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18/07/2019 Détente – Wikipédia, a enciclopédia livre

Détente
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Détente é uma palavra francesa que significa distensão ou
relaxamento. O termo tem sido usado em política
internacional desde a década de 1970. De uma maneira geral,
o termo pode ser empregado para se referir a qualquer
situação internacional na qual nações que tinham
anteriormente um relacionamento hostil (sem, no entanto,
estarem em um estado de guerra declarada) passam a
restabelecer relações diplomáticas e culturais, apaziguando
seu relacionamento e diminuindo o risco de conflito
declarado.
Mikhail Gorbachev, Secretário-Geral do Partido
Comunista da União Soviética, e Ronald Reagan,
O termo é mais freqüentemente utilizado em referência à
Presidente dos Estados Unidos, assinando o
redução geral de tensão entre a União Soviética e os Estados
Tratado INF.
Unidos da América durante a Guerra Fria, ocorrido no final
da década de 1960 (após a Crise dos mísseis de Cuba) até o
início dos anos 1980. A détente avançou paulatinamente até os Encontros de Cúpula de Reykjavík, em 1986, e de
Washington (Intermediate-Range Nuclear Forces Treaty), em (1987), quando Ronald Reagan e Gorbatchev
assinaram o fim da Guerra Fria. Há, todavia, quem defenda que a Guerra Fria continuou de fato até o colapso e
consequente dissolução da URSS em 1991.

Histórico
Durante a década de 1970, nas administrações de Nixon e Ford, nos EUA, e de Brezhnev na URSS, a Guerra Fria
sofreu grandes modificações com a implementação da détente pelas duas potências. A URSS buscava mostrar ao
público como a nova política de coexistência pacífica, com o fim da corrida armamentista era algo positivo, bem como
tentava se vangloriar por isso.[1] Cumpre destacar que essa foi uma política adotada pelas nações aos fins da década de
60 com medo de uma guerra nuclear, que dado o poderio armamentista de ambas as potências, teria consequências
ainda mais desastrosas que as guerras anteriores, ainda, por lado da URSS, com o interesse de ter suas fronteiras no
leste Europeu reconhecidas.

As principais motivações para a détente, conforme mencionado acima, era o medo do desencadeamento de mais uma
guerra, pois o poder militar da URSS não era mais inferior àquele detido pelos EUA. Ainda, com essa nova política,
desejavam expandir o comércio entre as nações, bem como reduzir a capacidade nuclear, buscando a suficiência, por
parte dos EUA. Cumpre destacar que a détente, apesar da tentativas dos governos de mostrar o contrário, não foi livre
de críticas, principalmente pelo Congresso e população estadunidense, que acreditavam que grande parte os atos
decorrentes da détente, como o SALT, e os tratados de Helsinque favoreciam a URSS em detrimento dos EUA,
entendimento esse compartilhado também pelo escritor soviético exilado Aleksandr Solzhenitsyn,[2] que alertava os
EUA sobre os perigos da détente indicando que o desconhecimento dos EUA a respeito do regime soviético é produto
da distância, da falta de informação, da estreiteza dos pontos de vista e das interpretações tendenciosas dos
observadores e comentaristas. A população temia a política de détente tanto por medo do avanço nuclear da URSS
como também pela mesma significar um afastamento dos EUA sobre a violação dos direitos humanos que ocorria no
governo soviético, manifestação evidente após a assinatura dos acordos de Helsinki, fato este também criticado pelo
escritor acima mencionado.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Détente 1/2
18/07/2019 Détente – Wikipédia, a enciclopédia livre

Dentre os motivos que levaram ao fracasso da détente, pode-se mencionar a insatisfação popular dos americanos, das
questões pessoais, principalmente do presidente Nixon, que se isolava na tomada de decisões com o secretário
Kissinger, sofrendo diversas críticas dos demais membros da administração e deixando de se aproveitar de seu
conhecimento. Por outro lado, à época, tiveram conflitos internacionais que alarmaram a situação entre os países,
como a Guerra do Vietnã, a imigração de judeus para os EUA e as guerras travadas entre Síria, Egito e Israel, que
contavam com o apoio de cada um dos lados e frequentes ameaças de uma potência para outra. Por fim, teve-se os
conflitos com o Congresso americano, que acreditando que os acordos e medidas tomados no âmbito da détente era
unilaterais e favoreciam apenas os EUA, dessa forma, propuseram várias emendas e restrições que não agradaram a
URSS, conforme notícia de 15/01/75.[3] Ainda, membros da administração, como o secretário de Defesa James
Schlesinger, advertiu o congresso em 75 que reduções unilaterais do poderio norte-americano não eram positivas para
a détente, e que apesar desta, ainda existiam inúmeras divergências entre os EUA e a URSS, decorrente de seus
sistemas sociais e objetivos políticos econômicos, de forma que períodos de cooperação iriam inevitavelmente se
intercalar com períodos de contestação, como de fato ocorreu, e os EUA deveriam estar preparados para isso.[4] De
forma geral, apesar das tentativas das duas potências de manter uma coexistência pacífica, inúmeras divergências
ideológicas, políticas e econômicas manifestadas em atitudes pessoais, domésticas e internacionais refletiram a
impossibilidade dessa política no longo prazo, refletida principalmente em conflitos internacionais nos quais havia
ameaças de ambos os lados e nas manifestações domésticas que contrariavam essa política.

Referências
1. https://docs.google.com/open?id=0B5YvPrLYuLt-eUphSmlDVnJXdUk
2. https://docs.google.com/open?id=0B5YvPrLYuLt-UWRJTGlQSnJjeE0
3. https://docs.google.com/open?id=0B5YvPrLYuLt-V3lzRFpyVjZZRzA
4. https://docs.google.com/open?id=0B5YvPrLYuLt-OUk1dGtJMzNud3c

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