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RIO DE JANEIRO
2014
ESTUDO DOS INDICADORES UTILIZADOS EM OBRAS DE EDIFICAÇÕES PARA
MONITORAMENTO DA QUALIDADE
Rio de Janeiro
2014
ESTUDO DOS INDICADORES UTILIZADOS EM OBRAS DE EDIFICAÇÕES PARA
MONITORAMENTO DA QUALIDADE
Examinada por:
__________________________________________
Prof. Jorge dos Santos, D.Sc (Orientador)
__________________________________________
Profª. Ana Catarina Jorge Evangelista, D.Sc
__________________________________________
Profª. Isabeth Mello, M.Sc
__________________________________________
Profª. Wilson Wanderley da Silva
ii
Panza, Rodrigo Villa Nova Barbosa
Estudo dos indicadores utilizados em obras de
edificações para monitoramento da qualidade / Rodrigo Villa
Nova Barbosa Panza – Rio de Janeiro: UFRJ / Escola
Politécnica, 2014.
X, 53 p.: il.; 29,7cm.
Orientador: Jorge dos Santos
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso
de Engenharia Civil, 2014.
Referências Bibliográficas: p. 46-50
1. Indicadores 2. Medição de Desempenho 3. Qualidade
4. Estudo de Caso
I. Santos, Jorge dos. II. Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III.
Estudo dos indicadores utilizados em obras de edificações
para monitoramento da qualidade.
iii
AGRADECIMENTOS
À Deus, pela força e saúde para chegar até aqui, mesmo diante de todas as dificuldades.
Aos meus pais e irmã, por todo o amor e carinho sempre demonstrados, além de todos os
esforços feitos para que eu pudesse chegar até aqui.
Ao professor Jorge dos Santos, pela oportunidade e ensinamentos oferecidos ao longo desse
trabalho.
Aos meus amigos de UFRJ, pela alegria e companheirismo nesses últimos 5 anos.
Aos meus gestores e líderes da RJZ Cyrela/Living, por todas as oportunidades dadas para
que eu tornasse o profissional que sou hoje, em especial a Brunno Vivas, Felipe Kumstat,
Juliane Freire, Nalda Ferreira e Hugo Poubel.
Aos demais colegas de RJZ Cyrela/Living, por todo o apoio e companheirismo demonstrados
nesses quase 3 anos de empresa.
A todos aqueles que, direta ou indiretamente, auxiliaram na conclusão desse trabalho e dessa
etapa da minha vida.
iv
Resumo do projeto de graduação apresentado à Escola Politécnica / UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção de grau de Engenheiro Civil.
Agosto / 2014
Atualmente, a concorrência no mercado da engenharia civil mostra-se cada vez maior e mais
exigente. O aumento de competitividade entre as empresas do setor e a necessidade de
corresponder as necessidades de um perfil cada vez mais exigente faz com que as empresas
sejam cada vez mais obrigadas a se modernizarem. Tal modernização passa por dois fatores
essenciais: o aumento da eficiência de seus processos e um melhor monitoramento e controle
dos procedimentos operacionais e gerenciais da obra. O uso de um sistema de indicadores
para o controle desses processos e procedimentos surge então para atender a essas
condições impostas pelo mercado. Essa pesquisa tem o objetivo de identificar os principais
indicadores utilizados pelas empresas para monitorar o desempenho de suas obras e verificar
a eficiência dos mesmos dentro dos requisitos de qualidade dessas organizações. Como
metodologia de pesquisa, adotou-se o estudo de caso, através de entrevistas e conversas
com os colaboradores envolvidos no processo de geração de indicadores, bem como na
análise de documentos do sistema de gerenciamento da qualidade das empresas. Será
observado que a implementação dos uso de sistemas de indicadores nas empresas mostrou-
se vantajoso e eficiente no processo de gestão da obra, beneficiando a empresa e seus
colaboradores.
v
Abstract of graduation project submitted to Polytechnic / UFRJ as a part of the requirements
for the degree of Civil Engineer.
August / 2014
Currently, competition in the civil engineering market shows becoming larger and more
demanding. The increased competition between companies in the industry and the need to
meet the needs of an increasingly demanding profile makes companies are increasingly forced
to modernize. Such modernization involves two essential factors: increasing the efficiency of
its processes and better monitoring and control of operational and management procedures of
the work. The use of a system of indicators to control these processes and procedures then
arises to meet the conditions imposed by the market. This research aims to identify the key
indicators used by companies to monitor the performance of their work and check their
efficiency within the quality requirements of these organizations. As a research methodology,
we adopted the case study, through interviews and conversations with the employees involved
in the generation of process indicators, as well as document analysis of the management
system of quality businesses. It will be observed that the implementation of the use of indicator
systems in enterprises proved advantageous and efficient in the management of the
construction process, benefiting the company and its employees.
vi
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1
1.1. RELEVÂNCIA DO TEMA .................................................................................................. 1
1.2. JUSTIFICATIVA PARA ESCOLHA DO TEMA ................................................................. 2
1.3. OBJETIVOS DA PESQUISA ............................................................................................ 2
1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO ......................................................................................... 3
2. INDICADORES DA QUALIDADE - CONTEXTUALIZAÇÃO.................................................... 4
2.1. A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO DE DESEMPENHO ............................. 4
2.2. CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE MEDIÇÃO DE DESEMPENHO ................... 5
2.3. AS FUNÇÕES DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO DE DESEMPENHO ............................. 6
2.4. DEFINIÇÃO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO................................................... 7
2.5. CLASSIFICAÇÃO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO ......................................... 8
2.6. INDICADORES DE DESEMPENHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................... 10
3. GESTÃO DA QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: MEDIÇÃO E MONITORAMENTO.. 12
3.1. DEFINIÇÃO E HISTÓRICO DA GESTÃO DA QUALIDADE .......................................... 12
3.2. AS NORMAS ISO 9000 .................................................................................................. 13
3.3. A GESTÃO DA QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................... 17
3.4. MEDIÇÃO E MONITORAMENTO DE DESEMPENHO: OBJETIVOS, METAS E
INDICADORES DA QUALIDADE ............................................................................................... 18
4. METODOLOGIAS PARA DEFINIÇÃO DE METAS E INDICADORES.................................. 20
4.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS .......................................................................................... 20
4.2. ANÁLISE DE SISTEMAS GERENCIAIS ........................................................................ 20
4.3. SISTEMA SMART OU PIRÂMIDE DE DESEMPENHO ................................................. 22
4.4. MODELO QUANTUM DE MEDIÇÃO DE DESEMPENHO ............................................ 24
4.5. BALANCED SCORECARD ............................................................................................. 27
4.6. DISCUSSÃO SOBRE OS MODELOS ............................................................................ 30
4.7. O MÉTODO SEIS SIGMA ............................................................................................... 31
5. ESTUDO E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE CASOS DE APLICAÇÃO DOS INDICADORES
DA QUALIDADE ............................................................................................................................. 34
5.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS .......................................................................................... 34
5.2. DELINEAMENTO DO ESTUDO ..................................................................................... 34
5.3. ANÁLISE DE RESULTADOS ......................................................................................... 36
5.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS DO ESTUDO ..................................................................... 43
6. CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................... 46
ANEXO I – QUESTIONÁRIO UTILIZADO NAS ENTREVISTAS .................................................. 51
ANEXO II – CÁLCULO DOS INDICADORES UTILIZADOS PELA EMPRESA A......................... 52
LISTA DE FIGURAS
A concorrência cada vez mais acirrada no mercado da construção civil tem feito as
empresas intensificarem a busca por processos mais eficientes e por procedimentos que
integrem a boa qualidade do serviço oferecido com diminuições de custo e prazo.
O desenvolvimento dos conceitos de Sistemas de Gestão da Qualidade,
principalmente pela indústria automobilística (mas posteriormente expandida para outros
setores econômicos, entre eles o da construção civil), fomentado pela globalização da
economia, pela escassez de recursos e pela maior exigência por parte do cliente final quanto
à qualidade do produto foi o responsável por tal demanda (LANTELME, 1994).
Na indústria da construção civil brasileira, o surgimento do Programa Brasileiro de
Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-h) teve vital importância no sentido de organizar
as construtoras em busca de melhorar a qualidade do habitat e modernizar a produção através
da avaliação da conformidade de processos, procedimentos, materiais, tecnologias, entre
outros (BASÍLIO, 2010).
O sistema de certificação do PBQP-h é fortemente baseado na Norma ISO 9001, que
estabelece que uma organização deve medir e monitorar informações sobre seus produtos e
a avaliação dos seus clientes quanto aos mesmos, além de comprovar a qualidade de seus
processos no Sistema de Gestão da Qualidade da empresa de atingir os resultados
desejados, podendo isso ser feito através de medições e auditorias internas (COSTA, 2003;
LIMA, 2005).
Dessa maneira, as empresas tem identificado a medição de desempenho através de
indicadores de qualidade como a principal ferramenta de controle e monitoramento dos
empreendimentos executados (TODESCO e BOGONI, 2011). Tal ferramenta é de vital
importância para que as empresas tenham uma gestão eficaz no cenário em que estão
inseridas (HOLANDA, 2007).
A medição de desempenho é um tema que vem sendo estudado nos meios acadêmico
e empresarial e é elemento essencial para o gerenciamento das empresas, pois fornece
informações que auxiliam no planejamento e controle dos procedimentos gerenciais, bem
como no traçado de objetivos e metas estratégicas (HOLANDA, 2007).
No passado, as empresas tomavam decisões com base apenas em dados financeiros,
provenientes apenas dos setores de contabilidade da empresa (MIRANDA et al, 1999). Hoje,
porém, é sabido que é necessário incorporar nesse modelo de indicadores puramente
financeiros outros indicadores que sejam capazes de medir o nível de conformidade do
produto final, o nível de satisfação dos clientes, entre outros (KAPLAN e NORTON, 1997).
1
1.2. JUSTIFICATIVA PARA ESCOLHA DO TEMA
A partir do que foi apresentado no tópico anterior, foi definido que o objetivo dessa
pesquisa é identificar os principais indicadores de desempenho utilizado pelas
construtoras para o monitoramento da qualidade de seus empreendimentos e buscar
analisar a eficiência dos mesmos dentro dos Sistemas de Gestão da Qualidade das
mesmas.
Essa pesquisa tem como objetivos específicos:
• Verificar as características das empresas estudadas quanto ao uso de indicadores
de desempenho para monitoramento de suas obras e processos
• Identificar os principais indicadores utilizados para monitoramento da qualidade
dessas empresas
• Verificar a eficiência dos indicadores para os objetivos e metas gerenciais das
empresas
2
1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO
3
2. INDICADORES DA QUALIDADE - CONTEXTUALIZAÇÃO
4
2.2. CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE MEDIÇÃO DE DESEMPENHO
5
O modelo é dividido em cinco etapas, definidas a seguir (NAVARRO, 2005):
6
Para a construção de um sistema de desempenho, é necessário aumentar a
participação das pessoas quanto ao entendimento e uso das informações, alinhando
estratégias e comportamentos (SCHIEMANN e LINGLE, 1999) e atuando como facilitador da
comunicação e da aprendizagem organizacional (LANTELME, 1999).
Os sistemas de medição vem ampliando cada vez mais seu papel dentro das
organizações e incorporando-se ao gerenciamento dos negócios (COSTA, 2003).
7
i) Todo indicador deve utilizar informações já disponíveis na avaliação da qualidade;
j) Todo indicador deve ser representado por dispositivo de rápida visualização e
compreensão;
k) Todo indicador deve priorizar o processo que o gerou, mesmo que avalie produtos ou
parte deles
Assim como sua definição, diversas classificações foram atribuídas por alguns
estudiosos aos indicadores de desempenho, de acordo com suas finalidade e características.
Lantelme (1994), classificou os indicadores em dois grupos distintos, assim definidos:
8
Por isso, Lantelme (2001) volta a definir nova classificação em trabalho posterior,
buscando integrar os indicadores aos gerenciadores dos seus processos, determinada como:
9
c) Indicadores principais e secundários: vinculados a avaliação dos próprios indicadores
em relação à sua importância aos processos gerenciais, podem ser caminhos críticos
(principais) ou processos de apoio (secundários) (COSTA, 2003).
10
Observou-se também que os indicadores devem, em sua essência, serem capazes de
medirem o desempenho das etapas de projetos, quantificar e caracterizar desvios, medir a
satisfação do cliente quanto ao produto final, medir o desperdício gerado pelas atividades do
setor, entre outros (HOLANDA, 2007).
11
3. GESTÃO DA QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: MEDIÇÃO E
MONITORAMENTO
12
Atualmente verifica-se a chamada gestão estratégica da qualidade, baseada em
alguns pontos principais, como o foco total na expectativa do cliente e a necessidade de se
sobrepor a concorrência no que diz respeito à satisfação oferecida pelos produtos.
Conforme a NBR ISO 9000:2005, para conduzir e operar com sucesso uma
organização, é necessário dirigi-la e controla-la de maneira transparente e sistemática. O
sucesso pode resultar da implementação e manutenção de um sistema de gestão concebido
para melhorar continuamente o desempenho, levando em consideração, ao mesmo tempo,
as necessidades de todas as partes interessadas. A gestão de uma organização inclui, entre
outras disciplinas de gestão, a gestão da qualidade (ABNT, 2005).
13
Oito princípios de gestão da qualidade foram identificados e considerados pela ISO
para compor os requisitos de norma de certificação de sistemas de qualidade e estão
identificados na NBR ISO 9001:2008 (ABNT, 2008):
a) Foco no cliente;
b) Liderança;
c) Envolvimento de pessoas;
d) Abordagem de processo;
e) Abordagem sistêmica para a gestão;
f) Melhoria contínua;
g) Abordagem factual para tomada de decisões;
h) Benefícios mútuos nas relações com fornecedores.
O princípio da melhoria contínua citado no item anterior pode ser definido como um
processo de inovação focado e contínuo envolvendo toda a organização (BESSAN et al.,
1994). São observadas em muitas organizações atividades de "combate a incêndios", que
visam o restabelecimento do desempenho a um nível anterior caracterizado apenas por um
tipo de controle de processo em um nível reativo. Porém, as atividades de melhoramento não
se restringem apenas ao controle do processo, mas a ações que visam à criação organizada
de mudanças benéficas e a obtenção de níveis inéditos de desempenho, mais perto da
perfeição como jamais havia acontecido, sendo um sinônimo de inovação (GONZALEZ e
MARTINS, 2007).
A NBR ISO 9001:2008 explicita, em seu item 8.5.1, que uma organizações deve
continuamente melhorar a eficácia do sistema de gestão da qualidade por meio do uso da
política da qualidade e análise de dados, entre outros (ABNT, 2008).
Uma das principais ferramentas para a implementação e manutenção do princípio da
melhoria contínua é o ciclo PDCA. O PDCA foi desenvolvido na década de 30 como sendo
um ciclo de controle estatístico do processo que pode ser repetido continuamente e passou a
ser aplicado aos conceitos de gestão da qualidade na década de 50. O PDCA pode ser
definido como um instrumento de controle e melhoria de processos, um método de
gerenciamento para embutir qualidade ao produto final e para se atingir as metas atribuídas
ao sistema (ANDRADE, 2003).
O PDCA é a abreviação para as palavras, em seu idioma de origem, Plan, Do, Check
e Act (Planejar, Executar, Verificar e Atuar). É um ciclo dinâmico, pois ao se terminar um ciclo,
automaticamente se começa o próximo (ANDRADE, 2003).
14
Figura 2 - O ciclo PDCA (ANDRADE, 2003)
A NBR ISO 9001:2008 destaca o PDCA no seu item 0.2 como ferramenta para a
manutenção do modelo de gestão da qualidade e o alcance da melhoria contínua dos
processos, definindo para tal cada um dos módulos básicos do ciclo como a seguir (ABNT,
2008):
15
Figura 3 - Modelo de Sistema de Gestão da Qualidade, com analogia ao ciclo PDCA (ABNT,
2008 - Adaptado)
Outros aspectos importantes da norma NBR ISO 9001:2008 dizem respeito a medição
e monitoramento dos componentes do sistema de gestão.
A norma preconiza, no seu item 5.2, que é responsabilidade da direção da organização
focar o SGQ no cliente, assegurando que seus requisitos sejam determinados e atendidos
como forma de garantir a satisfação desse cliente, sejam esses requisitos declarados ou não
para o uso pretendido ao produto. Além disso, a empresa deve buscar monitorar a percepção
do cliente em relação ao atendimento aos seus requisitos, através de pesquisas de opinião,
reinvindicações de garantia, entre outros, e esse monitoramento é uma das medições de
desempenho a serem realizadas pelo sistema de gestão da qualidade dessa empresa (ABNT,
2008).
Além disso, de acordo com o item 5.4.1, é também responsabilidade da alta direção
da empresa assegurar que os objetivos da qualidade sejam estabelecidos nas funções e nos
níveis pertinentes para atender aos requisitos do produto.
Os itens 8.2.3 e 8.2.4, por sua vez, dizem respeito ao monitoramento e medição dos
processos e produtos. Em relação aos processos, a norma cita que a organização deve aplicar
métodos de monitorar e medir os processos do sistema de gestão da qualidade,
demonstrando a capacidade desses processos em alcançar os resultados planejados e
16
especificando as modificações e ações corretivas a serem tomadas quando os requisitos não
são atendidos. Sobre os produtos, a norma diz que a organização deve monitorar e medir as
características dos produtos para verificar o atendimento destes aos requisito do cliente. Um
produto não pode ser entregue ou liberado ao cliente desde que todas as providências
necessárias e planejadas sejam satisfeitas (ABNT, 2008).
Ainda em relação ao produto, a norma descreve em seu item 8.3 as ações que devem
ser tomadas em caso de produto não conforme. Além da identificação e controle para evitar
o uso não pretendido, deve ser estabelecido um procedimento documentado definindo as
responsabilidades e, quando aplicável, deve ser dado algum tratamento à não conformidade
do produto, tais como eliminação da não conformidade ou impedimento do uso para aplicação
original (ABNT, 2008).
17
individualizado, de forma contrária a uma linha de produção contínua (FARIA e ARANTES,
2012).
Por fim, a produção de uma obra é um processo segmentado, que envolve várias
etapas e agentes intervenientes, o que faz com que o desenvolvimento desse produto sob a
ótica da garantia da qualidade seja uma atividade de alto grau de complexidade, graças a
multiplicidade de interfaces e de interesses a serem conciliados (FARIA e ARANTES, 2012).
Em relação a ISO 9001, alguns aspectos desfavoráveis fazem com que o processo de
implantação seja dificultado. É possível destacar a falta de comprometimento da alta gerência
das empresas para a necessária mudança cultural a ser implementada, que veem a
certificação e o próprio processo de implantação de um sistema para gerenciamento da
qualidade como um fim e não como um meio para se alcançar melhores resultados. Outros
fatores indicados são a falta de mão de obra especializada para implantação de um SGQ, a
falta de clareza de como a certificação pode melhorar de forma global a gestão da empresa e
a dificuldade de implantação da certificação, por envolver certa burocracia e relação
custo/benefício não perceptível a curto prazo (SOUZA e TANABE, 2006).
Outro ponto a ser observado é a manutenção da certificação ISO 9001. O alto custo
para a manutenção do sistema pode ser destacada como o principal obstáculo, mas é possível
destacar também a demanda de tempo, de treinamentos e de registros para manter o sistema
funcionando. O não atendimento a esses fatores faz com que as empresas percam suas
certificações nas auditorias realizadas periodicamente para aferir a manutenção do sistema
de gestão implantado (COSTAL e MARTINS, 2011)
18
Assim, o indicador, além das definições já abordadas em itens anteriores, é o índice a
ser utilizado para indicar o número que vai compor a meta (NÓBREGA, 2012).
Os indicadores, portanto, devem estar alinhados e explicitar os objetivos estratégicos
da empresa, identificar processos críticos, estabelecer metas e analisar os dados coletados a
fim de apoiar ou abonar a tomada de decisões estratégicas (COSTA, 2005).
19
4. METODOLOGIAS PARA DEFINIÇÃO DE METAS E INDICADORES
Nos últimos anos, os acadêmicos vêm dando grande atenção para a importância da
seleção de um conjunto balanceado de medidas que leva em consideração tanto medidas
financeiras quanto outras ligadas à satisfação do cliente, à motivação, à aprendizagem
organizacional, à eficiência de processos internos, ao meio ambiente e aos fornecedores. A
seguir são apresentados os principais modelos, estruturas e abordagens encontrados para a
concepção, implementação e uso dos sistemas de indicadores de desempenho, tanto na
construção civil quanto no mercado em geral.
20
vezes ameaçador é algo que exige “paciência, persistência, conhecimentos e habilidade”
(SINK e TUTTLE, 1993; apud COSTA, 2003).
Desta forma, os autores salientam a importância de conscientização e educação
quanto aos conceitos, princípios e estratégias de medição (LANTELME, 1994; COSTA, 2003).
A primeira etapa do Modelo inclui definir e delimitar, de modo concreto, o sistema
organizacional (ou o processo) para o qual o sistema de medição será desenvolvido, que os
autores denominam sistema alvo (SINK e TUTTLE, 1993; apud LANTELME, 1994; apud
COSTA, 2003).
Sink e Tuttle (1993) apontam duas abordagens possíveis. Na primeira, parte-se da
empresa como um todo e em seguida trabalha-se de cima para baixo decompondo-a em
processos menores. Para que esta abordagem seja eficaz, implica ter pessoas na empresa
conscientes e treinadas nas técnicas de medição. A segunda abordagem, prioriza somente
alguns sistemas organizacionais (processos) dentro da empresa, por exemplo, aqueles que
têm maior necessidade de melhoria ou representam áreas com maior incidência de custos ou
apresentam melhor reação à implantação de medidas (SINK e TUTTLE, 1993; apud
LANTELME, 1994; apud COSTA, 2003).
Uma vez selecionado o sistema alvo, deve-se buscar melhor compreendê-lo,
analisando, por exemplo, as atividades desenvolvidas, os produtos e os insumos utilizados,
clientes e fornecedores, os objetivos a curto, médio e longo prazo e seus problemas internos
(SINK e TUTTLE, 1993; apud LANTELME, 1994; apud COSTA, 2003).
A segunda etapa concentra-se na identificação dos modos para melhorar o
desempenho da empresa ou do sistema organizacional que está sendo analisado. O fato
desta etapa estar incluída no desenvolvimento do sistema de medição justifica-se pela
preocupação dos autores com o desenvolvimento de medidas que auxiliem eficazmente a
melhoria do desempenho (SINK e TUTTLE, 1993; apud LANTELME, 1994; apud COSTA,
2003).
A terceira etapa concentra-se em determinar o que medir. Deve-se determinar que
critérios, medidas e indicadores devem ser acompanhados segundo as necessidades de
informação (SINK e TUTTLE, 1993; apud LANTELME, 1994; apud COSTA, 2003).
A quarta etapa requer a determinação dos dados que serão necessários para criar as
medidas ou indicadores identificados na etapa anterior. Esta é uma etapa extremamente difícil
do processo pois requer a preocupação com a acessibilidade, disponibilidade, qualidade e
confiabilidade dos dados. Nesta etapa devem ser identificadas as necessidades de dados,
fontes, procedimentos de coleta, métodos de armazenagem e recuperação dos dados e
mesmo a necessidade do desenvolvimento de novos procedimentos para coleta dos dados
(SINK e TUTTLE, 1993; apud LANTELME, 1994; apud COSTA, 2003).
21
A última etapa trata da transformação dos dados nas informações necessárias.
Consiste no exame de técnicas, ferramentas e métodos para a conversão dos dados em
informações. Nesta etapa deve-se considerar o armazenamento, processamento,
recuperação e representação da informação, determinando-se os procedimentos a adotar em
termos de quem vê as informações, em que formato, com que frequência, os "softwares" mais
adequados, a manutenção do banco de dados, entre outros (SINK e TUTTLE, 1993; apud
LANTELME, 1994; apud COSTA, 2003).
É importante considerar nesta etapa as necessidades de informação do usuário,
principalmente, para se determinar a forma de representação e frequência de relatórios. Este
modelo enfatiza a ideia de vinculação das medições ao processo de melhoria de desempenho
e discute diversas questões a se considerar para as etapas de coleta, processamento e
avaliação dos dados (SINK e TUTTLE, 1993; apud COSTA, 2003).
22
Figura 4 - Modelo da Pirâmide de Desempenho (COSTA, 2003)
No nível superior está localizada a visão do negócio, que é articulada pela direção da
empresa. No segundo nível, localizam-se os objetivos para cada unidade de negócio, que são
definidos em termos de marketing e finanças. A partir da definição dos objetivos e metas, as
estratégias são formuladas, descrevendo como os mesmos deverão ser atingidos. No terceiro
nível, cada um dos processos essenciais que apoiam os negócios são definidos em termos
de satisfação do cliente, flexibilidade e produtividade. Na base da pirâmide, os objetivos são
convertidos em critérios operacionais específicos: qualidade, entrega, tempo de ciclo e perda
para cada um dos departamentos ou componentes do sistema de negócios da empresa. A
pirâmide também pode ser vista a partir de três perspectivas: clientes, direção e funcionários
(COSTA, 2003).
A pirâmide é usada como um sistema que descreve como os objetivos são
comunicados para as equipes e como as medidas podem ser disseminadas para os vários
níveis da organização (LYNCH e CROSS, 1995; apud COSTA, 2003).
Para Lynch e Cross (1995), a medição de desempenho é uma importante ferramenta
de gestão, que tem papel crítico no desenvolvimento de vantagem competitiva para a
empresa. O desenvolvimento desse sistema depende de alguns fatores, que esses autores
julgam como essenciais (LYNCH e CROSS, 1995; apud COSTA, 2003):
23
b) Criação e adoção da aprendizagem na organização, através de contínuas ações
relativas à revisão dos objetivos estratégicos, buscando chegar a um consenso para a
introdução de mudanças;
c) Foco em esforços no lado da pirâmide que é voltado ao mercado, através da
identificação contínua das necessidades dos clientes;
d) Interpretação das forças que dirigem a organização (satisfação do cliente, flexibilidade
ou produtividade), ao invés de priorizar atividades operacionais diárias;
e) Avaliação das operações diárias relativas aos critérios de qualidade, tempo de ciclo e
perdas simultaneamente.
24
c) Processo: refere-se aos processos críticos que a empresa deve focalizar para
conseguir entender e melhorar a organização. Isso também faz com que a
administração dê prioridade no desenvolvimento, instalação e utilização dos
indicadores de desempenho nas áreas críticas para a organização (HRONEC, 1994;
apud LIMA, 2005);
25
A base do Modelo é a estratégia da empresa que, como foi dito anteriormente, se
dissemina pela organização através dos indicadores de desempenho. Por sua vez, a
estratégia é gerada por três principais fontes: a liderança, os interessados e as melhores
práticas (HRONEC, 1994; apud LIMA, 2005).
Após essa etapa, os facilitadores (comunicação, treinamento, recompensa e
benchmarking) são aplicados para apoiar o processo de implementação das medidas de
desempenho, que deve ser acompanhado por mudanças na organização (HRONEC, 1994;
apud LIMA, 2005);
Em seguida são definidas as metas, que são os resultados do desempenho desejado
para o futuro e devem ser desenvolvidas interativamente, pela administração (partindo dos
objetivos e do processo de benchmarking) e pelo pessoal responsável pelos processos, que
precisam ser capazes de atingir os valores estipulados. O autor define desempenho quantum
como a meta global para uma empresa (LIMA, 2005).
A definição dos processos críticos auxilia na definição prioritária dos indicadores de
desempenho, isto é, para quais processos deve-se desenvolver, implementar e utilizar as
medidas de desempenho. A definição dos processos também ajuda na definição dos tipos de
metas a serem estabelecidas, fazendo com que as mesmas sirvam de sustentação às
estratégias da organização (LIMA, 2005).
Definidos os processos críticos da organização, é possível empregar as medidas de
desempenho de output, que monitoram o desempenho de um processo e são utilizadas para
controlar recursos. Essas medidas normalmente devem ser definidas para três dimensões:
qualidade, tempo e custo (LIMA, 2005).
A etapa seguinte é a identificação das atividades-chave dentro dos processos críticos
que, segundo o autor, é a etapa crucial para a integridade do processo ou de seu output. Para
sua identificação podem ser utilizadas ferramentas de gestão e planejamento, como diagrama
de afinidade, diagrama de inter-relacionamento, diagrama de árvore, entre outras (LIMA,
2005).
Por fim, é possível definir as medidas de desempenho do processo, que têm a
finalidade de controlar e monitorar as atividades-chave. Após a sua definição, passa-se para
a etapa de implementação de todos os indicadores de desempenho desenvolvidos durante o
processo. Fecha-se o Modelo com o processo de melhoria contínua, retroalimentando todo o
processo (LIMA, 2005).
Esse Modelo é uma importante contribuição para sistemas de medição de
desempenho. Entretanto, o Modelo Quantum de Medição de Desempenho é fácil de ser
verbalizado, porém difícil de ser implementado (HRONEC, 1994). Embora isso ocorra em
quase todos os modelos de sistemas de indicadores de desempenho, o Modelo Quantum
26
deixa bem claro quais os elementos que a empresa deve priorizar para conseguir obter o
desempenho desejado. Há uma grande preocupação com o foco no cliente, com o processo
de mudança e de melhoria contínua que deve haver na organização (LIMA, 2005).
27
estar associadas à participação de mercado, satisfação, fidelidade, retenção, captação e
lucratividade (KAPLAN e NORTON, 1997; apud COSTA, 2003).
A perspectiva dos processos internos identifica os processos internos críticos nos
quais a empresa deve alcançar a excelência. Os autores recomendam uma cadeia de valor
genérica para estes processos internos. A cadeia inicia com um processo de inovação através
da identificação das necessidades atuais e futuras dos clientes, desenvolvimento de novas
soluções para essas necessidades, seguidas dos processos de operação através da entrega
dos produtos e prestação de serviços aos clientes existentes, finalizando com o serviço pós-
venda ou pós-entrega (KAPLAN e NORTON, 1997; apud COSTA, 2003).
A perspectiva de aprendizagem e crescimento identifica a infraestrutura que a empresa
deve construir para gerar crescimento e melhoria no longo prazo. Nessa perspectiva
analisam-se a motivação e a capacitação dos recursos humanos, a qualidade dos sistemas
de informação, as tecnologias e as capacidade para mudança e inovação (COSTA, 2003).
Porém, muitos autores citam a necessidade do Balanced Scorecard indicar outras
perspectivas, como fornecedores, colaboradores e empreendimento. Alguns apontam que o
modelo é muito genérico e as perspectivas podem ser diferentes nos diversos ambientes de
negócios. Além disso, um grande número de organizações e em particular, a indústria da
construção, trabalha com grande número de colaboradores e fornecedores e, para essas
empresas, a perspectiva de “empreendimento” e “fornecedores” poderiam ser incorporadas.
Outros autores destacam também que o Balanced Scorecard não analisa as perspectivas de
outros intervenientes no processo como a cadeia de suprimentos e a comunidade (COSTA,
2003).
Não existe, porém, segundo os próprios autores, uma fórmula que determine o número
de perspectivas a serem incorporadas no modelo e as mesmas podem variar de acordo com
as circunstâncias do setor e da estratégia da unidade de negócios (KAPLAN e NORTON,
1997; apud COSTA, 2003).
Os autores enfatizam que o sistema de medição deve tornar explícitas as relações
entre objetivos e medidas nas várias perspectivas. Esses autores destacam que a cadeia de
causa e efeito pode ser criada como uma reta vertical que atravessa as quatro perspectivas
do modelo, partindo da perspectiva de aprendizagem e crescimento, passando pelos
processos internos, clientes até a perspectiva financeira. Os autores apontam que a
construção dessas relações de causa e efeito gera um raciocínio sistêmico dinâmico, que
permite aos intervenientes da organização a compreensão de como as diversas variantes dos
processos se encaixam (KAPLAN e NORTON, 1997; apud COSTA, 2003).
28
Figura 7 - Relação entre as perspectivas do Balanced Scorecard (KAPLAN e NORTON,
1997)
29
associar objetivos e medidas estratégicas, planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativas
estratégicas, melhorar o feedback e o aprendizado estratégico, entre outros (KAPLAN e
NORTON, 1997; apud COSTA, 2003).
Uma das principais vantagens do BSC é o seu processo de construção, pois permite
às pessoas envolvidas entenderem a atual situação da organização e o que deve ser feito
para atingir os objetivos necessários para ser competitiva em longo prazo. Alguns
recomendam que o modelo seja usado como uma ferramenta adaptável a diferentes
situações, para que possibilite a discussão e a comunicação da visão e das estratégias à
organização (OLVE et al., 1999; apud COSTA, 2003).
Nesse sentido, a oportunidade da discussão e da comunicação da estratégia da
empresa, em diferentes funções, através de uma sistemática de reuniões é um dos principais
pontos positivos do Balanced Scorecard. Isso possibilita aos gerentes aprenderem e
revisarem suas estratégias, desenvolvendo, então, sistemas de controle mais eficazes. Como
consequência, este tipo de abordagem estabelece uma linguagem para discussão dentro da
organização, incentivando e facilitando o processo de aprendizagem organizacional (COSTA,
2003).
30
O ponto forte do SMART é a sua tentativa de integrar objetivos corporativos com
indicadores operacionais. Entretanto, esse sistema não fornece um mecanismo para
identificar indicadores-chave de desempenho e também não integra explicitamente o conceito
de melhoria contínua (GHALAYINI et al., 1997).
Quanto ao Balanced Scorecard, o ponto crucial é a ligação das medidas das quatro
perspectivas em uma cadeia causal que atravessa toda a empresa (NORREKLIT, 2000).
Entretanto, a autora afirma que, na realidade, a relação existente entre as quatro perspectivas
do modelo não é causal, como explicitado no modelo, mas é uma relação lógica.
Dessa forma, a satisfação do cliente, por exemplo, não necessariamente implica em
bons resultados financeiros. Uma cadeia de ações que produz um alto nível de valor para o
cliente a custos baixos, leva a bons resultados financeiros. Isso não é uma questão de
causalidade, mas de lógica, isso porque, de acordo com a autora, os modelos de contabilidade
são lógicos, tendo como finalidade de criar racionalidade financeira na organização. Eles são
baseados em argumentos lógicos e não em observações empíricas. Assim, a certeza dos
resultados financeiros não pode ser provada através de observações empíricas porque os
resultados financeiros só podem ser alcançados através de cálculos de contabilidade
(NORREKLIT, 2000).
Um dos principais benefícios do Balanced Scorecard, por sua vez, é a integração de
quatro importantes perspectivas de desempenho em um relatório gerencial simples e fácil de
entender, segundo alguns autores. Entretanto, os mesmos autores afirmam que a principal
falha deste modelo é que o mesmo foi concebido originalmente para fornecer uma visão global
de desempenho aos gerentes e pode não ser aplicável a um nível operacional (GHALAYINI
et al., 1997).
Com a descrição dos quatro modelos, é possível perceber que, diferentemente de
décadas atrás, quando pertenciam à área da contabilidade e eram utilizados principalmente
para controle financeiro, os indicadores assumem novos papéis não só no monitoramento e
controle de processos mas também como facilitador da comunicação e da aprendizagem
organizacional (LIMA, 2005).
O método Seis Sigma, lançado formalmente por Jack Welch em 1996 com o objetivo
de promover processos de melhoria contínua na General Electric, não pode ser definido como
um modelo para a geração de um sistema de indicadores. Em suma, pode-se dizer que o Seis
Sigma é uma metodologia estruturada, baseada no incremento de qualidade dos processos,
levando em conta todos os aspectos relativos ao negócio, que permite o monitoramento das
31
atividades, minimizando os desperdícios, otimizando recursos, incrementando a lucratividade
e aumentando a satisfação dos clientes (OLIVEIRA, 2009).
A abordagem Seis Sigma está se consolidando no mundo dos negócios e
possibilitando grandes conquistas às empresas, um método que se concentra na diminuição
ou eliminação da incidência de erros, defeitos e falhas de um processo. Ela pode ser aplicada
na maioria dos setores da atividade econômica (FINAMORE, 2008).
O Seis Sigma pode atuar de várias formas, desde como meta para se atingir o “zero
defeito” (na verdade, o nível seis sigma implica em 3,4 defeitos por milhão, ou 99,99966% de
rendimento) até como medida de nível de qualidade (através da comparação da produtividade
dos processos através de um indicador de base única, o sigma) (OLIVEIRA, 2009).
Sigma (б) é uma letra do alfabeto grego e indica o estudo da variância de um processo.
Os processos estabelecidos são analisados e medidos de acordo om a qualidade das saídas
ou produto final, conforme a variância encontrada de um total mensurado. O processo é
classificado em um nível de Sigma específico indicando o estágio a qual o processo se
encontra e quanto está distante da perfeição, de acordo com uma curva gaussiana
(FINAMORE, 2008). A tabela 1 indica a distribuição de rendimentos em cada um dos níveis
sigma.
32
g) Exige o envolvimento da alta direção e o entendimento de todos os colaboradores
dentro da empresa.
4.7.1. O DMAIC
33
5. ESTUDO DE CASO E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE CASOS DE APLICAÇÃO
DOS INDICADORES DA QUALIDADE
O estudo aqui apresentado tem como objetivo, conforme indicado no item 1.3 desse
trabalho, identificar os principais indicadores de qualidade utilizados pelas construtoras para
o monitoramento da qualidade de seus empreendimentos e buscar analisar a eficiência dos
mesmos dentro de seus Sistemas de Gestão da Qualidade.
Uma dificuldade encontrada nessa etapa da pesquisa foi o acesso a informações
importantes do Sistema de Gestão da Qualidade das empresas, em função de que as mesmas
têm preocupação em divulgar seus dados no mercado e assumem assim um tratamento
confidencial. Para o levantamento dos dados aqui apresentados, foram realizadas entrevistas
com coordenadores, engenheiros e estagiários de grandes empresas presentes no mercado,
bem como análise de documentos pertencentes ao SGQ dessas empresas e revisão
bibliográfica em trabalhos técnicos que contivessem estudos de caso específico.
A análise dos documentos e a revisão bibliográfica tiveram como objetivo a obtenção
dos indicadores de desempenho mais utilizados, enquanto as entrevistas com os
colaboradores das empresas visaram analisar a importância do uso dos indicadores dentro
do escopo da gestão da qualidade nas obras dessas organizações.
Em relação as entrevistas realizadas, foram entrevistadas doze profissionais, sendo
quatro estagiários e oito engenheiros civis e coordenadores de obra com atuação em duas
construtoras de grande porte (Empresas A e B). Todos os estagiários já possuíam pelo menos
um ano dentro das empresas e estavam plenamente envolvidos nos procedimentos e
operações para a medição dos indicadores. Todos os engenheiros possuíam pelo menos dois
anos dentro das empresas e a maioria formou-se dentro delas, iniciando como estagiários ou
técnicos e chegando as cargos de engenheiros e coordenadores. As entrevistas foram feitas
de forma presencial, a partir de um questionário previamente elaborado e apresentando no
Anexo I, o que não impediu que novos questionamentos surgissem durante a realização das
entrevistas.
Para os dados apresentados sobre a Empresa C, foi realizada revisão bibliográfica de
casos de aplicação de indicadores de qualidade.
34
empreendimentos demandam um aporte muito grande de capital, materiais e mão de obra,
que precisam ser controlados em todas as fases da produção.
Os gestores de um empreendimento desse tipo, assim sendo, devem ser capazes de
administrar e controlar seus diversos efeitos. Além disso, devem garantir a qualidade do
produto final entregue aos clientes e atender os objetivos da empresa. Para isso, ele deve ter
acesso a dados que ilustrem, de maneira quantitativa e qualitativa, como o empreendimento
está se desenvolvendo.
O estudo foi feito com três empresas, a partir de entrevistas com profissionais que
trabalham nessas organizações, revisão bibliográfica de trabalhos técnicos com estudos de
caso específicos e análises em documentos e planilhas pertencentes ao SGQ dessas
empresas, apresentadas a seguir.
5.2.1. EMPRESA A
5.2.2. EMPRESA B
A empresa B é uma das construtoras mais lucrativas do mercado em 2013. Tem sede em
São Paulo e atua em mais de 40 cidades brasileiras. Assim como a empresa A, possui setor
próprio para acompanhamento e desenvolvimentos de tecnologias de qualidade e atua
basicamente em empreendimentos de alto padrão econômico. É uma das mais maiores
construtoras e incorporadoras do país. Os dados e aferições necessários para a obtenção dos
35
indicadores de qualidade gerados nas obras são coletados por estagiários e a construção dos
indicadores é feita pelos engenheiros do produção das obras.
Os indicadores obtidos na análise dos documentos do SGQ da empresa B são mostrados
no item 5.3, bem como a análise da eficiência dos mesmos dentro do SGQ da empresa, a
partir do resultado das entrevistas com seus colaboradores.
O autor dessa pesquisa não teve acesso ao método de cálculo dos indicadores utilizados
pela empresa B.
5.2.3. EMPRESA C
A empresa C tem sede em Minas Gerais, mas possui grande destaque a nível nacional.
Os dados aqui representados são frutos de trabalhos de outros pesquisadores (TODESCO e
BOGONI, 2011) e consideram a atuação da organização na região de Curitiba, local de
realização dos referidos trabalhos. A coleta dos dados para a geração dos indicadores, assim
como nas demais organizações, também é feita por estagiários.
Os indicadores utilizados pela empresa C, obtidos na revisão bibliográfica da pesquisa de
Todesco e Bogoni (2011), são apresentados no item 5.3.
Os autores da referida pesquisa não explicitaram o método de cálculo dos indicadores
obtidos.
36
INDICADORES DE PRAZO MAIS UTILIZADOS
EMPRESA INDICADOR
Andamento Físico e Caminho Crítico
Cumprimento de Programação Semanal
A Índice de Contratações no Prazo (MO)
Índice de Compras no Prazo (MAT)
Índice de Entrega de Projetos
Ciclo de Concretagem
B Efetivo da Equipe de Instalações
Avanço Físico
Avanço Físico (unidades executadas)
C
Percentuais Concluídos (por atividade)
Foi possível observar que as três empresas utilizam basicamente os mesmos indicadores.
As três avaliam o andamento físico da obra em relação ao que definem como meta em seus
cronogramas. Além do avanço físico geral, as empresas A e C medem o avanço físico
específico de cada um dos serviços executados no canteiro.
É possível perceber uma maior preocupação em relação a empresa A em medir em termos
de prazo os serviços relacionados a contratações de mão de obra e compras de materiais.
Em entrevistas e conversas com gerentes, coordenadores e engenheiros da empresa, é
possível notar que todos os esses colaboradores são capacitados a perceber e propagar para
outros colaboradores e clientes internos e externos que o sucesso ou fracasso de
cumprimento de prazo da obra passa pelo abastecimento do canteiro com os insumos
necessários para a execução dos serviços, bem como a mão de obra para executá-los.
Em relação ao custo, os principais indicadores utilizados pelas empresas são
apresentados na tabela 3.
37
INDICADORES DE CUSTO MAIS UTILIZADOS
EMPRESA INDICADOR
Índice de Desvio do Orçamento
Previsão Financeira
Índice de Perda (Concreto)
A
Índice de Perda (Aço)
Histograma de MO (Quantidade)
Histograma de MO (Custo)
Perda de Concreto
Espessura de Contrapiso
Espessura de Gesso Liso
B
Espessura de Emboço Externo
Consumo de Água e Energia Elétrica
Avanço Financeiro
Avanço Financeiro da Obra
C Gasto com Horas Extras
Custo Efetivo por Unidade
Foi possível observar aqui que, embora em sua essência cada um desses indicadores
meçam situações diferentes, vários deles possuem os mesmos objetivos e diretrizes de
análises.
Observa-se que os indicadores de perda de concreto e aço da empresa A, de perda de
concreto e espessura de gesso, contrapiso e emboço da empresa B e de custo efetivo por
unidade da empresa C tem como objetivo medir possíveis desvios de orçamento provocados
por maiores gastos com materiais, que acarretarão em menores margens de lucro no fim da
obra.
Nota-se também que os indicadores de custo e quantidade de histograma de mão de obra
da empresa A e gasto com horas extras da empresa C tem o objetivo de mensurar a dimensão
dos custos sendo utilizados para pagamento de mão de obra que podem vir a estar sendo
provocados por excesso ou falta desse recurso, que atem influência não só no custo, mas na
produtividade e qualidade do serviço executado.
38
As três empresas tem também como iniciativa medir o avanço financeiro das obras.
Em relação à qualidade, os principais indicadores utilizados pelas empresas são
apresentados na tabela 4.
EMPRESA INDICADOR
Porcentagem de Itens Conformes
Índice de Cumprimento de Procedimento Operacional
A
Índice de Cumprimento de Treinamento
Índice de Cumprimento de Protótipo
Resultados de Testes Hidrostáticos
B Estanqueidade
Coeficiente de Variação do Nível da Laje
C Índice de Boas Práticas no Canteiro de Obras
É possível perceber que as três empresas, novamente, utilizam indicadores que medem
diferentes situações mas que, em uma análise mais profunda, estão voltados para os mesmos
objetivos.
As três empresas, no quesito qualidade, medem o atendimento dos serviços executados
em suas obras aos seus procedimentos operacionais. Esse indicador é importante na medida
que pode demonstrar aos setores de assistência técnica que prestarão serviços aos
empreendimentos depois de prontos onde existem maiores probabilidades de patologias
futuras.
As empresas A e C realizam tal ação de maneira mais genérica, abrangendo todos os
procedimentos em um único indicador. Já a empresa B tem uma maior preocupação em medir
determinados serviços especificamente (instalações, lançamento de concreto e
impermeabilização).
Esses indicadores também são importantes para se traçar o perfil de capacitação da mão
de obra empregada nos serviços. A empresa A, inclusive, possui um sistema definido de
treinamento e verificação da eficácia da mão de obra empregada, que permite inclusive gerar
um indicar de cumprimento de treinamentos. Esse indicador é então cruzado com os
indicadores de cumprimento de procedimentos para aferir quais fornecedores precisam
39
qualificar melhorar sua mão de obra, quais procedimentos internos podem precisar de revisão,
entre outros.
Em relação ao meio ambiente, os principais indicadores utilizados pelas empresas são
apresentados na tabela 5.
EMPRESA INDICADOR
A Índice de Volume de Resíduo Gerado
B Volume de Entulho
C -N/A-
40
INDICADORES DE SEGURANÇA DO TRABALHO MAIS UTILIZADOS
EMPRESA INDICADOR
Número de Acidentes Próprios
A Número de Acidentes de Terceiros
Número de Autuações no MT
B -N/A-
C -N/A-
41
não seguem um parâmetro ou preceito. O que existem dentro das três empresas, de modo
geral, são informações passadas aos gestores das obras de como devem ser lançados os
dados coletados, a maioria das vezes em planilhas eletrônicas ou na internet, porém não
existem manuais padronizados.
Mesmo sem existir uma padronização, os sistemas de coletas de dados estão
consolidados nas três empresas estudadas, bem como a publicação dos indicadores. As
equipes de engenharia nas obras, portanto, de uma maneira geral, sabem como devem ser
feitas a coleta dos dados e como são elaborados e calculados os indicadores propriamente
ditos.
As três empresas apresentam basicamente o mesmo esquema em relação aos
responsáveis pela coleta de dados e elaboração dos indicadores. No geral, os estagiários e
técnicos buscam as informações necessários para a alimentação de planilhas e
programações que exibem os índices desejados. Os engenheiros gestores, depois disso,
abastecem tais planilhas, gerando assim o indicador.
Em entrevistas e conversas com os responsáveis pela coleta e alimentação dos
indicadores, foram apontadas basicamente as mesmas dificuldades, destacadas a seguir:
42
departamento é também responsável por apresentar os dados aos demais colaboradores de
outras obras e fazer o benchmarking com outras empresas do ramo.
A análise dos indicadores sob um aspecto global, dentro de uma ótica de comparação
com outras empresas do mercado, ainda é pouco evoluído. Os relatórios de gestão anuais
das empresas privilegiam apenas os indicadores físicos e financeiros (e muitas vezes
considerando apenas índices voltados para os grandes acionistas e investidores, ignorando
aspectos operacionais e de gestão das obras). Todas as empresas, porém, possuem um
sistema consolidado de abastecimento contínuo de um banco de dados interno de indicadores
de desempenho. Esse sistema é importante pois permite avaliar em que índices as obras mais
bem sucedidas se destacaram, fornecendo assim possíveis diretrizes das demais
empreendimentos, gerando benefícios a médio e longo prazo.
Em relação à divulgação dos indicadores para os colaboradores e clientes da empresa,
as três empresas divulgam os mesmos através da internet e intranet. Tal fato possibilita ao
engenheiro de produção já dispor de uma base de comparação de sua obra em relação às
demais obras da empresa. As empresa A e B, além disso, dispõe de quadros de gestão dentro
das obras, porém não acessível para os trabalhadores voltados a produção.
As três empresas analisadas realizam reuniões para analisar os indicadores das obras,
porém na maioria das vezes apenas para tratar de resultados insatisfatórios. Esse cenário faz
com que sejam necessárias medidas corretivas, quando a adoção de medidas preventivas é
um processo menos agressivo para a obra. Além disso, esse fato pode ter como consequência
a desmotivação das equipes de administração dos empreendimentos, pois somente recebem
feedbacks quando há a presença de indicadores ruins.
Os colaboradores que auxiliaram no desenvolvimento desse trabalho foram unânimes ao
responder favoravelmente sobre a importância e eficácia da utilização de sistemas de
indicadores de desempenho. Todos afirmam o conceito de que os indicadores são
ferramentas de auxílio e elaboração de estratégias para planejamento e controle da obra,
corroborando a proposição de vários outros trabalhos apresentados no referencial teórico
dessa pesquisa.
Após a análise do estudo apresentado no item anterior, é possível perceber que a empresa
A, além de utilizar os indicadores mais usuais, preocupa-se também em parametrizar
aspectos inerentes ao bom desenvolvimento dos processos construtivos, como a contratação
de mão de obra, compra de materiais e realização de protótipos.
A empresa B, é a que mais chega próxima de possuir um procedimento padronizando a
coleta de dados para geração dos indicadores. É possível perceber que, em seus indicadores
43
de qualidade, a empresa B privilegia a obtenção e utilização de diversos indicadores mais
específicos e operacionais, por acreditar que controlando atividades construtivas vitais do
canteiro em relação a sua qualidade de execução, o empreendimento terá uma resultado final
mais favorável, inclusive em relação aos índices de custo e prazo.
Em relação a empresa C, foi possível perceber um maior destaque no controle de
desempenho através de indicadores globais e gerenciais de andamento físico e controle de
custo.
44
6. CONCLUSÃO
É possível concluir, depois das entrevistas com os colaboradores das empresas, que o
uso de indicadores tem eficiência imediata sobre o desenvolvimento da obra, otimizando
custos e reduzindo prazos, pois os mesmos auxiliam no controle de processos e etapas
construtivas, além de servir como base para planejamento estratégico das obras e das
empresas. É possível destacar também, devido a cada vez mais alta concorrência do
mercado, a necessidade de eficiência e qualidade dos processos e o avanço das técnicas
construtivas, que todos os profissionais do setor devem possuir conhecimento sobre o
desenvolvimento dos sistemas de indicadores e que este já é um diferencial para os
profissionais que querem se destacar e se manter no mercado atualmente.
Todos os gerentes e engenheiros que participaram desse estudo destacaram que, com o
advento do uso de indicadores, as obras passaram a dar mais atenção a quesitos como
desperdício de material e qualidade do serviço. Além disso, a agilidade na identificação de
problemas e da evolução dos empreendimentos também foi percebido como um fator
benéfico, mostrando assim que o uso dos indicadores é cada vez mais necessário para uma
obra com processos eficientes, eficazes e com qualidade.
Assim, respondendo à pergunta central desse trabalho, os principais indicadores utilizados
pelas construtoras para monitoramento do desempenho de suas obras são aqueles
relacionados à custo, prazo e qualidade. Embora essencialmente determinados indicadores
meçam serviços diferentes, vários deles possuem os mesmos objetivos, que são o de medir
o andamento físico da obra, desvios de orçamento de material e mão de obra e cumprimento
dos parâmetros dos procedimentos operacionais do SGQ de cada empresa.
Foi possível concluir também que o uso de indicadores, atualmente, é essencial para as
empresas que buscam processos eficientes e com qualidade, indicando então a importância
que os sistemas de medição de desempenho assumiram dentro dos Sistemas de Gestão da
Qualidade das organizações da construção civil, fornecendo bases para processos de
melhoria de procedimentos e tomadas de decisões de caráter estratégico.
Considerando a cada vez maior preocupação do mercado em relação à natureza e ao
meio ambiente, recomenda-se como sugestão de temas para trabalhos futuros a realização
de pesquisa de campo para identificação de indicadores de qualidade setorizando a
amostragem de construtoras por porte e segmento e a definição de um procedimento de
padronização da coleta de dados utilizados na alimentação dos indicadores.
45
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SOUZA, R. de. Gestão da qualidade: tópicos avançados. São Paulo: Pioneira Thompson
Learning, 2004.
50
ANEXO I – QUESTIONÁRIO UTILIZADO NAS ENTREVISTAS
1) Quais indicadores são coletados pela obra? Com que frequência é feita a coleta dos
dos necessários?
3) Existe uma pessoa ou grupo responsável pela coleta dos dados? Quem é?
7) É realizada alguma reunião periódica para que seja feita uma análise crítica de
desempenho baseada nos indicadores da obra?
9) Existiram casos de caminhos ou decisões tomadas pela obra ou para a obra com o
auxílio de um resultado de indicador de desempenho?
51
ANEXO II – CÁLCULO DOS INDICADORES UTILIZADOS PELA EMPRESA A
R$ Mensal Realizado
Previsão Financeira PF 1,03
R$ Mensal Previsto
Volume Solicitado
IPC !
Índice de Perda (Concreto) Volume de Projeto
(X depende da peça a ser concretada)
QT MO Realizada
Histograma de MO (Quantidade) HMO % QT 1,03
QT MO Previsto
R$ MO Realizada
Histograma de MO (Custo) HMO % R$ 1,03
R$ MO Previsto
52
INDICADORES DE QUALIDADE MAIS UTILIZADOS
INDICADOR CÁLCULO
Nº Funcionários Treinamento OK
Índice de Cumprimento de Treinamento % TREI . 85%
Nº Total Funcionários Avaliados
Nº Protótipos Realizados
Índice de Cumprimento de Protótipo % PROT . 85%
Nº Protótipos Previstos
53