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17/03/2019

UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES


CAMPUS DE SANTO ANGELO
CURSO DE FARMÁCIA
TECNOLOGIA FARMACÊUTICA

Propriedades Tecnológicas – Caracterização Tecnológica

Pré Formulação
Morfologia
Parte 4
Granulometria (tamanho de partícula)
Densidades de partícuas
Empacotamento particular
Compactabilidade/Compressibilidade
Prof. Ms. Romeu Nedel Hilgert Umidade
2019/I

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1. Caracterização em termos de partícula


Forma de partícula

A. Análise morfológica:

1. Microscopia óptica (MO);

2. Microscopia eletrônica de varredura (MEV).

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1. Caracterização em termos de partícula 1. Caracterização em termos de partícula


A. Morfologia A. Morfologia
1. Microscopia óptica (MO): 2. Microscopia eletrônica de varredura (MEV):
 Formato e tamanho;  Análise da superfície de partículas e cristais micro
e nanométricos;
 Dimensões na ordem de µm.
 Dimensões na ordem de nm.

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1. Caracterização em termos de partícula 1. Caracterização em termos de partícula


A. Morfologia
A. Morfologia
Microscopia Óptica X Microscopia Eletrônica de Varredura
Microscopia Óptica X Microscopia Eletrônica de Varredura

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1. Caracterização em termos de partícula 1. Caracterização em termos de partícula

B. Granulometria:
B. Granulometria:
1. Tamisação
Faixas granulométricas – tamisação (F. Bras. IV): Partículas > 75 µm.

1. Tamisação;
2. Microscopia óptica;
3. Difração de laser.

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1. Caracterização em termos de partícula 1. Caracterização em termos de partícula

B. Granulometria: B. Granulometria:
1. Tamisação Histograma de distribuição granulométrica 2. Microscopia óptica
FERET: diâmetro correspondente à maior distância
Intervalo de Diâmetro Freqüência Percentual % Cumulativo % Cumulativo contínua da partícula (linhas paralelas ao
Probitos
Diâmetro (µm) Médio (µm) (g) (g%) Passagem Retenção
perímetro projetado);
Martin Martin
SOMATÓRIO: MARTIN: diâmetro da partícula a meia altura
(dividir partícula em 2 partes iguais e definir).

Probitos é uma conversão estatística dos valores da Feret


Feret
*valores dependentes da orientação e forma da
freqüência cumulativa percentual que permite a partícula.
retificação da curva sigmóide e a análise dos resultados
a partir de regressões lineares;
frequência (%)

Estabelecer classes e contar número de partículas por classe


A partir da equação da reta, calcular o diâmetro
médio (50% ou probito 5) e a média aritmética Classe média nº partículas % de partículas Acumulado
(d50% - d16% = d84% - d50%) ou a média
tamanho de partícula (micrometros) geométrica (d50% / d16% = d84% / d16%)
0–5 2,5 48 6,5 6,5
6 – 10 7,5 80 12 18,5

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1. Caracterização em termos de partícula 1. Caracterização em termos de partícula

B. Granulometria: B. Granulometria:
2. Microscopia óptica 3. Difração de laser
 Análise de dados:  Partículas de 1 mm a 1 nm;
 Partículas suspensas em líquido ou ar;
 Meio líquido – não solvente com uso de agitação e ultrassom;
Histograma por classe ⇒ % de partículas
 Requer equipamentos específicos para o tamanho de partícula a ser
analisado:
Diâmetro médio
 1 mm – 1 µm (Difração de Fraunhofer)
 1 µm – 1 nm (Espectroscopia de correlação fotônica – PMB - dh).
Acumulado em Linha ⇒ % de partículas

logDiâmetro médio

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1. Caracterização em termos de partícula 1. Caracterização em termos de partícula

B. Granulometria: B. Granulometria:
3. Difração de laser: 3. Difração de laser: Equipamento: Difratômetro de laser
Funcionamento:
 Feixe de laser (He/Ne) atinge a amostra de partículas – não deve estar
agregada – provocando a difração;

 Luz dispersa é focalizada, por meio de lentes, diretamente para o


fotodetector;

 Fotodetector transforma o sinal em termos de diâmetro de área ou


volume equivalente;

 Em líquido – dispersa com agitação e ultra-som;

 À seco – rotor dispersa o pó sob aspiração – análise rápida e pode ter


erros.

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1. Caracterização em termos de partícula Distribuição do tamanho de Partícula


B. Granulometria:
 Propriedades F-Q: textura, estabilidade, fluxo, empacotamento,
3. Difração de laser: Análise de dados: propriedades interfaciais, agregação.
 Propriedades biofarmacêuticas: solubilidade, velocidade de dissolução,
biodisponibilidade.

Tamanho de
Exemplo
partícula (µm)
0,5 – 10 Suspensões, emulsões finas
Emulsões grosseiras, partículas de
10 – 50
suspensões floculadas
50 – 100 Pós finos
150 – 1.000 Pós grosseiros
1.000 – 3.360 Tamanho ‘granular

d(0,1) – diâmetro referente ao percentil 10% d ( 0 ,9 ) − d ( 0 ,1 ) µm = 10-6m Soluções = dispersão molecular


d(0,5) – média aritmética da distribuição (P50%) SPAN =
d(0,9) - diâmetro referente ao percentil 90%
d ( 0 ,5 ) 17 18

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Tamanho de partícula – Distribuição


Tamanho de partícula - Dimensões
Comparar as características de dois ou mais pós
Esfera  diâmetro facilmente expresso
Histograma: Intervalos de partículas de tamanhos diferentes
Partículas assimétricas  diâmetro da esfera equivalente
(superfície, diâmetro ou volume)

ds = diâmetro superficial: diâmetro de uma esfera que tem a mesma área


superficial da partícula. Métodos de adsorção.

dv = diâmetro volumétrico: diâmetro de uma esfera que tem o mesmo volume da


partícula. Contadores Coulter.
Distribuição simétrica  curva normal
dp = diâmetro projetado: diâmetro de uma esfera que tem a mesma área Distribuição assimétrica  curva log normal
observada que a partícula vista pelo seu plano mais estável. Microscopia. Distribuição bimodal

dst = diâmetro de Stokes: diâmetro de uma esfera que tem a mesma velocidade de Comparações mediante tratamento estatístico = numero elevado de
sedimentação que a partícula. Pipeta de Andreassen. dados experimentais
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Tamanho de partícula
Tamanho de partícula
 Emulsões, suspensões ou pós;
Microscopia
Tipo de diâmetro  método de determinação  Nônio graduado
Optica
 Contagem de mínimo 500 partículas
 Visualização da partícula e distinção de aglomerados
Na prática: coleção de partículas  polidispersão
 Método demorado
Amostragem – Ponto Crítico!
Conhecer os diâmetros e a fração em MO: Preparação da lâmina  evitar a análise de aglomerados (subjetivo)
Diâmetro Médio
peso ou número de cada diâmetro MEV: fixar amostra em suporte de aluminio e metalizar com filme de ouro.
MET: fixadas em resina, seccionadas com micrótomo, colocadas em grade metálica
e revestidas com liga metálica.
Métodos de determinação e análise do tamanho de partícula:
1. Microscopia
2. Tamisação
3. Sedimentação
4. Volume
5. Dispersão da luz

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Tamanho de partícula Tamanho de partícula


Microscopia – escolha de um padrão de medida
Microscopia – escolha de um padrão de medida

Diâmetro de Martin  é o comprimento do segmento de uma reta imaginária


que divide a partícula em duas partes;

Diâmetro da Area Projetada  diâmetro de uma esfera cuja área é igual a da


partícula;

Diâmetro de Feret  Distância entre dois planos paralelos que tangenciam a


partícula em uma distância fixada arbitrariamente.

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Tamanho de partícula Série de Tamises calibrados:


Tamanho de partícula
Tamisação • Tamises = malhas com aberturas padronizadas. Classificação das partículas em função do tamanho
• Coluna de 6-8 tamises com malhas de tamanho Tamisação
Técnica simples e rápida, Segundo Farm. Bras. IV ed.
crescente (mais fino em baixo).
exige grande quantidade de • Progressão de abertura baseado em um fator
amostra prédeterminado (2√2 ou √2). Pó Grosso
Todas as partículas atravessam 1,77 mm e no máximo,
• Emgrego do peso para estimar o tamanho (massa 40% pelo tamis de 250 µm.
retida no tamis).
Pó moderadamente Todas as partículas passam pelo tamis 710 µm e, no
• O pó é colocado no topo da coluna e o conjunto é
grosso máximo, 40% pelo tamis 250 µm.
submetido à vibração mecânica por tempo
determinado em estudo prévio. Todas as partículas passam pelo tamis 355 µm e, no
• Determinação do tempo: (menos de 0,2% da amostra Pó semi-fino
máximo 40% pelo tamis de 180 µm.
passe o tamis em intervalos de 5’).
Pó fino Todas as partículas passam pelo tamis 180 µm.
Pó finíssimo Todas as partículas passam pelo tamis 120 µm.

45
5
25 26

Tamanho de partícula Tamanho de partícula


Sedimentação Volume - Contador Coulter
Passagem da partícula suspensa em líquido condutor
Relaciona a velocidade de queda da partícula com seu tamanho.
através de um orifício com eletrodos em ambos os
lados.
Tendência das partículas suspensas em depositarem-se no fundo do recipiente por ação
da gravidade – Lei de Stokes
O pó é disperso em uma solução de eletrólitos de
modo a obter uma suspensão muito diluída.
Diâmetro de Stokes
Diâmetro de uma partícula medido durante a sedimentação, a Quando uma partícula ocupa o espaço do orifício é
velocidade constante, em condição de fluxo laminar. gerado um pulso de voltagem proporcional ao volume
da partícula.
Pipeta de Andreasen
Alíquotas são colocadas em uma proveta e mede-se o tempo Vantagens: Desvantagens:
de sedimentação em função da altura 4.000 part/segundo Custo elevado
Diferenciar aglomerados

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Tamanho de partícula Tamanho de partícula Dispersão da luz


Dispersão da luz

Interação da partícula com a luz laser

Partículas suspensas no ar ou líquido imiscível.


Espalhamento – difração de raio laser.
Ângulo de difração é proporcional ao tamanho da partícula.

Uso de equipamentos automatizados

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Tamanho de partícula, forma e área superficial:


Área Superficial:

• Método de adsorção  quantidade de um gás (N2 ou He) ou líquido é Qual o método ideal? Como escolher?
adsorvido sobre uma amostra de pó, formando uma monocamada.
Propriedades das partículas do pó.
Tipo de informação que se procura da distribuição
Respeitar o tamanho de partícula de cada método
Custo e tempo
BET (Brunauer, Emmet, Teller – 1938)
Determinar a distribuição do tamanho de partículas de um pó em um
ambiente que se assemelhe, ao máximo, às condições nas quais o pó será
processado ou manipulado

• Método de permeabilidade de gases  resistência ao fluxo de um fluido Ex.: produção de comprimidos por compressão direta
através do leito de pós. Tamisação a seco e Microscopia

Quanto maior a área superficial, maior a


resistência e menor a permeabilidade.

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1. Caracterização em termos de partícula 1. Caracterização em termos de partícula

C. Umidade: C. Umidade:

Métodos de avaliação da umidade presente nas partículas: 1. Gravimétrico:


 Estufa ou balança de infravermelho;
1. Gravimetria;  Manter aquecido o pó até massa constante.
2. Titulometria.  Perda por dessecação (PPD)

2. Titulométrico:
• Requer pequena quantidade de amostra;
• Equipamento específico e reagente comprado pronto – Karl-Fisher;
• Quantifica também a água de hidratação.

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2. Caracterização em termos de propriedades físicas dos pós


2. Caracterização em termos de A. Área superficial e porosidade:
propriedades físicas dos pós
 Importância: a dissolução de um sólido é dependente da área superficial
e da quantidade e tamanho de poros.
Análises que necessitam de maior volume de amostra;
 Área superficial: adsorção de gás na amostra (nitrogênio) – quanto maior a
superfície específica, maior a adsorção.
Parâmetros avaliados:
 Porosidade: dessorção do gás ou porosímetro de mercúrio
A. Área superficial e Porosidade;
B. Densidades: real e aparente;
C. Fluidez.

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2. Caracterização em termos de propriedades físicas dos pós


2. Caracterização em termos de propriedades físicas dos pós
B1. Densidade real:
B2. Densidade aparente: m
d=
 Densidade do material excluindo-se área entre partículas e poros; v
 Picnômetro de hélio. Densidade bruta ou aerada (db)
• Massa constante – em proveta;
• Volume constante – encher recipiente de volume e massa
conhecidos.

Densidade de compactação (dc)


• Encher a proveta e usar “Tap density” para compactar;
• Encher aos poucos um recipiente de volume constante com
batidas freqüentes.

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2. Caracterização em termos de propriedades físicas dos pós 2. Caracterização em termos de propriedades físicas dos pós

B2. Densidade aparente: C. Fluidez (fluxibilidade):


Equipamento: Tap density (volúmetro de compactação)
 É a capacidade de um sólido fluir (escoar) em um determinado
equipamento ou processo;
 É afetada por propriedades físicas dos pós como granulometria,
morfologia, superfície e umidade e pelas características do
equipamento onde o pó deve fluir;
 As propriedades de fluxo têm grande impacto desde a mistura,
transporte do pó, enchimento de cápsulas e compressão de
comprimidos.

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2. Caracterização em termos de propriedades físicas dos pós 2. Caracterização em termos de propriedades físicas dos pós

C. Fluidez (fluxibilidade): C. Fluidez (fluxibilidade):


Características de um pó com bom fluxo: Tipos de escoamento:
Ex.: Fluxibilidade de pós em bins.
 Área superficial baixa;
 Esféricas e com superfície lisa;
 Não higroscópicas;
 Alta densidade;
 Grandes (partículas < 50 µm – fluxo deficiente).

Fluxo em massa Fluxo em funil Arco “rat-hole” Segregação

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2. Caracterização em termos de propriedades físicas dos pós 2. Caracterização em termos de propriedades físicas dos pós

C. Fluidez (fluxibilidade): C. Fluidez (fluxibilidade):


Tipos de escoamento: Avaliação do empacotamento particular:
Fricção nas paredes. Índice de compressibilidade (IC) - Índice de Carr:

É causada pela fricção das partículas escoando.


É medida em “shear cell” (células de cisalhamento).
 dc − db  dc = densidade de compactação
IC =   ⋅100 db = densidade bruta
 dc 

IC Fluxo
5-12 Excelente
12-18 Bom
18-21 Aceitável
21-35 Deficiente
35-38 Muito deficiente
43 > 40 Péssimo 44

2. Caracterização em termos de propriedades físicas dos pós 2. Caracterização em termos de propriedades físicas dos pós

C. Fluidez (fluxibilidade): C. Fluidez (fluxibilidade):


Avaliação do empacotamento particular: Determinação da fluidez:
Fator de Hausner (FH): Ângulo de repouso:

Está relacionado com o coeficiente de fricção interparticular e depende do tamanho e


forma das partículas.
 Medida importante que leva em consideração:
Quanto maior o FH menor é a fluidez.  Fricção entre partículas;
 Densidade;
 Tamanho e formato.
FH = dc  O ângulo diminui com o aumento
dc = densidade de compactação
db do fluxo;
db = densidade bruta
 Ângulos < 25 º - bom fluxo;
 Ângulos > 40 º - fluxo deficiente.

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2. Caracterização em termos de propriedades físicas dos pós


Compactabilidade/Compressibilidade:
C. Fluidez (fluxibilidade):
Fármaco puro e/ou combinado com excipientes

FLUXO LIVRE Compactabilidade  habilidade de um leito de pó em formar um comprimido;


Compressibilidade  habilidade de um leito de pó de decrescer o seu volume sob
 Mistura pelo movimento das partículas; pressão
 Armazenamento e transporte – segregação.

Testes compressionais
Tempo de mistura
COESIVAS Força de compressão  curva força vs tempo
Avaliação da dureza (resistência ao esmagamento)
 Dificilmente ocorre segregação.
 Maior dificuldade em obter mistura homogênea. Propriedades Compressionais:
- Material plástico – ideal para comprimidos
A fluidez pode ser alterada por mistura de pós ou através da modificação do - Material elástico – laminação em comprimidos
equipamento. - Material fragmentativo – friabilidade em comprimidos
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