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A atividade física estimula vários pontos cerebrais que podem auxiliar o

autista a sentir mais feliz e motivado. O exercício fornece o oxigênio e os


nutrientes aos tecidos do organismo e ajuda o sistema cardiovascular a trabalhar
melhor. Com isso contribui para a disposição do autista.

Um estudo que avaliou crianças com autismo na natação e outros


exercícios aquáticos verificou que as atividades contribuíram para que
alcançassem um aumento significativo nos níveis de aptidão – perceptíveis por
mudanças no equilíbrio, flexibilidade, resistência e força. Observou-se ainda uma
redução do comportamento repetitivo em crianças.

Por meio de programas de exercícios é possível observar um melhor


desempenho social e redução de episódios de agressão, bem como,
comportamentos estereotipados. Isso porque o exercício estimula o
desenvolvimento de novas células cerebrais dentro do hipocampo – uma parte
do cérebro que influencia a empatia, controle de impulsos e atenção.

As atividades devem ser adequadas aos estímulos sensoriais do autista,


com o cuidado de respeitar limitações de movimentos que venham a existir. Por
isso é fundamental a integração e acompanhamento de um educador físico e
demais membros da equipe multidisciplinar.

Independente da condição autista, praticar exercícios estimula o cérebro e


a autonomia, ajuda a melhorar o desenvolvimento motor e cognitivo, a noção de
tempo e espaço, e ainda eleva a autoestima. Então mesmo que o impacto positivo
no autismo não seja cientificamente comprovado, a prática de atividade física
pode trazer inúmeros benefícios em outros aspectos da vida das crianças e
jovens com a condição TEA.

“A atividade física ajuda muito no desenvolvimento da consciência


corporal e também no fortalecimento muscular, já que muitos autistas e também
crianças com outros transtornos neurológicos apresentam hipotonia”, Algumas
crianças podem não responder ao comendo “bata o pé” simplesmente porque
não sabem sequer que tem um pé e onde está.

Outro benefício inegável é o gasto de energia, já que muitas vezes o


autismo vem acompanhado da hiperatividade. “Com a atividade física, a criança
gasta toda essa energia e consegue se concentrar em outras coisas que são
importantes”

Consciência corporal e fortalecimento muscular

Gasto de energia e hiperatividade

Interação social

“A criança só vai se desenvolver e aprender com algo que ela tenha


prazer!”

“A criança pode aprender muito por meio dos jogos e das brincadeiras,
como regras simples, seja para delimitar o espaço da brincadeira ou qual posição
ela deve permanecer quando brinca de pega-pega. Para as crianças com TEA
esses aspectos simples fazem uma grande diferença no contexto social, pois a
primeira interação que elas têm com os seus pares é justamente pelas
brincadeiras. Uma criança que não brinca terá uma socialização muita
dificultada”

“Um professor preparado para trabalhar com crianças autistas precisa


saber lidar com o imprevisível. Ele precisa saber que nem sempre o aluno vai
responder ao comando específico de primeira, que aquela criança precisa de um
tempo de adaptação em um novo ambiente, que existe uma forma específica de
orientar os exercícios – lembra que às vezes a criança nem conhece as partes
do seu corpo? Não pode ser qualquer profissional. Tem que ser alguém muito
paciente e que tenha dom de trabalhar com crianças com algum tipo de
dificuldade.”

HIDROTERAPIA/NATAÇÃO ADAPTADA

O efeito curativo da hidroterapia é baseado em seus efeitos mecânicos e


ou termais. Ela explora a reação do corpo à estímulos quentes e frios, à pressão
exercida pela água e à sensação que ela dá. Os nervos carregam impulsos
sentidos na pele, para o interior do corpo, onde estimulam o sistema imunológico,
aumentam a circulação, melhoram a digestão e diminuem a sensação de dor.

A hidroterapia é indicada para tonificar o corpo, estimular a digestão, a


circulação, o sistema imunológico e aliviar a dor. A água parece ter um poder
especial para ajudar no combate do estresse e rejuvenescer o corpo. Ela age
sobre a pele e os músculos, acalma os pulmões, coração, estômago e sistema
endócrino estimulando os reflexos nervosos na espinha dorsal.

FLOORTIME

Desenvolvido pelo psiquiatra infantil Stanley Greenspan, Floortime (ao pé


da letra tempo no chão) é um método de tratamento que leva em conta a filosofia
de interagir com uma criança autista.

É baseado na premissa de que a criança pode melhorar e construir um


grande círculo de interesses e de interação com um adulto que vá de encontro
com a criança independente do seu estágio atual de desenvolvimento e que o
ajuda a descobrir e levantar a sua força.

A meta no Floortime é desenvolver a criança dentro dos 6 marcos


básicos para a plenitude do desenvolvimento emocional e intelectual do
indivíduo. Greenspan descreveu os 6 degraus da escada do desenvolvimento
emocional como: noção do próprio eu e interesse no mundo; intimidade ou
um amor especial para a relação humana; a comunicação em duas vias
(interação); a comunicação complexa; as idéias emocionais e o
pensamento emocional.

A criança autista tem dificuldades em se mover naturalmente através


desses marcos, ou subir esses degraus, devido às reações sensoriais
exacerbadas ou diminuídas e/ou a um controle pobre dos comandos físicos.

No Floortime, os pais entram numa brincadeira que a criança goste ou se


interesse e segue aos comandos que a própria criança lidera. A partir dessa
ligação mútua, os pais ou o adulto envolvido na terapia, são instruídos em como
mover a criança para atividades de interação mais complexa, um processo
conhecido como " abrindo e fechando círculos de comunicação".

Floortime não separa ou foca nas diferentes habilidades da


fala, habilidades motoras ou cognitivas, mas guia essas habilidades
propriamente, enfatizando o desenvolvimento emocional. A intervenção é
chamada Floortime porque os adultos vão para o chão, para poder interagir com
a criança no seu nível e olho no olho.

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