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Síntese por Isabela M –

O POETA E A INQUISIÇÃO OU ANTÔNIO JOSÉ

PRIMEIRO ATO
(DIÁLOGO ENTRE MARIANA E LÚCIA)

A peça começa com Mariana se queixando de dor de cabeça, como se estivesse doente
de dor, logo em seguida Lúcia corre para acordá-la, perguntando se precisa de um
médico, Mariana diz que não e então Lúcia faz um remédio caseiro para por sob a
cabeça de Mariana e fazer passar a febre.
Mesmo doente e cansada ela não deixa suas obrigações, e volta a ler; Lúcia então
a “repreende”, dizendo que esse é o motivo da febre, pois ela nunca descansa.
Está sempre a forçar o corpo e a mente.
Mariana então responde dizendo que ela sempre tem muito trabalho a fazer,
enquanto Lúcia só precisa se preocupar em fazer coisas simples, porque seu trabalho
não a cansa. Enquanto ela como comediante (atriz) precisa se preocupar com todos os
detalhes possíveis, detalhes no salão, caracterização das personagens e todas as coisas
que são importantes em um espetáculo. Lúcia responde então, que seria melhor pedir
esmola do que seguir essa carreira porque para ela não faz sentido ficar tão doente
para “agradar ao povo”, não faz sentido toda essa exaustão só para se apresentar nos
palcos.
Mariana diz que Lúcia nunca sentiria amor, ao sentir a Glória.
Com indignação Lúcia diz que então despreza esse amor, se lhe causaria tanto mal, diz
que prefere o amor de Deus, cita Santo Antônio; e o Poeta Camões, perguntando se
ele amava toda essa Glória.
(POETA Luiz Vaz de Camões foi um poeta nacional de Portugal considerado uma das maiores
figuras da literatura Lusófona e um dos grandes poetas da tradição ocidental)

Mariana diz que sim, e que não houve nenhum outro poeta luso depois dele que
demonstrou isso.
Lúcia responde dizendo que a glória não valeu de nada, pois sempre foi um homem
pobre, viveu pobre e morreu pobre. Cita Antônio José com a intenção de dizer que
também acabará como o mesmo, pois não ganha com as comédias escritas que são pra
agradar ao povo.
Mariana pergunta: “o que tem haver pobreza com talento?”
Lúcia diz que muito, porque em Portugal andam juntas, e se não fossem as pessoas
importantes lhe dando o que comer, já estaria morto faz tempo. Cita novamente
Camões, comparando o futuro dos mesmos. Ela fala sobre seu filho (que é citado pela
primeira vez) e implora (como uma oração, um pedido aos céus) que ele não tenha
talento, nem que seja poeta; porque só assim ele pode ser feliz.
Nesse momento, Mariana que diz que chega a entender o que Lúcia quer dizer, mas não é
sobre isso, ela vê como o mundo é, sabe que pessoas são perseguidas por fazerem o que
fazem, a injustiça e ingratidão do mundo é grande. E que acataria o conselho se ela já não
fosse conhecida pelas pessoas, e que se derrepente escolhesse não fazer mais teatro,
julgariam ela sem pensar. E concorda com o “conselho” de Lúcia. Lúcia questiona do porque
então não segue o conselho, Mariana sabe que não pode, e diz que não pode porque isso é o
que que escolheu fazer, Lúcia nesse momento tenta impor que dá pra mudar, então Mariana
pergunta porque ela não muda a “sorte” dela então, se é tão fácil assim, Lúcia diz que não dá,
que ela é outro caso e põe a “culpa” em Deus. Mariana brava diz que ela impõe que mude sua
“sorte”, mas quando chega sua vez, diz que Deus é o culpado. Mariana brava mais uma vez
com Lúcia por ela ter dito que ouviu de muita gente, que é mais honroso ser criada do que ser
comediante, manda Lúcia ir deitar, Lúcia pede desculpas e vai.

ACHEI IMPORTANTE DESCREVER ESSAS 4 PRIMEIRAS CENAS, PORQUE NESSE TRECHO, DÁ PRA ENTENDER QUAL
A RELAÇÃO QUE AS DUAS TEM UMA COM A OUTRA.

Sozinha Mariana tem um monólogo e, eu entendo que nessa parte ela diz que fazer teatro é
ter uma vida “desgraçada” só por amar atuar. Viver mil vidas em uma só, ser rica em um dia, e
pobre no outro. Alegrar as pessoas, entretê-las. Mostrar e viver o cotidiano, emociona-las, e
enquanto vistos, tudo é incrível, e logo depois quando a “magia” acaba, somos colocados de
lado, julgados, invisibilizados. Mas que mesmo assim, o amor pela arte da atuação nunca vai
embora.

Ainda no primeiro ato, depois do monólogo tocante de Mariana, Antônio José aparece na casa
dela assustado, com raiva, com medo, e com razão; ele começa a falar sobre como só existem
pessoas ruins no mundo, sobre como a igreja católica é hipócrita, porque não faz sentido
falarem tanto de Deus, Jesus, se tudo o que eles fazem é perseguir e perseguir. Mariana não
entende, e então ele revela que a inquisição, o Santo Ofício está atrás dele. Mariana diz que
tudo vai ficar bem, pois Deus está com as pessoas boas, Antônio José discorda (e com razão,
afinal a inquisição está o perseguindo). Mariana quase concorda, mas deixa claro que ele é
mais importante nesse momento, e que precisavam salva-lo, então ele questiona como, pois
se continuar lá, pode não estar seguro, e se tenta fugir vai preso imediatamente, mas então ele
decide resistir, sabe que não fez nada de errado mesmo que as leis nunca fossem a favor dele
e do que ele acredita. Pede para chamar Lúcia e escreve uma carta ao Conde de Ericeira
pedindo ajuda, entrega a Lúcia. Lúcia acha tudo muito misterioso, mas segue a ordem.

SEGUNDO ATO

O segundo ato começa com Mariana falando sobre como dormia e se estaria sonhando com a
morte, logo começa uma súplica indo em direção ao oratório, pedindo a Deus para que o
protegessem, porque mesmo que ela nunca tenha cometido crime nenhum, sua vida está
cheia de amarguras. Pede para que o proteja pois ele é uma pessoa muito importante, foi
como “pai, protetor, amigo” . Ela pensa ter o acordado, e percebe que Lúcia ainda não
apareceu, e que está tarde, então lembra como vai fazer para trabalhar, pois precisa trabalhar,
precisa ir ao teatro logo cedo. Então decide ir ensaiar para parar de pensar nas coisas. Sua
personagem é Ignez de Castro (Ignez de Castro foi uma nobre galega, rainha póstuma de
Portugal, amada

pelo futuro rei D. Pedro I de Portugal, de quem teve quatro filhos. Foi executada por ordem
do pai deste, o rei D. Afonso IV.)
Enquanto ensaiava sua cena, Antônio José entra como se estivesse delirando, estava sonhando
acordado, assustado pois teve um pesadelo, e no pesadelo alguém perseguia Mariana. Em
momentos depois Mariana lembra que Lúcia ainda não voltou, e que já estava tarde. Com
medo eles ficam, e pensam no fato de tudo ter ido ao ares, o medo de Lúcia ter sido pega ou
ter denunciado.

Antônio José se lamenta com medo por ter colocado a vida de Mariana em risco, e lembra do
sonho. Lúcia então chega, bate na porta e eles pensam ser o Santo Ofício, Lúcia se anuncia,
entra e entrega uma caixa com uma chave, e uma carta que foi enviada por Conde de Ericeira.
Na caixa haviam roupas de criado e na carta o Conde o chamava para cear.

Já arrumado, Antônio José se despede e diz para Mariana ir visitá-lo, Mariana diz estar com
receio que algo possa acontecer, derrepente alguém bate na porta, Antônio José vai em
direção a porta para abrir acreditando ser Conde de Ericeira, Mariana o impede, e então ele
obedece; quando Mariana abre a porta e dá de cara com Frei Gil, ela se assusta, ele questiona
o motivo do espanto, ela dá de ombros. Suas intenções indo a casa de Mariana não são boas,
assim como Antônio José, ele “alerta” que a inquisição está de olho nela, por ser comediante e
estar dentro de um ambiente nada favorável. Ela não entende e então ele fala sobre Antônio
José, e mesmo não o conhecendo (não conhecia seu rosto) diz que ele é criminoso, mas
Mariana como boa amiga, o defende. Frei Gil tem segundas intenções e diz que Mariana irá se
livrar da inquisição se for morar com ele em um lugar escondido e afastado, e que assim ela
não sofreria nada, Mariana diz que nunca iria sair dali sem Antônio José. Antônio José já não
mais escondido, parte pra cima de Frei Gil, o mesmo se afoita e pede por piedade, Antônio
José se não fosse impedido por Mariana teria o enforcado. Frei Gil ainda afoito diz que não é
culpado, e que só estava ali para o bem dela. Então mandado por Antônio José a se retirar
(mesmo sem saber que era ele), Frei Gil saí de cabeça baixa.

Logo em seguida Mariana assustada questionou Antônio José, dizendo que ele poderia saber,
Antônio José a tranquiliza e garante que não, ainda mais com as roupas que ele estava de
criado, e além disso, Frei Gil achava que Antônio José já tinha sido pego pelo Santo Ofício.
Mariana pediu cautela, e mesmo com receio, Antônio José partiu para se encontrar com o
Conde.

TERCEIRO ATO

Enquanto espera Antônio José, Conde sem saber o que fazer, tem vários pensamentos, de
como poderia salva-lo, pensa em ir a casa de do Grande Inquisidor, mas isso poderia ser
perigoso, enquanto fala sozinho, se vira e dá de cara com Antônio José. Eles tem uma longa
conversa sobre como o sistema (desde de sempre) nunca foi a favor das pessoas serem livres
de verdade.
Tempo depois Mariana chega querendo saber se Antônio José está bem, o Conde tenta
entender como foi que souberam que Antônio José foi denunciado ao Santo Ofício, Mariana
revela que o Padre Eusébio que o avisou, um amigo próximo de Conde, o avisou. O Conde pede
a um de seus criados que leve um bilhete escrito por ele, aos dominicanos e que fosse
direcionado ao Frei Eusébio. Logo depois quem acabou indo no lugar de Eusébio, foi Frei Gil.
Quando ficou sozinho, começou a bisbilhotar e achou o bilhete que Antônio José tinha escrito
para o Conde. Decide então surpreendê-lo a noite. Quando vê que já vem gente, coloca tudo
no lugar e fica a espera. O Conde chega, avisa que esperava o Frei Eusébio e que o assunto era
particular, então Frei Gil pede desculpas pela inconveniência e vai embora. Enquanto vai
embora, Antônio José que já tinha se posto na janela, o vê indo “embora” e o reconheçe,
avisando aos demais.

QUARTO ATO
Lúcia espera Mariana chegar, enquanto está fiando ela se queixa que toda noite tem que
esperar enquanto guarda a casa. Fica com a pulga atrás da orelha pois sabe que existe um
grande segredo por trás da carta que precisou entregar e dá roupa de criado que entregou a
Antônio José, porém ninguém queria dizer a ela, Lúcia teme estar envolvida em uma situação
de risco.
Ouve então bater na porta, era Mariana e logo atrás Frei Gil, impondo sua autoridade sobre
ela, Mariana diz que está cansada e que por ter trabalhado a noite toda tinha o direito de
conseguir descansar em sua própria casa. Frei Gil ameaça Mariana dizendo que mudou de ideia
sobre o abrigo que tinha oferecido a ela, que se ela quisesse ficar, então que ficasse, mas que
lidaria com as consequências de seus atos, pois a execução estaria perto dela, e pelo visto de
Antônio José também. Lúcia assustada pensa que está envolvida. Frei Gil a manda para fora,
Mariana diz que não há necessidade, que tudo poderia ser dito na sua frente. Frei Gil diz que
quer falar em segredo, Lúcia pergunta sobre o que ele fala, ele responde com grosseria
dizendo que nada a ela importa. Usa como argumento que se ela não sair será acusada do
mesmo crime, Lúcia se assusta pois não cometeu crime algum, então Mariana com cautela
pede para ela sair, mas ficar de olho, porque se precisasse de socorro, gritaria.

Nesse momento Frei Gil começa a agir com ironia, falando sobre Mariana ser uma moça de
boas vistas, que consegue esconder as aparências, mas a noite recebe rapazes vestidos de
criados em sua casa, Mariana tentando saber se o Frei o reconhece, o Frei em todos os
momentos age com ironia, Mariana se põe a frente, ela sabe que não deve nada de sua vida a

ele. Frei Gil indaga querendo saber quem era o homem a quem levantou a voz, e o feriu.
Ameaçou Mariana mais uma vez dizendo que ela foi cúmplice de um crime contra um membro
do supremo tribunal. Mariana questiona o sentindo de tudo aquilo, e então ele pergunta quem
era o homem, Mariana diz que não sabe, ele ironiza dizendo que ela recebe tantos homens
que não sabe qual o nome daquele, Mariana se defende, pois ninguém nunca tinha a ofendido
de tal forma, somente ele. Frei Gil insiste no nome, Mariana continua a negar, então mais uma
ameaça sai da boca de Frei Gil, dizendo que se não falasse o nome, o Santo Ofício cuidaria
dela, Mariana se impõe dizendo que o Santo Ofício poderia tortura-la de várias maneiras, mas
nada faria ela ser traidora, nada tiraria aquele segredo de sua alma. Frei Gil se torna agressivo,
e demonstra querer bater nela, Mariana o chama de covarde. Ela resiste e mais uma vez diz
que mesmo sendo mulher e considerada fraca, não há nada que a derrube, nem mesmo ele,
nem mesmo a inquisição. Frei Gil então revela que sabe quem era o homem, sabia que era
Antônio José. Assolada pelo medo Mariana chora e implora a Frei Gil que a punisse, mas
deixasse ele, pois nada tinha feito. Dizendo que não era ele, e que estava arrependida. Frei Gil
da um discurso (que na minha opinião não foi nada verdadeiro) dizendo que a perdoava que,
que queria ouvir de sua voz doce, ele vai para abraça-la, mas Mariana está enojada e o
empurra o chamando de monstro, Frei Gil em sua reação exagerada a ofende mais uma vez a
machuca e depois a empurra, enquanto Mariana sofre no chão Lúcia aparece e joga uma
palavra de raiva contra o Frade. Ele sai soltando palavras de raiva.

Lucia sem saber o que fazer pois Mariana se encontra no chão desmaiada e fria, até pensa que
a mesma estaria morta. Decide então preparar algum remédio caseiro. Mariana acorda zonza
sem quase saber onde está, ainda assustada corre de Lúcia achando ser alguém que a quer
machucar, corre e então súplica a Deus que se for morrer, que morra com a graça dele.

Lúcia chega com ajuda, era Antônio José, Mariana ainda atordoada revela com medo que Frei
Gil sabe de tudo, sabe como Antônio José anda, como se veste, e que talvez tenha fingido não
o ver pois era parte de seu plano contra ele. Antônio José diz que vai fugir, que existe um navio
direto para Holanda a espera dele, que já estava tudo pronto e que Conde tinha o ajudado,
porém ele não queria deixa-la lá, exposta a inquisição, então convida Mariana a fugir junto
dele.

Mariana questiona, o que faria em outra cidade, em outro lugar, Antônio José diz que não tem
outra opção, ou os dois ficam e morrem, ou os dois vão. Ela diz para ele se salvar, ela ficaria.
Lúcia também assustada questiona o que seria dela, pois ninguém nunca lembraria dela.
Mariana diz que elas estarão juntas, Antônio José questiona e diz que sem ela, ele não vai, e
que se a amizade os juntou até aquele momento, ela deveria ser esposa dele. Antônio José faz
uma declaração de amor, dizendo que Deus é testemunha, que morreria por ela, e que seriam
confidentes um do outro. Que só a morte poderiam separá-los. Então logo depois o barulho de
uma grande tropa pode ser ouvido, Lúcia corre em direção a Mariana e implora para fugir.

QUINTO ATO
O quinto e último ato, se inicia com Antônio José dentro de um masmorra, deitado sob palhas,
fraco.

Antônio José fala sozinho, já que não tem mais nada, já que se encontra nesse estado, ele fala
sobre como o mundo ainda é mundo fora da cela, mas pra ele tudo acabou. Acabou por nada,
não porque ele é criminoso e sim porque sua opinião, sua crença, sua vivência, seus ideais são
diferentes. Porque ao invés de seguir as leis de Cristo, segue as leis de Moisés. Ele questiona
também mais uma vez, quando foi que Jesus veio aí mundo para pregar raiva e ódio. Que o
nome de Deus é profanado, porque em nome dele, eles levam ódio ao mundo. Antônio José
sente dor, mas diz com vontade que não cometeria suicídio pois não mancharia sua salvação
com isso, e que a morte dele seria culpa apenas de todos eles. No meio de seu triste monólogo
Frei Gil aparece com um capuz sob a cabeça. Frei Gil entra soltando palavras de súplica que são
diretamente a Deus, sobre o seu perdão porque ele sabe que cometeu um crime, sabe que a
culpa é dele. Antônio José (sinto ironia) fala sem pensar que o lugar e o momento, são bons
para a sua penitência. Frei Gil fala a rebeldia do coração e a culpa. Antônio José responde
dizendo que basta o coração estar verdadeiramente arrependido para que Deus derrame seu
perdão. Frei Gil fala sobre o não perdão dos homens, e Antônio José diz que nada importa o
perdão dos homens quando de nada importa isso, se todos somos julgáveis aos olhos de Deus,
Frei Gil explica que Deus ensinou com suas leis que devemos perdoar para sermos perdoados,
José Antônio faz questão de dizer que os próprios cristãos profanam a palavra de Deus, pois
não seguem o que Deus diz, já que todo aquele que não segue as leis de Cristo é perseguido.

Frei Gil entra em prantos, dizendo que tudo ele merece pelo mal que fez. Antônio José diz que
se ele quer se sentir útil, poderia ajuda-lo a levantar, foi um alívio para ele ficar pelo menos
algum momento pendurado no ombro de Frei Gil. Eles continuam falando sobre as leis do que
cada um acredita, e então Frei Gil súplica por uma ajuda, pensando no que ele acredita, então
divide com Antônio José que Mariana já não vive mais, ele se sente criminoso, sabe que foi por
sua culpa que Mariana morreu, Antônio José desolado trás as lembranças a mente de quando
foi capturado, lembra de Mariana no chão caída, mas que achava ser apenas um desmaio,
lamenta por não ter morrido naquele exato momento também, pois queria ter ido junto, sua
morte doía muito. Frei Gil lança palavra de horror contra si mesmo, sabendo que a culpa da
morte de Mariana era dele. Antônio José mesmo doído, mesmo perdido, lança palavras de
perdão, dizendo que vê o arrependimento e que é como está na Bíblia, Deus não vê mais o
pecado, que não quer a morte e sim que ele se converta.

Momentos depois Frei Gil tema dizer mais palavras de desgraça, mas Antônio José não deixa
ele titubear, entrega uma objeto de valor a ele que foi de sua família quando morava no Brasil,
pede a ele que entregue a Lúcia, pois poderia ajudar; Frei Gil revela então que Lúcia também
havia partido, ela não aguentou a morte de Mariana e se foi uns dias depois. Com medo do
que viria Antônio José sabia que haviam mais coisas, Frei Gil não queria dizer, Antônio José
quase implorou, então Frei Gil disse com dor no coração que O Conde também havia morrido.

Antônio José, por um momento se martiriza, enquanto conversam ouve novamente alguém
entrando e descendo, seu nome é chamado, e ele sabe que o momento de sua morte havia
chegado.

Suas últimas palavras são fortes, ele não tem medo da dor das chamas, é corajoso, e sabe que
será bem recebido aonde quer que vá.

FIM.

Personagem Frei Gil, suas características, e seu desenvolvimento ao longo da trama:

No começo da leitura quando se conhece a personagem do Frei Gil, se pensa que se trata de
alguém que a personalidade é toda voltada pra religião, e que além de religioso, ele pode ser
um bom homem, justamente por ser religioso. Mas no momento em que o primeiro diálogo
entre ele e Mariana na casa dela se compõe, da pra ver que ele é oportunista, manipulador,
mentiroso, e no quarto ato, percebe-se que ele também pode ser alguém totalmente
agressivo.
Pra mim ele é a cara da igreja católica , é a personificação disso até o meio da peça. No final ele
tem seu momento de redenção com Antônio José, mas acredito que tenha sido por medo, e
não por arrependimento de verdade, medo de não ser perdoado, porque a culpa lhe caiu sob a
cabeça. Ele era padre, e se deixou levar pelos desejos da carne, e não falo do sentimento por
Mariana, e sim por vingança, por não poder ter tido ela, ele mostrou o caminho até Antônio
José, e todos aqueles que o ajudavam.

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