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INSTITUTO LOCKMANN

CURSO DE TEOLOGIA
DISCIPLINA HISTORIA DO CRISTIANISMO III
ALUNO REINALDO DE JESUS MARTINS

O AMBIENTE DA REFORMADA
A baixa idade média é considerada um período de decadência e desintegração,
entretanto, longe de ser uma época de decadência vazia, foi um tempo em que houve um
crescimento na religiosidade, pois se buscavam respostas para as questões que afligiam o homem
naquele tempo. Timothy George discorre que “De fato, longe de ser uma época de decadência
vázia, os dois séculos anteriores à Reforma mostraram-se singularmente vitais em face de desafios
e mudanças sem precedentes. (...) De fato, vemos um sólido crescimento no poder e na
profundidade dos sentimentos religiosos até a época da Reforma.” (p. 25, grifo nosso).
Segundo Paul Tillich em seu livro A Coragem de Ser, as questões da baixa idade média
estavam relacionadas a três ansiedades: o destino e a morte; a culpa e a condenação; o vazio e a
falta de sentido. (p. 26). A igreja oficial estava corrompida e materialista não prorcionando resposta
para esses anseios, e espiritualidade católica “era considerada por muitos uma espiritualidade
profundamente insatisfatória. O moralismo nervoso e as tentativas incessantes de aplacar um Deus
sublime e irado serviram para agravar as ansiedades fundamentais de morte, culpa e perda de
sentido” (p. 33) Desta forma podemos afirmar que “a maior realização da Reforma foi ter sido
capaz de redefinir essas ansiedades sob o aspecto de novas certezas, ou melhor, velhas certezas
redescobertas. O mal-estar espiritual da baixa Idade Média não foi a causa da Reforma, mas
certamente constituiu seu pré-requisito.” (p. 33)
Desta forma, era necessário um novo conceito de igreja, alicerçado num entendimento
renovado do evangelho. (p. 33) A reforma do século XVI, portanto, foi uma continuação da busca
pela igreja verdadeira que havia começado muito antes que Lutero, Calvino ou os padres de Trento
entrassem na lista. O autor cita cinco modelos conflitantes da igreja na baixa Idade Média. (p. 34)
É quase impossível delinear o fim e o início de uma época, entretanto destaca como um
essencial para entrada na idade moderna as transformações sofridas no regime de acumulação 1. “Na
medida em que a matriz de acumulação muda, haverá mudanças em todas as relações.” (p. 13).
Desta forma sempre que houver mudança na relação econômica de oferta da produção e a demanda
do mercado haverá mudanças nas demais relações sociais.
Segundo Macedo que essas transformações são observadas no advento a revolução
agrícola e comercial. Novas tecnologias surgiram para o homem do campo, como o arado pesado, a
colheira, os moinhos de água e de vento, fato este que possibilitou um aumento da produção
agrícola. Segundo o autor:

“O que parece um amadurecimento natural gerou uma ampliação do uso da terra, mudanças
nas relações entre senhores e vassalos, que foram liberados dos serviços pessoais aos
senhores, para cultivarem outras terras. A produção agrícola cresceu e produziu um
excedente, que foi determinante para o fortalecimento do comércio e o fortalecimento
da vida urbana.” (grifo nosso)

1 Um importante conceito utilizado pela escola da regulação é o de regime de acumulação. Um regime de


acumulação pressupõe um padrão de organização da atividade produtiva adequado ao padrão de consumo, isto é,
um nível de atividade econômica compatível com a demanda efetiva (oferta agregada = demanda agregada), o que
evitaria crises de superprodução ou situações de elevado nível de inflação. Escola da regulação. Disponível
em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_da_regula%C3%A7%C3%A3o>
O crescimento do comércio fez com que os comerciantes se organizassem em associações
acumulando capital para poderem competir no mercado internacional, surgissem novas profissões, a
até mesmo a criação de universidades. Também houve um ressurgimento das cidades que davam
abrigo a uma nova classe social, a burguesia, “classe média, composta de mercadores e artesãos
que não estavam ligados à atividade agrícola ou a terra, mas ao comércio. Esta nova classe
estabeleceu normas que garantiram seu crescimento e enriquecimento.” (p. 14) O enriquecimento
da burguesia acarretou o desmoronamento da estrutura feudal, pois os burgueses fizeram das
cidades lugares com autonomia própria, afastando assim dos modelos de relações feudais. “Esta
libertação provocará a formação de novos valores e o surgimento de um espírito crítico, que será
fundamental para a dissolução da era medieval e formação do paradigma moderno.” (p. 15) E,
destes novos valores surgiram três grandes movimentos que foram decisivos para o início da idade
de moderna e que foram fundamentais para condicionar a teologia de João Wesley: as grandes
navegações, a reforma protestante e a iluminismo.
As grandes navegações tiveram um grande impacto na compreensão do mundo pelos
cristãos:

“A visão cristã da criação também sofreu um golpe com os descobrimentos. Havia uma
ideia de possibilidade de reunificação da humanidade, já que todos derivavam de um tronco
único, fundamentado pela narrativa da criação. A partir deste pressuposto, o selvagem era o
humano caído da graça de Deus, distante de Deus. O que se colocava como desafio
gigantesco para a teologia da criação medieval era como imaginar “que os descendentes de
Adão tivessem navegado através do imenso Oceano, indo povoar o outro lado da Terra”.
Até a era dos descobrimentos o Ocidente já lidava com a alteridade, os povos do oriente, da
África e mesmo da Irlanda, colônia britânica, eram identificados como selvagens; povo
decaído da graça de Deus; mas agora Colombo achou um povo do outro lado do mundo,
serão humanos?” (p. 21, grifo nosso)

Desta forma começava a se desenhar uma teologia premida da necessidade de resgatar o


perdido, motivada a atravessar grandes distâncias geográficas e enfrentar grandes obstáculos para ir
de encontro ao “pecador”, vivida na inicialmente na tentativa de resgate do selvagem perdido.
Somando para a formação do paradigma moderno temos a reforma protestante, na medida
em que através da autoridade da religião legitimou conceitos que já brotavam na sociedade da
época. Max Weber percebe a contribuição da Reforma no fortalecimento do Capitalismo,
indiretamente, por meio da ênfase moral e do assentimento do trabalho como vocação. “Em
contraposição à ostentação de riquezas, os protestantes fizeram do trabalho e do crescimento
profissional uma forma de culto a Deus e de confirmação de sua eleição como filho de Deus.” (p.
27)
Por fim, o movimento do iluminismo deixa de ver Deus como ponto central para
compreensão do mundo e passa a buscar as repostas no próprio homem. Desta forma o homem
passa a ver o mundo de uma leitura que passa pela medida do homem, sua compreensão, sua busca
pelo autoconhecimento e sua capacidade de evoluir e se relacionar com o mundo. “A busca pela
verdade que havia migrado do mundo das ideias para o mundo natural, agora migra para dentro
do ser humano, a certeza mais pura e livre dos condicionamentos que distorcem a verdade está
interna ao indivíduo; centro desta nova racionalidade.” (p. 37)
Portanto, pelos pontos tratados pelo autor já possível vislumbrar o surgimento de uma
teologia libertadora, que vai na busca de novos conceito; que não tem um fim sim mesma, pelo
contrário, se propõe a vencer os maiores obstáculos para ir de encontro ao pecador; e que busca
também buscar respostas às dúvidas existenciais desse novo homem que busca a verdade em sua
subjetividade.

A TEOLOGIA DE LUTERO, ZUINGLIO, CALVINO E MENO

A teologia de Lutero é fruto da dialética com os ensinamentos da Igreja Católica, seja


rejeitando, seja endossando ou revisando alguns pontos principais. Dentre eles podemos destacar a
salvação pela fé sem as obras; a crença num Deus presente e vivo; a escritura como pedra angular
da autoridade e da verdade cristã, acima de qualquer tradição e desobrigando de seguir o que não
está na escritura; o conceito de predestinação tendo o salvo com um eleito, um escolhido para a fé e
salvação; a rejeição da autoridade papal e da hierarquia católica corrompida; a revisão dos
sacramentos do batismo e da ceia, ainda de uma modo uniforme por todos os reformadores; o
conceito de vocação para todos os cristão e a importância de mostrar essa vocação por meio do seu
trabalho secular também; a busca por uma espiritualidade verdadeira; o tenaz combate a idolatria; o
rompimento com a autoridade católica que fortaleceu a criação do estado moderno; e ao
disseminaram o conhecimento do evangelho contribuíram para os crescimento intelectual da
Europa como um todo. Todos esses pontos foram pilares na reforma e que de duma forma ou
doutra são conservados na tradição protestante. Num olhar mais atento é possível também perceber
a luz da teologia atual que um ou outro ponto da teologia luterana apresentam pontos falhos,
entretanto temos que entender essa mensagem é dentro de um contexto temporal e de época.
A teologia de Zuínglio devido a sua formação humanista e sua inclinação ao racionalismo
levaram alguns estudiosos a vê-lo como precursor da teologia liberal moderna. Zuínglio, não
menos que Lutero e Calvino, proclamava a salvação apenas mediante Cristo: “Cristo é o único
caminho para a salvação, para todos os que já existiram, existem e existirão” Da mesma forma, a
igreja é vista como o grupo daqueles que verdadeiramente pertencem a Deus pela fé: “Todos os que
permanecem no cabeça são membros e filhos de Deus, e tal é a igreja ou a comunhão dos santos, a
noiva de Cristo, Ecclesia catholica”. O ponto de partida fundamental da teologia de Zuínglio é a
distinção absoluta entre o Criador e todas as criaturas. A doutrina de que Deus criou o universo a
partir do nada (ex nihilo) havia sido um lugar-comum na teologia cristã desde a igreja primitiva.
Zuínglio, entretanto, sentia que essa ênfase havia sido abafada e mesmo negada na prática. Em
1524, ele escreveu a seu amigo Toggenburgers: Não foi uma grande cegueira o fato de que o Deus
todo-poderoso, que nos criou, tantas vezes nos fez saber que é nosso Pai e finalmente até deu seu
Filho por nós; que ele mesmo continua ali e nos chama de pobres pecadores, dizendo: “Vinde a
mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”; e nós nos voltamos para a
criatura, e pensamos que Deus é tão severo e cruel que não nos atrevemos a ir a ele. O grande
pecado da humanidade, então, era a idolatria, definida como atribuir a uma criatura aquilo que é
apenas de Deus Para Zuínglio, a Reforma era essencialmente uma saída da idolatria para o culto ao
Deus único e verdadeiro. Outro ponto do seu ensino era centralidade das escrituras sagradas,
afirmando a supremacia das Escrituras Sagradas sobre a tradição humana e a necessidade da
iluminação interior de cada cristão pelo Espírito Santo para encontrar a verdade na escritura e no
encontro pessoal com o Cristo, que é a própria Palavra, a revelação viva de Deus. Também
entendia Zuínglio não haver necessidade de separar a lei e o evangelho em pólos opostos. Tudo o
que Deus revelou é um mandamento, uma proibição ou uma promessa. Todas essas formas de
revelação, até mesmo os mandamentos e as proibições, edificam o cristão. Quando Deus manda
não cobiçar ou não cometer adultério, ele pretende que isso ensine e conforte o cristão. Desta forma
o princípios cristão seriam os norteadores do reino externo de Cristo promovendo mudanças
política e sociais. A doutrina do batismo de Zuínglio foi elaborada contra duas frentes: a
destituição do batismo infantil pelos anabatistas e o objetivismo sacramental tanto da prática
católico romana quanto da luterana. Suas primeiras afirmações sobre o batismo convergem quase
exclusivamente para a última questão. Ele negou ^ vigorosamente que o batismo tivesse a
capacidade de remover a culpa do pecado original. Para Zuínglio, o pecado original era uma
imperfeição que, apesar de seus efeitos devastadores sobre a raça humana, “não é em si mesmo
pecaminoso para quem o tem
A teologia de Calvino teve grande influência tratando de forma sistemática os temas da
cristandade. O autor põe em relevo alguns desse pontos:
 Doutrina das sagradas escrituras – A Bíblia é a Palavra de Deus inspirada e revelada em
linguagem humana e confirmada ao cristão pelo testemunho interior do Espírito Santo
 O Deus que age – Calvino defende a trindade, ressaltando a natureza divina de Cristo.
Calvino apresenta Deus como o criador de todas as coisas que cuida de sua criação através
de sua providência.
 A doutrina do Pecado - Calvino antes de desenvolver o grande tema da redenção,
primeiramente discutiu a natureza e a extensão da pecaminosidade humana. O pecado é
entendido por Calvino como uma tendência da nossa natureza que tem origem na queda de
adão e que envolve três aspectos: 1. Cada um tem a culpa do seu próprio pecado, apesar da
queda de Adão 2. A corrupção de humanidade foi decorrente da desobediência a Deus; e 3.
O pecado permeia a vida toda e não apenas uma dimensão do ser humano (a existência
corporal e a sexualidade.
 Cristologia - “Calvino afirma que a tarefa da teologia verdadeira é restaurar a doutrina de
Cristo, “exatamente como ele é, com todas as suas bênçãos” . Por outras palavras, o tema
que domina a cristologia de Calvino não é o conhecimento de Cristo em sua essência, mas
em seu papel redentor como Mediador ” (P. 215)
 A Vida no Espírito - De acordo com Calvino, o ser humano é por natureza um ente
adorador, homem religiosus. O problema da existência humana é que esse imenso apetite
pelo divino foi tragicamente mal direcionado, voltado para si mesmo, saciado com artigos
transitórios. Para redirecionar e redimir a humanidade decaída, Deus tornou-se homem na
pessoa de seu Filho, Jesus Cristo. É nessa altura, nas Instituías, que Calvino começa a
revelar como os cristãos “chegam a usufruir de Cristo e de todos os seus benefícios” . O
terceiro volume como um todo é um tratado maravilhoso acerca da vida cristã, no qual
Calvino desenvolveu sucessivamente os seguintes tópicos: a obra do Espírito Santo, fé e
regeneração, arrependimento, abnegação, o carregar da cruz, meditação sobre a vida futura,
justificação, santificação, liberdade cristã, oração, eleição e ressurreição final. Visto ser
impossível abordar todas essas importantes doutrinas de maneira resumida, focalizaremos
três delas: a fé, a oração e a predestinação. (P. 223)
(a) Fé - Que é, então, a fé? Calvino definiu-a como “o firm e e seguro conhecimento da
divina benevolência para conosco, [conhecimento] que, fundado na verdade da graciosa
promessa em Cristo, não só é revelado à nossa mente, mas é também selado em [nosso]
coração, mediante o Espírito Santo” (Inst., m, II, 7). A partir dessa definição, podemos ver
que, para Calvino, a fé estava longe de ser uma capacidade inata dentro da natureza humana
corrompida. Crer ou não crer não está dentro do conjunto de possibilidades abertas àqueles
que se encontram fora da órbita da atividade redentora de Deus. Repetidamente, Calvino
reiterava que a fé é o dom único do Espírito Santo. De fato, a fé é “a obra principal do
Espírito Santo” , um dom sobrenatural que aqueles que de outra maneira permaneceriam na
descrença recebem pela graça (Inst., III, I, 4). (p. 224)
(b) Oração -Calvino chamou a oração de o principal exercício da fé, mediante a qual
recebemos diariamente os benefícios de Deu. Calvino apresentou quatro regras de oração
para guiar o cristão em suas conversas com Deus. A primeira é que nos aproximemos
reverentemente de Deus, que elaboremos nossas orações “devida e corretamente”. Isso
significa que devemos evitar o tipo de leviandade e frivolidade que recorre a Deus como
uma espécie de amigo celeste, o “homem lá de cima”. Achegar-se verdadeiramente à
presença divina é ser “movido pela majestade de Deus” (Inst. Ill, XX, 5). (p. 227) A
segunda regra de oração é que oremos com uma percepção sincera de necessidade, e
penitentemente. A oração é mais do que murmúrios piedosos. Deve vir do coração, “das
profundezas” , como disse o salmista. Os verbos que Calvino empregou para descrever a
oração verdadeira frisam este princípio: na oração ansiamos, desejamos, temos fome,
sentimos sede, buscamos, pedimos, suplicamos, clamamos. (p. 228) A terceira regra da
oração segue a segunda: devemos abandonar toda a confiança em nós mesmos e
humildemente suplicar perdão. Todo o propósito da oração, e na verdade da vida cristã
inteira, é a glória de Deus. Isso significa que qualquer um que se põe diante de Deus para
orar deve em verdadeira humildade. (p. 228) A quarta regra é que oremos com esperança
confiante: “ ... assim prostrados e subjugados de verdadeira humildade, sejamos, não
obstante, animados a orar, com segura esperança de alcançar resposta” (Inst., m, XX, 11).
Calvino chegou a ponto de dizer que a única oração aceitável a Deus nasce da “presunção
da fé”.
 A Predestinação - Podemos resumir a doutrina da predestinação exposta por Calvino em
três palavras: absoluta, particular e dupla. A predestinação é absoluta, no sentido de que não
está condicionada a nenhuma contingência finita, mas baseia-se somente sna vontade
imutável de Deus. Em segundo lugar, a predestinação é particular no sentido de que
pertence a indivíduos, e não a grupos de pessoas. Finalmente, a predestinação ié dupla; isto
é, Deus, para o louvor de sua misericórdia, ordenou alguns indivíduos para a vida eterna, e,
para o louvor de sua justiça, enviou outros para a condenação eterna.

A teologia de Meno Simons rejeitou o batismo infantil e deu ênfase a uma experiência
salvadora que produziria o novo nascimento. Desta forma, a salvação era pela graça de Deus que se
manifestou no pecador redimindo-o do pecado, entretanto cristão passou por um experiência
redentora ele teria em sua vida como consequência boas obras e uma vida apartada do pecado.
Menno reiterava o tema básico de sua soteriologia: a fé genuína e evangélica produz um fruto
genuíno e evangélico; a fé verdadeira não pode ser vã — ela muda, renova, purifica, santifica,
justifica cada vez mais; todos os que,pelo novo nascimento, foram incorporados em Cristo são
“ramos frutíferos da videira verdadeira”. Menno declarou isso não apenas como princípio
positivo,mas também expressou sua implicação negativa: se você não faz o que Cristo manda, isso
prova que você não crê realmente nele, a despeito de sua profissão do contrário. A fé e seu fruto são
inseparáveis. A importância fundamental da Bíblia na teologia de Menno é seu papel crucial no
processo de conversão. Baseando-se na analogia entre a Palavra e uma semente, na parábola do
semeador relatada por Jesus (Lc 8.11), Menno comparou as Escrituras a uma semente espiritual de
onde a nova vida brota. O Espírito Santo germina a semente e gera seu fruto em fé e
arrependimento. Às vezes, Menno usava a distinção entre lei e evangelho para mostrar as várias
maneiras em que a semente da Palavra produz a regeneração. A função da lei é produzir o
conhecimento e a convicção do pecado, enquanto a do evangelho é apresentar o remédio da
salvação mediante Jesus Cristo. Quanto questão da divindade de Cristo Meno enfatizava a unidade
da pessoa do Deus-Homem, em vez do caráter distinto das naturezas humanas e divinas. Portanto o
Deus Filho sofreu e morreu tanto em sua divindade quanto em sua humanidade, uma formulação
que os teólogos reformados relutavam em admitir.

A IGREJA REFORMADA
Porque é correto dizer que uma Igreja Reformada está sempre se reformando? Uma das
razões é que a Igreja reformada nasceu do desejo de mudança e renovação de pessoas que não
estavam conformadas com o estado de decadência e corrupção que se encontrava na Igreja. Desde
então a igreja reformada vem se polindo e buscando se amoldar nos princípios cristãos. Outra razão
é necessidade de uma mensagem de Deus contemporânea para uma geração. Desta forma a igreja
atem que estar sempre se reformando para falar aos anseios presentes. A depressão, a ansiedade e a
histeria são patologias marcantes em nossa sociedade e igreja tem que ser capaz de se reformar para
ir de levar o amor de Deus ao pecador respondendo aos seus anseios. Por fim, percebemos que a
compreensão dos reformadores e também dos que depois vieram não é unânime em muitos pontos,
o que mostra a beleza da diversidade de pensamento pra compreender a graça multiforme. Assim
conceder a Deus é posto como uma marcha constante e progressiva o que faz com que a Igreja
também reavalie seus valores para que haja mudanças no que for necessário.

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