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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___Vara Criminal da Comarca

de Presidente Prudente-SP.

Jose Cachaça, brasileiro, devidamente


qualificado nos autos, respeitosamente vem à presença de Vossa Excelência,
por intermédio de sua advogada, apresentar Resposta, nos termos do Art. 396-
A do Código de Processo Penal, pelos fundamentos de fato e de direito abaixo
expostos:

Dos Fatos:

O acusado dirigia seu veículo nas ruas de


Presidente Prudente, quando foi abordado pelo Policial Militar. O tenente
responsável pela operação solicitou que o acusado descesse do veículo e
submetesse ao teste do bafômetro.
O acusado recusou-se argumentando que
não poderia ser obrigado a fazer algo e nem a produzir provas contra si
mesmo.
Com isso, o Policial reteve o condutor e o
conduziu até a Delegacia de Plantão para posteriores investigações, inclusive
exame clínico.
Após algumas horas o médico chegou a
delegacia e com fundamento no exame clínico, afirmou que o acusado estaria
possivelmente embriagado “ estando com concentração de álcool por litro de
sangue igual ou superior a 6 decigramas”.
Diante de tal prova pericial o Delegado de
Polícia lavrou em flagrante pelo cometimento do delito previsto no art. 306 do
Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 11.705/08), que tipifica o crime de
embriaguez ao volante.
No dia seguinte o respectivo preso provisório
consegue sua liberdade provisória e aguarda o processo em liberdade.
O Delegado ao concluir o relatório
encaminhou ao Ministério Público, que ao oferecer a aço penal indica que o
acusado teria exposto a sociedade a dano potencial.

Do Direito:

O artigo 396-A do Código de Processo Penal


relata que:
Na resposta, o acusado poderá argüir preliminar e alegar tudo
o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e
justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar
testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação,
quando necessário.

Diante do que acima foi exposto, pode-se


concluir que o acusado tem direitos de apresentar defesa em relação às
acusações imputadas a sua pessoa.
O fato acima relatado nos leva a concluir de
forma clara que o “exame clínico” não pode ser apresentado como meio de
prova para acusar ninguém, porque a lei deixa de forma explícita que é
necessário um exame contendo sangue do indivíduo.
Segundo entendimento jurisprudencial do
Superior Tribunal de Justiça:

PENAL. HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DA AÇÃO


PENAL. CONDUÇÃO SOB A
INFLUÊNCIA DE ÁLCOOL (ART. 306, CBT). PROVA
MATERIAL.
PRESCINDIBILIDADE DE TESTE OU EXAME
PERICIAL. ART. 158 DO CPP.
DISCUSSÃO SOBRE A NATUREZA DA INFRAÇÃO.
EXAME DE PROVA.
IMPOSSIBILIDADE. INDEPENDÊNCIAS DAS
INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVA E
PENAL. (RHC 13215 / SC)
A matéria julgada acima nos mostra que
o exame de sangue é extremamente necessário nos casos de abordagem a fim
de se realizar o teste do bafômetro.
Segundo Habeas Corpus julgado no Tribunal
de Justiça de São Paulo temos:
HABEAS CORPUS - Teste do bafômetro -
Competência do DETRAN e CIRETRAN para
impor sanções e medidas administrativas
em casos de infrações disciplinares de
trânsito - Inexiste prova ou indício de
coação ou ameaça de condução à
dependência policial para fornecer amostra
de sangue ou para verificação clínica - Não
basta, para a concessão da ordem, o mero
temor de futura e incerta abordagem por
agentes da autoridade de trânsito e de
futura e incerta exigência de submissão aos
exames referidos - A apreensão de
documento de habilitação para dirigir e a
retenção de veículo não podem ser
discutidos em habeas corpus - Processo
extinto sem julgamento de mérito( 807.120-5/0)

Desta forma o acusado deve ter a presente


ação proposta contra ele extinta por falta de tipicidade, isto é, a prova pericial
de que ele estava dirigindo alcoolizado.

Do Pedido:

Diante o exposto, requer de Vossa


Excelência:
A) Se absolva sumariamente o acusado, uma
vez que o fato é atípico;
B) A produção de provas testemunhais,
periciais e documentais;
C) Norteia-se nomeação de perito assistente
para análise do citado documento;
D) Requer a oitiva das seguintes
testemunhas:
1) João Medina, estudante, residente e domiciliado na Rua das Flores, nº.
111, em Presidente Prudente-SP.
Termos em que,
Pede Deferimento.

Presidente Prudente, 03 de Setembro de 2008.

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Juliana Oliveira
Advogada Nº. 1111 / SP

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