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O homem é visto como, nada mais que, um produto da vil matéria; assim como
tudo visto no mundo. Ou seja, seres materialistas.
* Supor uma constância de um ser superior, onipotente, onisciente e onipresente,
é tido como algo reconfortante à nós, seres meramente materiais.
* Através de uma manipulação do capital, adoramos um Deus que não possui
todos os defeitos que nós possuímos, pelo contrário, ele seria plenamente
perfeito.
- Bakunin afirma que nossos primeiros ancestrais, nossos Adão e Eva foram,
senão gorilas, primos muito próximos, pelo menos, dos onívoros, dos
animais inteligentes e ferozes, dotados, em grau maior do que o dos
animais de todas as outras espécies, de deus faculdades preciosas: a
faculdade de pensar e a necessidade de se revoltar.
“Deus sendo tudo, o mundo real e o homem não são nada. Deus sendo a
verdade, a justiça, o bem, o belo, a força e a vida, o homem é a mentira, a
iniquidade, o mal, a feiura, a impotência e a morte. Deus sendo o senhor, o
homem é o escravo. (…)
Ele pôs, generosamente, à disposição deles toda a terra, com todos os seus frutos
e todos os seus animais, e impôs um único limite a este completo gozo: proibiu-os
expressamente de tocar nos frutos da árvore da ciência. Ele queria, pois, que o
homem, privado de toda consciência de si mesmo, permanecesse um eterno
animal, sempre de quatro patas diante do Deus “vivo”, seu criador e seu senhor.
Mas eis que chega Satã, o eterno revoltado, o primeiro livre-pensador e o
emancipador dos mundos. Ele faz o homem se envergonhar de sua ignorância e
de sua obediência bestiais; ele o emancipa , imprime em sua fronte a marca da
liberdade e da humanidade, levando-o a desobedecer e a provar do fruto da
ciência.
- Bakunin crê que isso não passa de um mito e acaba com a metáfora da
Bíblia desse conto. Acredita que o homem se emancipou, separou-se da
sua animalidade e se constituiu homem; ele começou sua história e seu
desenvolvimento especificamente humano por um ato de desobediência,
isto é, pela revolta e pelo pensamento.
...
“Se Deus existe, o homem é escravo; ora, Deus não existe, portanto, o homem
pode ser livre."
Todas as religiões são cruéis, todas são fundadas sobre o sangue, visto que todas
repousam principalmente sobre a ideia do sacrifício, isto é, sobre a imolação
perpétua da humanidade à insaciável vingança da divindade. Nesse sangrento
mistério, o homem é sempre a vítima, e o padre, homem também, mas privilegiado
pela graça de Deus, é o divino carrasco.
“Ao nos falarem de Deus, eles creem, eles querem nos educar, nos
emancipar, nos enobrecer e, ao contrário, eles nos esmagam e nos aviltam.
Com o nome de Deus, eles imaginam poder estabelecer a fraternidade
entre os homens, e, ao contrário, criam o orgulho, o desprezo; semeiam a
discórdia, o ódio, a guerra; fundam a escravidão. Isto porque, com Deus,
vêm os diferentes graus de inspiração divina; a humanidade se divide em
homens muitos inspirados, menos inspirados, não inspirados. Todos são
igualmente nulos diante de Deus, é verdade; mas comparados uns aos
outros, uns são maiores do que os outros; não somente pelo fato, o que
não seria nada, visto que uma desigualdade de fato se perde por si mesma
na coletividade, quando ela não se pode agarrar a nenhuma ficção ou
instituição legal; mas pelo direito divino da inspiração: o que constitui logo
em seguida uma desigualdade fixa, constante, petrificada. Os mais
inspirados devem ser escutados e obedecidos pelos menos inspirados,
pelos não inspirados.