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Como a sua decisão afeta sua vida

Um dos maiores desafios para o cristão hoje, é ter valores absolutos em meio a uma
sociedade relativista. Nossa sociedade e alguns teólogos contemporâneos tem apregoado
que não existe verdade absoluta, tudo é relativo.

O texto de Daniel, mostra-nos um jovem com valores absolutos, alguém que não foi
influenciado pelos costumes de uma sociedade anti-Deus, uma sociedade sem conceitos
morais definidos, uma sociedade hedonista e antropocêntrica. Alguém já disse que “a vida
de Daniel é um farol a ensinar-nos o caminho certo no meio da escuridão do relativismo”.

Este texto nos mostra que Daniel toma uma decisão extremamente importante.
Decisão que afeta profundamente sua vida e a de seus amigos. A grande decisão de Daniel
foi, sem dúvidas, ser fiel a Deus. Mas essa decisão tem algumas características que
precisamos considerar:

1. Daniel vence a frustração

Uma grande lição a ser aprendida por cada um de nós é a superação das frustrações.

Daniel havia sido tirado de sua terra, dos braços de seus pais, deixado para trás
vários amigos, sua vida, suas aspirações e o templo onde adorava a Deus. Ele havia
perdido sua liberdade, seus direitos haviam sido desrespeitados, mas ainda assim, ele não
se dobrou ante as circunstâncias com sentimentos derrotistas, sentindo pena de si mesmo.
Ele enfrentou as frustrações que solapavam seus sonhos e se levantou para ser exemplo
de um homem de fé no lugar onde estava inserido. Daniel fez a diferença, não perdeu a
esperança. Ele não se deixou abater pelas circunstâncias adversas e se tornou um dos
grandes, mesmo em terra estranha e hostil.

2. Daniel obedece a Escritura

Para Daniel não havia negociação com a Palavra de Deus. Ele não fazia barganha
com a Escritura Sagrada, não abria mão da vontade de seu Deus.

Com Daniel aprendemos que devemos ter convicção daquilo que queremos.
Perceba nos versos 5-8, que havia uma determinação quanto à alimentação que Daniel e
os demais cativos deveriam receber, mas ele resolveu firmemente, não se contaminar com
as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia;

Ele enxergou o perigo iminente e decidiu se afastar. Para Daniel, não participar da
mesa real era mais que uma questão de negar a autossatisfação, era uma questão de
submissão à vontade de Deus. Daniel conhecia a Escritura e sabia que Deus havia proibido
uma série de alimentos ao seu povo (Levítico 11). Obviamente os caldeus não observavam
tais restrições alimentares. Dessa forma, Daniel decide se abster das coisas que poderiam
torná-lo impuro e distanciá-lo da vontade de Deus.

3. Daniel é sensato e perseverante

Perceba que Daniel pede ao chefe dos eunucos para não se contaminar com as
iguarias do rei. Ele não impõe sua religiosidade, não confronta as crenças alheias, mas de
forma sensata procura um acordo. O verbo hebraico traduzido como “pediu” (8), está na
forma intensiva e dá a ideia de um pedido insistente. Ele não apenas fez um pedido, mas
insistiu para que sua petição fosse atendida.

A sensatez de Daniel é revelada não apenas no evitar o confronto, mas na sua


contraproposta àquele oficial (12-13): “Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que
se nos deem legumes a comer e água a beber. Então, se veja diante de ti a nossa aparência
e a dos jovens que comem das finas iguarias do rei; e, segundo vires, age com os teus
servos”. O resultado foi magnifico.

Aplicação

Você pode estar se perguntando: o que isso tudo tem a ver com minha vida?

Nossas decisões têm consequências e afetam nossas vidas positiva ou


negativamente, dependendo de como as tomamos.

A pergunta a ser feita talvez seja: estou sendo fiel a Deus nas minhas decisões?

 Daniel venceu a frustração. Mas, quantos de nós não tem se deixado abater
pelas adversidades, quantas vezes não temos nos revoltado ante as
intempéries da vida e ao invés de superarmos nossas frustrações, nos
entregamos à autocomiseração. Precisamos aprender, a exemplo de Daniel
a enfrentar as dificuldades, a dar menos importância às nossas lutas e mais
valor ao Deus que está conosco. (Eliseu e tropas sírias – II Reis 6.8-23).

Vergonha, não é entrar numa guerra e perder uma batalha. Vergonha, é não
entrar na batalha com medo de perder a guerra.

 Daniel obedeceu à Palavra de Deus. Por vezes somos levados a crer que uma
pequena transgressão à lei Divina não tem nada demais. Uma mentira boba,
uma relação sexual ocasional, uma traição velada, se outros não tomarem
conhecimento, não tem nada, não há problemas. A questão é que as grandes
quedas começam com pequenos pecados. Somos tendenciosos a guardar
em nosso coração apenas o que nos interessa nas Escrituras. Precisamos
aprender com Daniel a amá-las e vivê-las por completo.

 Daniel foi sensato e perseverou mesmo que tudo fosse contrário. Talvez um
dos maiores problemas enfrentados pelos cristãos hoje seja a falta de bom
senso e perseverança. As pessoas agem sem pensar, sem analisar as
consequências que suas ações podem ter. Palavras são lançadas ao vento
sem o devido cuidado e findam por ferir pessoas e destruir relacionamentos.
Devemos discernir o nosso tempo e agir de forma ponderada.

A pergunta que não quer calar é: Daniel agiu de forma exemplar, mas como suas
decisões afetaram sua vida?

Nem Daniel, nem seus amigos foram obrigados a se contaminar com as


iguarias do rei (15-16);

Daniel se tornou um grande estadista e permaneceu por muito tempo entre


os nobres.

Uma última questão que desejo destacar aqui é que em todas as decisões de Daniel
em tudo o que lhe aconteceu, em todos os momentos de sua vida, Deus estava no controle.

Mesmo que nos pareça estranho, não há disparidade entre a soberania de Deus e a
responsabilidade humana. Alguém já disse que ambas são como os trilhos de um trem, que
seguem juntas e jamais se encontram.

O segredo, de Daniel foi seguir a vontade de Deus. Mas como posso conhecer a
vontade de Deus? Estudando sua Palavra.

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