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Português
Série/ano: 1º
Professora Fátima
3º Bimestre
Figuras de Linguagem
Figuras de Linguagem, também chamadas de figuras de estilo, são recursos estilísticos
usados para dar maior ênfase à comunicação e torná-la mais bonita.
Dependendo da sua função, elas são classificadas em:
Figuras de palavras ou semânticas: estão associadas ao significado das palavras. Exemplos:
metáfora, comparação, metonímia, catacrese, sinestesia e perífrase.
Figuras de pensamento: trabalham com a combinação de ideias e pensamentos. Exemplos:
hipérbole, eufemismo, litote, ironia, personificação, antítese, paradoxo, gradação e apóstrofe.
Figuras de sintaxe ou construção: interferem na estrutura gramatical da frase. Exemplos:
elipse, zeugma, hipérbato, polissíndeto, assíndeto, anacoluto, pleonasmo, silepse e anáfora.
Figuras de som ou harmonia: estão associadas à sonoridade das palavras. Exemplos:
aliteração, paronomásia, assonância e onomatopeia.
Figuras de Palavras
Metáfora
A metáfora representa uma comparação de palavras com significados diferentes e cujo termo
comparativo fica subentendido na frase.
Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.)
Uso da metáfora em "meu amor é uma caravana de rosas vagando num deserto inefável"
Comparação
Chamada de comparação explícita, ao contrário da metáfora, neste caso são utilizados
conectivos de comparação (como, assim, tal qual).
Exemplo: Seus olhos são como jabuticabas.
Uso da comparação por meio do conectivo "como": "o amor é como uma flor" e "o amor é
como o motor do carro"
Metonímia
A metonímia é a transposição de significados considerando parte pelo todo, autor pela obra.
Exemplo: Costumava ler Shakespeare. (Costumava ler as obras de Shakespeare.)
O uso da expressão "bala perdida" é utilizada por não ter outra mais específica
Sinestesia
A sinestesia acontece pela associação de sensações por órgãos de sentidos diferentes.
Exemplo: Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada.
A frieza está associada ao tato e não à visão.
Na
charge acima, a explicação de fofoqueira é usada para suavizar o discurso
Litote
O litote representa uma forma de suavizar uma ideia. Neste sentido, assemelha-se ao
eufemismo, bem como é a oposição da hipérbole.
Exemplo: — Não é que sejam más companhias… — disse o filho à mãe.
Pelo discurso, percebemos que apesar de as suas companhias não serem más, também não são
boas.
No exemplo acima, nota-se o uso do litote por meio da expressão "acho que você deveria
aperfeiçoar essa técnica"
Ironia
A ironia é a representação do contrário daquilo que se afirma.
Exemplo: É tão inteligente que não acerta nada.
Nota-
se o uso da ironia, uma vez que o personagem está zangado com a pessoa e utilizou o termo
"inteligente" de maneira irônica
Personificação
A personificação ou prosopopeia é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos aos
seres irracionais.
Exemplo: O jardim olhava as crianças sem dizer nada.
A personificação é expressa na última parte do quadrinho onde o Zé Lelé afirma que o
espelho está olhando ele. Assim, utilizou-se uma caraterística dos seres vivos (olhar) em um
ser inanimado (o espelho)
Antítese
A antítese é o uso de termos que têm sentidos opostos.
Exemplo: Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz.
Uso da antítese expressa pelos termos que têm sentidos opostos: positivo, negativo; mal, bem;
paz e guerra
Paradoxo
O paradoxo representa o uso de ideias que têm sentidos opostos, não apenas de termos (tal
como no caso da antítese).
Exemplo: Estou cego de amor e vejo o quanto isso é bom.
Como é possível alguém estar cego e ver?
Uso do paradoxo pelas ideias com sentidos opostos realçada pelos termos que explicam a
"certeza": relativa e absoluta
Gradação
A gradação é a apresentação de ideias que progridem de forma crescente (clímax) ou
decrescente (anticlímax).
Exemplo: Inicialmente calma, depois apenas controlada, até o ponto de total nervosismo.
No exemplo acima, acompanhamos a progressão da tranquilidade até o nervosismo.
Na
tirinha, o personagem foi explicando de forma crescente a ideia
Apóstrofe
A apóstrofe é a interpelação feita com ênfase.
Exemplo: Ó céus, é preciso chover mais?
Notamos a ênfase na segunda parte da tirinha com o uso dos pontos de exclamação e
interrogação: "Ai meu Deus!!! Ele vai me matar" O que faço!? É o fim!"
Figuras de Sintaxe
Elipse
A elipse é a omissão de uma palavra que se identifica de forma fácil.
Exemplo: Tomara você me entenda (Tomara que você me entenda).
Na segunda imagem do quadrinho, notamos o uso da elipse: "depois (ele começou) a comer
sanduíches entre as refeições..."
Zeugma
A zeugma é a omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada antes.
Exemplo: Fiz a introdução, ele a conclusão. (Fiz a introdução, ele fez a conclusão.)
A zeugma é utilizada na segunda e terceira parte dos quadrinhos: "(você é) um
descongestionante nasal para o meu nariz"; (você é) um antiácido para meu estômago!"
Hipérbato
O hipérbato é a alteração da ordem direta da oração.
Exemplo: São como uns anjos os seus alunos. (Os seus alunos são como uns anjos.)
A ordem direta do nosso hino é "Das margens plácidas do Ipiranga ouviram um brado
retumbante de um povo heroico"
Polissíndeto
O polissíndeto é o uso repetido de conectivos.
Exemplo: As crianças falavam e cantavam e riam felizes.
Anacoluto
o anacoluto é a mudança repentina na estrutura da frase.
Exemplo: Eu, parece que estou ficando zonzo. (Parece que eu estou ficando zonzo.)
Pleonasmo
Pleonasmo é a repetição da palavra ou da ideia contida nela para intensificar o significado.
Exemplo: A mim me parece que isso está errado. (Parece-me que isto está errado.)
No tirinha acima, o "saia para fora" é um pleonasmo, uma vez que o verbo "sair" já significa
"para fora"
Silepse
A silepse é a concordância com o que se entende e não com o que está implícito. Ela é
classificada em: silepse de gênero, de número e de pessoa.
Exemplos:
Vivemos na bonita e agitada São Paulo. (silepse de gênero: Vivemos na bonita e
agitada cidade de São Paulo.)
A maioria dos clientes ficaram insatisfeitas com o produto. (silepse de número: A
maioria dos clientes ficou insatisfeita com o produto.)
Todos terminamos os exercícios. (silepse de pessoa: neste caso concordância com nós, em
vez de eles: Todos terminaram os exercícios)
Uso da silepse de pessoa em "mais da metade da população mundial somos crianças" e "as
crianças, vamos ter o mundo nas mãos"
Anáfora
A anáfora é a repetição de uma ou mais palavras de forma regular.
Exemplo: Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se você “qualquer coisa”, eu
estarei aqui sempre para você.
Uso da paronomásia por meio dos termos que possuem sons parecidos: "grama" e "grana"
Assonância
A assonância é a repetição de sons vocálicos.
Exemplo:
"O que o vago e incógnito desejo
de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa)
Na
tirinha acima, o uso da assonância é expresso pela repetição das vogais "a" em: "massa",
"salga", "amassa"
Onomatopeia
Onomatopeia é a inserção de palavras no discurso que imitam sons.
Exemplo: Não aguento o tic-tac desse relógio.
No primeiro e último quadrinho temos o uso da onomatopeia com "Bum, Bum, Bum" e
"Buááá...; Buááá...". O primeiro expressa o som do tambor, e o segundo, o choro do cebolinha
Resumo das Figuras de Linguagem
Confira na tabela abaixo o que diferencia cada uma das figuras de linguagem, bem como cada
um dos seus tipos.
Figuras de
Figuras de Figuras de Sintaxe ou Figuras de Som ou
Palavras ou
Pensamento construção harmonia
semânticas
Produzem maior
Produzem maior Produzem maior Produzem maior
expressividade à
expressividade à expressividade à expressividade à
comunicação através da
comunicação comunicação através da comunicação
inversão, repetição ou
através das combinação de ideias e através da
omissão dos termos na
palavras. pensamentos. sonoridade.
construção das frases.
1. hipérbole 1. elipse
1. metáfora 2. eufemismo 2. pleonasmo
2. comparação 3. litote 3. zeugma
1. aliteração
3. metonímia 4. ironia 4. hipérbato
2. paronomásia
4. catacrese 5. personificação ou prosopopeia5. silepse
3. assonância
5. sinestesia 6. antítese 6. polissíndeto
4. onomatopeia
6. perífrase ou 7. paradoxo ou oxímoro 7. assíndeto
antonomásia 8. gradação ou8.clímax
anacoluto
9. apóstrofe 9. anáfora
Classicismo
O Classicismo corresponde a um movimento artístico cultural que ocorreu durante o período
do Renascimento (a partir do século XV) na Europa.
O nome do movimento que marca o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna, faz
referência aos modelos clássicos (greco-romano).
No campo da literatura, Classicismo é o nome dado aos estilos literários que vigoravam no
século XVI, na época do Renascimento. Por isso, a produção desse período também é
chamada de Literatura Renascentista.
Características do Classicismo
A principal característica do Classicismo está na imitação dos modelos clássicos greco-
romanos. Assim, a busca pela perfeição, pelo equilíbrio, a pureza das formas e o rigor estético
são as principais tendências desse movimento.
A imitação da Antiguidade clássica greco-romana surge uma vez que os pensadores do
Classicismo acreditavam que seriam os gregos e os romanos a dominarem os ideais de beleza.
São modelos para o Classicismo: Platão, Homero e Virgílio.
A literatura classicista, também chamada de renascentista, esteve marcada pela perfeição
estética bem como pelo reencontro com a mitologia pagã.
Além da literatura, o classicismo foi um movimento artístico que teve grande destaque nas
artes plásticas e na arquitetura. Essa tendência se espalhou pelo continente europeu no século
XVI e teve o Renascimento como seu principal aliado.
A Linguagem do Classicismo
A linguagem do classicismo é clássica, formal, objetiva, equilibrada e racional. Dessa forma,
os autores do classicismo priorizavam a linguagem culta e o rigor estético.
Origem
O classicismo é o período artístico que ocorreu no século XVI e surgiu na Itália junto com o
movimento Renascentista.
Na literatura portuguesa, o classicismo tem início com a chegada do escritor português
Francisco Sá de Miranda à Portugal em 1537.
Ele retornou da Itália trazendo consigo modelos novos. Estes, foram introduzidos na literatura
sobretudo, os sonetos, que ficaram conhecidos como “dolce stil nuevo” (Doce estilo novo).
O soneto é uma forma poética fixa, formada por dois quartetos (estrofes de quatro versos) e
dois tercetos (estrofes de três versos).
O fim do Classicismo corresponde ao ano da morte de Camões, em 1580. Após o Classicismo
tem início o movimento artístico do Barroco.
Características do Classicismo
Retorno aos modelos clássicos (greco-romano);
Busca da perfeição estética;
Rigor formal;
Razão e equilíbrio;
Nacionalismo e antropocentrismo;
Racionalismo e cientificismo;
Uso de sonetos e versos decassílabos;
Temas religiosos e mitológicos.
Exemplos
Para compreender melhor a linguagem do classicismo, confira abaixo três exemplos:
Trecho da obra “Os Lusíadas” de Luís de Camões
Canto IX
Tiveram longamente na cidade,
Sem vender-se, a fazenda os dous feitores,
Que os Infiéis, por manha e falsidade,
Fazem que não lha comprem mercadores;
Que todo seu propósito e vontade
Era deter ali os descobridores
Da Índia tanto tempo que viessem
De Meca as naus, que as suas desfizessem.
Soneto de Sá de Miranda
O sol é grande, caem coa calma as aves,
Do tempo em tal sazão que sói ser fria:
Esta água, que d'alto cai, acordar-me-ia,
Do sono não, mas de cuidados graves.
Ó coisas todas vãs, todas mudaves,
Qual é o coração que em vós confia?
Passando um dia vai, passa outro dia,
Incertos todos mais que ao vento as naves!
Eu vi já por aqui sombras e flores,
Vi águas, e vi fontes, vi verdura;
As aves vi cantar todas d'amores.
Mudo e seco é já tudo; e de mistura,
Também fazendo-me eu fui doutras cores;
tudo o mais renova, isto é sem cura.
Trecho da obra “A Divina Comédia” de Dante Alighieri
No meio do caminho desta vida É quase tão amargo como a morte;
me vi perdido numa selva escura, mas para expor o bem que encontrei,
solitário, sem sol e sem saída. outros dados darei da minha sorte.
Ah, como armar no ar uma figura Não me recordo ao certo como entrei,
desta selva selvagem, dura, forte, tomado de uma sonolência estranha,
que, só de eu a pensar, me desfigura? quando a vera vereda abandonei.
Quinhentismo
O Quinhentismo representa a primeira manifestação literária no Brasil que também ficou
conhecida como "literatura de informação".
É um período literário que reúne relatos de viagem com características informativas e
descritivas. São textos que descrevem as terras descobertas pelos portugueses no século XVI,
desde a fauna, a flora e o povo.
Vale lembrar que o Quinhentismo brasileiro ocorreu paralelo ao Classicismo português e o
nome do período refere-se a data de início: 1500.
Quinhentismo no Brasil
Com a chegada dos portugueses em território brasileiro em 1500, as terras encontradas foram
relatadas pelos escrivães que acompanhavam os navios.
Assim, a literatura de informação foi produzida pelos viajantes no início do século XVI, no
período do Descobrimento do Brasil e das Grandes navegações.
Além disso, os jesuítas, responsáveis por catequizarem os índios, criaram uma nova categoria
de textos que fizeram parte do quinhentismo: a "literatura de catequese".
Os principais cronistas desse período são: Pero Vaz de Caminha, Pero Magalhães Gândavo,
Padre manuel da Nóbrega e Padre José de Anchieta.
Características do Quinhentismo
Crônicas de viagens
Textos descritivos e informativos
Conquista material e espiritual
Linguagem simples
Utilização de adjetivos
Características do Quinhentismo
A visão do homem europeu sobre o Brasil é a marca do Quinhentismo, um movimento
literário que teve início em 1500.
Isso porque foi no século XVI que os portugueses encontraram o território além-mar. No
contexto das grandes navegações, o intuito principal era conquistar territórios e os tornar
colônias de Portugal.
Assim, o Quinhentismo retrata a condição colonial no Brasil como território, além dos objetos
e da população indígena que aqui viviam.
O entendimento do homem europeu e seu ponto de vista sobre a nova terra são predominantes
nos três primeiros séculos da literatura brasileira.
As manifestações nacionais só serão totalmente oriundas da terra a partir do Romantismo,
quando começa a chamada "era nacional".
Manifestações Literárias
As duas principais manifestações literárias do Quinhentismo no Brasil são:
Literatura de Informação
A Literatura de Informação é representada, em especial, pela Carta de Pero Vaz de Caminha.
Nesse documento em forma de diário, ele relatava o acervo material, a paisagem e o povo.
Escrita para o rei de Portugal Dom Manuel, Caminha apresenta um relato histórico sobre o
encontro dos portugueses com os indígenas.
Além dele, destacam-se na literatura informativa:
Pero Lopes de Souza e sua obra Diário de navegação (1530);
Pero de Magalhães Gândavo e sua obra Tratado da Província do Brasil e História da Província de
Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos de Brasil (1576);
Gabriel Soares de Souza e sua obra Tratado descritivo do Brasil (1587).
Literatura de Catequese
A principal característica da Literatura de Catequese e que a difere da literatura de informação
é que essa foi escrita pelos jesuítas.
Responsáveis pelo processo de catequização dos índios, essa produção é carregada pelos
escritos catequéticos dos padres da Companhia de Jesus. Portanto, todas possuem forte
expressão religiosa e pedagógica refletindo a Contrarreforma Católica.
Sem dúvida, o Padre José de Anchieta foi o principal representante da literatura jesuítica.
Como teve grande aproximação com os índios, produziu uma gramática da língua que era
falada por eles: Arte de Gramática da Língua mais Usada na Costa do Brasil (1595).
Escreveu também algumas peças de teatro e poemas do qual se destaca Poema à virgem.
Além dele, merecem destaque:
Padre Manuel da Nóbrega e sua obra Diálogo sobre a conversão do gentio (1557);
Fernão Cardim com o Tratado das terras e das gentes do Brasil (1583).