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I Coríntios 15.35-50
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corpo; agora espiritual e glorioso. E Paulo mais uma vez, usa a criação para
fundamentar seu argumento (38-41 ver). A ideia aqui, é que como cada ser criado
tem um corpo adequado para o meio no qual está inserido, assim também, nosso
corpo físico é apropriado para a realidade presente, mas não para a futura.
Entretanto, o novo corpo que receberemos, será absolutamente habilitado para a
herdar o reino de Deus. Mas, é preciso ressaltar que assim como existe
continuidade entre a semente e a planta que dela nasce; haverá continuidade entre
nosso corpo presente e o corpo futuro. Nosso corpo não será aniquilado para em
seu lugar recebermos outro, numa espécie de reencarnação. Não, não! Ele será
transformado, conforme a vontade de Deus. Decreto Divino
A morte
devido ao pecado, mas na ressurreição ele estará livre de toda sorte de males.
Perceba que a sepultura dá visibilidade à maldição de Deus sobre o homem, mas
a ressurreição liga os holofotes do esplendor Divino, ao nos conceder um corpo
que jamais experimentará o pecado e seus efeitos maléficos. Na sepultura somos
completamente despidos de toda dignidade, mas quando formos ressuscitados o
seremos em glória, pois a corrupção do pecado já não terá poder sobre nós, pois
nosso corpo será semelhante ao do nosso Senhor (Filipenses 3.20-21 ver). Além
disso, Paulo usa os termos gregos σωμα ψυχικον para se referir ao corpo natural,
a um corpo que é dominado por seus impulsos e vontades naturais, em contraste
com σωμα πνευματικον que alude a alguém que é guiado pelo Espirito Santo. Paulo
então, liga o σωμα ψυχικον (corpo natural) ao primeiro Adão, que conforme o verso
45, foi feito alma vivente. Enquanto que o σωμα πνευματικον (corpo espiritual) é
ligado ao último Adão, Cristo, espirito vivificante. E o fundamento de Paulo aqui,
permanece o mesmo do início deste capítulo, as Sagradas Escrituras. E é olhando
para elas, sobretudo para Gênesis 2.7, que ele afirma que o primeiro Adão foi feito
alma vivente. A ideia aqui, é a de alguém que precisou receber vida, pois não a
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tinha. Em contrapartida, o último Adão, Cristo, é espirito vivificante, ou seja, aquele
que não apenas tem vida em si mesmo, mas também a concede a outros. Este
contraste entre Adão e Cristo, fica mais claro nos versos 46-50 (ver).
Perceba que Paulo ainda está pensando na ilustração que fizera da semente,
ao mostrar que assim como é necessário primeiro ser semeada a semente para
depois vir a planta, igualmente vem primeiro o natural, o corpo físico e somente
depois o espiritual, o corpo transformado. Contudo, não devemos pensar que
nosso corpo será de alguma forma transcendente ou imaterial, visto que mesmo
após sua ressurreição, Cristo foi tocado pelos discípulos e ainda se alimentou com
os pães que tinham (Lucas 24.36-44 ver).
Fechando sua linha de raciocínio, Paulo ressalta no verso 50: “Isto afirmo,
irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a
corrupção herdar a incorrupção” (50). Ou seja, um corpo mortal, sujeito ao pecado
e à degradação, não poderá entrar no reino celestial, por essa razão nossos corpos
serão transformados e serão semelhantes ao de Cristo, livres das limitações que
no momento presente trazem consigo. Ou como esclarece Anthony Hoekema, “o
que Paulo está dizendo aqui é que, para nós, é impossível em nosso presente
estado, em nossos corpos atuais, fracos e perecíveis como são, herdar a plenitude
das bênçãos da vida por vir. Tem de haver uma transformação”. Transformação
que somente pode ser operada pelo Trino Deus.
Aplicação