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GOVERNO FEDERAL
CONSULTORIA
• Universidade Federal do Pará - UFPA
• Núcleo de Altos Estudos Amazônicos - NAEA
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................. 7
...................................................................................................................................127
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LISTA DE SIGLAS
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1. APRESENTAÇÃO
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A fins de planejamento pelo Governo do Estado do Pará uma das que possui o
menor número de municípios. Situada no sudeste do Estado do Pará e composta
pelos municípios de Breu Branco, Goianésia do Pará, Itupiranga, Jacundá, Nova
Ipixuna, Novo Repartimento e Tucuruí. A região possuia, de acordo com os dados do IBGE
para o ano de 2007, uma população de 322.743 habitantes espargida em seus 39.937,89 km².
Possui, respectivamente, 4,5% da população e 3,2% da área total do estado, o que lhe confere
uma baixa densidade demográfica de 8,08 habitantes por quilômetro quadrado. Limita-se ao
Norte com a Região de Integração - RI Tocantins, ao Leste com a RI Rio Capim, ao Sul com a
Região Carajás, a Sudoeste com a Região de Integração Araguaia e ao Oeste com a Região de
Integração Xingu.
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Fonte: SEIR/Geopará.
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O chamado “Caminho do Maranhão” foi aberto paralelo à costa e tem uma funcionalidade diferente a esta via
interna para articular com as terras o atual Piauí, no Nordeste.
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Povos Indígenas
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Esta área iniciava na confluência dos rios Araguaia e Tocantins, se estendia pelos
“ricos castanhais” das antigas delimitações dos municípios de Marabá, Itupiranga e Jacundá,
atravessava as hoje submersas cachoeiras de Itaboca, Garganta do Inferno, Capitariquara e
Vida Eterna, até abaixo da atual cidade de Tucuruí, nas regiões das “marés” do baixo
Tocantins. Distingue-se, historicamente, pela ocupação dos índios tupi e jê-timbira. Toda esta
área, política-administrativamente pertencia ao município de Baião até 1913, quando foi
constituído o município de Marabá.
De acordo com Matta e Laraia2 a margem esquerda do Tocantins desde o início
das cachoeiras até o igarapé Joana Perez, defronte da ilha de Jutaí, é parte de uma área
ocupada por grupos Tupi. Até o início dos anos 1950, os índios Parakanã e Asurini
disputavam este território. Na margem direita, desde o igarapé Tauá até Mãe Maria é
prolongamento do território Jê. Até o início dos anos 1970, os índios Gavião (jê-timbira),
conformando dois grupos locais, localizavam-se às margens do rio Praia Alta, a leste de
Itupiranga, em local denominado Cocal; e na Montanha defronte à cidade de Tucuruí, em
território que se estendia até às cabeceiras do rio Capim, sendo reconhecidos por Gavião da
Montanha3. Mais a leste, na região dos rios Moju e Capim, encontram-se os Amanayé, da
família linguística tupi-guarani que, pelo menos desde a segunda metade do século XIX,
emigraram da região dos rios Pindaré e Gurupi, no Maranhão.
Este território sofre as primeiras intervenções do Estado e é disputado com
segmentos da sociedade brasileira a partir do início do século XX, com a retomada efetiva dos
trabalhos de construção da Estrada de Ferro Tocantins4 e a criação de um Posto de Atração
Indígena do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), em 1927/1928 (Posto de Atração Indígena
Pucuruí, denominada Base Avançada de Pucuruí por ocasião da abertura da Transamazônica).
É, pois, no final da década de 20 que se intensifica o contato dos índios Asurini e Parakanã
com segmentos da sociedade brasileira, marcado por diversos conflitos. Todavia, somente no
período compreendido entre 1953 e 1962, parte dos Asurini “aceitou o contato”, na região
onde havia sido instalado o Posto de Atração Indígena Trocará. Os Gavião seriam contatados
de 1956 a 1968, período em que uma parte dos Parkatêjê fixam-se na localidade Cocal e os
2
LARAIA,R. & MATTA, R. (1979). Índios e Castanheiros. A Empresa Extrativa e os Índios no Médio
Tocantins, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2a. ed.
3
De fato, os Gavião estavam distribuídos em três grupos locais autodenominados de acordo com a sua
localização ao longo do rio Tocantins: os Parkatêjê (onde par é pé, jusante; katê é dono; e jê é povo), "o povo de
jusante"; os Kyikatêjê (onde kyi é cabeça), "o povo de montante", localizados a montante do rio Tocantins, já no
Estado do Maranhão; e os Akrãtikatêjê (onde akrãti é montanha). In: www.socioambiental.org.
4
Sobre a construção da Estrada de Ferro Tocantins e o processo de ocupação desta região, cf. MAGALHÃES,
S.B. A Estrada de Ferro Tocantins: notas bibliográficas para a história do campesinato no estado do Pará.
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Está prevista a realização de um Censo dos moradores para o próximo mês de outubro 2009.
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estende-se por todo o lago e, portanto, por todos os municípios que conformam esta região,
havendo sobreposição territorial entre a APA e as RDS’s.
Tabela 3 - Unidades de Conservação de Uso Sustentável
Área em
UC Municípios
hectares
RDS Alcobaça 29.049 Tucuruí e Novo Repartimento
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O solo ideal pode ser considerado como aquele que apresenta potencialidade
máxima para o desenvolvimento das culturas agrícolas, sendo que qualquer diferença dos
solos descritos na região com relação ao ideal é considerada como uma limitação ao uso
agrícola das terras. As restrições podem ser por deficiência de fertilidade, deficiência ou
excesso de água, susceptibilidade a erosão, e impedimento à mecanização e utilização de
implementos agrícolas. A identificação e análise destas deficiências na potencialidade dos
solos permitem determinar a aptidão agrícola dos mesmos e desta forma prever o seu melhor
uso. A aptidão agrícola das terras é determinada com base na interpretação das propriedades e
qualidades dos solos e das condições ambientais.
Neste sentido, o conhecimento sobre os recursos de solos é necessário para
embasar o planejamento e a adoção de atividades relacionadas à agricultura, onde se pretende
implantar um desenvolvimento sustentável que promova a obtenção de boa produtividade sem
provocar a exaustão e exploração predatória dos recursos naturais resultando em paisagens
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Mapa elaborado pela Diretoria de Geociências do IBGE, através do Departamento de Recursos Naturais e das
Divisões de Geociências, e pela EMBRAPA - Centro Nacional de Pesquisas de Solos, a partir de compilações,
conversão para o meio digital e de levantamentos de solos produzidos pelo Projeto RADAMBRASIL, pela
Diretoria de Geociências do IBGE e pela EMBRAPA.
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mais ocidentais de Novo Repartimento e Itupiranga) e uma extensa área com cobertura
vegetal intensamente antropizada, particularmente nas margens da PA-150 e BR-230.
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Os dados apresentados para analisar o desflorestamento e sua dinâmica em um município devem ser tomados
cuidadosamente, em função da necessidade de considerar também os dados relativos às classes de cobertura da
terra (floresta, não floresta, hidrografia), nuvens e áreas não observadas, para cada ano de interesse, pois a área
de algumas dessas classes pode variar ao longo dos anos devido à presença de nuvens e de outros fatores
inerentes à metodologia utilizada na geração dos dados.
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Gráfico 1 - Total desmatado por município até o ano 2008 em Km2 na região do PDRS Lago
de Tucuruí.
Gráfico 2 - Total desmatado até o ano 2008 em percentagem do total da área do município na
região do PDRS Lago de Tucuruí.
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Área com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais
especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como
objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos naturais. É constituída por terras públicas e privadas.
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de Breu Branco, Goianésia do Pará, Itupiranga, Jacundá, Nova Ipixuna, Novo Repartimento e
Tucuruí), a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS)9 Alcobaça (área de 36.128 ha nos
municípios de Tucuruí e Novo Repartimento) e a RDS Pucuruí-Ararão (área 29.049 ha nos
municípios de Novo Repartimento e Tucuruí).
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Área natural que abriga a populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de
exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais
e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.
Tem como objetivo básico preservar a natureza e assegurar as condições e os meios necessários para a
reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e exploração dos recursos naturais das populações
tradicionais.
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Fonte: IBGE,2005 .
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Potencial Hidrelétrico
O valor do potencial hidrelétrico no Brasil é a somatória do potencial estimado
com o inventariado. O potencial estimado é resultante da somatória do potencial
remanescente (estimado a partir de dados existentes, considerando-se um trecho do curso
d'água, sem determinar o local de implantação do aproveitamento) e individualizado
(considerado a partir de dados existentes ou levantamentos expeditos, para um determinado
local). A parcela inventariada inclui usinas em diferentes níveis de estudos – inventário10,
viabilidade11 e projeto básico12 - além de aproveitamentos em construção (com obras
iniciadas, mas sem nenhuma unidade geradora em operação) e operação. O potencial
hidrelétrico brasileiro consiste em cerca de 260 GW. Contudo apenas 68% desse potencial foi
inventariado. Entre as bacias com maior potencial destacam-se as do rio Amazonas e do rio
Paraná. O potencial hidráulico, por sub-bacia hidrográfica na área do Plano é apresentada na
tabela 4 . A sub-bacia 29 dos rios Tocantins, Itacaiúnas, e outros, na bacia dos rios Tocantins-
Araguaia, destaca-se com 5,1,% do potencial inventariado no País (Centrais Elétricas
Brasileiras – Eletrobras, 2003).
10
Análise da bacia hidrográfica para a determinação do seu potencial hidrelétrico.
11
Análise da concepção global do aproveitamento - o dimensionamento das estruturas principais e das obras de
infra-estrutura local e a definição da respectiva área de influência, do uso múltiplo da água e dos efeitos sobre o
meio ambiente.
12
Aproveitamento detalhado e em profundidade, com orçamento definido, que permita a elaboração dos
documentos de licitação.
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Navegabilidade
Na região muitos rios são utilizados para transporte fluvial. Dependendo do
regime fluvial e da profundidade dos rios, navegam navios, barcos, barcaças e outras
embarcações menores. Ressalta-se que há rios com corredeiras e quedas de água que
impedem a navegação, bem como há rios navegáveis em apenas parte de seu curso.
Denomina-se Hidrovias Interiores às vias navegáveis que foram balizadas e sinalizadas para a
navegação de uma determinada embarcação tipo, isto é, aquelas que oferecem boas condições
de segurança às embarcações, suas cargas e passageiros ou tripulantes e que dispõem de cartas
de navegação. Os principais rios e hidrovias presentes na região do Plano são o rio Tocantins
após um percurso total de cerca de 2.400 km, desemboca na baía de Marapatá (rio Pará), nas
proximidades da cidade de Belém. (Brasil, 2009)
Um aspecto importante na descrição e análise da navegabilidade dos rios na
região relaciona-se com as eclusas na barragem da UHE de Tucuruí. O transporte fluvial
regional que existia entre Marabá e o litoral, e, representava uma alternativa de baixo custo
para o escoamento da produção, e que havia sido interrompido com a construção da
barragem, porém em novembro de 2010 as eclusas foram concluídas e inauguradas pelo
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um ato histórico para a região e para o Estado do
Pará. O funcionamento das eclusas possibilitará a formação de hidrovias de grande porte,
eliminando obstáculos à navegação, deste modo facilitando o escoamento de recursos
minerais e agropecuários, ricos na região, conferindo-lhe maior competitividade em relação às
outras áreas próximas do litoral e dos grandes centros e permitiriam a permanência natural da
“piracema”. Além da geração de empregos para a população da própria bacia hidrográfica e
de outras regiões, contribuindo assim para o desenvolvimento do Centro-Oeste e da região
Amazônica, e, para a desconcentração industrial.
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Potencialidade Mineral
Uma das prioridades no modelo de desenvolvimento da região amazônica está
baseado no uso sustentável dos recursos naturais. O recurso mineral é um recurso, num
ambiente ecologicamente equilibrado, é direito de todos, portanto, um bem público de uso
comum da sociedade. Neste sentido, o estudo das potencialidades dos recursos minerais tem
importância pela sua representatividade na economia e nas perspectivas de desenvolvimento
dos municípios que integram a área de estudo.
A região amazônica está assentada espacialmente sobre uma geologia
diversificada resultado de uma história de eventos que permitiram uma intensa remobilização
e reconcentração de minerais e de metais de diferentes classes tornando a esta região, um alvo
preferencial na geografia dos investimentos em mineração. Convém ressaltar, que há todo um
potencial mineral a ser ainda descoberto.
Em particular, a geologia da área do PDRS Lago de Tucuruí apresenta formações
que abarcam um leque histórico desde o arqueano até o presente, incluindo os
compartimentos geológicos do Cráton do Amazonas, da bacia sedimentar do Parnaíba
(Paleozóica e meso-cenozóica inferior) e a coberturas cenozóicas. O cráton do Amazonas,
constituído basicamente por terrenos granitóides e sequências vulcano-sedimentares do tipo
greenstone belt, representados por rochas metamórficas e ígneas do Paleoproterozóico e
Arqueano, com idades superiores a 1,7 bilhões de anos. Ocupa aproximadamente 50% da área
do plano, na margem ocidental do rio Tocantins. A bacia sedimentar de Parnaíba, que ocupam
45% da superfície do Plano (leste da área). As coberturas cenozóicas do Grupo Barreiras, com
pouco destaque na região, encontram-se localizadas na porção NE da área do Plano.
Os depósitos minerais estão onde a natureza os colocou. Os seus posicionamentos
na crosta terrestre são inarredáveis, diferentemente de outros segmentos econômicos
produtivos, que possuem total ou parcial mobilidade. Decorre desse fato, que a atividade
minerária tem que ser exercida onde está o recurso mineral rigidamente locado.
Um levantamento na base de dados do DNPM entre 1957 e 2008, permite
identificar que os 7 municípios da região do plano têm sido palco de requerimentos
minerários (Requerimentos de pesquisa e lavra, autorização de pesquisa, licenciamento,
concessão de lavra e disponibilidade)13. Do total de 227 requerimentos, os municípios com
13
Requerimento de Pesquisa é a solicitação escrita para a execução dos trabalhos necessários à definição da
jazida, sua avaliação e a determinação da exequibilidade (que se pode executar, possível) do seu aproveitamento
econômico. A Autorização de Pesquisa permite ou consente a execução dos trabalhos necessários à definição da
jazida, sua avaliação e a determinação da exeqüibilidade do seu aproveitamento econômico, ou seja, Documento
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maior número são Novo Repartimento (98) e Itupiranga (72), sendo as modalidades mais
registradas os requerimentos e autorização de pesquisa – número muito superior as escassas
concessões de lavra . Entre as substâncias a serem pesquisadas e mineradas descrevem-se a
particularmente os minérios de cobre, ouro, bauxita, ferro e fosfato 14. No município de Breu
Branco há uma exploração de quartzo e areia para atender a fábrica de beneficiamento de
silício metálico da construtora Camargo Corrêa instalada. O conjunto de requerimentos e de
títulos minerários15, na área estudada, demonstra o interesse da iniciativa privada e da
população garimpeira, no substrato geológico e da confiança desses atores na potencialidade
poliminerálica desse trato crustal, disponibilizada para ser transformada em riqueza.
que permite ao interessado entrar na área e começar a pesquisar. O Licenciamento é a concessão da licença,
consentimento, autorização. A Disponibilidade é a qualidade ou estado de disponível. O Requerimento de Lavra
é a petição conforme as formalidades legais para a atividade extrativista de exploração e beneficiamento do
minério. A Concessão de Lavra é o privilégio concedido pelo Estado a uma empresa ou indivíduo para o
conjunto de operações coordenadas objetivando o aproveitamento industrial da jazida, desde a extração de
substâncias minerais úteis que contiver, até o beneficiamento das mesmas.
14
Outros recursos minerais na região são: Níquel, Argila, Alumínio, Cassiterita, Granito, Silica/Silicio, Arsênio,
Basalto, Cascalho, Calcário, Gnaisse, Magnésio, Tantalita.
15
As informações do banco de dados do DNPM, em alguns casos, referem-se a títulos minerários que podem
não corresponder necessariamente ao número de minas ou garimpos, uma vez que há limitações sobre a área
máxima de licenciamento de pesquisa em função da classe do mineral a ser estudado (ex. um mesmo
empreendedor solicita mais de uma licença para áreas vizinhas e/ou a existência de superposição espacial das
solicitações).
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Gráfico 5 - Minerais mais pesquisados e explorados na região do Plano entre 1957 e 2008
registrados no DNPM
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aparecem novas cidades a partir de vilas para alocar a população que saiu da área do
reservatório, como Novo Repartimento, Breu Branco, Nova Jacundá, além de outras como
Nova Ipixuna e Goianésia do Pará. Cidades que crescem rapidamente e absorvem a população
atraída para a região pela construção da Usina de Tucuruí.
A cidade de Tucuruí, teve um grande crescimento demográfico nesse período,
sendo uma das principias escolhas de destino de trabalhadores em todo o País, sobretudo do
Nordeste. Sua infra-estrutura é deficiente, apesar de oferecer muito mais serviços que outras
como cidades como Cametá e Baião à jusante da barragem ou Medicilância e Rurópolis, à
montante da Usina. Nas terras do entorno houve aumento da especulação imobiliária
refletindo diretamente na configuração espacial da cidade. Bairros novos aparecem e a cidade
conhece uma expansão na direção da Transamazônica (Novo Repartimento e Breu Branco) ou
de Goianésia. A cidade de Tucuruí é um marco desse processo reorganizativo, ocupa uma
posição de destaque, como núcleo político e social.
Com as ações do programa governamental conhecido como Operação Amazônia,
a região começou a esboçar os primeiros problemas em relação as suas terras. Através da Lei
nº. 3.174 de 24 de outubro de 1966, incentivos fiscais passaram a ser concedidos aos
investimentos nos campos da agropecuária, e grandes fazendas de gado foram instalados na
região, momento em que é definida uma nova regionalização para efeito de planejamento
governamental que passou a ser denominada de Amazônia Legal. (CASTRO,E:1987;
COSTA: 2007).
Verificando a origem dos Projetos de Assentamentos sob jurisdição do INCRA, é
possível identificar as Glebas que eram áreas de controle da União, através das forças armadas
e as grandes extensões de terras pertencentes às fazendas, cuja origem deve corresponder ao
anteriormente citado sob a época dos incentivos fiscais.
Em 1961, a rodovia BR-010 Belém-Brasília que liga o Pará ao Centro sul teve um
grande afluxo de população. De acordo com Loureiro (1989) entre 1959 e 1963 o Governo do
Pará concedeu mais terras do que em toda sua história anterior. No período de Governo
militar no Brasil, criaram-se projetos de rodovias federais na Amazônia Legal, e um dos
projetos rodoviários de integração e colonização advindos desta época foi a construção da
BR-230 ou rodovia Transamazônica. Esta rodovia foi inaugurada em 30 de agosto de 1972,
construída com 2.300 km de extensão, cortando os estados brasileiros do Piauí, Maranhão,
Pará, Amazonas e Rondônia.
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5
4
°
5
1
°
REGIÃO DE INTEGRAÇÃO DE TUCURUÍ
#
Y JURISDIÇÃO FUNDIÁRIA
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156
30 0 30 km
Kilometers
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Paragominas
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do Araguaia de eventuais falhas ou omissões verificadas
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neste mapa.
5
1
°
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existem dezessete glebas arrecadadas, todas pela União, onde estão distribuídos 99 Projetos
de Assentamento (PA’s) do INCRA, englobando 1.101.528,73ha. A tabela 5 mostra todos
esses assentamentos criados na região por município, evidenciando maior concentração nos
municípios de Itupiranga e Novo Repartimento.
4.949.502
5.000.000
4.114.827
4.000.000
2.949.017
[hab.]
3.000.000
2.596.388 2.561.832
2.353.672
2.078.153 2.116.071
2.000.000 1.736.505
1.666.993
1.145.803
1.021.195
1.000.000
0
1970 1980 1991 1996 2000 2007
Anos
Fonte: IBGE- Censo Demográfico, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000. Contagem Populacional, 2007
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Eletronorte. Aproveitamento Hidrelétrico de Tucuruí. Estudos de Viabilidade. Aspectos Sócio-econômicos,
Desapropriação. Mimeografado, 1974.
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Fonte: IBGE- Censo Demográfico, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000. Contagem da Populacional, 2007
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Branco, por exemplo apresenta ritmo galopante em relação aos demais municípios, 4,76%.
Esse ritmo se associa aos novos projetos de exploração mineral e de siderurgia na região. A
taxa geométrica anual de crescimento populacional do município de Itupiranga (-2,07) foi
negativa. Os demais têm um ritmo de crescimento demográfico em torno de 2% ao ano,
superior, à média do Estado do Pará, apresentando comportamento demográfico lento, em
relação ao passado inclusive com tendências de perda de população.
Tabela 8 - Taxa de crescimento anual da população residente nos municípios da região Lago
de Tucuruí (2000-2007)
Período Taxa %
MUNICÍPIO ZONA
2000 2007 2007/ 2000
Urbana 15.952 23.684 5,06
Breu Branco Rural 16.494 23.385 4,46
Total 32.446 47.069 4,76
Urbana 14.878 18.590 2,82
Goianésia do Pará Rural 7.807 8.576 1,18
Total 22.685 27.166 2,28
Urbana 14.754 18.496 2,87
Itupiranga Rural 34.901 23.506 -4,82
Total 49.655 42.002 -2,07
Urbana 34.518 47.447 4,06
Jacundá Rural 6.028 4.064 -4,81
Total 40.546 51.511 3,04
Urbana 5.207 7.961 5,45
Nova Ipixuna Rural 6.659 6.125 -1,04
Total 11.866 14.086 2,17
Urbana 15.524 22.957 5,01
Novo Repartimento Rural 26.293 28.688 1,1
Total 41.817 51.645 2,67
Urbana 60.918 85.426 4,32
Tucuruí Rural 12.880 3.838 -14,04
Total 73.798 89.264 2,41
Urbana 161.751 224.561 4,19
Região de Integração
Rural 111.062 98.182 -1,53
do Lago de Tucuruí
Total 272.813 322.743 2,12
Urbana 4.115.774 4.949.502 2,33
Estado do Pará Rural 2.072.911 2.116.071 0,26
Total 6.188.685 7.065.573 1,67
FONTE: IBGE - Censos Populacionais de 1970, 1980, 1991 e 2000.
Contagem Populacional 1996 e 2007 1) Elaboração e Cálculo SEPOF/DIEPI/GEDE
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margens das rodovias e nos assentamentos remontantes desde o inicio da década de 1970
(Projetos Integrados de Colonização,PIC´s, Projetos de Assentamento, PA´s). Além disso,
apresenta a região população indígena concentrada na reserva Parakanã e Asurini.
É preciso, porém, considerar que as taxas de crescimento populacional urbano
foram positivas em todos os municípios integrantes da região do Lago de Tucuruí (4,19%).
Em geral, pode-se reafirmar a tendência de concentração populacional urbana. Todos os
municípios integrantes da região apresentam tendências de êxodo rural e de acentuada
urbanização. Breu Branco, Nova Ipixuna e Novo Repartimento, têm destaque ainda por
apresentar ritmo de crescimento urbano superior a 5% ao ano. Esse fato também tem
importância fundamental. Dos municípios integrantes da região do Lago de Tucuruí, cinco
apresentam taxa de urbanização superior a 50%. As taxas de urbanização de Tucuruí
(95,70%), Jacundá (92,11%), Goianésia do Pará (68,43%) são bastante representativas.
Figura 1 - Breu Branco nas margens da rodovia PA – 269, construída na década de 1980 pela
empreiteira Queiroz Galvão
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equipamentos urbanos água, esgotos, energia elétrica, centro de serviços, bancos, comércio e
centro administrativo.
Segundo Rocha (1999), na Amazônia, a implantação desses núcleos urbanos
representa um modelo de urbanização totalmente novo, que expressa um caráter diferenciado
do surgimento de núcleos urbanos recentes e do passado na região. Três fatores asseguram a
especificidade desses núcleos urbanos:
a)Denotam pelas suas características e funções básicas, uma extensão da linha de produção
do próprio empreendimento, “raison d’être” de sua existência.
b)O caráter planejado desses núcleos, que já nascem dotados dos equipamentos urbanos
(rede de água, esgotos, serviços e centro comercial e de serviços), diferencia-os do padrão
regional de urbanização .
c)Nutrem-se de uma certa autonomia econômica e “política” em relação ao contexto local e
regional onde se inserem, dado que centralizam decisões, dispõem dos recursos financeiros e
concentram a maior parte do pessoal qualificado.
d) Expressam uma concepção urbanística fechada, na forma de “enclave” urbano, que
assegura a funcionalidade das atividades da empresa e o controle da força de trabalho
mobilizada durante a construção e na fase de operação da obra.
A cidade de Tucuruí, desde o final da década de 1970 quintuplicou em área
urbana, redefinindo o centro comercial e multiplicando o número de bairros para abrigar as
transformações demográficas que reconheceu. Contudo, cabe destacar que quase a metade da
população urbana a região do Lago de Tucuruí reside em apenas uma sede municipal, Tucuruí
(85.425 habitantes), que é a cidade mais populosa da área de estudo. Este caráter concentrado
da população urbana de Tucuruí acentua o papel que a cidade desempenha na polarização do
espaço regional do Lago de Tucuruí, por meio da prestação de serviços médico – hospitalares,
educacionais, informação e de comércio e bancos.
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Região do Lago de Tucuruí, especificamente, como mobilidade do trabalho. Desta feita, deve-
se considerar, por um lado, o intenso fluxo migratório que se dirigiu para a área, como “(...)
mobilidade do trabalho que atende à estratégia de formação do mercado de trabalho em áreas
de fronteira de recursos” (BECKER, 1989:06). E, por outro, que, embora direcionada pela
trajetória do capital e condicionada pelas ações do Estado no sentido de reestruturar o
território, a mobilidade do trabalho é também fruto das estratégias de sobrevivência dos
migrantes, que, expropriados e sem acesso à terra optam em suas regiões de origem, opta por
se deslocar para novos territórios (BECKER, 1991; MEIRELHES, 1977).
Mapa 12 - Principais Fluxos Migratórios das Unidades Federativas para a Região Lago de
Tucuruí
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Tabela 10 - Produto Interno Bruto (PIB) e Produto Interno Bruto Per Capita das Regiões de
Integração do Estado do Pará
Região de Participação Percentual
PIB 2006 (R$) (1) PIB Per Capita 2006 (R$) (2)
Integração no PIB do Estado (%)
Araguaia 2.492.411.150,00 5,62 6.814,61
Baixo Amazonas 3.283.945.239,00 7,40 5.048,76
Carajás 6.896.884.121,00 15,54 14.330,59
Guamá 1.881.230.649,00 4,24 3.280,42
Lago de Tucuruí 2.976.875.751,00 6,71 8.635,71
Marajó 958.728.813,00 2,16 1.065,01
Metropolitana 15.680.140.290,00 35,33 9.656,39
Rio Caeté 1.170.221.308,00 2,64 2.837,35
Rio Capim 2.105.216.573,00 4,74 3.667,77
Tapajós 800.986.544,00 1,80 2.287,57
Tocantins 5.064.023.027,00 11,41 8.431,75
Xingu 1.065.102.694,00 2,40 4.558,60
PARÁ 44.375.766.159,00 100 6.240,91
Nota: PIB – Produto Interno Bruto, PIB Per Capita – Produto Interno Bruto por habitante.
Fonte: (1) IBGE, 2008; (2) IBGE, 2007.
Na análise do PIB per capita que divide o total do produto pelo número de
habitantes, a Região de Integração Lago de Tucuruí com um PIB per capita estimado para o
ano de 2006 em R$ 8.635,71 superou a média estadual (R$ 6.240,91), ficando atrás somente
das regiões Carajás (R$ 14.330,59) e Metropolitana (R$ 9.656,39). No que se refere à taxa de
crescimento do PIB, a RI Lago de Tucuruí, entre os anos de 2003 a 2006, obteve um
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Tabela 11 - Produto Interno Bruto (PIB) e Produto Interno Bruto Per Capita dos Municípios
da Região de Integração Lago de Tucuruí
Participação Percentual no PIB da PIB Per Capita 2006
Município PIB-2006 (R$) (1)
Região (%) (R$) (2)
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Tabela 13 - Composição Setorial do Produto Interno Bruto das Regiões de Integração – Valor
Adicionado – 2006
Valor Valor Valor
Adicionado Part. Adicionado Part. Adicionado Part. PIB
Regiões
Agropecuária (%) Indústria (%) Serviços (%) (R$ mil)
(R$ mil) (R$ mil) (R$ mil)
Araguaia 770.285 21,03 522.164 3,93 1.051.676 4,60 2.492.411
Baixo Amazonas 440.673 12,03 813.559 6,12 1.751.034 7,65 3.283.945
Carajás 366.776 10,01 3.704.363 27,88 2.305.767 10,08 6.896.884
Guamá 233.070 6,36 296.105 2,23 1.219.732 5,33 1.881.231
Lago de Tucuruí 232.636 6,35 1.931.713 14,54 731.645 3,20 2.976.876
Marajó 183.554 5,01 134.830 1,01 610.073 2,67 958.729
Metropolitana 57.169 1,56 2.670.417 20,10 10.472.957 45,76 15.680.140
Rio Caeté 182.371 4,98 152.572 1,15 780.654 3,41 1.170.221
Rio Capim 480.117 13,10 377.492 2,84 1.124.522 4,91 2.105.217
Tapajós 148.539 4,05 130.304 0,98 472.449 2,06 800.987
Tocantins 301.167 8,22 2.433.727 18,32 1.744.776 7,62 5.064.023
Xingu 267.302 7,30 117.614 0,89 620.716 2,71 1.065.103
PARÁ 3.663.661 100 13.284.860 100 22.886.000 100 44.375.766
Fonte: IBGE, 2006
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Participação % em
Participação % em
Município 2007 relação a RI Lago de
relação ao Estado
Tucuruí
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Lago de Tucuruí
Breu Goianésia Nova Novo
Itupiranga Jacundá Tucuruí
Branco do Pará Ipixuna Repartimento
(ton)
Produzida
Produzida
Produzida
Produzida
Produzida
Produzida
Produzida
Produto
Quant.
Quant.
Quant.
Quant.
Quant.
Quant.
Quant.
Região
Região
Região
Região
Região
Região
Região
% da
% da
% da
% da
% da
% da
% da
(ton)
(ton)
(ton)
(ton)
(ton)
(ton)
(ton)
Banana 2.750 3,1 626 0,7 23.750 27,1 3.125 3,6 2.250 2,6 40.000 45,7 15.000 17,1 87.501
Cacau (em
37 2,6 - - 233 16,3 - - - - 1.160 81,1 - - 1.430
amêndoa)
Café
12 0,8 - - 400 26,8 - - 59 3,9 936 62,7 87 5,8 1.494
(beneficiado)
Coco-da-baía
5.000 54,2 560 6,1 240 2,6 350 3,8 - - 671 7,3 2.400 26 9.221
(mil frutos)
Laranja 357 27,1 140 10,6 - - - - - - 370 28,1 450 34,2 1.317
Maracujá 240 29,8 65 8,1 - - 180 22,4 320 39,8 - - - - 805
Pimenta-do-
360 43,4 70 8,4 24 2,9 3 0,4 3 0,4 120 14,5 250 30,1 830
reino
Urucum
64 33,7 - - 96 50,5 - - - - - - 30 15,8 190
(semente)
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal, 2008
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estadual; o arroz com 34 mil toneladas (R$ 15,9 milhões), 8,76% da produção estadual; o
feijão com mil toneladas (R$ 1,6 milhão), 1,22% da produção estadual; a mandioca com
249,6 mil toneladas (R$ 21,9 milhões), 4,91% da produção estadual; e o milho com 18,7 mil
toneladas (R$ 8,3 milhões), 3,26% da produção estadual.
Em termos da produção municipal destaca-se que: a produção de abacaxi está
concentrada nos municípios de Itupiranga (47,1%), Nova Ipixuna (35,3%) e Goianésia do
Pará (11,8%); a produção arroz nos municípios de Itupiranga (28,5%), Breu Branco (27,1%),
Jacundá (13,3%), Novo Repartimento (11,5%) e Tucuruí (10,7%); a produção de feijão nos
municípios de Itupiranga (37,6%), Novo Repartimento (28,9%) e Breu Branco (23,1%); a
produção de mandioca nos municípios de Novo Repartimento (24,7%), Itupiranga (20,5%),
Breu Branco (15,1%), Goianésia do Pará (13,7%), Jacundá (11%) e Tucuruí (10,3%); e a
produção de milho nos municípios de Novo Repartimento (42,6%), Itupiranga (21,2%) e Breu
Branco (15,4%).
Infere-se que os municípios de Breu Branco, Itupiranga e Novo Repartimento
respondem pela maior parte das culturas temporárias da região. Tucuruí e Jacundá destacam-
se na produção de arroz e mandioca, Nova Ipixuna na produção de abacaxi e Goianésia do
Pará na produção de abacaxi e mandioca.
Lago de Tucuruí
Branco do Pará Ipixuna Repartimento
% da Região
% da Região
% da Região
% da Região
% da Região
% da Região
% da Região
Produzida (ton)
Produzida (ton)
Produzida (ton)
Produzida (ton)
Produzida (ton)
Produzida (ton)
Produzida (ton)
Produto
Quant.
Quant.
Quant.
Quant.
Quant.
Quant.
Quant.
(ton)
Abacaxi - - 100 11,8 400 47,1 40 4,7 300 35,3 10 1,18 - - 850
Arroz
9.480 27,1 1.680 4,8 9.960 28,5 4.650 13,3 1.428 4,09 4.000 11,5 3.720 10,7 34.918
(emcasca)
Feijão
240 23,1 50 4,8 390 37,6 25 2,4 - - 300 28,9 32 3,1 1.037
(em grão)
Mandioca 13.200 15,1 12.000 13,7 18.000 20,5 9.600 11,0 4.200 4,8 21.600 24,7 9.000 10,3 87.600
Milho em
2.890 15,4 260 1,4 3.975 21,2 1.779 9,5 1.155 6,15 8.000 42,6 720 3,8 18.779
grãos)
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal
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Itupiranga (R$ 88,3 milhões ou 12,07%), Jacundá (R$ 110 milhões ou 15,04%) e Novo
Repartimento (R$ 92 milhões ou 12,68%).
Em termos de número de estabelecimentos formais no setor terciário, de acordo
com o IBGE para o ano de 2004, a RI Lago de Tucuruí contava ao todo com 2.223
estabelecimentos, distribuídos dentre os municípios da seguinte forma: Breu Branco (219),
Goianésia do Pará (157), Itupiranga (174), Jacundá (330), Nova Ipixuna (65), Novo
Repartimento (268) e Tucuruí (1.010).
Analisando o desempenho em relação ao setor externo da economia da RI Lago de
Tucuruí nos anos de 2007 e 2008 percebe-se que a região apresentou nos dois anos analisados
um saldo comercial positivo. No ano de 2007 este saldo foi da ordem de US$ 63 milhões, e
em 2008 de US$ 82 milhões. Em ambos os anos a participação relativa em relação ao saldo
comercial do Pará ficou em 0,88%.
Em termos do valor absoluto exportado, no ano de 2008 a RI Lago de Tucuruí
exportou US$ 88,5 milhões e importou US$ 6,4 milhões. Comparando no ano de 2008 a
participação relativa em relação ao saldo comercial total do Pará, a RI Lago de Tucuruí
(0,88%) ficou a frente das regiões: Araguaia (-1,05%), Caeté (0,03%), Capim (-0,08%),
Guamá (0,85%), Marajó (0,72%), Metropolitana (6,75%), Tapajós (0,42%) e Xingu (0,22%).
E, atrás das regiões: Baixo Amazonas (6,25%), Carajás (58,11%), Metropolitana (6,75%) e
Tocantins (26,89%).
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Pescadores
Número de
Colônia de Pescadores %
Pescadores
Tucuruí 6.456 5,68%
Breu Branco 4.885 4,30%
Novo Repartimento 1.295 1,14%
Jacundá 1.197 1,05%
Itupiranga 1.190 1,05%
TOTAL REGIÃO 15.023 13,22%
TOTAL ESTADO 113.595 100,00%
Fonte: SEAP,2006.
A fonte de dados para essas estimativas nem sempre é precisa. Os dados da SEAP
que conseguem capturar parte desse valor tem crescido muito nos últimos anos devido à
oportunidade do pescador de receber o seguro defeso. Como pode ser visto na tabela 30 o
número de pescadores de Tucuruí no período de 2000 a 2006 cresceu de 912 afiliados para
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
6.456 e Breu Branco subiu de 15 para 4.885. No total houve um aumento de mais de 14 mil
pescadores durante esse período. Possivelmente grande parte desse valor representa pequenos
pescadores artesanais que não estavam associados e se associaram com vistas a receber o
seguro desemprego. Há, entretanto recadastramento feito pela SEAP que mostra que uma
parcela desses associados são pessoas que não são pescadoras associando-se com finalidade
única de obter o seguro desemprego.
Captura
As capturas sofreram grande variação com a introdução da barragem. Desde o
fechamento da barragem as capturas passaram de 452 t para 1.424 t em 1987-88 e
posteriormente as capturas apresentaram valores anuais de 2.149 t, 2.338 t, 2.648 t e 2.318 t
(entre 1989-1992) e de 5.000 t em 2001. (Juras et al 2004). O aumento da produtividade
primária resultou num aumento exponencial do estoque de espécies como mapará, tucunaré,
pescada-branca e curimatã.
Ao mesmo tempo a produção a jusante variou na direção oposta sofrendo um
aumento de 1.118 t em 1981 para 1.856 t em 1986 subido um pouco posteriormente. Essas
variações estão associadas com as mudanças de ambientes com o fechamento da barragem.
Da região a montante os dois portos mais importantes são Tucuruí (responsável por entre 41
a 59 % do desembarque da região) e Jacundá seguido por dois de menor importância, à
jusante da barragem, que são Cametá e Marabá seguido de Baião cuja produção é bem menor
que dos outros quatro. (Juras et al. 2004). As principais espécies capturadas na área de
influência (Cintra, Juras, Andrade e Ogawa 2007) são mapará (Hypophthalmus marginatus
Valenciennes), pescada-branca (Plagioscion squamosissimus e Plagioscion auratus), tucunaré
(Cichla monoculus Spix & e Cichla sp.), curimatã (Prochilodus nigricans), jatuarana
(Hemiodus unimaculatus), acará-tinga (Geophagus proximus), branquinha (Curimata
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Tabela 31 - Produção de pescado por porto de desembarque, anual, período (total e média), a
montante e a jusante da Usina Hidrelétrica de Tucuruí no período 2001- 2006
Porto de Ano
Área Total Média
desembarque 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Marabá 549 761 430 273 178 263 2.454 409
Montante
Itupiranga 990 2.027 2.174 1.378 873 597 8.039 1.340
Total 1.539 2.788 2.604 1.651 1.051 860 10.493 1.749
Santa Rosa 237 330 906 354 1.186 764 3.777 630
Porto Novo 1.179 1.256 1.686 1.043 696 715 6.575 1.096
Reservatório
Goianésia do Pará 11 11 11
Mercado do Km 11 2.021 2.052 2.535 2.833 2.453 2.210 14.104 2.351
Total 3.437 3.638 5.127 4.230 4.335 3.700 24.467 4.078
Mercado de Tucuruí 193 199 222 567 269 181 1.631 272
Baião 146 149 179 189 113 71 847 141
Jusante Mocajuba 24 47 32 72 122 114 411 69
Cametá 324 289 287 279 270 255 1.704 284
Limoeiro do Ajuru 68 71 101 171 184 267 862 144
Total 755 755 821 1.278 958 888 5.455 909
Fonte: Cintra, Juras, Andrade e Ogawa (2007)
Embarcações
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Aquicultura
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Pesca Ornamental
A pesca ornamental também é um tipo de pesca que agora está começando a ser
mapeada. Ela também ocorre na Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia cuja área
139.942,45 km2 (10,4 % da área do Estado) tem como principais drenagens os rios Tocantins,
Sororó, Vermelho, Parauapebas, Itacaiúnas e Araguaia. A atividade de pesca ornamental
desenvolve-se principalmente nas sub-regiões hidrográfica (SBRH Tocantins, SBRH
Araguaia). Há registro nessa região de 283 espécies ornamentais, entre as quais as raias e
loricarídeos são as mais visadas. No Tocantins a pesca ornamental realiza-se principalmente
nos municípios de Cametá, Portel e Marabá. No rio Tocantins a pesca ornamental se realiza
em todo seu curso médio e também na parte superior à montante da represa de Tucuruí, onde
são encontradas algumas espécies de raias, tais como Potamotrygon henlei, P. scobina,
Potamotrygon sp.A, Potamotrygon sp.B (raia de fogo ou capote), P. orbignyi e Paratrygon
aiereba de alto valor econômico. A captura destas espécies é mais concentrada na área de
Marabá, mas se estende até o alto rio Araguaia. Juntamente com as raias, há várias espécies de
loricarídeos e alguns ciclídeos que também constituem espécies-alvo das pescarias. (Torres et
al. 2008).
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3.6.5 Turismo
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de estradas vicinais da região, além do estado de conservação das existentes ser precário, o
número de estradas ainda é insuficiente para dar pleno escoamento à produção regional.
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Vila Bom
Jesus -
Goianésia do Ipixuna do
PA-150 15 Pavimentada AAUQ Bom
Pará no Pará
Entroncamento
com a PA-263
Vila Bom
Jesus -
Goianésia do Goianésia do
PA-150 33 Pavimentada AAUQ Bom
Pará no Pará
Entroncamento
com a PA-263
Goianésia do
Pará no
Goianésia do
PA-150 Entroncamento 60,2 Pavimentada AAUQ Bom
Pará
com a PA-263
- Jacundá
Goianésia do
Pará no
PA-150 Entroncamento 15,4 Jacundá Pavimentada AAUQ Bom
com a PA-263
- Jacundá
Jacundá -
PA-150 47 Jacundá Pavimentada AAUQ Bom
Nova Ipixuna
Jacundá - Nova
PA-150 7,6 Pavimentada AAUQ Bom
Nova Ipixuna Ipixuna
Nova Ipixuna -
Morada Nova
no Nova
PA-150 8,1 Pavimentada AAUQ Bom
Entroncamento Ipixuna
com a saída da
BR-222(A)
São Joaquim
de Ituquara -
PA-151 15 Breu Branco Planejada PLAN PLAN
Entroncamento
com a PA-263
Entroncamento
com a PA-263
PA-151 60 Breu Branco Planejada PLAN PLAN
- Igarapé
Canoa
Igarapé Canoa
PA-151 15 Jacundá Planejada PLAN PLAN
- Jacundá
Igarapé Canoa Goianésia do
PA-151 15 Planejada PLAN PLAN
- Jacundá Pará
Rio Moju -
Entroncamento Goianésia do
PA-263 21,5 Pavimentada CBUQ Bom
PA-150 Pará
(Goianésia)
Rio Moju -
Entroncamento
PA-263 13,5 Breu Branco Pavimentada CBUQ Bom
PA-150
(Goianésia)
Final Trav.Rio
Tocantins -
PA-263 16,5 Breu Branco Pavimentada CBUQ Bom
Entroncamento
PA-151
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
Entroncamento
PA-156
(Tucuruí) -
PA-263 3,5 Tucuruí Pavimentada TSD Bom
Início
Trav.Rio
Tocantins
Início da Trav.
do Rio
Informação Informação
Tocantins -
PA-263 0 não Trav TRAV não
Final da Trav.
disponível disponível
do Rio
Tocantins
Entroncamento
PA-150 Goianésia do
PA-263 40 Planejada PLAN PLAN
(Goianésia) - Pará
Rio Capim
Fonte: SETRAN 2008
Nota: AAUQ- Areia Asfalto Usina do a Quente CBUQ – Concreto Betuminoso Usina do a Quente
TSS – Tratamento Superficial Simples TSD – Tratamento Superficial Duplo RP – Revestimento Primário
LA – Lama Asfáltica LN – Leito Natural TRAV – Travessia PLAN – Planejada.
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
17
Os cinco principais rios do Estado do Pará são: Amazonas, Tapajós, Tocantins, Trombetas e Xingu.
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
18
Fonte: <http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/sdp/proAcao/arrProLocais/levantamento.php>. Pesquisa
realizada em 10.01.2007.
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
Educação
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
A tabela mostra que, nos anos 1990, os municípios: Nova Ipixuna, Goianésia do
Pará e Itupiranga possuíam as maiores taxas de analfabetismo, 65,86%; 62,27% e 57,11%,
respectivamente e a menor taxa, o município de Tucuruí, com 29,43%. Nos anos 2000, os
municípios de Goianésia do Pará e Itupiranga reduziram as taxas de analfabetismo para 31,60 e
35,41%. Contudo, esses municípios e Novo Repartimento (32,19%) continuam com as maiores
taxas de analfabetismo da região. Os municípios que no ano 2000 apresentaram as menores
taxas de analfabetismo foram: Tucuruí (13,06%), Jacundá (24,40%) e Breu Branco (29,42%).
Esses dados ganham maior expressão ao considerar-se que na região Norte, a taxa de
analfabetismo no mesmo ano foi de 11,6% e no Pará 12,4% (IBGE, 2000).
Segundo a PNAD (2008) o Brasil tem ainda 14,2 milhões de analfabetos com 15
anos ou mais. Este fato pode ser explicado considerando que o analfabetismo não é apenas uma
questão de política educacional, visto que ocorre em dois segmentos de pessoas: aquelas com
mais de 40 anos e que nunca foram a escola, e pessoas que vivem situações precárias de vida.
Para uma melhor compreensão sobre a situação de Educação nos municípios da região do Lago
do Tucuruí torna-se importante verificar as taxas de aprovação, reprovação e abandono.
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
Saúde
No que se refere aos serviços de saúde, constatou-se que nessa região, o município
de Tucuruí tem se constituído um pólo de saúde que através do Sistema Único de Saúde (SUS)
coordena as pactuações de serviços prestando serviços médicos e de atenção à saúde nos
municípios de Novo Repartimento, Breu Branco, Goianésia, apesar de não ter sido escolhido
como Pólo de Saúde, mais sim Marabá e Pacajá. No entanto, há mais de 10 anos Tucuruí
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
pratica a Gestão Plena do Sistema Municipal de Saúde o que faz o município receber recursos
do Ministério da Saúde. A tabela abaixo apresenta a estrutura de serviços de saúde existentes
nos municípios que integram a Região do Lago de Tucuruí.
Novo
Estabelecimentos Breu Goianésia Itupiranga Jacundá Nova
Reparti Tucuruí
Branco do Pará Ipixuna
mento
Centro de Saúde/unidade
4 - 4 8 1 3 16
básica de saúde
Clinica/ambulatório
1 1 2 1 - - 10
especializado
Consultório isolado - - 1 - - - -
Farmácia - - - 1 - - -
Hospital especializado - 1 - - - - -
Hospital geral - - 2 3 - 1 4
Policlínica - - - 6 - - 2
Posto de Saúde 8 14 7 - 3 7 16
Pronto socorro geral - - - - - - 1
Unidade de serviço de apoio
1 - - - - - 4
de diagnose e terapia
Unidade de Vigilância em
- - 1 - 1 1 2
Saúde
Unidade de vigilância
- 1 - - - - -
Sanitária
Unidade mista 1 1 - - - - -
Unidade móvel terrestre - 1 - - 1 1 -
TOTAL 15 19 17 19 6 13 39
Fonte: DATASUS/2007
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
municípios dessa região apresentaram segundo o IBGE, no ano 2000, uma taxa de mortalidade
infantil 34,69. Além disso, recentemente este município implantou o serviço de saúde em
barco-hospital para atender a população ribeirinha habitante as margens do Lago de Tucuruí.
No estado do Pará, 52,3% da população não dispõem de água tratada, o que
corresponde a 3,6 milhões de pessoas de 739 mil famílias, isto é, a metade da população
paraense, enquanto que a média nacional de cobertura é de 81% (Ministério das Cidades). Na
Região do Lago do Tucuruí, esta situação se torna mais grave, para a população ribeirinha.
Assim, o saneamento básico na região requer ações que envolvam melhorias sanitárias
domiciliares, abastecimento de água, coleta e tratamento adequado dos resíduos sólidos. As
principais demandas apresentadas no correr da pesquisa de campo e nas consultas públicas para
efeito do PTP (2008), na área de saúde, encontram-se sistematizadas no quadro abaixo, e
servem como sinalizações para melhoria das políticas sociais na área.
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
Assistência Social
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
Conforme revela a tabela 44, os municípios que mais recebem repasse de valores
do governo federal para a área de assistência social são: Novo Repartimento (390.331,61),
Itupiranga (337.429,45) e Breu Branco (330.617,00). O valor menor desse repasse para a área
de assistência social é para o município de Nova Ipixuna, o que pode ser compreendido por
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
ser também o município com menor população na região,ou seja, 14.086 habitantes
(IBGE,2007).
Para o atendimento de alta complexidade, verifica-se que nem todos os
municípios contam com Centros de Referência de atendimento especial, o qual segundo o
SUAS é destinado ao atendimento às situações de graves de violação de direitos humanos, tais
como abandono de crianças, adolescentes e pessoas idosas. Verifica-se também que nessa
região, os serviços de assistência social apresentam alguns problemas tais como: 1-
desintegração entre as ações compensatórias (Bolsa famílias) e as políticas emancipatórias
(políticas de geração de trabalho e renda/educação); 2- carência, deficiência de ações sócio-
educativas para jovens e adultos; 3- necessidade de fortalecimento dos conselhos da criança e
adolescente, dentre outros, ações de apoio voltadas para os povos indígenas e população
ribeirinha, inclusive campanhas para expedições de documentos, ações de combate a violência
doméstica, as quais devem ser articuladas ações de educação e saúde, ou seja, a articulação
entre as políticas municipais, estaduais e federais.
As principais demandas apresentadas durante a pesquisa de campo nos municípios
da Região do Lago de Tucuruí, para a área de assistência social, estão relacionadas no quadro
5:
Construção de prédios próprios para as ações de Ampliar as ações sócio-produtivas dos usuários da
assistência social. assistência social;
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
19
Foram visitadas 13 localidades, dentre elas, as maiores (Porto Novo, Santa Rosa, Pólo Pesqueiro, vila Brasil e
vila Belém) apenas uma localidade foi visitada pela primeira vez, denominada Bom Jesus do Arapari,
pertencente ao município de Novo Repartimento, pois, não havia sido mapeada em campos anteriores. Foram
aplicados 89 questionários domiciliares o que totalizou levantamento de 420 pessoas.
20
O prático que acompanhou a equipe foi um antigo morador do lago, hoje, funcionário da Eletronorte (seu
Sabá).
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
Faixa Etária
16
14
12
10
8
6 c
4 %
2
0
no
s os os os os os os os os ais mou
a 0 an an 0 an 4 an 4 an 4 an 4 an 4 an u m r
0 –5 – 1
– 15
– 2 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 5 o I nfo
6 11 16 21 25 35 45 55 6 o
Nã
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
O auxílio defeso aparece como recurso utilizado pela maioria dos moradores do
Lago e converge com os dados acerca da pesca e do aumento de intensidade dessa atividade.
Os percentuais acima contrastam com algumas declarações apresentadas nas consultas
públicas onde as demandas acerca da regularização do defeso para todos os pescadores. A
demanda por essa política pública revela que há uma aderência da população aos desenhos de
políticas que potencializam estratégias de conservação. Por outro lado é possível notar que as
políticas sociais também compõem a renda da população que reside no entorno e nas ilhas do
Lago.
Gráfico 16 - Utilidade do Lago
Utilidade do Lago
25
20
15
10 %
0
Pescar Tomar Lavar Lavar Navegar Recreação
banho roupa louça
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
Água
Estrada
Educação
Energia
Asfalto
Transporte
Segurança
Espaço de
lazer/esporte/quadra
Limpeza / Col eta de
Lixo
Geleira
%
Renda
Organizar a
cidade/comunidade
Representante
comunitário
Moradia
Terreno/terra
Telefone Público
Ajudar o pessoal
Casa de apoio
Nada
Não Informou
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
Serviços à Comunidade
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
%
0,0
ico
ço
a
ico
a
d
ica
ej
c
po
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De
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o
Nã
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
4.1 Geral
Promover o desenvolvimento sustentável da região com foco na melhoria da qualidade de
vida da população a partir de uma gestão democrática, participativa e territorializada.
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
Energia
Saneamento
Comunicação
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
Transporte
Armazenamento
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
13. Estruturar e fortalecer as cadeias e arranjos produtivos que permitam o uso sustentável
dos recursos naturais e a agregação de valor;
14. Fortalecer as cadeias produtivas integradas ao consumo local e regional, em áreas como
alimentos, bebidas, indústria naval, movelaria, olaria e materiais de construção em
geral.
15. Ampliar iniciativas de economia popular e solidária e fomentar a economia da cultura
como forma de valorização do patrimônio natural e cultural;
16. Incentivar a modernização da atividade agropecuária em áreas de consolidação e
expansão, com a industrialização da carne, seu processamento e beneficiamento,
incluindo a implantação de um frigorífico na região;
17. Fortalecer os sistemas de ATES, pela ampliação e capacitação;
18. Implantar projeto de beneficiamento da madeira visando a produção industrial;
19. Implantar terminais fluviais de embarque e desembarque de passageiros em pontos
estratégicos do lago;
20. Desenvolvimento da fruticultura tropical de qualidade para exportação e
industrialização;
21. Implantação de indústria de fitofármacos e de cosméticos naturais.
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
entre as esferas política, física e social que marcam a peculiaridade territorial da região do
lago de Tucuruí.
As ações propostas pela população após a discussão de cada eixo apresentado
estão organizadas, conforme as diretrizes listadas a seguir.
Na diretriz “Ampliar a presença do Estado, garantindo maior governabilidade
sobre os processos de ocupação territorial e maior capacidade de orientação dos processos
de transformação sócio-produtiva” fica patente a compreensão de que há a necessidade de
uma maior interferência do Estado nas questões territoriais. Essa interferência ainda é
percebida pela população como a presença de atores burocráticos intermediando as relações
de propriedade. O aumento do contingente de funcionários do INCRA, SEMA, EMATER,
SEPAQ foram levantadas nas três audiências como uma questão primordial no ordenamento
territorial.
Na diretriz “Criar termos de cooperação técnica adequada à realidade de cada
município para a execução de ações relativas à gestão ambiental e regularização fundiária”
as questões sobre o conflito que marca a posse da terra na área se evidenciam. As ações
centram-se na busca de efetividade do que já foi implementado pelo INCRA na área enquanto
Projetos de Assentamento. Na perspectiva de obter financiamento há por parte dos assentados
uma manifestação acerca da necessidade de que sejam cumpridas agendas estabelecidas pelas
organizações governamentais responsáveis nota-se na diretriz “Promover o ordenamento
territorial e fundiário e a gestão ambiental, priorizando as áreas de conflito e as ocupadas
por pequenos e médios produtores” que há uma distinção que marca as características dos
atores envolvidos: aqueles que têm majoritariamente interesses voltados às atividades de
pesca e os produtores rurais. Em Tucuruí os direitos fundiários associados às atividades
produtivas marcam as demandas. O exemplo da demanda por “Garantir de forma imediata a
indenização e o remanejamento das populações remanescentes das Zonas de Preservação da
Vida Silvestre – ZPVS bases 3 e 4 (93 famílias) e Zonas de Amortecimento (387 Famílias),
que já habitavam o local antes da criação das ZPVS; e Garantir a elaboração do plano de
manejo das RDS e da APA do lago de Tucuruí criadas em 2002” mostram que as atividades
produtivas que utilizam recursos naturais pertencentes à área do entorno do lago são
importantes e diferenciam esta população das que estão localizadas na área rural. Em Tucuruí
as interações não são mediadas por regularidades institucionais originadas de relações sociais
que têm na repetição de interações os mecanismos de estabelecimento de regras. Os
consensos estabelecidos nessas interações apresentam vulnerabilidade para se manter uma vez
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
que é intenso o fluxo migratório no lago e a ausência de arranjos institucionais que definam as
regras de acesso e uso dos recursos não está definida.
Na diretriz” Promover o ordenamento territorial e fundiário e a gestão ambiental,
priorizando as áreas de conflito e as ocupadas por pequenos e médios produtores” houve uma
demanda qualificada nas Consultas Públicas onde foi solicitado o seguinte ponto: “Redefinir
limites municipais e resolver as questões existentes em relação as ações de cada município”. É
relatado neste ponto que algumas áreas do município de Goianésia do Pará os serviços de
saúde, manutenção de estradas e educação são atendidos pela prefeitura de Jacundá (Rondon
do Pará e Jacundá). Nas diretrizes subseqüentes é possível identificar que em Breu Branco
Tucuruí e Jacundá os participantes das consultas apresentam demandas características de
atores sociais com maior grau de organização e que desenvolvem atividades rurais e ligadas à
pesca.
A diretriz “Priorizar, nas áreas onde ainda encontram-se preservados os
ecossistemas originais, a promoção do uso sustentável e de proteção da floresta e dos demais
recursos naturais” e a diretriz “Promover a elaboração, implementação e ampliação de
acordos sociais relativos (i) ao manejo de recursos pesqueiros (acordos de pesca), (ii) à
proteção e recuperação de matas ciliares, (iii) à gestão de recursos hídricos e (iv) à
prevenção e controle do fogo e de incêndios florestais” ao serem analisadas expressam um
conhecimento por parte da população da necessidade de institucionalização de processos para
o controle da ação humana sobre os recursos naturais da região. Fica clara a demanda por uma
política ambiental que incorpore as especificidades da biota criada pelo alagamento da área
dos municípios que findou por criar o lago de Tucuruí. A maioria desses municípios vive em
parte do uso desses recursos, mas não há definição de arranjos institucionais que ordenem as
formas de acesso e uso dos recursos naturais. Em Jacundá, Tucuruí e Breu Branco as
demandas permitem entrever um grau de consciência da população acerca do que pode ser
uma ação coletiva para a gestão de recursos naturais da região. Proposições de acordos de
pesca, criação de Resex, criação de acordos sociais para controle de incêndios florestais são
manifestações que permitem a interpretação de que esta população está dotada de um grau de
capital social que lhe permite compreender o papel que o ordenamento territorial desempenha
no modo de vida da população dos municípios da região de Tucuruí.
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
6. Garantir a implantação da PA-151 entre os municípios de Breu Branco e Baião e Breu Branco
e Jacundá;
7. Agilizar a implantação, ampliar, e garantir manutenção do sistema NAVEGA PARÁ;
8. Implantar e concluir a construção de silos e câmaras frias nos municípios da região.
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
que exigem recursos dos governos federais e estaduais e municipais, em articulação com
instituições públicas e privadas. Essas ações se caracterizam pela necessidade de
aparelhamento e ampliação tanto da infraestrutura das unidades hospitalares quanto dos
serviços prestados nessa área, principalmente, no que tange às ações básicas na área urbana e
rural, a exemplo do Programa Saúde da Família e Vigilância Sanitária. Além disso, destacam-
se também as ações voltadas para o atendimento de urgência/emergência e capacitação dos
profissionais de saúde.
As principais causas de internamento nas Unidades Ambulatoriais Cadastradas no
SIASUS têm sido: doenças infecciosas; gravidez, parto e puerpério, assim como doenças do
aparelho respiratório e lesões, envenenamento e outras conseqüências de causas externas.
Constata-se, então, que a estrutura de serviços ora existente nesses municípios requer medidas
que possibilitem a maior cobertura dos mesmos, inclusive no que tange à atenção básica de
saúde, como é o caso da ampliação do número de Programas “Estratégia de Saúde da
Família”, o que indica a necessidade de consórcios intermunicipais para consolidar a criação
de uma rede regionalizada de serviços nessa região. Essa situação de saúde é agrava pela
deficiência dos serviços de saneamento básico na região, conforme referido na parte de infra-
estrutura deste Plano.
No estado do Pará 52,3% da população não dispõe de água tratada, o que
corresponde a 3,6 milhões de pessoas, enquanto que a média nacional de cobertura é de 81%
(Ministério das Cidades). Na região do Lago do Tucuruí, esta situação se torna mais grave
para a população ribeirinha. Assim, o saneamento básico na região requer ações que
envolvam melhorias sanitárias domiciliares, abastecimento de água, coleta e tratamento
adequado dos resíduos sólidos.
Desta forma, os serviços de saúde nos municípios requerem a ampliação da
cobertura dos programas de atendimento de baixa complexidade, as ações de vigilância em
saúde, melhorar a infraestrutura de saúde (unidades, hospitais municipais, equipamentos,
etc.), assim como a contratação de profissionais da área de saúde, particularmente (médicos,
odontólogos e outras especialidades), (além de aquisição de medicamentos e UTI móvel/
ambulâncias e ambulanchas), pois a maior parte das doenças são infecciosas e parasitárias e
respiratórias, assim como a maior taxa de mortalidade não estão relacionadas à idade, mas sim
à falta de acesso à água potável e saneamento básico, às más condições de habitação, aos
hábitos alimentares e em alguns casos a falta de alimentos. Com efeito, o investimento nessa
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
região deve ser feito prioritariamente em ações preventivas voltadas para a melhoria das
condições gerais de vida da população.
No que se refere à Educação torna-se estratégico para o desenvolvimento da
região ações que garantam a universalização do acesso ao ensino infantil, fundamental,
médio, profissionalizante e superior visto que a oferta de escolas na região é insuficiente e
mais problemática nas ilhas. Apesar de nos anos 2000, os municípios de Goianésia do Pará e
Itupiranga terem reduzido as taxas de analfabetismo para 31,60 e 35,41%, esses mesmos
municípios e Novo Repartimento (32,19%) continuam com as maiores taxas de analfabetismo
da região.
A situação de Educação nos municípios da região do Lago do Tucuruí pode ter
melhor visualidade também quando se verifica as taxas de Aprovação, Reprovação e
Abandono. Assim, constata-se que os municípios que obtiveram maior de taxa de aprovação
no ensino fundamental, no ano de 2007 foram: Itupiranga (80,31), Novo Repartimento (78,4)
e Breu Branco (74,03), enquanto que a média na região Norte é (66,0) e no Brasil é de (73,0).
A região Sudeste é a que no Brasil, apresenta as maiores taxas de aprovação com (87,8).
As maiores taxas de reprovação se encontram nos municípios: Goianésia do Pará
(22,29), Tucuruí (22,5) e Breu Branco (16,41), enquanto que no Pará a taxa média é (18,9) e
no Brasil (11,4). Quanto às taxas de abandono destacam-se: Goianésia do Pará (14,13), Novo
Repartimento (9,7) e Breu Branco (9,56), enquanto que na região Norte é de (16,0) e no Brasil
(11,1). No estado do Pará a taxa de abandono é de (16,1). Estes dados indicam a necessidade
de melhorar os índices de educação nos municípios da região do Lago do Tucuruí que dentre
outros aspectos, requer a implantação de uma política de valorização dos profissionais da
educação, mediante a ampliação e oferta de cursos de cursos de formação continuada de
professores, Educação Indígena, cursos de especialização disponibilizando bolsas de estudo;
melhoria nas condições de trabalho, regulamentação de planos de carreira e melhoria da
remuneração do magistério na região, que constituem condições essenciais para o
desenvolvimento da região.
Apesar do grande número de crianças em idade escolar que ingressam no ensino
fundamental – e que por sua vez colabora para a suposta melhora no IDH Municipal de
educação, elas tendem a abandonar os estudos a partir do ensino médio, o que pode estar
relacionado à necessidade de inserção no mundo do trabalho para ajudar na renda familiar
que, na Região Norte, é baixa.
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
Câmara de
ordenamento SECRETARIA CONSELHO GESTOR
territorial, EXECUTIVA DO PLANO
regularização
Câmara de
infraestrutura
CAMARA TÉCNICA
Câmara de fomento TEMÁTICA
às atividades
produtivas
sustentáveis
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
Ações
Para o sucesso do modelo de gestão e implementação do Plano e com base nas diretrizes
propostas, as seguintes ações contempladas no modelo de gestão serão executadas:
i) Cumprimento efetivo do que foi pactuado entre os poderes públicos (municipal, estadual e
federal), a Eletronorte, a Eletrobrás e a sociedade civil;
ii) Maior celeridade às ações, projetos e programas que foram discutidos e pactuados com a
sociedade, diminuindo os entraves burocráticos;
iii) Reconhecimento da representatividade e autonomia das comunidades e movimentos
sociais, respeitando os interlocutores indicados;
iv) Maior transparência às ações voltadas para a comunidade, prestando contas continuamente
a cerca de execução, prazos e orçamentos;
v) Estimulo e qualificação do controle social em cima das ações, programas e projetos;
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago de Tucuruí
vi) Capacitação dos representantes indicados pelos movimentos sociais para que exerçam
melhor suas funções em termos de controle social;
vi) Implantação pelo Governo do Estado de regionais (ou escritórios de representação) de
órgãos estratégicos como SETRAN, EMATER, PM, SAGRI e SEMA;
vii) Reavaliar o processo de reintegração das áreas territoriais dos municípios em litígio,
garantindo-se absorção da população, dos serviços e compensações financeiras;
viii) Promover formação técnica em gestão e elaboração de projetos dos quadros dos órgãos
públicos municipais, estadual e movimentos sociais;
ix) Promover a revisão dos mecanismos de acompanhamento e aprimoramento dos planos
diretores municipais e PPA estadual;
x) Garantir a elaboração do regimento interno do Conselho Regional envolvendo atribuições,
representatividade paritária (poder público e sociedade civil) e competências;
xi) Garantir que os representantes da sociedade civil do Conselho Regional sejam eleitos em
plenária regional, de acordo com a paridade pré-estabelecida;
xii) Executar o monitoramento sistemático do plano;
xiii) Consolidar as ações do ZEE estadual conjuntamente com as diretrizes do plano.
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Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável da Região de Integração Lago de Tucuruí
3. Eficiência energética 12.Viabilizar recursos para elaboração de campanhas educativas do uso eficiente da energia
Saneamento 13. Ampliar a definição saneamento básico, para definição saneamento ambiental;
4. Universalizar o acesso a sistemas de saneamento 14. Viabilizar a implantação de microssistemas de abastecimento de água e Melhoramento
básico nas áreas urbanas e rurais, atendendo às Sanitário Domiciliar - MSD, prioritariamente nas áreas rurais;
especificidades de comunidades isoladas e ribeirinhas 15. Estimular os municípios para elaboração do plano municipal de saneamento ambiental;
e a demanda dos sistemas produtivos; 16.Garantir saneamento básico nas localidades ribeirinhas;
17.Implantar aterros sanitários regionais legalizados (Consórcios);
18. Efetivar a política de coleta seletiva e transporte de resíduos sólidos na área urbana,
5.Implantar sistema de coleta, transporte, transbordo,
ribeirinha e nas ilhas;
tratamento e destinação final do lixo doméstico,
19. Implantar programas de educação ambiental para efetivação a política de coleta seletiva
hospitalar e do lixo originário da varrição e limpeza de
de resíduos sólidos;
logradouros e vias públicas, inclusive atendendo a
20.Implantar usinas de reciclagem de resíduos sólidos;
população localizada no interior do lago;
21.Adquirir equipamentos e veículos para coleta de resíduos sólidos da área urbana e rural dos
municípios da região;
22.Agilizar a instalação da estação de tratamento de água;
23.Melhorar e ampliar o sistema de distribuição de água tratada (em curto prazo);
6. Ampliar a oferta e universalizar o abastecimento de
24.Ampliar e agilizar a implantação do programa ÁGUA PARA TODOS nos municípios e
água tratada;
localidades onde ainda não tem;
25.Melhorar a qualidade da água fornecida pela COSANPA
7. Incentivar e viabilizar projetos para a utilização de 26.Incentivar e viabilizar projetos para a utilização de fontes alternativas de captação e
fontes alternativas de captação e tratamento de água; tratamento de água
8.Implantar e universalizar o esgotamento sanitário,
27.Implantar e universalizar o esgotamento sanitário, inclusive sistemas alternativos
inclusive sistemas alternativos;
9. Implantar sistema de coleta, tratamento e destinação
final de resíduos sólidos;
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Vila Janari;
18. Promover a manutenção de rodovias-eixo
43.Implantar e manter estradas e vicinais para garantir escoamento da produção
estaduais e de estradas vicinais, como parte integrante
44.Agilizar a perenização dos 135 Km da vicinal que liga a sede do município de Novo
do planejamento intermodal de transportes, com a
Repartimento ao Distrito de Vitória da Conquista.
devida observação dos fatores socioambientais
45.Viabilizar parcerias entre as três esferas de governo para perenização das estradas vicinais
intervenientes
46.Garantir a manutenção da infraestrutura aeroviária
19.Implantar, Ampliar e modernizar a oferta de
47.Implantar aeródromos nos municípios de Breu Branco e Novo Repartimento;
Aeroportos e aeródromos da região;
48.Melhorar o aeródromo de Goianésia do Pará;
20. Promover a pavimentação das principais rodovias
49.Agilizar a pavimentação das rodovias federais na região
(pavimentação da BR-230,BR-422);
50.Viabilizar parcerias para pavimentação de vias urbanas(Blokret e asfalto);
21. Melhoria da infraestrutura urbana.
51.Implantar e melhorar terminais rodoviários;
Armazenamento 52.Viabilizar o uso dos galpões da ELETRONORTE no entorno da área das eclusas para
22.Planejar e implementar a infraestrutura de armazenamento
armazenamento, adequada às potencialidades 53.Implantar silos nas grandes vilas produtoras;
regionais e considerando as necessidades dos 54.Implantar silos/armazéns nos municípios da região.
diferentes atores; 55.Implantar estrutura frigorífica em todos os municípios da região.
23. Ampliar o atendimento das demandas de
escoamento da produção de pequenos produtores,
56.Garantir a construção de entreposto pesqueiro e hortifrutigranjeiro
pescadores artesanais e comunidades tradicionais e
57.Adquirir equipamentos e máquinas para produção;
dos arranjos produtivos locais sustentáveis,
58.Implantar Shopping’s Populares e feiras de Pequenos Produtores
principalmente por meio do fortalecimento das redes
de terminais e entrepostos.
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35.Criação de um pólo universitário com capacidade de atender os alunos oriundos das região
8. Ampliar e diversificar o acesso ao ensino superior
de integração do lago Tucuruí com instalações no município de Jacundá e ampliação dos
de alunos oriundos das escolas públicas, do meio rural
cursos do pólo de Tucuruí com cursos da área das exatas, humanas, saúde e ciências ligadas à
e das minorias étnicas;
terra
9. Implantar, ampliar e fortalecer as universidades 36.Promover cursos de extensão, projetos de pesquisa e pós-graduação
públicas na região; 37.Implantação de pólos das universidades públicas na região do PDRS
38. Apoio aos grupos folclóricos da região
39.Implantação de uma fundação cultural na região do PDRS;
10.Valorizar a identidade, a diversidade e as 40.Criação e implantação de um centro cultural na região do PDRS;
expressões culturais das populações da região; 41.Implantação de uma política de valorização da cultura regional;
42.Criação de escolas de música, dança, teatro e outros que valorizam a região;
43.Criação e implantação de museu do vale do Tocantins
44.Zerar o passivo social com todos os atingidos direta ou indiretamente pelo
11.Promover o reconhecimento dos direitos e o acesso
empreendimento de Tucuruí;
às políticas públicas de povos e comunidades
45.Ampliação das unidades escolares que atendem à população indígena radicada na região
tradicionais
do Plano
46.Integração através de fluxo de atendimento entre o poder judiciário, ministério público,
sistema de garantia de direitos, rede socioassistencial, educação e saúde.
47.Ampliação do policiamento com ações socioeducativas nos meios rural e urbano;
48.Criação de conselhos municipais de segurança em toda região do Plano;
12. Fortalecer o sistema de segurança pública e os 49.Criar fóruns de discussões sobre segurança pública de nível regional;
mecanismos de defesa social na região; 50.Criar programas de ressocialização de egressos do sistema prisional na região.
51.Aparelhamento e aumento do efetivo das polícias civil e militar para garantir melhor
atuação dos órgãos de segurança pública na região (terrestre , fluvial e aéreo);
52.Assegurar a rotatividade do policiamento civil e militar nos municípios da região;
53.Criação de delegacias especializadas na região;
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19. Realizar campanhas educativas para boas práticas de utilização de alternativos não-
agrotóxicos.
20. Compensação ao produtor por serviços ambientais, através da criação de lei específica
estadual para criação do bônus ambiental.
21. Implantar uma unidade de compostagem orgânica.
22. Implantar um laboratório para análise de solo na região.
23. Incentivar o plantio de cultura orgânica
24. Incentivar as técnicas de agroecologia.
25. Facilitar o acesso ao Programa Pará Rural para aquisição de Kits agroecológico.
26. Ampliar e facilitar o acesso ao crédito para recuperação de área degradada.
27. Criar programa para proteger e recuperar as matas auxiliares com recursos a fundo
3. Recuperar as áreas degradadas por meio de práticas perdido
de manejo do solo e sistemas agrossilvipastoris, de 28. Promover o reflorestamento com espécies nativas para recuperar
modo a permitir ganhos econômicos e a diminuir as áreas degradadas.
pressões sobre as florestas remanescentes 29. Implantar Sistemas Agroflorestais (SAF’s).
30. Implantar política de reflorestamento por parte do dois governos
31. Realizar o CAR e incluir o Plano Safra.
32. Garantir a segurança alimentar e gerar renda através do . Incentivo à criação de pequenos
e médios animais
4. Incentivar o manejo e a criação de espécies da fauna 33. Realização de curso técnico e oficinas para a criação de animais silvestres.
silvestre e não silvestre em regime extensivo e semi- 34. Subsídio para a construção de viveiros para animais silvestre facilitando o acesso ao
extensivo, como meio de promoção da segurança crédito para este objetivo.
alimentar e de geração de renda para as comunidades 35. Implantação de unidade demonstrativa de criação animais silvestres
ribeirinhas; 36. Projeto Piloto com intercâmbio de experiências existentes
37. Incentivar a produção de quelônios.
38. Disseminar a prática da apicultura.
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10. Garantir a segurança para as atividades de fiscalização e gestão das áreas de gestão
especial e áreas de conflitos fundiários.
11. Implementar as ações de regularização fundiária implementando os planos de
desenvolvimento de assentamentos – PDA pactuadas entre o INCRA e os Sindicatos Locais;
12. Garantir os mesmos direitos destinados aos PAs do INCRA para as populações
localizadas fora destes
13. Ajustar o ordenamento territorial aos assentamentos existentes anteriores à criação da
APA do lago de Tucuruí Ex: Assentamento Yasmin e região;
14. Promover ações de regularização ambiental nas propriedades da região pela SEMA,
Priorizando o CAR – Cadastro Ambiental Rural;
15. Realizar a legalização fundiária e ambiental da região, considerando os planos diretores
municipais;
16. Implantar e consolidar projetos de reforma agrária adequados às características
ambientais, às aptidões agrícolas, fitosanitárias, econômicas e às especificidades da região,
baseados no ZEE
17. Garantir de forma imediata a indenização e o remanejamento das populações
remanescentes das Zonas de Preservação da Vida Silvestre – ZPVS bases 3 e 4 (93 famílias)
e Zonas de Amortecimento (387 Famílias), que já habitavam o local antes da criação das
ZPVS;
18. Garantir a elaboração do plano de manejo das RDS e da APA do lago de Tucuruí criadas
em 2002;
19. Garantir o cumprimento das condicionantes das licenças ambientais da UHE Tucuruí e
das eclusas
20. Criar mecanismo para evitar a depreciação do lago a montante e a jusante da barragem,
garantindo a reprodução do pescado;
21. Fomentar a criação de Sistemas Agroflorestais - SAFs na região com linhas de crédito
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subsidiadas;
22. Rediscutir as áreas destinadas a moradias para a população remanejada pelos
empreendimentos implantados na região (Ex: Conjunto habitacional da matinha)
23. Criar mecanismos (recomposição, banco de sementes, viveiros...) para Preservação e
recuperação de áreas de preservação permanente e áreas de reserva legal:
24. Fortalecer a vigilância e fiscalização das RDS e criar o seu plano de manejo pelos órgãos
gestores de recursos naturais (SEMA e IBAMA)
25. Intensificar as ações de Assistência técnica e Extensão Rural – ATER na região, visando
a maior produtividade e rentabilidade às propriedades;
3. Priorizar, nas áreas onde ainda encontram-se
26. Exigir maior responsabilidade na utilização dos recursos destinados à conservação dos
preservados os ecossistemas originais, a promoção do
recursos naturais, considerando a arrecadação das multas aplicadas por dano ambiental na
uso sustentável e de proteção da floresta e dos demais
região;
recursos naturais
27. Criar mecanismo para o pagamento de serviços ambientais preservando a floresta
(compensar financeiramente aqueles trabalhadores rurais que utilizam suas terras de forma
sustentável)
28. Promover a capacitação técnica para a utilização sustentável da terra;
29. Tornar os períodos de carência de financiamentos de planos de reflorestamento mais
atraentes aos proprietários rurais;
30. Regularização de áreas indígenas nos municípios de Itupiranga (Atikum e Guajajara) e
Goianésia (Amanayé);
4. Assegurar os direitos territoriais dos povos e
31. Viabilizar o acesso de comunidades ribeirinhas aos créditos disponíveis (pesca, Pronaf
comunidades tradicionais (ribeirinhos, extrativistas,
entre outros) como meio de fomentar a permanência destes nas respectivas áreas;
povos indígenas, quilombolas, entre outros), que
32. Regularização e das áreas de comunidades tradicionais, quando identificadas, como
constituem a base para a sua reprodução social e
forma de resgatar e reconhecer a história e culturas de tais populações;
integridade cultural
33. Garantir um levantamento das áreas alagadas pelo barramento da hidrelétrica de Tucuruí,
para a devida indenização das comunidades impactadas, garantindo o pagamento de 508
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57. Definir até maio, o calendário para atender às demandas do plano SAFRA
58. Criar programa de reflorestamento de espécies nativas consorciado com a agricultura
familiar (Sistema Agrosilvopastoril), voltado às necessidades dos pequenos produtores;
59. Criar um laboratório regional de pesquisa e análise do solo;
60. Garantir a participação efetiva de atores sociais de todos os municípios no Comitê de
gestão dos recursos hídricos no entorno do lago;
61. Criar instrumentos de divulgação de informações referentes as ações do Comitê Gestor
dos recursos hídricos, incluindo a participação da sociedade;
62. Criar um conselho gestor regional de recursos hídricos, de forma paritária entre as esferas
de governo e sociedade civil;
8. Implantar no âmbito regional gestão ambiental e
63. Implantar o sistema adequado de tratamento dos efluentes líquido oriundos da região das
comitê de gestão dos recursos hídricos do entorno do
ilhas (saneamento básico);
lago
64. Exigir a transparência dos estudos de impactos sócio-ambientais do sistema de
transposição das águas do rio Tocantins (Eclusas);
65. Garantir o canal de migração dos peixes;
66. Elaborar plano regional de gestão e concessão de direitos sobre os recursos hídricos,
culminando com a criação do conselho gestor de recursos hídricos da região do lago de
Tucuruí, garantindo a participação efetiva da sociedade civil.
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