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dificuldades típicas que os pais de hoje enfrentam, e oferece estratégias práticas para se
Illinois.
intermináveis para dar aos pais e estarem mais que dispostos a apontar deficiências, As
melhores coisas que os pais fazem é um livro que fala com uma voz decididamente
diferente e animadora. Este livro apresenta um espelho que reflete amor, compaixão e
coragem. Kohl escreve: "Que grande privilégio é ser a pessoa na vida de uma criança
que enxerga além de suas fraquezas, para ver os talentos que se transformarão nos
portões para o novo desenvolvimento". Isto é, na verdade, exatamente o que ela faz
"As melhores coisas que os pais fazem é 'leitura obrigatória' para qualquer pai ou
colocar no lugar dos pais, com sensibilidade e compaixão. As formas como apresenta o
oportunidade de reverenciá-la".
University, e autora de Our Schools: Frontline for the 21st Century; Education for
A primeira vez em que falei com Susan Kohl foi pelo telefone. Eu tinha feito a
inscrição de minha filha Ana Li para freqüentar Meher Schools, estabelecimento muito
próximo à nossa residência, que mantém turmas da pré-escola aos cinco anos. Naquela
época Ana tinha dois anos e meio, um vocabulário muito restrito e nenhum treinamento
higiênico. Abandonada ao nascer, na China, foi alvo de séria negligência. Com um ano e
um mês de idade ela não chegava aos seis quilos, e era incapaz de rolar e ficar de
braços, ela nunca havia sido separada de mim ou de meu marido, Don.
inscrição de Ana", disse em tom suave, "acho que seria melhor a gente se encontrar em
sua casa". Então ela veio até minha casa e se abaixou na porta para ficar falando com
Ana. Brincaram juntas algum tempo; no dia seguinte Susie voltou para mais um pouco do
mesmo. Então sugeriu levarmos Ana para conhecer a sala de aula onde ficaria quando
eu não estivesse por perto. Fizemos isso durante algumas tardes, para ela se acostumar
com a sala e os brinquedos. Finalmente, chegou o grande dia _ Ana foi para a escola _ e
a única pessoa que tinha lágrimas nos olhos e a angústia da separação foi o papai dela,
Ana ficou naquela sala com Miss Susie, como a chamava, por três anos. Hoje ela
está na 1ª série _ uma criança inteligente, confiante e talentosa, que não guarda vestígios
do trauma inicial. Desde aquele primeiro telefonema, Susie tem sido minha confidente e
consultora em matéria de criar filhos. Sei que minha filha está feliz e segura, e que se sou
tornar suave a transição da casa para escola. "A melhor coisa você pode fazer é passar
vinte minutos com Ana de manhã, sem nada agendado. O resto do dia vai correr mais
tranqüilo", aconselhou. E vejam vocês, ela estava certíssima. Não só era bastante indolor
tirar Ana de casa, como eu ainda contava aqueles vinte minutos diários como nossos
momentos mais preciosos. Deitadas na cama, nós ficávamos olhando o céu pela
clarabóia e falando sobre qualquer coisa que lhe passasse pela imaginação. Depois
disso, toda vez em que me sentia paralisada ou confusa, eu procurava Susie. Todas as
Agora que você conhece minha história, entenderá por que não tenho como
recomendar suficientemente seu livro As melhores coisas que os pais fazem. Estou muito
feliz que ele tenha sido publicado. Agora todos poderão receber o benefício da sabedoria
e da experiência de Susie. Por muitos anos ela tem sido mãe, professora, professora de
E o que ela diz é tão importante! Como dar apoio ao crescimento desse ser
pequenino e vulnerável que foi confiado a nosso cuidado. Como dar apoio a nós
em que fazemos todo o demais que nos toca fazer em nossas vidas. E como gerir a
complexidade disso tudo sem nos deixar abater por culpas ou remorsos.
Assim como eu, Susie vem de uma abordagem a que os psicólogos chamam
'focalizada nos bens disponíveis'. O que isso quer dizer é que ela sabe que é melhor se
focalizar no correto e bom _ em nós mesmos e nossos filhos _ e fortalecer isso, em vez
elemento deficitário. Nisso consiste a beleza deste livro. Ele nos ajuda a perceber aquilo
que fazemos bem agora, para que possamos fazer mais do mesmo, em vez de nos atolar
bens disponíveis e a do déficit. A primeira foi um artigo no qual se afirmava que hoje em
dia, mais que em qualquer outro período histórico, os pais se angustiam em agir
corretamente. A segunda foi a frase inicial do famoso livro do doutor Benjamin Spock
sobre o cuidado de bebês: "Tenha confiança em si, você sabe mais do que imagina".
Portanto, considero As melhores coisas que os pais fazem um antídoto contra a
angústia parental, uma mão à qual nos agarrar, para podermos confiar cada vez mais em
nós mesmos como pais. Mais saúde e felicidade para nossos filhos serão sua própria
recompensa. E isso será, por sua vez, uma dádiva para o mundo em geral".
GRATITUDE
As melhores coisas que os pais fazem
fazem
SUMÁRIO
PREFÁCIO vii
AGRADECIMENTOS ix
INTRODUÇÃO 1
PRIMEIRA PARTE
CAPÍTULO 1
As comparações só confundem 11
O esforço conta 20
CAPÍTULO 2
Fomente a alegria 38
CAPÍTULO 4
Ensine auto-suficiência 54
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
VEJA A OPORTUNIDADE NO OBSTÁCULO
Tolere a indecisão 84
O adulto sou eu 90
Eu agradeço 93
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
DÊ IMPORTÂNCIA À FAMÍLIA
TERCEIRA PARTE:
CUIDE BEM DE SI
QUARTA PARTE:
CAPÍTULO 10
PREFÁCIO
A primeira vez em que falei com Susan Kohl foi pelo telefone. Eu tinha feito a
inscrição de minha filha Ana Li para freqüentar Meher Schools, estabelecimento muito
próximo à nossa residência, que mantém turmas da pré-escola aos cinco anos. Naquela
época Ana tinha dois anos e meio, um vocabulário muito restrito e nenhum treinamento
higiênico. Abandonada ao nascer, na China, foi alvo de séria negligência. Com um ano e
um mês de idade ela não chegava aos seis quilos, e era incapaz de rolar e ficar de
braços, ela nunca havia sido separada de mim ou de meu marido, Don.
inscrição de Ana", disse em tom suave, "acho que seria melhor a gente se encontrar em
sua casa". Então ela veio até minha casa e se abaixou na porta para ficar falando com
Ana. Brincaram juntas algum tempo; no dia seguinte Susie voltou para mais um pouco do
mesmo. Então sugeriu levarmos Ana para conhecer a sala de aula onde ficaria quando
eu não estivesse por perto. Fizemos isso durante algumas tardes, para ela se acostumar
com a sala e os brinquedos. Finalmente, chegou o grande dia _ Ana foi para a escola _ e
a única pessoa que tinha lágrimas nos olhos e a angústia da separação foi o papai dela,
Ana ficou naquela sala com Miss Susie, como a chamava, por três anos. Hoje ela
está na 1ª série _ uma criança inteligente, confiante e talentosa, que não guarda vestígios
do trauma inicial. Desde aquele primeiro telefonema, Susie tem sido minha confidente e
consultora em matéria de criar filhos. Sei que minha filha está feliz e segura, e que se sou
tornar suave a transição da casa para escola. "A melhor coisa você pode fazer é passar
vinte minutos com Ana de manhã, sem nada agendado. O resto do dia vai correr mais
tranqüilo", aconselhou. E vejam vocês, ela estava certíssima. Não só era bastante indolor
tirar Ana de casa, como eu ainda contava aqueles vinte minutos diários como nossos
momentos mais preciosos. Deitadas na cama, nós ficávamos olhando o céu pela
clarabóia e falando sobre qualquer coisa que lhe passasse pela imaginação. Depois
disso, toda vez em que me sentia paralisada ou confusa, eu procurava Susie. Todas as
Agora que você conhece minha história, entenderá por que não tenho como
recomendar suficientemente seu livro As melhores coisas que os pais fazem. Estou muito
feliz que ele tenha sido publicado. Agora todos poderão receber o benefício da sabedoria
e da experiência de Susie. Por muitos anos ela tem sido mãe, professora, professora de
E o que ela diz é tão importante! Como dar apoio ao crescimento desse ser
pequenino e vulnerável que foi confiado a nosso cuidado. Como dar apoio a nós
em que fazemos todo o demais que nos toca fazer em nossas vidas. E como gerir a
complexidade disso tudo sem nos deixar abater por culpas ou remorsos.
Assim como eu, Susie vem de uma abordagem a que os psicólogos chamam
'focalizada nos bens disponíveis'. O que isso quer dizer é que ela sabe que é melhor se
focalizar no correto e bom _ em nós mesmos e nossos filhos _ e fortalecer isso, em vez
elemento deficitário. Nisso consiste a beleza deste livro. Ele nos ajuda a perceber aquilo
que fazemos bem agora, para que possamos fazer mais do mesmo, em vez de nos atolar
bens disponíveis e a do déficit. A primeira foi um artigo no qual se afirmava que hoje em
dia, mais que em qualquer outro período histórico, os pais se angustiam em agir
corretamente. A segunda foi a frase inicial do famoso livro do doutor Benjamin Spock
sobre o cuidado de bebês: "Tenha confiança em si, você sabe mais do que imagina".
angústia parental, uma mão à qual nos agarrar, para podermos confiar cada vez mais em
nós mesmos como pais. Mais saúde e felicidade para nossos filhos serão sua própria
recompensa. E isso será, por sua vez, uma dádiva para o mundo em geral".
GRATITUDE
AGRADECIMENTOS
colaboração dentro de minha família. Estou agradecida a meu filho Matt, minhas filhas
Gabrielle e Mari, minha mãe Mary, e minha nora Lana, por me autorizarem a contar
histórias a respeito deles. Ademais, agradeço calorosamente a Matt, Gabrielle, Mari, meu
genro Peter e minha amiga Sharon Hatami por dedicarem horas preciosas de seu tempo
à leitura das provas e contribuírem com importantes observações. Meu marido Jeff, que
considero o melhor padrasto e avô que conheço, colaborou de tantas formas que não há
reflexo da alegria e do privilegio que vivencio diariamente só por eles estarem em minha
vida.
"melhor" para as crianças; Ira Deitrick; Caryl e Michael Marks; Karen Mulligan; Monika
Kochowiec; Adell DePersia; Diane Frolov e Andy Schneider; Ann Reed; Cecília Soares;
Dana Evans; Denise Brooks; Kathy Dadachanji; Karen Love; Eric e Terry Hummel;
Amanda Wall; Lily Remer; Maggie O'Hern; Aida Faria; Carolyn Newbergh e Kevin Fagan;
Rosemary Kirbach; Margo McKenna; Sarah Truebridge; Carol Palley; Robineve Cole; Loel
e Rob Miller; Lynn Tidd; Lisa Andrews; Tamara Freda; Steve Harrell; Susie Smart.
Obrigada a todos vocês que são mencionados neste livro e aos que me forneceram
apresentar a Barbara Deal, minha maravilhosa nova agente; e à querida Mary Jane Ryan,
por acreditar de todo coração neste projeto, escrevendo o prefácio, e por me apresentar
aos maravilhosos editores Jan Johnson e Jill Rogers, que me deram seu estímulo.
Finalmente, quero enviar gratidão e amor a todos os pais com que me envolvo
diariamente, e àqueles com que trabalhei durante anos, por seu denodado empenho em
Suspenda todo o interesse que possa ter pela fraqueza, e em vez disso explore os
Você já ouviu falar em gente que observa os pássaros e em gente que observa
gente. Pois bem, eu sou alguém que observa os pais. Por mais de trinta anos, na
maravilhosas que pais encontram de amar os filhos e apoiar o crescimento deles. Quero
que os pais de toda parte vejam o que eu vejo. Eis a que se propõe esta obra: ajudar
você e outros que cuidam de crianças a perceberem as coisas sensacionais que estão
estágios do desenvolvimento.
são de fato notáveis Quando os pais me procuram para expor seus dilemas com um filho,
especialistas. Não admira que acabem ansiosos. Nossa cultura considera uma fraqueza
a perplexidade, mas eu vejo como uma força o ato de dedicar tempo à análise de uma
Quando os pais analisam a confusão, eles se esforçam por aprender. Os pais com
os quais eu trabalho são, em geral, pais muito melhores do que imaginam ser. Em minha
As melhores coisas que os pais fazem também tem a intenção de ser uma carta
de amor e um bilhete de agradecimento aos pais. Ele diz: "Estas são as coisas
maravilhosas que eu vejo vocês fazerem, ainda que não consigam enxergá-las por si
mesmos".
próprios dotes. Como parte da rotina, as empresas dão premiações aos empregados pelo
expandir as habilidades que possuem. Em outras áreas da vida, pessoas que desejam
perder peso ou fazer mais exercícios físicos são ensinadas a aplaudir os próprios
esforços e a anotar cada nova conquista, por menor que seja. Tornamo-nos especialistas
criação de filhos.
Para a maioria de nós, o esforço de ser um pai ideal é uma experiência capaz de
abater o orgulho. Com certeza foi assim no meu caso. Quando meus filhos eram
"família". Desde o tempo em que meus filhos eram pequenos, eu me referia à nossa
família nuclear como um círculo mágico. Mas no caminho houve guinadas imprevistas e
meu casamento se desfez. Percebi angustiada que não poderia proteger meus filhos de
maneira mágica, e nem a vida deles se desenrolaria na forma perfeita que eu imaginara.
Fiquei confusa. Eu não sabia como ser uma mãe solteira e tinha sérias dúvidas
a função parental era algo que duas pessoas exerciam juntas. Mas como precisava tentar
ser "uma mãe completa em mim mesma", apliquei-me a viver uma hora de cada vez. Se
forçada a examinar meus pontos fortes e a anotar os êxitos que alcançava. Encorajar
acabou sendo uma das coisas que fiz com mais sucesso, em relação a mim e aos
demais.
Também sou muito engenhosa. Comecei a buscar o apoio de outras pessoas que
se preocupavam com meus filhos. Foi então que minhas definições das palavras "pais" e
"família" começaram a mudar Descobri que em relação a meus filhos muita gente estava
exercendo a função paterna, mesmo sem haver adquirido o título por meios biológicos.
Cada um dos meus filhos recebeu amparo e amor de pessoas significativas que estavam
envolvidas nas vidas deles. Comecei a ver que eu não estava sozinha e que as pessoas
que se preocupam com crianças se relacionam como família. Eu estive nos dois lados da
questão. Ao longo dos anos, servi de mãe a inúmeras crianças. Eis porque, quando esse
livro se refere aos pais, na verdade está se dirigindo a todos os que têm uma relação de
Em certo sentido, minha história é a história de cada pai ou mãe. Todos partimos
de nossa própria fantasia sobre como deve ser a parentação, e o que desejamos que
nossos filhos sejam. Então, a vida real desfaz repetidamente a fantasia, e chegamos a
diversa. Nem sempre é fácil, mas o abandono de nossas ingênuas convicções nos
As melhores coisas que os pais fazem lhe oferece a chance de mudar sua
perspectiva inteira da condição paterna/ materna e ver a si mesma e aos pais a seu redor
sob uma nova luz. Cada vez que ler um capítulo você terá chance de meditar de que
forma "a melhor coisa" descrita se relaciona a você e a situações de sua vida. Reserve
uns momentos para reflexão pessoal pela análise das perguntas e sugestões no final de
cada sessão. Essas "Reflexões" operam a ligação do material contido nos capítulos com
sua experiência de pai e de filho. Reservar tempo para entrar em sintonia com as
percepções de nossa infância, ainda que dolorosas, nos permite entender melhor nossas
O livro está dividido em quatro partes. Começamos pela exploração das atitudes
que ajudam os pais a se sentirem felizes e se tornarem mais sensíveis a seus papéis. A
segunda parte examina as maneiras positivas pelas quais os pais se relacionam com os
filhos: as coisas que eles realmente fazem. A terceira parte aponta para formas cruciais
de que os pais necessitam para cuidar de si mesmos: as melhores coisas que os pais
capacidade dos pais de se prestar apoio mútuo, de trabalhar juntos e de ajudar os filhos a
Este não é um livro para se devorar e depois deixar de lado. Leia um capítulo e
reflita sobre o modo como pode estar relacionado à sua vida. Como ele se conecta com
as formas pelas quais lhe trataram na infância? O que lhe diz ele sobre uma criança que
você ama, na condição de pai, de avô ou de amigo? O que lhe estimula a aprender?
Imagino que vocês olham em torno para as pessoas que conhecem (e não
conhecem), avaliando de que maneira elas se relacionam bem com os filhos. Se todos
notarmos os exemplos positivos a nosso redor, o mundo irá mudar. Haverá mais
crescimento positivo vai suscitar um novo apreço pelos pais e cuidadores. Aumentará o
respeito pelos pais, professores e cuidadores, e a sociedade vai atribuir prioridade à
satisfação das necessidades deles. Vejo o apreço pelos cuidadores das crianças se
levantar como uma poderosa onda de apoio que irá mudar as formas como nos
percebemos. Ela se inicia a partir de nós, mas acredito firmemente que a revolução da
que trazemos para a condição parental. Com freqüência nossa opção por ser pais surge
da fantasia popular de que ter filhos vai nos completar e nos alimentar com um tipo
especial de amor. A experiência parental é, de fato, um curso em amor, mas para lhe
Nossa sociedade nos leva a acreditar que nossa função de genitores será fácil se
descobrimos que saber o que fazer como pais e mães é realmente um dos desafios mais
complexos que enfrentaremos, certos dias serão de perplexidade. "O que está errado
comigo?" "Há algum problema com meu filho?" "Talvez meu filho não goste de mim". "Se
promovidas por nossa sociedade pode nos ajudar a dar apoio uns aos outros e a
Nossas atitudes estão subjacentes a tudo que fazemos; logo, cabe a nós percebê-
las e transformá-las. Uma das melhores coisas que podemos fazer é aprender a
examinar e atualizar nossas atitudes, mas sempre de uma forma compassiva. O mundo
pode ver defeitos nos pais, porém a aprendizagem não decorre do fato de criticamos a
nós mesmos e a nossos filhos. Não é por termos trazido todas as qualidades adequadas
à função que somos bons pais, nem porque aprendemos com os pais perfeitos. Nós nos
parental vem de observar crescimento _ não só em nosso filho, mas também em nós
mesmos. Conforme declarou William James: "A maior descoberta de qualquer geração é
a de que o ser humano pode alterar sua vida pela alteração da própria atitude".
Capítulo 1
Ninguém vai lhes dar nota pelo fato de serem pais. Ninguém está tomando conta
do placar. Vocês não precisam fazê-lo com perfeição. Vocês cometerão erros... Aceitem
essa verdade e vão achar muito mais fácil a tarefa de serem bons pais.
chegam parecendo um pouco nervosos. Aprendi a contar com isso. Falar a respeito de
nosso modo de lidar com os filhos pode deixar em muitos de nós a sensação de estar
fazendo autocrítica. Quem poderá alegar que faz bem a tarefa? E qual de nós não
e não receber respostas instantâneas, suplanta a voz que diz a esses pais que eles não
É raro encontrar alguém que não tenha um crítico interno fazendo furos em sua
forma acertada.
filhos, sem oferecer comentários sobre o que mães e pais fazem bem.
- com muita frequência, nós nos criticamos porque nossos pais nos criticavam.
Quanto mais defeitos nossos pais encontraram em nossas ações, mais intensa e
insistente será nossa resistência à idéia de nos sentirmos bem no papel de pais.
conscientizar de que a voz do crítico não é realidade. Além disso, podemos facilmente
nos opor a ela. O problema é que a maioria de nós tenta afastar o pensamento crítico
Em vez disso, eu quase sempre anoto o que diz meu crítico interno para poder analisar
objetivamente as afirmativas.
Se neste exato instante (embora meus filhos estejam crescidos) eu fosse listar as
opiniões de meu crítico interno sobre meu desempenho de mãe, ele poderia dizer:
apontamentos, constato facilmente que o crítico reforça seus argumentos pelo uso de
palavras como "sempre" ou "nunca" ou "deveria". O objetivo de meu crítico é fazer crer
que um bom genitor precisa ser onisciente e ter um perfeito desempenho. Em objeção a
- eu sempre me esforço por escutar e apoiar meus filhos, mas às vezes cometo
nos permite começar a ver a nos enxergar sob uma luz mais favorável. Criticar-nos ou
nos comparar, ou a nossos filhos, com os outros só confunde. Uma das melhores coisas
aprendizagem, e que ninguém está na posse das "respostas corretas". Aprender exige
aumentar nossa percepção e auto-aceitação. Enquanto nós aprendemos, precisamos nos
recentemente: "Eu sempre me desempenho melhor como pai quando estou relaxado e
Sem emitir juízo, observe as ocasiões em que você questionou seu desempenho
mal?
Para identificar seu crítico e lhe diminuir o poder, atribua um nome à voz interior
que fica minando sua confiança. Dizer "Obrigada, Dona Perfeição" ou "claro que sim,
'seu' Melindroso" pode ajudar os pais a reconhecerem e combaterem sua voz crítica.
Escreva a si mesma uma carta de agradecimento por tudo o que você faz.
Comparações só confundem
Ouvimos dizer que uma criança nasceu e fazemos perguntas como "Como foi o
parto?"; "Quanto ela pesa?" e "Já tem cabelo?" Os índios Athasbaskan ouvem falar de
LISA DELPIT
Quando meu filho Matt tinha quatro ou cinco meses, uma amiga e eu
filha dela, Angel, alguns dias mais nova que Matt, era um pouco mais adiantada do ponto
de vista físico. Ela conseguia engatinhar para diante e agarrar o rosto de Matt ou tentar
cutucar o olho dele enquanto minha amiga e eu discutíamos as coisas mais recentes que
Muito cedo descobri que quando as novas mães se reúnem o assunto mais
popular costuma ser as últimas conquistas dos bebês. O ideal de nossa cultura de que o
mais rápido é melhor atinge o cúmulo do absurdo nas expectativas que temos para
nossos filhos. Que importância tinha Angel conseguir cutucar o olho de Matt antes que
ele fosse capaz de engatinhar para puxar a orelha dela? A observação de diversas
significam. Mas elas podem confundir. E se naquele ponto eu tivesse formado a idéia
maluca de que Matt não era fisicamente apto? Será que teria tentado influenciá-lo mais
tarde a não jogar futebol ou escalar o monte Shasta em companhia do pai? Ainda bem
que não atribuí nenhum significado à disparada precoce de Angel, e tenho certeza de que
isso pouco significa na vida dela hoje em dia. Eu quisera que fôssemos capazes de ficar
Mas quando eles eram pequenos, eu estranhava como conseguiam diferir tanto um do
outro. Temos a ilusão de que compará-los vai nos trazer importantes revelações. No
entanto, assinalar diferenças em nossos filhos tem quase sempre efeitos limitantes e até
mesmo negativos.
sensação de estar sendo rotulado. As comparações mais exaltadas que nossa cultura faz
se referem à inteligência das crianças. Quais os pais que não gostam de pensar no filho
como inteligente e capaz de competir por notas altas? O sucesso na escola, entretanto,
não reflete necessariamente o grau de inteligência. Em seu revolucionário livro How Your
tais crianças são consideradas mais dotadas. Markova recomenda criar condições para
pouco capacitadas.
vai ser um bom garfo, enquanto a outra apenas belisca a comida; uma adora ler, mas a
outra não está interessada; uma é extrovertida, a outra, taciturna e reservada. Muitos
desses papéis resultam de elogios bem-intencionados. "Vejam como ele come tudo
direitinho!" Talvez seja mais proveitoso observar "Parece que hoje você está com fome".
Quando a criança nota que um papel já foi tomado, busca outra forma de encontrar sua
identidade. Talvez comer bem ou ler avidamente seja a tendência natural de um menino,
humanos são tão complexos que não podemos guardar de memória todas as qualidades
são contraditórios muitos de seus traços. Quem poderia entender todos eles? Gladwell
afirma que as mentes humanas têm uma espécie de "válvula redutora" que nos ajuda a
simplificar e solidificar nossa imagem de uma pessoa, ainda que ela esteja em constante
mudança.
nossos filhos a uma imagem específica ("Johnny é muito tímido". "Tillie não é
organizada".) uma das atitudes que podemos assumir é acreditar que as comparações
vasto potencial que possuem podemos pensar na citação de Ralph Waldo Emerson: "O
que temos por trás e o que temos por diante são de pouca monta, se comparados ao que
temos por dentro de nós". Nossos filhos merecem o mesmo respeito e tolerância que
ofereceríamos a um amigo.
Lembre-se de sua infância. Alguma vez um adulto atribuiu a você uma qualidade
Se você falar quando está com raiva dirá coisas de que se arrependerá mais que
tudo na vida.
AMBROSE BIERCE
Cora se considera rápida e eficiente. Tudo indica que duas das filhas parecem ter
saído a ela, que vê a filha do meio, Phoebe, como sonhadora e vagarosa. "Quando a
família está pronta para sair à rua, talvez Phoebe ainda esteja se vestindo", afirma Cora.
"Ela pode gastar uma hora preparando um sanduíche para a merenda, porque passou o
tempo conversando com todo mundo. Eu me preocupo com ela porque tudo indica que
uma garota de 12 anos deveria ser capaz de trabalhar mais rápido. Por enquanto ela
ainda está na sétima série; mas, na adolescência, será seguro deixá-la dirigir um carro?
Ela poderá sair da estrada e colidir com uma árvore". A lentidão de Phoebe por vezes
irrita Cora, e ela precisou aprender a controlar os nervos. Quando sente crescer a
"Eu sei que se eu falar quando estou enfurecida, vou acabar dizendo coisas que
depois lamentarei, e será tarde demais para retirar minhas palavras. Se uma hora depois
de ela supostamente ter começado a arrumação, entro no quarto de Phoebe e ainda vejo
coisas espalhadas pelo chão, tenho vontade de dizer: "Qual é o problema? Não enxerga
não? Ai, como você é mole! Suas irmãs já terminaram há meia hora". Mas eu nunca faço
isso. Posso me zangar, mas não posso emitir um juízo sobre minha filha que vá solapar
sua autoconfiança. Eu nunca diria tais coisas a uma amiga, e quero ter o mesmo respeito
Já vi Cora ficar fora de si, de tanta raiva, e sua capacidade de não dizer uma
palavra me surpreendeu. Posteriormente poderá falar sobre o que lhe despertou a fúria;
porém, depois daquela pausa a questão não surge como um problema alheio. Ela pode
dizer a phoebe que sente frustração porque esperava que a filha estivesse pronta a
Por vezes, quando chateada por causa de Phoebe, Cora telefona para sua "amiga
mais sensata" e pede que lhe forneça um "ajuste de atitude". A amiga lembra a ela que
Phoebe é só uma menina normal de doze anos, e que está certo ela ser diferente da
mãe. Talvez a filha não tenha pressa, porém é boa aluna e cumpre suas
pessoas. Depois de ouvir a opinião da amiga, Cora se dá conta de que teve uma reação
ligeireza é seu problema pessoal. Cora não quer atribuir à filha o papel de distraída da
É inevitável sentir irritação diante de certas ações de nossos filhos. Mas descobrir
o que nos deflagra o mau humor e tomar cuidado para não ofender ou agredir nossos
filhos estão entre as melhores as medidas que podemos adotar. Embora na qualidade de
mãe Cora seja responsável pela orientação de Phoebe, ela sabe que críticas inflamadas
nossos amigos, não teríamos tantas amizades íntimas. Agrada-me o teste mental de
adequação usado por Cora: "Será que eu falaria assim com uma amiga?" Basta pensar
nas coisas que os pais dizem tradicionalmente aos filhos ("não acredito que você fez isso!
Onde estava com a cabeça? Como pôde ser tão burro?") e o quanto essas palavras
dizem).
O velho ditado "pense antes de falar" expressa uma das atitudes mais importante
que podemos adotar. As palavras podem ferir e machucar como bofetadas, e a violência
verbal pode causar efeitos duradouros. Como pais é nossa responsabilidade construir a
Tendo em mente essa premissa alguns resolvem que jamais se zangarão de novo
com os filhos. Mas eliminar a raiva de nosso repertório emocional nos predispõe a
quedas. O exercício da paternidade é uma das tarefas mais difíceis que podemos
adotar uma atitude de que precisamos entender o que aciona a raiva, para aprender a
lidar adequadamente com ela, é uma das melhores coisas que podemos fazer. A
consciência das situações que nos tiram do sério pode até nos capacitar para ser mais
os filhos e reforçar os sentimentos positivos que eles têm em relação a nós. Pedir
desculpas quando perdemos a cabeça ajuda nossos filhos a entenderem que gerenciar
Procure gravar algumas vezes seu desempenho quando pedir a seu filho que
mude o próprio comportamento. Ouvir as próprias palavras como soam de fato irá tornar
Theodore Roosevelt
intensa crítica. O time dela representa a área inteira da baía de San Francisco, e todos os
certo escrutínio constante de cada jogada que as garotas fazem. Todos os jogos são
gravados em vídeo, os erros são analisados e o técnico orienta as garotas para lhes
aperfeiçoar as habilidades. Por vezes os pais chegam a castigar as filhas pelos erros
De que jeito a mãe de Meredith, Dawn, lida com as ocasiões em que todos estão
aos berros porque um erro cometido pela filha fez o time perder um ponto? Ela diz à
menina que não se preocupe, que qualquer um perde uma cesta de vez em quando _ e a
idéia é curtir o jogo. "Para ser franca, a mim não importa quem vença" _ declara a mãe.
"Não estou empenhada em transformá-lo numa estrela. Outras pessoas desistem porque
desejam que a filha seja excelente e receba mais tempo de quadra que os demais. só se
importam com a filha e se ela está jogando bem. Um dos pais ficou tão transtornado com
o árbitro que até trouxe uma arma para o jogo. É de dar medo! _ prossegue Dawn com
veemência. "Só dou força para minha filha jogar basquete porque ela quer. Eu me
preocupo com todas as garotas e com seus sentimentos pela partida que estão jogando.
Elas dão dedicação extraordinária, e é preciso que o jogo também lhes dê prazer".
Dawn e o marido John perguntam todo ano à filha se deseja continuar. Embora o
esporte pudesse até lhe trazer uma bolsa de estudos para a universidade, eles não
interessante é que a atitude serena dos pais ante os erros cometidos deu a Meredith uma
calma durante as partidas difíceis", assinala a mãe. Quando você sabe que vai ouvir
berros porque cometeu um erro, fica tensa e não consegue pensar com clareza". Tanto
Dawn quanto John acreditam que os erros são parte importante da aprendizagem, e
mais valiosa. Para seus pais, no entanto, ser a melhor ainda não é a razão de tudo. "Se
amanhã ela sair do time, já terá aprendido muito sobre as pessoas. No começo o time se
outras garotas deram a ela um nome honorário afro-americano. Depois de ser eleita
capitã do time, ela precisou aprender muito sobre liderar e ser justa com os demais. Ela
dentro dessa atmosfera furiosamente competitiva, Dawn e John foram capazes de instilar
Qual é a nossa atitude em relação aos erros? Mostrar à criancinha como enxugar
o leite que derramou ou considerá-la alguém que está tentando estragar nosso dia? Na
primeira vez que uma criança se senta à mesa para colorir, lhe ensinamos a manter o
colorido no papel ou nos enfurecemos com ela pelo mau comportamento? Tratamos erros
Colocar pressão nas crianças para que não cometam erros só consegue lhes
How Children Fail [como as crianças fracassam], em que relata de que forma crianças
enganos. Os alunos que são bons em matemática aprendem que um erro significa a
aplica apenas à matemática, mas sim à vida inteira. Acreditar que os erros promovem o
aprendizado é uma das melhores atitudes que podemos ter para nossos filhos e nós
mesmos. Ela ajuda a conservar a confiança em que nossos esforços são valiosos, não
importa quantas vezes se fracasse. Como afirmava Theodore Roosevelt na citação que
abre este capítulo, gente que não comete enganos normalmente "não comete nada" .
Pense na ocasião em que alguém reagiu com compaixão a um erro que você
lamentou. O que você sentiu? Anote as ocasiões em que os erros de uma criança são
tolerados por você com paciência, e as ocasiões em que lhe causam frustração. De que
Corinne começa a rir quando fala sobre a tentativa de convencer o filho a fazer um
intervalo no dever de casa. "Acho que não é um problema corriqueiro, mas Ahmed gosta
de trabalhar com afinco no dever de casa, e precisamos lembrar a ele que faça uma
pausa para descansar entre as tarefas". Este é o papel que Corinne e o marido Al sempre
tempo para repouso. Também estabeleceram rotinas: o dever de casa precisa ser feito
extracurricular.
Quando Ahmed começou a cursar o ensino médio, a mãe lhe perguntou se podia
a Ahmed consertar as notas quando um professor anotava errado os pontos obtidos por
ele no dever de casa. O aluno descobriu que tinha a capacidade de melhorar a nota ao
Os pais de Ahmed sempre o elogiaram por trabalhar com afinco no dever de casa
e se alegrar pelo trabalho bem-feito, em lugar de bancar o esperto e querer vida fácil.
"Não falamos em termos de inteligência, e sim do tanto que ele aprende por se dedicar
ao máximo, e do quanto nos alegram as coisas incríveis que ele cria nas tarefas".
dedicado estimula as crianças a confiar que no longo prazo irão se desempenhar bem.
Adotar a atitude de que o esforço conta e dar apoio a nossos filhos em seu
trabalho estão entre as melhores coisas que os pais fazem. Mas pode ser complicado.
exige intuição e esforço. Meus pais me davam estímulo louvando minha inteligência e
matérias difíceis, não percebi que só exigiam maior aplicação de esforço, e acabei tirando
notas baixas.
Ao me tornar mãe, também dizia a meus filhos que eram muito inteligentes.
Quando eles chegaram à idade adulta, discutimos o quanto o rótulo de inteligente pode
trabalho escolar e adiar o dever de casa. Se reagirmos com frustração e críticas, não
seremos os indicados para ajudar. Por outro lado, se adotarmos uma atitude
casa, ela poderá facilmente fracassar. Se ajudar os filhos nos deveres nos deixa
estressados, esse peso não deveria cair sobre nós, principalmente nos casos em que a
qualificados devem ser capazes de diagnosticar o tipo exato de ajuda que uma criança
necessita.
fala sobre as diversas formas de ajuda de que uma criança necessita para o dever de
casa. Com freqüência, uma criança que parece preguiçosa tem problemas em gerar e
sustentar a produção mental. Em vez de lhe dizer que se dedique mais à tentativa, é
preciso lhe dar estímulo e sugestões práticas para controlar a energia mental. A base da
ajuda às crianças está em nossa atitude; precisamos entender de forma solidária que
cada intelecto aprende de forma distinta, e nos sintonizar com seus dotes e deficiências
individuais. Assim você pode descobrir formas concretas de dar apoio a elas.
Recorde algumas das aptidões que você lutou para adquirir. Qual foi sua
motivação para continuar a tentar? De que forma um de seus pais ou um outro adulto lhe
deprimem...
atitude dos pais. Por meia hora a criança de um ano e quatro meses ficou chorando em
pé na cadeirinha alta, e a criança de dois anos exigindo que a levassem para fora, após o
que pai e mãe exibiam uma expressão de derrota. Tinham aguardado com prazer a
chance de sair para jantar, mas agora se culpavam pelo comportamento dos filhos
pequenos. Eles previam a possibilidade de passar muitos anos sem jamais fazer uma
minhas filhas brigassem sem descanso bastava para me convencer de que o resto da
minha vida seria passado na mediação de disputas. Se minha filha sofria uma recaída da
vazio, em vez de meio cheio. O pessimismo surge quando nos sentimos impotentes para
administrar uma situação que foge ao controle. Em breve estamos num território
impotência é uma atitude otimista, já que a forma de explicar uma situação estressante
Em seu livro Learned Optimism o Dr. Martin Seligman afirma que mudar a
Para explicar de forma otimista nosso jantar desastroso, por exemplo, eu poderia
assinalar que o restaurante estava muito escuro e repleto de gente, e os garçons não
penumbra, e à longa espera pela comida. Em vez de culpados, os pais eram pacientes e
extremamente criativos. E o mais importante: eu poderia afirmar que aquela hora difícil foi
iluminado, onde as mesas estavam bem espaçadas e havia pouco barulho. As crianças
momento de convívio. Quem sabe minhas suposições eram corretas, quanto à mudança
de ambiente? Meu argumento é de que culpar o ambiente pelo mau momento nos leva a
sentir menos impotência e nos livra da culpa. Fazer a explicação girar em torno de uma
situação temporária e muito específica transforma o intervalo de uma hora em nada mais
idéia de só precisar ser pais por uma hora de cada vez é uma das melhores atitudes que
podemos adotar. Ela nos ajuda a não ficar presos aos retrocessos, a nos agarrar ao
otimismo e a ensinar atitudes positivas a nossos filhos. É nosso dever para com eles ter
pensamentos, a vida só me traz boas experiências. Assim como digo sim à vida, a vida
me diz sim.
LOUISE HAY
com um dos filhos, por vezes faziam um jogo. Revezavam-se em afirmar as boas
qualidades da criança. "Ela toca piano com muita concentração e beleza". "Ela gosta
mesmo de divertir a família". "Ela tem fantasias maravilhosas quando está brincando". No
final, começavam a rir, já que os comentários positivos que faziam destoavam por
completo da recente má conduta. Procurar coisas positivas para dizer era um exercício
Quando uma criança está se comportando mal, nossa sociedade nos encoraja a
problema psicológico, uma deficiência. Porém, ver o comportamento dos filhos numa luz
tão drástica normalmente não ajuda _ de fato, tal visão pode levar a criança a duvidar de
si. Como o filho absorve os pensamentos dos pais qual esponja absorve água, Paula e
Dave faziam este jogo para se livrarem da visão negativa que adotaram e começar do
zero.
Quando os pais ficam frustrados com o comportamento dos filhos, eu lhes peço
amado.
Em seu livro You Can Be Happy No Matter What, o dr. Richard Carlson nos
descreve o "efeito bola de neve" _ percebemos algo como um problema, e nossa atenção
leva o problema a crescer em nossas mentes e afetar os que nos cercam. Ele assinala
que não pensar nos problemas do parceiro é uma forma instantânea de melhorar um
num casamento ou relacionamento. Ele informa que seus clientes muitas vezes
tempo todo as mesmas coisas, na tentativa de resolvê-las. O que irá ajudar é aumentar o
aprendi que uma das melhores coisas que posso fazer em relação a minha preocupação
com uma criança é me concentrar em suas maravilhosas qualidades. Isso não quer dizer
cada vez em que o problema não ocorre, e para prestar atenção a outras facetas da
próprias ruminações.
professores sobre várias formas de reagir. Dias mais tarde a criança veio se sentar no
meu colo. Um sentimento caloroso se desenvolveu entre nós, e ficamos sentados juntos
por 45 minutos ou mais. Comecei a notar o quanto ele era terno e afetuoso. Que lindo
sorriso. Enquanto eu pensava nessas coisas, ele olhava para mim e sorria ou me
afagava.. Percebi que ele estava absorvendo meus pensamentos felizes a seu respeito.
À medida que os professores faziam amizade com ele, observaram que seus gritos
diminuíram. De repente ele estava se banhando na atenção positiva e não precisava ficar
aos berros para recebê-la. O hábito não desapareceu, mas aos poucos ele foi
favoravelmente a suas características, estamos lhes ensinando quais são seus pontos
fortes.
Uma professora me contou recentemente que diz com freqüência a uma criança
como as qualidades positivas desta a afetam. Ela pode dizer "Eu vi como você foi valente
quando alguém lhe xingou hoje, e você não respondeu nada. Sua coragem também me
deu coragem".
Os dotes das crianças irão afetar outros por toda a vida delas. É nossa tarefa
perceber que continuaram a tentar, quando alguma coisa se revelou difícil para elas, ou
que se abstiveram de fazer uma má escolha. Torná-las conscientes dos próprios dotes
Renomear o que vemos como pontos fracos de uma criança pode ajudar a mudar
nossa perspectiva.
tímido
medroso
cauteloso
mandão
gosta de liderar
teimoso
decidido, perseverante
exige atenção
pegajoso
gosta de se conectar
travesso
espontânea
rígido
egoísta
valoriza a posse
ruidoso
expressivo
Uma das vozes de maior autoridade do mundo dos falentes de inglês pertence ao
ator James Earl Jones, famoso pelos numerosos papéis cinematográficos, e também por
dublar as vozes de Darth Vader em Guerra nas estrelas e do rei Mufasa em O Rei Leão.
Jones é considerado por muitos como um dos maiores atores do século XX. Entretanto, o
Dos seis anos aos quinze anos de idade James ele foi quase inteiramente mudo.
Nativo do Mississsipi, ele foi criado pelos avós, depois de abandonado por pai e mãe logo
após o nascimento. O estresse causado pela mudança da família para o Michigan levou
James a começar a gaguejar. E então o medo de gaguejar deixou-o com medo de falar.
Os avós jamais o castigaram por não falar, mas o avô se lamentava de nunca ouvir a voz
potenciais de ator podiam ter se perdido para o mundo, não fora seu professor da 1ª série
Crouch apontou que a forma de James provar a real autoria daquele poema sobre a fruta
seria lê-lo em voz alta diante da turma. A abordagem do professor foi sutil. Ele não
pressionou James nem lhe disse que deveria ler poemas. Solidarizou-se com o aluno,
dizendo que sabia o quanto lhe custava falar e que não lhe exigiria tal esforço.
Entretanto, percebia o amor de James pelas palavras como um dos dote do rapaz, e
suas próprias palavras e concordou em ler o poema. Entretanto, no dia em que se postou
diante da turma para ler a obra, seu corpo começou a tremer e ele se recorda de ter
empurrado as palavras "desde o fundo da alma". Todos ficaram atônitos, inclusive James
e seu professor, de que o rapaz lesse a página inteira sem gaguejar nem uma vez.
No processo eles descobriram que James, como tantos outros gagos, era capaz
de ler perfeitamente um roteiro. "Aha!", o professor exclamou. "Agora usaremos isto para
recapturar sua capacidade de falar". Sob a tutela de Crouch, James tornou-se o campeão
de oratória da escola e foi o orador da turma. Foi assim que o mundo começou a se
Que privilégio ser a pessoa na vida de uma criança que enxerga além de suas
desenvolvimento! Isso não implica ignorar as áreas em que nossos filhos precisam de
perceber o que agrada a elas, as crianças talvez nunca cheguem a se conectar com suas
paixões e trabalhar para expandi-las. Acreditar que os dotes de nossos filhos importam
mais que suas deficiências é uma das melhores atitudes que podemos tomar.
Na quinta e na sexta séries eu tive uma dessas professoras que mudam a vida de
uma criança: Anna Candia. Ela via cada criança de nossa turma como dotada de um
comecei a gostar de ler meus escritos para a turma. A outros ela encorajou a cantar, ou a
praticar esportes. Sua fascinação pelo que fazíamos nos ajudou a não pensar no que não
conseguíamos fazer. Era como se nossa professora estivesse decidida a que cada um de
nós contribuísse com nossos dotes para o mundo. Ela acreditou em nosso futuro, mesmo
quando estávamos em nossa pior fase, e colocou todo o seu esforço em nos ajudar a ter
autoconfiança.
Você consegue se lembrar de um pai ou professor que acreditou em você, mesmo
quando você estava fracassando e se recusava a crer em si mesmo? Que palavras ele
_ Meher Baba
_ Só posso lhe contar o que está acontecendo aqui se você prometer não se
preocupar.
"Que alternativa tenho?" Pensei comigo mesma. Minha filha está longe de casa
acalmar.
_ Tudo bem, querida _ respondi com voz calma. _ Eu quero saber o que está
acontecendo. Estava imaginando por que não tivemos mais notícias suas.
_ Talvez ainda não esteja saindo no noticiário dos Estados Unidos, mas a cidade
de Moscou inteira está em crise _ ela disse apressada, como se precisasse desligar a
_ Bem, aqui está muito pior do que a mídia dos EUA talvez esteja apresentando.
As pessoas estão em pânico. Não posso retirar dólares do banco, então não consigo
"Volta pra casa!", eu queria gritar. Mas temias que tal pudesse revelar meu
decisões, mais que preocupá-lo com minha apreensão. Além disso, se eu começasse a
chorar ela poderia desligar. Comecei a me concentrar em todas as formas pelas quais
minha filha está mostrando sua competência. Ela é responsável, eu disse a mim mesma,
Aprendi essa técnica de me concentrar em suas aptidões quanto ela tinha uns três
anos. Quando comecei a levá-la às aulas do pré-escolar, ela sempre chorava agarrada à
Imaginei se a professora saberia que eu era uma preocupada inveterada, ou se dizia isto
a todos os pais. Mas a visão da professora abriu minha mente para novas possibilidades.
me forçava a imaginar minha filha passando bons momentos. Ela gosta de outras
crianças, eu me dizia. Ela quer aprender. Ela é incrivelmente decidida. Fiquei surpresa ao
descobrir que quando me concentrava na capacidade de minha filha para lidar com a
em suas habilidades naturais para lidar com a situação reforçava a minha própria
capacidade.
Minha história russa teve um final satisfatório. Minha filha voltou para casa como
uma pessoa feliz e até mais confiante. Mas entre o telefonema e o momento em que ela
Não está errado se preocupar, mas a preocupação nos rouba energia. Antes de
nossos filhos serem adultos, ainda podemos avaliar os riscos dos lugares onde querem ir
e estabelecer limites. Mas muitos desafios que nossos filhos enfrentam chegam
vidas. Concentrar-se em seus talentos de gestão da situação pode nos dar mais paz de
seu pai e o quanto isso tinha ajudado o desenvolvimento dela. "Meu pai simplesmente
não se preocupava conosco", afirmou com orgulho. "Não por nunca entrarmos em crises
ou jamais cometermos erros. Ele apenas tinha fé em que lidaríamos com as dificuldades
e ficaríamos bem". Ela achava que a fé inquebrantável que o pai depositava nela lhe
trazia confiança em si mesma e a competência para lidar com o que a vida trouxesse. Ela
A vida no mundo de hoje promete desafiar nossos filhos a alimentar todo tipo de
medos e dúvidas. Uma das melhores coisas que podemos fazer por eles e por nós
mesmos é dizer: "A preocupação roubar a você a alegria de viver. Eu acredito em você,
novo local. Que sensação você teria se sua melhor amiga se preocupasse com você e
reação se ela agisse como quem confia em sua capacidade de lidar com os desafios
adultos.
capítulo 3
pacífico, mas sim ao nos permitir alegria ante uma criança contente... nós sabemos que a
Quando meu netinho de um ano de idade fica feliz, ele bate palmas ou dá
tapinhas em meu braço. Às vezes ele se limita a sorrir, jogando a cabeça para trás e
fechando os olhinhos. Observando, tento participar com ele. A fonte de sua alegria é por
vezes aparente _ a areia escorrendo entre seus dedos, a tampa aberta de uma caixinha
de metal ou o ritmo da música que escorre do aparelho de som. Também percebi que ele
não precisa dessas diversões para encontrar a felicidade. Ela está entranhada nele.
Meu desejo é que com o passar do tempo sua capacidade de se alegrar possa se
vemos que muitas parecem perder esta capacidade. Que tragédia! Quais são as
habilidades necessárias para ajudar as crianças a reter esse sentimento de júbilo? Como
professora, eu adquiri técnicas para ajudar uma criança acometida de raiva, tristeza e
frustração. Mas encorajar a alegria de uma criança é um tema que nunca foi tratado em
minha formação.
A doutora Verena Kast, uma das raras psicólogas a estudar emoções positivas,
infância. Ela afirma que perguntarmos o que nos trazia deleite quando éramos pequenos
nos ajuda a descobrir a felicidade em nossas vidas agora. Essa abordagem diverge da
ênfase colocada por nossa sociedade em aprender sobre as feridas precoces. Como
teriam sido nossa infância se as pessoas tivessem se dedicado a nos tornar mais
alegres?
Não me lembro de que a alegria constituísse um objetivo de vida durante meus
anos de formação. Quando me falavam sobre meu potencial, era sempre em termos de
escalada de um morro, ganhar de meu pai numa corrida, acertar a bola com toda força,
deixavam feliz.
fomentá-los. Em nossa escola, mesmo os pais atarefados, por vezes percorrem o longo
caminho que corta nosso jardim de borboletas, para observar uma roseira em flor ou
procurar girinos no lago. Esses pais observaram a transformação ocorrida quando uma
também lhes ensina que a alegria acontece quando elas conseguem algo desejado _
seja um novo brinquedo, uma roupa nova ou estar no lado vencedor de um jogo de
probabilidades determina a nossos filhos ficarem infelizes pelo menos durante parte do
Muitos pais são capazes de ajudar os filhos a buscar alegrias até mesmo em
momentos em que a vida se complica. Quando Sam tinha quatro anos e sua família se
empenharam em lhe dar apoio. Porém, não se concentraram apenas em lidar com a
Eles notaram que Sam gostava de olhar para as nuvens. Uma noite quando olhavam
através da janela para uma formação de nuvens, Sam declarou: "Mamãe, um dia vou
fazer um museu de nuvens. Assim todo mundo pode vir ver as nuvens mais bonitas". a
durar a vida inteira. Porém, assumir a alegria não quer dizer que devamos descartar os
sentimentos perturbadores das crianças, tais como o raiva ou medo. Assim como
Lembre-se do que os adultos lhe disseram sobre a alegria, durante sua infância.
Ela era retratada como um sentimento que precisava ser contido? Imagine uma ocasião
da infância em que sentiu felicidade. Como você expressou a alegria? Como você a
Não funcionou dizer a meu filho de quatro anos que "monstros não são reais". Ele
não conseguia entender o conceito de irrealidade. Fiquei solidário com seu medo e lhe
disse que também me sentia assim quando criança. Dei a ele um frasco de esguichar
relação à pré-escola deu uma virada de 180°. Pela manhã Mari adorava a escola, qual
havia feito durante o último ano. Depois do almoço não queria voltar nunca mais. Eu tinha
telefonado para dizer à professora que me atrasaria alguns mínimos _ o que não era
problema, pois minha filha adorava ficar até mais tarde. Mas desta vez ela ouviu as
palavras da professora como "sua mãe não vai voltar". Em sua cabeça, minha filha
mais iria voltar ficou impressa de forma indelével em sua mente. Mari ficou traumatizada
importava quantas vezes eu explicasse a ela que entendera mal, quando a professora
uma criança. Nenhuma explicação racional parece capaz de apagá-lo. A terapeuta Cecilia
Soares de Walnut Creek, Califórnia, assinala: "para a criança é muito difícil usar o
raciocínio contra os medos. É isso que torna sua angústia mais primitiva e intensa. A
afirmativa de que "não há nada de que ter medo" não faz conexão com os sentimentos
dela, cuja necessidade é ser tranqüilizada. O que ela quer que você diga é que tornará
seguras as coisas.
causa do susto que levou, e sim ajudá-la a elaborar o medo. Assim ela iria adquirir fé na
própria capacidade de lidar com a questão. Mantê-la em casa a reforçaria seu medo de
que fosse perigoso sair pelo mundo porque a mamãe talvez não voltasse. Quando
Pensei na angústia que eu sentia na infância, com medo de que minha mãe não
que não havia nada a temer, eu validei os sentimentos dela, dizendo-lhe que na sua
idade eu tinha, por vezes, os mesmos medos. Se minha mãe se atrasava, eu ficava
chorando muito. Depois de um tempo entendi que de fato minha mãe voltava. Declarei a
Mari que a amava e que eu sempre voltaria. "Você acredita?", perguntei. Ela disse que
sim, mas que ainda estava amedrontada. Sugeri-lhe que dissesse a si própria na escola,
durante a manhã: "Minha mãe gosta de mim e ela sempre volta". Mari tentou repetir a
frase e descobriu que funcionava. Senti-me ou um pouco menos perturbada. Afirmações
desse teor não equivalem a afastar o medo ou oferecer uma explicação racional. Elas
infância mal podia esperar a hora de ir para a escola. Mais tarde a psicóloga Wendy
Ritchey e eu escrevemos juntas um livro chamado I Think I Can I Know I Can [acho que
posso, sei que posso], sobre como ajudar a criança a ter consigo um diálogo positivo.
Entrar em sintonia com os medos de nossos filhos por meio da lembrança de nossos
momentos de medo na infância é uma das melhores coisas que podemos fazer. Dizer
que temos medo agora, como adultos, poderia levá-los a sentir insegurança, mas saber
que outrora tivemos medo das mesmas coisas mostra a eles que sempre podem nos
confidenciar suas angústias. Mas quase sempre nossos filhos não sabem o que os
perturba e manifestam suas angústias de formas que não entendemos. Zangar-nos com
eles pelo "mau comportamento" que a comoção íntima faz eclodir não funciona.
Precisamos abrir mão de nossas construções metais sobre a forma como elas deveriam
agir, quando o medo persiste, e entrar em nossa própria esfera de sentimentos para
entender.
adultos reagiam a eles? Se você sentiu algum medo persistente, que abordagem teria lhe
O que finalmente me ajudou mais foi me colocar de fato no lugar de meus filhos.
quisesse que aquele adulto importantíssimo de minha vida soubesse o que eu estava
sentido?"
ADELE FABER E ELAINE MAZLICH
quatro anos. Ultimamente ele vinha sofrendo ataques de mau gênio sem nenhuma razão
birra. mas Sue e Luis descobriram que quanto mais tentavam se desligar das explosões
do filho, mais freqüentes e ferozes ela se tornavam. Será que seu desafio era uma forma
de se vingar deles por alguma coisa? Como lidar com uma conduta tão esquisita? Foi
Perguntei a eles se tinha havido algum novo estresse na vida familiar. As crianças
com freqüência expressam suas tensões por meio do aumento da irritação ou acordando
de noite. Os pais disseram que nada estava mudado em casa. Percebi que a luta para
infâncias em que essas emoções fugiram do controle. Sue respondeu que se sentia
daquela forma nos dias em que estava sobrecarregada de trabalho. Perguntei-lhe se ela
_ O que eu quero é que ele fique calmo. Não quero que se zangue por meu
acrescentou:
_ não sei por que me zanguei tanto com os sentimentos de Jacob, nem por que os
tomei no nível pessoal. Ele deve estar magoado por nós o ignorarmos.
Solidária com o filho, ela se lembrou de repente que eles tinham, de fato, passado
por um novo estresse na família. Por causa da doença do pai, Sue ficava muito tempo
_ o Jacob deve ter ficado perturbado porque eu tenho estado muito ausente, além
de estressado por causa de meu pai, quando eu estou em casa. Ele não sabe como me
dizer.
Pensei que a percepção de Sue de não desejar que Luis a ignorasse, ou que ele
ou indignados. Precisamos de apoio sereno da parte deles. Ignorar não significa fingir
que a pessoa não está presente; tem mais a ver com não se irritar nem ceder a
consolar nosso recém-nascido, podemos achar que ele está irritado conosco ou que
somos incompetentes. Quando uma criança exige aos gritos o que deseja, podemos
temer estar criando um monstro. Lembrar-se das ocasiões em que nos sentimos
alucinadamente cansados ou desapontados por não conseguir alguma coisa pode nos
Dito assim parece simples, mas por vezes a abordagem mais direta se revela a
mais profunda. Em qualquer faixa etária, a solução é apenas conseguir que alguém
perceba, "estou vendo que você está triste (ou irritada com frustrada)", sem emitir juízo.
Duas semanas depois sue me revelou que conversara com Jacob sobre a razão
outro. "Eu já não estou mais preocupada", afirma Sue com um sorriso. "Ele não está
tendo mais tantos ataques". A descontração dela também é parte da cura. Agora está
mais calma.
Nossos vínculos emocionais com os filhos nos dão uma singular sensibilidade
para efetivamente lhes dar apoio. Quando estamos conectados, nossa mera presença
tem o poder de fazê-los sentir segurança. Fazemos isso melhor quando nos lembramos
Escreva sobre uma época da infância em que um adulto ajudou você a superar
um abalo sofrido. Qual foi o elemento, na maneira do adulto, que lhe ajudou a recuperar
Minha mãe foi a razão de meu sucesso. Ela era muito verdadeira e segura de
mim. Eu sentia ter alguém a quem não devia decepcionar. A lembrança de minha mãe
THOMAS A. EDISON
Quando foi lançado o livro It Takes a Village, de Hillary Clinton, fui uma noite ouvir
uma palestra dela sobre crianças. A palestrante era culta, inspiradora e obviamente tinha
uma profunda preocupação com as crianças do mundo. Mas a história que jamais
esquecerei foi a que ela contou sobre sua própria filha, Chelsea. Quando a menina tinha
oito anos, a família foi à igreja no Dia das Mães, em Little Rock, arkansas. O pastor
perguntou a cada criança da congregação: "Se você pudesse dar qualquer coisa a sua
mãe, o que seria?" Uma criança disse que seria um lindo vestido roxo, outra disse que
jóias. Quando chegou a vez de Chelsea, ela disse que desejava dar à mãe um seguro de
vida. Hillary sorriu para a filha, apreciativa, mas se perguntava o que a menina teria em
mente. A caminho de casa perguntou, amável e curiosa, por que a filha queria lhe dar um
seguro de vida. "Porque eu gosto tanto de você que não quero que morra nunca",
respondeu Chelsea. Hillary ficou atônita e compartilhou conosco a percepção que tinha
vislumbrado na manhã daquele Dia das Mães. "Nunca poderíamos imaginar o quanto
nossos filhos nos querem bem, e o quanto somos cruciais nas vidas deles, mas
sentimentos de apego dos filhos a eles. John Bowlby foi um dos primeiros psicólogos a
estabelecer que fortes apegos oferecem à criança uma base segura. Uma mãe sai para
trabalhar de manhã e deixa seu bebê com outra pessoa _ um cuidador ao qual se espera
que a criança aprenda a amar. Mas talvez a mãe se preocupe, quando o filhinho não vem
correndo para os braços dela quando vai buscá-lo no final da tarde. Separação e reunião
são muito importantes e despertam emoções complexas, mesmo quando a criança está
mais crescida. Eu conheci uma criança de oito anos, segura de si, que urinava nas calças
quando a mãe passa a noite fora. Parte da noção do quanto nosso filho nos ama é
Qual Hillary Clinton, muitos pais têm profissões ou papéis que exigem que de vez
em quando se afastem dos filhos durante alguns dias. Essas crianças talvez gostariam de
dar aos pais um seguro de vida. O pensamento de que um dos pais talvez não volte pode
estar assombrando as mentes das crianças, mesmo quando elas não o demonstram.
Mães e pais que se mantém conscientes dos avassaladores sentimentos de apego dos
filhos não descartam os intensos sentimentos daqueles dizendo coisas como "você nem
vai notar que não estou aqui". Não sei como Hillary Clinton ajudou a filha a lidar com os
períodos de ausência materna, mas eu tenho o privilégio de ver de que forma muitos pais
Minha amiga Mary Jane elaborou um "gráfico da mamãe" para a filha, com um
quadrado para cada dia que passaria fora em viagem de negócios. O papai Don ajudou a
Ana a colorir o quadrado de cada dia, e eles contavam os dias até a volta dela para casa.
Observei Mary Jane buscar Ana na escola um dia, depois de voltar da viagem. Naquele
dia específico, Ana virava o rosto e não olhava para a mãe. Mary Jane comentou que Ana
estava zangada. Declarei a ela que achava maravilhosa sua percepção de que a raiva de
Ana era parte do amor que sentia pela mãe. "Por que ela não ficaria zangada?"
perguntou Mary Jane. "A pessoa mais importante do mundo dela foi embora. Ana adora o
pai, mas quando eu viajo, é realmente difícil para ela, e disso eu tenho plena
consciência". É por isso que Mary Jane torna especiais seus retornos a casa.
Um dia, vi outro reencontro que me fez parar para observar: uma mãe, com seu
melhor terno, apoiada num joelho, no corredor do pré-escolar do filho pequeno. A criança
estava vindo do extremo oposto. A mãe abriu os braços, e sua voz soava como houvesse
um mês que os dois não se viam, quando, na verdade, fosse só desde aquela manhã.
"Tive tanta saudade de você!", ela disse, abraçando a criança. Suas palavras e
linguagem corporal lhe mostravam que entendia que ficar o dia inteiro distante dela podia
Quais foram as situações que permitiram a você se conectar com seus pais?
Houve coisas que eles fizeram ou deixaram de fazer que levaram você a se afastar deles
Nosso próximo passo é explorar as coisas úteis que os pais realmente fazem.
Onde se ouve falar sobre os progressos notáveis que os pais realizaram nas gerações
recentes? Os pais de hoje são bombardeados por quantidades maiores do que poderiam
"aplicação da teoria" que recebem. Por que ignoramos com que freqüência os pais de
não documentarmos as incontáveis coisas que os pais realizam bem, não teremos
exercitam sua melhor percepção o tempo todo. Elas se baseiam em histórias de gente de
com as observações, discussões e leituras; fazendo cursos; lembrando o que era ser
Enquanto você lê sobre essas situações, espero que pense em suas próprias
idéias sobre as melhores coisas que os pais fazem, e principalmente as coisas que você
faz em seu melhor momento. Também espero que você não vá se comparar com essas
cada um de nós tem seu próprio trajeto, e as coisas que fazemos de fato ajudam a criar
nossa sabedoria.
Conforme o antigo ditado atribuído a Lao Tsé "Uma viagem de mil quilômetros
começa com um simples passo". Cada passo que damos facilita o caminho para outros
Ensine auto-suficiência
DITADO CHINÊS
Há muitos anos uma repórter telefonou da Flórida para me entrevistar. Tinha lido
em algum lugar que minha filha de doze anos lavava a própria roupa, e estranhava que
constrangida. Há vários anos minha filha (e meu filho também) vinha lavando a própria
roupa. Se a jornalista achava que doze anos era muito cedo para lavar roupa, o que dizer
de oito ou nove anos? Garanti-lhe que minha filha era competente em lavar roupa. Então
ela passou à essência da questão: "lavar roupa não seria trabalho de mãe?", ela
perguntou num tom suave, mas confuso. "Tenho uma filha, e cuidar das roupas dela é
Pensando nisso, percebi que a repórter e eu não víamos da mesma forma o amor
depois que os filhos já estiverem capacitados e, contudo, forem impotentes para lavar
suas próprias camisetas e shorts. Para mim uma das formas de cuidar de meus filhos foi
encontraram pessoas que nunca tinham aprendido a lavar roupa ou preparar uma
a fazer tarefas práticas era ensiná-las enquanto essa habilidade representa desafio. Uma
criança de quatro anos implora para varrer o chão e limpar a mesa. Uma criança de oito
anos ainda gosta de aprender a lavar roupa. Logo, tentei começar a ensinar essas tarefas
Fui motivada por minha percepção de jovem adulta de não ter adquirido
habilidades suficientes antes sair de casa, e eu me sentia deficiente. Minha mãe, para me
mostrar amor, fazia as coisas para mim. Tenho uma amiga cuja mãe ainda lhe preparava
o banho na adolescência, e ela também teve uma difícil transição para o mundo adulto.
Quase todos os contos de fada giram em torno da questão simbólica: "será que eu
sou bastante auto-suficiente para sair pelo mundo?" Bem no fundo, as crianças realmente
gostam de tudo que aprendem sobre como cuidar de si mesmas, porque a essência da
adoram Píppi Meia-Longa, a história de uma garotinha que mora sozinha e sabe fazer
tudo.
Há uma célebre história nos círculos educacionais que ilustra a gratidão das
educadora italiana, abriu sua escola para crianças de cortiços, ela ficava constantemente
crianças estavam sempre com o nariz escorrendo, ela resolveu ensinar a seus alunos as
prorrompem em aplausos, fato que veio como um choque. Elas tinham sido
para as crianças adquirirem na vida. E que tal a sua lista? Já que a sensação que temos
é de que cada estágio vai durar para sempre, é proveitoso mudar ocasionalmente de
perspectiva e imaginar seu filho saindo porta afora, de mala em punho, para a faculdade
ou alguma outra aventura, aos 17 anos. Que coisas você deseja que ele conheça? Que
habilidades práticas ela deveria ter? Guarde essa imagem para poder planejar em tempo
Não podemos ensinar tudo a nossos filhos antes de sua saída de casa. Mas
capazes em nossos lares e lhes mostrar o apreço que temos por seus esforços de fazer
Elabore uma lista de todas as coisas que você desejaria ter aprendido antes de
De que modo você poderá começar a trabalhar agora por esses objetivos?
SOMERSET MAUGHAM
exótica. Achou-as bonitinhas, mas totalmente descontroladas. A mais velha tinha acabado
na casa ao lado, com o pai, e Lynn ouvia quando elas brigavam entre si e davam
ataques. O pai tinha acabado de receber a guarda exclusiva das crianças, e Lynn teve
pena delas, pois pareciam viver num mundo sem expectativas nem estrutura. Ela sabia o
quanto era assustador para uma criança precisar ficar testando os limites para descobri-
los. As meninas tiveram catapora, e o pai não tinha ninguém que as cuidasse enquanto
ele trabalhava. "Meu trabalho era noturno; então, pensei, por que não tentar ficar com as
crianças durante o dia?" Lynn descobriu que tinha um jeito especial para criar ordem e
"Ninguém esperava muito das meninas, que tinham sido autorizadas a xingar e
mostrar desrespeito aos adultos. Eu mudei tudo isso ao vê-las como auxiliares capazes".
As crianças gostaram da estrutura suave e coerente imposta por Lynn. O pai ficou
Com o passar do tempo Lynn se apaixonou pelo homem e eles se casaram; ela
deixou seu emprego de dançarina, criando um alicerce ainda mais firme para as crianças.
O casal teve outro filho e de repente Lynn era a mãe de três crianças. Como ela
consegue lidar? O segredo é esperar que todos ajudem. Ela criou uma estrutura que faz
a família funcionar com tamanha cooperação que nem todas as tarefas caem sobre ela.
As meninas mais velhas estão agora no primeiro e no segundo graus, e cumprem uma
escala de tarefas que define o que precisa ser feito antes e depois da escola. As escalas
lhes recordam as tarefas de cuidado pessoal, como colocar a roupa suja no cesto, tomar
banho e preparar o almoço para a escola. Além disso, cada garota tem tarefas que
ajudam a casa inteira a funcionar com eficiência, como retirar o lixo, pôr a mesa e lavar a
louça. A criança mais nova está na pré-escola; dela se espera que ponha a mesa e ajude
a preparar a comida.
"Em ocasiões as meninas me perguntam por que têm de fazer tarefas, quando
poucos de seus amigos o fazem. Eu lhes digo que não consigo fazer sozinha todas as
tarefas ou ficaria maluca o tempo todo. Talvez outras pessoas tenham medo de pedir
ajuda aos filhos por temer que fiquem ressentidos, mas eu não fizesse isso me sentiria
deficiente como mãe. Para mim é difícil manter a regularidade, mas sei que nossa
regularidade dá a elas uma estrutura interna. Eu adoro ver como elas são capazes. É
fantástico! Sentem-se confiantes para fazer qualquer coisa. Uma delas acaba de
podem escolher uma aventura divertida para a família, como ir ao restaurante de sua
preferência.
Para tornar competente uma criança não precisamos ser magos da organização
como Lynn. Um lar estruturado consiste apenas em limites claros, rotinas previsíveis e
com as coisas que a criança quer fazer para si, não importa o quanto pareça inepta, já
De varrer o chão?
A confiança dos indivíduos vai crescendo à medida que eles tentam completar
Quando quero ilustrar de que forma uma criança desenvolve uma atitude pró-
Aos oito anos Johnny assistiu a uma produção escolar da peça O violinista no
telhado. Como na época tinha aulas de violino, ficou motivado pelo homem que se
sentava no telhado tocando violino e confidenciou ao pai que desejaria ter um telhado
sobre o qual tocar. O pai levou a sério as palavras do filho e juntos reuniram madeira para
construir um "telhado" para Johnny. Mas como fazer um telhado sem uma casa? Então
eles construíram uma torre de 1,80 m com uma escada que dava para um telhado plano
músicas. Em adulto não se tornou violinista, mas sua confiança na própria capacidade de
realizar aquilo que se propusera levou-o a produzir seu próprio dinheiro para freqüentar a
O grande mestre sufi Inayat Khan escreveu certa vez "A realização é a mais
aparentemente não ganhou nada, o tempo foi gasto numa coisa pequena. E, no entanto,
espírito que lhe será útil quando quiser realizar grandes trabalhos".
entanto, hoje em dia com freqüência nós não consideramos a importância, para a
criança atende ao telefone e se esquece da tarefa. Uma garota diz que deseja desenhar
um unicórnio, mas dois minutos depois ela amarrota a folha de papel, insatisfeita com a
primeira tentativa. Talvez o Johnny até tivesse desistido de todas as tarefas de cerrar e
martelar e quisesse sair correndo para brincar, mas o pai o ajudou a continuar
coisas até o fim. Por vezes as crianças ficam frustradas quando estão construindo com
de acordo com a imagem interna que formaram dele. Se um adulto perceber, pode
um jeito de ela realizar aquilo a que se propôs. Fazer a tarefa em seu lugar não ajudará a
construir um espírito interno de realização, mas ajudá-la a executar a tarefa até o fim
contribuirá para tanto. Talvez seja desgastante ver a criança chorar e querer desistir, mas
se considerarmos positiva a frustração dela e dissermos "você quer fazer tudo direitinho,
não é?", ela acabará mais capacitada a tentar completar aquele e outros projetos.
interesses quase sempre se espalham por muitas direções. "Sempre que a vejo ficar
formação, nunca me senti capaz de fazer qualquer coisa, e quero que ela tenha essa
confiança. Recentemente, Millie teve a idéia de que podia compor canções para uma
resenha de livro e fazer um vídeo em que cantasse as composições. Creio que não
percebeu o quanto a idéia era complicada, mas ajudei-a a encontrar as notas musicais e
a fazer o vídeo. Foi uma empreitada ambiciosa, mas funcionou, e ela o apresentou.
O ditado "o que determina nossa magnitude é a atitude, e não a aptidão" expressa
o fato de aquilo que acreditamos ao próprio respeito é até mais importante que nossas
habilidades e talentos inerentes. Muitas pessoas geniais jamais realizam seus sonhos
nem dão sua contribuição ao mundo; o que nos mantém a sensação de realização na