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Primórdios
Mais tarde, livres das invasões dos índios, essas terras se integraram nos vastos
domínios, cento e sessenta léguas, do mestre de campo Antônio Guedes de Brito, que
foi um dos primeiros a iniciar a criação de gado e a estabelecer currais a partir da
margem baiana do rio São Francisco.
O desenvolvimento da pecuária nas regiões do sertão foi estimulado pela Carta Régia de
1701 que só permitia a criação de gado para além de uma faixa de dez léguas da costa:
com isto, foram procuradas as terras do mestre de campo, que aforava "Sítios" de uma
légua de extensão, a dez mil réis por ano.
O conselheiro Joaquim Inácio da Cruz e sua sogra tomaram posse das referidas terras
em 19 de junho de 1769 seguindo auto lavrado pelo tabelião Antônio Nunes Bandeira.
Gaspar de Araújo Pinto, segundo escritura pública lavrada em outubro de 1772 na
cidade de Salvador, adquiriu os ditos sítios por cem mil réis.
Com a morte deste, que teve o inventário julgado em 1778, na vila de Cachoeira, pelo
juiz José Antônio Álvares de Araújo, as terras foram entregues á sua viúva, dona Inês
Maria de Oliveira e seus cinco filhos, sendo que na divisão, foi ad-judicar à viúva, entre
outros a Fazenda "Brejo Grande da Serra do Orobó".
Ao capitão Inácio de Araújo Pinto coube por testamento de dona Inês Maria de Oliveira
a sucessão das terras da Fazenda Orobó Grande, onde iniciou com seus irmãos,
juntamente com o senhor Estevão de Azevedo, a construção de uma capela, a qual deu
por pronta o senhor Felix Alves de Andrade, muito devoto de Santo Antônio, este
cidadão.
Esta capela ainda existia até pouco tempo no centro da Praça Castro, tendo sido
demolido pela situação de ruína em que se encontrava.
Por morte do capitão Inácio Araújo Pinto, ocorrida em Cachoeira, em 1882, passaram as
terras aos sobrinhos, dentre os quais, dona Maria Carolina de Oliveira Almeida, casada
com Manuel de Oliveira Mendes, visconde de Itapicuru de Cima, a quem coube a
fazenda "Orobó Grande".
Esta Propriedade foi vendida a Antônio Francisco Pamponet, que passou a sisa em
Camisão, a 25 de agosto de 1858, e, por, e, por morte deste e de sua esposa, os filhos a
dividiram, vendendo a diversos compradores.
Já em 1884 foi essa povoação elevada à freguesia com denominação de Santo Antônio
dos Viajantes do Orobó Grande, criado o distrito de paz de Orobó Grande, pela lei
provincial 2.476, de 26 de agosto do mesmo ano e canonizada em novembro pelo
arcebispo D. Luiz Antônio dos Santos, data de 9 de dezembro de 1884. O
desmembramento dessa freguesia de Nossa Senhora do Rosário do Orobó é de 11 de
janeiro do ano seguinte à posse de seu primeiro vigário, o padre Ventura Esteves. Não
foi rápido o seu crescimento, pois só a 25 de junho de 1914, pela lei 1022-a, é que foi
criado o município de Orobó, desmembrando de Itaberaba, e a povoação elevada a
categoria de vila. Deu-se a instalação oficial em 6 de outubro, constituído o município
de único distrito.