII. NOVOS TEMPOS. NOVAS FORMAS DE APRENDER. ENSINAR E FAZER GESTÃO
FIGURA 26
GESTÃO COMUNITÁRIA Este cenário apresenta a escola como o centro
articulador das transformações ao seu redor. Isso acontece como decorrência do
seu envolvimento com a comunidade, por meio de uma gestão democrática e
participativa.
Ser um centro de transformação social na comunidade e romper com
o modelo tradicional, no qual os papéis e as responsabilidades estão
pré-definidos, são alguns dos desafios para o gestor. Com criativida-
de, colaboração e determinação é possível a transformação desejada.
Para que as mudanças sejam efetivas, é necessário que a escola seja
compreendida como um organismo vivo, em que todos os seus inte-
grantes estejam comprometidos e tenham participação ativa na
busca dos objetivos. Deve-se aproximar campos antes distantes: o
administrativo e o pedagógico, conforme mostra a Figura 27.
A escola é uma instituição educativa, portanto, sua administração
deve se concentrar em fazer com que ela funcione melhor, para que
seus professores e funcionários trabalhem melhor e seus alunos
aprendam rnais. A gestão democrática favorece o compartilhar da
tomada de decisões. A abertura da escola, e dos seus benefícios,
para a comunidade é sua forma de combater a exclusão social.
As TIC podem ser instrumentos que contribuam para que essa ges-
tão seja rnais ágil, rnais dinâmica, rnais acessível a todos, e que uma
política para a mudança possa ser de fato concretizada.
LIDERANÇA. GESTÃO E TECNOLOGIAS
FIGURA 27
VISÃO GLOBAL DE PROBLEMAS E SOLUÇÕES
O trabalho colaborativo é o centro da formação da equipe gestora. A maioria das atividades
propostas prevê a organização da equipe para definir as diretrizes para a melhoria da
escola. Uma das melhores contribuições, citadas pelos participantes do curso, é a de que,
antes dessa experiência, os setores da escola eram compartimentalizados e, a partir dela, a
interação entre a equipe gestora possibilitou uma visão rnais global dos problemas e das
soluções encontradas.
Porém, criatividade, colaboração, objetivos claros e definidos e boa
vontade não são suficientes para que a mudança ocorra de fato. É
necessário planejamento: definição de metas, recursos, papéis e res-
ponsabilidades, busca de parcerias, determinação de prazos, distri-
buição das tarefas. A elaboração de um projeto para a mudança,
incorporando as tecnologias, é fundamental.
Considerando todos os fundamentos já apresentados, este projeto
deve ser uma ação pensada coletivamente, com a participação de
todos os interessados e beneficiados. A equipe gestora não pode
fazê-lo sem um amplo processo participativo. É importante ouvir a
comunidade do entorno, os alunos e os professores para, juntos,
diagnosticarem as reais necessidades, as possíveis soluções dos seus
problemas e as perspectivas de crescimento e mudança.
As Figuras 28 e 29 ilustram o trabalho a ser realizado.
FIGURA 28
CONSTRUÇÃO DE UM PROJETO COLETIVO
Pelas caracteristicas do curso Gestão Escolar e Tecnologias, a construção de
um projeto coletivo é facilitada, pois todos já estão envolvidos nas atividades
propostas. O projeto é planejado para ser implementado na escola, ainda que
após o término do curso.
FIGURA 29
INOVAR O FUTURO DA ESCOLA
A elaboração de um projeto deve conter determinadas informações que vão
nortear as futuras ações. Essa atividade propõe à equipe gestora que se
organize e, baseada nas informações obtidas durante o curso, elabore um
projeto considerando todas as etapas necessárias ao seu desenvolvimento.
Nesse momento, a equipe prepara-se para inovar o futuro da escola, integrando
as tecnologias no seu cotidiano, promovendo uma maior interação entre os
diversos atores da escola e possibilitando um salto de qualidade nas ações
pedagógicas e administrativas. É a melhoria da escola sendo pensada de modo
participativo e coletivo.
LIDERANÇA. GESTÃO E TECNOLOGIAS
Considerações
A partir das considerações apresentadas neste texto, podemos afir-
mar que a gestão escolar deve ser uma ação construída coletiva-
mente e compartilhada entre todos os atores envolvidos - alunos,
docentes, comunidade e especialistas. Ela resulta da reflexão sobre
a realidade da instituição, seus anseios, desejos e expectativas. O
gestor representa a liderança e deve ser capaz de buscar, nas reais
necessidades da escola, subsídios para entendê-la e atendê-la na
superação dos desafios e dificuldades.
As tecnologias podem ser instrumentos que facilitem este processo.
Reuniões de planejamento e conselho de classe; controle do patri-
mônio; diagnóstico das atividades realizadas na escola; análise de
sistemas nacionais ou estaduais de educação; divulgação das infor-
mações internas e externas da escola (por meio de uma home
page); formação de professores; inclusão digital de alunos, profes-
sores e comunidade; e registro, planejamento e avaliação das ações
são alguns exemplos, apontados pelos próprios participantes, da
contribuição desses recursos para a gestão escolar.
Espera-se do gestor da educação pública, mais do que de outra insti-
tuição, o compromisso social de fazer de sua escola um espaço de
transformação, para criar uma sociedade rnais justa, mais humana e
inclusiva, que promova a liberdade, a autonomia e a melhoria da rea-
lidade. Este deve ser o objetivo, não só no interior da escola, como
também nas diversas instâncias da administração da educação pública.
Por meio das reflexões apresentadas neste curso, conclui-se que
essa ação será tanto rnais possível, quanto rnais próxima estiver da
realidade de sua comunidade, quanto rnais for compartilhada, pen-
sada e executada coletivamente.
Uma liderança compartilhada se fortalece à medida que compactua
com os desejos, responsabilidades e esperanças de todos os atores
da escola. Quando se partilham dificuldades, desejos, ações e res-
ponsabilidades, as soluções são rnais criativas, duradouras e inova-
doras. Quando as tecnologias potencializam essas ações, as trans-
formações se tornam rnais alcançáveis e eficazes.
M
udanças em educação demandam formulação de políticas públicas, par-
cerias, recursos financeiros, competências diversificadas, intenções, objeti-
vos e metas, acordados em projetos inovadores, com o objetivo de melho-
rar a escola e fortalecer as ações prospectivas de formação de educadores.
Assim, é imprescindível considerar as contribuições das Tecnologias de Informação e
Comunicação - TIC à educação, bem como a preparação de educadores para incorporá-
las ao seu fazer profissional, de modo que os artefatos tecnológicos possam agregar valor
às atividades escolares.
As escolas públicas têm abrigado, dos anos 1980 até agora, enormes massas de alunos,
de todas as classes sociais. Isso é bem diferente do que acontecia até a década de 1970.
A classe média saiu da escola pública. Nela, hoje, as classes populares têm assento em
turmas superpovoadas e em turnos menores, exigindo-se, para essa escola, em poucos
anos, um contingente de professores muito maior do que os que saiam diplomados
pelas licenciaturas...
Essa nova demanda educacional exige um novo gestor que, por viver num país que, num
curto período de 20 anos, colocou todas as crianças, de todas as classes sociais, na esco-
la, tem agora um enorme desafio: reconstruir uma escola de melhor qualidade de apren-
dizagem e que estimule a consciência Socioambiental e a cidadania.
Este livro pretende ser uma contribuição para se enfrentar e vencer esse desafio.
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